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A espectrofotometria é o método de análises óptico, Notas de estudo de Engenharia Florestal

A espectrofotometria é o método de análises óptico mais usado nas investigações biológicas e fisico-químicas. O espectrofotômetro é um instrumento que permite comparar a radiação absorvida ou transmitida por uma solução que contém uma quantidade desconhecida de soluto, e uma quantidade conhecida da mesma substância. Todas as substâncias podem absorver energia radiante, mesmo o vidro que parece completamente transparente absorve comprimentos de ondas que pertencem ao espectro visível. A água abs

Tipologia: Notas de estudo

2010

Compartilhado em 23/02/2010

guilherme-bavoso-6
guilherme-bavoso-6 🇧🇷

4.9

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Baixe A espectrofotometria é o método de análises óptico e outras Notas de estudo em PDF para Engenharia Florestal, somente na Docsity! 1 INTRODUÇÃO A espectrofotometria é o método de análises óptico mais usado nas investigações biológicas e fisico-químicas. O espectrofotômetro é um instrumento que permite comparar a radiação absorvida ou transmitida por uma solução que contém uma quantidade desconhecida de soluto, e uma quantidade conhecida da mesma substância. Todas as substâncias podem absorver energia radiante, mesmo o vidro que parece completamente transparente absorve comprimentos de ondas que pertencem ao espectro visível. A água absorve fortemente na região do infravermelho. A absorção das radiações ultravioletas, visíveis e infravermelhas dependem das estruturas das moléculas, e é característica para cada substância química. Quando a luz atravessa uma substância, parte da energia é absorvida (absorbância): a energia radiante não pode produzir nenhum efeito sem ser absorvida. A cor das substâncias se deve a absorção (transmitância) de certos comprimentos de ondas da luz branca que incide sobre elas, deixando transmitir aos nossos olhos apenas aqueles comprimentos de ondas não absorvidos. A fotometria é o ramo da óptica que se preocupa em medir a luz, em termos de como seu brilho é percebido pelo olho humano. Aquela se diferencia da radiometria, que é a ciência que mede a luz em termos de sua potência absoluta, por descrever a potência radiante associada a um dado comprimento de onda usando a função de luminosidade modeladora da sensibilidade do olho humano ao brilho. A fotometria também é utilizada na astronomia, na observação de estrelas, pela percepção da diminuição da luz por elas emitida. Através de estudos e cálculos, é possível descobrir novos planetas e saber informações como rotação, translação, distância da estrela e satélites. Neste trabalho, trataremos dos métodos analíticos baseados na absorção de radiação eletromagnética. A luz tem radiações para as quais a vista humana é sensível, e as ondas com comprimento de onda diversos provocam sensações de cores diferentes; uma mistura apropriada da luz, com estes comprimentos de onda, constitui a luz branca. PAGE \* MERGEFORMAT 4 2 MÉTODOS FOTOMÉTRICOS De acordo com o senso comum, quanto mais cromóforo (substância que absorve luz) uma solução tiver, mais escura ela será. Todo dia inferimos a quantidade de café pela aparência do cafezinho! No início, a fotometria utilizou exatamente este instrumento, ou seja, o olho humano, para determinar a concentração de substâncias cromóforas. Para facilitar esta tarefa, uma vez que o nosso olho não é um equipamento absoluto, usou-se cores ou concentrações padrões com os quais a solução em análise poderia ser comparada. A precisão deste método, porém, não era adequada devido às propriedades da visão e também do componente subjetivo, que sempre que possível deve ser eliminado na quantificação. O advento de equipamentos capazes de quantificar a luz permitiu que a quantidade de fótons pudesse ser medida, permitindo uma quantificação muito mais precisa. Antes de abordar os aparelhos responsáveis pelas medidas fotométricas, é importante discutir um pouco as bases teóricas que permitem a aplicação da absorção da luz como método quantitativo. 