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Guias e Dicas
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Prova da Fuvest de 1998-Resolvida, Provas de Física

Prova da Fuvest de 1998-Resolvida

Tipologia: Provas

2010
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adam-zunoeta-mendieta-5
adam-zunoeta-mendieta-5 🇧🇷

4.6

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Baixe Prova da Fuvest de 1998-Resolvida e outras Provas em PDF para Física, somente na Docsity! 1CURSO OBJETIVO FUVEST 1998 do Vale do Itajaí, substituíram as tradicionais áreas de milho pelo cultivo do algodão. d) estimuladas pelo mercado interno e externo, trans- formaram-se na maior área de criação de ovinos do país. e) mediante a articulação entre indústria e agricultura, subsistem à concentração fundiária produzindo arroz, vinho e lã. Resolução O oeste de Santa Catarina e as vizinhas regiões do no- roeste gaúcho e sudoeste do Paraná caracterizam-se pela criação de suínos e aves, pela produção de milho e pela indústria alimentícia (frigoríficos), como a Chapecó, Sadia e Perdigão. d ÍNDICE DE DESENVOLVIMENTO HUMANO (IDH) Os níveis de desenvolvimento humano registrados no mapa acima, [sic, vírgula indevida] podem ser, principal- mente, justificados na a) América Anglo-Saxônica e Europa, pelo processo de globalização recente. b) África, pelo elevado crescimento demográfico e a intensa produção agrícola para consumo interno. c) Ásia, pela exigüidade das áreas disponíveis para a produção agrícola de subsistência. d) África, pelo processo de colonização/descolonização, agravado pela suspensão de ajuda financeira externa ao final da Guerra Fria. e) América Latina, pela atuação crescente do Mercosul e do Pacto Andino. Resolução O baixo IDH africano justifica-se pela manutenção da estrutura econômica dependente, encontrável na maio- ria dos países após a descolonização no pós-guerra; pelos inúmeros conflitos decorrentes desse processo de colonização, e pela supressão de boa parte do auxílio financeiro oriundo dos países centrais que não vêem perspectivas, pelo menos a curto prazo, para as nações africanas afetadas por instabilidade político-econômica. 03 d “Migração periódica dos rebanhos da planície, os quais vão habitar durante o calor as altas montanhas, delas descendo ao aproximar-se o inverno, ou vice-versa”. Considerando-se a representação de um país do Hemisfério Norte e a situação descrita acima, no inver- no, assinale a alternativa correta: Resolução A migração periódica descrita no texto chama-se tran- sumância e é muito comum na Europa e na Ásia. Criadores de ovinos deslocam-se com os rebanhos das partes baixas (área A) para as altas (área B) durante o verão, aproveitando o crescimento da pastagem nas montanhas. Durante o inverno, como indaga a questão, o frio e o desgaste da pastagem obrigam os criadores a deslocarem o rebanho das montanhas (área B) para as planícies (área A). b Considerando a reordenação territorial do campo brasi- leiro, o Oeste Catarinense, o Noroeste do Rio Grande do Sul e o Sudoeste do Paraná, [sic, vírgula indevida] constituem uma região de pequenas e médias proprie- dades, as quais, a) seguindo a tradição dos colonizadores europeus, de- dicam-se à produção de alimentos para o autocon- sumo. b) subordinadas às grandes empresas agropecuárias pelo sistema de integração, registram a maior criação de suínos e aves no país. c) estimuladas pelo crescimento das indústrias têxteis 02 conceito meses desloca- predominantes mentos a) transumância maio a agosto C para B b) aclimatação novembro a março A para B c) aclimatação novembro a março C para B d) transumância novembro a março B para A e) aclimatação maio a agosto A para B 01 Geografia d A Itália é um dos países mais industrializados da União Européia. Em seu território, a região que concentra maior atividade fabril é a) o Vale do Ádige, próximo a Verona e Veneza. b) o Vale do Tibre, na região de Roma. c) a Sicília, em Messina e Catânia. d) o Vale do Pó, principalmente entre Turim e Milão. e) a Campânia, em torno de Nápoles e Salerno. Resolução A Itália do Norte, Vale do Rio Pó, constitui a porção mais industrializada do país. Destacam-se grandes centros fabris, tais como Turim, Milão, Gênova e Bérgamo, favorecidos pela energia que vem dos Alpes, por solo fértil, por agricultura mecanizada e por grande concen- tração urbana e demográfica. Essas condições con- trastam com as da porção Sul, o Mezzogiorno, mais tradicional e agrário, que constitui uma área de evasão populacional. c Quanto às formas de relevo, as Américas do Norte e do Sul apresentam, em comum, a predominância de: a) cadeias montanhosas do terciário a oeste e planícies sedimentares a leste. b) grandes planícies sedimentares na porção central e dobramentos recentes na porção oriental. c) cadeias montanhosas do terciário a oeste e planaltos antigos a leste. d) grandes planícies sedimentares na porção central e planaltos erodidos na porção ocidental. e) escudos cristalinos a oeste e planaltos antigos a leste. Resolução Tanto a América do Norte quanto a América do Sul apresentam relevo montanhoso (cenozóico) recente na fachada do Pacífico, enquanto na porção leste do conti- nente estão os planaltos antigos, desgastados e aplainados por intenso processo erosivo. b A rede hidrográfica brasileira, utilizada para os trans- portes fluviais, a) é bem distribuída e apresenta um alto potencial de navegação no sudeste, especialmente na sua porção centro-oriental. b) é distribuída desigualmente pelo país, estando o maior potencial navegável localizado perifericamente às áreas de economia mais avançada. c) apresenta um potencial de navegação que coincide com as áreas de maior exploração de hidroeletricida- de. d) apresenta suas principais bacias voltadas para o Atlântico Sul nas costas orientais brasileiras, facilitan- do os transportes com o interior. e) é rica em interligações por canais fluviais que facili- tam os transportes entre as bacias do rio São Fran- cisco e do Paraná. 06 05 04 ResoluçãoA principal bacia hidrográfica navegável do Brasil, a Ba- cia Amazônica, encontra-se na Região Norte do Brasil, que reconhecidamente apresenta uma economia pri- mária. O mesmo se dá com o Rio Paraguai, no Pantanal Mato-Grossense, um rio navegável, mas distante dos centros industriais. Na Região Sudeste, os rios da Bacia do Paraná são encachoeirados, obrigando à construção de canais e eclusas. Os investimentos em transportes fluviais são, entretanto, baixos, tendo em vista a pres- são da indústria automobilística, que faz que essa forma de transporte seja relegada a segundo plano. b Analisando as transformações ocorridas na ex-URSS, pode-se considerar que a Federação Russa a) atrai maciços investimentos estrangeiros, devido ao seu elevado ritmo de crescimento econômico. b) tem dificuldade em transferir a tecnologia desen- volvida no setor militar para a produção industrial do setor civil da economia. c) ainda figura entre as cinco maiores potências econômicas do globo, em razão de sua moderna agri- cultura destinada à exportação. d) completou o processo de privatização no país, por- que suas empresas estatais eram rentáveis e com- petitivas no mercado. e) conseguiu construir sua identidade nacional, com a saída das demais repúblicas que constituíam a URSS. Resolução Durante os últimos anos de funcionamento do sistema socialista, ocorreu estagnação do desenvolvimento tec- nológico da URSS. Tal estagnação só não atingiu a in- dústria bélica, que se desenvolveu na sua plenitude, principalmente na construção de mísseis nucleares. O fim da URSS não marcou, entretanto, a transferência da tecnologia militar para o setor civil, talvez pelo grau de desestruturação por que passou a economia na transi- ção do socialismo ao capitalismo. Havia temores de que essa tecnologia pudesse cair em mãos pouco escrupulosas, como as de terroristas internacionais. e A divisão do território brasileiro em 3 grandes comple- xos regionais – Amazônia, Nordeste e Centro-Sul – tem a vantagem de caracterizar a) a Amazônia, com seus recursos explorados a partir de um planejamento global do Estado. b) o Nordeste, como um pólo de atração demográfica, em decorrência do turismo. c) o Centro-Sul, como região socioeconômica de poucos contrastes internos. d) a homogeneidade econômica no interior de cada complexo, do ponto de vista agropecuário. e) a espacialidade do processo socioeconômico, con- siderando a gênese histórica de cada complexo. Resolução O processo histórico de ocupação do território brasileiro ocorreu com o desenvolvimento e a diversificação da ocupação econômica e social, e processou-se de forma desigual em cada área do país, produzindo complexos 08 07 2CURSO OBJETIVO FUVEST 1998 d) I. desertificação/intemperismo químico II. política agrária inadequada/culturas comerciais e) I. erosão/desertificação II. expansão de latifúndios/pastagens intensivas Resolução O deserto do Saara avança naturalmente para o sul e sudeste do continente africano, formando uma região de transição denominada Sahel, marcada pela deserti- ficação das áreas atingidas pelo processo. Além do fato de ser um processo natural, a má utilização do solo, devida a políticas agrícolas inadequadas, resul- tantes do subdesenvolvimento generalizado no conti- nente, contribui para aumentar os seus efeitos, degradando o meio ambiente. c “A terra atrai irresistivelmente o homem, arrebatando- o na própria correnteza dos rios (…) do Iguaçu ao Tietê, traçando originalíssima rede hidrográfica (…). Rasgam facilmente aqueles estratos em traçados uniformes, sem talvegues deprimidos e dão ao conjunto dos ter- renos (…) a feição de largos plainos ondulados, desme- didos”. Adapt. de Euclides da Cunha, Os Sertões. Os termos sublinhados referem-se, respectivamente, a) aos rios que correm de leste para oeste, devido à localização dos divisores de água; / à ausência de montanhas dobradas no relevo brasileiro. b) às Sete Quedas, que desapareceram com a cons- trução de Itaipu; / às margens largas das planícies sedimentares. c) aos rios que correm de leste para oeste, devido à localização dos divisores de água; / à linha de maior profundidade no leito fluvial. d) às Sete Quedas, que desapareceram com a cons- trução de Itaipu; / à linha de maior profundidade no leito fluvial. e) aos rios de planalto que servem tanto para a nave- gação como para gerar energia; / à ausência de mon- tanhas dobradas no relevo brasileiro. Resolução O texto de Euclides da Cunha destaca a “originalíssima rede hidrográfica”, pois os rios das regiões Sul e Sudes- te correm em direção ao interior (oeste), desembocan- do no Rio Paraná, quando seria de esperar que cor- ressem em direção ao litoral. Isso se deve ao fato de que o divisor de águas (o topo dos Planaltos e Serras do Atlântico Leste e Sudeste) se encontra, na sua maior altitude, na porção leste, bem próxima à linha litorânea, e sua inclinação se faz em direção ao interior. Devido à formação geológica, o talvegue (a linha de maior pro- fundidade no leito fluvial) aparece em “largos plainos” que não se apresentam encaixados em vales profundos. 