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Manejo de pastagens, Notas de estudo de Engenharia Agronômica

PRINCIPAIS TECNICAS E MANEJO DE PASTAGENS, PRINCIPAIS PASTAGENS, PASTAGEN DE MELHOR PALATABILIDADE...

Tipologia: Notas de estudo

Antes de 2010

Compartilhado em 01/07/2009

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Baixe Manejo de pastagens e outras Notas de estudo em PDF para Engenharia Agronômica, somente na Docsity! UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA DEPARTAMENTO DE APOIO, PRODUÇÃO E SAÚDE ANIMAL CAMPUS DE ARAÇATUBA Prof. CECILIO VIEGA SOARES FILHO, Eng. Agr. MESTRE EM NUTRIÇÃO ANIMAL E PASTAGENS SETEMBRO - 1997 ARAÇATUBA - SP CURSO DE MANEJO DE PASTAGENS 1 1. INTRODUÇÃO: Nas regiões tropicais, a produção animal é, praticamente, dependente de pastagens. No trópico brasileiro, a evolução do tempo tem mostrado uma crescente mudança das pastagens naturais para as cultivadas, como se verifica no Estado de São Paulo, o qual apresenta cerca de 80% de sua área de pastagens ocupada pelas cultivadas. Tradicionalmente, nas regiões do Brasil a exploração das pastagens naturais é feita de forma extrativismo, proporcionando dessa maneira, a degradação progressiva da pastagem. Em decorrência disso, observa-se uma busca contínua de “novas” e até “milagrosas” gramíneas forrageiras para substituir aquelas que foram utilizadas, sem no entanto, preocupar-se em corrigir os problemas que levaram à queda da produtividade da pastagem. Provavelmente, os problemas estão na fertilidade dos solos e no manejo das pastagens. No Brasil, os solos sob pastagens são predominantemente os Ultissolos e os Oxissolos, os quais apresentam sérias limitações de fertilidade. Os teores das bases trocáveis, Ca, Mg e K, e os de P são baixos e os de Al trocável e de Mn disponível são elevados. Dessa forma, a adubação apresenta efeito marcante sobre a pastagem, melhorando o ganho/ha e, principalmente, a sua persistência, mesmo para as espécies adaptadas à baixa fertilidade do solo. A importância dos elementos essenciais para o estabelecimento das plantas forrageiras em ecossistemas de pastagens e para a sua produtividade tem sido amplamente demonstrada. Em particular, nas condições tropicais, cuidados especiais com a correção da acidez do solo, com o fornecimento de cálcio e de magnésio e com a carência de fósforo constituem-se recomendações usuais na fase de implantação das pastagens, enquanto que um suprimento adequado de nitrogênio, potássio e enxofre é necessário para a manutenção da produtividade das forrageiras. Esta apostila tem por objetivos descrever os seguintes temas: principais espécies forrageiras para pastagens, correção e adubação do solo, recuperação/e ou renovação de pastagens, estabelecimento de pastagens e manejo de pastagens. 2 - ESPÉCIES FORRAGEIRAS PARA PASTAGENS: 2.1. GRAMÍNEAS: Brachiaria decumbens 1 - NOME COMUM - capim-braquiária decumbens. 2 - ORIGEM - África tropical. Primeira introdução no Brasil feita através do antigo IPEAN, hoje CPTU/EMBRAPA, em 1952. A partir de 1965 disseminou-se rapidamente nos serrados brasileiros. 3 - EXIGÊNCIAS - baixa exigência em fertilidade do solo e precipitação anual acima de 800 mm 4 - UTILIZAÇÃO - Pastejo e Fenação. 4 8 - RENDIMENTO - até 12 t/ha/ano de massa seca. e 10 a 20% menos produtiva do que a brachiaria decumbens. Brachiaria Brizantha 1 - NOME COMUM - capim brizantão, branquirão 2 - ORIGEM - África 3 - EXIGÊNCIAS - Média exigência em fertilidade do solo. 4 - UTILIZAÇÃO - Pastejo e Fenação 5 - PORTE E HÁBITO DE CRESCIMENTO - é mais ereta que a decunbens e pode atingir 1.0 a 1.2 m (touceiras), é menos vigorosa para gramar que as anteriores, pois não é estolonifera, sendo Rizomatosa e perene. 6 - MANEJO - Entrada dos animais com 50-60 cm de altura e saída dos animais com 25-30 cm. Período de descanso de 35 dias. 7 - CAPACIDADE DE SUPORTE - Estação das águas - 1.8 UA/ha. Estação da seca - 0.9 UA/ha. 8 - RENDIMENTO - 16 a 18 t MS/ha/ano 9 - RESISTÊNCIA - Boa a seca, corte, cigarrinha 10 - MULTIPLICAÇÃO - sementes, 3 kg/ha S.P.V. 11 - COMPOSIÇÃO QUÍMICA - 9 a 10% de PB e 50 a 60% de DIVMS 12 - CONSORCIAÇÃO - calopogônio, amendoim forrageiro e estilosantes mineirão. 13 - CULTIVARES - Marandu. Panicum maximum, cv. TOBIATÃ CICLO VEGETATIVO - Perene, semi-ereto ALTURA - 2.5 m UTILIZAÇÃO- Pastoreio direto DIGESTIBILIDADE - Boa CAPACIDADE SUPORTE/LOTAÇÃO - 2.0 UA/ha nas águas e 1,2 UA/ha na seca. PRODUÇÃO DE MASSA SECA - 28 t/ha/ano. ACEITAÇÃO POR EQUINOS - média RESISTÊNCIA A SECA - Boa PROTEÍNA BRUTA NA MS - 10% RESISTÊNCIA A CIGARRINHA - Boa RECOMENDAÇÕES: Tipo de Solo - Fertilidade média a alta QUANTIDADE DE SEMENTES: Para plantio - 2 kg de SPV/ha. Panicum maximum, cv. IAC - CENTAURO CICLO VEGETATIVO - perene, cespitoso, precoce ALTURA - 1.0 m UTILIZAÇÃO - Pastoreio direto, Fenação DIGESTIBILIDADE - Excelente CAPACIDADE SUPORTE/LOTAÇÃO - 1.2 cabeças/ha/ano PRODUÇÃO DE MASSA SECA - 20 t/ha/ano ACEITAÇÃO POR EQUINOS - Excelente RESISTÊNCIA A SECA - Boa 5 PROTEÍNA NA MS - 15% RESISTÊNCIA A CIGARRINHA - Boa RECOMENDAÇÕES: Tipos de solo - Fertilidade média a alta QUANTIDADE DE SEMENTES: 2 kg/ha de SPV. Panicum maximum, cv. IAC - CENTENÁRIO CICLO VEGETATIVO - perene, cespitoso ALTURA - 2.20 m UTILIZAÇÃO - Pastoreio direto, Fenação DIGESTIBILIDADE - Excelente CAPACIDADE SUPORTE/LOTAÇÃO - 1.2 cabeças/ha/ano PRODUÇÃO DE MASSA SECA - 15 t/ha/ano ACEITAÇÃO POR EQUINOS - Boa RESISTÊNCIA A SECA - Boa PROTEÍNA NA MS - 9 A 10% RESISTÊNCIA A CIGARRINHA - Boa RECOMENDAÇÕES: Tipo de solo - Fertilidade média, tolerante ao Al QUANTIDADE DE SEMENTES: 2 kg/ha de SPV. Panicum maximum, cv. TANZÂNIA - 1 CICLO VEGETATIVO - Perene, cespitoso ALTURA - 1.30 m UTILIZAÇÃO - Pastoreio direto, Fenação DIGESTIBILIDADE - Excelente CAPACIDADE SUPORTE/LOTAÇÃO - 2,0 cabeças/ha/ano PRODUÇÃO DE MASSA SECA FOLIAR - 26 ton/ha/ano ACEITAÇÃO POR EQUINOS - Boa RESISTÊNCIA A SECA - Boa PROTEÍNA NA MS - 13% RESISTÊNCIA A CIGARRINHA - Boa RECOMENDAÇÕES: Tipos de Solo - Fertilidade média a alta, cerrado. QUANTIDADE DE SEMENTES: 1,6 kg/ha de SPV. DESEMPENHO ANIMAL: Em trabalho conduzido pelo CNPGC durante três anos de pastejo, a cv. Tanzânia foi superior às cvs. Tobiatã e Colonião, tanto em ganho por animal quanto em ganho por área. O ganho diário por cabeça foi, em média, 720 g nas águas e 240 g na seca. Para as taxas de lotação 2,3 (novilhos de 250 kg de peso vivo) no Tanzânia, 2,5 no Tobiatã e 2,1 no Colonião, as médias anuais de ganhos em peso foram, respectivamente, 520, 450 e 420 g/cab/dia. Os ganhos/ha/ano foram de 446 kg (Tanzânia), 414 kg (Tobiatã) e 324 kg (Colonião, em solo LVE-distrófico, fase cerradão e textura argilosa, com uma adubação mínima de estabelecimento. Em área corrigida e adubada, esta nova cultivar tem mostrado boa aceitabilidade pelos bezerros, com ganhos de peso superiores aos obtidos na braquiária brizantha cv Marandu. PRODUÇÃO E QUALIDADE: O Tanzânia produziu 60% mais que o Colonião e 15% menos que o Tobiatã em parcelas sob cortes manuais. Na seca, produziu 10,5% do total anual, apresentou 80% de folhas durante o ano, e produziu 26 t/ha/ano de matéria seca foliar, 6 resultados esses semelhantes ao Tobiatã mas muito superiores ao Colonião. Os teores de proteína bruta nas folhas e colmos foram 16,2 e 9,8% respectivamente, semelhantes so Colonião e Tobiatã e sem grandes variações ao longo do ano. As touceiras da cultivar Tanzânia são pastejadas por igual, devido ao porte médio e pequena lenhosidade dos colmos, o que não ocorre com o Colonião ou Tobiatã, que apresentam rejeição de consumo após o florescimento. Panicum maximum, cv. VENCEDOR CICLO VEGETATIVO - Perene, cespitoso ALTURA - 1.60m UTILIZAÇÃO - Pastoreio direto, Fenação DIGESTIBILIDADE - Excelente PRODUÇÃO DE MASSA SECA - 24 t/ha/ano CAPACIDADE SUPORTE/LOTAÇÃO - 1.8 cabeças/ha/ano ACEITAÇÃO POR EQUINOS - Excelente RESISTÊNCIA NA SECA - Boa PROTEÍNA NA MS - 11 a 14% RESISTÊNCIA A CIGARRINHA - Boa RECOMENDAÇÕES: Tipos de solo - Fertilidade média, tolera alumínio tóxico em solos de cerrado. QUANTIDADE DE SEMENTES: 2 kg/ha de SPV. MANEJO E UTILIZAÇÃO: Em função do desenvolvimento inicial, o primeiro pastejo do capim Vencedor poderá ser realizado 90 a 100 dias após o plantio. Em pastagem consorciada, o manejo de formação deverá ser com pastejo leve, em torno de 100 dias após plantio. É resistente ao pastejo, suportando lotações médias de 2,5 unidades animal/hectare (UA/ha) e 1,5 UA/ha na seca. O ganho de peso diário por cabeça nas águas é de 700 g e de 300 g na seca. Recomenda-se retirar os animais da pastagem quando a mesma atingir 20 cm de altura. O capim Vencedor não seca totalmente durante a estação seca, e não se recomenda deixá-lo atingir altura superior a 1 metro no início desta estação. Panicum maximum, cv. MOMBAÇA CICLO VEGETATIVO - Perene, cespitoso ALTURA - 1.65 m UTILIZAÇÃO - Pastoreio direto DIGESTIBILIDADE - Boa CAPACIDADE SUPORTE/LOTAÇÃO - 2,3 UA/ha/ano PRODUÇÃO DE MASSA SECA FOLIAR - 33 ton/ha/ano RESISTÊNCIA A SECA - Boa PROTEÍNA NA MS - 13% RESISTÊNCIA A CIGARRINHA - Boa RECOMENDAÇÕES: Tipos de Solo - Fertilidade média a alta, cerrado QUANTIDADE DE SEMENTES: 2 kg/ha de SPV. AVALIAÇÃO SOB PASTEJO: Em experimento conduzido no CNPGC durante três anos sob um sistema flexível, as cultivares Mombaça e Tobiatã permitiram ambas, 14 dias de pastejo e 60 dias de descanso, durante o período seco. Durante as águas, no entanto, a cv. Tobiatã possibilitou 12 dias de pastejo e 37 dias de descanso, enquanto a cv. Mombaça, 14 dias de pastejo e 35 dias de descanso. Estes resultados propiciaram estimativas da capacidade de suporte destas cultivares, que foram: Tobiatã 2 UA/ha e Mombaça 2,3 UA/ha. Esta diferença deve-se à 9 7 - CAPACIDADE DE SUPORTE - Estação das águas - 2,0 UA/ha. Estação da seca - 1,0 UA/ha. 8 - RENDIMENTO - 10 a 15 t MS/ha/ano. 9 - RESISTÊNCIA - Média a seca e tolera pisoteios. 