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Guias e Dicas
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Desenvento Infantil, Notas de estudo de Fisioterapia

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Tipologia: Notas de estudo

Antes de 2010

Compartilhado em 08/10/2007

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caroline-e-rodrigues-jordao-6 🇧🇷

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Baixe Desenvento Infantil e outras Notas de estudo em PDF para Fisioterapia, somente na Docsity! MANUAL PARA VIGILÂNCIA DO DESENVOLVIMENTO INFANTIL NO CONTEXTO DA AIDPI Amira Consuelo Figueiras Isabel Cristina Neves de Souza Viviana Graziela Rios Yehuda Benguigui OPS/FCH/CA/05.16.P OPS/FCH/CA/05.16.P MANUAL PARA VIGILÂNCIA DO DESENVOLVIMENTO INFANTIL NO CONTEXTO DA AIDPI Amira Consuelo Figueiras Isabel Cristina Neves de Souza Viviana Graziela Rios Yehuda Benguigui Atenção Integrada às Doenças Prevalentes na Infância Saúde da Criança e do Adolescente Saúde Familiar e Comunitária ND IN A LUT S O R O P S A H O P E O V I M U P < I. Autores, colaboradores e Instituições envolvidas > Manual para Vigilância do Desenvolvimento Infantil no Contexto da AIDPI< 4 > Autores Amira Consuêlo de Melo Figueiras Profa. de Pediatria da UFPA; Coordeenadora do Programa Caminhar de Atenção à Criança com Transtorno no Desenvolvimento do Hospital Betina Souza Ferro-UFPA, Belém, Pará, Brasil. Isabel Cristina Neves de Souza Profa. de Pediatria da UFPA; Geneticista do Programa Caminhar/UFPA e do Programa de Estimulação Precoce da URE-MIA, Belém, Pará, Brasil. Viviana Graziela Rios Pediatra, Neurologista Infantil do Hospital de Niños "Orlando Alassia" de Santa Fe, Argentina. Yehuda Benguigui Chefe Unidade, Saúde da Criança e do Adolescente, Área de Saúde Familiar e Comunitária, Organização Pan-Americana da Saúde, Organização Mundial da Saúde, OPAS/OMS, Washington, DC., EE.UU. Colaboradores Helia Molina Milman Profesora de Saúde Pública, Departamento de Saúde Pública, Escola de Medicina Pontificia Universidad Católica de Chile, Santiago, Chile. Horacio Lejarraga Chefe do Serviço de Crescimento e Desenvolvimento, Hospital de Pediatria Garrahan, Centro Colaborativo OPAS/OMS, Buenos Aires, Argentina. Flavio Osvaldo Landra Coordenador Médico, Departamento Programas de Saúde. Instituto Nacional de Doenças Respiratórias Emilio Coni, Ministério de Saúde y Ambiente, Santa Fe, Argentina. Juan Carlos Bossio Chefe de Departamento Programas de Saúde Instituto Nacional de Doenças Respiratórias Emilio Coni, Ministério de Saúde y Ambiente, Santa Fe, Argentina. Lea Maria Martins Sales Mestre em Psicologia, Prof. de Psicologia da UFPA, Universidades Federal do Parã, Belém, Parã, Brasil. Mariela Labath Pediatra do Hospital de Niños "Orlando Alassia" de Santa Fé, Argentina. Maria da Conceição Furtado Sobrinho Pediatra, Vice-Diretora da Unidade de Referência Especializada Materno-Infantil-Adolescente. Matilde Ferreira Carvalho Terapêuta Ocupacional da Secretaria de Saúde do Estado do Ceará- Fortaleza, Ceará-Brasil. Regina Hilda Ferreira Brito Fisioterapêuta do Programa Caminhar-UFPA e do Programa de Estimulação Precoce da Unidade de Referência Especializada Materno-Infantil- Adolescente, Belém, Pará, Brasil. Alice Hassano Mestre em Pediatria, Prof. do Departamento de Pediatria da Faculdade de Medicina da UFRJ, Rio de Janeiro, RJ. Brasil. Regina Lúcia Ribeiro Moreno Terapêuta Ocupaciomnal do Hospital Albert Sabin, Fortaleza, Ceará, Brasil. Sergio Javier Arias Chefe de Divisão Epidemiologia, Departamento Programas de Saúde Instituto Nacional de Doenças Respiratorios Emílio Coni, Ministério da Saúde e Ambiente, Santa Fé, Argentina. Saulo de Melo Figueiras Analista de Marketing, MBA pela Escola Superior de Propaganda e Marketing de São Paulo, S.P., Brasil. Luci Pfiffer Miranda Pediatra, Coordenadora do Grupo de Trabalho de Atenção à Criança com Necessidades Especiais da Sociedade Brasileira de Pediatria-Brasil. Veronica Said de Castro Médica Pediatra, Escola de Saúde Pública do Ceará. Fortaleza, Ceará, Brasil. Raimunda Helena Pitanga Feio Neoropediatra do Programa Caminhar/UFPA, Belém, Pará, Brasil. Instituições envolvidas • OPAS/OMS – Organização Pan-Americana de Saúde • SESPA – Secretaria Estadual de Saúde • SESMA – Secretaria Municipal de Saúde de Belém • SPP – Sociedade Paraense de Pediatria - Departamento de Atenção à Criança com Necessidades Especiais • Unidade de Referência Especializada Materno- Infantil-Adolescente – SESPA – Programa de Estimulação Precoce • UFPA – Universidade Federal do Pará Hospital Universitário Bettina Ferro de Souza Departamento de Assistência Materno-Infantil II Departamento de Psicologia • UNIFESP – Universidade Federal de São Paulo, Departamento de Pediatría • INER – Instituto Dr. Emilio Coni, Santa Fe, Argentina • Hospital De Niños Dr. Orlando Alassia, Santa Fe, Argentina • ESP-CE – Escola de Saúde Pública do Estado do Ceará Autores, colaboradores e Instituições envolvidas < 5 > Os autores querem registrar sua homenagem à Dra. Márcia Regina Marcondes Pedromônico, que faleceu durante o processo de edição deste manual. A Dra. Pedromônico era psicóloga, com doutorado e professora da graduação e pós-graduação do Departamento de Pediatria da Escola Paulista de Medicina da Universidade de São Paulo. Foi quem primeiro acreditou na proposta de utilizar a estratégia da AIDPI como metodologia para a vigilância do desenvolvimento infan- til. Com seus conhecimentos técnicos apoiou na montagem da tabela com os mar- cos do desenvolvimento. Sempre esteve disponível para o intercambio de idéias que visassem a melhoria deste material. Se a sobrevivência infantil é uma das principais questões pendentes que nos legou o século XX, garantir um crescimento e desenvolvimento saudáveis a todos na primeira infância é um objetivo que, já iniciado o século XXI, lhe deve estar indissoluvelmente associado. Manual para Vigilância do Desenvolvimento Infantil no Contexto da AIDPI < 9 > Proporcionar á criança oportunidades para que tenha um desenvolvimento adequado é talvez o de mais importante que se pode oferecer à espécie humana. Um desenvolvimento infantil satisfatório, principalmente nos primeiros anos de vida, con- tribui para a formação de um sujeito com suas potencialidades desenvolvidas, com maior possibil- idade de tornar-se um cidadão mais resolvido, apto a enfrentar as adversidades que a vida oferece, reduzindo-se assim as disparidades sociais e econômicas da nossa sociedade. Este manual foi elaborado para complementar o material didático do “Curso de Vigilância do Desenvolvimento Infantil no Contexto da AIDPI”. Destina-se aos profissionais da Rede Básica de Saúde, não sendo, portanto, seu conteúdo aprofun- dado para especialistas em desenvolvimento infan- til. Trata-se de material com conhecimentos básicos sobre desenvolvimento nos dois primeiros anos de vida, que todo profissional da Atenção Primária à Saúde deve ter, para poder orientar adequada- mente os pais sobre como acompanhar o desen- volvimento normal do seu filho, assim como, ao detectar atrasos ou desvios, saber que atitudes tomar. Não consiste em um teste diagnóstico, mas sim de um instrumento de avaliação mais amplo, porém ao mesmo tempo de fácil aplicação. O obje- tivo deste manual é estimular o profissional da atenção primária a avaliar o desenvolvimento da criança até 2 anos, sabendo porque isto é impor- tante. Um diagnóstico precoce certamente dará mais chances à uma criança com atraso, pois pos- sibilita acesso a atenção adequada e proporcionan- do-lhe uma melhor qualidade de vida. < III. APRESENTAÇÁO > Manual para Vigilância do Desenvolvimento Infantil no Contexto da AIDPI< 10 > Acompanhar o desenvolvimento da criança nos dois primeiros anos de vida é de fundamental importância, pois é nesta etapa da vida extra-uteri- na que o tecido nervoso mais cresce e amadurece, estando portanto mais sujeito aos agravos. Devido a sua grande plasticidade, é também nesta época que a criança melhor responde às terapias e aos estímulos que recebe do meio ambiente. Portanto, é fundamental que neste período o profissional de saúde, juntamente com a família e a comunidade na qual está inserido, faça a vigilância do desen- volvimento de suas crianças. “VIGILÂNCIA DO