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CONSTRUA UM OSCILADOR
DE BATIMENTO
Como radioamador, conta-
mos com centenas de amigos
espalhados pelo Brasil afora.
São os conhecidos do rádio,
amigos que jamais conhece-
mos pessoalmente, mas que os
reconhecemos facilmente por
suas vozes. De vez em quando
temos a grande satisfação de
conhecer alguns dêles pes-
soalmente, e então estreitam-
-se os laços de amizade, Foi
isto que aconteceu com nos-
so grande amigo PY2CTS, o
Sylvio aqui de São Paulo, que
pediu nossa ajuda para resol-
vermos uns problemas do seu
transmissor.
Fomos à sua casa, e lá, sim-
páticamente acolhidos, fomos
introduzidos no seu “shack”.
O Sylvio já possuia várias
centenas de comunicados fei-
tos com um modesto equipa-
mento na tradicional faixa da
amizade, os 40 metros, Ve-
rificamos que êle possuia co-
mo equipamento unicamente
uma 6L6 a cristal modulada
por outra 6L6 e, à guisa de
receptor, um velho receptor
de cabeceira rabo-quente. Fi-
camos em dúvida, quanto ao
desempenho dêsse conjunto,
ainda mais quando êle nos
contou o grande sacrifício que
tinha de enfrentar a cada vez
que quisesse bater um papi-
nho com a turma. Há alguns
anos, quando nos iniciamos na
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RNR, tivemos a felicidade de
contar com muitos colegas
que com desprendimento nos
ajudaram a quebrar alguns
“galhos” que — apareceram
Agora era nossa vez de aju-
dar, essim verificamos o que
seria necessário fazer O
transmissor seria fácil ajeitar,
mas e 0 receptor?
Voltamos para casa, pen-
sando na solução para o caso,
quando encontramos um ou-
tro grande amigo, o PY2EXE
(o Miranda) que, ao saber do
fato, nos colocou à disposição
os restos mortais de um ótimo
receptor, um National NC
125. Como o Sylvio não po-
deria dispor de muita “gaita”,
resolvemos verificar o que
poderiamos fazer. A caixa
estava muito bem conserva-
da, mas por dentro estava em
petição de miséria. Para se
ter uma idéia, tivemos que
remontar a fonte, o canal de
âudio, o detector, e a etapa
Figura 1
Claudio Batochio da Costa
de RF. Feito tudo isto, e com
válvulas rovas, o dito, para
nosso espanto, passou a fun-
cionar normalmente, bastando
um ligeiro retoque na cali-
bração para colocá-lo em pon-
to de bala. Mesmo com tu-
do o que gastamos, ficou um
negócio da china, pois só o
rendimento do aparelho com-
pensava plenamente todo o
trabalho, além da grande sa-
tisfação por havermos propor-
cionado ao colega uma boa
recepção,
Ficou faltando apenas o os-
cilador de batimento, tam-
bém conhecido como “OFB"
ou “BFO”, parte importantis-
sima de todo receptor de co-
municações e que, infelizmen-
te, havia sido retirado do re-
cccptor que tinhamos em
mãos. Para aquêles que não
estão familiarizados com êste
oscilador, diremos algumas pa.
lavras sôbre êle,
+8
150 y
Um antigo circuito de OFB ntilizando transformador de FE Philips.
Revista Monitor da
RÁDIO É TELBVISAO
Trata-se de um oscilador,
cuja Irequência central en-
conira-se exatamente na fre-
quência do canal de FI do re-
ceptor, acoplado frouxamente
an segundo detector, Em au-
senta de tina! ma amena, o
ceptor nada acusa, apenas
um ligeiro sópro provocado
pelo oscilador de batimento.