10 - MULTIPLICAÇÃO - Através de mudas. 11 - COMPOSIÇÃO QUÍMICA - 14 a 15% de PB e 55 a 60% de DIVMS. 12 - CONSORCIAÇÃO - amendoim forrageiro. Cynodon sp cv Tifton-85 1 - NOME COMUM - Capim Tifton-85. 2 - ORIGEM - Cruzamento de duas gramas da África Tropical. Foi criada pela Universidade da Georgia - EUA, em 1992. 3 - EXIGENCIA - Exige solo com boa fertilidade. 4 - UTILIZAÇÃO - Pastejo e Fenação. 5 - PORTE E HÁBITO DE CRESCIMENTO - Perene, estolonifero, e apresenta rizomas. 6 - MANEJO - Entrada dos animais com 25-30 cm de altura e saída com 10 cm de altura, período de descanso de 30 dias. 7 - CAPACIDADE DE SUPORTE - Estação das águas - 2,5 UA/ha. Estação da seca - 1,0 UA/ha. 8 - RENDIMENTO - 15 a 18 t MS/ha/ano. 9 - RESISTÊNCIA - Boa a seca, ao frio e resiste aos pisoteios. 10 - MULTIPLICAÇÃO - Através de mudas. 11 - COMPOSIÇÃO QUÍMICA - 12 a 13% de PB e 55 a 60% de DIVMS. 12 - CONSORCIAÇÃO - amendoim forrageiro. Cynodon dactylon cv Florakirk 1 - NOME COMUM - Capim Florakirk. 2 - ORIGEM - Cruzamento de duas gramas da África Tropical. Foi criada pela Universidade da Georgia - EUA, em 1994. 3 - EXIGÊNCIA - Exige solo com boa fertilidade. 4 - UTILIZAÇÃO - Pastejo e Fenação. 5 - PORTE E HÁBITO DE CRESCIMENTO - Perene, estolonifero, e apresenta rizomas. 6 - MANEJO - Entrada dos animais com 25-30 cm de altura e saída com 10 cm de altura, período de descanso de 30 dias. 7 - CAPACIDADE DE SUPORTE - Estação das águas - 2,5 UA/ha. Estação da seca - 1,0 UA/ha. 8 - RENDIMENTO - 14 a 16 toneladas MS/ha/ano 9 - RESISTÊNCIA - Boa a seca, ao frio e resiste aos pisoteios 10 - MULTIPLICAÇÃO - Através de mudas 11 - COMPOSIÇÃO QUÍMICA - 11 a 12% de PB e 55 a 60% de DIVMS 12 - CONSORCIAÇÃO - amendoim forrageiro. Paspalum notatum cv. Tifton-9 1 - NOME COMUM - Pensacola Tifton-9. 2 - ORIGEM - Cruzamento de Paspalum pela Universidade da Georgia - EUA, em 1995. 3 - EXIGÊNCIA - Exige solo com média a baixa fertilidade. 10 4 - UTILIZAÇÃO - Pastejo e Fenação. 5 - PORTE E HÁBITO DE CRESCIMENTO - Perene, semi-ereta e rizomatosa. 6 - MANEJO - Entrada dos animais com 25-30 cm de altura e saída com 10 cm de altura, período de descanso de 30 dias. 7 - CAPACIDADE DE SUPORTE - Estação das águas - 1,5 UA/ha. Estação da seca - 0,8 UA/ha. 8 - RENDIMENTO - 12 t MS/ha/ano. 9 - RESISTÊNCIA - Boa a seca, cigarrinha ao frio e resiste bem ao pisoteio animal. 10 - MULTIPLICAÇÃO - 1,5 kg/ha de SPV. 11 - COMPOSIÇÃO QUÍMICA - 11% de PB e 50 a 55% de DIVMS. 12 - CONSORCIAÇÃO - amendoim forrageiro.  O capim Milheto é uma gramínea anual, originária da África, com hábito de crescimento ereto com excelente produção de perfilhos e vigorosos rebrotes após cortes ou pastejos. O ciclo da planta é de aproximadamente 130 dias. Tem como características principais a de vegetar bem em terras pobres, arenosas e alta resistência à seca, porém não tolera solos mal drenados ou encharcados.  O Milheto também é conhecido como Pasto Italiano, assemelha-se aos sorgos forrageiros por seu porte ereto, possui folhagem tenra e abundante, os talos são ligeiramente adocicados proporcionando uma boa palatabilidade, prestando-se, indiferentemente, para cobertura do solo no Sistema de Plantio Direto, para corte, pastoreio direto, silagem e colheita dos grãos para rações.  Está plenamente adaptado as condições climáticas do Brasil Central, com sua produção e produtividade diretamente proporcional a fertilidade do solo, temperatura e disponibilidade de água. Temperaturas elevadas associadas a disponibilidades hídricas adequadas permitem elevadas taxas de crescimento das plantas, aumentando expressivamente a oferta de forragem. É imprescindível que a temperatura ambiente no momento do plantio seja superior a 20°C. Apresenta resposta excepcional a fertilidade e/ou adubação do solo. Não tem limitações a solos ácidos ou com baixos teores de matéria orgânica. Por ser uma planta de origem tropical responde eficientemente a adubação nitrogenada.  No plantio deve ser semeado a uma profundidade de 2 a 4 cm, com espaçamento de 20 cm entre linhas utilizando-se 15 a 20 kg/ha de sementes ou 22 kg/ha quando o plantio for à lanço. A variedade conhecida como pasto italiano caracteriza-se por apresentar uma espigueta pequena e ciclo de produção mais curto. Deve-se optar por variedades tardias como o milheto africano que apresenta uma espigueta maior e ciclo de produção mais longo, sendo assim o período de utilização é maior (variedade BN-2). Nos estados de São Paulo e Mato Grosso, a semeadura deverá ocorrer de setembro a março. Quando o plantio for no início da estação das chuvas pode- se misturar com a semente da braquiária, sendo assim, pastoreia-se o milheto até o final do mês de fevereiro e depois veda-se a pastagem para a braquiária crescer e formar a pastagem. O plantio do milheto tem sido utilizado com bastante sucesso em áreas de recuperação de pastagens em que se deseja voltar com o mesmo capim. Assim, efetua-se a correção e adubação do solo e semeia-se o milheto. O preparo do solo é realizado com grade rome para não enterrar a sementeira. Geralmente tem-se optado pelo plantio de inverno, semea-se o milheto após a colheita da soja e/ou milho fornecendo assim pastoreio nos períodos da seca. Pennisetum americanum 11  O Milheto pode ser cortado diversas vezes durante uma única estação chuvosa, produzindo de 8 a 12 t/ha de massa seca por ano em condições de boa disponibilidade de água e fertilidade do solo. Quanto mais tardio for realizado o plantio menor será a sua produção.  Em pastejo direto o Milheto deve ser utilizado quando as plantas atingem 40 a 50 cm de altura, e deve-se deixar um resíduo mínimo de 25 cm de altura do solo. A lotação animal média utilizada é de 5 a 7 an./dia/ha, o que proporciona um ganho de peso ao redor de 800-900 g/an./dia. Para vacas em lactação apresenta um potencial de até 12 kg/an./dia.  O milheto para ensilagem apresenta o inconveniente de apresentar baixo teor de matéria seca no momento do corte (15%), o ideal é no mínimo 30% de MS. A recomendação é que se faça um pré-murchamento do capim e/ou adicionar aditivos para aumentar o teor de matéria seca. Estes aditivos podem ser adicionados a base de 5-6%, como exemplo temos o MDPS, farelo de trigo, farelo de arroz, cama de frango, polpa de citrus e/ou aditivo biológico (bactérias lácticas).  Os pecuaristas mais evoluídos já estão usando o milheto com excelentes resultados na engorda de bois e recria de bezerros, com ganhos que chegam a 900 g/cab/dia, a campo, sem qualquer suplementação. Os produtores de leite estão utilizando o milheto porque aumenta a produção de leite do rebanho.  Um exemplo de utilização do milheto em pastejo contínuo na Fazenda Remanso, Rio Brilhante (MS), por um período de 114 dias, com uma lotação animal média de 4,8 cab/ha (3,0 U.A./ha), obtiveram um ganho de peso médio de 850 g/cab/dia, resultando em uma produtividade de 470 kg de PV/ha. O benefício econômico destes resultados apresentados ficou ao redor de R$ 115,00 por hectare (Kichel. 1995).  O capim milheto é mais uma alternativa para quem quer aumentar a produtividade animal e o desfrute na pecuária de corte e leite. 14 de receber animais, com 120 a 150 dias (exclusivo) e 60 a 90 dias (em consórcio). No pastejo controlado colocar os animais na pastagem com 25 a 30 cm e saída com 10 a 15 cm. 7 - RENDIMENTO - Quando utilizada para feno pode render 10 t/ha/ano m 3 cortes. Para produção de massa verde pode render de 30 a 40 t/ha/ano de 3 a 4 cortes. 