DESENVOLVIMENTO com- preende todas as atividades relacionadas à pro- moção do desenvolvimento normal e à detecção de problemas no desenvolvimento, durante a atenção primária à saúde da criança. É um processo contínuo, flexível, envolvendo infor- mações dos profissionais de saúde, pais, profes- sores e outros.” (Huthsson & Nicholl, 1988). “Por ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE compreende- se os cuidados essenciais à saúde, baseados em métodos e tecnologias práticas, cientificamente bem fundamentadas e socialmente aceitáveis, colocadas ao alcance universal de indivíduos e famílias da comunidade, mediante sua plena par- ticipação, e a um custo que estas comunidades e os países possam manter em cada fase do seu desenvolvimento, no espírito de autoconfiança e determinação.” (ALMA ATA, 1978). Portanto, para que se possa realizar a vigilância do desenvolvimento infantil na atenção primária à saúde, é necessário que os profissionais de saúde tenham conhecimentos básicos sobre desenvolvi- mento infantil. É importante que este profissional conheça como se comporta uma criança normal, que fatores podem contribuir para que seu desen- volvimento possa se alterar e reconhecer comporta- mentos que possam sugerir algum problema. Para que se possa fazer esta vigilância é necessário utilizar metodologias simples, exeqüíveis, porém cientifica- mente comprovadas e socialmente aceitas. Na tentativa de simplificar e operacionalizar a vigilân- cia do desenvolvimento infantil na atenção primária à saúde foi elaborado este instrumento, utilizando- se a metodologia da Atenção Integrada às Doenças Prevalentes na Infância. Este tem como objetivo sis- tematizar o atendimento, facilitando para os profis- sionais de saúde a orientação dos pais sobre a pro- moção do desenvolvimento normal dos seus filhos e a detecção precoce das crianças com possibilidades de apresentarem algum problema no desenvolvi- mento. Estas deverão ser referenciadas para uma avaliação por profissionais com mais experiência em desenvolvimento infantil, a fim de decidir se há real- mente um problema que deva ser investigado e qual o tratamento adequado. Amira Consuelo Figueiras Isabel Cristina Neves de Souza Viviana Graziela Rios Yehuda Benguigui Manual para Vigilância do Desenvolvimento Infantil no Contexto da AIDPI < 11 > Introdução O desenvolvimento integral da infância é funda- mental ao desenvolvimento humano e à con- strução do capital social, elementos considerados principais e necessários para romper o ciclo de pobreza e reduzir as brechas da ineqüidade, igua- lando as oportunidades não só sócio-econômicas mas também de gênero, do ser humano. Conceituar o que vem a ser desenvolvimento infan- til não é tão simples, variando com o referencial teórico que se queira adotar e os aspectos que se queira abordar. Para o pediatra, tem-se a definição clássica de Marcondes et al (1991)1, que diz “desenvolvimento é o aumento da capacidade do indivíduo na realização de funções cada vez mais complexas”; já o neuropediatra certamente pen- sará na maturação do sistema nervoso central; da mesma forma, o psicólogo, dependendo da for- mação e experiência, estará pensando nos aspec- tos cognitivos, na inteligência, adaptação, inter- relação com o meio ambiente; enquanto que o psi- canalista dará mais ênfase às relações com os out- ros e à constituição do psiquismo2. Para Mussen et al (1995)3 o desenvolvimento é definido como mudanças nas estruturas físicas e neurológicas, cognitivas e comportamentais, que emergem de maneira ordenada e são relativamente duradouras. Seu estudo consiste em detectar como e porquê o organismo humano cresce e muda durante a vida, tendo como um dos objetivos com- preender as mudanças que parecem ser universais – mudanças que ocorrem em todas as crianças, não importando a cultura em que cresçam ou as exper- iências que tenham. Um segundo objetivo é explicar as diferenças individuais. O terceiro objetivo é com- preender como o comportamento das crianças é influenciado pelo contexto ou situação ambiental. Esses três aspectos – padrões universais, diferenças individuais e influências contextuais – são necessá- rios para se entender claramente o desenvolvimento da criança. Dependendo da orientação teórica segui- da pelo pesquisador e dos tipos de questões a serem estudadas, a ênfase pode ser colocada em qualquer um desses aspectos. O modelo ecológico do desenvolvimento humano parte da concepção ecológica, na qual os difer- entes ambientes (micro e macrosociais) interatuam (fig 1). Dentro desta visão, os ambientes ou entor- rnos estão representados pelo Estado, a Comunidade e a Família. Cada um deles possue suas normas e valores. O Estado através da formu- lação de Políticas e marcos institucionais. A Comunidade, através de seus modelos de organiza- ção e participação. Finalmente, as Famílias em seu papel transcendente de proteção, cuidado e satis- fação das necessidades imediatas da infância. Resumindo, desenvolvimento infantil é um proces- so que vai desde a concepção, envolvendo vários aspectos, indo desde o crescimento físico, passan- do pela maturação neurológica, comportamental, cognitiva, social e afetiva da criança. Tem como pro- duto tornar a criança competente para responder as suas necessidades e às do seu meio, consideran- do seu contexto de vida. Incidência de alterações no desenvolvimento infantil Não existem estudos estatísticos confiáveis que retratem a real incidência de crianças com proble- < IV. VIGILÂNCIA DO DESENVOLVIMENTO INFANTIL > Referencial Teórico 1. Marcondes E, Machado DVM, Setian N, Carrazza FR. Crescimento e desenvolvimento. In: Marcondes E, coordenador. Pediatria básica. 8a ed. São Paulo: Sarvier; 1991. p.35-62. 2. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Políticas de Saúde. Área Técnica da Criança. Fundamentos técnicos-científicos e orientações práticas para o acompanhamento do crescimento e desenvolvimento - vol.2; Brasília: MS. No prelo 2002. 3. Mussen PH, Conger JJ, Kagan J, Huston AC. Desenvolvimento e personalidade da criança. 3a ed. Traduzido por Rosa MLGL. São Paulo: Herbra; 1995 Manual para Vigilância do Desenvolvimento Infantil no Contexto da AIDPI< 14 > A identificação de problemas de desenvolvimento pelo profissional ou mesmo pela família da criança parece depender de vários aspectos. Identificar alter- ações dentro de condições de risco previamente definidas, por exemplo, crianças portadoras de Síndrome de Down, é aparentemente mais simples. Quanto maior a gravidade da alteração do desen- volvimento de uma criança, maior é a facilidade e rapidez de sua identificação pelo profissional de saúde. Um outro aspecto se refere à área na qual a alteração se manifesta. Assim, alterações do desen- volvimento motor são mais facilmente identificáveis do que alterações de linguagem e cognitivas. No entanto, estas últimas têm maior correlação com o status do futuro desenvolvimento do que as alter- ações na evolução do comportamento motor. Embora as deficiências graves possam ser reconheci- das ainda na infância, distúrbios de linguagem, hiperatividade e transtornos emocionais não são comumente diagnosticados antes dos três ou quatro anos de idade. Da mesma forma, distúrbios de aprendizagem raramente são identificados antes do ingresso da criança na escola9. Para que a criança atinja todo seu potencial de desenvolvimento é necessário estar atento à sua evolução normal e aos fatores que possam intervir nesta evolução. Portanto, é necessário seu acom- panhamento não só pelos familiares, mas também por profissionais que possam ajudar na identificação das alterações, encaminhando-as o mais precoce- mente possível para tratamento. Apesar de existir um consenso entre os profissionais sobre a importância no acompanhamento do desen- volvimento da criança, a maneira como fazê-lo ainda é controvertida. Várias são as propostas e modelos para este acompanhamento10,11, passando pelos screenings de desenvolvimento – significa um processo de checagem metodológica do desenvolvi- mento das crianças aparentemente normais, com o objetivo de se identificar crianças de alto risco para problemas de desenvolvimento , utilizando-se a apli- cação de testes ou escalas, exames e outros proced- imentos; pela vigilância do desenvolvimento – com- preende todas as atividades relacionadas à pro- moção do desenvolvimento normal e à detecção de problemas de desenvolvimento, na atenção primária à saúde da criança, sendo um processo contínuo, flexível, envolvendo informações dos profissionais de saúde, pais, professores e outros; pela avaliação do desenvolvimento – investigação mais detalhada de crianças com suspeita de serem portadoras de prob- lemas no desenvolvimento, sendo geralmente multi- disciplinar e diagnóstica; e pelo monitoramento ou acompanhamento do desenvolvimento – procedi- mento de assistir de forma próxima o desenvolvi- mento da criança, sem implicar na aplicação de téc- nica ou processo específico, podendo ser periódico ou contínuo, sistemático ou informal e envolver ou não processo de screening, vigilância ou avaliação. Dependendo da finalidade, todos esses procedimen- tos têm o seu espaço no estudo do desenvolvimen- to da criança. Sendo assim, nos inquéritos popula- cionais, quando o objetivo for rastrear crianças com maior ou menor risco para problemas no desenvolvi- mento, os testes de screening são a melhor opção. No acompanhamento individual da criança, não resta dúvida da supremacia da vigilância do desen- volvimento. Nos casos da necessidade de diagnósti- co, torna-se indispensável a avaliação do desenvolvi- mento. Muitas vezes um procedimento estará imbri- cado com o outro permitindo um melhor resultado. É possível que na vigilância do desenvolvimento seja necessário o uso de alguma escala, para servir de roteiro no exame do desenvolvimento. Um papel de destaque na vigilância do desenvolvi- mento deve ser dado à opinião dos pais sobre o desenvolvimento dos seus filhos. De um modo geral há um consenso na literatura de que os pais são bons observadores e detectores acurados das defi- ciências observadas em seus filhos, mostrando uma alta sensibilidade, especificidade e valor preditivo da sua opinião na detecção de problemas no desen- volvimento dos mesmos12. 9. Palfrey JS, Singer JD, Walker DK, Butler JA. Early identification of children’s special needs: a study in five metropolitan communities. J Pediatr 1987;111:651-9 10. Baird G, Hall DMB. Developmental pediatrics in primary care: what should we teach?. Br Med J 1985;291:583-85. 11. Hutchson T, Nicoll A. Developmental screening and surveillance. Br Hosp Med 1988;39:22-9. 12. Glascoe FP. Evidence-based approach to developmental and behavioral surveillance using parents’ concerns. Child Care Health Dev 2000;26(2):137-49. < 15 >Vigilância do desenvolvimento infantil—Referencial teórico Tratamento das alterações do desenvolvimento infantil O tratamento das crianças com atraso no desenvolvi- mento vai depender muito do que está causando aquele problema. Se a criança apresenta um atraso devido a problemas ambientais, como falta de estí- mulo por parte de quem cuida da mesma, o trata- mento consistirá em orientações aos pais sobre a importância da relação entre o seu desenvolvimento e a maneira como lidam com ela, da sua interação com a criança. Muitas vezes é necessário tratar a mãe depressiva, que não consegue interagir com sua criança. Se há uma patologia provocando o atra- so, como a toxoplasmose e o hipotiroidismo con- gênito, é necessário tratá-las com medicamentos o mais breve possível, além do tratamento funcional com equipe multiprofissional – pediatra, neurolo- gista, psicólogo, fisioterapeuta, terapeuta ocupa- cional , fonoaudiólogo, etc. Se o atraso é seqüela de algo já acontecido, como a anóxia neonatal, o ker- nicterus ou uma infecção do sistema nervoso central, o tratamento consistirá em tratar funcionalmente as alterações presentes. Nunca se deve esperar o esclarecimento etiológico de um atraso no desen- volvimento para se iniciar um tratamento funcional, pois muitas vezes, dependendo dos recursos disponíveis, leva-se muito tempo ou não se con- segue chegar a uma etiologia. São inúmeras as experiências demonstrando que a estimulação nos três primeiros anos de vida, para crianças com atra- so no desenvolvimento já estabelecidos ou aquelas com risco de atraso, melhora sua performance, devendo, portanto ser incentivado o seu início o mais cedo possível. Manual para Vigilância do Desenvolvimento Infantil no Contexto da AIDPI< 16 > 1 – Rosa tem 3 meses. Durante a gravidez, sua mãe apresentou por várias vezes perdas sangüíneas, necessitando permanecer em repouso. Rosa nasceu de parto normal, com 34 semanas gestacionais, pesando 2.100g. Não chorou logo ao nascer, sendo levada ao berçário, onde permaneceu hospitalizada por 7 dias. Atualmente, está sendo acompanhada num Programa de Recém-nascido de Risco. Identifique e classifique os fatores de risco para o desenvolvimento de Rosa. R: ____________________________________________ ______________________________________________ ______________________________________________ ______________________________________________ ______________________________________________ ______________________________________________ 2 – Pedro tem 10 meses. Nasceu a termo de parto normal, pesando 3.300g; chorou logo ao nascer e não apresentou qualquer anormalidade. Durante a gestação sua mãe fazia uso de álcool. É depressiva, não queria engravidar, não vive bem com o pai do Pedro, havendo sempre muitas discussões e até mesmo agressões físicas entre os dois. Pedro é uma criança muito irritada, chora muito. Está sendo acompanhado numa Unidade Básica de Saúde. Identifique e classifique os fatores de risco para o desenvolvimento de Pedro. R: ____________________________________________ ______________________________________________ ______________________________________________ ______________________________________________ ______________________________________________ 3 – Mário tem 2 meses. Nasceu a termo, pesando 3.800g, de parto normal não apresentando intercor- rências. Na gestação a mãe não realizou pré-natal. Teve alta da Maternidade com 24 horas de vida. No segundo dia em casa, a mãe percebeu que estava ficando “amarelinho”. Foi orientada a colocá-lo para pegar sol de manhã cedo, porém Mário não mel- horou. Seu quadro agravou no 5º dia, quando apre- sentou crise convulsiva e foi levado para hospitaliza- ção. Permaneceu 20 dias num berçário, em fototer- apia, tendo realizado duas transfusões de sangue. Estas informações foram relatadas pela mãe, pois o hospital não forneceu laudo médico. Mário é o ter- ceiro filho. Sua mãe refere que seu segundo filho morreu com 1 semana de nascido e que ficou muito “amarelinho”. Identifique e classifique os fatores de risco para o desenvolvimento de Mário. R: ____________________________________________ ______________________________________________ ______________________________________________ ______________________________________________ ______________________________________________ ______________________________________________ 4 – Ana tem 2 anos e não fala nada. Pertence a uma família de 6 filhos, a mãe trabalha fora e Ana fica em casa sob os cuidados dos irmãos mais velhos de 9 e 10 anos. Seu pai é alcoólatra, havendo muitos confli- tos no seu lar. Quando tinha 8 meses, Ana teve um quadro com febre alta e crises convulsivas. Ficou hos- pitalizada por 15 dias. Na sua gestação a mãe tomou alguns comprimidos (Citotek) para abortar, pois não queria mais um filho. Identifique e classifique os fatores de risco para o desenvolvimento de Ana. R: ____________________________________________ ______________________________________________ ______________________________________________ ______________________________________________ ______________________________________________ ______________________________________________ EXERCÍCIOS Agora você deverá ler os casos descritos a seguir e responder sobre quais fatores de risco estão presentes em cada um deles. > Continue perguntando: • Pergunte também sobre os antecedentes da criança até o momento da consulta. • Sua criança apresentou algum problema de saúde mais sério até hoje? Algumas doenças comuns na infância podem alterar o desenvolvimento da criança, tais como: convulsões, meningites, encefalites, trauma- tismos cranianos, infecções respiratórias e de otites de repetição, etc. Também é importante saber sobre alguns prob- lemas familiares que possam interferir no