2.1 LUZ A luz é uma onda eletromagnética, isto é, possui dois componentes, um componente elétrico e outro magnético, posicionados a um ângulo de 90º um em relação ao outro. Todo movimento oscilatório possui um comprimento de onda, que é a distância entre dois máximos de onda(HARRIS, 2005). Na Figura 1 podemos ver uma onda com um comprimento de 360 e outro de 200 nm. A amplitude da onda ( neste exemplo de 1,0 e 0,6) representa a intensidade da mesma. Figura 1 – Amplitude da onda Fonte: http://www.chemkeys.com PAGE \* MERGEFORMAT 4 Um átomo ou molécula possui orbitais ocupados e orbitais não ocupados. No estado fundamental os elétrons se distribuem de forma a minimizar a energia. Existe, porém, a possibilidade de ocupação de orbitais mais energéticos, se for proporcionada uma certa quantidade de energia(SKOOG, 2002). Isto pode acontecer quando um fóton de luz atingir um átomo ou molécula como visto na Figura 3. Figura 3. Orbitais eletrônicos e a absorção e emissão de luz Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki Este elétron no estado excitado tenderá a voltar para o estado fundamental, o que geralmente ocorre por um caminho tortuoso, na qual o elétron passa para um estado metaestável, emitindo com isso energia térmica, e deste estado volta ao estado fundamental, emitindo luz. Este elétron no estado excitado tenderá a voltar para o estado fundamental, o que geralmente ocorre por um caminho tortuoso, na qual o elétron passa para um estado metaestável, emitindo com isso energia térmica, e deste estado volta ao estado fundamental, emitindo luz. Esta emissão de luz é classificada como fluorescência quando a emissão cessa logo após a extinção da excitação e fosforescência quando a emissão espontânea continua por períodos de tempo mais elevados (até mesmo horas, mas caracteristicamente segundos ou frações de segundos). Uma característica muito importante a que deve ser considerada quando se leva em consideração estas transições energéticas entre orbitais é a quantização. As transições só ocorrem quando a energia fornecida pela radiação é igual à energia de transição entre os dois orbitais, sendo que tanto energias inferiores como superiores são incapazes de produzir a transição eletrônica (SKOOG, 2002). Figura 4. Espectro de absorção de vários pigmentos fotossintéticos. Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki PAGE \* MERGEFORMAT 4 As transições energéticas que ocorrem em um átomo ou molécula podem ser determinadas através de um espectro de absorbância, que é a medição da quantidade de luz absorvida em vários λs, como visto na Figura 4. É interessante ressaltar que é justamente nestas transições eletrônicas que está o motivo do mundo colorido que vivenciamos. Vejamos o caso da clorofila, que como todos sabemos é responsável pelo maravilhoso verde das matas, possui uma forte absorção na região do azul e do vermelho. Isto significa dizer que quando olhamos para uma folha, estamos recebendo em nossos olhos a luz filtrada, isto é, a luz branca (que possui todos os λs) subtraídos do azul e do vermelho (Figura 4), fazendo com que somente o que não for absorvido seja captado pelos nossos olhos, isto é, o verde (λ = 530). Da mesma forma, todas as colorações que vemos são resultado da absorção seletiva de algum l, restando a cor. Neste ponto é interessante filosofar que pode ter havido uma pressão seletiva durante a evolução dos órgãos responsáveis pela detecção da luz (leia-se olhos) para que fossem detectadas justamente os s entre 400 e 700nm pois esta região é riquíssima em transições observadas na natureza, trazendo desta forma uma quantidade de informações imensa (muito provavelmente o mundo em λ diferentes do visível seja bastante “cinza” ou monótono - isto é, contém muito menos informação). 