8 - RESISTÊNCIA - É mais tolerante ao frio do que siratro e centrosema; tem razoável resistência a seca, porem é susceptível ao ataque de pragas e doenças. 9 - MULTIPLICAÇÃO - É multiplicada por sementes escarificadas que podem ser inoculadas ou não, dependendo da possibilidade de execução desta prática. O gasto de semente é variável em função do valor cultural, podendo empregar a relação 210/VC=kg de sementes por ha. Para plantio exclusivo gasta-se de 6 a 8 kg de sementes/ha, no espaçamento de 0,5 m entre linhas. 10 - COMPOSIÇÃO QUÍMICA - 17% de PB na MS. 11 - CONSORCIAÇÃO - Gordura, setária, Rhodes. 12 - CULTIVARES - Tinaroo, comum, cooper, glanova. TINAROO - É considerada de florescimento tardio em relação as cultivares cooper e comum. Exige clima quente com precipitação acima de 760 mm de chuvas anuais. COMUM - Floresce de abril a setembro, exigindo em torno de 700 mm de precipitação anual e é susceptível à geada e fogo. COOPER - Precoce em relação a glanova e tinaroo, tem boa resistência a seca e é mais tolerante a solos ácidos que a tinaroo e comum. GLANOVA - Época de florescimento semelhante a tinaroo, fica verde durante o inverno (boa resistência a seca). CLARENCE - Precoce, tal como a comum e cooper. 6 - MANEJO - Quando associada, evitar o abafamento de leguminosa pela gramínea. No caso de empregar esta leguminosa para fenar, fazer o corte rente ao solo. 7 - RENDIMENTO - Pode proporcionar em 3 cortes o rendimento de 35 a 40 ton/ha/ano de massa verde. A produção de sementes pode chegar a 300-400kg/ha. 8 - RESISTÊNCIA - É susceptível a doença como milho e oídio. Não resiste a seca e nematóides. 9 - MULTIPLICAÇÃO - Através de sementes que podem ser inoculadas com inoculante do grupo cowpea, gastando-se 10-12 kg/ha de sementes em espaçamento de 0.5 m entre linhas (plantio exclusivo). 10 - COMPOSIÇÃO QUÍMICA - 16 a 18% de PB na MS. 11 - CONSORCIAÇÃO - setária, panicum, outras. Arachis pintoi 1 - NOME COMUM - Amendoim forrageiro 2 - ORIGEM - América Central e do Sul 3 - EXIGÊNCIAS - Esta leguminosa não é muito exigente em fertilidade do solo, desenvolvendo-se bem em regiões com precipitação média anual acima de 800 mm 4 - UTILIZAÇÃO - Pode ser empregada para pastejo (consorciação ou na forma de banco de proteína), apresentando boa aceitabilidade. 5 - PORTE E HÁBITO DE CRESCIMENTO - pode atingir 0,20 a 0,40 m e, quando sob efeito de pastejo, apresenta-se prostrado. É planta estolonifera, prostrada, muito ramificada, perene. 6 - MANEJO - Quando empregado em pastejo, evitar o rebaixamento excessivo. Quando utilizado em consórcio, evitar o abafamento pela gramínea. O porte da cultura favorável ao porte é em torno de 25 a 35 cm, quando a planta já tem bom valor forrageiro e ainda boa digestibilidade. 7 - RENDIMENTO - Pode produzir de 9 a 12 t/ha/ano de massa seca. 15 8 - RESISTÊNCIA - Boa resistência à seca e a solos ácidos; desenvolve-se bem em solos de cerrados; não tolera geada. 9 - MULTIPLICAÇÃO - Através de sementes. A inoculação das sementes deve ser com inoculante que contenha rizóbium do grupo Arachis. O gasto de sementes é de 4 a 6 kg/ha. A multiplicação pode ser por mudas (estacadas enraizadas). no espaçamento de 0.5 x 0.5m. 10 - COMPOSIÇÃO QUÍMICA - Apresenta de 18 a 22% de PB na MS. 11 - CONSORCIAÇÃO - O amendoim forrageiro pode ser empregado para associação com andropogon, gramas bermudas, braquiárias e outras. 12 - CULTIVAR - Amarilo. Stylosanthes guianensis var. vulgaris cv. Mineirão 1 - NOME COMUM - Estilosantes mineirão. 2 - ORIGEM - Minas Gerais. 3 - EXIGÊNCIAS - Esta leguminosa não é muito exigente em fertilidade do solo (excelente adaptação a solos ácidos e de baixa fertilidade, mas responde bem à adubação. 4 - UTILIZAÇÃO - Pode ser empregada para pastejo (consorciação ou na forma de banco de proteína) e adubação verde, apresentando boa aceitabilidade. 5 - PORTE E HÁBITO DE CRESCIMENTO - Pode atingir 2,50 m de altura e, quando sob efeito de pastejo, apresenta-se prostrado. É uma planta semi-ereta e perene. 6 - MANEJO - Quando empregado em pastejo, evitar o rebaixamento excessivo que pode eliminar a coroa que se eleva com facilidade. Quando utilizado em consórcio, evitar o abafamento pela gramínea. O porte da cultura favorável ao porte é em torno de 50 a 60 cm, quando a planta já tem bom valor forrageiro e ainda boa digestibilidade. Apresenta alta persistência sob pastejo em pastagens puras ou consorciada com gramíneas. Quando consorciada com capim Andropogon em Planaltina (DF), proporcionou ganhos de 800 g/animal/dia na estação das águas e 150 g na seca. Em consumo puro, na época das águas, proporcionou ganhos de 550 g/animal/dia, superando aquele obtido com gramíneas como braquiária decumbens e brizantha, na região de Campo Grande, MS. No período da seca, na região de Planaltina, o consumo puro da cultivar Mineirão proporcionou ganhos de 200 g/animal/dia. 7 - RENDIMENTO - Pode produzir de 11 a 13 t/ha/ano de massa seca. 8 - RESISTÊNCIA - Boa resistência a pragas e doenças, grande resistência ao pastejo e pisoteio, boa à seca; não tolera geada e solos alagados. 9 - MULTIPLICAÇÃO - A maioria das sementes do Mineirão é impermeável à água e, portanto, não germina de imediato, quando plantada. Por isso, antes do plantio, precisa ser escarificada po. Processo Térmico: mergulhar as sementes em água a 80oC por 10 minutos. Retirar e secar à sombra. A inoculação das sementes deve ser com inoculante que contenha rizóbiois do grupo Stylosanthes. O gasto de sementes é de 1,5 a 2 kg/ha de sementes puras viáveis, para espaçamento de 0.5m entrem linhas. Para o plantio em consórcio, a lanço ou em linhas, emprega-se de 2 a 4 kg/ha. A multiplicação pode ser por mudas (estacadas enraizadas). no espaçamento de 0.5 x 0.5m. 10 - COMPOSIÇÃO QUÍMICA - Apresenta de 12 a 18% de PB na MS. 11 - CONSORCIAÇÃO - O estilosanthes mineirão pode ser empregado para associação com andropogon, jaraguá, braquiárias e outras. Medicago sativa 1 - NOME COMUM - Alfafa 2 - ORIGEM - Oriente Médio 16 3 - EXIGÊNCIAS - É uma planta de origem temperada, porém apresenta uma enorme gama de variações genéticas com variedades cultivares adaptadas aos climas temperado, subtropical e tropical. É extremamente exigente em fertilidade do solo, sendo a leguminosa mais adaptada a solos neutros ou alcalinos (pH 6,5 a 7,5); entretanto ela pode crescer em solos moderadamente ácidos. Requer solos férteis, textura média, bem estruturada, profundos e permeáveis, com boa porcentagem de matéria orgânica. Cultivada desde 200 a 3.000 m acima do nível do mar; porém sua melhor adaptação fica entre 700 a 2.800 m de altitude. Tem alta exigência por P.K.S.Mo. B. e Zn. quando cortada freqüentemente para produção de feno. 4 - UTILIZAÇÃO - Forragem verde e conservada (feno e silagem), pastejo direto, concentrado, alimento humano, adubo verde. 5 - PORTE E HÁBITO DE CRESCIMENTO - Perene, herbácea, ereta, sistema radicular profundo 6 - MANEJO - Plantio feito em Out/Nov, no Brasil Central, 90 a 120 dias após já faz o primeiro corte (estádio de florescimento), a 5-7 cm do solo. A cada 30-35 dias se fazem cortes subsequentes (50% de florescimento - produção de feno), dando 5 a 8 cortes por ano. A duração da cultura depende do manejo direto, às vezes, só é possível a utilização após a sua efetivação no campo (1.5 a 2.0 anos). No Brasil Central ela é cultivada sob irrigação. 7 - RENDIMENTO - Variável em função do solo, clima, tratos culturais, variedades, etc. Podem-se citar os seguintes dados de produção: 5 a l8 ton/ha de MS, 18 a 30 t/ha/ano MV, 8 a 10 t/ha/ano de feno. Estas são provenientes de fecundação cruzada, sendo a atividade de insetos polinizadores extremamente importantes. Floresce no outono e produz sementes no inverno. 8 - RESISTÊNCIA - Boa a temperatura baixas e geadas. Após a fase de plântula ela resiste bem à seca desde que não muito prolongada. Não tolera solos pobres, ácidos, arenosos e mal drenados. Também é bastante atacada por pragas e doenças. 9 - MULTIPLICAÇÃO - Por sementes que devem ser escarificadas, inoculadas com rhizobium, especifico e peletizadas com calcário e hiperfosfato, Semeadura com semeadeira de forragens (Terence, Natal, Brillion) em linhas espaçadas de 20-30 cm e 2 a 5 cm de profundidade. Neste caso gastam-se 15 a 25 kg/ha de sementes. Na consorciação a quantidade de sementes que se usa é de cerca de 5 kg/ha. Plantio em março/abril e setembro na região sul e setembro/novembro no Brasil Central. O solo deve ser muito bem preparado. 