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Guias e Dicas
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A Importância da Gestão do Fluxo de Caixa nas Micro e Pequenas Empresas, Notas de estudo de Administração Empresarial

A Importância da Gestão do Fluxo de Caixa nas Micro e Pequenas Empresas

Tipologia: Notas de estudo

Antes de 2010

Compartilhado em 24/06/2009

felipe-de-sousa-mota-9
felipe-de-sousa-mota-9 🇧🇷

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Baixe A Importância da Gestão do Fluxo de Caixa nas Micro e Pequenas Empresas e outras Notas de estudo em PDF para Administração Empresarial, somente na Docsity! A IMPORTÂNCIA DA GESTÃO DO FLUXO DE CAIXA COMO INSTRUMENTO DE GERENCIAMENTO DAS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS (MPE’s): UM ESTUDO DE CASO DAS MPE’s INSTALADAS NO ENTORNO DO DISTRITO INDUSTRIAL DE MARACANÁU. Felipe de Sousa Mota 1 RESUMO: O presente trabalho tem como objetivo geral investigar e analisar a importância da gestão do fluxo de caixa como instrumento de gerenciamento das micro e pequenas empresas instaladas no entorno do Distrito Industrial de Maracanaú, e como objetivos específicos: caracterizar o contexto econômico a que estão inseridas as micro e pequenas empresas no Brasil, analisar a importância do fluxo de caixa no processo de tomada de decisões das micro e pequenas empresas, bem como revisar as principais linhas teóricas com respeito ao assunto proposto. O referencial teórico do presente artigo esta fundamentado em farto conteúdo acadêmico, em fontes como artigos, periódicos, literatura técnica, legislação, entre outras; além de inúmeros autores citados: Zdanowicz, Silva, Assaf Neto, Padovese, Gitman, Frezatti, Santos, Sanvicente, sempre com o objetivo de esclarecer o problema proposto. A metodologia empregada consiste numa pesquisa exploratória e descritiva, tendo sido realizada pesquisa documental e bibliográfica, e um estudo de caso, com a aplicação de questionário com perguntas fechadas e entrevista semi-aberta em 05 (cinco) micro e pequenas empresas instaladas no entorno do Distrito Industrial de Maracanaú. Após a análise dos resultados concluiu-se que o fluxo de caixa é um importante instrumento para o planejamento financeiro das micro e pequenas empresas, e que vem sendo utilizado pelas MPE’s do entorno do Distrito Industrial de Maracanaú apenas como cronograma de recebimentos e pagamentos, desconhecendo as demais aplicações do fluxo de caixa. Palavras-Chave: Gestão Financeira. Fluxo de Caixa. Micro e Pequena Empresa. 1 INTRODUÇÃO O presente trabalho procura analisar, de forma sintética e acadêmica, a utilização do fluxo de caixa no gerenciamento das micro e pequenas empresas instaladas no entorno do Distrito Industrial de Maracanaú, considerando as relações existentes entre o fluxo de caixa com a gestão do capital de giro, planejamento e controle financeiro. Nesse propósito, questiona-se: qual a importância da gestão do fluxo de caixa como instrumento de gerenciamento das micro e pequenas empresas instaladas no entorno do Distrito Industrial de Maracanaú? Para o desenvolvimento da pesquisa fixou-se como objetivo geral a proposta de investigar e analisar a importância do fluxo de caixa como instrumento de gerenciamento das micro e pequenas empresas instaladas no entorno do Distrito Industrial de Maracanaú, e os seguintes objetivos específicos: caracterizar o contexto econômico a que estão inseridas as micro e pequenas empresas no Brasil; analisar a importância do fluxo de caixa no processo de tomada de decisões das micro e pequenas empresas e revisar as principais linhas teóricas da gestão de fluxo de caixa. PAGE 1 1Acadêmico concludente do curso de Bacharelado em Administração de Empresas, pela Faculdade FAMETRO, (sousa.mota@yahoo.com.br). O tema proposto justifica-se pela carência de conhecimento dos micros e pequenos empresários na análise financeira de seus negócios, sobretudo na utilização do fluxo de caixa como uma ferramenta gerencial no processo de tomada de decisões, planejamento e controle financeiro das empresas. O assunto abordado também é de fundamental importância para o entendimento do fluxo de caixa conforme a visão sistêmica, com relações nas várias áreas da empresa. Para isso, busca-se a compreensão do que é gestão do fluxo de caixa e como esta pode ser enquadrada na realidade das micro e pequenas empresas instaladas no entorno do Distrito Industrial de Maracanaú. A metodologia empregada na pesquisa caracteriza-se, quanto aos fins, por ser de natureza exploratório-descritiva, pois se preocupou em identificar, analisar e caracterizar as empresas objeto do estudo e os aspectos relacionados à utilização do fluxo de caixa no processo de tomada de decisões, planejamento e controle financeiro. Quanto aos meios, realizou-se um estudo de caso, sendo utilizado para levantamento dos dados um questionário com perguntas fechadas, com o objetivo de coletar dados para caracterização das empresas pesquisadas e verificar se estas se utilizam do fluxo de caixa; e entrevista semi-aberta, mediante roteiro, para coleta de dados a respeito dos aspectos gerenciais, referente à análise financeira, especificamente quanto à utilização do fluxo de caixa. A amostra utilizada caracterizou-se por ser intencional e não-probabilística, levando em consideração uma série de critérios previamente definidos (localização, atividade econômica, pessoal ocupado, etc.), que resultou na seleção de 05 (cinco) empresas, instaladas no entorno do Distrito Industrial de Maracanaú e do segmento de comércio varejista de confecções e acessórios. 