3 FOTOMETRIA Fotometria é a medida da luz proveniente de um objeto. Até o fim da Idade Média, o meio mais importante de observação astronômica era o olho humano, ajudado por vários aparatos mecânicos para medir a posição dos corpos celestes. Depois veio a invenção do telescópio, no começo do século XVII, e as observações astronômicas de Galileo. A fotografia astronômica iniciou no fim do século XIX e durante as últimas décadas muitos tipos de detectores eletrônicos são usados para estudar a radiação electromagnética do espaço. Todo o espectro electromagnético, desde a radiação gama até as ondas de rádio são atualmente usadas para observações astronômicas. Apesar de que observações com satélites, balões e espaçonaves podem ser feitas fora da atmosfera, a grande maioria das observações é obtida da superfície da Terra. Como a PAGE \* MERGEFORMAT 4 maioria das observações utiliza radiação electromagnética, e podemos obter informações sobre a natureza física da fonte estudando a distribuição de energia desta radiação, introduziremos alguns conceitos para a caracterização desta radiação. • comprimento de onda • freqüência • c 300 000 km/s velocidade da luz Localização no espectro: A radiação visível vai aproximadamente de 3900 Å (violeta) até cerca 7800 Å (vermelho). Cor Comprimento de onda (Å) Freqüência (1012 Hz) violeta 3900 - 4550 659 - 769 azul 4550 - 4920 610 - 659 verde 4920 - 5770 520 - 610 amarelo 5770 - 5970 503 - 520 laranja 5970 - 6220 482 - 503 vermelho 6220 - 7800 384 – 482 Tabela 2 - Freqüências e comprimentos de onda para várias cores, no vácuo. Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki Como as cores são subjetivas, pois dependem da sensibilidade de cada olho humano, a definição é um pouco arbitrária. 3.1 TRANSMITÂNCIA Se passarmos um feixe de luz de intensidade conhecida (Io) através de uma amostra e medirmos a intensidade da luz que emergiu, podemos calcular a transmitância (T) desta amostra da seguinte forma: T = I / Io , isto é, a razão de luz que atravessa a amostra. Figura 5. Transmitância Fonte: http://www.ufpa.br/ccen/quimica PAGE \* MERGEFORMAT 4 precisa será a determinação, o que significa dizer que o l mais adequado para a determinação da concentração de um cromóforo através da lei de Lambert-Beer é o λ de absorbância mais intensa, ou seja, o pico de absorbância. 4.1 DETERMINAÇÕES SIMULTÂNEAS Dois ou mais cromóforos podem ser quantificados independentemente quando presentes em uma mistura (VOGEL, 1985). Para que isto seja possível é necessário que algumas condições sejam satisfeitas: o cromóforo A deve possuir pelo menos um pico de absorbância no qual a absorbância do cromóforo B seja negligenciável e vice-versa. A Figura 7 mostra a absorbância de dois compostos separadamente e somados. Neste caso o pico de 670nm seria melhor para a detecção do composto A e o pico de 530nm para o composto B. Embora seja aconselhável escolher o pico de maior e para a determinação da concentração de um composto, neste caso o pico de 670nm é indicado pois ele não sofre a interferência do espectro de absorção do composto B. É importante mencionar que, como a absorção total é a soma da absorção dos diversos componentes, é possível até fazer uma determinação simultânea quando os dois espectros se sobrepõem completamente, contanto que se conheça os espectros isolados e os εs de cada pico. Figura 7 - Determinação simultânea em uma mistura de dois cromóforos Fonte: http://www.ufpa.br/ccen/quimica 4.2 DESVIOS NA LEI DE LAMBERT-BEER Como abordado anteriormente, a Lei de Lambert-Beer somente se aplica quanto os centros absorventes não interagem uns com os outros. Isto obviamente só é conseguido em concentrações muito pequenas. Em termos práticos, as concentrações limites até as quais esta lei é obedecida situam-se na faixa