desen- volvimento da criança. Pais consangüíneos têm maior probabilidade de apresentar crianças com alterações genéticas cuja herança seja autossômica recessiva. > Pergunte: • Você e o pai da criança são parentes? • Existe alguma pessoa com problema mental ou físico na família de vocês? As condições de vida de uma criança podem favorecer ou dificultar seu pleno desenvolvimento. > Pergunte: • Como e com quem sua criança costuma brincar? • Onde e com quem ela fica a maior parte do dia? Investigue se a criança freqüenta creche ou se fica em casa. Pergunte para mãe se ela permanece muito tempo na rede ou berço, se convive com outras crianças ou só com adultos e se as pessoas dão atenção e brincam com a mesma. Em caso afirmativo investigue, qual o tipo de brinquedo que lhe é oferecido. Investigue ainda sobre: - Escolaridade materna, convivência familiar, aden- samento familiar, violência doméstica, existência de usuários de drogas ou álcool em convivência com a criança, etc. Após esta investigação inicial que deve fazer parte de um contexto mais amplo da Primeira Consulta da criança na Unidade Básica de Saúde, antes de iniciar a observação do desenvolvimento da criança pergunte sempre à mãe: • O QUE A SENHORA ACHA DO DESENVOLVI- MENTO DA SUA CRIANÇA? A mãe é quem mais convive com a criança, por- tanto, é quem mais a observa. Comparando-a com outras crianças, na maioria das vezes, é ela quem primeiro percebe que seu filho não vai bem. Valorize sua opinião, e quando esta achar que a criança não vai bem, redobre sua atenção na vigilância do desenvolvimento desta criança. Feita as perguntas para investigar os fatores de risco e a opinião da mãe sobre o desenvolvi- mento do seu filho, verifique e observe a criança. Não deixe de observar a forma da cabeça e medir perímetro cefálico e verificar em qual percentil se encontra no Gráfico de Perímetro Cefálico do NCHS. Verifique também se existem alterações fenotípicas, tais como implantação baixa de orelhas, olhos muito afas- tados, etc. Certifique-se que o ambiente para a avaliação seja o mais tranqüilo possível e que a criança esteja em boas condições emocionais e de saúde para iniciar o exame. Se por algum moti- vo não for possível avaliar o desenvolvimento da criança naquela consulta ou se ficar em dúvida quanto a algum item da avaliação, marque um retorno o mais breve possível para proceder esta avaliação com mais segurança. Verifique o desenvolvimento da criança Siga o roteiro proposto para a vigilância do desen- volvimento infantil e observe e verifique se a cri- ança cumpre com o conjunto de condições que servirão para classificar seu desenvolvimento. Se a criança tem menos de 2 meses utilize o quadro Vigilância do Desenvolvimento da Criança menor de 2 meses (Anexo, Quadro 1). Caso a criança tem de 2 meses a 2 anos utilize o quadro Vigilância do Desenvolvimento da Criança de 2 meses a 2 Anos de Idade (Anexo, Quadro 2). Para os prematuros até os 12 meses de idade cronológica utilize a idade corrigida. Avalie o desenvolvimento da criança < 19 > Manual para Vigilância do Desenvolvimento Infantil no Contexto da AIDPI < 21 > No grupo de crianças menores de dois meses vamos observar os seguintes comportamentos: Menor de 1 mês • Reflexo de Moro • Reflexo cócleo-palpebral • Reflexo de sucção • Braços e pernas flexionados • Mãos fechadas Reflexo de Moro Posição da criança: coloque a criança em decúbito dorsal (de costas). Existem várias maneiras de verificar a sua presença; uma delas consiste em colocar a criança deitada em decúbito dorsal sobre uma superfície lisa, forra- da com uma fralda ou manta, devendo esta ser bruscamente repuxada. Outra maneira é fazer um estímulo sonoro forte, como bater palmas logo acima da cabeça da criança. Resposta esperada: consiste na extensão, abdução e elevação de ambos os membros superiores, seguida de retorno à habitual atitude flexora em adução. Esta resposta deve ser simétrica e completa. Reflexo cócleopalpebral Posição da criança: colocar a criança em decúbito dorsal (de costas) Bata palmas a cerca de 30 cm da orelha DIREITA da criança e verifique a sua resposta. Repita da mesma maneira o estímulo na orelha ESQUERDA e veri- fique sua resposta. Deve ser obtido em no máximo 2 a 3 tentativas, em vista da possível habituação ao estímulo. Resposta esperada: piscamento dos olhos. Reflexo de sucção Posição da criança: peça a mãe que coloque a cri- ança ao seio e observe. Se ela mamou há pouco tempo estimule seus lábios com o dedo e observe. Resposta esperada: a crinça deverá sugar o seio ou realizar movimentos de sucção com os lábios e lín- gua ao ser estimulado com o dedo. Braços e pernas flexionados Posição da criança: coloque deitada de costas e observe. Postura esperada: devido o predomínio do tônus flexor nesta idade, os braços e pernas da criança deverão estar flexionados. Mãos fechadas Posição da criança: com a criança em qualquer posição observe suas mãos. Postura esperada: suas mãos, nesta faixa etária, permanecem fechadas. < VII. VIGILÂNCIA DO DESENVOLVIMENTO DE CRIANÇAS MENORES DE 2 MESES > Manual para Vigilância do Desenvolvimento Infantil no Contexto da AIDPI< 24 > volvimento. Isto será determinado pela equipe especializada que vai atendê-la, após exame crite- rioso. Se houver algum problema, a criança rece- berá cuidados e orientações necessárias. Obs.: Nos locais onde estiver implantado a triagem neonatal para hipotiroidismo, fenilcetonúria, emis- sões otoacústicas e/ou outros, encaminhe a criança para fazê-lo. Na consulta de retorno da criança classificada como Desenvolvimento Normal com Fatores de Risco observe e verifique a presença dos reflexos e/ou habilidades de acordo com sua faixa etária. Caso estejam presentes e normais elogie a mãe, oriente-a sobre a estimulação do seu filho, marque a próxima consulta de acordo com a rotina do serviço de saúde e informe a mãe sobre os sinais de alerta para retornar antecipadamente. Caso apresente ausência dos reflexos e/ou habilidades de acordo com sua faixa etária, reclassifique-a como Provável Atraso no Desenvolvimento e encaminhe-a para avaliação neuropsicomotora. Se apresentar alguma alteração na sorologia para infecção congênita encaminhe para avaliação neu- ropsicomotora onde também deverá ser feito o tratamento específico, se necessário. Se no retorno a criança já apresentar 2 meses ou mais, utilize para sua avaliação o Anexo, Quadro 2. • Referir para avaliação neuropsicomotora PROVÁVEL ATRASO NO DESENVOLVIMENTO DESENVOLVIMENTO NORMAL COM FATORES DE RISCO DESENVOLVIMENTO NORMAL • Orientar a mãe sobre a estimulação de seu filho • Marcar consulta de retorno em 15 dias • Informar a mãe sobre os sinais de alerta para retornar antes de 15 dias • Elogiar a mãe • Orientar a mãe para que continue estimulando seu filho • Retornar para acompanhamento conforme a rotina do serviço de saúde • Informar a mãe sobre os sinais de alerta para retornar antes Quadro 2 < 25 > 1 – Fernanda tem 28 dias. Sua mãe tem 15 anos e fez uso de drogas na gestação. Nasceu a termo, porém pesou 2.300g. O parto foi normal e não chorou logo ao nascer. Ficou hospitalizada por 10 dias. Agora está sob os cuidados dos avós. Em casa, a avó tem notado-a muito quieta e com dificuldade para alimentar-se. Foi levada ao serviço de saúde pela avó. O profissional que a atendeu, após per- guntar sobre as condições da gestação, do parto e de nascimento, observou que não apresentava o Reflexo de Moro, nem reagia aos estímulos sonoros, seus braços e pernas estavam estendidos e hipotônicos e não apresentava o reflexo de sucção. Seu perímetro cefálico era de 36 cm e não apresentava altera-ções fenotípicas. Avalie, classi- fique e oriente a avó de Fernanda quanto ao seu desenvolvimento, utilizando-se da metodologia da estratégia da AIDPI, preenchendo a ficha de avali- ação abaixo. Que conduta você tomaria de acordo com a classificação dada? FICHA DE AVALIAÇÃO 1 VERIFICAR O DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA DE 0 a < 2 de MESES DE IDADE Nome: ______________________________ Idade: __________ Peso: __________ Kg Temperatura: _______ °C PERGUNTAR: Quais são os problemas da criança? _________________________ Primeira consulta? ____ Consulta de retorno? ____ AVALIAR CLASSIFICAR Avaliar o desenvolvimento da criança de 1 semana a 2 meses de idade • Alteração no perímetro cefálico: Sim ____ Não ____ • Presença de 3 ou mais alterações fenotípicas: Sim ____ Não ____ • Alteração de reflexos/postura/ habilidades: Sim ____ Não ____ PERGUNTE OBSERVE R: EXERCÍCIOS Vigilância do desenvolvimento da criança menor de 2 meses • Houve algum problema durante a gestação, parto ou nascimento? _____ • Quanto pesou quando nasceu? ____ • Qual a idade gestacional? ____ • Seu filho teve alguma doença grave como meningite, encefalite, traumatismo craniano, convulsões, etc...? _____ • O que a senhora acha do desenvolvi- mento do seu filho? VERIFIQUE: Existem fatores de risco sociais (depressão materna, alcoolismo, drogas, violência, etc.)