2 CONTEXTO DAS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS NO BRASIL No contexto econômico atual as micro e pequenas empresas (MPEs) representam importante pilar de sustentação para a economia brasileira, devido a capacidade de geração de emprego e renda (KOTESKI, 2004). Segundo dados de 2004 do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE), as MPEs são responsáveis por 25% do Produto Interno Bruto (PIB) e geram 14 milhões de empregos, representando 60% dos empregos formais do país. O estabelecimento de políticas públicas pelo Governo tem contribuído para o fortalecimento das MPE’s, mediante a criação do Estatuto Nacional da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte (Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006, publicado no DOU de 15.12.2006), garantindo a diminuição da burocracia, maior agilidade na abertura das empresas, a concessão de mercados e tratamento tributário diferenciado. É importante ressaltar a disponibilização de recursos subsidiados e linhas específicas de financiamento ofertadas às micro e pequenas empresas por meio das instituições financeiras estatais (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social - BNDES, Banco do Brasil - BB, Caixa Econômica Federal - CEF e Banco do Nordeste - BNB), demais bancos da iniciativa privada, as associações e cooperativas de crédito. Entretanto, para Koteski (2004), as políticas adotadas pelo Governo são insuficientes para atender a demanda do número crescente de micros e pequenos empreendimentos no país. Muitos outros fatores limitam o desempenho das MPE’s, desde a tecnologia obsoleta, passando pela gestão inapropriada, até a dificuldade na inserção de novos mercados (LEVISTKY, 1996 apud LA ROVERE, 2001). Tais fatores associados à dificuldade de acesso ao crédito e ao despreparo dos micros e pequenos empreendedores na análise financeira de PAGE 1 Figura 1. Comportamento do capital de giro líquido numa empresa. Fonte: adaptado de Assaf Neto e Silva (2002). Na maioria das empresas o comportamento positivo do CCL é a condição básica aos seus negócios, principalmente quando são verificadas que as saídas de caixa (pagamentos) são eventos relativamente previstos, já as entradas de caixa (recebimentos) são de difícil previsão (ASSAF NETO; SILVA, 2002; GITMAN, 2004). Observa-se na Figura (1), que a empresa com o capital de giro líquido negativo, ou seja, com o passivo circulante maior que o ativo circulante, não possui recursos de longo prazo suficientes para financiar suas aplicações de longo prazo, sendo necessário se utilizar dos recursos do passivo circulante para os investimentos a longo prazo. Em síntese, o CCL negativo demonstra que a organização utiliza seus recursos passivos correntes para financiar os investimentos permanentes, isto significa diminuição ou perca de liquidez para empresa, no entanto há a necessidade de considerar a estrutura financeira da empresa em questão, uma vez que esta posição pode ser uma preferência na relação risco/retorno. Empresas com fluxos de caixa previsíveis podem operar com o nível baixo de capital circulante líquido, chegando até mesmo a ser negativo, exemplo disso são empresas prestadoras de serviços públicos (ASSAF NETO; SILVA, 2002, p. 17 e 18). 3.2 CICLO OPERACIONAL E CICLO FINANCEIRO O ciclo operacional conceitualmente trata-se do intervalo de tempo gasto para a execução das atividades operacionais da empresa. No entendimento de Assaf Neto e Silva (2002, p. 19) “(...) o ciclo operacional incorpora seqüencialmente todas as fases operacionais presentes no processo empresarial de produção-venda-recebimento”. Entende-se por processo operacional de uma empresa industrial como sendo o conjunto de atividades desde a aquisição de matéria-prima, pagamento dos fornecedores, produção, estocagem, vendas até o recebimento destas. Já no caso de uma empresa comercial o processo operacional engloba as atividades de aquisição de mercadorias ou produtos, estocagem, comercialização e recebimento das vendas. O ciclo operacional representa o número de dias transcorridos desde a aquisição das matérias-primas ou mercadorias até o recebimento das vendas dos produtos fabricados ou comercializados (SANTOS, 2001). Assaf Neto e Silva (2002, p. 19) acrescentam que nesse período de tempo, cada fase operacional da organização apresenta determinada duração. Então, na aquisição de matérias-primas, implica em um prazo médio de estocagem; com a produção, o prazo médio de fabricação; aos produtos acabados, o prazo médio de venda; para o recebimento das vendas efetuadas a prazo, o prazo médio de cobrança. Ressalta-se que as fases se