de 10-2 M para a maioria dos compostos. Até estas PAGE \* MERGEFORMAT 4 concentrações as moléculas (centros absorventes) interagem predominantemente com o solvente. Em concentrações superiores, iniciam-se interações também entre as moléculas do soluto (cromóforo), fazendo com que o ε e o λ de certos picos de absorbância sejam alterados2. Lembrem-se de que certo espectro com os seus respectivos εs é característico daquela substância em um determinado solvente. Em concentrações muito altas, as interações entre as moléculas do soluto se tornam tão elevadas que predominam sobre as interações solvente-soluto, fazendo com que o próprio soluto aja como solvente, produzindo alterações na absorbância. Outra fonte de erro pode ser o índice de refração, que pode aumentar significativamente em soluções concentradas, desviando parte da luz e diminuindo a intensidade detectada. Na Figura 6 pode-se ver o desvio da lei de Lambert-Beer na curva A*. O equipamento de detecção também pode representar uma fonte de erro, principalmente em concentrações muito baixas ou muito elevadas, nas quais a intensidade de luz transmitida é muito próxima ou muito distante, respectivamente, da intensidade do feixe que não passa pela amostra, fazendo com que as comparações se tornem muito menos precisas. 4.3 FLUORESCÊNCIA A fluorescência é devido à emissão de luz após uma excitação, sendo que aquela sempre acontece em λs maiores do que esta. A fluorescência possui várias vantagens em relação à absorbância, entre as quais pode-se destacar a maior sensibilidade, a maior seletividade e a maior dependência do meio circundante. A sensibilidade da fluorescência é aproximadamente 2 ordens logarítmicas maior do que a absorbância. Quanto à seletividade é interessante mencionar que um composto fluorescente geralmente possui mais de um espectro de emissão, cada qual para um certo λ de excitação, fazendo com que este método também seja melhor do que a absorbância para a determinação qualitativa do composto. PAGE \* MERGEFORMAT 4 2 “blue ou red shift” - deslocamento para o azul ou vermelho (HARRIS, 2005). Além destas vantagens, a fluorescência é extremamente sensível ao meio em que se encontra o composto. Existem várias substâncias que suprimem a emissão de fluorescência (“quencher”) dentre os quais se pode citar o O2. Isto pode ser utilizado para detectar, por exemplo, se um grupo fluorescente está em contato com o meio ou está protegido dele (na parte interna de uma proteína, por exemplo). Esta técnica é bastante utilizada no auxílio da determinação de estruturas de proteínas usando o aminoácido triptofano como grupo fluorescente. 4.4 MÉTODOS FOTOMÉTRICOS NA ANÁLIZE QUALITATIVA Como discutido anteriormente, o espectro é uma característica de uma certa substância em um certo solvente. Obviamente isto pode ser utilizado para a análise qualitativa, o que geralmente acontece por comparação, isto é, se compara o espectro de um composto desconhecido com espectros de padrões. O espectro de absorção fornece algumas informações sobre a natureza do composto. A absorção na faixa do visível e do IV geralmente indica ligações duplas conjugadas para compostos orgânicos e complexos de metais de transição no caso de compostos inorgânicos. Um exemplo interessante de utilização da absorbância é a determinação se o DNA está na forma de simples ou dupla fita. As bases do DNA absorvem na faixa do UV, em torno de 260 nm, sendo que esta absorção é aumentada quando a dupla hélice é separada, fazendo com que a absorbância neste λ seja um bom método para a determinação da conformação do DNA. 4.5 MÉTODOS FOTOMÉTRICOS NA ANÁLIZE QUANTITATIVA O principal uso dos métodos fotométricos é na quantificação de substâncias. Em anexo se encontra um protocolo que mostra como que estes métodos podem ser utilizados para a determinação da concentração de um cromóforo, a partir de soluções com concentrações