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Apostila envelhecimento, Notas de estudo de Enfermagem

APOSTILA ENVELHECIMENTO

Tipologia: Notas de estudo

2010

Compartilhado em 10/09/2010

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gerson-souza-santos-7 🇧🇷

4.8

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Baixe Apostila envelhecimento e outras Notas de estudo em PDF para Enfermagem, somente na Docsity! ENVELHECIMENTO E EXERCÍCIO FÍSICO Prof. Drtdo. Ricardo C. Cassilhas Departamento de Psicobiologia Centro de Estudos e Psicobiologia e Exercício (CEPE) Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) 2 Sumário 1. Envelhecimento --------------------------------------------------------------------------------------3 1.1. Epidemiologia do Envelhecimento-------------------------------------------------------------3 1.2. Impacto Social do Envelhecimento ------------------------------------------------------------4 1.3. Alterações na Anatomia e Fisiologia com o Envelhecimento---------------------------4 ASPECTOS GERAIS --------------------------------------------------------------------------------------5 COMPOSIÇÃO CORPORAL-----------------------------------------------------------------------------6 PELE------------------------------------------------------------------------------------------------------------6 PÊLOS ---------------------------------------------------------------------------------------------------------7 SISTEMA ÓSSEO-------------------------------------------------------------------------------------------7 SISTEMA ARTICULAR ------------------------------------------------------------------------------------8 SISTEMA MUSCULAR ------------------------------------------------------------------------------------9 SISTEMA RESPIRATÓRIO-------------------------------------------------------------------------------9 SISTEMA CARDIOVASCULAR ----------------------------------------------------------------------- 10 CAPACIDADE AERÓBIA-------------------------------------------------------------------------------- 11 SISTEMA DIGESTIVO ----------------------------------------------------------------------------------- 11 SISTEMA URINÁRIO------------------------------------------------------------------------------------- 12 SISTEMA REPRODUTOR------------------------------------------------------------------------------ 12 SISTEMA ENDÓCRINO --------------------------------------------------------------------------------- 13 SISTEMA IMUNOLÓGICO------------------------------------------------------------------------------ 14 SISTEMA NERVOSO CENTRAL E FUNÇÃO COGNITIVA ----------------------------------- 15 SONO, ENVELHECIMENTO E EXERCÍCIO FÍSICO-------------------------------------------- 16 1.4. Envelhecimento e Demências ---------------------------------------------------------------- 18 1.5. Envelhecimento e Transtornos do Humor ------------------------------------------------- 22 2. Envelhecimento e Exercício Físico ---------------------------------------------------------- 24 2.1. Envelhecimento e Exercício Aeróbio-------------------------------------------------------- 26 2.2. Envelhecimento e Exercício Resistido------------------------------------------------------ 27 2.3. Prescrição de Exercício Físico para Idosos ----------------------------------------------- 27 3. Exercício Físico e Função Cognitiva-------------------------------------------------------- 30 4. Exercício Físico e Demências ----------------------------------------------------------------- 34 5. Considerações sobre a Prescrição de Exercícios Físicos nas Doenças de Alzheimer e Parkinson --------------------------------------------------------------------------------- 36 5.1. Doença de Alzheimer---------------------------------------------------------------------------- 36 5.2. Doença de Parkinson---------------------------------------------------------------------------- 37 6. Avaliação Funcional no Idoso----------------------------------------------------------------- 39 6.1. Teste de Levantar da Cadeira ---------------------------------------------------------------- 40 6.2. Teste de Flexão de Braço---------------------------------------------------------------------- 40 6.3. Teste de Caminhada de 6 minutos ---------------------------------------------------------- 41 6.4. Teste de Sentar e Alcançar os Pés---------------------------------------------------------- 42 6.5. Teste de Alcançar as Costas------------------------------------------------------------------ 43 6.6. Teste de Levantar e Caminhar---------------------------------------------------------------- 44 6.7. Ficha de Testes e Tabelas de Comparação ---------------------------------------------- 45 7. Referências ---------------------------------------------------- Erro! Indicador não definido. 5 Muitos foram os fatores que impediram o progresso deste conhecimento, mas, o mais importante, foi a constância com que o envelhecimento natural foi erroneamente caracterizado como um estado patológico, o que estimulou muito mais a tentativa de combatê-lo do que entendê-lo [96]. A maior parte do que se conhece do assunto hoje, é fruto de pesquisas realizadas nestas últimas décadas. Toda esta evolução do conhecimento modifica conceitualmente o envelhecimento, respondendo não somente a uma nova gama de interesses profissionais, mas também às necessidades originadas por uma verdadeira explosão demográfica da população de gerontes [96]. Atualmente, é fundamental que o profissional interessado nesta área esteja atualizado nas peculiaridades anatômicas e funcionais do envelhecimento, sabendo discernir com máxima precisão os efeitos naturais deste processo (senescência) das alterações produzidas pelas inúmeras afecções que podem acometer o idoso (senilidade). Existem outros termos para se referir as mesmas condições, como eugeria às alterações puramente fisiológicas e patogeria às provocadas pelas doenças. Outros autores utilizam para esses conjuntos de fenômenos a denominação envelhecimento primário e envelhecimento secundário [96]. ASPECTOS GERAIS De forma geral, a quantidade de água corpórea declina (entre 15 e 20%) com o envelhecimento, com a redução dos componentes intra e extra celulares, provocando maior suscetibilidade a graves complicações conseqüentes a perdas líquidas e maior dificuldade a rápida reposição do volume perdido Esta retração do compartimento hídrico associado ao componente lipídico (20 a 40%), com uma diminuição do nível de albumina altera o transporte de diversas drogas do sangue [84]. O metabolismo basal diminui cerca de 10% a 20% com o progredir da idade, o que deve ser levado em conta quando se calcula as necessidades calóricas diárias do idoso. A tolerância à glicose se altera, criando alguma dificuldade no diagnóstico do diabete [84]. Há progressiva redução da síntese de aldosterona, concomitante a um aumento da síntese de hormônio antidiurético. Estas alterações, associadas às limitações da função renal (ver a seguir), são responsáveis por freqüentes hiponatremias, geralmente agravadas pela adoção de dietas hipossódicas e/ ou de diuréticos [84]. 