? _____ Examine se há alterações fenotípicas ou no perímetro. LEMBRE-SE: Se a mãe da criança disse que seu filho tem algum problema no desenvolvimento ou se existe algum fator de risco, fique muito atento na avaliação do seu desenvolvimento Manual para Vigilância do Desenvolvimento Infantil no Contexto da AIDPI< 26 > 2 – João tem 1 mês e 15 dias. Sua gestação transcorreu sem problemas, tendo sua mãe feito o pré-natal desde o segundo mês de gravidez. Seus pais não são parentes nem há histórico de pessoas com problemas físicos e mentais na família de ambos. João nasceu a termo, pesou 3.600g, chorou logo ao nascer, não tendo apresentado nenhuma alteração no período neonatal. Está sendo acom- panhado no Programa da de Saúde da Família. Compareceu hoje à unidade para acompanhamen- to do crescimento e desenvolvimento. Está pesan- do 4.900g, em aleitamento materno exclusivo. Seu perímetro cefálico é de 38 cm e não apresenta alterações fenotípicas, O profissional avaliou seu desenvolvimento. Observou que João já responde ao sorriso, emitia sons, movimenta as pernas alter- nadamente e já abre as mãos em alguns momen- tos. Avalie e classifique o desenvolvimento de João segundo a estratégia da AIDPI, preenchendo a ficha de avaliação abaixo. Que conduta você tomaria de acordo com a classificação dada? Que orientação você daria para a mãe de João? FICHA DE AVALIAÇÃO 1 VERIFICAR O DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA DE 0 A < 2 de MESES DE IDADE Nome: ______________________________ Idade: __________ Peso: __________ Kg Temperatura: _______ °C PERGUNTAR: Quais são os problemas da criança? _________________________ Primeira consulta? ____ Consulta de retorno? ____ AVALIAR CLASSIFICAR Avaliar o desenvolvimento da criança de 1 semana a 2 meses de idade • Houve algum problema durante a gestação, parto ou nascimento? _____ • Quanto pesou quando nasceu? ____ • Qual a idade gestacional? ____ • Seu filho teve alguma doença grave como meningite, encefalite, traumatismo craniano, convulsões, etc...? _____ • O que a senhora acha do desenvolvi- mento do seu filho? VERIFIQUE: Existem fatores de risco sociais (depressão materna, alcoolismo, drogas, violência, etc.)? _____ Examine se há alterações fenotípicas ou no perímetro. LEMBRE-SE: Se a mãe da criança disse que seu filho tem algum problema no desenvolvimento ou se existe algum fator de risco, fique muito atento na avaliação do seu desenvolvimento. • Alteração no perímetro cefálico: Sim ____ Não ____ • Presença de 3 ou mais alterações fenotípicas: Sim ____ Não ____ • Alteração de reflexos/postura/ habilidades: Sim ____ Não ____ PERGUNTE OBSERVE R: criança fez. Novamente comece a prova, agora do lado ESQUERDO. Lembre-se que caso a criança perca de vista o pompom você pode reiniciar o movimento (3 tentativas). Realização adequada: Se a criança acompanhar o pompom, somente com os olhos ou com os olhos e a cabeça, para os dois lados, ela alcançou este marco. Reage ao som. Posição da criança: deitada em decúbito dorsal (de costas) na maca ou colchonete. Fique atrás da criança e segure o chocalho do lado e próximo à orelha DIREITA (20 a 30 cm), de tal modo que a criança não possa vê-lo. Balance o chocalho suavemente e pare (primeira tentativa). Se a criança não responder, repita o procedimento (no máximo 3 tentativas). Novamente comece a prova, agora na orelha ESQUERDA. Lembre-se que caso da criança não apresente reação ao som, você pode repetir o estímulo (3 tentativas). Realização adequada: Se a criança demonstrar qualquer mudança de comportamento tais como movimento dos olhos, mudança de expressão facial ou de freqüência respiratória, ela alcançou este marco. Eleva a cabeça. Posição da criança: decúbito ventral (barriga para baixo) na maca ou colchonete. Realização adequada: Se a criança levantar a cabeça na linha média, desencostando o queixo da superfície mesmo que momentaneamente, sem virar-se para um dos lados, ela alcançou este marco. Na faixa dos quatro meses vamos observar os seguintes comportamentos: 4 MESES: • Responde ao examinador. • Segura objetos. • Emite sons. • Sustenta a cabeça. Responde ao examinador. Posição da criança: deitada em decúbito dorsal (de costas) na maca ou colchonete. Fique em pé à frente da criança de maneira que ela possa ver o seu rosto. Converse com ela: “Oi, (diga o nome da criança), que lindo bebê!” ou algo semelhante. Observe a reação da criança (sorriso, vocalização, choro). Caso a criança não responda peça a mãe que posicione o rosto à frente da cri- ança e fale com ela. Observe a resposta da criança. Realização adequada: Se a criança olhar no olho do examinador ou da mãe, sorrir ou emitir sons ten- tando “conversar”, ela terá atingido este marco. Segura objetos. Posição da criança: deitada em decúbito dorsal (de costas) na maca ou colchonete. Segure o chocalho e toque o dorso ou a ponta dos dedos da criança. Observe a reação da criança. Realização adequada: Se a criança segurar o objeto por alguns segundos, terá alcançado este marco. < 29 >Vigilância do desenvolvimento da criança de 2 meses a dos anos de idade Emite sons. Posição da criança: deitada em decúbito dorsal (de costas) na maca ou colchonete. Fique em pé à frente da criança de maneira que ela possa ver o seu rosto. Converse com ela: “Oi, (diga o nome da criança), que lindo bebê!” ou algo semelhante. Observe se a criança responde a sua fala com vocalizações. Realização adequada: Se a criança emitir sons (gugu, aaaa, eeee, etc), considere alcançado este marco. Caso a mãe diga que ela faz em casa reg- istre, mas compute o que você verificou. Sustenta a cabeça. Coloque a criança sentada mantendo suas mãos apoiando-lhe o tronco, ou peça para mãe fazê-lo. Se a criança mantiver a cabeça firme, sem movimentos oscilatórios, durante alguns segundos, considere atingido este marco. Na faixa de 6 meses vamos observar os seguintes comportamentos: 6 MESES: • Alcança um brinquedo. • Leva objetos a boca. • Localiza o som. • Rola. Alcança um brinquedo. Posição da criança: Sentada no colo da mãe, de frente para o examinador. Pegue um cubo vermelho e coloque-o ao alcance da criança (sob a mesa ou na palma de sua mão, por exemplo). Chame a atenção da criança para o cubo, tocando ao lado dele. Você não deve dar o cubo na mão da criança. Realização adequada: Se a criança tentar apanhar o brinquedo estendo o braço ou lançando seu corpo até ele, ela terá atingido esse marco. Ela não pre- cisa necessariamente apanhar o brinquedo. Leva objetos à boca. Posição da criança: Sentada no colo da mãe, de frente para o examinador. Pegue um cubo vermelho e coloque-o ao alcance da criança (sob a mesa ou na palma de sua mão, por exemplo). Chame a atenção da criança para o cubo, tocando ao lado dele. Caso a criança não o alcance ou não tente alcançar, você deve colocar o cubo na mão da criança. Realização adequada: Se a criança levar o cubo à boca, ela terá alcançado este marco. Localiza o som. Posição da criança: Sentada no colo da mãe, de frente para o examinador. Ofereça um brinquedo (caneca ou o cubo) para a criança se distrair. Coloque-se atrás dela, fora da sua linha de visão e balance o chocalho suave- mente próximo da sua orelha DIREITA. Observe a resposta e registre. Repita o estímulo na orelha ESQUERDA. Realização adequada: Se a criança responder voltando a cabeça para o som em ambos os lados, ela terá atingido este marco. Rola. Posição da criança: deitada em decúbito dorsal (de costas). Coloque ao lado da criança deitada o chocalho chamando a atenção dela para o mesmo. Observe se a criança consegue virar-se sozinha