ajustam de acordo com a realidade da empresa, podendo ou não existir. Santos (2001) observa que a duração do ciclo operacional está intimamente relacionada aos processos de produção e operação da organização, e com as políticas de PAGE 1 estoque, comercial e financeira da empresa, envolvendo os prazos dos pagamentos aos fornecedores, estocagem e recebimentos das vendas. Assim, a duração de cada processo componente do ciclo operacional influência diretamente no volume de recursos financeiros, utilizados para financiar o estoque de matérias-primas ou mercadorias e as vendas a prazo. Ampliando-se esta abordagem, Assaf Neto e Silva (2002, p. 19) defendem que “Uma boa administração do capital de giro envolve imprimir alta rotação (giro) ao circulante, tornando mais dinâmico seu fluxo de operações”. A conseqüência direta deste princípio é o incentivo ao aumento da rentabilidade da empresa, por meio da menor necessidade de imobilização do capital no ativo circulante. O ciclo financeiro, também denominado ciclo de caixa, é obtido por meio do ciclo operacional, compreendendo as fases com real movimentação de caixa, ou seja, os desembolsos efetuados para pagamentos das matérias-primas até os recebimentos das vendas realizadas (ASSAF NETO; SILVA, 2002). O ciclo financeiro consiste no intervalo de tempo entre as atividades financeiras acontecidas ao longo do ciclo operacional, representado pelo o pagamento a fornecedores e pelo recebimento das vendas (SANTOS, 2001). Nas empresas industriais o ciclo financeiro ou ciclo de caixa é obtido por meio do cálculo dos prazos de fabricação, pagamento dos fornecedores de matérias-primas e recebimentos da vendas efetuadas. Para empresas comerciais, o ciclo financeiro é calculado a partir dos prazos de estocagem, pagamento dos fornecedores de mercadorias ou produtos e recebimentos das vendas. Já nas empresas prestadoras de serviços o ciclo financeiro é constituído apenas pelos prazos de pagamentos e recebimentos (SANTOS, 2001). Para Santos (2001) existe a necessidade de se avaliar a realidade de cada organização a fim de se definir os prazos de fabricação, estocagem, pagamentos e recebimentos. Utiliza- se, como regra geral para o cálculo do ciclo financeiro, os prazos médios de fabricação, estocagem, pagamentos e recebimentos, de acordo as práticas da empresa, o tipo de negócio ou segmento de atividade. A Figura (2) a seguir, ilustra o conceito de ciclo operacional e financeiro de uma empresa industrial e seus componentes. Não será possível o aprofundamento conceitual dos componentes do ciclo operacional e financeiro, visto que não constitui o objetivo deste trabalho e foge a delimitação do tema proposto. PAGE 1 • PME (Mp) – prazo médio de estocagem de matérias-primas; • PMF – prazo médio de fabricação; • PMV – prazo médio de venda (prazo médio de estocagem dos produtos acabados); • PMC – prazo médio de cobrança (prazo médio de recebimento); • PMPF – prazo médio de pagamento de fornecedores. Figura 2. Ciclo operacional e financeiro de uma empresa industrial. Fonte: adaptado de Assaf Neto e Silva (2002). 3.4 EQUILÍBRIO FINANCEIRO O objetivo fundamental da administração financeira de curto prazo é gerir cada item do ativo circulante: estoques, contas a receber e aplicações de curto prazo; e do passivo circulante: contas, despesas e instituições financeiras a pagar (GITMAN, 2004). É por esta razão que as organizações, através da administração dos ativos e passivos de curto prazo, inseridas nas decisões financeiras, procuram manter certo nível de capital de giro para garantir a atividade operacional da empresa (ASSAF NETO; SILVA, 2002). O equilíbrio financeiro de uma organização se encontra vinculado com a liquidez dos ativos circulantes no mesmo prazo com que vencem as obrigações dos passivos circulantes. Os estoques da empresa se convertem em contas a receber e estas em caixa, que consiste na fonte de recursos para saldar as obrigações dos passivos circulantes. Assim é fundamental que empresa possua mecanismos de previsão do fluxo de caixa, relativamente simples para as saídas de caixa, já que a organização tem ciência dos prazos dos desembolsos no momento em que assume os compromissos. Segundo Gitman (2004, p. 510): “A dificuldade está em predizer as entradas de caixa – a conversão dos ativos circulantes em formas mais líquidas”. Na compreensão de Assaf Neto e Silva (2002, p. 24 e 25) o equilíbrio financeiro não é garantido apenas pelo capital circulante líquido positivo. Nesse caso, os recursos de longo prazo (permanentes) e as variáveis sazonais devem ser identificados nos ativos circulantes, elas compõem o ativo permanente da organização, e será utilizado para lastrear os passivos circulantes, ou seja, as necessidades financeiras permanentes da empresa. Zdanowicz (2002, p. 43) ressalta que as organizações equilibradas financeiramente, apresentam, entre outras, as seguintes características: • O contínuo equilíbrio entre entradas e saídas de caixa; • Aumento da participação do capital próprio, em relação ao capital de terceiros; • A rentabilidade do capital investido é sobre maneira satisfatória; • Menor necessidade de capital de giro; • Aumento no índice de rotação de estoques. Na mesma abordagem, Zdanowicz (2002, p. 42-49) atribui o equilíbrio financeiro nas organizações ao conjunto de medidas compreendidas na administração financeira e do capital de giro, através do planejamento das atividades financeiras, por meio da utilização do fluxo de caixa, possibilitando prever a escassez de recursos financeiros na empresa ou alterações nos saldos de caixa e a adoção de medidas saneadoras. Para isso o gestor financeiro precisa considerar fatores internos e externos impactantes na posição de caixa da organização (política de vendas, inadimplência, etc.). 