6 COMPOSIÇÃO CORPORAL A partir dos 40 anos a estatura do individuo começa a declinar cerca de 1cm por década [21]. Esta perda se deve à diminuição dos arcos pé, aumento das curvaturas da coluna, além de um encurtamento da coluna vertebral em razão de alterações nos discos intervertebrais. Os diâmetros da caixa torácica e do crânio tendem a aumentar. O nariz e os pavilhões auditivos continuam a crescer, dando a conformação facial típica do idoso [113]. Há alterações evidentes na composição corporal, com aumento do tecido adiposo que tende a se depositar na região abdominal e entre os órgãos, ocorrendo sem geral após os 35 anos. O teor total de água do corpo diminui por perda de água intracelular, levando à diminuição da relação fluido intracelular para o extracelular. A concentração de potássio total, que na maior parte é intracelular, também diminui. A perda de água e potássio deve-se preferencialmente à diminuição geral do número de células nos órgãos [113]. Essas mudanças na composição do corpo levam a uma diminuição da massa consumidora de oxigênio, quando expressa por unidade de peso ou por unidade de superfície. Os órgãos internos também são afetados com o envelhecimento, entre os quais os rins e o fígado são os que mais sofrem prejuízos [35]. PELE As fibras elásticas da derme formam feixes dispostos segundo direções preferenciais, conforme as linhas de tensão. É por esse motivo que, quando se perfura a pele com um cilindro, obtém-se uma fenda e não um orifício circular. Dá a noção das linhas da fenda. Com o envelhecimento, estas fibras se alteram, a elastina se torna porosa e menos elástica. Estas alterações são mais intensas na pele exposta à luz. Somadas a diminuição da espessura da pele e do subcutâneo, estas alterações dão origem às rugas [47]. As glândulas sudoríparas e sebáceas diminuem a sua atividade, resultando em uma pele seca e áspera, mais vulnerável a infecções e alteração de temperatura [47,96]. A cor da pele é determinada e parte pelo pigmento contido nos melanócitos que o transferem para as células da epiderme e, em parte pelo sangue das alças capilares. Com isso, a pele fica pálida, aparentando o estado de anemia. Entre os 40 e 50 anos, a pálpebra inferior pode apresentar edema por herniação de gordura associada a uma 7 pequena retenção de líquido, pode haver também hiperpigmentação deste local [47,96]. Os melanócitos podem sofrer alterações no seu funcionamento em certas regiões como a face e dorso da mão, levando à formação de manchas hiperpigmentadas, marrons, lisas e achatadas. Como a epiderme fica mais fina, os menores traumas podem provocar equimoses com manchas vermelhas ou púrpuras salientes. São comuns também manchas escuras ou marrons, salientes, conhecidas em conjunto como queratose seborréica [47]. PÊLOS Há diminuição geral dos pêlos no corpo. Fazem exceção as narinas, as orelhas e as sobrancelhas. Na mulher, crescem no lábio superior em razão do aumento de hormônios andrógenos e diminuição dos estrógenos [96]. O cabelo pode ser dividido em haste e raiz que fica encravada na hipoderme, onde o bulbo possui a matriz que produz o seu crescimento. Cada cabelo é constituído de células modificadas da epiderme que forma a medula e o córtex. As células da medula são separadas por espaços contendo ar ou líquido. As células do córtex têm pigmento, sendo elas as responsáveis pela a cor do cabelo. Com o envelhecimento, a medula se enche de ar e as células do córtex perdem pigmento, tornando o cabelo branco. É normal que após o crescimento do cabelo, as células do bulbo fiquem inativas ou morram, o que ocasiona a queda do cabelo. Após um período, novas células começam a funcionar e o cabelo cresce novamente. Há uma alternância dos bulbos dos vários milhares de cabelos. Enquanto uns estão inativos, outros estão em funcionamento. Com o envelhecimento e, dependendo de vários fatores, ocorre diminuição do número de bulbos ativos e surge a calvície [96]. SISTEMA ÓSSEO Devem-se considerar dois aspectos no osso: o compacto e o esponjoso. Ambos se alteram com o envelhecimento. No idoso, a espessura do componente compacto diminui pela reabsorção interna óssea. Na esponjosa, há perda de lâminas ósseas em relação ao jovem, formando-se cavidades maiores entre as trabéculas ósseas [113]. Histologicamente observa-se que a parte cortical, que no jovem é formada por osteomas regulares com canais de tamanhos normais, no idoso apresenta canais mais 10 unindo as duas partes ósseas. Como a mobilidade da caixa torácica depende destas articulações, as alterações citadas provocam importante diminuição na sua complacência [96]. No pulmão, a superfície total dos alvéolos mostra discreta diminuição com a idade. Estudos com moldes de corrosão mostram freqüente presença de alvéolos dilatados em meio a outros normais, bem como fusão de alvéolos formando cistos, devido a ruptura dos septos interalveolares [96]. Em razão dessas inúmeras alterações anatômicas e celulares com o sistema respiratório, as medidas tanto estáticas quanto dinâmicas da função pulmonar em geral sofrem deterioração com a idade. Por exemplo, existe uma lentidão significativa da ventilação e da cinética da permuta gasosa durante a transição do repouso para o exercício submáximo. Os valores para a capacidade vital, capacidade pulmonar, volume pulmonar residual e ventilação voluntária máxima em atletas de endurance com mais de 60 anos são sistematicamente mais altos que o esperado com base em sua dimensão corporal e muito mais altos que aqueles de seus congêneres sedentários sadios de mesma idade [96]. SISTEMA CARDIOVASCULAR O sistema cardiovascular, bem como a capacidade aeróbia não são imunes a idade. O coração aumenta de peso e há um aumento da espessura da parede do ventrículo esquerdo. No rato, o número de fibras musculares e o volume mantêm-se aproximadamente constante com o avançar da idade. A rede de capilares que nutre o miocárdio diminui de densidade. O nodo sinoatrial, no jovem é constituído de células musculares pequenas, fibras de tecido conjuntivo em quantidade moderada e fibroblastos. No idoso, ocorre infiltração de gordura, aumento do conjuntivo e diminuição das células musculares [20]. O aparelho valvar também sofre alteração significativa com o envelhecimento. As cúspides da mitral na criança são opacas e não se notam alterações fibróticas. No idoso surgem placas ateroscleróticas e as cordas tendíneas se espessam. No idoso as válvulas aórticas se espessam em sua base, ficam opacas e os nódulos ficam proeminentes, com maior chance de depósitos de placas ateromatosas [20]. Além das válvulas, as artérias são afetadas por processos ateroscleróticos, inclusive as arteríolas, da mesma forma que a aorta. Por exemplo, as carótidas se estreitam com o envelhecimento, da mesma forma que as coronárias, sendo esse processo em mais 11 intenso no homem que na mulher. Nas arteríolas renais, mesmo sem hipertensão, o diâmetro é sempre menor no idoso que no jovem [96]. CAPACIDADE AERÓBIA Estudos com modelo transversal indicam que a capacidade aeróbia (VO2máx.) declina ente 0,4 e 0,5 mL/kg/min (aproximadamente 1%) a cada ano nos adultos. A extrapolação desta velocidade de declínio reduz a capacidade aeróbia, por volta dos 100 anos de idade, para um nível equivalente à captação de oxigênio em repouso. Essa estimativa pode ser ligeiramente alta, pois existe uma diferença na taxa de perda de VO2máx. entre sedentários e ativos. Homens e mulheres sedentários exibem um ritmo quase duas vezes mais rápido de declínio no VO2máx. à medida