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Animais como indicadores, Notas de estudo de Engenharia Florestal

Bioindicadores são espécies ou grupos taxonômicos superiores com características (como presença/ausência; densidade populacional, dispersão, sucesso reprodutivo) que podem ser teoricamente usadas como um índice para outros atributos ecossistêmicos mais difíceis ou caros de mensurar (Landres et al.1988; Hilty e Merenlender, 2000). Um ?bom indicador?, pelo menos teoricamente, ofereceria uma medida barata e integrada do status de um dado ecossistema após a perturbação. Poderia também ser usado como

Tipologia: Notas de estudo

2010

Compartilhado em 07/04/2010

lino-vieira-4
lino-vieira-4 🇧🇷

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Baixe Animais como indicadores e outras Notas de estudo em PDF para Engenharia Florestal, somente na Docsity! Claudia Azevedo-Ramos [e DER Ta CD ia Robert Nasi ANIMAIS COMO INDICADORES Uma ferramenta para acessar a integridade biológica após a exploração madeireira em florestas tropicais « 1. Inst i tuto de Pesquisa Ambienta l da Amazônia . SCLN 210, Bl . C , s . 211. 70862-530 Bras í l ia , DF - Braz i l . 2 . Núcleo de Altos Estudos Amazônicos . Univ. Federa l do Para . 66070-100 Belém, PA - Braz i l . 3 . Center for Internat iona l Forestr y Research. PO Box 6596 JKPWB, 10065 Jakar ta , Indones ia Claudia Azevedo-Ramos1,2 Oswaldo de Carvalho Jr1 Robert Nasi3 ANIMAIS COMO INDICADORES Uma ferramenta para acessar a integridade biológica após a exploração madeireira em florestas tropicais ? S U M Á R I O Preâmbulo Prefác io Resumo 1. Introdução 2. Metodolog ia 3 . Resultados Resposta dos an imais à extração madeire ira Inver tebrados Ver tebrados Herpetofauna Aves Mamíferos 4 . Discussão Potencia is b io indicadores no manejo f loresta l Garga los Considerações prát icas ao se lec ionar ou usar indicadores em manejo f loresta l 5 . Conclusões Referências (ver pág . 60 na versão em ing lês) 06 08 10 12 16 20 21 21 30 30 34 40 48 49 51 56 60 P R E Â M B U L O U m canário dentro de uma mina de carvão, caindo doseu poleiro, historicamente indicava aos mineiros que suas vidas estavam ameaçadas por metano, monóxido de carbono e outros gases tóxicos, mas sem cheiro. A degradação de florestas tropicais através de fracas práticas de exploração madeireira tem estimulado a busca por bioindicadores de saúde do ecossistema florestal, como os canários das minas. Infelizmente, como os autores desse livro claramente explicam, não é provável que uma espécie animal que sirva como um indicador facilmente monitorado de ameaças à integridade da floresta será algum dia identificada. Florestas tropicais são tão diversas, as escalas espaciais e temporais em questão são tão amplas, e as intervenções de manejo as quais as florestas estão sujeitas são variadas demais para esperar que uma espécie animal ou mesmo uma guilda de espécies fará o trabalho do canário da mina. Além disso, como esclarecido nas páginas que virão, bons bioindicadores devem ser mais fáceis de medir do que as estruturas dos ecossistemas ou os processos em questão, enquanto fornecem informações úteis sobre outros taxa e processos ecológicos que são mais difíceis de monitorar – em outras palavras, eles deveriam levantar preocupações ambientais antes que impactos nocivos das intervenções florestais tornassem-se completamente aparentes. Enquanto os desafios de identificar bioindicadores apropriados forem substanciais, baseado nesta revisão crítica e pormenorizada de uma grande e crescente literatura sobre animais indicadores de impactos da exploração madeireira, os autores recomendam modos de evitar algumas das armadilhas nos estudos publicados. Enquanto mantêm seu otimismo, eles nos mostram que o canário ainda não está morto. Francis (Jack) E. Putz Universidade da Florida 9 R E S U M O U ma pesquisa bibliográfica foi conduzida para avaliar asrespostas da fauna à exploração madeireira e a efetividade de bioindicadores como ferramentas para estimar a conservação da biodiversidade em florestas tropicais exploradas. A pesquisa indicou que estudos sobre o impacto da exploração madeireira sobre artrópodes e herpetofauna estão sub-representados. Mamíferos são o foco principal dos estudos direcionados aos efeitos da exploração madeireira sobre a fauna. De forma geral, a extração madeireira realmente afeta alguns animais, mas a resposta varia entre e dentro de grupos faunísticos. Ainda, a maioria dos estudos conduzidos até agora varia muito em relação às estruturas das florestas, taxa estudado, metodologias, intensidade e histórico da exploração, resultando numa ausência