Docsity
Docsity

Prepare-se para as provas
Prepare-se para as provas

Estude fácil! Tem muito documento disponível na Docsity


Ganhe pontos para baixar
Ganhe pontos para baixar

Ganhe pontos ajudando outros esrudantes ou compre um plano Premium


Guias e Dicas
Guias e Dicas

Resenha: Lutas Camponesas no Nordeste, Notas de estudo de Geografia

Resenha elaborada para na disciplina 'Geografia Agrária' do curso de Licenciatura em Geografia da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia - UESB. TYrata-se de um texto com os principais postos que o autor desenvolve em sua obra com algumas críticas e comentários.

Tipologia: Notas de estudo

2010

Compartilhado em 30/05/2010

jemeffer-souza-lebrao-7
jemeffer-souza-lebrao-7 🇧🇷

2 documentos

Pré-visualização parcial do texto

Baixe Resenha: Lutas Camponesas no Nordeste e outras Notas de estudo em PDF para Geografia, somente na Docsity! ANDRADE, Manuel Correia de. Lutas Camponesas no Nordeste. São Paulo: Editora Ática, 1986. Por Jemeffer Souza Lebrão* Manuel Correia de Andrade é Licenciado em Geografia e História pela Universidade Católica de Pernambuco (1947). Bacharel em Direito pela mesma Universidade (1945). Concluiu o curso de Altos Estudos Geográficos na Universidade do Brasil (1956) e de Estudo Técnico do Meio Natural na Universidade de Paris (1965). Foi coordenador dos cursos de Mestrado em Economia e em Geografia da Universidade Federal de Pernambuco. Diretor do Centro de Estudos de História Brasileira (CEHIBRA) da Fundação Joaquim Nabuco, no Recife. Entre suas obras destacam-se "A terra e o homem no Nordeste", traduzida e editada nos Estados Unidos, "Paisagens e problemas do Brasil", "O planejamento regional e o problema agrário no Brasil", "Nordeste: espaço e tempo", "Latifúndio e reforma agrária no Brasil", "Tradição e mudança", "Poder político e produção do espaço", "Agricultura e classes sociais no Nordeste", "Geografia econômica do Nordeste" e "Geografia econômica". Em seu livro Lutas Camponesas do Nordeste, Andrade agrupa os camponeses em duas categorias, uma se constitui daqueles que foram expropriados de suas terras e utensílios de trabalho e sobrevivem principalmente da venda de sua mão de obra, e aqueles que mesmo possuindo um pedaço de terra, trabalham sem vínculos empregatícios para grandes e médios proprietários nos períodos de paralisação de suas atividades. Partindo desse ponto é possível analisar o camponês, que em sua origem se diferencia do agricultor familiar principalmente por sua condição histórica de luta e resistência ao sistema do capital, (Isso se o termo camponês que o autor utiliza condizer com os conceitos que se aplicam a ele na academia, e não àquele utilizado genericamente para qualificar a todos que vivem e/ou trabalham no campo) mas que mesmo de forma indireta e/ou involuntariamente contribui para a sua reprodução, pois produzirá riqueza para os latifundiários e médios produtores detentores do capital¹. Com essa observação, não quero dizer que por trabalhar dessa forma, o agricultor deixe de ser camponês, ou que a ideologia dessa classe tenha se modificado, mas sim _____________________________________________________________________ ¹Nesse caso me refiro a classe dos proprietários Fundiários que vivem da renda da terra, mas que também podem ser detentores do capital, os capitalistas, se partirmos da premissa de que as três classes apresentadas por Marx em “O Capital” não podem, ‘enquadrar’ a realidade, nesse sentido então, um sujeito pode estar ligado a mais de uma classe, ou pertencer à classe trabalhadora e não possuir a consciência dessa classe, ou mesmo ser um burguês com consciência da classe trabalhadora. Vale ressaltar que Marx defendia que a realidade não está aí para ser enquadrada, mas compreendida. que, ao se submeter a esse tipo de atividades ele se torna um ser contraditório e ambíguo pois mesmo tempo em que carrega uma bagagem histórica de luta contra o capitalismo, contribui para a sua reprodução. A história de expropriação e lutas camponesas pela posse e/ou direito de permanência na terra vem desde os primórdios. Antes mesmo de se constituir como país essas terras foram regadas com sangue dos índios que resistiram à dominação portuguesa. A conquista das terras do Novo Mundo iniciou com a violenta colonização no século XVI. A resistência gerou conflito e esse por sua vez levou a luta que que não terminou durante aquele processo de colonização, se estende durante toda a história do Brasil, principalmente no Nordeste passando, durante o período colonial pela Guerra dos bárbaros e o Quilombo dos Palmares, por revoltas populares entre 1831 e 1840 como a Guerra dos Cabanos, a Balaiada e a Revolta dos Negros Malés, a Revolução Praieira em 1848, a Rebelião do Ronco da Abelha e a do Quebra Quilos sem contar com o Cangaço. A divisão desigual de terras e a atual estrutura fundiária brasileira é conseqüência dos antigos sistemas de povoamento instalados no Brasil – colônia. Nos sistemas de Capitanias Hereditárias e Sesmarias a coroa concedia enormes faixas de terra a quem menos precisava delas, aqueles que dispunham de riquezas e posses. Enquanto isso os pobres continuavam pobres e viviam nas “periferias” dos engenhos. Esses, juntando-se mais tarde àqueles que receberam suas cartas de alforria em 1888, foram basicamente os que respectivamente deram origem e engrossaram a massa formada pelos pobres no campo. Esses grandes proprietários possuíam mais terras que a sua capacidade de produção, por isso era comum se estabelecerem relações de trabalho não capitalistas como as formas de renda da terra por dinheiro por trabalho ou por produto. A expansão do trabalho assalariado se deu com a territorialização do capitalismo no campo a partir do surgimento de usinas que aumentavam a demanda de produção e possibilitava a admissão de mais mão de obra, que por sinal era mal paga, mas constituía a única saída para aqueles trabalhadores que já haviam sido espoliados. Nessa sociedade rural, um pequeno grupo da elite, com a colaboração da Igreja católica, intimidava a população pobre e a submetia a suas vontades, dessa forma consolidava sua influência, riqueza e prestigio. A grilagem, a monocultura, a pecuária e a modernização na agricultura foram grandes responsáveis por inúmeras expropriações. Isso despertava nos camponeses cada vez mais o anseio pela Reforma Agrária, mas, as primeiras
Docsity logo



Copyright © 2024 Ladybird Srl - Via Leonardo da Vinci 16, 10126, Torino, Italy - VAT 10816460017 - All rights reserved