que envelhecem. Mas se a atividade física e a composição corporal se mantém relativamente estáveis como passar do tempo, o ritmo anual esperado de declínio no VO2máx. é de aproximadamente 0,25 mL/kg/min [81]. A freqüência cardíaca em repouso não se altera de forma significativa conforme o envelhecimento. Entretanto, uma modificação bem documentada na função cardiovascular observada com o envelhecimento é um declínio da freqüência cardíaca sob exercício máximo. Esse aparente efeito da idade é progressivo com o passar dos anos e reflete um fluxo anterógrado medular reduzido de atividade simpática (estimulação β-adrenérgica), que ocorre no mesmo grau tanto em homens quanto em mulheres [81]. Em conseqüência de uma freqüência cardíaca mais baixa, o debito cardíaco máximo em geral é reduzido com a idade. Para essa capacidade reduzida do fluxo sanguíneo contribui uma redução do volume de ejeção do coração, que pode ser responsável por até 50% da redução do VO2máx. relacionado com a idade. O declínio do volume de ejeção reflete uma redução do desempenho contrátil sistólico e diastólico do ventrículo esquerdo observado com o envelhecimento, porém para alguns homens e mulheres ativos a função contrátil é preservada. SISTEMA DIGESTIVO Com o envelhecimento, o tubo digestivo sofre alterações importantes. O epitélio escamoso estratificado na parte distal do esôfago, às vezes é substituído por epitélio colunar. Isso pode ser resultado de repetidas denudações epiteliais pelo refluxo de ácido gástrico. No estomago de ratos, o numero de células produtora de gastrina do antro diminui com a idade. Tanto nos homens quanto nos animais, as células parietais 12 e principais das glândulas gástricas tendem a ser substituídas, com o tempo, por outro tipo de célula A altura das microvilosidades diminui no intestino delgado e com isso a área total de superfície diminui, sendo que a área do jejuno no idoso é menor que no jovem. A musculatura da parede intestinal parece se degenerar discretamente conforme os anos [96]. O fígado, após os 65 anos sofre uma diminuição no seu peso, bem como uma redução do número de hepatócitos. À microscopia eletrônica observou-se um decréscimo de mitocôndrias nos hepatócitos, mas a capacidade respiratória das células não se altera [96]. SISTEMA URINÁRIO A vascularização normal do rim no jovem mostra as artérias arqueadas que dão origem às interobulares, das quais provem as arteríolas aferentes, que formam os glomérulos. No rim do idoso, é freqüente a presença de arteríolas aferentes estreitadas, sem conexão com qualquer glomérulo. A filtração glomerular diminui cerca de 35% a 50% entre os 20 e os 90 anos. Observa-se ainda diminuição no número de glomérulos e aumento de tecido fibroso que o substitui. Entretanto, convém lembrar que cada rim necessita apenas de 25% do seu tecido original para funcionar normalmente em condições basais. Porém, em condições de sobrecarga, como por exemplo, administração aguda de sódio e água, não se observa pronta e rápida excreção renal compensadora como no jovem. Em cerca de 75% dos idosos, a próstata aumenta de volume, independentemente da ocorrência de enfermidades [31,96]. SISTEMA REPRODUTOR Com o envelhecimento, órgãos reprodutores diminuem de peso e se atrofiam. A menopausa ocorre entre os 40 e 50 anos. A vagina diminui de comprimento e de largura e o seu revestimento torna-se menos umidificado e mais vulnerável a infecções. O tecido fibroso torna-se mais abundante, os cistos ovarianos são mais comuns e os vasos ficam endurecidos [96]. O útero, aos 50 anos, pesa metade do que aos 30 anos e a sua elasticidade é perdida, a medida que o tecido elástico é substituído por feixes de tecido colágeno fibroso. Os ligamentos que mantém o útero, a bexiga e o reto em suas posições, podem tornar-se fracos na mulher idosa, permitindo queda destes órgãos [96]. 15 auto-imunes, em pessoas idosas tem sido associada às alterações da imunidade celular e humoral nessa faixa etária [31]. A maior parte das alterações imunológicas tem sido correlacionada com a involução e atrofia do timo, que, de forma gradual, nos primeiros 50 anos de vida do homem perde até 95% de sua massa e capacidade de produzir hormônios [112]. A atividade imunológica é exercida por intermédio dos linfócitos T, B e de um mecanismo desequilíbrio exercido especialmente através de subpopulações de linfócitos auxiliares e supressores [112]. Experimentos em animais, principalmente em ratos, dão ênfase a hipótese de que a deficiência imunológica precede o envelhecimento, porém a transposição desse fenômeno para o home carece de confirmação. Pesquisas em idosos evidenciaram que portadores de comprometimento imunológico e maior taxa de auto-anticorpos apresentavam índice mais elevado de mortalidade [31,112]. SISTEMA NERVOSO CENTRAL E FUNÇÃO COGNITIVA É importante, que inicialmente, se compreenda o que é a função cognitiva ou sistema funcional cognitivo, que é um comportamento resultante do processo intermediário ou integrativo entre a sensação e a ação. Como componentes da função cognitiva se incluem a percepção, a aprendizagem, as memórias, a atenção, a vigilância, o raciocínio, a solução dos problemas e o funcionamento psicomotor (tempo de reação, de movimento e de velocidade no desempenho) [7,34,36,110,117]. Da mesma forma que no SNC, a função cognitiva também sofre alterações com o envelhecimento [34]. Colcombe e col. [37] demonstraram que, a partir da terceira década de vida, ocorre uma perda neuronal com o conseqüente declínio do desempenho cognitivo. Também parece que alguns aspectos da função cognitiva são mais suscetíveis à senescência, incluindo a atenção, as memórias de curto e de longo prazo, além do executivo central [120]. Esta idéia vai ao encontro com a do estudo de Kramer & Willis [72], que mostraram que os processos baseados nas habilidades fluidas, como tarefas aprendidas e não executadas, declinam. No mesmo estudo foi mostrado, também, que os processos baseados nas habilidades cristalizadas, como o conhecimento verbal e a compreensão, se mantêm ou até melhoram com a idade. Na sua estrutura, o SNC sofre uma diminuição da densidade tecidual nos córtices frontal, parietal e temporal, em decorrência do envelhecimento [37]. Essas alterações centrais podem estar relacionadas com a quebra do equilíbrio entre a lesão 16 e o reparo neuronal, uma vez que o encéfalo é sensível a diferentes fatores que resultam em danos para as redes neurais [22]. De maneira semelhante aos outros tecidos corporais, o SNC possui a capacidade de auto-reparação ou de compensação pela perda neuronal ou pela interrupção nas redes neurais. Na ocorrência de um desequilíbrio entre a lesão e a reparação, diminui-se a plasticidade neuronal, estabelecendo-se assim o envelhecimento cerebral e a demência [22]. O sistema nervoso (SN) constitui-se no principal fator integrador das atividades orgânicas sendo, portanto, fundamental para a manutenção da homeostasia. Os centros reguladores localizam-se no cérebro que, no homem aos 70 anos, tem uma redução de 5% de seu peso e aos 90 anos, de 20% [96]. A atrofia é observada tanto na camada cortical quanto na substância branca. Os centros reguladores são estimulados por receptores que se localizam em vários pontos do organismo. Observa-se a diminuição da sensibilidade dos barorreceptores (localizados nas