de comparabilidade entre eles. Poucos estudos têm investigado relações entre mudanças na composição de grupos animais e a significância funcional destas mudanças, nem mesmo tem correlacionado efeitos com mudanças ambientais pós-extração de madeira, dificultando a determinação da relação entre causa e efeito. Outras dificuldades encontradas foram: complexidade taxonômica, número pequeno de pessoas treinadas, custos do monitoramento das tendências demográficas, falta de informação sobre as relações entre mudanças em diferentes grupos e falta de congruência entre escalas tradicionais de pesquisa (“plots”) e escalas apropriadas para manejo da paisagem. O conjunto destas dificuldades sugere que, até o momento, indicadores faunísticos para monitorar a conservação da biodiversidade no processo de exploração madeireira poderiam ser ineficientes de serem implementados em manejos florestais. Neste contexto, o desenvolvimento de indicadores continua a ser uma questão crítica e necessária em ecologia de florestas. Entretanto, é bom ter em mente que em sistemas de manejo, onde mudanças são comumente inevitáveis e desejáveis na maior parte do tempo, os indicadores propostos estariam, na verdade, desempenhando seu papel de sinalizadores enquanto facilitando o acesso ao grau aceitável de modificação de um habitat. Enquanto isso, inventários mais amplos são, ainda, necessários para estimar o status da biodiversidade em operações florestais. 11 ecossistema após a perturbação. Poderia também ser usado como um substituto para avaliar mudanças em outros grupos de animais (Block et al., 1987; Lawton et al., 1998). Os animais têm uma longa história na avaliação das respostas de ecossistemas às perturbações ambientais (Rosenberg e Resh, 1993; Williams, 1993; Spellerberg, 1993; McKenzie et al., 1995), mas preocupações em relação à sua efetividade têm sido o foco de muitos debates (Landres et al., 1988; Landres, 1992; Pearman et al., 1995; Simberloff, 1998). Muitos grupos animais ou espécies têm sido propostos como indicadores da qualidade ambiental. Autores, geralmente, defendem o uso de um dado táxon como um indicador oferecendo uma lista de várias características (como, por exemplo, comportamento de especialista, sensibilidade à mudanças de habitat, ampla distribuição), mas nem sempre expressam claramente o que o indicador proposto realmente indica. Na verdade, poucos estudos abordam a questão essencial sobre a correlação entre o status do indicador e as mudanças nas variáveis ambientais. Algumas revisões têm abordado o impacto da exploração madeireira sobre a fauna (Johns, 1997; Putz et al. 2000), mas uma análise de bioindicadores no manejo florestal e sua efetividade para programas de monitoramento ainda é rara na literatura (mas veja Lindenmayer et al., 2000). Animais como Indicadores 14 Enquanto o desmatamento, e mesmo a redução do dossel das florestas, podem ser medidos por satélite, e mudanças no ciclo biogeoquímico podem ser vistas nos cursos d’água que drenam cabeceiras ocupadas, tem sido muito mais difícil identificar técnicas robustas para monitorar o status de assembléias de plantas ou animais de um ecossistema, especialmente quando envolve o empobrecimento crítico da floresta, como pode acontecer após a retirada de madeira. Neste trabalho, nós pesquisamos a literatura atual para comparar a resposta dos animais à exploração madeireira em regiões tropicais. A partir daí, nós avaliamos se alguns dos animais estudados podem ser potencialmente usados em programas de monitoramento para o manejo florestal sustentável, analisando as vantagens e desvantagens no uso da fauna como indicador. Finalmente, nós identificamos algumas lacunas e fizemos recomendações específicas para futuros estudos. Animais como Indicadores 15 M E TO D O L O G I A02 taxonômico específico após os três principais critérios terem sido alcançados. Nós procuramos por uma resposta consistente de uma espécie ou grupo à exploração madeireira e às mudanças de habitat. Por razões práticas e uso efetivo nas operações florestais, um bom indicador deveria oferecer um método barato para detectar mudanças na composição de espécies que complemente técnicas que monitorem com sucesso os aspectos estruturais e funcionais dos ecossistemas. As informações sobre as características das espécies foram obtidas nas publicações. Embora isto possa subestimar o conhecimento existente sobre alguns critérios, muitos artigos comumente as discutem de forma até ampla enquanto abordam o papel dos indicadores ou o impacto de distúrbios em florestas sobre a fauna. Animais como Indicadores 19 R E S U LTA D O S03 Resposta da fauna à exploração