16 b Observe a figura acima para assinalar a alternativa que completa, na seqüência correta, as lacunas do texto. O eixo X–Z caracteriza um processo de _____ entre dois pólos regionais, que são _____ e _____, delineando uma provável _____. A Rodovia _____, assinalada pela letra Y, representa uma das ligações desse eixo com a Grande São Paulo. a) Urbanização/Guarulhos/Osasco/desconcentração in- dustrial/Via Dutra. b) Conurbação/Campinas/Sorocaba/região metropolita- na/Castelo Branco. c) Urbanização/Ribeirão Preto/Piracicaba/concentração fundiária/Anhangüera-Bandeirantes. d) Conurbação/Osasco/Campinas/expansão industri- al/Santos Dumont. e) Metropolização/Ribeirão Preto/Sorocaba/mancha ur- bana/Castelo Branco. Resolução Tomando-se como referência as cidades de Indaiatuba, Salto e Itu, o candidato poderia concluir tratar-se do eixo urbano-industrial entre Sorocaba e Campinas, que através da Rodovia Castelo Branco liga-se à região metropolitana da Grande São Paulo. A conurbação dessa área deve-se à fuga das atividades industriais e dos serviços da já saturada metrópole paulista. e18 17 5CURSO OBJETIVO FUVEST 1998 Identifique a região industrial que antes de 1997 já era responsável por 30% das exportações do país. Atualmente, com a passagem de Hong Kong para a administração chinesa, a importância dessa região aumentou consideravelmente. Trata-se da região: a) I b) II c) III d) IV e) V Resolução Apesar da questão referir-se a Hong Kong, a resolução só seria possível com o conhecimento da cartografia do espaço chinês. O sudeste da República Popular da China abrange a província de Cantão (Guandong). Esta, mesmo antes da devolução de Hong Kong à R. P. China pela Inglaterra, em julho deste ano, já era uma região economicamente muito dinâmica, configurando a sua ZEEs (zona Econômica Especial) como um novo “tigre asiático” no contexto econômico da Bacia do Pacífico. a A produção de uva na região Nordeste tem localização definida e características que a diferenciam das tradi- cionais plantações da Região Sul brasileira. Apresenta: a) irrigação sistemática, temperatura pouco variável e localização no médio São Francisco, principalmente em Petrolina (PE) e Juazeiro (BA). b) irrigação esporádica, temperatura pouco variável e localização em áreas de maior altitude como a Chapada Diamantina (BA) e Borborema (PB). c) irrigação sistemática, temperatura mais baixa decor- rente de maiores altitudes locais, especialmente em Vitória da Conquista (BA) e Garanhuns (PE). d) irrigação esporádica, temperatura mais baixa decor- rente de áreas de maiores altitudes, localizando-se principalmente em Vitória da Conquista (BA) e Garanhuns (PE). e) irrigação sistemática, temperatura pouco variável decorrente da proximidade do litoral, especialmente em Ilhéus/Itabuna (BA) e Garanhuns (PE). Resolução O vale médio do Rio São Francisco surgiu como uma nova opção para o plantio de uvas por apresentar algu- mas condições semelhantes às encontradas nas regiões mediterrâneas: solo ácido, temperatura pouco variável (o que permite estabilidade para o crescimento da planta) e contínua possibilidade de irrigação, pois o Rio São Francisco é perene. A região que se encontra entre Petrolina (PE) e Juazeiro (BA), em pleno Sertão do Nordeste, torna-se, assim, uma região exportadora de frutas, com destaque para a viticultura. 19 d Distribuição da População Rural e Urbana – Brasil – 1940/1991 Ano Urbana % Rural % 1940 31,23 68,77 1950 36,16 63,84 1960 44,67 55,33 1970 55,92 44,08 1980 67,60 32,40 1991 75,47 24,53 Fonte: IBGE/1991 Assinale a alternativa que explica a tabela acima: a) Devido à grande industrialização nas cidades, o perío- do de 1940-1950 registrou as maiores taxas de crescimento da população urbana. b) O intenso processo de modernização do campo explica o acentuado esvaziamento da população rural entre 1950-1960. c) A forte industrialização registrada, no campo e na cidade, explica as taxas iguais de crescimento da população urbana e rural entre 1950-1960. d) Após 1950, o processo de industrialização gerou forte migração da população do campo para a cidade, praticamente invertendo sua distribuição no final dos anos 80. e) O avanço da industrialização no campo, interrompido nas duas últimas décadas, justifica a redução, pela metade, da população rural. Resolução As políticas de industrialização implementadas pelos governos Getúlio Vargas e JK promoveram a acelerada urbanização do país, através de um modelo caracteriza- do pela intensa metropolização, o que justifica a re- volução urbana sofrida pelo país nas últimas décadas. A alternativa D, portanto, expressa de forma correta esse raciocínio, ao caracterizar o período pós-50 como o momento que associa a indústria ao movimento migratório. 20 6CURSO OBJETIVO FUVEST 1998 pa ul o 1CURSO OBJETIVO FUVEST 1998 desemprego, e dando origem, no campo, a um processo de concentração fundiária e êxodo rural. Como o exército romano ainda não passara pela reforma de Mário, que iria profissionalizá-lo (104), a massa dos soldados de origem camponesa constituía um perigoso foco de tensões, pela situação de miséria em que vivia. Assim, os tribunos Tibério e Caio Graco propuseram, entre outras providências, a distribuição de terras públicas aos plebeus. Mas suas propostas foram rejeitadas pelo Senado. Este representava os interesses dos grandes proprietários patrícios, cujos interesses, no aspecto agrário, coincidiam com o dos eqüestres ou homens novos. b “Assim, pois, a cidade de Deus que é tomada como una, na realidade tripla. Alguns rezam, outros lutam, outros trabalham. As três ordens vivem juntas e não podem ser separadas. Os serviços de cada uma dessas ordens permitem os trabalhos das outras duas e cada uma por sua vez presta apoio às demais”. O trecho acima, escrito em 998 d.C., representa a) um ataque à representação do Deus uno, defendida pelos monofisistas. b) uma justificativa funcional das diferenças sociais no mundo medieval. c) um retorno às concepções de Santo Agostinho, que opunha à cidade de Deus a cidade dos homens. d) uma descrição da estrutura social de Roma, sede do papado e considerada a cidade de Deus. e) uma crítica à desigualdade entre os homens, pois estes são considerados iguais perante Deus. Resolução A Igreja Católica, ao se entrosar com o sistema feudal surgido na Alta Idade Média, procurou dar-lhe uma justificativa ideológica. Assim, os três estamentos básicos da sociedade medieval – clero, nobreza e servos – teriam atribuições específicas e complementares, de forma a constituir um todo harmônico e indissociável: ”uns rezam, outros lutam, outros trabalham.” A base teórica é proporcionada pela unicidade e perfeição da Santíssima Trindade, constituída de três pessoas distintas: Pai, Filho e Espírito Santo – dogma fundamental da religião católica. d Durante muito tempo desconhecidos na Europa medieval, os textos de Aristóteles se difundiram a partir do século XII. Suas obras chegaram ao ocidente europeu por intermédio a) de manuscritos gregos, preservados na Biblioteca do Vaticano e, durante longo tempo, mantidos em segredo pela Igreja. b) dos monges beneditinos da Europa continental, que preservaram a cultura clássica em seus mosteiros. 24 23 b A partir do III milênio a. C. desenvolveram-se, nos vales dos grandes rios do Oriente Próximo, como o Nilo, o Tigre e o Eufrates, estados teocráticos, fortemente organizados e centralizados e com extensa burocracia. Uma explicação para seu surgimento é a) a revolta dos camponeses e a insurreição dos artesãos nas cidades, que só puderam ser contidas pela imposição dos governos autoritários. b) a necessidade de coordenar o trabalho de grandes contingentes humanos, para realizar obras de irrigação. c) a influência das grandes civilizações do Extremo Oriente, que chegou ao Oriente Próximo através das caravanas de seda. d) a expansão das religiões monoteístas, que fundamentavam o caráter divino da realeza e o poder absoluto do monarca. e) a introdução de instrumentos de ferro e a conseqüente revolução tecnológica, que transformou a agricultura dos vales e levou à centralização do poder. Resolução A organização do Estado na Antigüidade Ocidental permitiu a uma elite controlar os recursos econômicos, a terra e a utilização das águas, uma vez que os conhecimentos técnicos do período eram monopolizados pelo Estado. Este os utilizava como forma de controle sobre os camponeses, reforçando seu domínio por meio da religião e dos sacerdotes, os quais mediavam a influência dos deuses no processo das cheias e da fertilização do solo. e Nas últimas décadas do século II a.C., os irmãos Tibério e Caio Graco propuseram um extenso programa de reformas políticas e sociais na cidade de Roma. O principal objetivo das reformas era a) garantir a igualdade política e jurídica entre patrícios e plebeus, através da criação de magistraturas plebéias. b) controlar a inflação e a crise econômica que assolava o mundo romano. c) combater o militarismo da elite dirigente romana e a concentração de riquezas nas mãos dos generais. d) promover a democracia plena, através da extensão do direito de voto às mulheres e analfabetos. e) fortalecer a população camponesa, que compunha a base do exército republicano, através da distribuição de terras. Resolução A expansão romana no Mediterrâneo aumentou extraordinariamente o número de escravos, provocando a marginalização da plebe, devido ao 22 21 História