paredes da aorta de das carótidas), provavelmente pela diminuição da elasticidade da parede. O mesmo ocorre com os quimiorreceptores, localizados principalmente no arco aórtico, das artérias carotídeas internas e no SNC, e que são suscetíveis às variações de pressões parciais de oxigênio, gás carbônico e pH [96]. Alterações na pele determinam a diminuição dos receptores cutâneos ou exterorreceptores e os remanescentes tem menor sensibilidade. Assim, os idosos têm menor percepção da temperatura ambiental e de suas variações, além de apresentarem diminuição da sensibilidade tátil. Os estímulos recebidos por esses receptores são enviados ao SNC por vias aferentes e o mesmo responde por vias eferentes. Essas vias também demonstram, com o envelhecimento, uma lentificação considerável do impulso nervoso. Alguns exemplos mostram de maneira clara a deficiência do SN na manutenção da homeostase no idoso. Quando o idoso é submetido à baixa temperatura ambiental, leva mais tempo para iniciar o tremor muscular e, por outro lado, tem menos massa muscular para executá-lo e, assim, elevar a temperatura corporal [96]. SONO, ENVELHECIMENTO E EXERCÍCIO FÍSICO O exercício físico sistematizado é considerado uma intervenção não farmacológica para a melhora da qualidade do sono [15]. Diversos estudos epidemiológicos têm demonstrado que pessoas fisicamente ativas têm menos queixas 17 relativas ao sono, melhor qualidade do sono, redução da sonolência e da fadiga diurna [83]. Tais benefícios são explicados por algumas hipóteses e teorias, entre elas a hipótese termorregulatória, a da conservação de energia e a restauradora e as teorias da redução da ansiedade e da depressão. A primeira hipótese, conhecida como termorregulatória, sugere que o aumento da temperatura corporal, proporcionado pelo exercício físico, facilitaria o disparo do início do sono devido à ativação dos mecanismos de dissipação de calor e de indução do sono, processos estes controlados pelo hipotálamo [42]. A hipótese da conservação de energia descreve que o aumento do gasto energético, promovido pelo exercício durante a vigília, aumentaria a necessidade do sono a fim de alcançar um balanço energético positivo, restabelecendo uma condição adequada para um novo ciclo de vigília [42]. A terceira hipótese, denominada restauradora, pressupõe que a alta atividade catabólica durante a vigília reduz as reservas energéticas, aumentando a necessidade do sono e favorecendo desta forma a atividade anabólica [42]. Recentemente novos mecanismos foram propostos para estudar os efeitos do exercício físico no padrão do sono, entre eles, a redução da ansiedade e o efeito antidepressivo do exercício físico. A teoria da redução da ansiedade sugere que os níveis de ansiedade são reduzidos após a prática de exercícios físicos e que os mecanismos responsáveis por essa redução podem promover o sono [127]. A teoria antidepressiva sugere que a redução da depressão com a prática de exercícios físicos pode promover melhoras significativas na qualidade do sono. A qualidade do sono de pessoas fisicamente ativas parece ser superior ao de pessoas inativas [127]. Os resultados de um levantamento epidemiológico indicaram que na cidade de São Paulo, indivíduos praticantes de exercício físico possuem menor incidência de queixas relativas ao sono e que 27,1% dos indivíduos fisicamente ativos e 35% dos indivíduos não ativos relataram distúrbios do sono [83]. Desde a década de 80, muitos estudos experimentais têm sido realizados com o objetivo de verificar a relação entre o exercício físico e a qualidade do sono. A mudança mais comumente observada é o aumento no sono de ondas lentas, além disso, vários estudos têm observado um aumento na latência para o sono REM, uma diminuição deste estágio, um aumento no tempo total do sono e na latência para o início do sono [59]. 20 pacientes demenciados. Fica claro então que, o diagnóstico definitivo de DA depende de um quadro clínico característico associado a alterações neuropatológicas quantitativamente significativas [48]. Esse quadro clínico deve apresentar perda de funções intelectuais que determinam a má adaptação social ou ao trabalho; deterioração da memória; estado de consciência conservado; evidencia ou presunção de etiologia orgânica; pelo menos um dos seguintes sintomas (deterioração do pensamento abstrato, alteração do juízo, transtorno da função cortical, mudança de personalidade) [14]. Doença de Parkinson Na descrição original de James Parkinson da doença que leva o seu nome, ele comentou em 1817, que “os sentidos e o intelecto continuam preservado”. Atualmente se percebeu que nos indivíduos com doença de Parkinson (DP) a demência é duas a quatro vezes mais comum que em indivíduos de mesma idade sem DP [48]. A Doença de Parkinson é uma condição neurológica lentamente progressiva, envolvendo os sistemas piramidais, caracterizada por tremor, rigidez, distúrbio de marcha, corpo em flexão, bradicinesia (dificuldade de iniciar o movimento) e instabilidade postural. Esses sintomas pioram com a evolução da doença [14]. Na DP, Existe uma redução de dopamina na substância negra, um dos componentes dos gânglios basais. Essa redução de dopamina é resultado da morte dos neurônios dopaminérgicos da via que envolve o estriado e a substância negra (nigro-estriatal). É ligeiramente mais prevalente nos homens do que nas mulheres, assim como menos prevalente nos negros africanos e asiáticos [104]. Há controvérsias na explicação para a maior prevalência de demência na DP e alguns autores sugerem que essa seja decorrente da coexistência com a DA, enquanto para outros represente um fenômeno de sensibilidade à degeneração neuronal localizada associada à idade, por exemplo, em nível do núcleo basal de Meynert e/ ou nas vias dopaminérgicas mesocorticais (diminuição de dopamina na substância negra). Para outros, no entanto, a demência na DP seria decorrente da presença de corpúsculos de Lewy em nível cortical [45]. A demência associada à Doença de Parkinson caracteriza-se por lentificação cognitiva e motora, disfunção executiva e comprometimento da evocação de 21 recordações. O declínio no desempenho executivo em indivíduos com Doença de Parkinson é freqüentemente exacerbado pela depressão [14]. Demência Vascular ou Mista A demência vascular (DV) é termo utilizado para descrever a presença de declínio cognitivo secundário a doença cerebrovascular. O perfil clínico dessa demência é diferente das degenerativas, pois seu início é brusco e pode ter evolução oscilante e até regredir, sendo mais comum e indivíduos hipertensos, diabetes, infartados, AVC [48,62]. A deterioração não é homogenia (como na DA), pois depende do foco lesionado, pode existir declínio de memória e de atenção. Mas essas alterações cognitivas são em decorrência de lesões isquêmicas (infartos múltiplos na substância branca e núcleos basais). Deve-se prevenir e gerenciar os fatores de risco com a adoção dos mesmos critérios das doenças cardiovasculares [48,62]. Doença de Pick Pouco freqüente na população (2% do total das demências), a doença de Pick é de natureza degenerativa e etiologia desconhecida. Muito parecida com a DA na clínica e somente pode ser diferenciada por biópsia cerebral ou necropsia. Evolui de forma progressiva e inexorável, levando à morte por incapacidade neurológica. O diagnóstico definitivo é feito com a observações de inclusões intranucleares mediante coloração argênica, os chamados “Corpos de Pick” [48,62]. Doença de Wilson A doença de Wilson se caracteriza por uma degeneração hepatolenticular pela presença de depósitos de cobre no fígado e gânglios da base, encontrado também na córnea (presença de anéis de Kaiser-Fleuscher que facilita o diagnóstico. É uma doença pouco freqüente na população e está relacionada a um transtorno congênito do cobre e com herança autossômica recessiva. Pode aparecer entre a adolescência e os 30 anos. Os sintomas neurológicos são hipertonia muscular (facial, pode influenciar mastigação e deglutição), demência e movimentos involuntários (tremores, movimentos coréicos). Pode se diagnosticar pelo baixo nível plasmático de cobre e alta excreção na urina, com aumento do cobre hepático (intoxicação por cobre) [14,48]. 