madeire ira Inver tebrados Os efeitos da exploração madeireira sobre os invertebrados da floresta (aproximadamente 15% dos artigos analisados) ainda são pouco compreendidos. Há uma grande variabilidade entre os poucos estudos que abordam esta questão em termos de tempo desde a exploração, intensidade da exploração e grupos taxonômicos estudados, e muitos destes estudos continham baixo esforço amostral, possivelmente gerando dúvidas sobre as conclusões (ver tabela 1, p. 22-25) Tabela 1: Resposta dos invertebrados a exploração madeireira. “Baixo” e “Alto” são termos subjetivos usados nos artigos referindo-se à intensidade da exploração (geralmente significa <30 m3/ha e 30 m3/ha, respectivamente) e podem variar regionalmente. Quando diferentes grupos são reunidos na mesma linha, a resposta (efeito) é válida para todos os grupos. (? = não informado ou confuso; R = redução; A = aumento; Não = nenhuma mudança; Sim = com mudanças). Animais como Indicadores 21 Animais como Indicadores 24 Grupo Animal Anos desde a exploração Intensidade da exploração (m3/ha) Intensidade da exploração árvores/ha % de árvores eliminadas Área ou esforço amostral Assembléia de mariposas 20 ? ? ? ? Assembléia de borboletas 5 ? ? ? 10 transectos (15,6 km) durante um mês Assembléia de borboletas (180 spp) 6 70 8 50 8 locais; 8 transectos de 50m em cada área por 9 meses Artrópodos de solo 15-20 14-21 ? ? 800 varredura/mês por dois anos em 5 locais Insetos herbívoros 1 ? 2 ? 250 sítios de plantas; 9750 sementes disper- sas (manual ou com aspirador) Animais como Indicadores 25 Variáveis analisadas Efeito Área de estudo Fonte Diversidade Abundância Composição Não R Sim Malásia Peninsular Intachat et al., 1999 Riqueza Abundância Eqüidade Composição R R R R Buru; Indonésia Hill et al., 1995 Riqueza Abundância Diversidade Composição A A (devido 2 spp.) Não Sim Sabah; Borneo Willott et al., 2000 Abundância Sim Floresta de Kibale; Uganda; África Nummelin, 1996 Riqueza Abundância: Mastigador de folhas (5 spp) Sugadores de seiva (30 spp) Eqüidade A A 2 sp A 3 sp Não 7 sp A 4 sp R R Guiana Basset et al., 2001 Apenas um (Nummelin e Fürsch, 1989) dos cinco artigos abordando o impacto da exploração madeireira sobre os besouros encontrou respostas nas variáveis analisadas. Para formigas e borboletas/mariposas, 80 e 100% dos artigos, respectivamente, mostraram uma mudança na riqueza, composição ou abundância (Tabela 1). Entretanto, é possível registrar mais respostas (negativas ou positivas) para borboletas (87%) do que para formigas (38,5%), mostrando que borboletas parecem apresentar uma resposta mais forte à exploração madeireira. Entretanto, Ghazoul e Hellier (2000) consideram que nenhuma guilda se sobressai como um grupo indicador útil e que a mensuração de riqueza de espécies, abundância ou diversidade de espécies não faz bons indicadores da recuperação após a exploração devido às suas respostas erráticas a distúrbios. Os efeitos reais e os padrões de recuperação também variaram dentro e entre grupos animais. Por exemplo, formigas do gênero Pheidole parecem mostrar uma resposta rápida a exploração madeireira na floresta Amazônica (Kalif et al., 2001), mas isto não foi observado em outros gêneros de formiga (Vasconcelos et al., 2000; Kalif et al., 2001). Efeitos indiretos (e.g. aumento de eventos de fogo, histórico da precipitação recente) poderiam também aumentar a intensidade da resposta dos artrópodes (Oliver et al., 2000; Nummelin, 1996). Em curto prazo (i.e < 5 anos após exploração), a Animais como Indicadores 26 A maioria dos estudos foi no nível de assembléias, mas poucos correlacionaram suas descobertas com grupos funcionais (e.g. Andersen, 1997a). No estudo de Basset et al. (2001), duas de cinco espécies de mastigadores de folhas (aumentaram a abundância) e 11 de 30 espécies de sugadores de seiva (7 aumentaram e 4 diminuíram a abundância) apresentaram respostas significativas. Os autores chamaram a atenção para o aumento na abundância de psillideos, mas ressaltam as dificuldades no uso de Famílias como indicadores ”guarda-chuva” de distúrbios. Em geral, nenhum dos grupos taxonômicos estudados satisfez todos os três principais critérios selecionados aqui para indicadores. Entretanto, formigas e borboletas talvez sejam taxa promissores baseados nas suas respostas à exploração madeireira associadas a alguns dos principais critérios (e.g., de fácil coleta) ou atributos secundários (e.g., baixa mobilidade, especialização). Animais como Indicadores 29 Animais como Indicadores 30 Vertebrados Herpetofauna A maioria dos estudos (77 %) focando anfíbios e répteis envolve anuros e lagartos (Tabela 2). Entre