c) a criação de um sistema de intendências e a formação de companhias privilegiadas. d) a subordinação da Igreja ao Estado e a permissão para o surgimento da imprensa. e) o fometo às atividades manufatureiras na colônia e o combate aos espanhóis no sul. Resolução Como representante típico do despotismo esclarecido, o marquês de Pombal, primeiro-ministro de D. José I (1750-77), assumiu uma postura antijesuítica, expulsando de Portugal e colônias a Companhia de Jesus. Quanto à proibição de escravizar os índios e à equiparação dos mesmos aos demais habitantes da Colônia, Pombal objetivava, com tais medidas, reforçar os contingentes militares envolvidos nas guerras do Sul. c Podemos afirmar que tanto na Revolução Pernambucana de 1817, quanto na Confederação do Equador de 1824, a) o descontentamento com as barreiras econômicas vigentes foi decisivo para a eclosão dos movimentos. b) os proprietários rurais e os comerciantes monopolistas estavam entre as principais lideranças dos movimentos. c) a proposta de uma república era acompanhada de um forte sentimento anti-lusitano [sic, hífen indevido]. d) a abolição imediata da escravidão constituía-se numa de suas principais bandeiras. e) a luta armada ficou restrita ao espaço urbano de Recife, não se espalhando pelo interior. Resolução Todas as grandes rebeliões originadas em Pernambuco (Revolução de 1817, Confederação do Equador de 1824 e também a Revolução Praieira de 1848) no século XIX tiveram caráter republicano, federalista, liberal e anti- lusitano (neste último caso, refletiam a aversão aos comerciantes portugueses do Recife, herdada da Guerra dos Mascates). e No tocante à economia açucareira do Brasil, ao longo do século XIX, podemos afirmar que a) praticamente desapareceu, pois o café se tornou o produto quase exclusivo das exportações. b) regrediu consideravelmente devido à concorrência norte-americana e à introdução do açúcar de beterraba na Europa. c) conheceu um relativo renascimento, graças ao fim da exploração em grande escala de metais preciosos que drenava todos os recursos. d) ficou estagnada, acompanhando o baixo nível das atividades econômicas em declínio, após o fim da exploração de metais preciosos em grande escala. e) regrediu consideravelmente devido à concorrência antilhana e à introdução de açúcar de beterraba na Europa. Resolução Durante o século XIX, a economia açucareira, assim co- mo todo o conjunto da lavoura tradicional brasileira (taba- 34 33 co, algodão e outros gêneros), foi marcada pela estagna- ção. Esse quadro pode ser explicado pelos efeitos da concorrência dos produtos antilhanos e pela intensifica- ção do uso do açúcar de beterraba na Europa. Obs.: A produção do açúcar de beterraba na Europa re- monta à terceira década do século XVIII. Portanto, não se pode falar em introdução do produto “ao longo do sé- culo XIX”. e A descentralização política do Brasil, no período regencial, resultou em: a) deslocamento das atividades econômicas para a região centro-sul, através de medidas de favorecimento tributário. b) ampla autonomia das províncias, de acordo com um modelo que veio a ser adotado, mais tarde, pela Constituição de 1891. c) revoluções e movimentos sediciosos, que exigiam um modelo centralizador, em benefício das várias regiões do país. d) revoluções e movimentos sediciosos, exigindo que o futuro D. Pedro II assumisse o trono para reduzir a influência do chamado “partido português”. e) autonomia relativa das províncias, favorecendo o poder das elites regionais mais significativas. Resolução A relativa descentralização política do Brasil, no Período Regencial (1831-40), foi legitimada pelo Ato Adicional de 12 de agosto de 1834, que concedeu autonomia às províncias, ao criar as Assembléias Legislativas Provinciais. Com essa medida, o governo regencial (controlado pelos liberais moderados) visava atender aos interesses das “elites regionais mais significativas”, representadas pelos liberais exaltados. c Sobre a dívida pública externa do Brasil independente, é certo afirmar que começou a ser contraída a) nos primeiros anos da República, por iniciativa do Ministro da Fazenda Ruy Barbosa, preocupado com a escassez monetária. b) por ocasião da Guerra do Paraguai, para financiar os enormes gastos decorrentes do conflito. c) logo após a Independência, destinando-se o primeiro empréstimo a indenizar Portugal pela perda da colônia. d) quando se implantaram os primeiros planos de va- lorização do café, a partir do convênio firmado em Taubaté, em 1906. e) logo após a Revolução de 1930, a fim de se enfrentar o abalo financeiro resultante da crise de 1929. Resolução A história da divida externa brasileira tem sua origem logo após a Independência. Para ter sua emancipação reconhecida por Portugal, o Brasil pagou à ex-metrópole 2 milhões de libras esterlinas, emprestadas pela Inglaterra. Aquele valor correspondia a parte da divida externa de Portugal para com a própria Inglaterra (1,4 milhão de libras) e a uma indenização pela perda das propriedades de D. João VI no Brasil. Note-se que todas 36 35 4CURSO OBJETIVO FUVEST 1998 pa ul o essas negociações foram intermediadas pelos ingleses. b Sobre a constituição de 1891 no Brasil, podemos afirmar que foi a) parlamentarista e liberal. b) presidencialista e laica. c) centralizadora e liberal. d) positivista e laica. e) presidencialista e positivista. Resolução A primeira Constituição Republicana no Brasil, promulgada em 1891, adotou o modelo presidencialista e federalista dos EUA. Ao separar a Igreja do Estado, e estabelecer a liberdade de cultos, a Constituição de 1891 caracterizou-se como “presidencialista e laica” (isto é, sem vínculos com a Igreja). e A política internacional do regime Vargas, entre 1930- 1945, pode ser definida como de: a) tentativa de formação de um pacto de aliança com os demais países da América Latina, visando a garantir a neutralidade da região. b) apoio à Alemanha, pelas afinidades do regime com o nazi-fascismo. c) aproximação com os Estados Unidos porque este país era a potência hegemônica nas Américas. d) desinteresse pelas relações internacionais, pois o Brasil buscava firmar o processo de industrialização, voltado para o mercado interno. e) oscilação entre a Alemanha e as nações democráticas até optar pelas últimas. Resolução O Estado Novo (1937-45) implantado por Getúlio Vargas, por ter algumas características de cunho fascista, tendeu a aproximar-se da Alemanha Nazista. Entretanto, devido à dependência econômica em relação aos Estados Unidos, o Brasil permaneceu neutro no início da Segunda Guerra Mundial, oscilando entre manifestações de apoio ora ao Eixo, ora aos aliados. Entretanto, em 1942, crescentemente comprometido com os EUA, que financiariam a construção da Usina de Volta Redonda, o governo Vargas declarou guerra à Alemanha, alegando estar reagindo ao torpedeamento de navios brasileiros por submarinos alemães. d A campanha eleitoral de Fernando Collor de Mello baseou-se, essencialmente, no tema da moralização administrativa e política. Que outro candidato à Presidência da República explorou, com preferência, a mesma temática? a) Eurico Gaspar Dutra. b) Fernando Henrique Cardoso. c) Tancredo Neves. d) Jânio Quadros. e) Getúlio Vargas. Resolução 39 38 37 O pseudo-moralismo da campanha eleitoral de Jânio Quadros encontra-se também na campanha de Fernando Collor de Mello, já que ambos se caracterizavam por uma retórica populista. O primeiro, com a campanha do “tostão contra o milhão”, tinha a “vassoura” como símbolo do combate à corrupção. O segundo destacou-se pelo combate aos “marajás” e aos velhos políticos e seus partidos. É interessante lembrar que Jânio Quadros renunciou após alguns meses de governo e Collor renunciou para não sofrer “impeachment”, em razão de vários escândalos de corrupção envolvendo seu governo. d Acerca da década de 1980 no Brasil, podemos afirmar, do ponto de vista econômico, que foi um período a) de grande expansão, embora fortemente perturbado pelas incertezas quanto à consolidação da democracia. b) de forte desenvolvimento da indústria, ainda que não acompanhado por outros setores da economia. c) de recomposição da mão de obra [ sic, ausência de hifens ], como resultado do declínio das migrações. d) de recessão das atividades econômicas, tanto que muitos o consideram uma década perdida. e) de ampla abertura ao capital estrangeiro, propiciando por essa via o aumento do produto interno bruto. Resolução Devido à crise do modelo econômico estabelecido pelos primeiros governos militares (notadamente o go- verno Médici, durante o chamado “Milagre Brasileiro”) e ao enorme crescimento da dívida externa, muitos economistas e políticos passaram a se referir à década de 1980 como a “década perdida” para a economia brasileira (o que abrange os governos Figueiredo e Sarney). Momentos significativos do período foram a quebra do sistema bancário brasileiro no Exterior (1982) e os sucessivos planos econômicos do governo Sarney – Cruzado I e II, Bresser e Verão – podendo-se acrescentar-lhes o Plano Collor I, no início de 1990. 40 5CURSO OBJETIVO FUVEST 1998 pa ul o 1CURSO OBJETIVO FUVEST 1998 a Um cromossomo é formado por uma longa molécula de DNA associada a proteínas. Isso permite afirmar que o núcleo de uma célula somática humana em …A… pos- sui …B… moléculas de DNA. Qual das alternativas indi- ca os termos que substituem corretamente as letras A e B? a) A = início de intérfase (G1); B = 46. b) A = fim da intérfase (G2); B = 23. c) A = início de mitose (prófase); B = 46. d) A = fim de mitose (telófase); B = 23. e) A = qualquer fase do ciclo celular; B = 92. Resolução Durante a intérfase, intervalo entre divisões celulares (mitose ou meiose), encontram-se no núcleo das célu- las somáticas 46 cromossomos (2n = 46). d Pontas de raízes são utilizadas para o estudo dos cro- mossomos de plantas por apresentarem células a) com cromossos gigantes do tipo politênico. b) com grande número de mitocôndrias. c) dotadas de nucléolos bem desenvolvidos. d) em divisão mitótica. e) em processo de diferenciação. Resolução As pontas das raízes apresentam tecidos meristemáti- cos cujas células multiplicam-se por mitoses, garantin- do o crescimento. e Está presente na célula bacteriana: a) aparelho de Golgi. b) carioteca. c) mitocôndria. d) retículo endoplasmático. e) ribossomo. Resolução Bactérias são procariontes, portanto o único organóide citoplasmático presente é o ribossomo. e Nas grandes árvores, a seiva bruta sobe pelos vasos lenhosos, desde as raízes até as folhas, a) bombeada por contrações rítmicas das paredes dos vasos. b) apenas por capilaridade. c) impulsionada pela pressão positiva da raiz. d) por diferença de pressão osmótica entre as células da raiz e as do caule. 