22 Síndrome do Delirium A síndrome do delirium é complexa, de início abrupto e se caracteriza por prejuízo cognitivo e déficit de atenção. A prevalência esta entre 15 e 28% em pacientes internados, com maior freqüência nos idosos [73]. Existem alguns fatores que podem predispor a essa síndrome, como a idade (extremos etários – crianças e idosos), prejuízo cognitivo prévio, estado pós-operatório, uso de muitas medicações associadas, déficit sensorial (visual, auditivo, etc.), imobilidade e episódios anteriores de delirium [73]. 1.5. Envelhecimento e Transtornos do Humor O transtorno depressivo unipolar do humor, também conhecido como depressão, é comum nos idosos, especialmente em asilos, podendo variar a prevalência entre 5% e 85%. Nos idosos de forma geral, a prevalência pode variar entre 3% e 15%, especialmente em idosos hospitalizados [48]. As manifestações afetivas inadequadas em relação à intensidade, à freqüência e à duração, na maioria das vezes, caracterizam os transtornos de humor [101], sendo o mais comum a depressão, também relacionada com uma pior qualidade de vida quando idoso. Este envolve uma intensa sintomatologia que pode incluir sentimentos como tristeza, angústia, baixa auto-estima e falta de esperança; além de incapacidade para sentir prazer; idéias de culpa, ruína e desvalia; visões pessimistas do futuro associadas a pensamentos recorrentes sobre morte; e ainda alterações somáticas abrangendo o sono, o apetite, a atividade psicomotora e a função sexual [8]. Em relação especificamente aos idosos, Keller e col. [67] referiram que, com o envelhecimento, há uma tendência para o surgimento de episódios depressivos mais freqüentes e mais duradouros, cuja tendência é evoluírem para o crônico. No idoso há ainda um agravante, pois o processo de envelhecimento, por si só, apresenta sintomas e sinais que podem ser confundidos com os depressivos [56]. No idoso, a depressão pode vir, do ponto de vista clínico, de diferentes formas, como depressão mascarada, depressão psicótica e pseudodemência [14]. Os sintomas da depressão mascarada envolvem queixas somáticas múltiplas em substituição dos sintomas clássicos, como fadiga, cefaléia, dores musculares, dores abdominais e etc. Na depressão psicótica é possível identificar o humor deprimido e sintomas 25 indivíduos idosos (particularmente as mulheres), notadamente aqueles com menor nível educacional, os fumantes e os obesos [3]. No Brasil, constatou-se uma tendência à inatividade física semelhante à observada nos EUA. Segundo o relatório sobre os padrões de vida dos brasileiros elaborado pelo IBGE [11], 26% dos homens realizam atividade física regular e somente 12,7% das mulheres estão envolvidas em algum programa de treinamento. Quando se verifica a quantidade de pessoas que se exercitam pelo menos trinta minutos ou mais por dia, pelo menos três dias na semana, verifica-se que apenas 10,8% dos homens e 5,2% das mulheres o fazem. Na população em geral da cidade de São Paulo, em um levantamento realizado por Mello e col. [83] sobre a prática de atividade física e os distúrbios do sono, notou-se que havia um nível de atividade física um pouco maior do que o restante do território nacional, pois 31,3% dos entrevistados estavam engajados em algum tipo de atividade física, embora somente 36,4% fossem supervisionados por um profissional qualificado. Além disso, esse estudo revelou que o engajamento em programas de treinamento físico era maior nas classes sociais mais altas, e que as pessoas fisicamente ativas apresentavam um menor índice de queixas a respeito dos distúrbios do sono. Os autores destacaram, também, a importância da conscientização da população quanto aos benefícios da prática regular e supervisionada de exercícios físicos, assim como a necessidade da existência de uma mudança no estilo de vida sedentário da população da cidade de São Paulo no sentido de se diminuírem as queixas relacionadas à saúde do indivíduo. Matsudo e col. [80], em um estudo com a população do estado de São Paulo, tiveram por objetivo investigar o nível de atividade física (NAF) nessa população, levando em consideração o seu gênero, a sua idade e os seus níveis sócio-econômico e intelectual. Para levar a cabo o referido estudo, foram realizadas 2001 entrevistas com 953 homens e 1048 mulheres entre os 14 e os 77 anos, selecionados em 29 cidades de grande, médio e pequeno porte, dentro do Estado. Utilizando-se, na sua forma curta, a versão 8 do Questionário Internacional de Atividade Física (IPAQ) para determinar o nível de atividade física, verificou-se que 45,5% dos homens, 47,3% das mulheres e 46,5% da amostra total, eram pessoas insuficientemente ativas (sedentários e irregularmente ativos). Assim, nota-se que a adoção de melhores hábitos de vida representaria uma economia importante para o Estado, na medida em que se diminuiria a procura por 26 atendimento nos postos de saúde e nos hospitais da rede pública. O incentivo à prática de exercício físico regular é essencial para se alcançar esta melhora na qualidade de vida, especialmente para a população idosa. 2.1. Envelhecimento e Exercício Aeróbio Embora o envelhecimento ocasione diversas alterações no sistema cardiovascular, existe uma diferença bem documentada entre o envelhecimento de um sedentário e de um idoso que pratica exercício aeróbio [81]. Entre os idosos saudáveis, o treinamento aeróbio pode melhorar as propriedades sistólicas e diatólicas do coração e aumentar o VO2máx. no mesmo grau relativo que ocorre em adultos mais jovens. Com 9 a 12 meses de treinamento aeróbio, o VO2máx. aumentou 19% em homens e 22% nas mulheres. Estes valores estão localizados na extremidade alta do que é observado para adultos jovens. Entretanto, as diferenças sexuais eram evidentes em vários aspectos da resposta ao treinamento. Para os homens, a maior capacidade aeróbia, estava associada com um volume de ejeção máxima 15% maior (e um aumento correspondente para o débito cardíaco) e uma diferença a-v de O2 7%maior. Para as mulheres, todo o aumento no VO2máx. era em razão, exclusivamente, de uma expansão na diferença a-v de O2. Isso indica que, para as mulheres mais idosas, o aumento da capacidade aeróbia conseguido com o treinamento depende de adaptações periféricas no músculo treinado. São necessárias mais pesquisas para determinar se essa ausência de adaptação circulatória central ao treinamento aeróbio nas mulheres pós-menopausa constitui um achado importante e se é devido a essas diversas hormonais na menopausa [69,116]. Existe uma gama de estudos que mostram resultados positivos de melhora cardiovascular de idosos submetidos a treinamento aeróbio. Cunningham e col. [38] reportaram em 100 idosos que 1 ano de treinamento aeróbio com intensidade moderado foi suficiente para melhorar em 11% o VO2 máx. Em alta intensidade, por períodos entre 24 e 48 semanas encontrou-se aumento entre 20 e 30% do VO2 máx [68]. 