10 - COMPOSIÇÃO QUÍMICA - 15 a 20% de PB na MS 11 - CULTIVARES - Crioula, Moapa. CUF-101, Florida -77 Leucaena leucocephala 1 - NOME COMUM - Leucena. 2 - ORIGEM - América Tropical. 3 - EXIGÊNCIAS - Requer solos bem drenados. Não tolera solos ácidos. 4 - UTILIZAÇÃO - Pastoreio, Fenação e farinha de Leucena. 5 - PORTE E HÁBITO DE CRESCIMENTO - Perene, arbustiva, ereta. 6 - MANEJO - O plantio da leucena geralmente é feito no inicio da estação chuvosa e a quantidade de sementes necessária ao plantio de 1 ha variará com o espaçamento a ser adotado. O plantio poderá ser manual ou mecanizado e as sementes são distribuídas em sulco ou cova, na profundidade de 1.5 cm. Melhores resultados no estabelecimento da leucena são obtidos quando se realiza o plantio de outubro a novembro, os plantios em janeiro resultam em atraso no desenvolvimento das plantas. Antes de se realizar o plantio é sempre conveniente proceder ao teste de germinação. Se for constatada uma percentagem de germinação inferior a 70% recomenda-se então a escarificação das sementes. Alguns métodos existem, mas ainda poderá ser recomendado aquele 19 AVALIAÇÃO DA FERTILIDADE DO SOLO O primeiro passo para a avaliação da fertilidade do solo é a realização de análises químicas de amostras de terra, com a finalidade de se determinar os níveis e ou as concentrações dos diferentes nutrientes. Essas amostras de terra devem ser o mais representativas possível da área em estudo, uma vez que servirão de base para todo o planejamento das adubações de correção, de manutenção e de produção que serão efetuadas. Os critérios mais utilizados para a interpretação dos resultados de análise de fertilidade dos solos são: a) Nível de suficiência de nutrientes disponíveis; b) Proporção de cátions no complexo de troca do solo. O critério baseado no nível de suficiência do nutriente no solo considera cada elemento isoladamente, sem se preocupar com os níveis relativos dos demais nutrientes na solução e ou complexo de troca (CTC) do solo. Sabe-se que existe uma interação entre os elementos que interfere na absorção de nutrientes pela planta. Portanto, existe um equilíbrio ou proporção adequada entre os mesmos, a qual deverá ser mantida, a fim de que a absorção de nutrientes possa ser efetiva. Assim sendo, o critério de suficiência passa a ser válido somente para solos de fertilidade elevada, nos quais não há desequilíbrio acentuado entre nutrientes, mas deficiência em determinados elementos, como P, K+ ou Mg2+. Esta condição é rara no Brasil, cujos solos são caracterizados por grandes desequilíbrios e severas deficiências de nutrientes, particularmente a do fósforo. Por outro lado, o critério baseado na proporção de cátions na CTC do solo procura criar um meio iônico, que apresente condições ótimas para se atingir o potencial de produtividade dos solos de mais baixa fertilidade, típicos de regiões tropicais. Esse meio iônico favorável varia com o tipo de cultura e com a intensidade de exploração, mas em termos gerais, situa-se dentro das seguintes amplitudes: 65-85% de Ca2+; 6-12% de Mg2+; 2-5% de K+ e 20% de H+ (CORSI, 1994). A capacidade de troca de cátions é uma característica particular e bastante importante para cada solo. Essa CTC, através de suas cargas iônicas, é a responsável pela retenção dos nutrientes no solo e dá, portanto, uma idéia da capacidade de armazenamento de nutrientes e, consequentemente, do potencial produtivo do solo. Além disso, através dos cátions trocáveis em equilíbrio com a solução do solo, regula a disponibilidade de nutrientes para as plantas, representando assim, um dos principais componentes do solo quando se usam fertilizantes em pastagens, uma vez que define os níveis de nutrientes que o solo pode comportar sem perdas excessivas por lixiviação e, ao mesmo tempo, orienta sobre intervalos ou freqüência, em que as adubações devem ser efetuadas. Dessa maneira, solos com CTC elevada são solos que apresentam grande potencial de produção, uma vez que apresentam a capacidade de armazenar grande quantidade de nutrientes. A CTC é resultado das cargas iônicas fornecidas por diferentes componentes do solo como a matéria orgânica, os minerais de argila e os óxidos hidratados de alumínio e ferro. Trabalhos têm mostrado que a matéria orgânica contribui decisivamente para a formação da CTC do solo, principalmente, devido ao fato de que os minerais de argila predominantes na grande maioria dos solos brasileiros (óxidos hidratados de ferro e alumínio) fornece uma quantidade muito pequena de cargas. Para cada aumento de 1% no teor de matéria orgânica pode ocorrer aumento correspondente a 2,4 meq na CTC do solo. Acréscimos dos níveis de matéria orgânica no solo só podem ser obtidos através da própria produção e reciclagem de 20 matéria seca produzida na pastagem, gerando uma cobertura morta sobre a superfície do solo, a qual traz vários benefícios para a pastagem como: redução nas taxas de evapo-transpiração, possibilidade de crescimento de raízes superficiais na interface solo/cobertura morta, maior eficiência na absorção de nutrientes provenientes dos fertilizantes aplicados em cobertura e recuperação mais rápida da planta após desfolha. Em pastagens degradadas e de baixa produtividade, os solos se encontram desnudos e com baixos teores de matéria orgânica e, consequentemente, estes benefícios não podem ser observados. No entanto, estas cargas provenientes da matéria orgânica apresentam uma característica própria, a de serem dependentes de pH. O aumento em cargas negativas que compõem a CTC do solo, a partir da matéria orgânica, só ocorre efetivamente com valores de pH acima de 5,5. Abaixo deste valor a matéria orgânica é muito pouco efetiva na geração de novas cargas no complexo de troca do solo, independentemente de sua concentração no solo. Portanto, para se manejar intensivamente as áreas de pastagens é fundamental trabalhar com o solo de maneira a se aumentar sua capacidade produtiva. Para tanto, é necessário o conhecimento de suas deficiências e ou desequilíbrios, a fim de que estes possam ser corrigidos e o seu potencial otimizado. Fica claro também, que na maioria dos solos brasileiros, a matéria orgânica desempenha papel fundamental no desenvolvimento e otimização do seu potencial produtivo. No entanto, para que seja efetiva e possa exercer todos os seus efeitos benéficos como: liberação de minerais, melhoria da estrutura do solo, otimização da vida microbiana, aumento do poder tampão do solo, melhoria da CTC e da retenção de umidade, torna-se necessário a correção do solo, a fim de que um ambiente favorável possa ser gerado e que a decomposição e a mineralização da matéria orgânica possam ocorrer efetivamente. A não observância destes conceitos resultará, certamente, em grandes fracassos, invariavelmente caracterizados por pastagens degradadas e de baixa produtividade. ACIDEZ E CALAGEM DO SOLO É comum nas regiões tropicais e subtropicais a ocorrência de solos ácidos, os quais geralmente, apresentam baixos teores de cálcio e de magnésio trocáveis, teores elevados de alumínio trocável e de manganês disponível e baixa porcentagem de saturação por bases. A prática de calagem, além de fornecer Ca e Mg como nutrientes, eleva o pH do solo e, como conseqüência, aumenta a disponibilidade de P e de Mo e reduz o Al, o Mn e o Fe, os quais em excesso, tornam-se tóxicos para as plantas e para o rizóbio nas leguminosas. Além disso, exerce papel fundamental sobre processos como decomposição e mineralização da matéria orgânica, essenciais para a elevação da CTC e para a melhoria das propriedades físicas e químicas do solo. Por outro lado, o excesso de calagem induz à imobilização de certos micronutrientes (Zn, B e Cu), podendo causar suas deficiências. Atualmente, para a correção do solo o melhor critério e o mais recomendado é aquele baseado na elevação da saturação por bases. Este é mais preciso por levar em consideração as necessidades da planta. Assim, as pastagens são classificadas em três grupos, em ordem decrescente de exigência em fertilidade do solo, como mostra a Tabela 1. Tabela 1. Classificação dos capins de acordo com a exigência em fertilidade. Grupo I Grupo II Grupo III Alta exigência Média exigência Baixa exigência Capins mais produtivos exigem Capins medianamente produtivos exigem Capins menos produtivos exigem 21 V2= 60% V2= 50% V2= 40% Elefante (napier) Tanzânia, Mombaça Tifton-85, Coast-cross Transvala Braquiarão Andropogon Estrelas e Pesacola Angola Braquiárias decumbens e humidícola Gordura Setária É comum a ocorrência de solos com desequilíbrios entre as bases trocáveis, particularmente entre o Ca2+ e o Mg2+. Nestas condições, a escolha do tipo certo de