66 65 64 63b Considere as seguintes informações: I. A bactéria Nitrosomonas europaea obtém a energia necessária a seu metabolismo a partir da reação de oxidação de amônia a nitrito. II. A bactéria Escherichia coli obtém a energia ne- cessária a seu metabolismo a partir da respiração aeróbica ou da fermentação. III. A bactéria Halobacterium halobium obtém a energia necessária a seu metabolismo a partir da luz capta- da por um pigmento chamado rodopsina bacteriana. Com base nessas informações, Nitrosomonas europaea, Escherichia coli e Halobacterium halobium podem ser classificados, respectivamente, como orga- nismos a) autotróficos; autotróficos; autotróficos. b) autotróficos; heterotróficos; autotróficos. c) autotróficos; autotróficos; heterotróficos. d) autotróficos; heterotróficos; heterotróficos. e) heterotróficos; autotróficos; heterotróficos. Resolução A bactéria Nitrosomonas europaea realiza quimiossín- tese, sendo portanto autótrofa. A Escherichia coli obtém energia através da respiração e fermentação, o que a caracteriza como heterótrofa. A Halobacterium halobium realiza fotossíntese, podendo assim ser classificada como autótrofa. d Leia o texto a seguir, escrito por Jöns Jacob Berzelius em 1828. “Existem razões para supor que, nos ani- mais e nas plantas, ocorrem milhares de processos catalíticos nos líquidos do cor- po e nos tecidos. Tudo indica que, no fu- turo, descobriremos que a capacidade de os organismos vivos produzirem os mais variados tipos de compostos químicos re- side no poder catalítico de seus tecidos.” A previsão de Berzelius estava correta, e hoje sabemos que o “poder catalítico” mencionado no texto deve-se a) aos ácidos nucléicos. b) aos carboidratos. c) aos lipídios. d) às proteínas. e) às vitaminas. Resolução As enzimas são proteínas produzidas pelos ribossomos por comando genético. Toda enzima é uma proteína. Ela atua como catalisador orgânico, diminuindo a energia de ativação. As enzimas são indispensáveis à vida. 62 61 Biologia a) A pode ser uma barata e B pode ser um peixe. b) A pode ser um gafanhoto e B pode ser um mexilhão. c) A pode ser um caracol e B pode ser uma mariposa. d) A pode ser uma minhoca e B pode ser uma aranha. e) A pode ser uma aranha e B pode ser uma planária. Resolução O animal A pode ser um inseto, exemplo gafanhoto, porque apresenta sistema circulatório aberto e respi- ração traqueal. O animal B pode ser um mexilhão, porque apresenta sistema circulatório aberto e respiração branquial. e No curso da evolução, os primeiros vertebrados a con- quistar efetivamente o ambiente terrestre foram a) os anfíbios, cujos adultos respiravam por pulmões. b) as aves, que podiam voar por grandes distâncias sobre os continentes. c) os mamíferos marsupiais, cujos embriões se desen- volviam em uma bolsa de pele na barriga da mãe. d) os mamíferos placentários, cujos embriões se desenvolviam no útero materno. e) os répteis, cujos ovos podiam desenvolver-se fora do ambiente aquático. Resolução Os répteis foram os primeiros vertebrados a conquistar efetivamente o ambiente terrestre, porque possuem, além de outras adaptações, ovo com: a) casca calcária; b) âmnion; c) alantóide. COMENTÁRIO Para um aluno bem preparado a prova de Biologia foi relativamente fácil, por abordar apenas conceitos fun- damentais e até clássicos da Biologia. As questões, redigidas com enunciados claros, exigiam respostas imediatas e objetivas. Enfim, o nível da prova foi condi- zente com a sua finalidade, ou seja, selecionar candida- tos de várias áreas numa avaliação de conhecimentos gerais. 80 4CURSO OBJETIVO FUVEST 1998 1CURSO OBJETIVO FUVEST 1998 proa, e vai partir no mar de chuva.” Resolução Gradação crescente ou gradação em clímax corres- ponde a enumeração em que os elementos que se sucedem vão-se tornando mais intensos quanto a algum aspecto de sua significação. Na enumeração constante da alternativa a, a sucessão das ações indica, a cada novo elemento, um comportamento mais enfáti- co, mais forte ou intenso por parte do narrador. Assim, entende-se, do contexto da frase, que “chia com mais força” < “estala” < “raiveja” < “grunhe”. c No excerto, o narrador propõe um percurso metafórico que vai do aquecimento da casa à imagem da partida de um barco. O segmento em que se reforça e se explicita essa pas- sagem do plano literal ao metafórico é: a) “...numa delicadeza de guache.” b) “...todas as minhas chaminés devem estar fumegan- do com seus penachos brancos na noite escura...” c) “...não é a lenha do fogo, é toda a minha fragata velha que estala de popa a proa...” d) “... e vai partir no mar de chuva.” e) “Dentro, leva cálidos corações.” Resolução Na alternativa c, o autor nega que o que contou se limi- te ao sentido literal do relato (“não é a lenha do fogo”), estendendo o âmbito de significação através da metá- fora da “fragata velha”. c A mesma relação semântica assinalada pela conjunção e na frase “Detenho-me diante de uma lareira e olho o fogo” encontra-se também em: a) E, a cada dia, você tem mais lugares onde pode con- tar com a comodidade de pagar suas despesas com cartões de crédito. b) Realizada pela primeira vez em outubro do ano pas- sado, a Semana de Arte e Cultura da USP tenta con- quistar seu espaço na agenda cultural de São Paulo. c) Carro quebra no meio da estrada e casal pede ajuda a um motorista que passa pelo local. d) Quisera falar com o ladrão, e nada fizera. e) E seu irmão Dito é o dono daqui? Resolução Na frase proposta no enunciado, a conjunção e tem valor aditivo, acrescentando uma informação ao que fora expresso na oração anterior. A mesma relação ocorre em ”carro quebra no meio da estrada e casal pede ajuda a um motorista que passa pelo local.” b (oficial) – sugere-se anulação A Casa não passava, bem dizer, de uma casa-rancho. A 05 04 03 Texto para as questões 01 a 04 Detenho-me diante de uma lareira e olho o fogo. É gordo e vermelho, como nas pinturas antigas; remexo as brasas com o ferro, baixo um pouco a tampa de metal e então ele chia com mais força, estala, raiveja, grunhe. Abro: mais intensos clarões vermelhos lambem o grande quarto e a grande cômoda velha parece regozijar-se ao receber a luz desse honesto fogo. Há chamas douradas, pinceladas azuis, brasas rubras e outras cor-de-rosa, numa delicadeza de guache. Lá no alto, todas as minhas chaminés devem estar fumegando com seus penachos brancos na noite escura; não é a lenha do fogo, é toda a minha fragata velha que estala de popa a proa, e vai partir no mar de chuva. Dentro, leva cálidos corações. (Rubem Braga) e Em relação ao texto, a única afirmação que NÃO está correta é: a) Nos dois primeiros períodos, o fenômeno da repeti- ção é rigorosamente controlado pelo narrador, sobre- tudo por meio do recurso da elipse. b) Na expressão “ele chia”, o narrador explicitou o pro- nome para estabelecer, com maior precisão, a rela- ção entre a ação expressa pelo verbo chiar e “fogo”, atrás referido. c) No segundo e terceiro períodos, a coerência entre as ações do narrador e as ações atribuídas a “fogo” é estabelecida por meio de relações de causa e con- seqüência. d) Em “Abro”, estão subentendidos eu e tampa de metal. e) Os dois pontos utilizados após “Abro” permitem introduzir o complemento da ação de abrir. Resolução Os dois pontos não são usados para introduzir o com- plemento de abro, mas sim o que se segue a esse ato. O complemento “tampa de metal” está expresso ante- riormente e fica subetendido. a Há uma gradação crescente em: a) “...e então ele chia com mais força, estala, raiveja, grunhe.” b) “...mais intensos clarões lambem o grande quar- to...” c) “Há chamas douradas, pinceladas azuis, brasas rubras e outras cor-de-rosa, numa delicadeza de guache.” d) “Lá no alto, todas as minhas chaminés devem estar fumegando com seus penachos brancos na noite escura... .” e) “...é toda a minha fragata velha que estala de popa a 02 01 Português rebaixa – um alpendre cercado–; o rancho de carros-de- boi; outros ranchos; outras casinhas; outros rústicos pavilhões. A apresentação de elementos descritivos estáticos, por meio de frases nominais, ocorre também em: a) Convidei-o silenciosamente olhando uma janela por onde se viam, sobre livros de escrituração, as suíças brancas e os óculos de seu Ribeiro. b) E mestre Caetano gemendo no catre, recebia todas as semanas um dinheirão de Madalena. Visitas, remédios de farmácia, galinhas. c) E tu falavas de um amor celeste, De um anjo, que depois se fez esposa... d) Pera aquele fogo ardente, que nom temeste vivendo. e) Projetava-se nela a imagem de mulher poderosa e humilde ao mesmo tempo. Resolução É de lamentar que, numa prova sensata e equilibrada como a presente, tenha, ao que tudo indica, escapado à atenção da banca examinadora uma questão impre- cisa como esta. Na verdade, o texto da alternativa b, dada como correta, não é descritivo, mas sim narrativo. As frases nominais (“Visitas, remédios de farmácia, gal- inhas”) enumeram, ao que o contexto sugere, ações, não características de algum objeto (qual?). Tratar-se-ia, portanto, de elementos coordenados a “dinheirão” e, pois, complementos de “recebia”. A presença do ad- junto adverbial de tempo, “todas as semanas”, reforça o caráter narrativo do trecho. Repitamos: se a enumeração “visitas, remédios de far- mácia, galinhas” for tomada como descritiva, será des- crição de qual elemento do texto? Texto para as questões 06, 07 e 08 Olhava mais era para Mãe. Drelina era bonita, a Chica, Tomezinho. Sorriu para Tio Terêz: – “Tio Terêz, o senhor parece com Pai...” Todos choravam. O doutor limpou a goela, disse: – “Não sei, quando eu tiro esses óculos, tão fortes, até meus olhos se enchem d’água...” Miguilim entregou a ele os óculos outra vez. Um soluçozinho veio. Dito e a Cuca Pingo-de-Ouro. E o Pai. Sempre alegre, Miguilim... Sempre alegre, Miguilim... Nem sabia o que era alegria e tristeza. Mãe o beijava. A Rosa punha-lhe doces-de-leite nas algibeiras, para a viagem. Papaco-o-Paco falava, alto, falava. a “Não sei, quando eu tiro esses óculos, tão fortes, até meus olhos se enchem d’água...” O valor semântico de até coincide com o do texto em: a) Me disseram que na casa dele até cachorro sabe padre-nosso. b) Bebeu uma bagaceira, saiu para a rua, sob a chuva intensa, andou até a segunda esquina, atravessou a avenida... . c) Até então, ele não inquietava os investidores, uma vez que era utilizado para financiar investimentos. d) Não sei se poderei esperar até a próxima semana. e) Foi até a sala e retornou. 