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Botânica Agrícola - Apostilas - Engenharia Agronômica Part1, Notas de estudo de Agroflorestal

Apostilas de Engenharia Agronômica sobre o estudo da Botânica Agrícola, Sistemática Vegetal, Taxonomia, Definição, Classificação, Nomenclatura, Unidades sistematicas ou categorias taxonomicas, Gimnospermas.

Tipologia: Notas de estudo

2013
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Compartilhado em 17/06/2013

Rogerio82
Rogerio82 🇧🇷

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Baixe Botânica Agrícola - Apostilas - Engenharia Agronômica Part1 e outras Notas de estudo em PDF para Agroflorestal, somente na Docsity! 1 UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA CENTRO DE EDUCAÇÃO SUPERIOR NORTE DO RIO GRANDE DO SUL DEPARTAMENTO DE AGRONOMIA DISCIPLINA BOTÂNICA AGRÍCOLA Material de Apoio para as Aulas Teóricas da Disciplina de Botânica Agrícola Prof. Dra. Adriana Graciela Desiré Zecca Frederico Westphalen, RS, Brasil. Agosto de 2008 2 BOTÂNICA AGRÍCOLA INTRODUÇÃO À BOTÂNICA SISTEMÁTICA Pelo menos 10 milhões de tipos de organismos vivos compartilham nossa biosfera. Nós, seres humanos diferimos destes outros organismos tanto no grau de nossa curiosidade como em nosso poder de falar. Como conseqüência destas duas características, temos há muito tempo buscado inquirir sobre outras criaturas, bem como trocar informações. Para se fazer isto, foi necessário dar nomes aos organismos. Aos organismos mais conhecidos foram dados nomes vulgares, mas mesmo para os mais simples dos propósitos, tais nomes podem ser inadequados. Algumas vezes os nomes são vagos, particularmente quando trocamos informações com pessoas de outras partes do mundo. Quando diferentes línguas estão envolvidas, os problemas se tornam complexos. Por estas razões, os biólogos designam os organismos com nomes em Latim, que são oficialmente reconhecidos por organizações internacionais de botânicos, bacteriologistas e zoólogos. Estes nomes formais em Latim originaram-se de sistemas informais de nomear plantas. A diferentes tipos de organismos têm sido dado há muito tempo nomes correspondentes a categorias tais como ‘carvalhos’, ‘rosas’ ou ‘dentes-de-leão’. Na época medieval, quando o interesse na comunicação de informações sobre organismos estava crescendo, o Latim era a língua da ciência. Por esta razão os nomes para estes ‘tipos’ de organismos foram padronizados e amplamente disseminados em livros impressos com o recém inventado tipo móvel. Os nomes eram freqüentemente aqueles que os romanos usavam; em outros casos, eram inventados novos nomes ou os nomes eram colocados na forma latinizada. Estes ‘tipos’ acabaram por serem chamados de gêneros, e membros individuais destes gêneros, tais como carvalhos-vermelhos ou carvalho-salgueiro, eram chamados de espécies. No inicio, as espécies eram identificadas por frases descritivas em Latim consistindo em uma ou mais palavras; estas frases eram chamadas ‘polinômios’. A primeira palavra do polinômio era o nome do gênero ao qual a planta pertencia. Assim, todos os carvalhos eram identificados por polinômios que começavam com palavra Quercus, e todas as rosas com polinômios que se iniciavam com a palavra Rosa. Os antigos nomes latinos para estas plantas continuaram a ser utilizados para designar os gêneros. A Sistemática Vegetal desempenha um papel de importância capital em favor de ciências que lidam com as plantas; determinando os nomes com que são conhecidas internacionalmente milhares de espécies vegetais, estudando sua distribuição, indicando suas propriedades, acertando as relações existentes entre os grupos taxonômicos e outros pontos de interesse, sua influencia manifesta-se em todos os domínios da Botânica. Pode-se afirmar, que sem uma acurada e segura identificação das espécies, a Fitogeografia não poderia conduzir trabalhos relativos à origem e interdependência das floras, do mesmo modo sucedendo com a Ecologia, nos estudos de relacionamento das plantas com o meio. Do mesmo modo, os farmacologistas, nos seus estudos sobre a presença nas plantas de substâncias com propriedades medicinais, não podem negligenciar quanto à identificação 5 pôr em ordem enorme quantidade de material coletado por ele mesmo e outros botânicos e zoólogos e de idealizar e empregar com sucesso uma nomenclatura e uma terminologia breve, clara e lógica, que até hoje está em vigor. Foi o primeiro que deu a noção de ‘espécie’ e ‘gênero’ como base para a nomenclatura binária. Lineu estabeleceu classes e ordens de plantas. As classes em número de 24 se fundamentavam em caracteres apresentados pelo aparelho reprodutor. Nas plantas com flores, que abrangiam 23 classes, levou em consideração o sexo, o número de estames, a relação entre suas partes, etc. A classe XXIV trata das Criptogámas. As ordens, conforme as classes a que pertenciam, eram denominadas segundo critérios relacionados com o número de ovários (existindo só um ovário, passou a considerar o número de estiletes ou de estigmas), com o número de estames e com a natureza do fruto. Com o incremento dos conhecimentos sobre a flora mundial veio a verificação da existência de maiores afinidades naturais entre plantas do que as indicadas pelo ‘sistema sexual’ de Lineu. Os novos sistemas organizam plantas em grupos afins, pela existência de caracteres morfológicos e anatômicos comuns. Em rigor, não poderiam ser ‘naturais’ por não se compatibilizarem com a idéia da evolução, o que só ocorreu com os atuais sistemas filogenéticos, também chamados naturais modernos. Dos muitos sistemas que se seguiram, mais um que merece ser mencionado é o de Antoine Jussieu (1748-1836, Paris). Também artificial, porém baseado num maior conjunto de caracteres morfológicos. Este sistema tenta agrupar os organismos numa seqüência partindo dos mais primitivos e simples aos mais complexos morfologicamente. Esta disposição aproxima-se aos princípios de sistemas naturais ou filogenéticos. Uma inovação feliz de Jussieu foi empregar na definição das classes de fanerógamas o número de cotilédones: Monocotiledôneas: plantas com uma folha germinal e Dicotiledôneas: plantas com duas folhas germinais. Por mais que Jussieu e contemporâneos, instintivamente se aproximavam à idéia de um sistema natural ou evolutivo, não podiam formulá-lo antes de formulada a própria teoria da evolução. A vitória final das idéias evolucionistas coube Charles Darwin (1809-1882) com a publicação do seu famoso trabalho sobre a origem das espécies. A teoria de descendência e de desenvolvimento evolutivo de formas mais complexas e perfeitas a partir de formas mais antigas e primitivas fornecem um sólido alicerce em que poderia ser construído um verdadeiro sistema filogenético, isto é, seqüência de organismos pela afinidade de origem, sua sucessão e como nos parece, a marcha do processo evolutivo a partir de organismo unicelular até o mais perfeito. A maioria dos sistemas desta época (Sistemas filogenéticos) fundamentam-se nas teorias de Darwin. Merecem ser destacados o Sistema de Engler e mais recentemente o Sistema de Arthur Cronquist. Adolf Engler (1844-1930) – elaborou, num guia de plantas do Jardim Botânico de Breslan, um esquema de classificação que foi usado durante muito tempo como um dos melhores sistemas de classificação, publicado pela primeira vez na obra Engler & Plantl (1887-1899). Ainda que não seja filogenético em exato sentido, representa um esforço em divisar um esquema que tenha a utilidade e a praticabilidade de um sistema natural, firmado sobre relações de forma e compatível com os princípios da evolução. Foram considerados caracteres essenciais e secundários, sem deixar de ser reconhecido que, muitas vezes, tais caracteres não apresentavam valor absoluto. Foi 6 admitido que no desenvolvimento diverso das flores, dos frutos e das sementes, existe, até certo grau, uma progressão que corresponde ao desenvolvimento filogenético. Em 1964, foram propostas modificações na seqüência e na posição de diversos grupos, à luz de novos conhecimentos derivados da anatomia, da química, da embriologia e de outros campos da ciência. SISTEMA DE A. ENGLER (Edição de 1936) I. Schyzophyta II. Myxomycetes III. Flagelatae IV. Dinoflagellatae ? Silicoflagellatae V. Heterocontae VI. Bacillariophyta VII. Conjugatae VIII. Chlorophyceae IX. Charophyta X. Phaeophyceae XI. Rhodophyceae XII. Eumycetes XIII. Archegonitae Subdivisão 1a Bryophyta Subdivisão 2a Pteridophyta Divisões XIV. Embryophyta Syphonogama Subdivisão 1a Gymnospermae Subdivisão 2a Angiospermae Classe 1a Monocotyledoneae Classe 2a Dicotyledoneae Arthur Cronquist (Estados Unidos), ocupou-se da sistemática das Angiospermas. Apresentou uma versão do seu sistema em 1968, depois em 1981, com alterações em 1988. Foi o maior responsável pela nova classificação das Angiospermas. O Sistema de Cronquist é dividido em duas classes amplas, mono e dicotiledôneas. As ordens relacionadas estão colocadas em subclasses. O sistema, como descrito em 1981, tem 321 famílias e 64 ordens. SISTEMA DE CRONQUIST (1981) DIVISÃO MAGNOLIOPHYTA (Antophyta, Angiospermae) A. CLASSE MAGNOLIOPSIDA (Magniolatae, Dicotyledoneae) Subclasse I. Magnoliidae Ordem 1. Magnoliales 8. Annonaceae Família. 