eles, apenas 44,4 % indicaram a intensidade da extração madeireira e foram sistemáticos sobre o período de tempo após a exploração (alguns estudos foram realizados sem distinguir entre florestas exploradas de 2 a 20 anos de idade). Estas questões tornam a visualização de um quadro geral para anfíbios e répteis uma tarefa difícil (ou atualmente impossível). Entretanto, algumas tendências podem ser observadas. A riqueza e composição de anfíbios e lagartos não diferiram entre florestas primárias e florestas exploradas (e.g. Bloxan et al., 1996; Pearman, 1997; Azevedo-Ramos, 1998, Frederickesen e Frederickesen, 2004). Contudo, mudanças na abundância de espécies têm sido mostradas para ambos os grupos após a exploração madeireira. A abundância de espécies do interior da floresta (e.g., sapos Eleutherodactylidae) diminuiu em florestas exploradas (Pearman, 1997), enquanto a abundância de sapos generalistas (como hylideos) e lagartos heliotérmicos (como Kentropyx, Mabuya), comuns nas bordas ou nas clareiras, aumentaram após distúrbios na floresta (Pearman 1997; Vitt et al. 1998; Lima et al. 2001; Azevedo-Ramos et al., não publicado). [ver tabela 2, p.32,33] Poucos estudos relacionaram a resposta da herpetofauna às mudanças nas variáveis ambientais. A diversidade de Eleutherodactylus diminuiu com a área basal (Pearman, 1997) e os lagartos da Amazônia parecem responder – diferentemente, dependendo da sua forma de vida – à abertura das copas (Vitt et al., 1998; Lima et al., 2001). Muitos animais tem sua história de vida associada à alguma característica importante de habitat (e.g., presença de ambientes aquáticos, umidade, cobertura vegetal, refúgios), mas a correlação entre estas características do habitat e mudanças populacionais em florestas exploradas tem sido ignorada. Atualmente, não há clara indicação de que mudanças em um destes grupos poderia revelar mudanças em outros grupos em florestas exploradas. Apesar das respostas obtidas para alguns grupos taxonômicos, em geral, répteis e anfíbios carecem de atributos práticos que fariam deles uma boa escolha como bioindicadores (ver discussão). Em geral, nenhum táxon satisfez os três principais critérios selecionados para um bioindicador. Animais como Indicadores 31 Aves As aves têm sido recomendadas como bons indicadores biológicos de degradação da paisagem, porque elas respondem às mudanças no habitat em diversas escalas, desempenham importantes funções ecológica nas florestas (e.g., predadores, polinizadores e dispersores de sementes) e são facilmente detectadas (Whitman et al. 1998). Surpreendentemente, a literatura que enfoca os impactos da exploração madeireira em comunidades de pássaros não é extensa (n = 14; aproximadamente, 14 % do total). [ver Tabela 3, p.36-39] Os estudos existentes analisaram locais explorados com idade de 1 a 50 anos, com grandes diferenças de intensidade Animais como Indicadores 34 Animais como Indicadores 35 de exploração e tamanho amostral, tornando também difícil a comparação entre estudos. Apenas três dos seis estudos que registraram a presença de caça, mostraram resultados positivos para esta variável. Os resultados são um pouco confusos e controversos. Mason (1996), Marsden (1998) e Thiollay (1992) relataram uma significante redução na riqueza e diversidade de espécies de aves em florestas exploradas, especialmente em locais recentemente explorados. Por outro lado, Johns (1991a; 1996) e Aleixo (1999) registraram um aumento na riqueza de aves após exploração madeireira. Parte da explicação para a maior riqueza de espécies em áreas perturbadas foi o aumento no número de espécies comuns de borda (Johns, 1996). Tais diferenças entre os estudos talvez reflitam as diferenças nas variáveis usadas, como período de tempo após a exploração, a qual pode confundir a interpretação dos resultados. Por exemplo, a diversidade de aves diminuiu um ano após a exploração, mas voltou aos níveis similares aos de florestas não exploradas após 5-10 anos (Thiollay, 1992; Mason, 1996). Uma das principais limitações destes estudos é a falta de associação entre causa e efeito. Embora a maioria destes estudos tenha analisado mudanças ambientais após a exploração (Thiollay, 1992; Mason, 1996; Marsden, 1998; Tabela 3: Respostas das aves à exploração madeireira. (ver tabela 1 para legendas). Quando a pressão de caça foi registrada: * = com caça; ** = ausência de caça. 36 Grupo Animal Anos desde a exploração Intensidade da exploração (m3/ha) Intensidade da exploração árvores/ha % de árvores eliminadas Área ou esforço amostral Aves 6 ? ? ? 25,3 h em áreas não exploradas 18,3 h em áreas exploradas Aves 40-70 ? ? ? 