06 Resolução Até, no texto, indica inclusão. Equivale a também, inclu- sive. O mesmo valor ocorre em “... na casa dele até cachorro sabe padre-nosso.”Em b e e, até indica limite no espaço e, em c e d indica limite no tempo. a Do ponto de vista do estilo e da relação deste com o sentido, esse trecho caracteriza-se a) pela sucessão de frases curtas e entrecortadas, que mimetizam o ritmo da emoção implicada na cena. b) pela conjunção de narrador em primeira pessoa e em terceira pessoa, interligando solidamente emissor e receptor. c) pelo recurso intensivo às figuras de linguagem, com predomínio das metáforas sobre as metonímias – o que potencia o teor simbólico do texto. d) pelo predomínio da função emotiva sobre as funções poética e conativa, o que gera a força encantatória própria do texto. e) pela dominância da adjetivação afetiva, que traz à tona e potencia a emoção própria da cena. Resolução A emoção da cena é representada “discretamente”, isto é, por sinais separados, que se configuram na “su- cessão de frases curtas e entrecortadas” que sugerem a situação de forma mimética (imitativa). d Neste trecho de Campo Geral, de Guimarães Rosa, as expressões grifadas pelo autor retomam, ao final da narrativa, a) os versos sertanejos cantados pelo vaqueiro Salúz, em seu desejo de consolar Miguilim. b) a mensagem inicial de Tio Terêz, unindo, assim, o princípio e o fim da história. c) as lições de conformidade e alegria de Mãitina a Miguilim, enraizadas no catolicismo popular. d) a derradeira lição da sabedoria do Dito, reforçada depois por seu Aristeu. e) o ensinamento do Grivo, cuja pobreza extrema era, no entanto, fonte de doçura e alegria. Resolução A alternativa impunha o reconhecimento de uma das passagens mais pungentes da novela-poemática de Guimarães Rosa: a morte de Dito, o irmão sábio, “ilu- minado” que, “in extremis”, reafirma sua visão desas- sombrada e otimista da vida: “Miguilim, Miguilim, vou ensinar o que agorinha eu sei, demais: é que a gente pode ficar sempre alegre, alegre, mesmo com toda coisa ruim que acontece acontecendo. A gente deve de poder ficar então mais alegre, mais alegre, por den- tro!...” Essa lição de otimismo é corroborada por seu Aristeu, quando Miguilim adoece e as palavras do cu- randeiro colocam-no de pé. b Sobre Fogo Morto, é correto afirmar que a) o caráter estanque de suas partes constitutivas é sublinhado pela mudança do foco narrativo em cada uma delas, indo da primeira à terceira pessoa narrati- 09 08 07 2CURSO OBJETIVO FUVEST 1998 idéia de “morte” contida em “agora é fria já” e “Hoje escondido no fatal jazigo.” e É correto afirmar que, em Morte e vida severina, a) a alternância das falas de ricos e de pobres, em con- traste, imprime à dinâmica geral do poema o ritmo da luta de classes. b) a visão do mar aberto, quando Severino finalmente chega ao Recife, representa para o retirante a primeira afirmação da vida contra a morte. c) o caráter de afirmação da vida, apesar de toda a mis- éria, comprova-se pela ausência da idéia de suicídio. d) as falas finais do retirante, após o nascimento de seu filho, configuram o momento afirmativo, por excelên- cia, do poema. e) a viagem do retirante, que atravessa ambientes menos e mais hostis, mostra-lhe que a miséria é a mesma, apesar dessas variações do meio físico. Resolução O Capibaribe é o guia que conduz o retirante do sertão ao mar, atravessando a caatinga semi-árida, o Agreste e a Zona da Mata. Em todo esse percurso, a morte é o signo constante que preside e nega a vida: morre-se “de velhice antes dos trinta, / de emboscada antes dos vinte, / de fome um pouco por dia”. No poema dramático cabralino, em inúmeras cenas, a morte é presenciada pelo retirante ou é relatada a ele: os carregadores do defunto, morto “de bala”; a sentinela (velório) do “Finado Severino”; o diálogo com a rezadeira sobre os “ofícios da morte”; o funeral do lavrador, na Zona da Mata, e a conversa dos coveiros, já no Recife, são algumas dessas cenas em que se muda a paisagem, mas a miséria persiste, sug- erindo ao retirante o “saltar fora da ponte e da vida”. d Se em ambos os contos a dominação social é tema de primeiro plano, cabe, no entanto, fazer uma distinção: em um deles, ela é direta, e aparece sob a forma do capricho e do arbítrio patronais; já em outro, ela é mais moderna - torna-se indireta e anônima. A distinção realizada nesta afirmação refere-se, RESPECTIVAMENTE, aos seguintes contos de Mário de Andrade (Contos novos): a) ”Nelson e “O poço”. b) ”O ladrão” e “O poço”. c) “O ladrão” e “Nelson”. d) ”O poço” e “Primeiro de maio”. e) ”Primeiro de maio” e “O ladrão”. Resolução No conto “O Poço”, a dominação social é direta, aparece sob a forma do capricho e do arbítrio, pois Joaquim Prestes exige que seus empregados encon- trem a caneta que ele deixou cair no poço. Em “Primeiro de Maio”, o carregador de malas da estação da luz, o “35”, percorre pontos da cidade de São Paulo, buscando reconhecimento e solidariedade, mas só encontra comemorações oficiais, distantes do que esperava. É interessante notar que o protagonista 20 19 é apenas referido como 35, sendo denominado pela função que exerce. c Considere as seguintes afirmações sobre o Auto da Barca do Inferno, de Gil Vicente: I. O auto atinge seu clímax na cena do Fidalgo, per- sonagem que reúne em si os vícios das diferentes categorias sociais anteriormente representadas. II. A descontinuidade das cenas é coerente com o caráter didático do auto, pois facilita o distancia- mento do espectador. III. A caricatura dos tipos sociais presentes no auto não é gratuita nem artificial, mas resulta da acentuação de traços típicos. Está correto apenas o que se afirma em a) I. b) II. c) II e III. d) I e II. e) I e III. Resolução A afirmação I é falsa, pois o auto não atinge seu clímax na cena do Fidalgo, e, além disso, essa personagem não reúne em si os vícios das categorias anteriormente representadas. O Fidalgo simboliza apenas a aristocracia arrogante, opressiva, pretensiosa e é a primeira personagem a entrar na barca do Inferno. As afirmações II e III apresentam características funda- mentais do teatro de Gil Vicente: o caráter didático- moral do auto e a presença de tipos sociais caricatura- dos, isto é, deformados pelo exagero. d O Primo Basílio pertence à fase dita realista de seu autor, Eça de Queirós. É reconhecido, também, como um romance de tese – tipo de narrativa em que se demonstra uma idéia, em geral com intenção crítica e reformadora. Tendo em vista essas determinações gerais, é correto afirmar que, nesse romance, a) o foco expressivo se concentra na interioridade sub- jetiva das personagens, que se dão a conhecer por suas idéias e sentimentos, e não por suas falas ou ações. b) as personagens se afastam de caracterizações típi- cas, tornando-se psicologicamente mais complexas e individualizadas. c) a preferência é dada à narração direta, evitando-se recursos como a ironia, o suspense, o refinamento estilístico de períodos e frases. d) o interesse pelas relações entre o homem e o meio amplia o espaço e as funções das descrições, tor- nadas mais minuciosas e significativas. e) a narração de ações, a criação de enredos e as reflexões do narrador são amplamente substituídas pelo debate ideológico-moral entre Jorge e o Conselheiro Acácio. Resolução O romance O Primo Basílio tem como objetivo criticar a burguesia de Lisboa, analisando o cotidiano morno e 22 21 5CURSO OBJETIVO FUVEST 1998 fútil dos tipos que a compõem. As descrições minuciosas são bastante significativas no conjunto da obra, pois funcionam como explicitação da submissão do homem ao meio. a Oh! eu quero viver, beber perfumes Na flor silvestre, que embalsama os ares; Ver minh’alma adejar pelo infinito, Qual branca vela n’amplidão dos mares. No seio da mulher há tanto aroma... Nos seus beijos de fogo há tanta vida... – Árabe errante, vou dormir à tarde À sombra fresca da palmeira erguida. Nesta estrofe de Mocidade e morte, de Castro Alves, reúnem-se, como numa espécie de súmula, vários dos temas e aspectos mais característicos de sua poesia. São eles: a) identificação com a natureza, condoreirismo, ero- tismo franco, exotismo. b) aspiração de amor e morte, titanismo, sensualismo, exotismo. c) sensualismo, aspiração de absoluto, nacionalismo, orientalismo. d) personificação da natureza, hipérboles, sensualismo velado, exotismo. e) aspiração de amor e morte, condoreirismo, hipér- boles, orientalismo. Resolução A estrofe inicial de “Mocidade e Morte” é uma enfáti- ca afirmação da vida, da juventude e da sensualidade, malgrado a circunstância trágica que motivou sua escri- tura – a tuberculose precoce, aos dezessete anos – e da qual derivou seu título original “A um Tísico”. A natureza expressiva está presente no desejo enfático de comunhão com os aspectos grandiosos do universo: “infinito”, “mares”. Os “seios da mulher” e “seus bei- jos de fogo”, tão caros ao poeta, estão presentes como afirmação viril e vitalista. A nota exótica e orientalizante diz-se na aproximação com a imagem do árabe seden- to, saciando-se num oásis. b Agora os parlamentares concluem sua obra com a anuência unânime àquele dispositivo inconstitucional. (Folha de S. Paulo, 28/08/97, 1-2) A paráfrase correta do texto é: a) A maioria dos parlamentares aprova um certo dis- positivo inconstitucional. b) Os parlamentares, sem exceção, aprovam o disposi- tivo inconstitucional anteriormente mencionado. c) Todos os parlamentares reprovam o dispositivo inconstitucional anteriormente mencionado. d) A maioria absoluta dos parlamentares boicotou um