27 2.2. Envelhecimento e Exercício Resistido A redução na massa magra e na força dos músculos estriados esqueléticos que ocorrem com o envelhecimento representa o resultado combinado de processos neuromotores progressivos e de uma queda no nível diário de sobrecarga muscular. Em homens e mulheres mais velhos, o treinamento com exercício resistido, facilita a síntese e a retenção de proteínas e diminui a perda natural e até certo ponto inevitável de massa muscular que ocorre com o envelhecimento [70,71,81]. De acordo com a American College of Sports Medicine(52), o treinamento resistido está entre os mais recomendados para a população idosa de ambos os gêneros, tema que tem sido bastante discutido na comunidade científica, em virtude dos benefícios que aquele traz para a saúde em diversos aspectos. Fiatarone e col. [46] mostraram um aumento de 227% na força dos membros inferiores dos idosos nonagenários de ambos os gêneros, quando submetidos a um treinamento resistido de alta intensidade. Em um estudo recente, Brandon e col. [27] submeteram a um treinamento resistido com intensidade moderada, durante 24 meses, 55 voluntários idosos distribuídos por dois grupos (controle e exercício). Eles constataram um incremento significativo da massa muscular e da força dos membros inferiores no grupo exercício resistido, quando comparado ao controle. Esses achados claramente indicam uma sensacional plasticidade nas características fisiológicas, estruturais e de desempenho entre os idosos e que podem ser conseguidos aprimoramentos acentuados com um treinamento vigoroso até mesmo acima da nona década de vida. O aprimoramento na força muscular e na aptidão global conseguido por intermédio do exercício regular pode constituir também a melhor maneira de reduzir a incidência de lesões ortopédicas em homens e mulheres mais velhos [46,81]. 2.3. Prescrição de Exercício Físico para Idosos Em 1995, o Centro de controle e Prevenção de Doenças dos EUA (CDC) em conjunto com o Colégio Americano de Medicina do Esporte (ACSM) publicaram um artigo com recomendações sobre a prática de exercício físico e sugeriram que todo 30 3. Exercício Físico e Função Cognitiva Os estudos epidemiológicos mostram que as pessoas moderadamente ativas têm menor risco de serem acometidas por desordens mentais do que as sedentárias. Isso mostra que a participação em programas de exercício físico exerce benefícios físicos e psicológicos [43,44,118], e que indivíduos fisicamente ativos provavelmente possuem um processamento cognitivo mais rápido [34,36]. Heyn e col.[57], em uma recente meta-análise, também encontraram um significativo aumento dos desempenhos físico e cognitivo, e uma alteração positiva no comportamento das pessoas idosas com déficit cognitivo e demência, confirmando que a prática de exercício físico pode ser um importante protetor contra o declínio cognitivo e a demência nos indivíduos idosos [76]. No entanto, deve-se considerar que, a magnitude do efeito do exercício físico na função cognitiva, depende da natureza da tarefa cognitiva que está sendo avaliada e do tipo de exercício físico que foi aplicado. De acordo com Weingarten [122], o condicionamento físico pode ter um impacto positivo no desempenho cognitivo de tarefas complexas, mas não influencia no desempenho das simples. Gutin [50], por exemplo, sugeriu que os efeitos do exercício são mediados pela complexidade da tarefa cognitiva e pela duração do exercício. As observações dos efeitos benéficos do exercício físico sobre o desempenho cognitivo, particularmente nos idosos, foram realizadas experimentalmente por diversos pesquisadores. Van Boxtel e col. [119] realizaram um estudo com 132 indivíduos, com idades entre os 24 e os 76 anos, foram submetidos a uma sessão aguda de exercício sub-máximo em cicloergômetro. Em seguida, aplicou-se uma extensa bateria neuropsicológica que incluiu testes de inteligência, de memória verbal e de velocidade no processamento de informações, evidenciando que existe uma interação entre os testes de velocidade de processamento cognitivo, idade e capacidade aeróbia. Hill e col. [58], ao submeterem 87 idosos sedentários a um programa de treinamento aeróbio, também relacionaram o desempenho cognitivo com a capacidade aeróbia. Eles observaram efeitos positivos nas memórias de longo prazo no grupo treinado, quando comparado com o controle que não treinou. Outro trabalho observou uma melhora da função cognitiva (tempo de reação e amplitude de memória), do 31 estado de humor e das medidas de bem estar, no grupo de idosos que, durante 48 semanas, participou de um programa com exercício aeróbio [124]. Binder e col [24] estudaram, nos idosos, a relação entre os testes psicométricos e o desempenho físico, concluindo que a velocidade do processamento cognitivo é um componente importante da fragilidade física. Os autores relataram que, o declínio cognitivo com o avançar da idade, está mais relacionado ao decréscimo global, estando envolvido neste processo a velocidade do processamento das informações e a habilidade de usar a memória de curto prazo, enquanto a informação está sendo processada. Tal fenômeno ocorreria nos idosos, especialmente em virtude do envelhecimento do SNC, que limita as respostas adaptativas necessárias ao seu funcionamento independente. No nosso laboratório realizou-se um estudo com um grupo de 23 mulheres saudáveis, entre os 60 e os 70 anos, que foi submetido a 60 minutos de caminhada, 3 vezes por semana. Após 24 semanas de intervenção, foram encontradas melhoras na atenção, na memória, na agilidade e, também, um aumento nos escores de humor em relação a um grupo de 17 mulheres sedentárias[17]. Em um outro estudo, também realizado pelo nosso grupo, investigou-se a relação entre o exercício físico aeróbio e a alteração na função cognitiva, no perfil de humor e na qualidade de vida. Recrutaram- se 46 idosos entre os 60 e os 75 anos, que se distribuíram em dois grupos (controle e experimental). O grupo experimental foi submetido, três vezes por semana, durante 24 semanas, ao exercício físico aeróbio com uma intensidade no limiar ventilatório 1 (LV1). Constatou-se que, após esse período, o grupo experimental melhorou a sua função cognitiva, capacidade aeróbia, perfil de humor, qualidade de vida, tendo a viscosidade sangüínea diminuída em comparação ao grupo controle, que permaneceu sedentário ao longo da intervenção [18]. São escassos os estudos que relatem a influência do treinamento resistido na função cognitiva dos idosos. Entretanto, Perrig-Chiello e col. [100] submeteram 46 voluntários idosos a oito semanas de exercício físico resistido, constatando uma melhora no bem-estar psicológico e em alguns componentes da função cognitiva dessa população. Em outro estudo realizado mais recentemente, Ozkaya e col. [93] submeteram 36 voluntários entre os 60 e os 85 anos a nove semanas de exercício físico. Os dois grupos de