1-5 ha Aves 1 1,8 0,5 ? 3 Km2 Insetívoro ? ? ? ? ? Insetívoro > 8 5-12 7-15 ? Transectos de 2000-3600 m Néctarivoro Oportun. frugívoro 8 90 ? 62-80% 30 ha Nectarívoro Insetívoro Frugívoro 3 5,8-14,2 2,9-7,3 ? ? Insetívoro Frugívoro Granívoro 25-50 20-80 ? ? ? Insetívoro Frugívoro Granívoro 25 21 ? ? ? Insetívoro Frugívoro 1 e 10 10 3 38% sub- desenvolvi- das destruídas 234 ha Insetívoro Frugívoro 6-7 18 ? ? ? Insetívoro Frugívoro 11 ? 3-5 ? ? Animais como Indicadores 39 Nenhum estudo forneceu informação suficiente para completar nosso critério de seleção de espécies de aves como bons bioindicadores. Dentro da mesma guilda, diferentes espécies apresentaram diferentes respostas – algumas espécies podem aumentar mesmo se a maioria está diminuindo. A resposta para o mesmo efeito pode variar mesmo dentro do mesmo gênero (ver Chouteau et al. 2004). Entretanto, a evidência que mostra a redução de insetívoros enquanto há aumento de frugívoros em florestas exploradas pode ser promissora como um padrão de resposta mais consistente. Variáveis analisadas Efeito Área de estudo Fonte Riqueza Composição Abundância Insetívoro Frugívoro A Sim R R Mata Atlântica Brasil Aleixo, 1999* Abundância Insetívoro Frugívoro Não A Sabah, Malásia Nordin & Zakaria, 1997** Animais como Indicadores 40 Mamíferos Os mamíferos têm sido o grupo mais intensivamente estudado no que diz respeito aos impactos da exploração madeireira (67 % das publicações analisadas) e os estudos cobrem quase todas as florestas tropicais (Amazônia, África, Sudeste da Ásia e Austrália). Parece que muitas espécies de mamíferos são capazes de adaptar seu comportamento à novas condições, com poucas conseqüências para sua sobrevivência em ambiente alterado (Plumptre e Reynolds, 1994; Laurance e Laurance 1996; Pinto et al., 2003). Basicamente, eles mudam seu período de atividade e a composição de sua dieta, com pouca mudança em sua área de vida (Johns, 1986). [ver tabela 4, p.42-45]. As metodologias adotadas em diferentes estudos relacionadas às populações de mamíferos e exploração madeireira são comparáveis, entretanto há grandes Animais como Indicadores 41 diferenças no período e intensidade da exploração e no tamanho das áreas amostradas (Tabela 4). Um fator importante que deveria ser considerado no contexto dos mamíferos é a pressão de caça (assim como para aves). Após a exploração madeireira, a intensidade da caça aumenta primariamente devido a um acesso facilitado à áreas remotas da floresta através de novas estradas e da maior presença humana na área (Bennett e Robinson, 2000; Putz et al., 2000). Mudanças nas populações animais graças a efeitos indiretos, como caça, são difíceis de distinguir dos efeitos mais diretos da exploração. Apenas três (14%) dos estudos analisados indicaram a presença (ou ausência) de caça nas suas áreas de estudo. Além disso, em geral, há uma carência de informação sobre correlações com as mudanças ambientais e o uso de espécies indicadoras como substitutas de outras, o que torna difícil a eleição de bons bioindicadores. Entre os mamíferos, os primatas têm recebido atenção especial dos pesquisadores e são de longe o grupo mais estudado (61 % dos estudos analisados sobre mamíferos; Tabela 4). A maioria destes estudos avaliou a variação demográfica comparando locais explorados e não- explorados na mesma região e em curto período de tempo. Como uma exceção, um estudo na floresta de Kibale, em Uganda, tem amostrado a mesma área em períodos diferentes por 28 anos (Chapman et al., 2000). Tabela 4: Respostas dos mamíferos a exploração madeireira. (ver tabela 1 para legendas). Quando a pressão de caça foi registrada: * = presença de caça; ** = ausência de caça. 44 Grupo Animal Anos desde a exploração Intensidade da exploração (m3/ha) Intensidade da exploração árvores/ha % de árvores eliminadas Área ou esforço amostral Ungulados 2; 5 & 12 78 7% de grandes árvores 62-80 128 Km de senso Marsupiais (5 espécies) 3 50-55 8-10 Alto 4489 min de censo Morcegos; Pequenos roedores; Marsupiais ? (explorado em 1987 & 1990) 7,1 2-3 Baixo 1904 horas-rede 10320 noites- armadilha Morcego ? ? ? Alto ? “Civet” 2; 5 & 12 118 7% de árvores grande porte 62-80% 122 Km Mamíferos 3-5 ? ? ? Dist. percorrida: 27 Km em floresta primária; 59 Km em floresta explorada Mamíferos 8-36 ? (algumas áreas foram explo- radas duas vezes) ? ? Pontos de 2-2744 ha Pequenos mamíferos 12-19 ? ? Alto (ao longo de trilhas de skid) 24 x 280m transectos 11592 armadilha/noite Pequenos mamíferos (“tenrec”) 1-5-8 10 ? Baixo 250 armadilha/ noite/ano 45 Variáveis analisadas Efeito Área de estudo Fonte Abundância R (maior em grandes espécies) Norte