certo dispositivo inconstitucional. e) A maioria dos parlamentares conclui sua obra com indiferença à aprovação ou não de um certo disposi- tivo inconstitucional. Resolução 24 23 Anuência unânime indica que todos os parlamentares concordaram com o dispositivo colocado em votação, enquanto o uso de àquele refere-se a dispositivo citado anteriormente. a Os sinais de pontuação foram bem utilizados em: a) Nesse instante, muito pálido, macérrimo, Prudente de Morais entrou no Catete, sentou-se e, seco, declarou ao silêncio atônito dos que o contem- plavam: “Voltei.” b) “Mãe onde estão os nossos: os parentes, os amigos e os vizinhos?” Mãe, não respondia. c) Os estados, que ainda devem ao governo, não poderão obter financiamentos, mas os estados que já resgataram suas dívidas ainda terão créditos. d) Ao permitir a apreensão, de jornais e revistas, o pro- jeto, retira do leitor o direito a ser informado pelo veículo que ele escolheu. e) Assim, passa-se a permitir, condenações absurdas, desproporcionais aos danos causados. Resolução As vírgulas separam termos de mesma função – predi- cativos do sujeito – “muito pálido, macérrimo”, “seco” e a oração coordenada assindética “sentou-se”. Os dois pontos foram utilizados para introduzir a fala da perso-nagem. As aspas indicam o discurso direto. e “É preciso agir, e rápido”, disse ontem o ex-presidente nacional do partido. A frase em que a palavra sublinhada NÃO exerce função idêntica à de rápido é: a) Como estava exaltado, o homem gesticulava e falava alto. b) Mademoiselle ergueu súbito a cabeça, voltou-a pro lado, esperando, olhos baixos. c) Estavam acostumados a falar baixo. d) Conversamos por alguns minutos, mas tão abafado que nem as paredes ouviram. e) Sim, havíamos de ter um oratório bonito, alto, de jacarandá. Resolução O adjetivo rápido foi usado, no enunciado, com função de advérbio. O mesmo emprego ocorre em a, b, c e d com os adjetivos alto, súbito, baixo e abafado. Já em e, o adjetivo alto é empregado com seu valor próprio, ca- racterizando o substantivo oratório. 26 25 6CURSO OBJETIVO FUVEST 1998 1CURSO OBJETIVO FUVEST 1998 Resolução O ferro da palha de aço reage com o oxigênio do ar na presença de água, formando a ferrugem (óxido de ferro hidratado) . 2Fe + 3/2O2 + nH2O → Fe2O3 . nH2O O consumo de O2 do ar, nessa reação, faz com que a pressão dentro do tubo diminua. Como conseqüência, sobe o nível de água dentro do mesmo. A água não enche totalmente o tubo, pois o N2 do ar (aproximada- mente 80% em volume do ar) não é consumido. b O agravamento do efeito estufa pode estar sendo provocado pelo aumento da concentração de certos gases na atmosfera, principalmente do gás carbônico. Dentre as seguintes reações químicas: I) queima de combustíveis fósseis; II) fotossíntese; III) fermentação alcoólica; IV) saponificação de gorduras, produzem gás carbônico, contribuindo para o agrava- mento do efeito estufa: a) I e II b) I e III c) I e IV d) II e III e) II e IV Resolução I. Os combustíveis fósseis (carvão, petróleo, gás natu- ral) são formados basicamente pelo elemento car- bono. Sua combustão completa produz gás carbôni- co que contribui para o agravamento do efeito estu- fa. Exemplos: CxHy + zO2(g) → xCO2(g) + y/2H2O(g) C(s) + O2(g) → CO2(g) II. Na reação de fotossíntese, gás carbônico e água reagem produzindo hidratos de carbono e gás oxi- gênio. 6CO2 + 6H2O → C6H12O6 + 6O2 O gás carbônico do ar é consumido. III. A produção de álcool por fermentação catalítica de hidratos de carbono (glicose, frutose) provoca a for- mação de gás carbônico. C6H12O6 → 2C2H5OH(l) + 2CO2(g) IV. A reação de saponificação de gorduras consiste na reação de glicerídeos com base forte, produzindo sa- bão e álcool (glicerol). Exemplo: 29 e)c A dose diária recomendada do elemento cálcio para um adulto é de 800mg. Suponha certo suplemento nutri- cional a base de casca de ostras que seja 100% CaCO3. Se um adulto tomar diariamente dois tabletes desse suplemento de 500 mg cada, qual porcentagem de cál- cio da quantidade recomendada essa pessoa está ingerindo? a) 25% b) 40% c) 50% d) 80% e) 125% Resolução Massa molar do CaCO3 = (40 + 12 + 3 . 16) g/mol = = 100g/mol Massa de CaCO3 ingerida: 2 x 500mg = 1000mg Massa de Ca ingerida: 100g de CaCO3 ––––– 40g de Ca 1000mg de CaCO3 ––––– x x = 400mg Porcentagem de cálcio da quantidade recomenda- da: 800mg –––– 100% 400mg ––– y y = 50% d Um pedaço de palha de aço foi suavemente comprimi- do no fundo de um tubo de ensaio e este foi cuida- dosamente emborcado em um béquer contendo água à temperatura ambiente, conforme ilustrado abaixo: Decorridos alguns dias à temperatura ambiente, qual das figuras abaixo representa o que será observado? d)c) b)a) palha de aço água 28 massas molares (g/mol) Ca ....... 40 O ........ 16 C ........ 12 27 Química d) 2 prótons e 3 elétrons. e) 4 prótons e 3 elétrons. Resolução Nas reações nucleares, a soma dos números atômico e de massa no estado inicial é igual à soma dos números atômico e de massa no estado final. 1 2H + 31H → A ZE + 1 0n 1 + 1 = Z + 0 Logo 2 + 3 = A + 1 Logo Cálculo do número de nêutrons do átomo do elemento E: AE = ZE + NE 4 = 2 + NE ⇒ O elemento E apresenta 2 prótons e 2 nêutrons. b Pode-se conceituar energia de ligação química como sendo a variação de entalpia (∆H) que ocorre na quebra de 1 mol de uma dada ligação. Assim, na reação representada pela equação: NH3(g) → N(g) + 3H(g); ∆H = 1170kJ/mol NH3 são quebrados 3 mols de ligação N — H, sendo, por- tanto, a energia de ligação N — H igual a 390 kJ/mol. Sabendo-se que na decomposição: N2H4(g) → 2 N(g) + 4H(g); ∆H = 1720 kJ/mol N2H4, são quebradas ligações N — N e N — H, qual o valor, em kJ/mol, da energia de ligação N — N? a) 80 b) 160 c) 344 d) 550 e) 1330 Resolução – Cálculo da energia para romper as ligações da hidra- zina (∆H): 4 . (N – H) = 4 . 390kJ = 1560kJ 1 (N – N) = 1 . x = x–––––––––––– 1560kJ + x ∆H = 1560kJ + x 1720kJ/mol = 1560kJ + x x = 160kJ/mol c À temperatura ambiente, o pH de um certo refrige- rante, saturado com gás carbônico, quando em garrafa fechada, vale 4. Ao abrir-se a garrafa, ocorre escape de gás carbônico. Qual deve ser o valor do pH do refrige- rante depois de a garrafa aberta? a) pH = 4 b) 0 < pH < 4 c) 4 < pH < 7 d) pH = 7 e) 7 < pH < 14 Resolução Na garrafa de refrigerante fechada temos o equilíbrio: 2H2O(l) + CO2(g) →← HCO – 3(aq) + H3O +(aq) 37 → 2N(g) + 4H(g) ∆H = +1720kJ/molN — N(g) H — H — —— H H 36 NE = 2 A = 4nº de massa Z = 2nº atômico {{ Ao abrir-se a garrafa há desprendimento de gás, CO2, diminuindo sua concentração no equilíbrio, deslocando- o para a esquerda; ocorrendo diminuição na concentra- ção de íons H3O+(H+), elevando o pH. Como ainda teremos íons H3O+(H+), a solução conti- nuará ácida, logo: 4 < pH < 7. b Há exatos 100 anos, J.J. Thomson determinou, pela primeira vez, a relação entre a massa e a carga do elétron, o que pode ser considerado como a descober- ta do elétron. É reconhecida como uma contribuição de Thomson ao modelo atômico, a) o átomo ser indivisível. b) a existência de partículas subatômicas. c) os elétrons ocuparem níveis discretos de energia. d) os elétrons girarem em órbitas circulares ao redor do núcleo. e) o átomo possuir um núcleo com carga positiva e uma eletrosfera. Resolução J.J. Thomson através da experiência com raios catódi- cos determinou que o elétron fazia parte da matéria. O modelo atômico de Thomson tem como característica a presença de cargas positivas e negativas e o átomo ser maciço. Na alternativa a temos o modelo de Dalton. Na alternativa c temos o modelo de Bohr. Nas alternativas d e e temos o modelo de Rutherford. e Têm-se amostras de três sólidos brancos A, B e C. Sabe-se que devem ser naftaleno, nitrato de sódio e ácido benzóico, não necessariamente nessa ordem. Para se identificar cada uma delas, determinaram-se algumas propriedades, as quais estão indicadas na tabela abaixo: Esses dados indicam que A, B e C devem ser, respecti- vamente, a) ácido benzóico, nitrato de sódio e naftaleno. b) ácido benzóico, naftaleno e nitrato de sódio. c) naftaleno, nitrato de sódio e ácido benzóico. d) nitrato de sódio, ácido benzóico e naftaleno. e) nitrato de sódio, naftaleno e ácido benzóico. Resolução As substâncias naftaleno ( ), nitrato de sódio (NaNO3) e ácido benzóico ( ) apre- sentam as seguintes propriedades: O naftaleno é um hidrocarboneto, apolar, sendo pratica- C = OH — O — um pouco solúvel praticamente insolúvel muito solúvel solubilidade em água 12280306Temperatura de fusão/°C CBA 39 38 4CURSO OBJETIVO FUVEST 1998 mente insolúvel em água e apresenta o menor ponto de fusão. O nitrato de sódio é um sal, composto iônico, apresen- ta alto ponto de fusão e é muito solúvel em água. O ácido benzóico é uma molécula polar, estabelece pontes de hidrogênio, é um ácido fraco e se ioniza segundo a equação: , sendo pouco solúvel em água. e Entidades ligadas à preservação ambiental têm exerci- do fortes pressões para a redução da produção de gases CFC (clorofluorocarbonos). Isto se deve principal- mente ao fato de os CFC a) reagirem com H2O, produzindo ácidos e chuva ácida. b) reagirem espontaneamente com O2, produzindo CO2 e agravando o efeito estufa. c) escaparem para o espaço provocando o fenômeno da inversão térmica. d) reagirem com oxigênio a baixas pressões, produzin- do ozônio. e) produzirem sob a ação da luz radicais livres, que reagem com o ozônio. Resolução Os gases CFC (clorofluorocarbonos), em presença de luz, produzem radicais livres. Exemplo: O gás ozônio é formado na atmosfera, segundo as equações: luzO2(g) → 2 O(g) O2(g) + O(g) → O3(g) Este reage com os radicais livres, produzindo gás oxigênio, segundo as equações: 1ª etapa: O3 (g) + Cl(g) → ClO(g) + O2(g) 2ª etapa: ClO(g) + O(g) → Cl(g) + O2(g)––––––––––––––––––––––––––––––––––––– Global: O3(g) + O(g) → 2 O2(g) d Um sólido S é decomposto por aquecimento e o pro- duto sólido obtido, ao reagir com água, forma hidróxido de cálcio. Este reage com carbonato de sódio produzin- do soda cáustica (NaOH) e regenerando o sólido S que é reciclado. Qual a fórmula de S e sua respectiva massa necessária para iniciar um ciclo de produção de soda cáustica a partir de 1,06 toneladas de carbonato de sódio? Admita em todas as etapas um rendimento de 100%. 