do o receptor captar
us esse smp
será amplificado pela etapa de
FI, e ro detector será hetero-
qinaco com o sinal gerado pe-
lo oscilador de hatimento;
normalmente ajusta-se a fre-
quência do OFB de tal forma
ue a frequência resultante
do batimento cas duas fre-
cuências resulte numa fre-
quência de áudio. Para re-
cepção de sinais modula-
em amplitude, não é
io êste oscilador se-
parado, mas para recepção
de sinais de telegrafia que
não são modulades, o OFB é
a única maneira prática de
se transformar ésses pulsos
de RF em frequências audi-
veis, Também na escuta de
sinais de SSB, que são trans-
mitidos sem portadora temos
que usar na recepção algum
o de ascilador para reinse-
portadora, e q OFB faz
. aeisgebgecrcne ueçãa
Basicamente, o OFB pode
ser feito com qualquer um
dos tipos usuais de oscilado-
res. Na figura 1 temos o cs-
quema de um simples OFR
ande um transformador
Enilips tipo 5730/52 que pos-
sui derivações no primário e
no secundário, o que propicia
o seu uso numa configuração
tley bastante simples. Fe-
na é que êsse tipo de trans-
tor de FI seja bastante
o » não é mais encontra-
Testâmos vários tipos de
do.
OFB, mas em todos êles ha-
via problemas, principalmente
de
instabilidade, além de se-
1 de ajuste bastante crítico,
Depois de quebrar a cabeça
art testar o circuito
a 2 que fizemos em
JULHO DE 1971
TI vERDE,
Ema
ex sa
Ero
Diagrama do
tôrmo de um transformador
comum de FI de 455 KHz que
era a frequência usada em nos-
so caso. Ficamos surpreendidos
com os resultados tal a sua
simplicidade. TI é um trans-
formador de FI, com ajuste
por permeabilidade, CI e C2
são os capacitores originais
nue já se encontram no inte-
rior da caneca do transforma-
dor, C3 é o variável que per-
mite variar ligeiramente a
frequência de funcionamento,
possibilitando variar a tonali-
dade do sinal recebido. C4
e Ri são, respectivamente, o
capacitor e o resistor de es-
cape de grade destinados à
polarização da válvula. No
NOSSO C280 gamas pers VI
mma metade de uma ula
6SLT que já estava disponivel
no receptor, mas poderá ser
utilizado qualquer dos triodos
comuns. Foram feitas expe-
riências com a 6C4, 605, ou
usando meio triodo da GSNT,
12AUT7, ete, obtendo-se sem-
pre ótimos resultados.
C5 é o capacitor de desaco-
plamento do terminal de ali
mentação do transformador.
R2 é o resistor destinado a
reduzir o -+R disponível a
um valor em tórno cos 100 V
que representa um valor óti-
mo, mantendo-se a dissipação
da válvula num valor baixo,
o que representa maior es-
tabilidade. As ligações do
transformador são as normais
das usadas nas etapas de FI,
ra
a cce tp
T
“OR R” deserito no testo
ou seja: o terminal com a
pinta verde, que normalmen-
te iria à grade da válvula de
FI, ou à placa do diodo de-
tector, será ligado à grade do
triodo usado como oscilador
do OFB através do capacitor
C4. O terminal preto ou ama-
relo que seria ligado ao CAG
será ligado à massa. O ter-
minal azul, que nos recepto-
res é ligado á placa da mis-
turadora ou à placa da vál-
vula de FI, no nosso oscilador
será ligado á placa do triodo
e, finalmente, o terminal ver-
melho será ligado ao +B atra-
vés de R2. Este transforma-
dor de FI poderá ser qualquer
um dos tipos comuns existen-
ee o comércio pers recem
tores a válvula, podendo ser
usados tanto o transformador
de FI de entrada como o de
saída. Dessa forma consegui-
mos eliminar o problema de
termos de utilizar bobinas es-
peciais para a construção do
OFB.
A montagem dêste OFB po-
derã ser feita em qualquer
parte do receptor de prefe-
rência nas proximidades do
diodo detector, tendo como
um dos poncos cuidados a
serem tomados, o de efetuar
uma montagem suficientemen-
te rígida, para se evitar ins-
tabilidades. C3 deverá ser
colocado no painel, e servirá
para efetuarmos pequenos
ajustes na frequência do OFB.
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