1. Winteraceae 9. Myristicaceae 2. Degeneriaceae 10. Canellaceae 3. Himantandraceae Ordem 2. Laurales 4. Magnoliaceae Família. 1. Amborellaceae 5. Lactoridaceae 2. Trimeniaceae 7 6. Austrobaileyaceae 3. Monimiaceae 7. Eupomatiaceae 4. Gomortegaceae 5. Calycanthaceae 4. Cabombaceae 6. Idiospermaceae 5. Ceratophyllaceae 7. Lauraceae Ordem 7. Ranunculales 8. Hernandiaceae Família. 1. Ranunculaceae Ordem 3. Piperales 2. Circaeasteraceae Família. 1. Chlorantaceae 3. Berberidaceae 2. Saururaceae 4. Sargentodoxaceae 3.Piperaceae 5. Lardizabalaceae Ordem 4. Aristolochiales 6. Menispermaceae Família. 1. Aristolochiaceae 7. Coriariaceae Ordem 5. Illiaceales 8. Sabiaceae Família. 1. Illiciaceae Ordem 8. Papaverales 2. Schisandraceae Família. 1. Papaveraceae Ordem 6. Nymphaeales 2. Fumariaceaeaceae Família. 1. Nelumbonaceae 2. Nymphaeaceae 3. Barclayaceae Subclasse II. Hamamelidae Ordem 1. Trochodendrales 3. Cannabaceae Família. 1. Tetracentraceae 4. Moraceae 2. Trochodendraceae 5. Cecropiaceae Ordem 2. Hamamelidales 6. Urticaceae Família. 1. Cercidiphyllaceae Ordem 7. Leitneriales 2. Eupteliaceae Família. 1. Leitneriaceae 3. Platanaceae Ordem 8. Juglandales 4. Hamamelidaceae Família. 1. Rhoipteleaceae 5. Myrothamnaceae 2. Juglandaceae Ordem 3. Daphniphyllales Ordem 9. Myricales Família. 1. Daphniphyllaceae Família. 1. Myricaceae Ordem 4. Didymelales Ordem 10. Fagales Família. 1. Didymelaceae Família. 1. Balanopaceae Ordem 5. Eucommiales 2. Fagaceae Família. 1. Eucommiaceae 3. Betulaceae Ordem 6. Urticales Ordem 11. Casuarinales Família. 1. Barbeyaceae Família. 1. Casuarinaceae 2. Ulmaceae Subclasse III. Caryophyllidae Ordem 1. Caryophyllales 9. Portulacaceae Família. 1. Phytolaccaceae 10. Basellaceae 2. Achatocarpaceae 11. Molluginaceae 3. Nyctaginaceae 12. Caryophyllaceae 4. Aizoaceae Ordem 2. Polygonales 10 Família. 1. Sonneratiaceae 5. Polygonaceae 2. Lythraceae 6. Xanthophyllaceae 3. Penaeaceae 7. Krameriaceae 4. Crypteroniaceae Ordem 16. Sapindales 5. Thymelaeaceae Família. 1. Staphyleaceae 6. Trapaceae 2. Melianthaceae 7. Myrtaceae 3. Bretschneideraceae 8. Punicaceae 4. Akaniaceae 9. Onagraceae 5. Sapindaceae 10. Oliniaceae 6. Hippocastanaceae 11. Melastomataceae 7. Aceraceae 12. Crombetaceae 8. Burseraceae Ordem 7. Rhizophales 9. Anacardiaceae Família. 1. Rhizopharaceae 10. Julianiaceae Ordem 8. Cornales 11. Simaroubaceae Família. 1. Alangiaceae 12. Oneoraceae 2. Nyssaceae 13. Meliaceae 3. Cornaceae 14. Rutaceae 4. Garryaceae 15. Zygophyllaceae Ordem 9. Santalales Ordem 17. Geraniales Família. 1. Medusandraceae Família. 1. Oxalidaceae 2. Dipentodontaceae 2. Geraniaceae 3. Olacaceae 3. Limnathaceae 4. Opiliaceae 4. Tropaeolaceae 5. Santalaceae 5. Balsaminaceae 6. Misodendraceae Ordem 18. Apiales (Araliales) 7. Loranthaceae Família. 1. Araliaceae 8. Viscaceae 2. Apiaceae Subclasse VI. Asteridae Ordem 1. Gentiales 4. Globulariaceae Família. 1. Loganiaceae 5. Myoporaceae 2. Gentianaceae 6. Orobanchaceae 3. Saccifoliaceae 7. Gesneriaceae 4. Apocynaceae 8. Acanthaceae 5. Asclepiadaceae 9. Pedaliaceae Ordem 2. Solanales (Polemoniales) 10. Bignoniaceae Família. 1. Duckeodendraceae 11. Mendonciaceae 2. Nolanaceae 12. Lentibulariaceae 3. Solanaceae Ordem 7. Campanulales 4. Convolvulaceae Família. 1. Pentaphragmataceae 5. Cuscutaceae 2. Sphenocleaceae 6. Menyanthaceae 3. Campanulaceae 7. Retziaceae 4. Stylidiaceae 8. Polemoniaceae 5. Donatiaceae 9. Hydrophyllaceae 6. Brunoniaceae 11 Ordem 3. Lamiales 7. Goodeniaceae Família. 1. Lenndaceae Ordem 8. Rubiales 2. Boraginaceae Família. 1. Rubiaceae 3. Verbenaceae 2. Theligonaceae 4. Lamiaceae Ordem 9. Dipsacales Ordem 4. Callitrichales Família. 1. Caprifoliaceae Família. 1. Hippuridaceae 2. Adoxaceae 2. Callitrichaceae 3. Valerianaceae 3. Hydrostachyaceae 4. Dipsacaceae Ordem 5. Plantaginales Ordem 10. Calycerales Família. 1. Plantaginaceae Família. 1. Calyceraceae Ordem 6. Scrophulariales Ordem 11. Asterales Família. 1. Buddlejaceae Família. 1. Asteraceae 2. Oleaceae 3. Scrophulariaceae B. CLASSE LILIOPSIDA (Liliatae, Monocotyledoneae) Subclasse I. Alismatidae Ordem 1. Alismatales 4. Potamogetonaceae Família. 1. Butomaceae 5. Ruppiaceae 2. Limnocharitaceae 6. Najadaceae 3. Alismataceae 7. Zannichelliaceae Ordem 2. Hydrocharitales 8 . Posidoniaceae Família. 1. Hydrochritaceae 9. Cymodoceaceae Ordem 3. Najadales 10. Zosteraceae Família. 1. Aponogetonaceae Ordem 4. Triuridales 2. Scheuchzeriaceae Família. 1. Petrosaviaceae 3. Juncaginaceae 2. Triuridaceae Subclasse II. Arecidae Ordem 1. Aracales Família. 1. Pandanaceae Família. 1. Aracaceae Ordem 4. Arales Ordem 2. Cyclantales Família. 1. Araceae Família. 1. Cyclanthaceae 2. Lemnaceae Ordem 3. Pandanales Subclasse III. Commelinidae Ordem 1. Commelinales Ordem 4. Juncales Família. 1. Rpateaceae Família. 1. Juncaceae 2. Xyridaceae 2. Thurniaceae 3. Mayacaceae Ordem 5. Cyperales 4. Commelinaceae Família. 1. Cyperaceae Ordem 2. Eriocaulales 2. Poaceae Família. 1. Eriocaulaceae Ordem 6. Hydatellales Ordem 3. Restionales Família. 1. Hydatellaceae 12 Família. 1. Flagellariaceae Ordem7. Typhales 2. Joinvilleaceae Família. 1. Sparganiaceae 3. Restionaceae 2. Typhaceae 4. Centrolepidaceae Subclasse IV. Zingiberidae Ordem 1. Bromeliales 4. Lowiaceae Família. 1. Bromeliaceae 5. Zingiberaceae Ordem 2. Zingiberales 6. Costaceae Família. 1. Strelitziaceae 7. Cannaceae 2. Heliconiaceae 8. Marantaceae 3. Musaceae Subclasse V. Liliidae Ordem 1. Liliales 11. Hanguanaceae Família. 1. Philydraceae 12. Taccaceae 2. Pontederiaceae 13. Stemonaceae 3. Haemodoraceae 14. Smilacaceae 4. Cyanastraceae 15. Dioscoreaceae 5. Liliaceae Ordem 2. Orchidales 6. Iridaceae Família. 1. Geosiridaceae 7. Velloziaceae 2. Burmanniaceae 8. Aloeaceae 3. Corsiaceae 9. Agavaceae 4. Orchidaceae 10. Xanthorrhoeaceae Em relação às Angiospermas, modernamente, análises cladísticas baseadas na morfologia, rRNA, rbcL e seqüências nucleotídicas de atpB não confirmam a tradicional divisão das angiospermas em monocotiledôneas e dicotiledôneas; as monocotiledôneas constituem um grupo monofilético, ou seja, possuem um ancestral comum, enquanto que as dicotiledôneas formam um complexo parafilético. Entretanto, um grande número de espécies consideradas ‘dicotiledoneas’ constituem um bem suportado clado-tricolpadas (que apresentam grão de pólen tricolpados) ou eudicotiledôneas. Assim, temos hoje, nas angiospermas o grupo das monocotiledôneas, o grupo das tricolpadas (eudicotiledôneas) e resta um grupo ainda carente de relacionamento filogenético, denominado basal que inclue Nymphaeales, Ceratophyllales, Piperales e Aristolochiales (paleoervas ou não monocotiledôneas) e Magnoliales, Laurales e Illiciales (complexo Magnoliides). Sistema de Engler Sistema de Cronquist Angiospermae Magnoliophyta Dicotyledoneae Magnoliopsida Monocotyledoneae Liliopsida 15 Citação dos nomes dos autores Os nomes das plantas devem ser escritos seguidos dos nomes dos autores: Mimosa platycarpa Ducke Cassia catártica var. tenuicaulis Irwin Quando os autores são botânicos bastante conhecidos, podem ser escritos abreviadamente: Tricogonia Endl. (Endlicher). Às vezes, são usadas abreviações extremas como L. para Lineu, M. para Martius, etc. as quais são inteligíveis por representarem nomes consagrados. Casos especiais – Plantas cultivadas As plantas cultivadas se desenvolvem como populações artificiais, mantidas e propagadas pelo homem. Por esta razão, a hierarquia botânica de categorias infraespecificas baseia-se na categoria Cultivar, sendo às vezes chamadas erroneamente de variedades. Uma cultivar é um conjunto de plantas cultivadas que se distingue claramente por uma serie de caracteres, os quais se mantêm nos descendentes, quando estes se reproduzem tanto sexuada como assexuadamente. Algumas cultivares têm-se originado naturalmente, mas a maioria é criada por cultivo. O nome da cultivar se escreve com inicial maiúsculo e precedido pela abreviação cv., ou colocando-o entre aspas. Por exemplo: Phaseolus vulgaris L.cv. Carioca. O nome da cultivar deve ser imaginário, em línguas modernas (não se usa o latim). As Fanerógamas (plantas com órgãos de reprodução visíveis) ou Espermatófitas (plantas cuja reprodução se realiza através da semente) ou Embriófita Sifonógamas (plantas que como resultado da fecundação formam um embrião e apresentam tubo polínico), compreendem dois grupos de plantas, que são as Pinophyta (Gimnospermae) e as Magnoliophyta (Angiospermae). Uma das mais importantes inovações que apareceram durante a evolução das plantas vasculares foi a semente. As sementes parecem ser um dos fatores responsáveis pela dominação das espermatófitas na flora