4 FUNDAMENTANDO FLUXO DE CAIXA PAGE 1 intimamente relacionada à necessidade, por parte dos gestores, das informações, de forma imediata e consistentes (PADOVESE, 2000). Para Assaf Neto e Silva (2002, p. 86) consideram-se três motivos para que uma empresa mantenha um valor mínimo de caixa: a transação, no qual, decorre da necessidade da empresa de honrar seus compromissos; a precaução, devido o fluxo de pagamentos futuros nem sempre previsíveis; e por último a especulação, observando a perspectiva de uma oportunidade futura de fazer negócios. Na concepção de Silva (2008) é importante frisar que o fluxo de caixa não se limita apenas na conta caixa, de acordo com o entendimento contábil, no moderno ambiente empresarial os pagamentos e recebimentos são realizados via Internet (através do home bank) ou por meio de transferências eletrônicas de crédito, sem necessariamente o dinheiro tenha transitado no caixa da empresa, em seu sentido contábil. 4.3.1 Subdivisão do fluxo de caixa Na abordagem de Assaf Neto e Silva (2002, p. 56) e Padovese (2000, p. 73), o fluxo de caixa pode se subdividi de acordo com a sua utilização e objetivo estabelecido. Nesses termos, os autores referidos classificam o fluxo de caixa em (1) fluxo das atividades operacionais, (2) fluxo das atividades de investimentos e (3) fluxo das atividades de financiamentos. Gitman (2004, p. 86) compartilha o mesmo posicionamento, observando que o fluxo operacional tem origem nas entradas e saídas provenientes da produção e venda de bens e serviços pela organização; já o fluxo de investimento representa à venda e compra de ativos imobilizados e a participação em outras empresas; por conseguinte, o fluxo de financiamento é resultado das operações de captação de recursos de terceiros e de capital próprio. Para Zdanowicz (2002) o fluxo de caixa deve ser estruturado segundo o planejamento das previsões de entradas e saídas dos recursos financeiros da empresa, sendo utilizado nas organizações para o planejamento, análise e controle financeiro das atividades operacionais, de financiamento e investimento. O autor supracitado (ZDANOWICZ, 2002) entende que o fluxo de caixa pode ser dividido em fluxo operacional e fluxo extra-operacional de caixa. O fluxo de caixa operacional tem origem nas atividades operacionais desenvolvidas pela organização, ou seja, são entradas e saídas de recursos financeiros em decorrência das atividades fins da empresa. As entradas operacionais no caixa de uma empresa são representadas pelas vendas realizadas à vista e pelos recebimentos ocasionados pela cobrança das vendas efetuadas a prazo (promissórias, cheques, duplicatas, etc.). Já no caso das saídas operacionais de caixa, são representadas pelas compras de matérias-primas (pagamento de fornecedores, tanto à vista como a prazo), pagamentos de salários, dos encargos sociais e trabalhistas, dos custos indiretos de fabricação, das despesas administrativas, financeiras e tributárias, sendo estas classificadas como despesas operacionais (ASSAF NETO; SILVA, 2002; ZDANOWICZ, 2002). Deve-se considerar na apuração do caixa operacional os descontos concedidos nas vendas, as devoluções de mercadorias vendidas, as perdas com os valores incobráveis e os atrasos inerentes as vendas realizadas a prazo. Segundo Zdanowicz (2002) o fluxo de caixa extra-operacional resulta dos ingressos e desembolsos de itens que não sejam provenientes da atividade principal da empresa. Portanto, considera-se fluxo de caixa extra-operacional as imobilizações, vendas de itens do ativo PAGE 1 permanente, receitas financeiras, aluguéis pagos ou recebidos, amortizações de empréstimos ou financiamentos bancários e prestações recebidas ou pagas inerentes a contratos de leasing. 