calcário passa a ser fundamental, pois é a maneira mais adequada de se corrigir este problema. Assim sendo, caso as proporções ótimas mencionadas entre as bases não esteja presente no complexo de troca, pode-se lançar mão dos diferentes tipos de calcário para ajustá-las. Em solos com proporção muito alta de cálcio em relação ao magnésio, pode-se utilizar calcários com maior concentração de magnésio, como o dolomítico ou o magnesiano. Em situações onde os níveis de magnésio são mais elevados do que os de cálcio, pode-se lançar mão do calcário calcítico para corrigir este desequilíbrio. É importante lembrar que o uso indiscriminado de calcário, em doses e do tipo errado, pode resultar em problemas muito sérios e afetar negativamente a pastagem. Em pastagens estabelecidas, onde não há possibilidade de incorporação do corretivo no solo, a aplicação deve ser feita à lanço e superficialmente. Nestas circunstâncias, o calcário deverá ser aplicado, preferencialmente, no final do período das águas, época do ano em que ainda existe umidade disponível no solo e, também, a temperatura é favorável. O calcário a ser aplicado deverá ser de granulometria o mais fina possível, característica esta que confere alta reatividade (P.R.N.T.) ao corretivo, a fim de que seu efeito possa ser rápido e efetivo. A aplicação de calcário ao final do período das águas se deve ao fato de que, quando o corretivo é aplicado em superfície, o pH superficial do solo torna-se bastante elevado, alcalino, situação esta desfavorável à aplicação de certos fertilizantes, principalmente os nitrogenados, normalmente aplicados durante a época de maior disponibilidade dos fatores de crescimento para as plantas como água, temperatura e luminosidade. O pH elevado na superfície do solo faz com que boa parte do nitrogênio aplicado seja perdido por volatilização, o que reduz drasticamente a eficiência e a economicidade da adubação nitrogenada. Assim sendo, aplicando- se o corretivo no final das águas, haverá tempo suficiente para que este complete sua reação com o solo, durante a época do ano em que normalmente não se adubam as pastagens, devido à ausência de um ou mais fatores de crescimento, tornando possível a aplicação de fertilizantes no início da nova estação das águas sem que ocorram perdas elevadas. ÉPOCA E PROFUNDIDADE DA CALAGEM Na formação de pastagens ou capineiras a aplicação de calcário deve ser feita no mínimo, 30 a 60 dias antes da adubação de plantio. Quanto maior a dose, maior deverá ser o prazo dado para a realização do calcário no solo. A incorporação é feita com grades pesadas e logo após a aplicação, numa profundidade de 20 cm do solo. DETERMINAÇÃO DA NECESSIDADE DE CALAGEM Através de resultados de análise do solo, da qualidade do calcário e da maior ou menor susceptibilidade das forragens à acidez (Tabela 1), determina-se a quantidade de calcário a ser aplicado. 24 Em pastagens já formadas, faz-se rebaixamento das forrageiras através de pastejo intenso, posteriormente, distribui o adubo fosfatado a lanço (manual ou através de distribuidora de calcário) e não há necessidade de incorporar com gradagem. A incorporação de P pela gradagem apresenta incovenientes como no caso de fortes chuvas após a gradagem de ocorrer grandes perdas de P pela erosão; da gradagem aumentar a fixação do P devido ao maior contato com as partículas do solo e no caso de ocorrer verânicos logo após a gradagem, corre-se o risco de termos a pastagem infestada por plantas invasoras. Em pastagens com cobertura morta apresentam um intenso desenvolvimento de raízes ativas na superfície do solo, onde a umidade é conservada. Nesta condição, a absorção de P é muito eficiente, pois ocorre acúmulos de fontes orgânicas de fosfatos provenientes do acúmulo de matéria orgânica. Estas formas de P são mais móveis no solo do que as formas inorgânicas ou minerais. O calcário aplicado na superfície do solo reage com o P e forma carbonatos de P que são mais solúveis do que compostos de P ligado a Fe+3 e ao Al+3. Fontes de fósforo mais comuns no Brasil. Fontes Teor de fósforo (% P2O5) Teor de fósforo (% P2O5) Total Solúvel (citrato de amônio) SOLÚVEIS Superfosfato simples 20 18 Superfosfato triplo 48 45 Fosfato monoamônio 50 48 Fosfato diamônico 45 42 Termofosfato magnesiano 19 16 PARCIALMENTE SOLÚVEIS Fosfato natural parcialmente acidulado 26 12 Hiperfosfato natural 30 11 INSOLÚVEIS Fosfato de Araxá 36 4 Fosfato de Patos de Minas 24 4 ADUBAÇÃO POTÁSSICA O potássio é responsável pela síntese de carboidratos e neutralizantes de ácidos orgânicos. Juntamente com o nitrogênio e o fósforo, o potássio é um nutriente altamente exigigo pelas plantas. ÉPOCA E DOSES DE APLICAÇÃO DO POTÁSSIO Quando for baixo o nível de potássio no solo, faz-se adubação na época de plantio das forrageiras. Havendo nível médio de potássio (% CTC = 4%) no solo, a melhor época de adubação seria no estágio de desenvolvimento e produção de plantas forrageiras (período chuvoso) de preferência junto com o nitrogênio. 25 Recomendação de adubação potássica (em kg/ha K2O) em pastagens estabelecidas com gramíneas exclusivas. Potássio no solo Grupo da forrageira kg/ha K2O Muito baixa I 60 e II 50 baixa III 40 I 40 Médio II 20 III - Fonte: MONTEIRO (1995) Principais adubos potássicos no Brasil. Fonte Teor de potássio (% K2O) Cloreto de potássio 58 Sulfato de potássio 48 ADUBAÇÃO NITROGENADA O nitrogênio é um dos nutrientes que mais contribui para a produtividade dos pastos, portanto está intimamente relacionado com o crescimento vegetal e o perfilhamento. As gramíneas tropicais respondem muito intensamente a doses crescentes de nitrogênio. O nitrogênio atua na síntese de proteína e enzimas, alem de ser constituinte da clorofila, nas plantas forrageiras. Na atmosfera, o nitrogênio apresenta-se em forma de gás inerte, N2, em teor médio de 78%, podendo ser levado ao solo por varias formas: através das descargas elétricas, que transformam N2 em NO3 e levados pela chuva ou ainda são levados ao solo também pela chuva em forma de NH3, NO2 e combinação orgânica. Pode também haver fixação de nitrogênio através de organismos livres do solo, como as algas e certas bactérias. Entretanto, as formas mais seguras e capazes de suprir as necessidades das gramíneas e leguminosas forrageiras são: fixação simbiótica Rhizobium sp x leguminosas e Spirilim lipofereum x gramíneas, e ainda o emprego de adubos nitrogenados. A introdução de leguminosas em pastagens oferece a grande vantagem de fixar nitrogênio simbioticamente, diminuindo, por conseguinte, o custo de produção das mesmas, já que se pode eliminar ou minimizar adubações nitrogenadas. Resultados experimentais têm permitido concluir que, a cada kg de nitrogênio aplicado por hectare, ocorrem aumentos da ordem de 2,0 a 2,5 kg no ganho de peso vivo. 26 ÉPOCA E DOSES DE APLICAÇÃO DO NITROGÊNIO No período das águas, durante o período de pastejo, visando produzir o máximo de matéria seca e conservar o excesso de forragem para ser utilizado no período seco. Esta última recomendação exige infra-estrutura e planejamento para se colher com o mínimo de perdas a forragem produzida; por conseguinte, havera uma superior resposta em produção de massa em virtude do equilíbrio entre componentes do sistema ecológico. Por outro lado, a recomendação de doses de nitrogênio para áreas com capins tem variado de 50 a 300 kg/ha/ano de N. O menor valor mencionado, 50 kg/ha/ano de N, é considerado como uma dose mínima, inclusive para se evitar a degradação da forrageira na área. Doses em torno de 100 kg/ha/ano de N tem sido aconselhadas para forrageiras em que se deseja ter aumento de produtividade, mas não em exploração intensiva. Por outro lado, as adubações mais elevadas, 150 a 300 kg/ha/ano de N, são recomendadas e utilizadas em explorações bem intensivas, particularmente em áreas com capim-elefante, tanzânia-1, Mombaça e tifton-85. Deve-se destacar que, quanto maior a dose do fertilizante nitrogenado maior a necessidade de adubações parceladas. MODO DE APLICAÇÃO DO NITROGÊNIO Parceladamente, em função das perdas por lixiviação. Em solos arenosos parcelar mais ainda. O número de parcelamento e a quantidade de nitrogênio em capineiras, deve ser maior (4 a 5 adubações/ano e 100 a 200 kg de N/ha) do que em pastagens (3 a 4 adubações/ano e 50 a 300 kg de N/ha). Principais fontes de nitrogênio no Brasil. Fontes % de nitrogênio (N) Uréia 45 Nitrato de amônio 32 Nitrocálcio 20 Sulfato de amônio 20 Fosfato diamônioco (DAP) 16 Fosfato monoamônico (MAP) 9 Salitre do Chile 16 ENXOFRE É um macronutriente secundário, de grande importância para as plantas forrageiras. O enxofre é constituinte essencial da maior parte das proteínas das forrageiras, sendo as leguminosas mais exigentes do que as gramíneas. As necessidades de enxofre parecem ser da ordem de 10 a 40 kg de S/ha, mascando o sulfato de amônio ou o superfosfato simples são usados, estas necessidades são usualmente satisfeitas. É comum a ocorrência de carência de enxofre nas pastagens que, há anos, não recebem adubos fosfatados, e onde as aplicações de estercos não acontecem. 