atual. A razão é simples, a semente tem capacidade de sobrevivência. Todas as plantas com sementes possuem macrofilos e incluem cinco Divisões com representantes atuais: Cycadophyta, Ginkgophyta, Coniferophyta, Gnetophyta (Gimnospermas) e, Anthophyta (Angiospermas). GIMNOSPERMAS A palavra Gimnosperma, oriunda do grego, significa semente (sperma) nua (gymnos). A etimologia indica que os componentes desta Subdivisão carecem de frutos verdadeiros, apresentando sementes provenientes de óvulos nus, dispostos na superfície do 16 macrosporófilo. A palavra foi cunhada por Teofrasto, discípulo de Aristóteles no ano 300 a.C. As gimnospermas, pouco numerosas no contexto da flora atual, reúnem apenas 675 espécies, arranjadas em 63 gêneros. Correspondem a um grupo de plantas que surgiu provavelmente no período Devodiano da era Paleozóica, há cerca de 400 milhões de anos. Com o aparecimento das angiospermas no período Jurássico (cerca de 160 milhões de anos), o conjunto das gimnospermas entrou em rápido declínio mantendo, contudo, uma grande importância na composição florestal das regiões temperadas e frias do mundo. Como grupo de plantas produtoras de madeira, as gimnospermas cumprem um papel insubstituível. As espécies de gimnospermas são em geral gregárias, compondo florestas relativamente homogêneas. A vasta região das florestas boreais euro-siberianas, inclui algumas espécies de Pinus, Larix e Picea. Só as florestas de lariço (Larix sp.) cobrem cerca de 2,5 milhões de Km2 na Sibéria. Mesmo em países tropicais como o Brasil, pode ser observada esta tendência gregária. O gregarismo das gimnospermas vincula-se à polinização anemófila, característica do grupo, que pressupõe e requer um adensamento de indivíduos, para haver uma adequada fertilização. As gimnospermas também se notabilizam pelo crescimento monopodial. A dominância permanente do meristema apical do tronco sobre os demais, acaba por produzir uma forma arbórea vantajosa, composta de um longo fuste retilíneo, e ramos relativamente delgados. Sob o ponto de vista tecnológico, as gimnospermas constituem o grupo das chamadas ‘madeiras macias’ ou ‘madeiras de fibras longas’, ‘Softwood’ em inglês. O termo ‘madeira de fibra longa’ explica-se pela predominância no lenho das gimnospermas de um único tipo celular: o traqueóide longitudinal (condução e sustentação mecânica). Os gêneros Ephedra, Gnetum e Welwitschia constituem uma exceção dentro das gimnospermas por apresentar vasos verdadeiros e fibras na estrutura básica do xilema, assemelhando-se às angiospermas. 17 GIMNOSPERMAS CLASSE ORDEM Família Gênero - espécie Dioon spp. Encephalartos spp. Zamiaceae Zamia ulei, Zamia boliviana, Z. brogniarti * Cycadophyta Cycadales Cycadaceae Cycas revoluta *, C. circinalis, C. media Ginkgophyta Ginkgoales Ginkgoaceae Ginkgo biloba * Abies alba *, A. balsamea Larix decidua, L.laricina* Picea abies * Cedros atlântica *, C. deodora *, C. libanii * Pinaceae Pinus canariensis, P.echinata, P.elliottii *, P.taeda *, P.patula Cupressaceae Chamaesyparis lawsoniana, Chamaesyparis pisifera *, Cupressus arizonica, C. funebris *, C. lusitanica *, C. macrocarpa*, C. sempervirens *, Thuja occidentalis, Thuja orientalis *, Junniperus communis Taxodiaceae Cryptomeria japonica , Cunninghamia lanceolata *, Metasequoia glyptostroboides *, Sequóia sempervirens*, Sequoiadendron giganteum, Taxodium disticum*, Podocarpaceae Podocarpus lambertii *, P. selowii Cephalotaxaceae Cephalartus harringtonia Coniferophyta Coniferales Araucariaceae Agathis robusta, A. angustifólia *, A. araucana, A. bidwilii*, A. columnaris*, A.heterophylla Taxophyta Taxales Taxaceae Taxus baccata Chlamydospermae Gnetales Ephedraceae Ephedra tweedieana 20 I. CLASSE GINKGOPHYTA Ordem Ginkgoales: 1. Família Ginkgoaceae Restringe-se atualmente a um único gênero e espécie – Ginkgo biloba -, tida como um verdadeiro fóssil vivo por seus caracteres morfológicos e anatômicos. O nome genérico vem do japonês ‘gin-kyo’, que significa ‘fruto-de-prata’. A família teve uma distribuição muito ampla no passado. No Rio Grande do Sul, por exemplo, registra-se a presença de Ginkgoites antartica no afloramento Passo das Tropas, da Formação Santa Maria. Ginkgo biloba L. Sinonímia: Salisburia adiantifolia Smith. Originário do Leste da Ásia é cultivado como curiosidade cientifica e para fins ornamentais em muitos países. A espécie nunca foi encontrada em forma silvestre e sobreviveu até hoje por serem as árvores reverenciadas por monges budistas na China e Japão. No século XVIII foi introduzida na Europa, sendo desde então muito admirada no mundo ocidental e amplamente difundida. É arvore de grande porte, dióica, caducifólia e de ramificação simpodial. Alcança 30m de altura, constituindo- se de um ou vários troncos e copa geralmente estreita, de forma piramidal. A casca varia de 21 castanho-acinzentada a castanho-escura, mostrando fissuras profundas e entrelaçadas em indivíduos adultos. As folhas, simples, pecioladas e reunidas em fascículos, estão dispostas em curtos raminhos laterais. O limbo varia de 3 a 8 cm de comprimento e tem forma de leque, inteiro, lobulado ou dentado na parte superior, e com nervação dicotômica muito característica. A forma e disposição das nervuras lembram certas pteridófitas, sugerindo a especulação sobre a origem das gimnospermas a partir deste grupo de plantas. As flores masculinas, reunidas em estróbilos cilíndricos, de cor amarela, dispostos sobre curtos brotos, compõem-se de muitos estames, com anteras bitecas divergentes. A polinização é anemófila. A estrutura feminina reduz-se a dois ou três óvulos, sustentados por um longo pedúnculo comum. Quando desenvolvida, tem o aspecto de uma falsa drupa de cor amarela e odor desagradável, medindo de 1,5 a 2,5 cm de comprimento. A semente, comestível quando tostada, tem forma oval. A maioria dos indivíduos cultivados no Rio Grande do Sul é do sexo feminino. São arvores muito ornamentais, destacando-se pela coloração amarela das folhas no outono. Pode ser considerada como a mais primitiva das espécies arbóreas existentes. A estrutura anatômica do tronco de Ginkgo biloba é semelhante à das Coniferophyta, que são de evolução superior. A medula é fracamente desenvolvida. Da medula para a periferia acha-se o xilema secundário, composto de traqueídes e contendo estreitos raios medulares. A camada cambial acrescenta cada ano novos cilindros de xilema secundário. As árvores de Ginkgo biloba podem alcançar até 4m de circunferência. Esta espécie é considerada um fóssil vivo, pois é o único sobrevivente de um numeroso grupo. Mesmo este sobrevivente está desaparecendo sem que se saibam as causas. 22 FECUNDAÇÃO: nas Cycadaceas e Ginkgoáceas, a fecundação é intermediária entre as samambaias e outras plantas sem frutos, os anterozóides ‘nadam’. Os gametófitos masculinos são haustoriais, absorvendo nutrientes do óvulo enquanto crescem. O tubo polínico não penetra no arquegônio, se rompe na vizinhança e libera anterozóides multiflagelados. Os anterozóides nadam para o arquegônio e um deles fecunda a oosfera. 25 Espécie de crescimento rápido, requer solos profundos, férteis e arejados, as árvores são parcialmente caducas em invernos muito frios. É originário do Himalaia e largamente cultivado em todo o mundo para fins ornamentais. Produz madeira aromática moderadamente dura e muito resistente à intempérie, prestando-se para a construção civil, telhas, dormentes, móveis e trabalhos de carpintaria. Cedrus libani (Loud.) A. Rich. Sinonímia: Cedrus libanensis Juss. ex Mirbel; Cedrus libanitica Trew ex Pilger; Cedrus cedrus Hunt; Cedrus patula K.Koch; Pinus cedrus L.; Larix cedrus Mill.; Larix patula Salib.; Abies cedrus Poiret. Árvores de grande porte (até 40m), apresentam tronco geralmente bifurcado, folhagem verde-escura e casca acinzentada. Os indivíduos velhos caracterizam-se pela forma aplanada do ápice da copa e a disposição em camadas das robustas ramificações. Distingue-se da espécie do Himalaia pelos ramos com extremidades eretas, não pendentes. A casca, castanho escura, é densamente fissurada e as acículas, muito curtas (2 a 3cm), aparecem reunidas em fascículos, na extremidade de curtos braquiblastos. Os estróbilos masculinos são oblongos, de 2,5 a 4 cm de comprimento. Os cones femininos, eretos e dispostos em ramos de cor castanha, mostram uma forma ovóide- oblonga, com 9 a 14 cm de comprimento. As sementes são aladas, irregularmente triangulares e membranáceas. Originaria das montanhas do Líbano. A espécie se propaga com facilidade através de sementes, que conservam o poder germinativo por até 2 anos. Prefere terrenos permeáveis, pedregosos ou arenosos, desde que a umidade seja suficiente. Resiste bem a geadas. Possui crescimento lento, alcança cerca de 1.000 anos. Apresenta madeira leve, amarelada, muito cheirosa e de grande durabilidade natural. Gênero Pinus L. – os pinheiros incluem as gimnospermas mais comuns, eles dominam em