conhecidas ou então com a utilização da constante e para as condições nas quais se está PAGE \* MERGEFORMAT 4 de onda (nm) onda (nm) Ultravioleta <400 Amarelo 570-590 Violeta 400-450 Alaranjado 590-620 Azul 450-500 Vermelho 620-760 Verde 500-570 Infravermelho >760 Tabela 3 - Comprimento de onda aproximado das cores Fonte: http://www.ufpa.br/ccen/quimica Figura 8 - Comprimento de onda aproximado das cores Fonte: http://www.ufpa.br/ccen/quimica Na tabela 3 estão as faixas de comprimento de onda aproximados que correspondem às diferentes cores. A percepção visual das cores é provocada pela absorção seletiva, por um objeto corado, de certos comprimentos de onda da luz incidente. Os outros comprimentos de onda ou são refletidos ou são transmitidos, de acordo com a natureza do objeto, e são percebidos pela vista como a luz do objeto. Se um corpo sólido opaco tem a aparência de branco, todos os comprimentos de onda são igualmente refletidos; se o corpo parece negro, a reflexão de luz de qualquer comprimento de onda é muito pequena. Se um corpo parece azul, são refletidos os comprimentos de onda que correspondem ao estímulo do azul, e assim sucessivamente5. Na figura abaixo aparecem os limites aproximados do comprimento de onda e o conjunto de radiações pode ser considerado o espectro eletromagnético (excluindo-se, como é claro, as ondas acústicas). Percebe-se, no espectro, que os raios y e os raios X têm comprimentos de onda muito curtos, enquanto a radiação ultravioleta, a radiação visível, a radiação infravermelha, e as ondas de rádio têm comprimentos de onda sucessivamente maiores. Na colorimetria e na espectrofotometria, a região visível e a região ultravioleta que lhe é adjacente são da maior importância. PAGE \* MERGEFORMAT 4 5 Deve-se acentuar que a faixa de radiação eletromagnética estende-se muito além da região visível. Figura 9 - Espectro eletromagnético Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki As ondas eletromagnéticas são usualmente descritas em termos (a) do comprimento de onda (distância entre os picos sucessivos em cm, a menos de explicitação de outra unidade), (b) do número de onda v (número de ondas por cm) e (c) da freqüência v (número de ondas por segundo). As três grandezas estão relacionadas como segue: Para a adoção integral das unidades SI estas funções deveriam ser calculadas com o metro como umidade básica. É, no entanto, ainda a prática comum usar o centímetro. 5.1 TIPOS DE ESPECTROFOTOMETRIA 5.1.1 Espectrofotometria astronômica Os astrônomos utilizam redes de difração para estudar o espectro de energia da radiação eletromagnética dos astros coletada nos telescópios. A rede de difração é o artefato que substitui o antigo prisma óptico na pesquisa científica. Sua qualidade se mede pelo poder de separação de duas linhas de absorção ou de emissão do espectro eletromagnético de uma estrela, isto é, pela sua resolução espectral. 5.1.2 Espectrofotometria de absorção atômica É o método de análise usado para determinar qualitativamente e quantitativamente a presença de metais. O método consiste em determinar a presença e quantidade de um determinado metal em uma solução qualquer, usando como princípio a absorção de radiação ultravioleta por parte dos elétrons que, ao sofrerem um salto quântico depois de devidamente excitados por uma chama de gás acetileno a 3000 graus celsius, esses devolvem a energia PAGE \* MERGEFORMAT 4 recebida para o meio, voltando assim para a sua camada orbital de orígem. A energia devolvida na forma de um fóton de luz, por sua vez, absorve a radiação ultravioleta emitida pela fonte específica (cátodo ôco) do elemento químico em questão. Dessa forma, elétrons que estão contidos na solução, e que sofrem também um salto quântico e que não pertencem ao mesmo elemento que constitui o cátodo ôco que está sendo usado no momento, não serão capazes de causar uma interferência, isso porque eles absorverão apenas radiação com comprimento de onda referente ao elemento químico do qual fazem parte. 