para pegar o chocalho (posição de decúbito dorsal para decúbito ventral). Realização adequada: Se a criança mudar de posição, virando-se totalmente, ela terá atingido este marco. Caso a mãe diga que ela faz em casa registre, mas compute o que você verificou. Manual para Vigilância do Desenvolvimento Infantil no Contexto da AIDPI< 30 > Na faixa de 9 meses vamos observar os seguintes comportamentos: 9 MESES: • Brinca de esconde –achou. • Transfere objetos de uma mão para outra. • Duplica sílabas. • Senta sem apoio. Brinca de esconde-achou. Posição da criança: sentada no colchonete ou no colo da mãe. Coloque-se na frente da criança e brinque de desa- parecer e aparecer, atrás de um pano ou atrás da mãe. Observe se a criança faz movimentos para procurá-lo quando desaparece, como tentar puxar o pano ou olhar atrás da mãe. Realização adequada: Se ela tentar tirar o pano do seu rosto ou olhar atrás da mãe, terá alcançado este marco. Transfere objetos de uma mão para outra. Posição da criança: sentada no colchonete ou no colo da mãe. De frente para a criança, ofereça um cubo para que ela segure. Observe se ela tenta passar de uma mão para a outra. Caso não o faça, ofereça outro cubo, estendendo sua mão na direção da linha média da criança, e observe. Realização adequada: Se ela transfere o primeiro cubo para a outra mão, terá alcançado este marco. Duplica sílabas. Posição da criança: sentada no colchonete ou no colo da mãe. Observe se a criança fala “papa”, “dada”, “mama” durante a consulta. Se não o fizer, fale com ela ou peça para a mãe faze-lo, na tentativa de provocar a produção do balbucio. Pergunte a mãe se ela o faz em casa. As palavras não precisam, necessaria- mente, ter significado. Registre a produção verbal. Realização adequada: Se a criança produz sílabas duplicadas, ou se a mãe referir que ela o faz, terá alcançado este marco. Senta sem apoio. Posição da criança: a na maca ou no colchonete. Dê um chocalho ou a caneca para a criança segu- rar e verifique se ela fica sentada sem o apoio das mãos. Realização adequada: Se ela conseguir ficar senta- da segurando o objeto com as mãos, sem qualquer outro tipo de apoio, terá alcançado este marco. Na faixa de 12 meses vamos observar os seguintes comportamentos: 12 MESES: • Imita gestos. • Faz pinça. • Jargão. • Anda com apoio. Imita gestos. Posição da criança: sentada no colchonete ou no colo da mãe. Pergunte para a mãe que tipo de gesto ela já ensi- nou para seu filho (por exemplo: “bater palmas”, “jogar beijo”, “dar tchau”, etc). De frente para a cri- ança faça um destes movimentos e verifique se a criança o imita. Caso a criança não imite, peça para a mãe tentar estimulá-la. Se mesmo assim a cri- ança se recusar a fazê-lo, pergunte a mãe se ela o faz em casa. Realização adequada: Se a criança imitar o gesto, terá alcançado este marco. Caso a mãe diga que ela faz em casa registre, mas compute o que você verificou. Pinça. Posição da criança: sentada no colchonete ou no colo da mãe. Coloque sobre o colchonete ou sobre a palma da mão do examinador, uma semente de milho ou fei- < 31 >Vigilância do desenvolvimento da criança de 2 meses a dos anos de idade Manual para Vigilância do Desenvolvimento Infantil no Contexto da AIDPI< 34 > Quadro 3 • Referir para avaliação neuropsicomotora PROVÁVEL ATRASO NO DESENVOLVIMENTO POSSÍVEL ATRASO NO DESENVOLVIMENTO DESENVOLVIMENTO NORMAL COM FATORES DE RISCO DESENVOLVIMENTO NORMAL • Orientar a mãe sobre a estimulação de seu filho • Marcar consulta de retorno em 30 dias • Informar a mãe sobre os sinais de alerta para retornar antes de 30 dias • Elogiar a mãe. • Orientar a mãe para que continue estimulando seu filho. • Retornar para acompanhamento conforme a rotina do serviço de saúde. • Informar a mãe sobre os sinais de alerta para retornar antes. • Ausência de um ou mais marcos para a faixa etária anterior • Perímetro cefálico <p10 ou >p 90; ou • Presença de 3 ou mais alterações fenotípicas PROVÁVEL ATRASO NO DESENVOLVIMENTO POSSÍVEL ATRASO NO DESENVOLVIMENTO DESENVOLVIMENTO NORMAL COM FATORES DE RISCO DESENVOLVIMENTO NORMAL • Ausência de um ou mais marcos para a sua faixa etária • Todos os marcos para a sua faixa etária estão presentes mas existem um ou mais fatores de risco • Todos os marcos para a sua faixa etária estão presentes Quadro 4 < 35 >Vigilância do desenvolvimento da criança de 2 meses a dos anos de idade Tira roupa. Posição da criança: qualquer posição. Durante o exame da criança, solicite que ela tire qualquer peça de roupa, exceto a meia, fraldas ou chinelos, fáceis de retirar. O objetivo é verificar se a criança é capaz de remover uma peça de roupa, demonstrando independência. Se a criança não quiser fazê-lo pergunte a mãe se ela o faz em casa. Realização adequada: Se a criança for capaz de remover qualquer peça de roupa, ou se a mãe rela- ta que ela faz em casa, terá alcançado este marco. Constrói torre de 3 cubos. Posição da criança: sentada no colo da mãe ou no chão. Coloque 3 cubos sobre a mesa ou no chão em frente à criança. Pegue outros 3 cubos e faça um torre com eles. Diga para a criança: “Faça uma torre como a minha. Construa uma torre”. São permiti- da 3 tentativas. Realização adequada: Se a criança colocar os 3 cubos, um cubo sobre o outro e eles não cairem quando ela retirar sua mão, terá alcançado este marco. Aponta 2 figuras. Posição da criança: sentada no colo da mãe ou no colchonete. Mostre a folha de papel com as 5 figuras pássaro, cachorro, menina, carro e flor. (Anexo, Quadro de Figuras). Solicite à criança: “Mostre a menina” ou “Cadê a menina?” Registre a resposta da criança. Repita o mesmo procedimento para todas as figuras. Realização adequada: Se a criança apontar correta- mente 2 das 5 figuras, terá alcançado este marco. Chuta bola. Posição da criança: em pé. Posicione a bola a mais ou menos 15 cm da criança ou jogue a bola para a mesma. Verifique se ela chuta a bola. Pode demonstrar como fazê-lo. Realização adequada: Se a criança chutar a bola sem apoiar-se em objetos terá alcançado este marco. Terminada a observação você irá classificar o desenvolvimento da criança de acordo com o Quadro 3. Se a criança apresentar todos os marcos para sua faixa etária e não apresentar fatores de risco para o desenvolvimento, ela deve estar com o Desenvolvimento Normal (faixa verde). Se ela apresenta ausência de um ou mais marcos para a sua faixa etária, é possível que apresente um atraso no desenvolvimento. Verifique então os mar- cos da faixa etária anterior. Se os marcos da faixa etária anterior estiverem presentes e só os da sua faixa etária estiverem ausentes, esta criança terá um Possível Atraso no Desenvolvimento (faixa amarela). Se todos os marcos para a sua faixa etária estão presentes mas existem um ou mais fatores de risco classifique esta criança como Desenvolvimento Normal com fatores de Risco (faixa amarela). Se deixar de apresentar ausência de um ou mais marcos da faixa etária anterior, ou presença sinal de alerta no exame físico (três ou mais alterações fenotípicas , assim como perímetro cefálico <p10 ou >p90) classifique-a como Provável Atraso no Desenvolvimento (faixa vermelha). Feita a classificação do desenvolvimento tome as condutas de acordo com o Quadro 4. Se a criança for classificada com Desenvolvimento Normal, elogie a mãe e oriente que continue estimulando seu filho. Oriente para retornar para o acompanhamento do desenvolvimento de acordo com a rotina do serviço de saúde. A sugestão é que seja a cada 2 meses, na faixa etária entre 4 a 6 meses, de 3 em 3 meses na faixa etária entre 6 a 18 meses e 1 vez a cada 6 meses na faixa etária de 18 a 24 meses. Se a criança for classificada com Possível Atraso no Desenvolvimento ou Desenvolvimento Manual para Vigilância do Desenvolvimento Infantil no Contexto da AIDPI< 36 > Normal com Fatores de Risco, oriente a mãe como estimular sua criança, marque retorno com 30 dias e informe a mãe sobre os sinais de alerta para retornar antes dos 30 dias. Entre estes sinais destacamos as convulsões ou se a criança deixa de fazer alguma habilidade que já fazia antes. Se a criança for classificada com Provável Atraso no Desenvolvimento refira para avaliação neurop- sicomotora e orientação por um profissional que tenha conhecimentos mais aprofundados de