amplas extensões da América do Norte e Eurásia e são amplamente cultivados mesmo no Hemisfério Sul. Há cerca de 90 espécies de pinheiros, todas caracterizadas pela filotaxia das folhas, que é única entre todas as coníferas atuais. As folhas dos pinheiros são aciculares. Nas plântulas, elas têm arranjos espiralados e nascem solitárias sobre os caules. Após um ou dois anos de crescimento, o pinheiro começa a produzir suas folhas em grupos ou fascículos, cada um dos grupos de pinheiros contendo um número especifico de folhas aciculadas e longas, de uma a cinco dependendo da espécie. A identificação das espécies de Pinus baseia-se principalmente em caracteres das folhas, cones e sementes. O gênero Pinus L., de fácil cultivo em povoamentos homogêneos, são plantas largamente utilizadas em reflorestamento, inclusive no Brasil. Sua importância florestal é extraordinária, devido à qualidade da madeira, valorizada para fins construtivos e mobiliários, também para produção de celulose e resina. As espécies de Pinus que se destacaram, inicialmente, na silvicultura brasileira, foram Pinus elliottii e Pinus taeda, introduzidos dos Estados Unidos, visto que as atividades com florestas plantadas eram restritas às regiões Sul e Sudeste. A partir dos anos 26 60, iniciaram-se experimentações com espécies tropicais como P.caribeana, P.oocarpa, P.patula, entre outros, possibilitando a expansão da cultura de Pinus em todo o Brasil, usando-se a espécie adequada para cada região ecológica. Pinus canariensis Smith Originário das Ilhas Canárias. As árvores com até 30m de altura, formam uma copa estreita e curtos ramos laterais. A casca, espessa e gretada, compõe grandes placas irregulares castanho-avermelhadas. As acículas, longas (20-25cm), pendentes e dispostas em verticilos de 3, possuem cor verde-clara, bordos finamente serrilhados, secção triangular e apresentam dois canais resiníferos em cada lado do feixe libero-lenhoso. Os cones femininos são pendentes, com pedúnculos curtos e providos de apófise escura e obtusa. Medem de 12 a 20 cm de comprimento por 5 a 7 cm de diâmetro. As sementes têm cerca de 12 mm de comprimento e exibem asa lateral bem desenvolvida (cerca de 2 cm), membranácea e estriada. A espécie é bastante sensível ao frio e exigente em luz (heliófila), produz madeira de boa qualidade, pesada, durável e com alto teor de resina, sendo indicada para dormentes, carpintaria e construção em geral. O cerne é cor castanho-avermelhado e o alburno é amarelo. Pinus echinata Mill. As árvores caracterizam-se pelo porte grande (24-31m), fuste reto, pode alcançar 120 a 180 cm de diâmetro, casca espessa e avermelhada, dividida em placas de forma irregular. As folhas, encontradas geralmente em pares, às vezes em fascículos de 3, são curtas (7 a 12 cm), possuem cinco canais resiníferos no mesófilo e dois feixes vasculares internamente à endoderme. Cor verde-azulada e secção semicircular. Os cones femininos, oblongos, escuros e reunidos geralmente aos pares ou em grupos, são pequenos (4 a 6 cm), sésseis ou em curtos pedúnculos. As escamas delgadas terminam em um curto espinho. As sementes, com formato triangular, possuem asa avermelhada de 3,5 cm de comprimento. Originário do Leste dos Estados Unidos. Fornece madeira pesada, resistente e moderadamente resinosa. Pinus pinea L. Nativa do sul da Europa e cultivada no Rio Grande do Sul, principalmente como ornamental, esta espécie de pinheiro apresenta árvores que alcançam de 25 a 30 m de altura, produzindo uma copa ampla, muito ramificada e semi-esférica (forma de sombrinha). Este aspecto, de expressivo efeito plástico, reduz o valor da espécie para fins madeireiros, devido à produção de troncos grossos, relativamente curtos e retorcidos. É, contudo indicada para o cultivo em faixas litorâneas por aliar rusticidade e beleza, qualidades importantes para o reflorestamento de dunas marítimas e arborização de balneários. Na América do Sul é bastante cultivada no litoral uruguaio. Apresenta casca acinzentada-escura, com fissuras profundas e raminhos marrom- claros. 27 As acículas, em número de 2 por fascículo, são rígidas e de cor verde-clara, tendo margem serrilhada e comprimento variável entre 10 e 20 cm. Possuem secção semi- circular. Os cones femininos maduros, com formato arredondado, medem de 8 a 15 cm de comprimento por 7 a 10 cm de diâmetro. A cor oscila do castanho-claro ao castanho- avermelhado. As sementes são grandes (até 2 cm) e comestíveis, ápteras ou providas de asas rudimentares. São muito ricas em óleos, constituindo alimento bastante apreciado na região de origem e utilizadas em numerosos pratos da cozinha italiana. A madeira contém pouca resina, dureza baixa a média, resistência mecânica mediana e baixa retratibilidade, sendo indicada para postes, estacas, esteios de minas, estruturas, soalhos, parquetes, janelas, mobiliário maciço e embalagens. Pinus elliottii Engelm – ‘Pinheiro-americano’ Originário do Sudeste dos Estados Unidos, este pinheiro cresce em terras de baixa altitude (até 150 m). Em razão do excelente crescimento em zonas de clima subtropical úmido, é largamente cultivado no sul do Brasil. As árvores alcançam de 25 a 30 m de altura com 60 a 90 cm de D.A.P. A casca, acinzentada e sulcada em indivíduos jovens, modificam-se apresentando placas espessas (2 a 4 cm), marrons-avermelhadas em exemplares adultos. As folhas, reunidas em fascículos de 2 a 3 acículas, são longas (12 a 30 cm), flexíveis, cor verde-brilhante e com margem finamente serrilhada. Possuem 2 a 10 canais resiníferos, situados internamente no mesófilo, e bainha persistente. Produzidos no inicio da primavera, os estróbilos masculinos concentram-se nas extremidades dos brotos jovens; os cones femininos, pedunculados, têm forma ovóide, ligeiramente, curva e assimétrica. As sementes possuem asas oblíquas de 2 a 3 cm de comprimento. Espécie heliófila, de rápido crescimento. Assemelha-se a Pinus taeda, diferindo em alguns aspectos importantes. As acículas de P. elliottii, mais longas e de cor verde mais clara, têm secção semicircular, ocasionalmente triangular; os cones são nitidamente pedunculados e castanho-avermelhados. Em P.taeda, as acículas, normalmente mais curtas, mostram um tom mais escuro e secção sempre triangular; os cones são sub-sésseis e de cor acinzentada. A madeira é usada para construções leves e pesadas, confecção de embarcações e caixas, para poste requer tratamento preservativo. As fibras são longas e adequadas para fabricar papel. Produz bastante resina. A planta tem baixa exigência nutricional o que permite seu plantio em ambientes com condições adversas, como regiões áridas, frias, topos de montanhas e solos com baixa fertilidade. Em 8 anos já está pronto para o corte. P. elliottii é um simbionte obrigatório de um basidiomiceto que forma micorrizas. Essa micorriza tem maior chance de se estabelecer em solos ácidos. A associação entre o fungo e as raízes facilita o estabelecimento deste Pinus em solos pobres. Foi introduzido em São Paulo em 1948 por interesse florestal. É a principalmente espécie plantada para fins comerciais no sul do Brasil. Suas principais finalidades são madeira (móveis, celulose, laminação, compensados, etc.), celulose de fibra longa e resina. 30 Cunninghamia lanceolata (Lamb.) Hook. ‘pinheiro-chinês’ Inadequadamente conhecido como ‘pinheiro-alemão’. A área natural de ocorrência compreende a China Central e Meridional, Taiwan, Vietnam e Laos, onde cresce em altitudes de 500 a 1.800m. Fora desta área original, é plantada em vários países de clima subtropical, tropical e temperado, incluindo o Brasil. A árvore apresenta tronco retilíneo, copa piramidal e ramificação irregular, tende a formar verticilos com a idade. Alcança 25 a 30 m de altura e 200 cm de D.A.P. A casca é espessa, cor castanha, com fissuras longitudinais. Folhas lanceoladas, de 2 a 5 cm de comprimento, dispostas em raminhos segundo dois planos divergentes. Coloração verde-escura na face superior e duas faixas estomáticas esbranquiçadas na face inferior. Cones masculinos dispostos em fascículos na extremidade dos ramos do ano. Cones femininos terminais, ovóides e sésseis; medem cerca de 2 cm de comprimento, compostos de numerosas escamas coriáceas, imbricadas e providas de dentes. A espécie é pouco competitiva, resiste mal à pressão exercida por espécies sombreadoras. A regeneração natural ocorre apenas em povoamentos adultos e ralos. Apresenta intensa rebrota a partir de gemas dormentes, esta propriedade assegura uma brotação de cepo, o que a torna uma das poucas coníferas possíveis de serem manejadas por talhadia. A madeira é muito leve e uniforme, bastante durável, resistindo à intempérie e insetos; empregada para construção em geral, miolo de compensados, caixotaria, revestimentos internos, palitos de fósforo, industria de celulose. Metasequoia glyptostroboides Hu et Cheng Árvore de até 45m de altura, com ramificação ascendente e copa longa, caducifólia. Folhas opostas, lineares, achatadas, retas, medem 1 a 3 cm de comprimento por 2mm de largura. No outono, antes de cair adquirem coloração de amarelo-claro a marrom- avermelhado. Cones femininos com longo pedúnculo, globosos ou fusiformes, medem até 2,5cm de comprimento. A espécie é considerada um ‘fóssil-vivo’ por ser a única remanescente de um gênero que teve larga distribuição na era Terciária. Por sua raridade, é cultivada como ornamental ou curiosidade cientifica. A utilização da madeira é desconhecida. Podemos encontrá-la em Canela, RS. Sequoia sempervirens (D.Don.) Endl. Árvore de grande porte, copa piramidal, com folhagem persistente e casca espessa, marrom-avermelhada. É o ‘redwood’ dos Estados Unidos, a espécie arbórea de maior porte em todo o mundo, com alguns exemplares gigantes com mais de 100m de altura. Folhas lineares ou lanceoladas, de até 2,5cm de comprimento; cor verde-escura e duas faixas estomáticas mais claras na face inferior, organizadas em planos divergentes, nos dois lados dos raminhos. Estróbilos masculinos solitários, em disposição lateral ou terminal, medem 7mm. Os cones femininos têm consistência lenhosa, são ovóides, medem de 1,5 a 2,5cm de comprimento, com maturação anual; sementes achatadas, com asa lateral estreita. 