de Borneo Malásia Heydon & Bulloh, 1997 Abundância Não Queensland, Austrália Laurance & Laurance, 1996** Abundância: Morcegos: espécies associadas à copa; Carnívoro & Insetívoro; Frugívoro; Roedores & Marsupiais R R A A Guiana Venezuelana Ochoa, 2000 Riqueza Abundância Composição Diversidade Num. sp raras R A R R R México Medellin et al., 2000 Densidade R Borneo, Malásia Heydon & Bulloh, 1996. Diversidade Abundância Não R Leste de Kaliman- tan; Indonésia Wilson & Johns, 1982 Riqueza Composição R (área com 22 anos) Tendência a A (área de 9 anos) R (especialmente carnívoros e her- bívoros de maior porte) Malásia Peninsular Laidlaw, 2000 Riqueza Diversidade Abundância A A A África Malcolm & Ray, 2000 Densidade 1 sp R 1 sp Não Oeste de Madagascar Ganzhorn et al., 1990* Os estudos apresentaram uma ampla variação nas respostas dos primatas. Enquanto algumas espécies de primatas parecem altamente dependentes de floresta não perturbada (especialistas como Hylobates spp; Cercophitecus spp; Chiropotes spp), outros preferem habitats perturbados e teriam mais facilidade de sobreviver em áreas desconectadas (generalistas como Macaca spp; Colobus spp; Cebus spp). Em geral, espécies de primatas toleram a exploração apresentando poucas alterações na diversidade das espécies, mas algumas poucas espécies poderiam desaparecer, especialmente aquelas com uma dieta especialista em áreas onde a exploração tem sido particularmente intensiva (ver Johns, 1997). A exploração afetou, principalmente, as populações de primatas em suas densidades. Na tabela 4, 43% das espécies não mostram diferença na densidade após a exploração, enquanto que 28 % diminuíram e 28 % aumentaram. Além disso, as mesmas espécies podem responder de diferentes maneiras. Por exemplo, populações de chimpanzés (Pan troglodytes) têm sido relatadas como aumentando (Hashimoto, 1995), diminuindo (White, 1992) e não respondendo à exploração madeireira (Plumptre e Reynolds, 1994), o que pode provavelmente ser resultado da estrutura da floresta, intensidade da exploração e/ou tempo após exploração. Outros grupos de mamíferos são ainda mais pobremente estudados (17 % do total). Algumas espécies ou grupos contam com apenas um estudo de caso (e.g., Heydon e Animais como Indicadores 46 Animais como Indicadores 49 Bioindicadores potencia is para o manejo f loresta l Atualmente, há uma escassez de publicações comparáveis que analisem a resposta da fauna à exploração madeireira e a maioria dos resultados derivam de locais com diversa estrutura florestal, composição de espécies, história e intensidade de exploração. Em muitos casos, as pesquisas não são comparáveis por causa da falta de metodologias de amostragem padronizadas. Entretanto, sem dúvida, a exploração tem um efeito sobre muitas espécies, mas a variedade de respostas, mesmo dentro do mesmo grupo animal, torna a descoberta de um bioindicador um verdadeiro desafio. Mais importante, as espécies animais que respondem fortemente a exploração podem não ser indicadores práticos para o manejo florestal devido a baixa densidade, dificuldade de amostragem ou necessidade de taxonomistas altamente especializados. Por exemplo, a vulnerabilidade de espécies do interior da floresta à habitats perturbados (como sapos e lagartos não-heliotérmicos; Pearman, 1997; Vitt et al, 1998; Lima et al., 2001) poderia ser sugestivo como espécies indicadoras. Entretanto, como eles geralmente ocorrem em baixa densidade nas florestas tropicais, precisando de um esforço amostral substancial, alguns são noturnos e, algumas vezes, precisam de auxílio na identificação, eles poderiam ser uma escolha ruim de indicador devido à razões práticas. Ainda, não há evidência atual de que mudanças em um destes grupos revelam mudanças em outros. Como os estudos que mostram que Animais como Indicadores 50 flutuações nos indicadores propostos refletem aquelas de outras espécies são trabalhosos e caros, eles são raramente conduzidos. O número de trabalhos abordando o impacto da extração madeireira sobre invertebrados ainda é muito pequeno para traçar conclusões gerais. As formigas e borboletas parecem ser, no entanto, taxa promissores para monitoramento local devido às suas rápidas respostas, taxonomia bem conhecida, especialização e facilidade de amostrar. Por mais de 20 anos, a indústria australiana de minério tem usado a riqueza e composição de espécies de formigas como indicadores de restabelecimento bem-sucedido da paisagem (Andersen, 1997b), e estes protocolos tem sido exportados para o Brasil (Andersen, 1997a). Uma limitação para o uso deles em atividades extrativistas parece ser a dependência de especialistas