41 F — C — Cl — — F Cl → luz F — C + Cl• •{ radical livre — — F Cl 40 C = OH — O — + H2O →← C = O– — O — + H3O+ a) CaO e 0,56t b) CaO e 1,12t c) Ca(OH)2 e 1,06t d) CaCO3 e 1,00t e) CaCO3 e 2,00t Resolução Temos as reações: 1 mol de CaCO3 → 1 mol de Na2CO3 100g –––––––––––––––––––––– 106g x –––––––––––––––––––––– 1,06t 100g . 1,06t x = ––––––––––––– = 1,00t 106g c Um recipiente fechado de 1 litro contendo inicialmente, à temperatura ambiente, 1 mol de I2 e 1 mol de H2 é aquecido a 300°C. Com isto estabelece-se o equilíbrio H2(g) + I2(g) →← 2HI(g) cuja constante é igual a 1,0 x 102. Qual a concentração, em mol/L, de cada uma das espécies H2(g), I2(g) e HI(g), nessas condições? a) 0, 0, 2 b) 1, 1, 10 c) 1/6, 1/6, 5/3 d) 1/6, 1/6, 5/6 e) 1/11, 1/11, 10/11 Resolução O estado final é dado pelo equilíbrio atingido, como demostrado na tabela abaixo: Cálculo das concentrações das substâncias no estado de equilíbrio (volume de 1L): [HI]2 (2x)2Kc = ––––––– ⇒ 1,0 x 102 = –––––––––––– ⇒ [H2][I2] (1 – x)(1 – x) ⇒ , portanto: 5 1 1[HI] = ––– mol/L [H2] = ––– mol/L [I2] = ––– mol/L 3 6 6 5 x = ––– 6 2x1 – x1 – xEquilíbrio 2xxxReage eforma 01mol1molInício H2(g) + I2(g) →← 2HI(g) 42 {{ CaCO 3 (s) → CaO(s) + CO2(g) CaO(s) + H2O(l) → Ca(OH)2(aq) Ca(OH)2 + Na2CO3 → 2 NaOH + CaCO3 { S → massas molares (g/mol) C............... 12 O............... 16 Na.............. 23 Ca.............. 40 5CURSO OBJETIVO FUVEST 1998 d Para distinguir entre duas soluções aquosas de concen- tração 0,10 mol/L, uma de ácido forte e a outra de ácido fraco, ambos monopróticos, pode-se a) mergulhar em cada uma delas um pedaço de papel de tornassol azul. b) mergulhar em cada uma delas um pedaço de papel de tornassol rosa. c) mergulhar em cada uma delas uma lâmina de prata polida. d) medir a temperatura de congelamento de cada solu- ção. e) adicionar uma pequena quantidade de cloreto de sódio em cada solução. Resolução As propriedades coligativas estão diretamente relacionadas com o número de partículas dispersas. Quanto maior o número de partículas na solução, maior o abaixamento crioscópico e, portanto, menor a tem- peratura de congelamento da solução. O ácido forte, estando mais ionizado, apresenta maior quantidade de partículas dispersas e conseqüente- mente menor temperatura de congelamento. a Em condições adequadas, etanol quando tratado com ácido clorídrico concentrado pode sofrer uma reação de substituição, enquanto que, quando tratado com ácido sulfúrico concentrado pode sofrer uma reação de desidratação intermolecular. Os produtos formados nessas duas reações são, respectivamente, a) cloreto de etila e éter dietílico. b) cloreto de etila e etileno. c) 2-cloroetanol e acetato de etila. d) 1,1-dicloroetano e éter dietílico. e) 1,1-dicloroetano e etileno. Resolução A reação de etanol com ácido clorídrico concentrado produz cloreto de etila, segundo a equação: A desidratação intermolecular do etanol na presença de ácido sulfúrico concentrado produz éter dietílico, segun- do a equação: c Potenciais padrão de redução (volt) Zn2+ + 2e– → Zn ............... –0,76 Fe2+ + 2e– → Fe ............... –0,44 Sn2+ + 2e– → Sn .............. –0,14 Cu2+ + 2e– → Cu .............. +0,34 45 H2O + H3C — CH2 — O — CH2 — CH3 éter dietílico → H3C — CH2 — OH + HO — CH2 — CH3 →H2SO4 ∆ H3C — CH2 — OH + H Cl H2O + H3C — CH2 — Cl→ cloreto de etila 44 43 Quer-se guardar, a 25°C, uma solução aquosa 1mol/L de SnCl2. Dispõe-se de recipientes de I. ferro II. ferro galvanizado (ferro revestido de Zn) III. lata comum (ferro revestido de Sn) IV. cobre Examinando-se a tabela dos potenciais padrão de re- dução apresentada acima, conclui-se que essa solução de SnCl2 pode ser guardada sem reagir com o material do recipiente, apenas em a) IV b) I e II c) III e IV d) I, II e III e) I, II e IV Resolução O SnCl2 reage com Zn e Fe de acordo com as reações: Sn+2 + Zn → Zn+2 + Sn0 Sn+2 + Fe → Fe+2 + Sn0 Essas reações ocorrem porque o Sn+2 tem maior potencial de redução que o Zn+2 e o Fe+2. O cloreto de estanho II não pode ser guardado em reci- piente de ferro ou zinco. O SnCl2 não reage com o cobre e com o próprio es- tanho. d A decomposição térmica por aquecimento gradual e contínuo (ao ar) do acetato de manganês (II) tetraidrata- do, sólido, ocorre em duas etapas: Mn(CH3COO)2 . 4H2O(s) → Mn(CH3COO)2(s) + 4H2O(g)130°C Mn(CH3COO)2(s) → MnO(s) + (CH3)2CO(g) + CO2(g)350°C Certa massa do sal hidratado é aquecida nessas condi- ções. Qual dos gráficos abaixo representa o que ocorre com a massa (m) da fase sólida com o aumento da tem- peratura (t)? Resolução Fazendo o aquecimento gradual de certa massa do sóli- do, esta permanece constante até a temperatura de 130°C quando começa a sua desidratação: m 130°C t a) m t m t m t m t m t b) c) d) e) 46 6CURSO OBJETIVO FUVEST 1998 facilitando a reação de oxidação. Essa mistura deve ser insolúvel em água para propiciar uma melhor extração da água oxigenada, que irá se solubilizar na mesma. Pa- ra haver a reciclagem do processo, a 2-etilantraquinona deve ser solúvel nessa mistura de solventes orgânicos, facilitando o contato entre as substâncias reagentes no processo de hidrogenação. b) A mistura de solventes não deve sofrer oxidação, nem redução para não afetar o rendimento da reação, tanto no processo de oxidação do 2-etilantraquinol, como no processo de redução da 2-etilantraquinona. O composto C6H5N2Cl reage quantitativamente com água, a 40°C, ocorrendo a formação de fenol, ácido clorídrico e liberação de nitrogênio: C6H5N2Cl (aq) + H2O(l) → C6H5OH(aq) + HCl (aq) + N2(g) Em um experimento, uma certa quantidade de C6H5N2Cl foi colocada em presença de água a 40°C e acompanhou- se a variação da concentração de C6H5N2Cl com o tempo. A tabela abaixo mostra os resultados obtidos: a) Partindo-se de 500 mL da solução de C6H5N2Cl e coletando-se o nitrogênio (isento de umidade) à pressão de 1 atm e 40°C, qual o volume obtido desse gás decorridos 27 minutos? Mostre com cálculos. b) A partir dos dados da tabela pode-se mostrar que a velocidade da reação é dada pela expressão: v = k[C6H5N2Cl] Demonstre esse fato utilizando os dados da tabela. Sugestão: calcule a velocidade média nas concen- trações 0,60 e 0,30 mol/L. Volume molar de gás a 1atm e 40°C = 26L/mol Resolução a) Após o tempo de 27 minutos reagiu 0,7 mol . L–1 de C6H5N2Cl. 1 L → 0,7 mol de C6H5N2Cl 0,5 L → x mol de C6H5N2Cl x = 0,35 mol de C6H5N2Cl 1 mol de C6H5N2Cl → 1 mol de N2 0,35 mol de C6H5N2Cl → 0,35 mol de N2 A 40°C e 1atm: 1 mol de N2 → 26L 0,35 mol de N2 → yL y = 9,1 L de N2 b) gráfico da concentração em mol/L em função do tempo Observando os dados obtidos, verificamos que, à medida que a concentração se reduz à metade, o mesmo ocorre com a velocidade, portanto a reação é de ordem 1 em relação ao C6H5N2Cl, ou seja, v = k . [C6H5N2Cl] 0,0220,044 mol velocidade ( –––––––)L . min 0,300,60conc. / mol . L–1 v inst = mol (0,80 – 0,40) –––– L mol ––––––––––––––––– ≅ 0,044 –––––––– (9,0 – 0,0) min L . min v inst = tg no triângulo 1 1 mol 0,60 ––––– L )( v inst = tg no triângulo 2 mol 0,30 ––––– L v inst = mol (0,40 – 0,20) –––– L mol ––––––––––––––––– ≅ 0,022 –––––––– (18,0 – 9,0) min L . min )( 1 Aproximadamente temos: 2 2 27,00,10 18,00,20 9,00,40 zero0,80 tempo / minconc. / mol L–1 03 2CURSO OBJETIVO FUVEST 1998 Quando se adiciona ácido sulfúrico concentrado a um frasco contendo NaCl sólido, forma-se HCl gasoso. Se o frasco contiver também MnO2 sólido, forma-se Cl2 gasoso. Entretanto, se o frasco contiver NaBr sólido (ao invés de NaCl) vai se formar Br2 líquido, tanto na reação com ácido sulfúrico concentrado quanto na reação com MnO2 e ácido sulfúrico concentrado. a) Qual dos reagentes, H2SO4 ou MnO2 em meio ácido, deve ser melhor oxidante? Explique seu raciocínio, com base nos experimentos relatados. b) Cloreto de sódio reage com bromo líquido produzindo brometo de sódio e cloro gasoso? Explique com base nos fatos experimentais relatados. Resolução Item a: Os experimentos relatados sugerem as seguintes reações: Não é uma reação de oxidorredução. O H2SO4 não oxida cloreto dando Cl2; logo, Cl2 é melhor oxidan- te que o H2SO4. É uma reação de oxidorredução. O MnO2 reage com os cloretos formando Cl2; logo, é melhor oxidante que o Cl2. É uma reação de oxidorredução. O H2SO4 reage com os brometos formando Br2; logo, é melhor oxidante que o Br2. É uma reação de oxidorredução. O MnO2 oxida brometo para Br2; logo, o MnO2 é melhor oxidante que o Br2. Então, concluímos que a ordem crescente de poder oxidante é: Br2 < H2SO4 < Cl2 < MnO2 / H + Item b: O cloreto de sódio não reage com bromo líquido, pois este é pior oxidante que o Cl2, de acordo com as justificativas apresentadas. Considere a estrutura cíclica da glicose, em que os átomos de carbono estão numerados: O amido é um polímero formado pela condensação de moléculas de glicose, que se ligam, sucessivamente, através do carbono 1 de uma delas com o carbono 4 de outra (ligação “1-4”). a) Desenhe uma estrutura que possa representar uma parte do polímero, indicando a ligação “1-4” formada. b) Cite uma outra macromolécula que seja polímero da glicose. Resolução a) Na polimerização por condensação há eliminação de H2O. A ligação entre os carbonos 1 e 4 se dá através de um átomo de oxigênio (éter). A fórmula geral do amido é (C6H10O5)n. b) Um outro polímero da glicose é a celulose. O carbamato de amônio sólido, NH4OCONH2, se decom- põe facilmente formando os gases NH3 e CO2. Em recipiente fechado estabelece-se o equilíbrio: NH4OCONH2(s) → ← 2NH3(g) + CO2(g) 06 O HH OH HOH H H2COH 1 H H H HOH H H2COH H OH O 4[ ] n O O 05 H 2 SO 4 NaBr + MnO 2 → Br 2 + ..............IV – 1 0 oxidação {{ oxidanteredutor NaBr + H 2 SO 4 → Br 2 + ..............III – 1 0 oxidação {{ oxidanteredutor H 2 SO 4 NaCl + MnO 2 → Cl 2 + ..............II – 1 0 oxidação {{ oxidanteredutor NaCl + H 2 SO 4 → HCl + ................I 04 3CURSO OBJETIVO FUVEST 1998 A 20°C, a constante desse equilíbrio, em termos de concentração mol/L, é igual a 4 x 10–9. a) Um recipiente de 2L, evacuado, contendo inicialmen- te apenas carbamato de amônio na quantidade de 4 x 10–3mol foi mantido a 20°C até não se observar mais variação de pressão. Nessas condições, resta algum sólido dentro do recipiente? Justifique com cálculos. b) Para a decomposição do carbamato de amônio em sistema fechado, faça