29 ASPECTOS FÍSICOS E QUÍMICOS DO SOLO Os aspectos físicos dos solos mais importantes para a reforma das áreas de pastagens são: a compactação do solo e erosão. O efeito aparente da compactação do solo vai aumentando a medida em que a pastagem vai perdendo o vigor de rebrota e, consequentemente seu sistema radicular vai diminuindo. Com isso, o solo se apresenta com o aspecto de lavado devido a intensa lixiviação e baixos teores de matéria orgânica. A baixa fertilidade do solo e o aspecto mais importante na reforma da pastagem. Os nutrientes mais limitantes são o fósforo, nitrogênio, cálcio, magnésio, potássio e enxofre. A deficiência do nitrogênio ocorre pela queda da matéria orgânica do solo, devido ao manejo inadequado do sistema solo-pasto-animal. Solos que se apresentam com aparência de compactados, geralmente é devido aos baixos teores de matéria orgânica. Com isto somente a adubação nitrogenada pode resolver o problema, proporcionando nesta forragem um grande desenvolvimento vegetativo. Entretanto, não se pode esquecer que este efeito é imediato, devendo portanto, corrigir os demais nutrientes principalmente o fósforo. MÉTODOS DE REFORMA Pastagem degradada RECUPERAÇÃO RENOVAÇÃO (mesma forrageira) (substituição por outras forrageiras) 1. Direta - operações mecânicas e/ou químicas 1. Direta - operações mecânicas e químicas (adubação e calagem, herbicidas) 2. Indireta - as mesmas operações feitas em 1 mais operações culturais, consorciação ou rotação de lavouras. 2. Indireta - processos mecânicos e químicos citados em 1 mais rotação ou consorciação com lavouras anuais. A reforma de pastagens não pode ser entendida como uma atividade isolada, mas sim fazendo parte de um conjunto de aplicações tecnológicas, as quais caminham juntas para aumentar a produtividade das propriedades agrícolas. Esta deve visar o aumento de produtividade, preservar o solo, consequentemente o ambiente, e ser viável economicamente. Para atender esses requisitos existem duas linhas de atuação. Antes disso, vamos definir dois conceitos básicos: recuperação e renovação de pastagens: o 1º consiste na recuperação da pastagem mantendo o mesmo capim e, o 2º consiste no restabelecimento da produção do pasto com a introdução de um novo capim. As práticas agronômicas desenvolvidas para a recuperação ou renovação de pastagens, objetivam o aumento da biomassa em período de tempo determinado, com viabilidade econômica ao pecuarista. Elas podem ser divididas em dois sistemas: recuperação direta e recuperação ou renovação com integração agricultura-pecuária. A primeira prática trata da recuperação do próprio pasto, após o pecuarista fazer uma análise da pastagem e verificar que ela satisfaz do ponto de vista da ocupação do terreno, mas é pouco produtiva. Neste caso, é recomendada uma reforma através da correção, adubação e manejo. Embora este tipo de reforma implique em gastos, é importante do ponto de vista da conservação do solo, já que não expõe a terra aos riscos de erosão, além de apresentar a vantagem do retorno rápido do gado ao pasto (em torno de 80 dias). 30 Um exemplo disto é o trabalho que conduzi com o objetivo de avaliar os efeitos de diferentes estratégias na recuperação de uma pastagem degradada de capim-braquiária decumbens estabelecida há dez anos. O trabalho foi conduzido na Região de Marília, município de Herculândia, SP. Foram estudados quatro tratamentos: 1) testemunha; 2) adubação completa em cobertura; 3) gradagem “Rome” pesada e 4) gradagem + adubação. A adubação completa favoreceu a produção de matéria seca da parte aérea e raízes. Já a gradagem prejudicou a produção de matéria seca da parte aérea e das raízes, não recuperando a pastagem. A gradagem + adubação aumentou a produção de matéria seca, no 1º ano, entretanto foi inferior no 2º ano. A recuperação ou renovação com integração agricultura-pecuária deve ser utilizada quando o pasto apresenta elevado nível de infestação de plantas invasoras (por exemplo: gramão, agriãozinho, assapeixe e outras) e presença de erosão. Neste caso, recomenda-se que seja feita a integração lavoura-pecuária, ou seja, introduza na propriedade os cultivos agrícolas, através da utilização de culturas anuais integradas entre si e complementadas, para que o solo fique coberto o ano todo. Esta consiste no plantio de grãos por um ou mais anos, e depois retornar com a pastagem. A rotação de culturas é uma prática que pode auxiliar a recuperação do solo, propiciando seu equilíbrio orgânico, favorecendo o controle da erosão e aumentando a produtividade, interropendo o ciclo de pragas, doenças e diminuindo a infestação de plantas invasoras. A infestação de invasoras torna-se problemática, sobretudo nas pastagens do Centro-Oeste do Estado de São Paulo, que possuem baixa produtividade, com lotações menores que uma cabeça/hectare. Nesta região, em função do material de origem do solo, as pastagens tornam-se debilitadas, sendo facilmente dominadas por espécies mais rústicas como a grama batatais. Os pecuaristas da região têm tentado a reforma de algumas áreas, lançando mão de técnicas impróprias, que nem sempre surtem os efeitos esperados. Desta maneira o ciclo de reforma de pastagens tem sido a cada 4 ou 5 anos. Esse tipo de recuperação de pastagens tem como vantagem, o uso da terra por um ou dois anos com lavoura anual proporcionando o retorno do capital investido e/ou arrendamento da terra. Além do fato de que o pecuarista terá novamente pastos mais produtivos, como o capim-Brizantão, Tanzânia-1, Mombaça e Tifton-85. Os custos da reforma de pastagem irão variar conforme os níveis de fertilidade do solo, exigências da forrageira e o nível de produtividade desejado. Para recuperação ou renovação direta estima-se uma variação entre R$ 100 e R$ 250 por hectare. Na reforma da pastagem com integração lavoura-pecuária, os custos podem variar entre R$ 250 a R$ 450 por hectare, sendo amortizados, parcial ou totalmente, através da produção de grãos. A adoção destes tipos de reforma de pastagens aumenta a perenidade dos pastos para em torno de 8 a 10 anos, desde que se faça uma adubação de manutenção. É possível, em pastos reformados, chegar a uma lotação de 6 a 8 cabeças por alqueire, quando a média da região Noroeste não passa de 3 cabeças. 31 VANTAGENS DA INTEGRAÇÃO LAVOURA-PECUÁRIA: 1) recuperação mais eficiente da fertilidade do solo; 2) recuperação ou implantação de pastagens com custos baixos; 3) facilidade na renovação da pastagem; 4) melhoria nas propriedades físicas, químicas e biológicas do solo; 5) controle de pragas, doenças e invasoras; 6) reciclagem de nutrientes do solo; 7) aproveitamento do adubo residual; 8) aumento da produção de grãos e resíduos no sistema; 9) facilidade de aplicar práticas de conservação do solo; 10) diversificação do sistema produtivo; 11) aumento da produtividade e lucratividade. 5. ESTABELECIMENTO DE PASTAGENS ASPECTOS A CONSIDERAR ANTES DE FORMAR UMA PASTAGEM Para o sucesso no estabelecimento de pastagens devem ser levados em conta as condições de solo e clima da propriedade, bem como o uso previsto para a pastagem e, em função destes fatores, escolher a espécie ou espécies adptadas a estas condições. Uma vez feita a escolha da espécie ou espécies a serem utilizadas, outros fatores devem ser considerados. Dentre estes, os que mais de evidenciam são: qualidade das sementes, preparo do solo, época e método de plantio, taxa de semeadura e manejo de formação. Estes fatores, em conjunto ou isoladamente, poderão determinar o sucesso ou insucesso na formação de pastagens, ou ainda afetar a produtividade da pastagem ao longo do tempo. A decisão de formar uma nova área de pastagem ou recuperar uma pastagem já existente deve ser acompanhada de uma análise criteriosa sobre a finalidade do investimento proposto e com as características de solo e clima da área em questão. Estas informações são essenciais para auxiliar na decisão sobre quais espécies introduzir e qual método de formação adotar. ESCOLHA DA ESPÉCIE Para que uma pastagem possa ser persistente e produtiva, é necessário que a espécie utilizada seja bem adaptada às condições climáticas e edificas do local. Na região Noroeste de São Paulo é generalizada a ocorrência de um período seco, cuja a produção de forragem é seriamente reduzida por limitações de ordem climática, tais como umidade insuficiente e/ou baixas temperaturas. Este fato tem determinado que a escolha de uma forrageira recaia prioritariamente numa espécie ou cultivar que tenha um certo grau de tolerância à seca, embora muitos casos o interesse seja também melhorar a produção total anual de forragem. Outras características de importância são a tolerância à geada e às inundações periódicas. Contudo, nem sempre é possível reunir toadas as características favoráveis numa mesma espécie . 