e o longo período de tempo dedicado ao trabalho de laboratório. A avifauna é o grupo para o qual a maioria dos estudos abordou mudanças ambientais após a exploração. No entanto, a falta de informação sobre ecologia de aves tropicais impede um melhor entendimento dos efeitos de modificação de habitat nos parâmetros da comunidade. Mais estudos são, por isso, urgentemente necessários para confirmar a efetividade de alguns possíveis indicadores (como insetívoros). Os mamíferos são conhecidos por sua capacidade de adaptação a habitats modificados. Por esta razão, em alguns casos, será seu aumento em número ao invés de redução que Animais como Indicadores 51 poderá funcionar como um alerta precoce. Por exemplo, cervídeos parecem se agregar em áreas recentemente exploradas devido a subseqüente explosão do número de plântulas que aparecem depois da abertura do dossel (pers.obs.). Infelizmente, também no grupo de mamíferos a resposta à exploração madeireira foi muito variada dentro e entre espécies. Até nós adquirirmos uma melhor compreensão sobre a correlação entre mudanças nas variáveis ambientais e populações de mamíferos, no caso de recursos limitados, estudos locais deveriam focar na densidade de especialistas de florestas . Garga los Em florestas tropicais com alta diversidade, a complexidade taxonômica e o pequeno número de especialistas treinados limitam o número de grupos animais que podem ser avaliados. Na verdade, a demanda por informação sobre biodiversidade excede enormemente a capacidade de produção de instituições científicas e dos cientistas que trabalham nos trópicos (Lawton et al., 1998; Spector e Forsyth, 1998). Algumas vezes, esta limitação tem resultado em inventários básicos dos taxa mais bem conhecidos (usualmente espécies de caça), mas com questionável utilidade em termos de indicadores de “bom manejo florestal”. Espécies de caça, embora sejam os animais mais comumente estudados em florestas exploradas, não são usualmente bons indicadores já que sua dinâmica populacional e distribuição podem ser afetadas Animais como Indicadores 54 estrutura e funcionalidade de uma comunidade (e.g. Block et al., 1987; Lawton et al., 1998). Esta abordagem deveria ser evitada ao menos que justificado por uma pesquisa realizada por extensos tempo e área (Landres et al., 1988). Do mesmo modo, a abordagem guilda-indicadora pode falhar tanto conceitualmente quanto empiricamente. Espécies que exploram recursos ambientais similares não são necessariamente parecidas nas outras maneiras como usam e respondem ao habitat (Landres, 1983; Verner, 1984). Ainda, é improvável que tendências demográficas entre membros de uma guilda mudariam em uma forma paralela enquanto elas variam em relação aos mecanismos de regulação populacional (tempo, doença, predação, perturbação do habitat). Em uma busca recente de indicador faunístico para monitorar a qualidade do ecossistema envolvendo 100 espécies de vertebrados e 32 de invertebrados, apenas 1 e 3 % dos taxa, respectivamente, se referem a estudos correlacionando mudanças no status do indicador com mudanças do ecossistema (Hilty e Merenlender, 2000). A identificação das causas para a mudança é necessária para evitar conclusões errôneas em um curto espaço de tempo. A avaliação do grau de modificação de um habitat que grupos de animais podem suportar antes de causar uma alteração na estrutura da assembléia, poderia ser uma forma indireta, porém mais barata, de verificar o status de alguns grupos. A determinação quantitativa e qualitativa dos distúrbios do habitat em florestas exploradas e não exploradas, e a correlação com as respostas dos animais poderia dar uma Animais como Indicadores 55 indicação dos mecanismos por trás das mudanças na população animal e de como mitigar os efeitos negativos dos distúrbios (ver Grove, 2002, como um exemplo do uso de áreas basais de árvores como uma medida substituta da integridade faunística do besouro saproxilico). O sucesso deste método depende de um bom entendimento da história natural do animal. Embora a literatura biológica esteja cheia de estudos sobre histórias naturais, as descobertas não têm sido incorporadas em protocolos práticos de monitoramento da fauna para sistemas de manejo florestal ou mesmo em estudos que testam sua aplicabilidade. Em um simples exemplo, se a assembléia de sapos de uma dada área reage às mudanças na umidade, a mensuração e monitoramento da umidade é certamente uma tarefa mais fácil e barata do que o monitoramento de toda a assembléia (ou mesmo algumas espécies) de sapos. Entretanto, esta correlação e sua aplicabilidade em florestas exploradas continuam para serem