desenvolvimento infantil. Para as crianças com alterações fenotípicas, se possível encaminhe para um Serviço de Genética, pois nem toda síndrome genética cursa com atraso de desenvolvimento. Explique a mãe que o fato da criança está sendo referenciada para avaliação não quer dizer que nec- essariamente tenha algum atraso no desenvolvi- mento. A equipe especializada que vai atendê-la, após exame criterioso, é quem vai lhe dizer sobre a sua condição de ter ou no algum tipo de problema. E, se houver problemas, a criança estará recebendo os cuidados e orientações necessárias. Na Consulta de Retorno da criança com Possível Atraso no Desenvolvimento observe se a criança já apresenta os marcos que estavam ausentes. Caso afirmativo, elogie a mãe e oriente sobre a estimulação da criança e a retornar para o acom- panhamento do desenvolvimento de acordo com a rotina do serviço de saúde. Se não progrediu, reclassifique como Provável Atraso no Desen- volvimento e refira para avaliação neuropsicomo- tor. Se foi classificada como Desenvolvimento Normal com Fatores de Risco e continua apresen- tando os marcos do desenvolvimento para sua faixa etária presentes, elogie a mãe e oriente sobre a estimulação da criança e para retornar para o acompanhamento do desenvolvimento de acordo com a rotina do serviço de saúde. Informe também sobre os sinais de alerta para retornar antes da data do retorno. Se deixar de apresentar algum marco para sua faixa etária, refira para avaliação neuropsi- comotora. < 39 >Algumas orientações para promoção do desenvolvimento infantil saudável • Criança de 9 a 12 meses Brincar com a criança através de músicas, fazen- do gestos (bater palmas, dar tchau) solicitando a resposta. Proporcionar o contato da criança com objetos bem pequenos (bago de feijão, de milho, contas) para que ela desenvolva preen- sões em pinça (ter cuidado para que ela não leve o objeto à boca). Conversar com a criança estim- ulando que ela domine o nome das pessoas e objetos do seu convívio. Deixar a criança em local onde ela possa fazer a mudança da posição sentada para a posição de pé com apoio (sofá, cama, cadeira) e onde ela possa deslocar-se segurando nos móveis. • Criança de 12 a 15 meses: Estimular para que a criança dê tchau, jogue beijo, bata palmas, atenda telefone. Dar a criança recipientes e objetos de diversos tamanhos, para que ela desenvolva a função de encaixe e de continente. Ensinar palavras simples à criança através de rimas, músicas e de sons comumente falados. Proporcionar que ela possa deslocar-se em pequenas distâncias com segurança para poder desencadear a marcha livre. • Criança de 15 a 18 meses: Solicitar á criança objetos diversos, denominan- do-os, ajudando a aumentar seu repertório de conhecimento, assim como as funções de dar, pegar, largar e sempre que possível, demonstrar. Dar papel, giz de cera (tipo estaca, grosso) para iniciar as atividades auto-expressivas (rabisco espontâneo). Brincar com a criança solicitando que ela ande para frente e para trás (marcha ré), inicialmente com ajuda. • Criança de 18 a 24 meses: Estimular a criança a colocar e tirar suas vesti- mentas nos momentos indicados, inicialmente com ajuda. Realizar brincadeiras com objetos que possam ser empilhados, demonstrando. Solicitar que ela localize figuras de revistas e jogos previamente nominados. Brincar de chutar bola (fazer gol). Manual para Vigilância do Desenvolvimento Infantil no Contexto da AIDPI < 41 > Agora vamos passar algumas crianças e vocês observarão o seu desenvolvimento. Faça sua classi- ficação e qual a conduta adequada para cada caso. Caso n º 1. Odair é um menino de 1 ano e 9 meses de idade. Compareceu hoje à Unidade de Saúde porque estava com tosse e febre. Sua mãe também acha que ele é deficiente. O profissional de saúde avaliou-o, classificou-o e orientou seu tratamento segundo a estratégia da AIDPI. Durante a consulta pode observar também o seu desenvolvimento. Observe você também. • Como você classificaria o desenvolvimento de Odair? Justifique sua resposta. _____________________________________________ _____________________________________________ • Que conduta você tomaria em relação a ele ? _____________________________________________ _____________________________________________ Caso n º 2. Emanuelle tem 4 meses. Veio hoje a Unidade de Saúde para consulta de rotina e para tomar vacina. O profissional de saúde examinou-a, fez todas as orientações quanto ao aleitamento materno e vacinas. Também observou o seu desen- volvimento. Observe você também. • Como você classificaria o desenvolvimento de Emanuelle? Justifique sua resposta. _____________________________________________ _____________________________________________ • Que conduta você tomaria em relação a ela ? _____________________________________________ _____________________________________________ Caso n º 3. Alana tem 1 ano e 4 meses meses. Veio hoje a Unidade de Saúde. Porque estava apresentando diarréia há 3 dias. Sua mãe está preocupada também porque Alana ainda não fala palavra alguma. O profissional de saúde examinou Alana e fez suas orientações. • O que você acha do desenvolvimento da Alana? Justifique sua resposta. _____________________________________________ _____________________________________________ • Que conduta você tomaria em relação a ela ? _____________________________________________ _____________________________________________ Caso n º 4. Gilson fez 11 meses de idade. Sua mãe o trouxe hoje a Unidade de Saúde porque ele está com febre. Também acha ele muito mole. Já falou sobre isto em outras consultas, mas o profissional de saúde não lhe orientou sobre este problema. • O que você acha do desenvolvimento da Gilson? Justifique sua resposta. _____________________________________________ _____________________________________________ • Que conduta você tomaria em relação a ele ? _____________________________________________ _____________________________________________ Caso n º 5. Suiane foi prematura de 7 meses. Está hoje com 12 meses e compareceu a Unidade de Saúde porque chorou muito a noite. Sua mãe acha que estava com dor de ouvido. O profissional de Saúde examinou Suriane e fez suas orientações. • O que você acha do desenvolvimento da Suriane? Justifique sua resposta. _____________________________________________ _____________________________________________ • Que conduta você tomaria em relação a ela ? _____________________________________________ _____________________________________________ < X. EXERCÍCIOS COM VÍDEO > Manual para Vigilância do Desenvolvimento Infantil no Contexto da AIDPI< 44 > 2 – Mariana tem 4 meses. Compareceu à unidade de saúde porque estava com “feridas” no corpo. Ao examiná-la, o profissional percebeu que Mariana não fazia interação com as pessoas. Indagando à mãe se ela não sorria, a mãe respondeu que Mariana era muito séria, não gostava de ficar no colo, preferindo ficar no berço olhando para um brinquedo que ela pendurava. Também referiu que, como trabalhava muito, tinha pouco tempo para brincar com Mariana. Quanto a sua gestação, parto e nascimento, a mãe informou que transcorreu tudo bem. Fez pré-natal, o parto foi normal, Mariana pesou 3.200g e não apresentou nenhuma intercorrência. Indagada se tinha algum grande par- entesco com o pai de Mariana, a mãe informou que eram primos de primeiro grau. O profissional verifi- cou que Mariana não apresentava alterações fenotípicas e seu perímetro cefálico era de 40 cm. Com essas informações, classifique o desenvolvi- mento de Mariana segundo a estratégia da AIDPI, preenchendo a ficha de avaliação abaixo. Que con- duta você tomaria com relação à Mariana? AVALIAR CLASSIFICAR Avaliar o desenvolvimento da criança de 2 meses a 2 anos de idade • Houve algum problema durante a gestação, parto ou nascimento? _____ • Quanto pesou quando nasceu? ____ • Qual a idade gestacional? ____ • Seu filho teve alguma doença grave como meningite, encefalite, traumatismo craniano, convulsões, etc...? _____ • O que a senhora acha do desenvolvi- mento do seu filho? VERIFIQUE: Existem fatores de risco sociais (depressão materna, alcoolismo, drogas, violência, etc.)