4.4 ORÇAMENTO DE CAIXA Na visão de Zdanowicz (2002, p. 244): “O orçamento é o instrumento que descreve um plano geral de operações e/ou capital, orientado pelos objetivos e pelas metas traçadas pela cúpula diretiva para um dado período de tempo”. Nesses termos, o orçamento empresarial compõe-se pelos orçamentos operacionais e de capital ou investimento. Considerando a visão de médio a longo prazo, em função das atividades operacionais das empresas, busca-se instrumentos de planejamento e controle financeiro que possibilitem a flexibilidade na análise e projeção para o futuro. Sendo assim, o administrador financeiro vislumbra o orçamento de caixa como uma referência na projeção da situação financeira da empresa, o que facilita o controle e a tomada de decisões inerentes a execução do plano financeiro estabelecido pela organização (ZDANOWICZ, 2002). A complexidade do plano orçamentário de caixa e seus detalhes variam de acordo com a empresa e sua necessidade, Zdanowicz (2002, p. 244) destaca que “(...) as grandes e médias empresas terão a preocupação com todo o sistema orçamentário, enquanto as micro e pequenas empresas, por suas necessidades prementes de disponibilidades, concentrar-se-ão no orçamento de caixa.” Dependendo do porte da empresa o orçamento de caixa pode está estruturado em três estágios principais, sendo estágio estratégico, tático e operacional, em síntese, respectivamente caracterizados por (ZDANOWICZ, 2002, p. 245): • O ESTÁGIO ESTRATÉGICO, incorporado ao planejamento de curto prazo, compreende os objetivos, metas da empresa, bem como os recursos necessários ao para que se alcance o almejado. O objetivo do estágio estratégico é manter um nível de caixa desejado, que possam cobrir os riscos inerentes ao empreendimento estabelecido, ou seja, uma margem de segurança, sendo que as decisões nesse nível afetam o capital de giro da empresa, como a captação de recursos de longo prazo e investimentos em itens do ativo imobilizado. • O ESTÁGIO TÁTICO é etapa de execução do orçamento de caixa, pois preocupa-se realmente com a manutenção do caixa positivo, através da sincronização dos fluxos de ingressos e desembolsos, contratando empréstimos e realizando aplicações de curto prazo. • O ESTÁGIO OPERACIONAL constitui-se na etapa de elaboração dos orçamentos componentes do Plano Geral de Operações (vendas, produção, despesas operacionais, caixa, DRE e Balanço Patrimonial), bem como suas variações, no qual impactam no capital de giro da empresa. Na compreensão de Zdanowicz (2002) o orçamento de caixa tem por objetivo primordial dimensionar, em determinado instante, se a empresa dispõe de recursos suficientes para suprir as necessidades de caixa. Dessa forma, é possível analisar, antecipadamente, o volume de recursos que deverão ser captados e as melhores condições de mercado, junto a terceiros, caso a empresa não disponha de recursos suficientes no respectivo período. O orçamento de caixa caracteriza-se pela flexibilidade na aplicação, sendo adaptado conforme as flutuações da economia, em função do controle orçamentário; outra característica é a projeção financeira, que consiste na projeção do nível de caixa desejado para o futuro, PAGE 1 tendo por base o caixa presente, a partir da análise da liquidez e do capital de giro da empresa. (ZDANOWICZ, 2002). 5 PLANEJAMENTO E CONTROLE DO FLUXO DE CAIXA Alguns autores (SILVA, 2008; ZDANOWICZ, 2002) defendem ser menos prejudicial à empresa contabilizar prejuízos, do que apresentar insuficiência de caixa, ou baixa capacidade de geração de caixa, realidade esta mais nítida nas micro e pequenas empresas. Todavia, para a empresa possuí um nível de caixa satisfatório é importante realizar o planejamento do fluxo de caixa, essa medida irá permitir que o administrador financeiro verifique antecipadamente as necessidades de recursos financeiros, no qual, irão atender os compromissos assumidos pela empresa, conforme os prazos de pagamentos acordados. Outra importante função, atribuída ao planejamento do fluxo de caixa, é evitar que em períodos com menor entrada de receitas, por conseqüência de sazonalidade da atividade ou questão de mercado, sejam programados desembolsos vultosos, sobrecarregando o caixa do período (ZDANOWICZ, 2002). Assaf Neto e Silva (2002) entendem que o fluxo de caixa sofre influências de todos os setores da empresa, os saldos de caixa podem sofrer alterações significativas decorrentes das medidas adotadas nas operações de compra, produção e venda. O administrador financeiro da empresa pode esclarecer como ocorrem tais influências através da observação do ciclo operacional. Por exemplo, o prazo médio de recebimento de duplicatas não poderá ser maior que prazo médio de pagamento, pois em um dado momento a empresa não terá fundos para saldar os compromissos devido à concessão do prazo maior aos clientes. Portanto, a utilização dos recursos de caixa devem se enquadrar dentro de planejamento financeiro prévio, com a finalidade de que o caixa gerado tenha o melhor aproveitamento possível. A empresa deve dispor de recursos financeiros suficientes no momento certo, em que precise saldar seus compromissos ou realizar investimentos que julgue necessários. Ponderando essas observações, a empresa deve realizar o planejamento e implantação do fluxo de caixa, estabelecendo medidas prévias de controle para o acompanhamento no decorre do período, sem contudo, comprometer a flexibilidade desse instrumento. 