determinadas em muitos casos. A escassez de dados comparativos sobre os efeitos da exploração madeireira de alto versus impacto reduzido (EIR) sobre a fauna foi surpreendente. A EIR tem demonstrado vantagens ambientais sobre as técnicas de exploração convencionais (Barreto et al., 1998). Entretanto, seu efeito comparativo sobre comunidades de animais ainda é desconhecido. Este é, particularmente, danoso agora que critérios e indicadores para manejo florestal sustentável estão sendo desenvolvidos para melhor definir e medir progressos na direção de padrões e demandas internacionais. Animais como Indicadores 56 Outras limitações estão relacionadas às variáveis a serem medidas e a escala do estudo. Quais parâmetros biológicos são importantes de serem medidos deveria estar em discussão. Por exemplo, como a resposta de uma assembléia varia enormemente dependendo do taxa e a intensidade da perturbação do habitat, a alta diversidade e endemismo não deveriam ser aceitos como uma medida do alto valor de conservação sem uma compreensão verdadeira da comunidade ecológica em questão (Spector e Forsyth, 1998). Extremamente importante é observar a carência de congruência entre escalas tradicionais de pesquisa (“plots”) e escalas apropriadas para manejo da paisagem (Andersen, 1997a). É desejável que projetos futuros de pesquisa envolvam estudos em maiores escalas, incluindo a variabilidade natural de tipos de floresta e a diversidade de práticas de exploração, assim alcançando conclusões mais abrangentes. Considerações prát icas ao selec ionar ou usar indicadores para o manejo f loresta l Primeiramente, como as pesquisas são caras e consomem tempo, os indicadores faunísticos deveriam ser usados apenas quando medidas ambientais e de vegetação correlacionadas são impossíveis ou mais caras. Segundo, quando animais são usados como indicadores, as razões para seleção deveriam ser claramente apontadas e baseadas em critérios objetivos (ver Hilty e Merenlender, 2000 para uma Tabela 5: Resumo das recomendações para futuros estudos sobre bioindicadores em sistemas de manejo florestal Recomendações Gerais 1- Registrar a estrutura da floresta, histórico e inten- sidade da exploração madeireira (m3/ha; num.árvores derrubadas/ha), e diversidade de práticas de explo- ração. 2- Padronizar metodologias dentro de um grupo ani- mal e com outros estudos no mesmo sistema. 3- Enfatizar uma relação comprovada entre respostas dos taxa e características de interesse do habitat. 4- Indicar o que um bioindicador indica. 5- Enfatizar estudos em larga escala, mais apropria- dos em relação às escalas de manejo da paisagem. 6- Selecionar múltiplos taxa como indicadores sem- pre que possível. 7- Enfatizar primeiro indicadores que possuem uma história natural bem conhecida e que fornecem bene- fícios para o ecossistema. 8- Buscar indicadores que apresentam um gradiente de respostas a um gradiente de mudanças ambientais. Animais como Indicadores 59 C O N C L U S Õ E S05 Animais como Indicadores 61 É indiscutível que a exploração madeireira tem efeitosobre algumas espécies animais, mas a procura por indicadores biológicos em manejo florestal parece não estar solucionada. Em linhas gerais, uma abordagem ao nível de espécies animais para monitorar exploração madeireira e seus impactos sobre a fauna parece tanto ineficiente quanto impraticável para implementar em unidades de manejo florestal em larga escala. Quando o uso de animais é desejável ou apropriado, mudanças nos parâmetros de guildas ou comunidades poderiam nos dizer mais sobre distúrbios em florestas tropicais em uma abordagem biogeográfica. Porém, incongruências no conceito ecológico de guildas e sua aplicabilidade em manejo florestal deveriam ser consideradas e o uso de guildas deveria ser baseado em estudos prévios detalhados. O uso de taxa indicadores para manejo florestal avançou lentamente nas últimas duas décadas. É interessante notar que as questões e dúvidas levantadas nos anos 80 (e.g. Patton, 1987; Block et al., 1987; Landres et al., 1988) ainda estão amplamente sem solução. Provavelmente, a principal razão disto é o conflito associado com o termo “indicadores de manejo” e seu uso em biologia da conservação. Os indicadores estão intimamente associados com condições ambientais particulares e a ausência deles ou mudança em seus parâmetros ecológicos indica mudanças nestas condições. O manejo comumente envolve mudanças em variáveis ambientais para aumentar a produção de espécies alvos ou do ecossistema. Por isto, é implícito na atividade de manejo que mudanças são desejáveis em muitos casos e
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