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Guias e Dicas
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Apostila Controladoria, Notas de estudo de Cultura

Apostila Controladoria

Tipologia: Notas de estudo

2010

Compartilhado em 16/09/2010

felipe-martins-francisco-6
felipe-martins-francisco-6 🇧🇷

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Baixe Apostila Controladoria e outras Notas de estudo em PDF para Cultura, somente na Docsity! Controladoria ll Prof. Moreira ANÁLISE DE BALANÇOS 1) OBJETIVO DA ANÁLISE DE BALANÇOS “A Análise de Balanços objetiva extrair informações das Demonstrações Financeiras para a tomada de decisões.” As demonstrações financeiras fornecem uma série de dados sobre a empresa, de acordo com regras contábeis. A análise de Balanços transforma esses dados em informações e será tanto mais eficiente quanto melhores informações produzir. É importante a distinção entre dados e informações. DADOS são números ou descrição de objetos ou eventos que, isoladamente, não provocam nenhuma reação no leitor. INFORMAÇÕES representam, para quem as recebe, uma comunicação que pode produzir rea- ção ou decisão, frequentemente acompanhada de um efeito surpresa. Por exemplo, quando se diz que o Brasil tem X milhões de habitantes, tem-se um dado. Quando se divide, porém o Produto Nacional por esse dado, encontra-se a renda per capita; quando se compara essa renda com a de outros países e quando se constrói uma série histórica dessa renda, pode-se chegar à conclusão de que o Brasil é um país pobre e que vem perdendo posi- ção em relação a outros países. Aí se tem informação. As demonstrações financeiras mostram, por exemplo, que a empresa tem Y milhares de dívida. Isto é um dado. A conclusão de que a dívida é excessiva ou é normal, de que a empresa pode ou não pagá-la é informação. O objetivo da Análise de Balanços é produzir informação. As demonstrações financeiras publicadas de uma empresa podem apresentar centenas de nú- meros, isto é, de dados. Vejamos: em média são 40 cifras no Balanço, 20 na Demonstração de Resultado, 20 na Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos e 40 na Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido, perfazendo 120 importâncias. Nas companhias abertas, passa-se para 240 algarismos publicados em vista da comparação com o exercício anterior e das demonstrações com correção integral chega-se a 480 números. Convenhamos que é excesso de valores para quem muitas vezes deseja apenas saber se a empresa pode ou não receber crédi- tos. Daí a importância de transformar-se, por exemplo, 400 dados em uma informação. Controladoria ll Prof. Moreira Informações [alo alecilçs para a tomada de decisões Fatos ou Demonstrações Eventos [aloe Lafeicilç= Econômicos (Dados) 1.1) Análise de Balanços começa onde termina a Contabilidade Para o contador a preocupação básica são os registros das operações. Na aquisição de uma máquina, por exemplo, quais os custos que comporão o custo de aquisição, a taxa de deprecia- ção, qual será sua classificação no balanço e sua atualização monetária? O contador procura captar, organizar e compilar dados. Sua matéria-prima são fatos de significado econômico- financeiro expressos em moeda. Seu produto final são as demonstrações financeiras. O analista de balanços preocupa-se com as determinações financeiras que, por sua vez, preci- sam ser transformadas em informações que permitam concluir se a empresa merece ou não crédito, se vem sendo bem ou mal administrada, se tem ou não condições de pagar suas dívi- das, se é ou não lucrativa, se vem evoluindo ou regredindo, se é eficiente ou ineficiente, se irá falir ou se continuará operando. O grau de excelência da Análise de Balanços é dado exatamente pela qualidade e extensão das informações que conseguir gerar. 1.2) Linguagem descomplicada O produto de Análise de Balanços são relatórios escritos em linguagem corrente. Na medida do possível, recomenda-se o uso de gráficos como auxiliares para simplificar as conclusões mais complexas. Ao contrário das demonstrações financeiras, os relatórios de análise devem ser ela- borados como se fossem dirigidos a leigos, ainda que não o sejam, isto é, sua linguagem deve ser inteligível por qualquer mediano dirigente de empresa, gerente de banco ou gerente de crédito. É claro que isto não acontece com as demonstrações financeiras, que, aliás, não tem nenhuma preocupação nesse sentido. As demonstrações financeiras apresentam-se carregadas de termos técnicos e suas notas explicativas são feitas exclusivamente para técnicos, a tal pon- to que permitem frequentemente manipulações e acobertamentos. Assim, a Análise de Balan- ços deve assumir também o papel de tradução dos elementos contidos nas demonstrações fi- nanceiras. Controladoria ll Prof. Moreira 2.3) Fornecedores A principal preocupação dos fornecedores é quanto a situação de liquidez dos seus clientes, ou seja, a capacidade de quitar seus compromissos assumidos no prazo de vencimento. “Conside- rando vendas de curto prazo, um olhar sobre os indicadores de liquidez torna-se fundamental. No caso de vendas de longo prazo e/ou parceladas, há a necessidade também da análise de geração de lucros e caixa, além da capacidade de pagamento.” 2.4) Clientes Pode até parecer estranho o fato de um cliente se interessar pela análise de balanços de seus fornecedores. Mas na atual conjuntura, é extremamente importante para os clientes tomarem conhecimento da capacidade de manutenção do fornecimento pelos fornecedores com que têm parcerias, a fim de se prever o risco de desabastecimento. A lei n.º 8.666, de 21 de junho de 1993, que estabelece normas gerais sobre licitações e contra- tos administrativos pertinentes a obras, serviços (inclusive de publicidade), compras, alienações e locações no âmbito dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, dispõe em seu artigo 31.