34 semente, as compactam com os rolos compactados que já são acoplados. As espécies que se estabelecem melhor em plantios mais profundos, normalmente são semeadas com a plantadora de cereais ou então distribuídas a lanço e cobertas com uma gradagem leve. COMPACTAÇÃO DO SOLO Esta é uma operação em que após o plantio passa-se um rolo compactador sobre o terreno, de tal forma que o mesmo irá acomodar o solo sobre a semente, melhorando consideravelmente as condições de germinação e emergência. As vantagens que esta operação oferece: a) acelera o início da germinação das sementes; b) evita perdas de plantio por assoreamento e c) uniformiza o stand de plantas. A compactação do solo antes ou após a semeadura tem maior importância quanto mais superficial for o plantio e quando a profundidade de semeadura for irregular. A compactação do solo é uma forma de se evitar o assoreamento de sementes ou enterrio demasiado devido a erosão. Em condições de chuvas bem distribuídas, por tempo suficiente, no geral, tanto a germinação das sementes quanto a dixação da plântula ao solo ocorre eficientemente, independentemente da profundidade de plantio ou do contato da semente com o solo. Mas, quando faltam chuvas regulares, o estabelecimento da pastagem é melhor onde foi feito a compactação do solo. FORMAÇÃO DE PASTAGEM ASSOCIADA COM CULTURA ANUAL O uso de uma cultura anual associada com o plantio de forrageiras, com a finalidade de reduzir os custos de formação de pastagem, tem sido uma prática recomendada, dada as possibilidades de sucesso, desde que usada convenientemente. A decisão de quando o como adotá-la vai depender da viabilidade técnica de se cultivar uma forrageira em determinada área, onde condições de clima, solo e topografia sejam favoráveis ao cultivo de cereais cuja expectativa de colheita proporcione rentabilidade suficiente para indenizar parcela significativa dos gastos de formação. Um exemplo é o Sistema Barreirão que preconiza o plantio das culturas arroz e milho associado com o capim braquiária. Dessa forma, nem todas as áreas que se prestam para formação de pastagens compensam a inclusão de uma cultura anual.A associação entre a espécie forrageira para pastagem e uma cultura anual é muito especifica e dependendo de cada local devendo ser comprovada em cada ecossistema, principalmente no que diz respeito a espécie forrageira, taxa de semeadura, espaçamento e espaçamento e fertilidade do solo. A maior vantagem esperada dessa associação é o aproveitamento do preparo do solo e da adubação exigida pela cultura anual, para estabelecer a espécie forrageira associada. Dessa forma, a pastagem deverá ficar formada com a retirada da cultura anual. 35 PLANTIO POR MUDAS O plantio com mudas é utilizado para algumas espécies, tais como o capim-elefante, a cana-de-açúcar e as gramas estrelas. O capim-elefante é plantado usando-se mudas ou colmos, preferencialmente com cerca de cem dias de idade, após o último corte (não é recomendável “limpar”a palha lateral das mudas). O plantio é semelhante ao da cana-de-açúcar: fazem-se sulcos no solo, distanciados de 0,8 a 1,0 m e no fundo deles, primeiro, distribui-se o adubo fosfatado solúvel (no caso de superfosfato simples, 50 a 60 gramas por metro linear, em solos pobres em fósforo). Depois colocam-se as mudas nos sulcos (em pares e na disposição “pé-com’-ponta”), cobrindo-se em seguida. Elas não precisam ser picadas. Gastam-se ao redor de 10 toneladas de mudas por hectare. No caso das bermudas Tifton-85 e coast-cross, colocam-se as mudas em sulcos distanciados de 0,5 a 1,0 m (já com adubo fosfatado solúvel). A muda é enterrada, mas um terço dela fica exposta na superfície do solo. Alternativamente, as mudas podem ser distribuídas a lanço, incorporando-se logo após, com uma grade niveladora + rolo compactador. Recomenda- se logo após o plantio fazer uma aplicação com herbicida Diuron (2,5 l/ha) para controlar as plantas daninhas. Apesar dessa última operação de plantio ser mais rápida, traz maiores problemas de uniformidade e velocidade de formação da pastagem, após o plantio. Gastam-se ao redor de 2 a 3 toneladas de mudas por hectare. MANEJO DE FORMAÇÃO O manejo de formação de uma pastagem resume-se na utilização menos intensiva da mesma na sua fase inicial, possibilitando desta forma, uma boa formação. Se o plantio for bem feito e ocorrer boa emergência de plantas, já aos 60 a 90 dias poderá ser dado um pastejo leve na maioria das espécies, para diminiuir a competição entre plantas, eliminar meristemas apicais e estimular o perfilhamento para cobrir rapidamente o solo. Entretanto, não se deve impor o pastejo durante a primeira estação chuvosa. Quando se tem uma densidade de plantas muito baixa. É desejável deixar as plantas crescerem livremente para a produção de sementes e então, fazer Pastejo para os animais auxiliem na queda e distribuição das sementes em toda área, favorecendo a ressemeadura natural na estação seguinte. 6 - MANEJO DE PASTAGENS A obtenção de altos rendimentos forrageiros com satisfatório valor nutritivo e a manutenção do vigor e da perenidade do stand constituem o objetivo do manejo de pastagens e áreas de capineiras. O manejo tem enorme efeito sobre o rendimento forrageiro, o qual é ainda afetado pelo clima (luz, temperatura e umidade), pelo solo (propriedades físicas e químicas). Admitindo-se condições favoráveis de clima e solo, as respostas das plantas forrageiras ao manejo, podem ser determinadas pela sua morfologia (hábito de crescimento), índice de área foliar e reservas orgânicas. 36 Um ponto relevante ao bom êxito do manejo de pastagens é o reconhecimento de que a produção de forragem se concentra em 7 a 8 meses do ano, uma vez que no período das secas o rendimento das pastagens se reduz praticamente a zero. O Brasil Central apresenta duas estações bem distintas: o verão e o inverno. Durante o verão, quente e chuvoso, verificam-se condições favoráveis para o rápido desenvolvimento vegetativo das forrageiras; enquanto no inverno, seco e de temperatura baixa, verifica-se uma quase suspensão do crescimento das forrageiras perenes. Estas condições determinam um quadro cíclico da exploração pecuária de corte ou de leite, caracterizando por relativa fartura de pasto do período das águas, compreendido por novembro a abril, e posteriormente falta de pasto no período da seca, de maio a outubro. SISTEMAS DE PASTEJO PASTEJO CONTÍNUO É o tipo primitivo e é ainda mais utilizado. É caracterizado pela presença dos animais em determinado pasto, o ano todo. Geralmente utilizando grandes áreas. O pastoreio contínuo proporciona maior ganho de peso aos animais decorrente da oportunidade de seleção da forragem. Todavia o pastejo seletivo é prejudicial as pastagens, ocasiona superpastejo dos capins mais palatáveis alterando a composição botânica do stand. Por ser áreas grandes, os animais se concentram próximos dos cochos, aguadas e currais, pastando excessivamente nestas partes e deixando outras em subpastejo, por serem mais altas ou distintas, o que implica em perdas de forragem. É mais indicado para grandes áreas e para fazendas com menor controle gerencial. Apresenta baixas lotações, cerca de 1,0 a 1,5 UA/ha durante o ano todo, se a carga animal for constante. Se a carga animal for variável, ou seja, ao final das águas, vende-se parte do rebanho. Este sistema acaba suportando lotações maiores, uma vez que o potencial produtivo da pastagem durante o período das águas é bem maior. O sistema contínuo com carga fixa o ano todo oferece baixo risco à sua lucratividade, apesar da menor produtividade animal, além de ser adequado a plantas de hábito de crescimento rasteiro (por exemplo braquiária decumbens). PASTEJO ROTACIONADO Neste sistema procura-se ajustar o pastoreio aos hábitos de crescimento das plantas, permitindo períodos de descanso e recuperação dos pastos. Implica maior número de subdivisões da área, tantos piquetes quanto forem necessários. É um sistema mais caro, exige despesas de construção de cercas, bebedouros, abrigos, cochos de sal, etc. Os animais, individualmente, podem até ganhar menos peso que no pastejo continuo. Os animais, neste sistema, têm menos chance mas andam menos, pisoteiam menos o pasto e promovem uma distribuição mais uniforme das dejeções. 