5.1.3 Espectrofotometria no Infra-vermelho Os compostos orgânicos também absorvem radiações na região do infravermelho (IV) do espectro . A radiação infravermelha não tem energia suficiente para excitar os elétrons e provocar transições eletrônicas, mas ela faz com que os átomos ou grupos de átomos vibrem com maior rapidez e com maior amplitude em torno das ligações covalentes que os unem. Estas vibrações são quantizadas e, quando ocorrem, os compostos absorvem energia IV em certas regiões do espectro. Nas vibrações, as ligações covalentes comportam-se como se fossem pequenas molas unindo os átomos. Quando os átomos vibram, só podem oscilar com certas frequências, e as ligações sofrem várias deformações. Quando a ligação absorve energia, ela sofre alterações e, ao retornar ao estado original, libera essa energia, que então é detectada pelo espectrômetro. As moléculas podem vibrar de muitos modos. Dois átomos unidos por uma ligação covalente podem efetuar vibrações de estiramento dessa ligação, como se fosse uma mola que estica e retorna ao tamanho original. Três átomos também podem efetuar diferentes vibrações de estiramento e alteração dos ângulos de ligação, em vários planos do espaço. No entanto, as vibrações de estiramento são as mais importantes. A radiação infravermelha é outra espécie de radiação eletromagnética cujo espectro começa num dos limites do espectro da luz (o vermelho) e se estende até à zona das ondas hertzianas (radar, televisão, rádio). É caracterizada por um comprimento de onda compreendido entre cerca de 800 e 105 nm. Nas moléculas, os átomos e os grupos atômicos estão em contínuo movimento, uns em relação aos outros (vibrações moleculares). Quando elas são sujeitas a radiação com energia semelhante à correspondente a essas vibrações (radiação infravermelha), as moléculas podem alterar o seu estado de vibração (excitação), PAGE \* MERGEFORMAT 4 utilizadas são as lâmpadas fluorescentes de hidrogênio e hélio, que fornecem radiações com l de 180 a 350 nm. 5.2.3 Seleção do Comprimento de Onda (l) Uma das premissas da lei de Lambert-Beer é a luz monocromática, isto é, que tenha somente um determinado λ, que precisa ser selecionado do vasto espectro geralmente fornecido pela fonte. A seleção do λ pode ser realizado de várias formas. Nos fotocolorímetros, esta seleção se dá através do uso de filtros, que nada mais são do que vidros coloridos. Obviamente as cores destes vidros foram cuidadosamente escolhidas para que estes permitam a passagem de um λ específico. Na realidade a seleção do λ usando-se filtros geralmente consegue uma precisão de somente alguns nm, ou seja, consegue selecionar uma faixa de λs em vez de um λ específico. Nos espectrofotômetros utilizam-se geralmente prismas ou grades de difração para uma seleção mais precisa do λ. Diferentes λs viajam com velocidades diferentes através da matéria, sendo que λs menores sofrem mais difração do que λs maiores. Usando-se um prisma móvel juntamente com lentes adequadas e uma fenda se consegue selecionar λs com a precisão de até λ nm. Outra forma de seleção do l é o uso de uma grade de difração, que nada mais é do que uma superfície irregular que consegue refletir a luz. A interferência desta luz refletida fornece um espectro, do qual se pode selecionar os λs de forma semelhante ao descrito para o prisma. Figura 12 - Prisma (la > lb) Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki PAGE \* MERGEFORMAT 4 5.2.4 Fendas e lentes Existem nos espectrofotômetros várias lentes e fendas, que tem como objetivo colimar e selecionar os feixes de luz apropriados. 