31 Espécie originária de uma faixa costeira estreita dos Estados Unidos que vai do Sul do Oregon até o Centro da Califórnia, região de clima muito úmido. Merece maior difusão no Rio Grande do Sul, na Serra demonstrou excelente crescimento. A madeira é muito resistente à decomposição e ao ataque de insetos; muito forte indicada para obras ao ar livre ou para interiores. Sequoiadendron giganteum (Lindl.) Bucholz. Árvore de grande porte, copa piramidal e folhagem persistente. Originária da Serra Nevada, na Califórnia, conhecida como ‘big tree’ ou ‘sequoia gigante’, famosa por sua extraordinária longevidade (alguns possuem ao redor de 4.500 anos). A casca é muito grossa (até 60 cm), macia, avermelhada, com profundas fissuras. Folhas escamiformes ou sub-aciculares, com 11 mm de comprimento; cor verde- azulada, dispostas espiraladamente em raminhos. Estróbilos masculinos terminais, solitários e sésseis. Cones femininos de forma ovóide e maturação bianual. A espécie distingue-se pelo tronco mais robusto que a Sequóia sempervirens, produzindo maior volume de madeira. O famoso ‘General Sherman’, no Parque Nacional das Sequóias (Califórnia), ultrapassa os 9 m de D.A.P. e o peso do seu tronco foi estimado em 1.400 tn. A altura dos maiores indivíduos é inferior à Sequóia sempervirens, alcançando no máximo 80 a 90 m. Taxodium distichum (L.) Rich. ‘cipreste-calvo’ ou ‘cipreste-dos-pântanos’ Árvore de grande porte, copa cônica e folhagem caducifólia. Casca espessa (até 6 cm), cor marrom-avermelada. Folhas lineares, dispostas em dois planos divergentes nos raminhos, cor verde- claras, de até 2cm de comprimento. Originaria das planícies costeiras do sudeste dos Estados Unidos, encontra-se principalmente no Delta do Mississipi e na Florida, onde cresce em altitudes de até 30m. Nos solos pantanosos desenvolve raízes respiratórias ou pneumatóforos. Fácil propagação por sementes ou estacas, em substrato muito úmido. Espécie de crescimento lento; madeira com alta durabilidade natural. É uma espécie de alto potencial para a silvicultura brasileira, tendo em vista sua preferência por áreas alagadiças, ecologicamente incompatíveis com a maioria das espécies florestais nativas e comumente deixadas sem utilização. 32 3. Família Cupressaceae Arbustos ou árvores, muito ramificados. Folhas geralmente escamiformes, pequenas, imbricadas. Estróbilos masculinos pequenos, terminais, dispostos nas curtas ramificações. Estróbilos femininos com poucos pares de macrosporófilos. A família está dividida em três subfamílias, segundo características dos estróbilos femininos: 3.1. Subfamília Cupressoideae Estróbilos lignificados. Os macrosporófilos ao amadurecer afastam-se longe uns dos outros. Plantas monóicas. Cones femininos de maturação bianual (Cupressus). Cones femininos de maturação anual (Chamaesyparis). Chamaesyparis lawsoniana (A. Murr.) Parl. Árvore de grande porte (até 60m), copa piramidal; raminhos planos dispostos horizontalmente. Folhas escamiformes. Estróbilos masculinos terminais, avermelhados quando maduros. Cones femininos globosos, castanho-claros, com 10 mm de diâmetro; possuem 8 escamas, com múcron agudo. A madeira é de excelente qualidade para todos os usos e duradoura em contato com o solo. Chamaesyparis pisifera (Sieb. et Zucc.) Endl. Freqüente em parques e jardins no Sul do Brasil. Copa Piramidal, raminhos comprimidos, dispostos em forma horizontal. Folhas escamiformes, acuminadas, de ápice recurvado, com bordas inteiras e faixas esbranquiçadas na parte inferior. Cones globosos, de maturação anual, 7mm de diâmetro, com 10 a 12 escamas rugosas, providas de pequeno múcron dorsal. Sementes aladas. Cupressus arizonica Greene Árvore de madeira e ornamental, de crescimento rápido. Tronco reto e copa piramidal. Folhas escamiformes, agudas, imbricadas, verde-azuladas e com finos dentes nas margens. Cones femininos esféricos (2 a 3 cm), de cor verde-azulada, 6 a 8 escamas. Espécie rústica, aceita qualquer condição de solo, mesmo terrenos superficiais, calcários ou secos. Resistente a baixas temperaturas, indicado para quebra-ventos. Cupressus funebris Endl. Árvore ornamental, de porte médio a grande (25 m). Distingue-se facilmente dos outros ciprestes por ter raminhos pendentes e ramificados num mesmo plano. Folhas escamiformes, verde-claras, agudas e livres no ápice. Cones femininos castanho-escuros, pequenos, globosos, 7 mm de diâmetro. O porte pequeno limita o interesse para a silvicultura, seu cultivo é valorizado em cemitérios. No Sul do Brasil é conhecido como ‘cipreste-chorão’. 35 Thuja orientalis L. Conhecida como ‘tuia’ ou ‘árvore da vida’. Possui grande valor ornamental, sendo cultivada em jardins, cemitérios e parques no Rio Grande do Sul. Adapta-se à formação de cercas-vivas. Alcança uma altura máxima de 20 a 30 m, copa piramidal. Folhas escamiformes, imbricadas, com disposição oposta-cruzada, estando os raminhos organizados em planos mais ou menos verticais. Cones masculinos terminais, amarelos, com diversas folhas polínicas peltadas, e arranjo oposto. Cones femininos ovóides, de até 15 mm, pendentes, de cor verde-azulada quando jovens e castanho-avermelhada quando maduros, têm escamas lenhosas com múcron recurvo. 3.3. Subfamília Juniperoideae Estróbilos femininos carnosos. Cerca de 70 espécies desde o Ártico até os subtrópicos. Junniperus communis L. Arbusto ou pequena árvore (até 12m). Conhecido como ‘zimbro’ em Portugal, é conhecido por ser matéria prima para fabricação de gim. Planta de forma piramidal. Folhas aciculares de 12 a 15 mm de comprimento, verde- escuras, com uma faixa esbranquiçada na face superior, dispostas em verticilos trímeros. Os cones femininos (gálbulas) são carnosos, ovóides (6mm) de cor preto-azulada. A maturação é lenta, ocorre no outono do segundo ou terceiro ano. 36 4. Família Podocarpaceae Abrange sete gêneros e 150 espécies distribuídas nas regiões tropicais, subtropicais e temperadas do mundo. É família mais numerosa de coníferas do Hemisfério Sul; com espécies monóicas e dióicas. Os amentilhos masculinos compõem-se de muitas folhas polínicas bitecas, enquanto que as flores femininas aparecem em geral solitárias e reduzidas a um único óvulo. As sementes estão presas a um receptáculo carnoso, chamado epimácio. Na flora brasileira destacam-se Podocarpus lambertii e Podocarpus sellowii, por ocorrerem no Sul do país (nativas). Podocarpus lambertii Klotz. ‘Pinheiro-bravo’ Árvore de porte média (15m de altura), que ocorre desde Minas Gerais até o Rio Grande do Sul. Os indivíduos jovens apresentam tronco reto, crescimento monopodial e copa cônica, na fase adulta verifica-se uma tendência à tortuosidade, inclinação e ramificação do tronco, bem como formação de copa arredondada. Folhas simples, lineares, verde-escuras brilhantes na face superior e opacas na inferior, medem 7cm de comprimento; são glabras, uninervadas e de margem inteira. Estróbilos masculinos com 8 a 12 mm de comprimento, reunidos em grupos de 3 a 6, no ápice de um delgado pedúnculo axilar, com 5 a 10 mm de comprimento. A estrutura reprodutiva feminina é axilar, solitária e sustentada por um curto pedúnculo (15mm). A semente, subglobosa, mede cerca de 5mm de diâmetro. Conhecida como ‘pinheiro-bravo’ ou ‘pinheirinho’, tem ampla distribuição geográfica no Rio Grande do Sul. Participa da composição da Floresta Ombrófila Mista e de outras formações no Estado, sendo particularmente abundante no município de Encruzilhada do Sul (Parque Estadual do Podocarpus). Em todas as áreas de ocorrência prefere encostas de morros, ravinas e outros sítios úmidos. A madeira é leve, macia, branco-amarelada, fácil de ser trabalhada, presta-se para construção civil, móveis, caixotaria, embalagens para alimentos, lápis e palitos de fósforo. Como o receptáculo carnoso que aparece associado à semente é utilizado por pássaros, a dispersão é favorecida. 