? _____ Examine se há alterações fenotípicas ou no perímetro. LEMBRE-SE: Se a mãe da criança disse que seu filho tem algum problema no desenvolvimento ou se existe algum fator de risco, fique muito aten- to na avaliação do desenvolvimento. Alteração no perímetro cefálico: Sim ____ Não ____ Presença de 3 ou mais alterações fenotípicas: Sim ____ Não ____ Os marcos de desenvolvimento para a faixa etária a que pertence a criança: • Todos estão presentes ____ • Pelo menos um ausente _____ Em caso de ausência de um ou mais mar- cos para sua faixa etária, observe os marcos da faixa etária anterior: • Todos estão presentes ____ • Pelo menos um ausente _____ PERGUNTE OBSERVE R: FICHA DE AVALIAÇÃO 2 VERIFICAR O DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA DE 2 MESES A 2 ANOS DE IDADE Nome: ______________________________ Idade: __________ Peso: __________ Kg Temperatura: _______ °C PERGUNTAR: Quais são os problemas da criança? _________________________ Primeira consulta? ____ Consulta de retorno? ____ < 45 >Exercicios escritos 3 – Fabrício tem 2 anos e foi levado à unidade de saúde porque sua mãe estava preocupada por ele ainda não falar palavra alguma; também parece não entender quando lhe é dada alguma ordem. Indagada sobre sua gestação, parto e nascimento, a mãe referiu não ter havido nada de anormal. Sobre a saúde de Fabrício, infor- mou que Fabrício foi hospitalizado durante 20 dias quando tinha 8 meses de idade com quadro de meningite bacteriana. O profissional verificou que Fabrício não apresentava alter- ações fenotípicas e seu perímetro cefálico era de 50 cm. Classifique o desenvolvimento de Fabrício segundo a estratégia da AIDPI, preenchendo a ficha de avaliação abaixo. Que conduta você tomaria com relação a Fabrício? AVALIAR CLASSIFICAR Avaliar o desenvolvimento da criança de 2 meses a 2 anos de idade • Houve algum problema durante a gestação, parto ou nascimento? _____ • Quanto pesou quando nasceu? ____ • Qual a idade gestacional? ____ • Seu filho teve alguma doença grave como meningite, encefalite, traumatismo craniano, convulsões, etc...? _____ • O que a senhora acha do desenvolvi- mento do seu filho? VERIFIQUE: Existem fatores de risco sociais (depressão materna, alcoolismo, drogas, violência, etc.)? _____ Examine se há alterações fenotípicas ou no perímetro. LEMBRE-SE: Se a mãe da criança disse que seu filho tem algum problema no desenvolvimento ou se existe algum fator de risco, fique muito aten- to na avaliação do desenvolvimento. Alteração no perímetro cefálico: Sim ____ Não ____ Presença de 3 ou mais alterações fenotípicas: Sim ____ Não ____ Observe os marcos de desenvolvimento para a faixa etária a que pertence a criança: • Todos estão presentes ____ • Pelo menos um ausente _____ Em caso de ausência de um ou mais marcos para sua faixa etária, observe os marcos da faixa etária anterior: • Todos estão presentes ____ • Pelo menos um ausente _____ PERGUNTE OBSERVE R: FICHA DE AVALIAÇÃO 2 VERIFICAR O DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA DE 2 MESES A 2 ANOS DE IDADE Nome: ______________________________ Idade: __________ Peso: __________ Kg Temperatura: _______ °C PERGUNTAR: Quais são os problemas da criança? _________________________ Primeira consulta? ____ Consulta de retorno? ____ < XII. ANEXOS > • Au sê nc ia d e um o u m ai s re fle xo s/ h ab ili - da de s pa ra s ua f ai xa et ár ia o u • Pe rím et ro c ef ál ic o < p1 0 ou > p 90 o u • Pr es en ça d e 3 ou m ai s al te ra çõ es f en ot íp ic as . P R O V Á V EL A TR A SO N O E SE N V O LV IM EN TO • Re fe rir p ar a av al ia çã o ne ur op si co m ot or a • Re fle xo s/ h ab ili da de s pr es en te s pa ra s ua fa ix a et ár ia ; • Pe rím et ro c ef ál ic o en tr e p 10 e p 9 0; • Au sê nc ia o u pr es en ça de m en os q ue 3 al te ra çõ es f en ot íp ic as ; • N ão e xi st em f at or es de r is co D ES EN V O LV IM EN TO N O R M A L • El og ia r a m ãe • O rie nt ar a m ãe pa ra q ue c on tin ue es tim ul an do s eu f ilh o • Re to rn ar p ar a ac om pa nh am en to co nf or m e a ro tin a do s er vi ço • In fo rm ar a m ãe s ob re os s in ai s de a le rt a pa ra r et or na r an te s • Re fle xo s/ h ab ili da de s pr es en te s pa ra s ua fa ix a et ár ia ; • Pe rím et ro c ef ál ic o en tr e p 10 e p 9 0; • Au sê nc ia o u pr es en ça de m en os q ue 3 al te ra çõ es f en ot íp ic as ; • Ex is te u m o u m ai s fa to re s de r is co D ES EN V O LV IM EN TO N O R M A L CO M F AT O R ES D E R IS CO • O rie nt ar a m ãe s ob re a es tim ul aç ão d e se u fil ho • M ar ca r co ns ul ta d e re to rn o em 1 5 di as • In fo rm ar a m ãe s ob re os s in ai s de a le rt a pa ra r et or na r an te s de 1 5 di as P ER G U N TA R : • Re al iz ou p ré -n at al ? • H ou ve a lg um p ro bl em a du ra nt e a ge st aç ão , p ar to ou n as ci m en to d e se u fil ho ? • N as ce u pr em at ur o? • Q ua nt o pe so u ao n as ce r? • Se u fil ho já t ev e al gu m a do en ça g ra ve c om o m en in - gi te , t ra um at is m o cr an ia no ou c on vu ls õe s? • A se nh or a e o pa i d a cr ia nç a sã o pa re nt es ? • Ex is te a lg um c as o de de fic iê nc ia n a fa m íli a? • O q ue a s en ho ra a ch a do de se nv ol vi m en to d e se u fil ho ? FA ÇA P ER G U N TA S A D IC IO N A IS : • Ex is te m o ut ro s fa to re s de r is co co m o vi ol ên ci a do m és tic a, d ep re ss ão m at er na , d ro ga s, a lc oo lis m o e et c. O B SE R VE E D ET ER M IN E: • O P er ím et ro c ef ál ic o • Pr es en ça d e al te ra çõ es fe no típ ic as LE M B R E- SE : Se a m ãe d is se q ue s eu f ilh o te m a lg um p ro bl em a no de se nv ol vi m en to , f iq ue m ai s at en to n a av al ia çã o de st a cr ia nç a. O B SE R VA R : M EN O R D E 1 M ÊS • Re fle xo d e M or o • Re fle xo c oc le op al pe br al • Re fle xo d e su cç ão • B ra ço s e pe rn as f le xi on ad os • M ão s fe ch ad as 1 M ÊS A < 2 M ES ES • Vo ca liz a • Es pe rn ei a al te rn ad am en te • Ab re a s m ão s • So rr is o so ci al C LA SS IF IC A R O D ES EN V O LV IM EN TO Q ua dr o 1: V ER IF IC A R O D ES EN VO LV IM EN TO D A C R IA N ÇA M EN O R D E 2 M ES ES D E ID A D E (s em pr e qu e nã o ho uv er u m a cl as if ic aç ão g ra ve q ue n ec es si te r ef er ir a o ho sp it al ) Anexos < 49 > FICHA DE AVALIAÇÃO 2 VERIFICAR O DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA DE 2 MESES A 2 ANOS DE IDADE Nome: ______________________________ Idade: __________ Peso: __________ Kg Temperatura: _______ °C PERGUNTAR: Quais são os problemas da criança? _________________________ Primeira consulta? ____ Consulta de retorno? ____ AVALIAR CLASSIFICAR Avaliar o desenvolvimento da criança de 2 meses a 2 anos de idade • Alteração no perímetro cefálico: Sim ____ Não ____ • Presença de 3 ou mais alterações fenotípicas: Sim ____ Não ____ Observe os marcos de desenvolvimento para a faixa etária a que pertence a cri- ança: • Todos estão presentes ____ • Pelo menos um ausente s ____ Em caso de ausência de um ou mais marcos para sua faixa etária, observe os marcos da faixa etária anterior: • Todos estão presentes ____ • Pelo menos um ausente s ____ PERGUNTE OBSERVE R: • Houve algum problema durante a gestação, parto ou nascimento? _____ • Quanto pesou quando nasceu? ____ • Qual a idade gestacional? ____ • Seu filho teve alguma doença grave como meningite, encefalite, traumatismo craniano, convulsões, etc...? _____ • O que a senhora acha do desenvolvi- mento do seu filho? VERIFIQUE: Existem fatores de risco sociais (depressão materna, alcoolismo, drogas, violência, etc.)? _____ Examine se há alterações fenotípicas ou no perímetro. LEMBRE-SE: Se a mãe da criança disse que seu filho tem algum problema no desenvolvimento ou se existe algum fator de risco, fique muito aten- to na avaliação do seu desenvolvimento. Manual para Vigilância do Desenvolvimento Infantil no Contexto da AIDPI< 50 > Quadro de figuras < 51 > Nascimento 3 6 9 12 15 18 21 24 27 30 33 36 Idade (meses) 50th 25th 10th 3rd 75th 90th 97th 34 32 30 40 38 36 44 42 50 48 46 54 52 56 cm cm in 12 13 14 15 16 19 20 21 22 18 17 in in 12 13 14 15 16 19 20 21 22 18 17 in Gráficos de crescimento CDC-USA FONTE: National Center for Health Statistics en colaboração con the National Center for Chronic Disease Prevention and Health Promotion (2000). Perímetro Cefálico para Idade em Percentís: meninas, do nascimento a 36 meses
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