exercícios melhoraram a função cognitiva em comparação com o grupo controle, não se observando diferença estatística entre os dois grupos 32 (aeróbio e resistido), o que sugere uma melhora no desempenho cognitivo para ambas as modalidades de exercício. O nosso grupo também realizou um estudo com treinamento resistido na população idosa com o intuito de investigar o impacto desta modalidade de exercício na função cognitiva dos idosos. Cassilhas e col. [33] submeteram 62 homens ente os 65 e os 75 anos a 24 semanas com exercício físico resistido. Os indivíduos foram distribuídos aleatoriamente em três grupos (controle, experimental moderada e experimental alta). Após a intervenção, ambos os grupos experimentais melhoraram a função cognitiva em relação ao grupo controle, independentemente da intensidade de sobrecarga ter sido diferente entre os grupos. Além disso, constataram-se em ambos os grupos experimentais um aumento na concentração sérica do IGF-1, porém, não houve alteração nos níveis de viscosidade do sangue ao final da intervenção. O IGF-1, além de participar perifericamente do eixo GH/IGF-1 [74] está envolvido em diversos processos no SNC, atuando como um fator neurotrófico responsável pela manutenção das células do SNC [74]. Nos cérebros adultos, a expressão de RNAm do IGF-1 ocorre em regiões específicas, por exemplo, no hipocampo [123], entretanto o seu receptor está distribuído por todo o SNC [25]. Em virtude desse envolvimento do IGF-1 com processos neurogênicos, foram realizados, em seres humanos, estudos com o propósito de tentar correlacionar as suas concentrações periféricas com função cognitiva, tendo sido encontradas correlações positivas entre o aumento da concentração sangüínea do IGF-1 e melhora da função cognitiva [13,40,64,85]. Em modelos experimentais, tem-se observado uma relação entre o IGF-1 e o fator neurotrófico derivado do cérebro (BDNF) [29,30]. Esta neurotrofina atua nas diversas áreas do SNC, sendo a responsável pela manutenção dos neurônios do prosencéfalo basal, do estriado, do hipocampo, do córtex, do septo e dos neurônios cerebelares e motores [77]. No estudo de Neeper e colaboradores [86], por exemplo, mostrou-se que ratos submetidos a sete noites de atividade física voluntária aumentaram o RNAm do BDNF no hipocampo, tendo, também, em outras estruturas cerebrais como o córtex, o cerebelo [87] e a medula espinhal [49], sido reportado aumentos do RNAm do BDNF. Em estudo mais recente, Ding e colaboradores [41], submeteram ratos a 5 dias de atividade física voluntário e verificaram que, após esse período, houve um aumento das concentrações do BDNF e do IGF-1 no hipocampo. Neste mesmo estudo utilizou- se um grupo de animais que se exercitaram, mas tiveram o receptor do IGF-1 no 35 associação entre atividade física e Alzheimer naqueles que não tinham a presença do alelo e4, ou seja, aqueles que tinham um risco reduzido de desenvolver Alzheimer. Alguns estudos também têm encontrado uma relação inversa entre atividade física e declínio cognitivo normal inerente do envelhecimento. Por exemplo, Yaffe e col. [126] encontraram uma associação inversa entre o dispêndio de energia realizado semanalmente em caminhadas com declínio cognitivo avaliado pelo Mini Exame do Estado Mental (Mini-Mental), indicando que o desempenho cognitivo é aumentado naqueles que reportaram maiores níveis de atividade física. Este estudo envolveu 5925 mulheres com mais de 65 anos que foram acompanhadas por um período médio de sete. Em elegante estudo conduzido por Barnes e col. [23], foram utilizadas medidas de avaliação não só indiretas (questionários), mas também diretas (Volume Pico de Oxigênio – VO2pico) para mensurar a capacidade cardiorespiratória durante seis anos com uma amostra de 349 indivíduos acima de 55 anos. O interessante foi que se verificou uma associação inversa entre declínio cognitivo e VO2pico. Poucos estudos observacionais examinaram a relação entre a prática de atividade física e declínio cognitivo ou demência por períodos de tempo muito longos. Um deles foi conduzido por Dik e col. [39], envolvendo 1241 homens e mulheres entre 62 e 85 anos, que de forma retrospectiva investigou entre 15 e 25 anos o nível de atividade física. Os homens, mas não as mulheres, que tinham um nível de atividade física entre baixa e moderada quando mais jovens, apresentaram uma velocidade no processamento de informações mais rápida no período mais tardio da vida. Os autores explicam que a falta de associação entre atividade física e a velocidade no processamento de informações nas mulheres pode ser pelo fato de que na amostra as mulheres reportaram níveis muito baixos de atividade física. Em outro estudo com desenho experimental bastante semelhante, Rovio e col. [109] investigaram a associação entre o nível de atividade física na meia-vida adulta e demência em uma amostra de idosos entre 65 e 79 anos. Após um follow-up de 21 anos, encontrou-se que pelo menos duas vezes por semana de atividade física foi associado a redução do risco de desenvolver demência. Intrigantemente, a associação entre atividade física e demência foi mais forte nos indivíduos com o alelo e4 do gene da apoe, isto é, aqueles que têm o maior risco de desenvolver Alzheimer. 36 5. Considerações sobre a Prescrição de Exercícios Físicos nas Doenças de Alzheimer e Parkinson 5.1. Doença de Alzheimer Recomendações sobre Avaliações Físicas Em razão da doença de Alzheimer afetar a capacidade mental, testes em laboratório podem se tornar difíceis ou até inviáveis, especialmente nas fases mais tardias da doença. Muitos indivíduos com esta demência se mostram com muita agitação e talvez, eles não consigam ser submetidos a testes muitos longos. Para esses pacientes é aconselhável realizar algumas sessões de treinos antes para se assegurar que no teste ele alcançará o máximo, mas se o paciente ou cliente se mostrar confuso ou agitado, o teste ou sessão deve ser interrompido imediatamente e reiniciado em outra ocasião. Adicionalmente, qualquer teste deveria ser conduzido pela manhã, porque nesse período, a maioria das pessoas com DA está bem, do ponto de vista funcional e cognitivo, nas primeiras horas da manhã. Recomendações sobre Programas e Sessões de Exercício Físico Ao se prescrever treinamento para pacientes com DA, deve-se aterá 3 grandes desafios: 1- limitações físicas e cognitivas em detrimento da doença; 2- alterações comportamentais e de humor podem fazer o paciente se agitar ou se irritar durante a sessão de treinamento; 3- Aderência do paciente ao programa de treinamento ao longo o progresso da doença. Por essas razões, o que se recomenda, no mínimo são programas de exercício com intensidade baixa apenas visando a manutenção das atividades de vida diária e a sua independência. E para esses níveis de programa de exercícios, os testes são desnecessários [106]. Durante os primeiros estágios da DA, a maior parte dos pacientes não terão problema em participar de qualquer tipo de exercício. A única questão a se observar são os problemas cognitivos relacionados com as queixas de perda de memória. O cliente pode se esquecer de vir a sessão de treinamento ou não lembrar o que fez na sessão anterior. Por vezes, um quadro de depressão pode ser associado ao período 37 inicial da doença, devendo-se atentar para a sintomatologia desse transtorno de humor