37 Podocarpus sellowii Klotz. Distingue-se da espécie anterior por suas folhas lanceoladas maiores, de até 10cm de comprimento por 15mm de largura, e pela ausência de um pedúnculo comum aos grupos de estróbilos masculinos. Ocupa uma área mais tropical que a anterior, incluindo a Floresta Amazônica, o Brasil Central e a Serra do Mar. 40 Casca espessa, acinzentada, áspera e profundamente fendilhada, descama-se em placas retangulares. Estróbilos masculinos com formato cilíndrico, de 10 a 17cm de comprimento por 3 a 4cm de diâmetro, dispostos solitariamente ou aos pares nos brotos terminais. Cones femininos globosos de 10 a 12 cm (pinhas), têm período de maturação entre 20 a 22 meses. As sementes são intimamente soldadas às escamas, de cor castanho-avermelhado, medem de 3 a 8cm de comprimento por 1 a 2cm de diâmetro. Sua produção concentra-se nos meses de abril a julho, perdendo rapidamente o poder germinativo (15 a 20 dias). A madeira é indicada para tabuados, compensados, caixotaria, palitos, instrumentos musicais, carpintaria e marcenaria. 41 Araucaria araucana (Mol.)K.Koch. Árvore de grande porte (até 50m), originaria do Sul do Chile e da Província de Neuquén, onde forma povoamentos densos e puros. Conhecido como ‘pehuén’. Tronco reto, de até 150cm de diâmetro, com casca muito espessa e rugosa de cor castanho-acinzentada-escura. Copa piramidal quando jovem, passa a caliciforme quando adulta. Folhas ovado-lanceoladas. Largas (15 a 25mm) e muito imbricadas, no que se distingue facilmente da espécie brasileira. Cones masculinos terminais e cilíndricos, permanecem na planta por muitos meses. Cones femininos com até 20 cm de diâmetro e suas escamas têm um longo apêndice. Sementes grandes (2x4cm) de cor castanha, comestíveis. Para um bom desenvolvimento, exige uma micorriza específica, o que dificulta seu estabelecimento fora do habitat natural. A distribuição dos ramos em verticilos regulares e a disposição imbricada das folhas conferem à espécie um efeito ornamental muito valorizado em parques e jardins nos países de clima temperado. Tem crescimento lento, desestimulando as plantações comerciais. A madeira é de excelente qualidade para os mais diversos fins. 42 Araucaria bidwillii Hook. Árvore de grande porte, originária da Austrália. Muito cultivada como ornamental em muitas partes do mundo, por ter rusticidade e porte piramidal simétrico. No Sul do Brasil apresenta rápido crescimento produzindo plantas de excelente forma florestal. Os troncos são mais robustos e longos que na espécie brasileira. A casca é áspera e escamosa. Folhas verde-escuras, pontiagudas, medem de 2 a 3,5cm de comprimento, dispostas em dois planos divergentes. Cones masculinos longos, cilíndricos, esverdeados. Cones femininos ovóides, de 25 a 30 cm de diâmetro, escamas com um pequeno apêndice recurvo. Sementes grandes, de 5 a 6 cm de comprimento por 2,5cm de largura, piriformes e comestíveis. Conhecida como ‘bunia-bunia’, requer clima subtropical, com abundantes precipitações e altas temperaturas. Pouco exigente quanto ao solo e resistente a geadas. Deveria ter uma maior difusão no Rio Grande do Sul em programas de reflorestamento. 45 DIVISÃO MAGNOLIOPHYTA (ANGIOSPERMAE) CARACTERÍSTICAS GERAIS: As angiospermas diferem das gimnospermas por possuírem frutos, isto é, suas sementes são protegidas e inclusas nos carpelos. Assim, as angiospermas são plantas que possuem as sementes protegidas por uma folha carpelar fechada, que após sofrer modificações, origina o carpelo. Após ocorrer ou não a fecundação, o ovário formará o fruto. Os grãos-de-pólen atingem o óvulo através do estígma. Há uma regressão muito considerável dos gametófitos, o tubo polínico (microprótalo) não forma anterozóides; o saco embrionário (macroprótalo) fica reduzido a poucas células, sendo uma delas a oosfera e outra o mesocisto (núcleos polares), que originarão, respectivamente, o embrião (2n) e o endosperma (3n). As angiospermas têm as mais variadas formas de hábito - desde enormes árvores (Eucalyptus) até minúsculas ervas aquáticas (Lemna e Wolffia); flores simples, até inflorescências bastante complicadas. A estrutura das flores pode apresentar-se, a partir do receptáculo, sobre o qual se inserem os diferentes órgãos florais tais como: sépalas, tépalas, pétalas, estames (androceu) e carpelos (gineceu), de maneira helicoidal (flores acíclicas), verticilada (flores cíclicas) ou ambas (flores hemicíclicas). Nas angiospermas predomina a disposição cíclica. O número de cada verticilo é variável e conforme a relação de simetria deles distinguimos flores radiais ou actinomorfas, flores bilaterais ou zigomorfas e flores assimétricas. Cada verticilo tem estrutura e função bem determinados: flor sem verticilo de proteção - flor aclamídea (Salix); flor com apenas um verticilo de proteção - flor monoclamídea (Polygonum) , e neste caso recebe o nome de perigônio (tépalas); flor com dois verticilos de proteção - flor diclamídea - o externo é o cálice e o interno é a corola, que por sua vez podem ser livres ou conatas. As flores, na sua origem, formam inflorescências, que podem manifestar-se sobre o caule de forma isolada ou conjugada. Podem ter posição axilar ou terminal. O androceu apresenta as mais variadas formas e pode ser o único componente sexual de determinadas flores - flores unissexuais masculinas (Ricinus). Os estames podem sofrer transformações como nectários, estaminódios e petalóides. O gineceu é o órgão reprodutor feminino e é formado por um ou mais carpelos. O carpelo está constituído de estigma, estilete e ovário. Cada carpelo contém um ou vários primórdios seminais (óvulos); o gineceu também apresenta uma grande diversidade de formas e estrutura. GAMETOGÊNESE, FECUNDAÇÃO E EMBRIOGÊNESE O saco embrionário, uninucleado de início, sofre intenso desenvolvimento, ao mesmo tempo em que o núcleo haplóide do saco embrionário sofre três divisões consecutivas, formando oito núcleos. Estes ficam imersos no saco embrionário e, conforme sua posição e futura função, recebem nomes especiais, tais como sinérgidas, oosfera, antípodas e núcleos polares. Assim, tem-se uma estrutura com 7 células e 8 núcleos. 46 Na camada subepidermal da parte do óvulo, que dará a nucela, uma célula se destaca pelo tamanho maior, o tamanho do núcleo e a densidade do protoplasma; é a célula- mãe do macrósporo. Esta se divide duas vezes e forma quatro células, uma grande e três pequenas. A primeira divisão é redutora. A célula grande e bem desenvolvida é o macrósporo; as três pequenas são macrósporos abortivos que logo perecem. Neste estado começa a formação dos integumentos que nascem da base da nucela. O núcleo do macrósporo sofre várias divisões. Primeiramente dá dois núcleos, depois quatro e, finalmente, oito. Ao mesmo tempo, o macrósporo aumenta em tamanho, até alcançar a extensão definitiva do saco embrionário. Nesta expansão destrói e absorve parte da nucela e os três macrósporos abortivos. Seus oito núcleos se distribuem nas sete células definitivas do saco embrionário, formando paredes separadoras entre si. Na extremidade próxima à micrópila, formam-se três células; cada uma com um núcleo haplóide. Uma é a oosfera, as outras duas chamam-se sinérgidas. No centro há uma célula grande com vacúolos grandes e dois núcleos haplóides: o polar superior e o inferior. Perto da chalaza ficam mais três células pequenas, cada uma com um núcleo haplóide, chamadas antípodas. O tubo polínico (gametófito masculino) surge ao germinar o grão-de-pólen sobre o estigma. Antes da abertura da antera, o núcleo de cada grão-de-pólen divide-se, formando uma grande célula vegetativa (célula do tubo polínico) e uma célula menor generativa (anteridial). Esta célula generativa divide-se, no tubo polínico em crescimento, ou mesmo antes, em duas células espermáticas (fecundantes), de maneira que os grãos-de-pólen ao tempo da polinização têm 2 ou 3 células. Nas angiospermas ocorrem duas fecundações: a oosfera é fecundada por um núcleo das células espermáticas formando o embrião (2n) e o mesocisto (núcleos polares – 2n) é fecundado pela segunda célula espermática formando o endosperma secundário (3n). O embrião amadurece e conta com radícula, caulículo, gêmula e cotilédone (s). Mesmo antes do pró-embrião (zigoto) dividir-se pela primeira vez, o núcleo do endosperma (3n) começa a desenvolver-se intensamente, formando o tecido de endosperma que poderá servir de alimento ao embrião e extinguir-se em seguida, ou constituir-se num tecido de reserva da semente que somente mais tarde, quando aquela germinar, será consumido pelo embrião. Quando a semente está madura cessam todos os processos fisiológicos da embriogênese. Pode haver embriogênese sem ocorrer fecundação. Este caso chama-se de “apomixia”, isto é, o fenômeno pelo qual se produz um embrião sem haver a fecundação prévia. Há dois tipos de apomixia: partenogênese e apogamia. - Partenogênese: é o fenômeno de formação de um embrião a partir de uma oosfera não fecundada. - Apogamia: é a produção de um embrião a partir de uma célula qualquer do gametófito distinta da oosfera como, por exemplo, as sinérgidas, as antípodas ou mesmo as células da nucela. - Embrionia adventícia: é qualquer embrião não proveniente da oosfera. - Poliembrionia: é o fenômeno em virtude do qual se formam vários embriões numa mesma semente. Ex. Citrus. O fruto é um órgão que atinge a grande diversificação nas angiospermas. É o produto do desenvolvimento do ovário fecundado ou não. Crigom, focmação o consfifuiçao do cvula Figura: Macrosporogênese. 