Baixe Alterações morfológicas em hemácias e outras Notas de estudo em PDF para Biomedicina, somente na Docsity! Alterações Morfológicas em
Hemácias
Corante: LEISHMAN mod., aumento de 1000X,
Exceção foto 3 aumento de 400X
(e) SB) SAC: 0800 644 6433 www.doles-com-br
A presença de hemácias anormais no esfregaço de
sangue periférico pode oferecer subsídios
importantes para o diagnóstico de anemias bem
como orientar no diagnóstico de outras doenças.As
hemácias podem sofrer alterações morfológicas
quanto ao tamanho, ao formato, à presença de
inclusões ou quanto às modificações nas
propriedades tintoriais. A feitura do esfregaço é
importante. Um bom esfregaço deve conter uma
média de 200-250 células quando examinado com
objetiva 100X (lâmina 1, esfregaço normocítico)
A lâmina 2 mostra, à esquerda, um esfregaço fino
no qual se percebe discreto grau de anisocitose
artificial. O esfregaço mediano é um esfregaço
homogéneo, onde as células estão bem
distribuídas. O esfregaço à direita é espesso, simula
hemácias em rouleaux pseudomicrocitose.
A lâmina 3 (aumento 400X) mostra, à esquerda,
hemácias em rouleaux dispostas à semelhança de
pilhas de moeda. Esta condição é encontrada em
processos inflamatórios, onde há hiperproteinemia e
hiperfibrinogenia. Elevação do teor de gama
globulinas, como visto no mieloma múltiplo, pode
desenvolver o fenómeno. Na aglutinação, as
hemácias se apresentam em blocos e agrupadas. O
fenómeno é resultante de uma reação antígeno-
anticorpo com presença de globulina IgM e pode ser
encontrado na anemia hemolítica auto-imune.
A lâmina 4 mostra artefatos de técnica. O esfregaço
à esquerda foi corado com LEISHMAN mod. e o pH
da solução tampão era inferior a 6 (seis), originando
uma coloração avermelhada (ácida). O esfregaço à
direita foi corado com tampão muito alcalino e os
elementos celulares ficaram azulados.
A lâmina 5 mostra variação no volume das
hemácias, anisocitose. Esse dado se fornecido
isoladamente ao clínico é de pouca valia.
A lâmina 6 apresenta hemácias de menor volume
(microcitose) e com menor conteúdo de
hemoglobina (hipocromia). Essas hemácias são
encontradas nas
anemias por deficiências de ferro ou em doenças
hereditárias, onde há uma desordem na síntese da
hemoglobina (talassemias). Microcitose é
encontrada também nas hemorragias crónicas.
Lâminas 7 e 8 mostram quadro de macrocitose. A
lâmina 7 é de um recém-nascido, achado comum. A
lâmina 8 é de um portador de anemia
megaloblástica.
Lâmina 9 mostra hemácias coradas com tom
azulado. Estas hemácias são jovens e a coloração é
devida à presença de ribossoma residual. Essa
alteração é chamada de policromasia. A mesma é
associada à destruição excessiva de eritrócitos,
quando hemácias não totalmente maduras são
lançadas na corrente circulatória. É encontrada nas
anemias hemolíticas adquiridas ou hereditárias.
A área menos corada do eritrócito ocupa
normalmente um terço do mesmo. Esta área pode
estar aumentada, contendo menos hemoglobina.
Este quadro é chamado de hipocromia (lâmina 10).
Discreta hipocromia é vista em anemias associadas a
processos inflamatórios crónicos com leve
deficiência de ferro. Alterações mais acentuadas são
encontradas na severa deficiência de ferro ou em
formas homozigotas de talassemia.
As hemácias podem apresentar variações em suas
formas, sendo usada a expressão poiquilocitose
para definir este quadro. O uso da expressão
poiquilocitose nos laudos não fornece subsídios
para o clínico, estando caindo em desuso.
Acantócito, Equinócito. Esferócito, Eliptócito,
Drepanócito, Codócito são alguns exemplos de
poiquilocitose.
Acantócitos (lâmina 11) são hemácias que
apresentam de 3 a 10 projeções de vários
comprimentos, dispostas irregularmente e
intensamente coradas. Esta alteração é associada
com alterações do metabolismo lipídico encontrado
em hepatopatias crónicas.
Equinócito (lâmina 12). As hemácias mostram de 10
a 20 projeções, pequenas, que contornam o corpo
celular. São formadas em vivo quando há acentuadas
alterações da homeostase como na insuficiência
renal crónica. Podem também ser produto de
artefatos de laboratório e são chamadas de
Hemãcias crenadas (sangue em contato com EDTA
por mais de 8 horas pode produzir este artefato).