5.1 PLANEJAMENTO DO FLUXO DE CAIXA Segundo a abordagem de Zdanowicz (2002), para a empresa realizar o planejamento do fluxo de caixa deve-se observar, dentre outros, os seguintes requisitos: o levantamento dos dados econômico-financeiros da empresa, que se constitui da principal premissa para o planejamento do fluxo de caixa; assegurar o nível de caixa desejado a partir das contas do disponível da empresa e da constituição de reservas; fixar limites mínimos de caixa, levando tendo por base a experiência adquirida pela empresa; e garantir que as aplicações de excedentes de caixa no mercado financeiro sejam de maior liquidez possível. Essas medidas devem ser somadas ao levantamento das informações dos diversos setores e departamentos da empresa, que dentre outras, devem constar: as projeções de vendas, detalhando as prováveis proporções das vendas à vista e a prazo; as estimativas de compra e as condições de pagamento acordadas; o levantamento das contas a receber e das PAGE 1 • O saldo extra-operacional, de igual modo, resulta na diferença entre os ingressos e desembolsos do caixa extra-operacional no mesmo período de apuração; • O saldo apurado é obtido por meio da adição dos saldos operacionais e extra- operacionais apurados no mesmo período; • Os pagamentos e apurações de compromissos vencidos resultam da preocupação com o controle dos pagamentos em atrasos remanescentes do período anterior, acumulando para o período apurado e subseqüente, em virtude, por exemplo, de uma insuficiência de caixa ou renegociação dos pagamentos; • Os empréstimos são captados para suprir a necessidade de caixa no período, enquanto as amortizações são as devoluções do valor tomado emprestado às instituições financeiras; • As aplicações no mercado financeiro devem ser efetuadas quando existe saldo excedente de caixa, desde que não comprometa a liquidez, assim a empresa poderá efetuar o resgate do valor aplicado, acrescidos dos juros auferidos, caso seja necessário; • Dependendo da política da empresa pode-se manter uma reserva de caixa para as despesas não previstas, podendo ainda o valor está aplicado no mercado financeiro de curtíssimo prazo; • O saldo final de caixa, analisando segundo o fluxo de caixa projetado, consiste no nível desejado de caixa para o período seguinte, observando que será o saldo inicial do período subseqüente. Zdanowicz (2002) aconselha a utilização de mapas auxiliares na elaboração do fluxo de caixa, sendo os mais utilizados os mapas de recebimentos das vendas a prazo, de recebimentos das vendas a prazo com atraso e dos pagamentos de compras a prazo. A quantidade de mapas para auxílio à elaboração do fluxo de caixa provém das características da empresa, quanto ao seu porte e o tipo de atividade econômica explorada. 5.2 CONTROLE DO FLUXO DE CAIXA Segundo a análise de Zdanowicz (2002) o controle do fluxo de caixa tem como finalidade principal o controle das atividades financeiras e operacionais da empresa. O autor se refere ao controle das atividades financeiras e operacionais nos seguintes termos: “(...) controlar a atividade financeira, pois a noção de responsabilidade relaciona-se com todas as operações da empresa. O nível de caixa fixado deve fazer frente às necessidades correntes da empresa, sem que haja a preocupação de captar em fontes de longo prazo, que poderá representar alto custo financeiro. Assim, toda vez que a empresa capta grandes somas de empréstimos às pressas, ou apresenta disponibilidades sem uso, evidencia, a princípio, a falta de controle (...) controlar a atividade da empresa, em geral, quando as faltas, antes relacionadas, não são apenas imputáveis às atividades financeiras; deve-se analisar todo sistema operacional da empresa. (ZDANOWICZ, 2002, p. 179)” Em outras palavras, as variações de caixa podem está vinculados as atividades operacionais da empresa, nessas circunstâncias, na função de controle do fluxo de caixa, deve-se analisar os fatores internos ou externos à empresa, em busca de possíveis disfunções e adotar, respectivamente, medidas corretivas cabíveis. Por exemplo, a diminuição dos ingressos de caixa, circunstancialmente, devem estar associados à queda nas vendas, que por conseguinte, sejam ocasionadas pela ineficiência dos vendedores ou sazonalidade do mercado. A manutenção de saldo reserva de caixa consiste numa medida preventiva ao quadro descrito. Na concepção de Frezatti (1997) o acompanhamento do fluxo de caixa deverá ser realizado diariamente. Visão comungada por Zdanowicz (2002, p. 174) ao referir-se que: “O PAGE 1 controle diário diminui a margem de erros e permite acompanhar a performance, em tempo de aplicar eventuais medidas corretivas”. O controle diário do fluxo de caixa permite o administrador financeiro visualizar, com certa antecedência, erros de projeção ou insuficiência de recursos de caixa, em determinado período, a tempo para que sejam adotadas medidas saneadoras, sem maiores transtornos à empresa. Acrescenta-se que o controle de caixa pode ser fixado de acordo com período projetado, podendo ser de curto prazo, vislumbrando a diminuição dos encargos financeiros sobre as necessidades de créditos da empresa e do custo oportunidade de fundos ociosos; ou de longo prazo, quando associadas às projeções de custos operacionais e de capital (expansão, modernização, relocalização ou novas instalações) e nas decisões de financiamentos, por meio de linhas de crédito adequadas a longo prazo (ZDANOWICZ, 2002). 