47 50 1. Família Winteraceae Lindl. Com oito gêneros e cerca de 70 espécies, mais concentradas na Nova Guiné, a família é representada no Brasil pela espécie Drymis brasiliensis Miers., com quatro variedades, conhecidas popularmente como ‘cataia’, ‘casca-de-anta’, ‘paratudo’, ‘canela- amargosa’, capororoca’, etc., encontradas no Centro Oeste, Sudeste e Sul do Brasil. São pequenas árvores de folhas alternas, sem estípulas, com lenho formado por traqueídes com pontuação escalariforme; flores de bi a unissexuadas, heteroclamídeas, com 26 sépalas valvares e pétalas imbricadas, dispostas em duas séries. Eixo floral um tanto alongado, com 4-6 carpelos livres apicais e cerca de 15-20 estames livres, em disposição espiralada; carpelos com 7-9 óvulos dispostos em placentação circular subapical; estames com lóculos da antera apicais; pólen em tétrade. Infloresecência cimoso-umbeliforme, terminal. Frutos apocárpicos, constituídos de 4-6 bagas dispostas radialmente. A espécie ocorre principalmente em áreas alagadas e em florestas de altitude do Sudeste e Sul, principalmente na mata dos pinhais. O fato das Winteraceae não possuírem elementos de vaso, associado à disposição espiralada das partes florais (à semelhança das gimnospermas), estames pouco diferenciados em filetes e anteras e gineceu apocárpico, fez com que diversos autores considerassem esta família entre as angiospermas mais ‘primitivas’ (próximas em parentesco às gimnospermas). A madeira presta-se para construção civil, carpintaria, caixotaria e para lenha e carvão, as plantas são utilizadas para arborização urbana. Emprega-se o chá de cataia como poderoso estimulante físico e mental, também contra retenção de urina e nas dissenterias. O uso mais comum é no tratamento das hemorróideas. Na medicina animal, é indicada contra garrotilho em eqüinos. 2. Família Magnoliaceae Juss. Possui cerca de 12 gêneros e 210 espécies ocorrentes na Ásia, América do Norte, Antilhas, América Central e América do Sul. São árvores de folhas alternas, estipuladas. Flores vistosas, periantadas, com receptáculo alongado, sobre o qual se inserem numerosos estames de estrutura laminar, com lóculos da antera lineares, alongados, paralelos entre si e carpelos livres entre si, densamente dispostos sobre o eixo floral. Fruto apocárpico, estrobiliforme, constituído por numerosos carpídios ordenados sobre o eixo alongado. Na maturação, as paredes do aglomerado estrobiliforme rompem-se irregularmente e cada carpídio libera sua semente por um orifício circular, basal, as quais ficam pendentes, pressas a funículos longos. As Magnoliaceae foram consideradas por Cronquist (1988) como sendo a família não fóssil que reuniria as características mais semelhantes às das primeiras angiospermas. No Brasil ocorrem quatro espécies de Magnolia, com ocorrência principalmente em florestas alagáveis; Magnolia ovata, conhecida popularmente como baguaçu ou pinheiro- do-brejo, é a mais comum. Diversas espécies da família são cultivadas como ornamentais e na arborização urbana, a magnólia (Magnolia grandiflora), a magnólia-roxa (Magnolia liliflora), a magnólia-amarela (Magnolia champaca) e a tulipeira (Liriodendron tulipifera). *Gênero nativo: Magnólia (=Michelia, Talauma) *Gênero introduzido: Liriodendron 51 3. Família Annonaceae Juss. Dos 130 gêneros e cerca de 2.300 espécies desta família, distribuídos nos trópicos e subtropicos de todo o mundo, foram registrados no Brasil, 29 gêneros com aproximadamente 260 espécies. Plantas arbustivas ou arbóreas. Folhas simples, grandes, alternas dísticas, mais ou menos coriáceas e em geral aromáticas. Flores usualmente grandes e vistosas, em geral bissexuadas, isoladas e axilares. Perianto amarelo, esverdeado ou purpúreo, diferenciado em cálice e corola, geralmente trímero (exceção entre as dicotiledôneas), com pétalas muito espessas. Estames numerosos, dispostos em espiral num receptáculo alongado. Ovário súpero, com carpelos numerosos, livres entre si, uniu a pluriovulados. A estrutura floral parece revelar certa proteção à voracidade dos coleópteros visitadores. Quando as flores se tornam receptivas, as pétalas mantem-se entreabertas, impedindo a entrada de bezouros grandes e nocivos, enquanto que os mais delicados podem entrar, realizando a polinização. As pétalas carnosas funcionam como atrativo, podendo alimentar o inseto. Exalam adores característicos semelhantes ao de frutos passados ou esterco, que atraem os coleópteros. Fruto isolado tipo baga, muitas vezes comestível. Em geral esses fruticulos se reúnem em um mesmo receptáculo desenvolvido, formando um agregado, denominado ‘esquisocarpo’. Semente com embrião basal muito reduzido e com período de germinação muito curto. 52 As Annonaceae ocorrem em praticamente todas as formações do Brasil, com destaque para Xylopia aromatica (pimenta-de-macaco) e Annona crassiflora (marolo), nos cerrados, esta última com grandes frutos com aroma muito forte, que servem como fonte de renda para populações locais. Xylopia brasiliensis e Xylopia emarginata são conhecidas como ‘pindaíba’ e são freqüentes em florestas inundáveis. Guateria nigrescens (pindaíba-preta) e Rollinia sylvatica (araticum-do-mato) são espécies comuns em diversas formações florestais. A ‘ata’ ou ‘fruta-do-conde’ (Annona squamosa) e a graviola (Annona muricata) são espécies originarias da América Central, cultivadas no Brasil com frutos que são consumidos in natura ou em sucos. 4. Família Canellaceae Com 5 gêneros e cerca de 9 espécies; distribuem-se nas regiões tropicais da África Oriental, Madagascar e América. No Brasil ocorre apenas o gênero Cinnamodendron, com três espécies, C. axillare, C. sampaioanum e C. dinisii. As duas primeras na Amazônia e a última (pimenteira) é encontrada desde Minas Geris até o Rio Grande do Sul. Cinnamodendron dinisii é uma árvore geralmente robusta, de porte médio (10 a 20m), com troco claro e lenticelado, e casca e folhas com sabor picante, característica que inspirou o nome do gênero (Cinnamodendron= Capsicodendron= árvore de canela). Folhas simples, inteiras, opostas, desprovidas de estípulas e de venaçao pinada. As flores são pequenas, vermelho-escuras, diclamídeas, com 3 sépalas e 4 a 12 pétalas, sustentadas por um pedúnculo de 0,4 a 0,8cm, agrupam-se em inflorescências terminais ou axilares. Os frutos são bagas avermelhadas elípticas com 2 a 4 sementes. A madeira exibe uma estrutura bastante primitiva, incluindo elementos vasculares muito longos e placas de perfuração escalarifome com 10 a mais barras. Habita preferencialmente os capões e o interior dos pinhais. Seu maior interesse é como árvore ornamental. A utilização da madeira é limitada pela pequena dimensão dos troncos 5. Família Myristicaceae Árvores ou raramente arbustos, freqüentemente com látex avermelhado. Folhas alternas, geralmente dísticas, simples, sem estípulas, de margem inteira, freqüentemente aromáticas. Inflorescência cimosa, racemosa ou paniculada. Flores pouco vistosas, unissexuadas (plantas dióicas). Fruto folículo ou baga carnosa ou sublenhosa, com semente envolvida em arilo carnoso. No Brasil ocorrem 6 gêneros e 60 espécies, a grande maioria na região amazônica. O gênero com maior número de espécies é Virola. Pertence a esta família a noz-moscada (Myristica fragans) cuja parte utilizada é o pericarpo aromático, apreciado na culinária de todo o mundo. 