e abordar, levando isso em consideração, o que pode fazer que o paciente desista do exercício. O professor deve ter um perfil paciente, objetivo, carinhoso e ter muito amor no que faz, tomando o cuidado de sempre encorajar verbalmente o paciente [106]. Nesta fase, exercícios como caminhada, “exercício calistenicos”, treinamento resistido (circuito ou outro método), ou combinado de aeróbio e resistido são os mais indicados. Nas fases moderadas da DA, o programa de treinamento deve ser simples. O principal problema nesta fase pode ser o comportamento com a adição de agitação motora, o paciente pode se tornar resistente ao programa de treinamento [106]. E por essa razão, o cliente, que estava treinando desde o início, passa a desistir do exercício. Nesta fase, porém, como são comuns as alterações de comportamento, pode-se constatar comportamentos de extrema insatisfação ou até agressividade [106]. O professor deve utilizar essa alta agitação para canalizar a energia para a execução dos exercícios. Estes incidentes de alteração do humor não permanecem por muito tempo e logo após o evento, o paciente retorna ao normal e normalmente não se lembra do ocorrido. Ao longo das fases mais avançadas da doença, o paciente necessita de supervisão constante do professor. A capacidade de linguagem e compreensão se encontra bastante deterioradas, desta forma, os exercício devem ser individualizados e com muito critério. A incontinência urinária e limitações motoras são comuns nesta fase. Os exercícios de força para tentar diminuir a fraqueza muscular devem ser prioridades nesta fase [106]. 5.2. Doença de Parkinson Recomendações sobre Avaliações Físicas Indivíduos com DP podem apresentar diminuição no equilíbrio ou até congelamento na posição, então, a segurança deve ser priorizada no momento da avaliação, assim como nos aparelhos que serão utilizados para isso. Um cicloergômetro pode ser preferível em relação a uma esteira, no caso de uma avaliação de algum índice fisiológico aeróbio. Outra característica é que os pacientes com DP 40 6.1. Teste de Levantar da Cadeira Este teste simples e rápido tem como objetivo avaliar a força dos membros inferiores do idoso. Para isso, se utilizam como materiais, 1 cronômetro e 1 cadeira (assento a 43,18 cm do chão) encostada na parede (figuras abaixo). O idoso deve ficar sentado completamente na cadeira, apoiando as costas. Os ante-braços devem se cruzar a frente do tronco e os pés devem ficar afastados lateralmente na largura dos ombros. O procedimento do teste consiste em, ao sinal do avaliador, o idoso deve levantar e sentar na cadeira quantas vezes ele conseguir em um tempo de 30 segundos. É importante que se faça algumas vezes o procedimento para ver se houve o aprendizado total do teste. Registrar o número de vezes de (levantar/ sentar em 30 segundos). Isso equivale a escore do teste. 6.2. Teste de Flexão de Braço Tem como objetivo avaliar a força muscular de membros superiores. Utiliza-se como equipamentos, 1 cadeira sem braço e com ante-paro reto (pode ser a mesma do teste anterior); 1 cronômetro; halteres (para mulher, 1 pesando 2,27 kg) (para homem, 1 pesando 3,63 kg) (figuras abaixo). 41 Ao sinal do avaliador, flexionar e estender (completamente) o ante-braço dominante o máximo de repetições possíveis. Importante fazer algumas vezes para consolidar o teste. No teste, registro o número de repetições realizadas em 30 segundos (escore). Caso o paciente não consiga segurar o peso, pose-se adaptar fixando-se um velcro ou outro sistema para conseguir realizar o teste. 6.3. Teste de Caminhada de 6 minutos Este teste á uma variação de vários outros testes indiretos de campo para avaliar a capacidade aeróbia do indivíduo idoso. Para isso necessita-se de um espaço externo, por exemplo, uma pequena quadra (com piso não escorregadio); 1 trena para marcar o percurso (45,72 metros de perímetro); 4 cones para fechar o perímetro; 1 cronômetro e fita adesiva para marcar as distâncias intermediarias (figura abaixo). 42 Deve-se caminhar o mais rápido possível (sem correr), pelo percurso desenhado, objetivando completar o maior número de voltas possíveis em 6 minutos. O registro do escore será a quantidade de metros percorridas em 6 minutos. Outra opção para se avaliar o condicionamento aeróbio, em espaço fechado, é o teste de “Marcha Estacionária de 2 minutos” (figuras abaixo). Ao sinal, flexionar o e estender (completamente) os joelhos o máximo de repetições possíveis. Sempre realizar algumas vezes antes do teste. A forma de registro será a marcação de cada subida do joelho dominante em um tempo de 30 segundos. O resultado é fornecido em forma de escore. Pode-se adaptar o teste com o apoio de uma das mãos na parede ou mesa para melhorar o equilíbrio, caso o idoso tenha dificuldades em relação a isso. 6.4. Teste de Sentar e Alcançar os Pés Tem como objetivo avaliar a flexibilidade de membros inferiores, especialmente (região posterior de coxa). Os materiais necessários para o teste são 1 cadeira e 1 régua de 50 cm (figuras abaixo). 6.7. Ficha de Testes e Tabelas de Comparação aj Ing “DIQUIO O SJJOS OD jneg :Bulsd sp Opsus|x] VAN VAN vÍN SOuDJUSWOS T DANDjUS] | DAyDjU9 — 0884 —— “|y — epopl ] W SOSOp| DID DIs1] ODpIY ap 9/53] 14] E BP CNGUODEIST EDIR] DP DISD] O Jau [soou ap uj sognumw 9 ep DPDYUILUDS dp ajsoj (oupxqud sto opunhas ap otwisgjuso) | ADQUILUDS & JDJUDAS] dp ajso] *Q [/+ couneçad sit Oujatujuso) SDISO3 SD JDÍUDDIY Gp ajso] *G -/+ coupxçad spo OJauguso] Sad SO JDÍUDI(Y 9 JDjuos op ajsa] “fp (sessod ap u| , Soqnuiw 7 ep PHDUOID453 DU2DW Sp ojso] *E (Bas Gg wa sagágado) ap qu) OÍDA op 0DX9|J OP ajso] 'T| | (Bas og wa sooajado ap ul BAISPD3 DP ADJUDADT OP ojs9] 1 2/59] OP Lay e GUION] — Big | :opDAquOd OP DIPIY| 45 Tabela 5.3 Faixa Normal de Escores para Mulheres” Teste de Levantar | da Cadeira DeI7 id Is | 10-15 | 10-15 9-4 8-1 sei (nº de repetições) Teste de Flexão de | | Braço 13-49 | 12-18 dE from 10-16 09-15 s-3 (nº de repetições) Teste de Caminhada | de 6 Minutos** 498 — 602 | 457 — 438 | 438 — 562] 397 534] 152 —493 | 310 — 466, 25) — 402) (nº de metros) | Teste de Marcha Í Estacionária de 2 75-107 | F3-107 68 I01 | 68-00] 60-50 | 55-a5 Minutos (nº de passos) Teste de Sentar e Alcançar os 12 +27|12>+114)-25—+10,1]-3,8 — +8,8]-5.0 — 47,6]-63 = +63] + Pést (cm +.) | Teste de Alcançar as Costas! (cm +/-) Teste de Levantar e Caminhar 60-44] 64-48 | 7.]-49 | 74-52 | 87-57 | 98-82 (segundos) l 76 -+38|-88-+43,8|-10,1-425-127-+12-139-400]-17.7--25 Tabela 5.4 Faixa Normal de Escores para Homens* Et Es “Teste de Levantar da Cadeira m-19 | note | I2-t7 | uia? | tomis | Bo | 712 (nº de repetições) Teste de Flexão de | | Braço [16-22 | 15-21 | 14-21 | |3-19 | B=19 | MIT | I0-14 (nº de repetições) Teste de Caminhada | [ le 1 | | os 6 Minutos" * [5587-672] 5172-640 498 - 621 | 429 - 585] 406 - 553 347 = 521 2718-457 (rf da mess) | Teste de Marcha Esta: 'cionária de 2 Minutos) 87 - 115 | es fr? de passos) Teste de Sentar e Alcançar os -65-+0.1].7,6 +7,6]-7,6- +76 -10,1-+50]-139-+38 139 +12 165-12 Pési (em +/-) 73-109 | 71-03) 599] | 52-86 Teste de Alcançar as Costast (cm +1.) -185-+0,0)-180--25] 203 -25| 228--50]-24.1--50 .241 0.76 3266-101 | Teste de Levantar e | Caminhar 56-38] 59-43] 62-44) 72-46 | 76-52) 89-55 100 62 (segundos) Í 47 7. 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