39 Impede-se o acesso dos animais aos pastos destinados ao diferimento, que deverão crescer e macegar em grande parte do período das águas. Exemplificando, a partir de janeiro, vedam-se os pastos de braquiária e os animais só terão acesso a eles por volta de abril/maio. A qualidade do capim neste período deverá estar muito ruim, inferior à obtida no método anterior, já que a sua idade é bem mais avançada. Uma solução é o escalonamento da vedação. c) Vedação escalonada Veda-se uma certa parcela dos pastos em janeiro, para fornecimento em abril, outra em fevereiro, para utilização em maio e assim por diante. SUPLEMENTAÇÃO COM MISTURA MÚLTIPLA Uma das principais técnicas que promovam a melhoria da qualidade dos pastos vedados é a utilização de misturas múltiplas (energético-protéico-mineral), no cocho. O fornecimento é muito útil para promover algum ganho de peso aos animais. O consumo varia de 200 a 300 gramas/animal/dia. Os ganhos variam de acordo com a categoria animal, mas vai desde a mantença até ganhos ao redor de 250 gramas/cabeça/dia. RELAÇÕES ENTRE NÚMERO DE ANIMAIS NA ÁREA E FORRAGEM DISPONÍVEL Para a utilização adequada de pastagens, sempre levamos em conta alguns aspectos para ajustar o numero de animais a capacidade da pastagem. TAXA DE LOTAÇÃO Geralmente é definida como o número de animais por unidade de área. Este termo não guarda relação com a quantidade de forragem disponível aos animais; é apenas uma relação numérica. Ex.: no. de novilhas/ha ou no. de cabeças/ha, etc. PRESSÃO DE PASTEJO Numero de animais por unidade de forragem disponível. Essa expressão nos mostra a preocupação em colocar, em um pasto, um número de animais que esteja em equilíbrio com a produção forrageira, quer na época seca, quer na época das águas. Quando se refere a pressão ou intensidade de pastejo, três situações merecem ser elucidadas: superpastejo, pastejo ótimo ou racional e subpastejo. SUPER PASTEJO Seria excesso de animais para pouco pasto. Alguns animais ficam prejudicados, uns comem mais que os outros, a produção é irregular, compromete a produção animal e desgasta a pastagem. No manejo em um superpastejo a produção por ha (leite ou carne) aumenta até certo ponto, pelo aumento do número de animais; porem a produção de animal tende a cair pela falta ou baixa qualidade da forragem. O superpastejo compromete também a pastagem, há um 40 rebaixamento excessivo das plantas: facilita a invasão por ervas daninhas, ocasiona um definhamento da espécie forrageira por não conseguir armazenar reservas nutritivas e aumenta a possibilidade de erosão. PASTEJO ÓTIMO No manejo racional ocorre um equilíbrio entre a produção de forragem e o numero de animais em uma determinada área. Compreende o ponto adequado de utilização das pastagens, permitindo uma produção animal ótima sem prejudicar as plantas e o solo. A carga animal adequada não só é importante para a conservação da fertilidade do solo, como também para manter o equilíbrio entre as espécies que entegram a pastagem mais adequada para se obter do máximo de ganho sem prejudicá-la. Em pastejo ótimo a produção por animal pode não ser máxima porque eles não tem sobra de pasto que lhes proporcione melhor seleção como no subpastejo, porém, racionalmente, a produção por ha é máxima. SUB PASTEJO Poucos animais para muito pasto. Neste caso ocorre perda de forragem. A produção por animal torna-se máxima pela oportunidade de seleção de alimento, mas a produção animal por área é baixa pelo pequeno número de animais na pastagem. O animal aqui tem condições de atingir o seu máximo potencial genético da produção; porém a produção torna-se antieconômica, visto que implicaria em perdas de forragem, e forçaria a doação da queima para eliminar a macela deixada pelos animais que andam mais para selecionar melhor. CAPACIDADE SUPORTE É o número de animais por unidade de área observando-se a pressão de pastejo ótima, ou seja, a disponibilidade de forragem. Capacidade suporte é sem dúvida uma medida de avaliação da forragem (característica própria da espécie). CONSIDERAÇÕES GERAIS As pastagens raramente estão em estado de equilíbrio. Na maioria das vezes, os animais consomem quantidade de forragem acima ou abaixo do que está sendo produzido. Daí as situações de sub e superpastejo, ambas condições indesejáveis: o superpastejo, além de promover decréscimos na produtividade e na qualidade da pastagem, e consequentemente, decréscimos na produção animal, promove uma rápida degradação desta; o subpastejo permite acúmulo de forragem que rapidamente perde o seu valor nutritivo, por se tornar fibrosa, com baixos teores de proteína e baixa digestibilidade. Além disso, pastagens subutilizadas, quando expostas à ação dos animais, estão sujeitas ao acamamento e ao desperdício pelo excesso de material não consumido que, de alguma forma, terá que ser removido. É preciso então, que o produtor seja capaz de utilizar suas pastagens com taxas de lotação corretas, ou seja, ajustá-las de acordo com a quantidade de forragem disponível. O crescimento da pastagem é influenciado pelas características químicas e físicas do solo e pelas condições climáticas. Portanto, a quantidade de forragem produzida, e sua qualidade, 41 variarão dentro e entre as estações do ano. E a estabilidade do complexo clima-solo-planta- animal é importante para se obter máxima produção animal e persistência das pastagens. Se a intenção do pecuarista é produzir em sua fazenda uma tal quantidade de carcaça ou tantos quilos de carne, que lhe proporcionem lucros máximos, ele deverá buscar produtividades satisfatórias. A produtividade expressa o ganho de peso por unidade de área. Mas o que influencia essa produtividade? Um dos fatores é a lotação animal. Quanto maior a lotação (o número de cabeças por unidade de área), espera-se que ocorra uma maior produção de carcaça, ou de arrobas, por área. Outro fator é o desempenho individual. É fácil perceber que, quanto maior o desempenho (ganho de peso por cabeça), maior deverá ser a produção de arrobas por ano e maior será a produtividade na fazenda. Todos aqueles que desejam utilizar eficientemente as pastagens na produção animal precisam ter em mente tais conceitos, relacionados na seguinte fórmula: Das variáveis de manejo, a taxa de lotação é a mais importante, pois ela determina a taxa de rebrota, as composições botânica e morfológica da pastagem, e consequentemente, a qualidade da forragem disponível. Quando existe uma boa disponibilidade de forragem, a taxa de lotação tem pouco efeito sobre a produção individual, uma vez que existe alimento suficiente para cada animal. À medida que a taxa de lotação aumenta, a produção por animal decresce, pois os animais começam a competir por alimento e têm menos oportunidades de selecionar a parte mais nutritiva da pastagem (folhas). A produção máxima, por área, ocorre quando cada animal está ganhando menos do que seu potencial máximo para ganho de peso. A partir deste ponto, aumentos na taxa de lotação diminuem gradativamente o ganho de peso, e os animais adicionais colocados nesta pastagem não compensam a menor produção individual, e a produção por área diminui. A taxa de lotação ótima é a amplitude de utilização que permite um equiíbrio entre os ganhos por animal e por unidade de área. A seguir, um exemplo de manejo rotacionado do capim Tanzânia, pois esta pode ser uma alternativa para muitos produtores que possuem esta pastagem em sua propriedade e que não exploram o seu potencial total de produção. O sistema de pastejo adotado será com período de descanso de 35 dias e período de ocupação de 1 dia em cada piquete. Os cálculos foram feitos considerando 36 piquetes de 2.500 m2 (9,0 ha) separados pela cerca elétrica de 2 fios (0,70 e 1,10 m de altura) e limitados, externamente, pela cerca de arame liso. Deve ser reservado uma área central, onde os animais têm livre acesso ao saleiro e ao bebedouro. A produção anual de matéria seca é de 25 t/ha, as perdas a serem consideradas são de 30% e, o período de pastejo no verão é de novembro a abril. Custo de Formação (R$/ha) Insumo Unidade Quant. Total Calcário dolomítico t 1,0 34,00 Super simples t 0,50 90,00 Análise solo unid. 1,0 9,00 Produtividade animal = Lotação x Desempenho individual (ganho por área) (cabeças por área) (ganho por cabeça)
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