55 Raça Guatemalense: casca espessa e rugosa e pedúnculo com expansão junto ao fruto. Raça Antilhana: casca intermediária e pedúnculo em forma de cone truncado. É uma árvore de grande porte em ambiente natural e arbustos ou pequena árvore quando em cultivo. Apresenta um grande número de flores por panícula e é na flor que reside todo o mistério de produção ou não de frutos. Cada flor hermafrodita abre duas vezes, isto é, tem dois estágios de maturação: 1ra. abertura ocorre quando o gineceu (estigma) está apto (maduro) para receber o pólen e a 2da. abertura quando o androceu está maduro, liberando o pólen; estas aberturas ocorrem em períodos diferentes dentro de plantas de uma mesma raça como em plantas de raças diferentes. Entre as lauráceas nativas devemos mencionar algumas espécies pertencentes aos gêneros Ocotea, Nectandra, Cryptocaria e Aiouea, os quais encerram a maioria das canelas ou imbuias, antes bastante comuns em nossas formações florestais. Todas multiplicam-se por sementes e são perenifólias. - Ocotea puberula: canela guaicá, guacá. - Ocotea porosa: imbuia, embuia. - Ocotea odorifera: canela sassafrás, sassafrás. - Ocotea pulchella: canela lageana, canela miúda. - Ocotea diospyrifolia: canela louro, canela lora. - Nectandra saligna: canela preta, canela bosta, louro negro, canela louro. - Nectandra megapotamica: canela ferrugem, canela preta, canela louro. - Nectandra rigida: canela amarela. - Nectandra lanceolata: canela amarela, canela-do-brejo. - Cryptocaria mandiocana: canela lageana. - Aiouea saligna: canela anuíba, canela amarela, canela-do-Rio Grande. - Phoebe stenophylla: canela crespa. - Persea venosa: massaranduba. - Aniba roseodora: pau-rosa. O cipó-chumbo (Cassytha filiformes) é uma holoparasita relativamente comum, principalmente nas áreas abertas, destacando-se na paisagem pela presença de ramos áfilos amarelo-esverdeados. 7. Família Monimiaceae Compreende 32 gêneros e cerca de 350 espécies distribuídas pelas regiões tropicais e subtropicais do Mundo. São particularmente numerosas na América do Sul e Nova Zelândia. Da flora brasileira, participam apenas 4 gêneros dos quais apenas dois estão no Rio Grande do Sul, Hennecartia e Mollinedia. São árvores ou arbustos de folhas opostas, inteiras, desprovidas de estipulas, com margem dentada ou serrada e freqüentemente aromáticas. As flores são pequenas, actinomorfas, geralmente monoclamídeas e hermafroditas ou unissexuais. A Monimiaceae mais conhecida é o boldo (Peumus boldus Mol.), originário do centro do Chile. 56 Hennecartia é um gênero monotípico e sua única espécie Hennecartia omophalandra, é nativa do Rio Grande do Sul. O gênero Mollinedia, tem pelo menos 5 espécies arbustivas que participam na composição do sub-bosque de pinhais e Floresta Atlântica Sulriograndense. 2. Ordem Piperales Como as Magnoliales, as Piperales têm células oleíferas, e todas as características divergentes das Magnoliales representam avanços evoluivos. Na grande maioria são plantas herbáceas, tropicais. No Brasil, estão representadas por espécies das famílias Piperaceae e Chlorantaceae. 1. Família Piperaceae As flores são pequenas, geralmente hermafroditas, protegidas apenas por uma ou duas brácteas. Estames de 1 a 10; ovário com 2 a 5 carpelos concrescidos formando um lóculo só, no qual se desenvolve um só óvulo. Inflorescências tipo amentilhos. São geralmente ervas, subarbustos, trepadeiras e arbustos. - Piper nigrum: ‘pimenta-do-reino’, é uma trepadeira de origem asiática. Caule lignificado na parte inferior. Folhas alternas, inteiras, opstas às inflorescências. É cultivada no Norte do Brasil, porém pode ser introduzida em regiões livres de geadas. É uma cultura intensiva de alto rendimento. O produto comercial pimenta preta, são os frutos imaturos não descascados, e a pimenta branca, são frutos maduros, descascados. 57 - Peperômia obtusifolia: plantas ornamentais, cultivadas em virtude da folhagem bela e variada. Algumas espécies deste gênero ocorrem no Brasil espontaneamente nas matas úmidas. 3. Ordem Aristolochiales A ordem é representada apenas pela família Aristolochiaceae A.L.Juss. A família compreende 7 gêneros distribuídos nos trópicos e subtropicos. No Brasil ocorrem 62 espécies do gênero Aristolochia L. São ervas baixas, anuais, ramificadas desde a base, com raízes tuberosas; trepadeiras. Folhas simples, inteiras e alternas. Flores isoladas em forma de sifão, zigomorfas, hermafroditas, monoclamídeas. Ovário ínfero, multilocular, multiovulado. Estames pressos à parte superior do gineceu. Fruto cápsula, sementes aladas. Espécies importantes: conhecidas popularmente como jarrinha, papo-de-peru, orelha-de-elefante, cipó-mil-homens, mil-homens-do-rio-grande, jarrinha-concha, cacau, etc.: Aristolochia longa, A. rotunda, A. clematis, A. sepentina, A. sipho, A. triangularis. As raízes e caules de varias espécies são medicinais, usados nos ataques de histeria; o suco obtido por maceração é usado como antiofídico. Todas as espécies têm papel importante na farmacopea. 60 SUBCLASSE II HAMAMELIDAE É uma das menores subclasses das Magnoliopsida. Compreende cerca de 9 Ordens, 23 familias e mais ou menos 3.400 espécies. A essas famílias estão subordinados alguns dos gêneros mais importantes de árvores caducifólias das regiões temperadas do Hemisfério Norte como Carya, Quercus, Fagus, Castanea, Juglans, Platanus e Ulmus. Fazem parte da Subclasse Hamamelidae, de Cronquist, as seguintes Ordens: Trochodentales, Hamamelidales, Eucommiales, Urticales, Leitneriales, Juglandales, Myricales, Fagales e Casuarinales. Em geral, são árvores ou arbustos e, só raramente ervas, com folhas alternas ou opostas. Flores polígamas, monóicas ou dióicas, monoclamídeas, com cálice regular ou zigomorfo, com 2-5 segmentos, ou flores nuas, com ou sem bractéolas. Fruto sâmara, aquênio ou drupa, sementes com cotilédones carnosos. Os autores, de modo geral, descrevem as Hamamelidae como plantas anemófilas e procuram explicar a anemofilia como conseqüência da redução floral. Nas espécies de Moraceae da flora brasileira, numa grande maioria dióicas, com flores dispostas em inflorescências curtas e sésseis, é mais provável que ocorram formas particulares de polinização entomófila. É bem conhecida a polinização do gênero Fícus por vespas do gênero Blastofaga que depositam seus ovos no ovário das flores femininas. Nos sicônios, encontram-se flores femininas longistilas e braquistilas. Nestas, em geral, já não se formam papilas estigmáticas, uma vez que estão adaptadas a sua função de ‘chocadeira’. É portanto, no ovário dessas flores braquistilas que as vespas depositam seus ovos (flores- gálias); as de estilete longo, são as flores de semente. Os três tipos de flores, feminina longistila, feminina braquistila e masculina, reúnem-se no mesmo sicônio. Das Hamamelidales, apenas a Ordem Urticales tem representantes indígenas; da Ordem Casuarinales, o gênero Casuarina tem espécies que são cultivadas no Brasil. 61 2. Ordem Hamamelidales 1. Família Hamamelidaceae Compreende 25 gêneros e cerca de 110 espécies distribuídas no Hemisfério Norte. Sob o ponto de vista dendrológico, destaca-se o gênero Liquidambar L., na América do Norte e Ásia. A família reúne árvores e arbustos de folhas simples, alternas, peninervias ou palminervias. As flores, dispostas em fascículos, capítulos ou espigas, apresentam grande variação quanto à presença e número de peças florais. Flores hermafroditas. Frutos capsulares, compõem-se de infrutescências globosas em certas espécies. As sementes geralmente são aladas. O gênero Liquidambar L., com 4 espécies originarias da América do Norte e Ásia, deve seu nome à concentração de dois nomes latinos: liquidus e âmbar, em alusão à resina perfumada que estas plantas exsudam. Dentre as espécies cultivadas no Brasil, salienta-se a árvore norte-americana: -Liquidambar styraciflua L.: é uma árvore de grande porte (até 25m), com porte reto e densa folhagem caduca. A copa, inialmente estreita e cônica, torna-se volumosa com a idade. A casca é de cor cinzenta. As folhas são alternas, lobadas, longamente pecioladas (6 a 12cm) e com limbo de 10 a 18cm de diâmetro, são palminervias, tendo 5 a 7 lóbulos lanceolados, com pubescência na axila das nervuras. As flores são unissexuadas e agrupam-se em iflorescências distintas. As masculinas formam racemos de pequenos capítulos e as femininas compõem capítulos solitários, dispostos na extremidade de um longo pedúnculo pendente. Os frutos capsulares e marrons, reúnem-se em conjuntos globosos. De valor ornamental, principalmente pelo tom avermelhado de suas folhas no outono. A árvore é heliófila e muito resistente ao frio. Forne uma das madeiras mais valiosas para compensados. Produz uma resina aromática utilizada antigamente para gomas de mascar. 2. Família Platanaceae Compreende apenas o gênero Platanus L. com 8 espécies. São originárias da América do Norte, sudoeste da Europa, Ásia Menor, Irã, Afeganistão e noroeste da Índia. São árvores caducifólias de grande porte, com brotos e folhas revestidas por pêlos multicelulares muito característicos, em forma de candelabro. Folhas alternas, palmadas e profundamente lobadas, com venaçao palminervia, bordes dentados ou serrulados e um longo pecíolo dilatado na base, envolvendo a gema foliar do ano seguinte. Flores diclamídeas, de simetria radial, reunidas em densos capítulos unissexuais, globosos, dispostos em um longo pedúnculo pendente. Fruto seco, apocárpico e do tipo aquênio. As espécies de plátanos são muito semelhantes entre si, distinguindo-se principalmente pelo número de infrutescências globosas por pedúnculo, pela forma dos
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