6 ANÁLISE DE ALTERNATIVAS DE IVESTIMENTOS POR MEIO DO FLUXO DE CAIXA PROJETADO As empresas precisam analisar as alternativas de investimentos, conforme o dilema liquidez versus rentabilidade da teoria de finanças. O administrador financeiro deve estabelecer a política de investimentos da organização, mediante a análise de viabilidade econômico-financeiro, por meio da projeção dos futuros ingressos e desembolsos de recursos (GITMAN, 2004; ZDANOWICZ, 2002). Zdanowicz (2002, p. 290) instrui que “(...) o fluxo de caixa projetado será útil como instrumento de análise e tomada de decisão entre alternativas de investimento que o administrador financeiro pretende realizar.” Para as empresas, existem diversas formas de subsidiar um investimento, dentre as mais comuns, cita-se os empréstimos, os financiamentos de instituições de crédito e o arrendamento mercantil. Os modelos matemáticos aplicados ao fluxo de caixa projetado permitem ao administrador financeiro decidir a melhor alternativa de investimento para empresa (ZDANOWICZ, 2002). As alternativas de investimentos poderão ser estudadas, utilizando-se do fluxo de caixa, através de vários métodos de análise, não aprofundado neste trabalho por fugir a delimitação do tema proposto e em virtude da complexidade de conceitos a serem abordadas. Dentre os mais usualmente utilizados, destacam-se (ZDANOWICZ, 2002, p. 299): • Método do valor presente líquido irá calcular o valor atual do fluxo da alternativa de investimento, através do uso de uma taxa mínima de atratividade, no qual, o administrador financeiro julgue satisfatório; • Método da taxa interna de retorno do investimento pode ser realizado pela taxa de juros que irá tornar equivalente ao fluxo de caixa gerado pelo investimento inicial; • Pay Back do projeto evidencia o prazo de recuperação do capital investido. 7 METODOLOGIA Na metodologia procurou-se observar a coerência e a coesão com o problema proposto, com o objetivo geral e os objetivos específicos, bem como com a PAGE 1 fundamentação teórica, estabelecendo o nexo teoria e prática. Ressalta-se a importância de descaracterizar as empresas submetidas ao estudo de caso, com o objetivo de resguardar o sigilo dos dados apurados e citados neste trabalho. Com o objetivo de solucionar a questão/ problema deste estudo a pesquisa apresenta-se da seguinte forma: (a) Quanto aos fins: pesquisa exploratória / descritiva. Para Vergara (2007, p. 47) a pesquisa exploratória “é realizada em área na qual a pouco conhecimento acumulado e sistematizado”. A pesquisa assume característica de exploratória explanando o tema proposto, com a identificação e análise dos aspectos relacionados à utilização do fluxo de caixa no processo de tomada de decisões das empresas objeto de estudo. Por conseguinte, a pesquisa assume aspecto de descritiva quando caracteriza as micro e pequenas empresas objeto de estudo e a situação financeira destas, em especial a utilização do fluxo de caixa. Este fundamento da pesquisa baseia-se em Gil (2006, p. 44) que destaca o principal objetivo da pesquisa descritiva como “(...) a descrição das características de determinada população ou fenômeno ou o estabelecimento de relações entre variáveis”. (b) Quanto aos meios: estudo de caso, pesquisa documental e bibliográfica. A metodologia para o levantamento dos dados consiste no estudo de caso, possibilitando a obtenção de uma maior gama de informações a respeito do problema proposto, tendo em vista a averiguação in loco do objeto de estudo. Segundo Vergara (2007, p. 49) “O estudo de caso (...) tem caráter de profundidade e detalhamento”. Para isso utilizou-se questionário de perguntas fechadas, para o levantamento de dados importantes para caracterização das empresas (segmento econômico, faturamento, tempo de atividade, constituição jurídica e número de funcionários, etc.), e entrevista mediante roteiro, aplicadas aos proprietários e/ou gerentes das organizações, com objetivo de obter as informações referentes aos aspectos gerenciais, e a utilização do fluxo de caixa no processo de tomada de decisões. Paralelamente se realizou a coleta e análise de dados por meio de documentos existentes na empresa, tais como os livros contábeis, os fichários com registros das vendas, as planilhas eletrônicas, entre outros. A pesquisa também se preocupou com a revisão das principais linhas teóricas a respeito do fluxo de caixa e sua utilização no processo de tomada de decisões das organizações, fundamentando os aspectos apurados no estudo de caso, o que segundo Gil (2006, p. 65) “(...) permite ao investigador a cobertura de uma gama de fenômenos muito mais ampla do que poderia pesquisar diretamente”. A Amostra foi intencional e não-probabilística, levando em consideração os seguintes fatores: as empresas devem estar instaladas no entorno do Distrito Industrial de Maracanáu; estar enquadradas como Micro Empresa ou Empresa de Pequeno Porte, de acordo com a legislação em vigor; ser do mesmo ramo de atividade econômica, ou seja, o comércio varejista de confecções e acessórios; possuir até 50 (cinqüenta) funcionários ocupados, conforme o critério estabelecido pelo SEBRAE. Considerando os critérios mencionados, este plano de amostragem possibilitou a seleção de 05 (cinco) empresas para a aplicação do estudo de caso, de forma rápida e econômica, conforme recomendação de Roesch (2005). 