º, sobre a exigência da apresentação das demonstrações financeiras para análise da capacidade financeira do licitante, conforme abaixo: “Art. 31º A documentação relativa à qualificação econômico-financeira limitar-se-à a: | - balanço patrimonial e demonstrações contábeis do último exercício social, já exigíveis e apresentados na forma da lei, que comprovem a boa situação financeira da empresa, vedada a sua substituição por ba- lancetes ou balanços provisórios, podendo ser atualizados por índices oficiais quando encerrado há mais de 3 (três) meses da data de apresen- tação da proposta; (...) 8 1º A exigência de índices limitar-se-á à demonstração da capacidade financeira do licitante com vistas aos compromissos que terá que assu- mir caso lhe seja adjudicado o contrato, vedada a exigência de valores mínimos de faturamento anterior, índices de rentabilidade ou lucrativi- dade.” 2.5) Governo O principal interesse dos órgãos governamentais na análise de balanços está na fiscalização do cumprimento das obrigações tributárias. As demonstrações contábeis evidenciam a geração de praticamente todos os tributos, sendo importante fonte de consulta para os fiscais. Controladoria ll Prof. Moreira 2.6) | Instituições Financeiras As instituições financeiras constituem-se tradicionalmente no principal usuário do produto da análise de balanços. “Historicamente, sabe-se que o processo de avaliação de empresas foi de- senvolvido, em grande parte, no sistema bancário americano, o qual procurava relacionar o risco das diversas empresas com suas solicitações de empréstimos.” Além de verificar a capacidade financeira de curto prazo de seus clientes, os bancos buscam avaliar a capacidade de geração de lucros da empresa, pois mesmo que a operação financeira seja de curto prazo, existe a possibilidade de renovação de crédito por parte do devedor, o que acaba estendendo o interesse pela análise de longo prazo, inclusive. 2.7) Concorrentes A melhor forma de sabermos como está o desempenho de uma empresa em relação ao merca- do, é através da análise dos balanços dos concorrentes, ou seja, das empresas do mesmo seg- mento. Através de técnicas estatísticas é possível a construção de padrões de análise, como veremos mais adiante. 2.8) Investidores Os investidores fazem análise de balanços para a avaliação do custo de oportunidade no mo- mento de aplicar seus recursos na aquisição de ações ou debêntures. As análises que mais inte- ressam os investidores é a da rentabilidade e da lucratividade. Também levam em conta outros fatores relacionados ao preço e à valorização das ações no mercado mobiliário. 3) METODOLOGIA DE ANÁLISE “A Análise de Balanços baseia-se no raciocínio científico” Na maioria das ciências, o processo de tomada de decisões obedece mais ou menos a seguên- cia da figura a seguir: Controladoria ll Prof. Moreira Na Medicina, por exemplo, em qualquer exame preliminar, o médico tira a temperatura, pres- são, pulsação etc. Esses são os indicadores (1). O médico compara então cada indicador com um padrão próprio (2) desenvolvido e aprimorado e, em seguida, ponderando conjuntamente seus indicadores, elabora as conclusões (3), mental ou formalmente, transmitindo-as ou não ao paciente de alguma forma que faz parte de sua técnica de trabalho. Em seguida, toma uma de- cisão (4), como internar o paciente, encaminhá-lo a outro especialista, receitar medicamentos ou simplesmente dizer que está tudo “OK”. Se se tratar de um exame especializado, como exame radiológico, a sequência será a mesma. A etapa de decisão nem sempre estará imediatamente presente, pois poderá ser tomada por outra pessoa. As etapas 1, 2 e 3 devem ser feitas sempre em sequência e estar perfeitamente coordenadas. Entretanto, cada uma se vale de técnicas próprias. Por exemplo, a escolha de indicadores pode recorrer a técnicas modernas de engenharia, como raio laser e ultra-som. Já a comparação com padrões se apóia na estatística, em experimentos com cobaias etc. A elaboração de diagnósti- cos ou conclusões distingue-se perfeitamente da etapa comparação com padrões, pois é agora que serão devidamente ponderadas, pesadas e medidas as informações parciais obtidas nas duas etapas anteriores. Em Direito, os elementos considerados representam os indicadores; a lei, a jurisprudência ou os comentários de juristas representam os padrões; a ponderação pela vivência e pelo conheci- mento representa a etapa de elaboração de conclusões. A partir desta é que virão as decisões de condenar, absolver, entrar em acordo etc. Em Análise de Balanços aplica-se o mesmo raciocínio científico: 1) Extraem-se índices das demonstrações financeiras; 2) Comparam-se os índices com os padrões; 3) Ponderam-se as diferentes informações e chega-se a um diagnóstico ou conclusões; 4) Tomam-se decisões. Quando está sequência não é levada em conta, fatalmente a Análise de Balanços fica prejudi- cada. Às vezes, por falta de padrões ou por não se saber construí-los, deixam-se de fazer com- parações. A qualidade da análise então fica comprometida, pois como poderá fazer afirmativas sem os elementos de referência? A comparabilidade dos dados de análise de balanço pode ser feita em vários aspectos, como: e Comparação com períodos passados; e Comparação com períodos orçados; e Comparação com padrões setoriais; e Comparação com padrões internacionais; e Comparação com padrões internos da empresa; e Comparação com empresas concorrentes etc. A maneira mais adequada de dar um atributo de informação gerencial aos indicadores de análi- se de balanços é o acompanhamento tendencial. O acompanhamento dos indicadores de forma 7
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