5.2.5 Cubeta A característica fundamental da cubeta é que ela seja transparente à radiação. No caso da radiação UV utiliza-se quartzo ou sílica fundida enquanto que na região do visível podem ser utilizados materiais mais baratos como o vidro ou plásticos. Geralmente as cubetas possuem um caminho óptico (espessura) de um centímetro, tamanho padronizado na lei de Lambert-Beer. Sempre é bom lembrar que estas cubas devem ser rigorosamente limpadas para que sujeiras ou mesmo a gordura dos dedos não interfira na leitura. É conveniente que as cubetas sejam regularmente limpas com agentes oxidantes como por exemplo solução sulfocrômica para retirar qualquer traço de sujeira. 5.2.6 Detectores Existem várias formas de se detectar ondas eletromagnéticas, sendo que todas estão baseadas na conversão da energia radiante em energia elétrica, que podem então ser detectados por um equipamento convencional. Os três tipos diferentes de detectores mais utilizados. As células fotovoltaicas baseiam-se na geração de força eletromotriz quando se ilumina uma placa metálica recoberta com uma camada de material semicondutor como o PAGE \* MERGEFORMAT 4 selênio e o óxido de cobre. As células fotovoltaicas são utilizadas principalmente no caso de uma iluminação alta, pois a amplificação deste tipo de célula é difícil de ser conseguida. As células fotoelétricas tem como princípio o efeito fotoelétrico, que consiste na liberação de um elétron de uma superfície (geralmente constituída de óxidos alcalinos) quando um fóton de luz visível ou UV atingir a placa. Estes elétrons liberados podem ser captados por um ânodo, o que produzirá uma corrente elétrica detectável. Uma modificação das células fotoelétricas, denominados fotomultiplicadores, (Figura 11) utilizam a emissão induzida por fótons e elétrons para amplificar o sinal. O fóton bate na primeira placa e 2 a 5 elétrons secundários são emitidos, que são atraídos pela placa seguinte (díodo) através de uma voltagem de aproximadamente + 90V. Cada qual destes elétrons podem por sua vez produzir 2 a 5 outros 12 elétrons e assim sucessivamente. Com a utilização de 9 a 16 díodos, cada qual com uma voltagem de +90 V em relação ao anterior, pode se conseguir uma amplificação de até 108, considerando- se que cada passo tenha um fator multiplicador de 4,5. Desta forma é possível detectar uma quantidade ínfima de luz. Devido a sua alta sensibilidade, os tubos fotomultiplicadores não podem ser utilizados para intensidades de luz muito elevadas. Figura 13 – Fotomultiplicador Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki Figura 14 – Tubo fotomultiplicador Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki Figura 15 – Funcionamento do arranjo de diodos Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki Figura 16 – Esquema óptico de um espectrofotômetro PAGE \* MERGEFORMAT 4 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALCANTARA, Petrus Jr. Espectroscopia Molecular. Disponível em www.universidadefederaldopara.com.br . Acesso em 20/06/2009. SKOOG, Douglas A; HOLLER, James F; NIEMAN, Timonthy. Princípios de analise instrumental. 5ed. Porto Alegre: Bookman, 2002. P. 115-137; 275-297. Atvars, T. D. Z. e Martelli C. ''Espectroscopia eletrônica de emissão''. Atvars, T. D. Z. e Martelli C. ''Espectroscopia de luminescência''. Bassi, A. B. M. S. ''Conceitos fundamentais em espectroscopia''. Manual de operação do espectrofotômetro Cary 5G - Varian - 1995, A-1, B-3. HARRIS, C Daniel. Análise Química Quantitativa. Fundamentos da Espectrofotometria. 6ed. Rio de Jabeiro: LTC, 2005. P. 398-423. PAGE \* MERGEFORMAT 4 VOGEL, A. I. Química Analítica Qualitativa, 5.ed., São Paulo: Editora Mestre Jou, 1985. VOGEL, A. I., Química Analítica Qualitativa, 2. ed. São Paulo: Editora Mestre Jou. 1981. Sites consultados: http://www.chemkeys.com (21/06/2009). http://pt.wikipedia.org/wiki (21/06/2009). http://www.ufpa.br/ccen/quimica (22/06/2009). http://www.quimlab.com.br/produtos (19/06/2009). http://www.chemkeys.com (19/06/2009). PAGE \* MERGEFORMAT 4
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