7.1 COLETA E ANÁLISE DOS DADOS PAGE 1 destacam as exigências de garantias, o que muitas vezes interferem nas taxas de juros acordadas ou acabam por inviabilizar a tomada de empréstimos e financiamentos. Essa realidade advém da falta de critérios na concessão de crédito aos clientes pelas micro e pequenas empresas. Para Assaf Neto e Silva (2002) a empresa deve definir claramente sua política de crédito e cobrança, levando que consideração o impacto sobre o fluxo de caixa da empresa. Quanto às alternativas de investimentos adotadas pelas empresas pesquisas, no caso da existência de saldo de caixa excedente, os entrevistados referiram aplicar na atividade operacional de seus negócios, mediante a aquisição de estoques de mercadorias, realizadas por compras à vista com descontos, no qual, justificam a atratividade para essa alternativa. Os sujeitos entrevistados afirmam desconhecer outras possibilidades de aplicação dos saldos de caixa excedentes, como aplicações no mercado financeiro, CDB, CDI, fundos de renda fixa, etc. 8 CONSIDERAÇÕES FINAIS Concluí-se que o presente artigo científico cumpriu com seu objetivo geral e específicos. Primeiramente, ao caracterizar o contexto econômico a que estão inseridas as micro e pequenas empresas no Brasil, destacando a participação destas nas riquezas no país (PIB), o potencial de geração de emprego e renda, as dificuldades na gestão financeiras de seus negócios e ao acesso ao crédito, utilizando-se para isso dos mais recentes dados SEBRAE e das abordagens de especialistas no assunto. Em seguida foram revisadas as principais linhas teóricas a respeito de fluxo de caixa e suas ligações com as diversas áreas das empresas, mencionados sempre autores renomados e consagrados pelos seus conhecimentos sobre o tema. Assim, discorreu-se sobre o capital de giro, o CCL, o ciclo operacional e de caixa, sobre o equilíbrio financeiro; definiu-se o conceito de caixa e de gestão do fluxo de caixa; demonstrou-se a importância do planejamento e controle do fluxo de caixa para as empresas, o fluxo de caixa projetado e análise de alternativas de investimentos. Em seguida foi investigado e analisado a importância da gestão do fluxo de caixa no gerenciamento das MPEs instaladas no entorno do Distrito Industrial de Maracanaú, obtendo- se como resultado, que 40% das empresas estudadas, não se utilizam do fluxo de caixa e desconhecem suas aplicações; outros 60% utilizam-se do fluxo de caixa apenas como cronograma de recebimentos e pagamentos (recebimentos de clientes, pagamentos de fornecedores e impostos, amortizações bancárias), desconhecendo as demais aplicações do fluxo de caixa (equalização do equilíbrio financeiro, análise do retorno sobre o investimento, projeção de caixa, otimização dos recursos financeiros em operação, aplicação dos excedentes de caixa, etc.), sobretudo como ferramenta de apoio gerencial no processo de tomada de decisões. Percebeu-se que os micros e pequenos empresários idealizam os processos de planejamento e controle de caixa como onerosos e que necessitam da contração de profissionais qualificados. Zdanowicz (2002, p. 47) diz que “(...) as dificuldades financeiras, especialmente as que embaraçam as micro e pequenas empresas, parecem decorrer da ausência do planejamento e controle de suas atividades operacionais”. PAGE 1 ABSTRACT - The present article has as objective generality to investigate and to analyze the importance of the management of the box flow as instrument of management of the micron and small companies installed in Industrial District of Maracanaú and specific objectives: to characterize the economic context the one that is inserted the micron and small companies, to analyze the importance of the flow of box in the process of taking of decisions of the micron and small companies, as well as revising the main theoretical lines with respect to the considered subject. The theoretical embasament of the present article this based on satiated academic content, sources as articles, periodic, literature technique, legislation, among others; beyond innumerable cited authors: Zdanowicz, Silva, Assaf Neto, Padovese, Gitman, Frezatti, Santos, Sanvicente, always with the objective to clarify the considered problem. The employed methodology consists of a descriptive, study of case and documentary research and bibliographical exploratory/research, using itself for attainment of the data, the application of questionnaire with closed questions and interview by means of script the 05 (five) micron and small companies installed in Industrial District of Maracanaú. After the analysis of the results concluded that the flow of important box instrument for the financial planning of the micron and small companies. Key-Words: Financial Management. Cash Flow. Micron and Small Company. REFERÊNCIAS ANTONIK, L. R. Administração financeira das pequenas e médias empresas. 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