um gráfico da concentração de NH3 em função do tempo, mostrando a situação de equilíbrio. Resolução a) Cálculo da quantidade de matéria (mols) no equilíbrio. A expressão da constante de equilíbrio em termos de concentração (Kc) é dada por: 2x xKc = [NH3] 2 . [CO2] 1 ⇒ 4 x 10–9 = (––––)2 . (–––)1 ⇒2 2 ⇒ Obs.: na expressão do Kc não entra sólido. No início tínhamos 4 x 10–3 mol de NH4OCONH2(s), como reagiram 2 x 10–3mol durante a decomposição, restará no equilíbrio 2 x 10–3mol de carbamato de amônio sólido. b) No início da decomposição a quantidade de matéria de amônia (NH3) é igual a zero. A concentração em mol/L de amônia no equilíbrio é calculada a seguir: n (2x)mol 2 x 2 x 10–3mol[NH3] = –– = –––––––– = ––––––––––––––– = 2 x 10 –3mol/L V 2L 2L O gráfico abaixo mostra a variação da concentração de amônia em função do tempo: Uma indústria utiliza etileno e benzeno como matérias- primas e sintetiza estireno (fenileteno) como produto, segundo a rota esquematizada a seguir: I) etileno + HCl → cloroetano AlCl3II) cloroetano + benzeno → etilbenzeno + HCl catalisadorIII) etilbenzeno → estireno + H2 a) Escreva as equações químicas que representam duas das transformações acima usando fórmulas estruturais. b) No fluxograma abaixo, qual a matéria-prima X mais provável da indústria A e qual pode ser o produto Y da indústria C? Resolução a) As equações químicas citadas são: b) A matéria-prima X mais provável é o petróleo, de onde pode-se obter benzeno por reforma catalítica do hexano e o etileno, que pode ser obtido por craqueamento de cadeias maiores. O produto Y pode ser o poliestireno. Um tipo de bafômetro usado pela polícia rodoviária para medir o grau de embriaguez dos motoristas consiste em uma pilha eletroquímica que gera corrente na presença de álcool (no ar expirado) devido à reação: 2CH3CH2OH(g) + O2(g) → 2CH3CHO(g) + 2H2O(l) O “suspeito” sopra através de um tubo para dentro do aparelho onde ocorre, se o indivíduo estiver alcoolizado, a oxidação do etanol à etanal e a redução do oxigênio à água, em meio ácido e em presença de catalisador (platina). a) Sabendo-se que a semi-reação que ocorre em um dos eletrodos é: CH3CH2OH → CH3CHO + 2H + + 2e– 08 07 tempo 2x10–3 [NH3] 0 t Concentração (mol/L) • x = 2 x 10–3 mol x2x4 x 10–3 – xequilíbrio x2xxreage e forma 004 x 10–3molinício NH4OCONH2(s) → ← 2NH3(g) + CO2(g) 4CURSO OBJETIVO FUVEST 1998 maiores recursos ao rei e caracterizando o mercantilismo. Qual a relação entre a Primeira Guerra Mundial e os acon- tecimentos políticos que ocorreram na Rússia entre feve- reiro e outubro de 1917? Resolução As desastrosas derrotas russas na Primeira Guerra Mun- dial evidenciaram as deficiências do Estado Czarista, bem como sua incapacidade de implantar um processo de modernização. A insatisfação popular, as manifestações e motins obrigaram o czar Nicolau II a abdicar, em fevereiro de 1917. Instalou-se um governo provisório liberal burguês cujo líder principal, Kerensky, recusou-se a fazer reformas sociais e a retirar a Rússia da guerra. Em outu- bro, os bolcheviques (socialistas radicais), chefiados por Lenin e apoiados nos sovietes de operários, camponeses e soldados, tomaram o poder e instauraram um governo socialista com o slogan “Paz, Pão e Terra”. Qual o significado da expressão “guerra fria” e a que pe- ríodo da história das relações internacionais ela se refere? Resolução Trata-se do confronto entre as duas superpotências emergidas da Segunda Guerra Mundial — EUA e URSS — envolvendo a disputa da hegemonia mundial entre ambas, sob um pretexto ideológico (capitalismo x socialismo). A expressão “Guerra Fria” se deve ao fato de que não chegou a haver enfrentamento armado entre os dois adversários, mesmo quando ocorreram conflitos locali- zados (guerras da Coréia, do Vietnã e do Afeganistão). Considera-se que a Guerra Fria começou com a formu- lação da Doutrina Truman (1947) e terminou com a crise do Bloco Socialista, simbolizada pela queda do Muro de Berlim (1989). Os regimes militares impostos no Cone Sul, nas décadas de 1960 e 1970, apresentaram algumas características políticas e ideológicas comuns. Discorra sobre elas. Resolução As ditaduras militares implantadas no Cone Sul, a partir dos golpes de 1964 no Brasil e na Bolívia, contaram com o apoio dos setores conservadores locais e também do governo norte-americano, na medida em que bloqueavam o avanço dos movimentos populistas, de conotação cres- centemente esquerdista. Ideologicamente, esses regi- mes militares caracterizaram-se pelo conservadorismo e pelo ferrenho anticomunismo. Politicamente, limitaram o poder da classe política, eliminaram a participação da so- ciedade civil, impuseram uma legislação de exceção, con- trolaram totalmente os meios de comunicação e reprimi- ram brutalmente as manifestações contrárias ao regime, notadamente na Argentina e Chile. Sobre a maior mobilidade espacial dos habitantes de São Paulo, no século XVII, Sergio Buarque de Holanda, em O extremo oeste: “Apartados das grandes linhas naturais de comunicação com o Reino e sem condições para desenvolver de ime- diato um tipo de economia extrovertida [para o exterior], que torne compensadora a introdução de africanos, [os paulistas] devem contentar-se com as possibilidades mais modestas que proporciona o nativo, o ‘negro’ da terra, co- mo sem malícia costumam dizer, e é para ir buscá-lo que correm o sertão.” Comente e interprete este texto. Resolução O texto explica o bandeirismo paulista em função da au- sência de outras possibilidades econômicas para São Pau- lo. E trata justamente do primeiro ciclo bandeirístico: o da caça ao índio, responsável pela destruição de missões jesuíticas espanholas em MS, oeste do PR e centro do RS, contribuindo assim para alargar os domínios portu- gueses além da Linha de Tordesilhas. Os índios captu- rados eram escravizados e, em sua maior parte, vendidos para os senhores-de-engenho do Nordeste. O artigo 5º da Constituição do Império do Brasil, datada de 1824, dizia o seguinte: “A religião católica apostólica romana continuará a ser a religião do Império. Todas as outras religiões serão per- mitidas com seu culto doméstico ou particular, em casas para isso destinadas, sem forma alguma exterior de tem- plo”. Comente o texto constitucional em função: a) das relações entre Igreja católica e Estado, durante o Império; b) da situação das demais religiões no mesmo período. Resolução a) As relações entre a Igreja Católica e o Estado, no Brasil Império, foram definidas pelo regalismo (subordinação da Igreja ao Estado). Seus aspectos fundamentais eram o padroado (influência do Estado no preenchimento dos cargos eclesiásticos) e o beneplácito (aprovação do governo aos decretos do papa para que fossem 08 07 06 05 04 7CURSO OBJETIVO FUVEST 1998 cumpridos pelo clero brasileiro). b) As demais religiões eram toleradas pelo Estado, mas sua prática era permitida apenas em caráter particular. Sobre a chegada dos imigrantes a São Paulo, no fim do século XIX, José de Souza Martins, em O cativeiro da ter- ra, escreveu que havia: “dificuldades nas relações de trabalho, derivadas basica- mente do fato de que o fazendeiro, tendo subvencionado a vinda do imigrante, considerava o colono propriedade sua.” Analise e desenvolva esta afirmativa. Resolução Com efeito, a mentalidade senhorial, resultante de sé- culos de escravidão, foi um dos grandes óbices ao desen- volvimento das relações assalariadas de produção, basea- das no trabalho livre do imigrante europeu. Para o senhor de terras, o trabalhador, independente da origem ou da cor, era seu “escravo” e, portanto, merecia o mesmo tra- tamento, não se descartando inclusive os castigos corpo- rais. Aliás, na correspondência de imigrantes italianos a seus parentes na Europa, são comuns as queixas contra a violência e os desmandos dos fazendeiros brasileiros. O Ato Institucional nº 2, baixado em outubro de 1965 pelo regime militar brasileiro, extinguiu os partidos políticos en- tão existentes, abrindo caminho para a instituição do bi- partidarismo. Aponte as características básicas do bipartidarismo e suas principais conseqüências. Resolução O primeiro governo militar instaurado após o Golpe de 64 foi o do marechal Castelo Branco, que procurou consolidar o regime através de Atos Institucionais. O AI-2, que ex- tinguiu o pluripartidarismo, criou condições para aglutinar as forças políticas em apenas dois partidos: a Aliança Nacional Libertadora (ARENA), governista, e o Movimento Democrático Brasileiro (MDB), oposicionista. Conseqüên- cias: embora fosse mantida uma aparência democrática, o governo pôde reforçar seu poder através de um maior controle político sobre as oposições. Comentário de História A prova de História do vestibular Fuvest 98, em sua segunda fase, dividiu-se em três núcleos, dentro da se- guinte distribuição: cinco questões de História Geral, uma de História da América e quatro de História do Brasil. As dez questões foram objetivas, privilegiando os pontos principais da extensa programação oficial apresentada e exigiram do candidato a compreensão da História enquan- to processo. 10 09 8CURSO OBJETIVO FUVEST 1998 Estamos no ano de 2095 e a “interplanetariamente” fa- mosa FIFA (Federação Interplanetária de Futebol Amador) está organizando o Campeonato Interplanetário de Fute- bol, a se realizar em MARTE no ano 2100. Ficou estabele- cido que o comprimento do campo deve corresponder à distância do chute de máximo alcance conseguido por um bom jogador. Na TERRA esta distância vale LT = 100m. Suponha que o jogo seja realizado numa atmosfera seme- lhante à da TERRA e que, como na TERRA, possamos des- prezar os efeitos do ar, e ainda, que a máxima velocidade que um bom jogador consegue imprimir à bola seja igual à na TERRA. Suponha que MM/MT = 0,1 e RM/RT = 0,5, onde MM e RM são a massa e o raio de MARTE e MT e RT são a massa e raio da TERRA. a) Determine a razão gM/gT entre os valores da aceleração da gravidade em MARTE e na TERRA. b) Determine o valor aproximado LM, em metros, do com- primento do campo em MARTE. c) Determine o valor aproximado do tempo tM, em segun- dos, gasto pela bola, em um chute de máximo alcance, para atravessar o campo em MARTE (adote gT = 10m/s 2). Resolução a) Desprezando efeitos de rotação temos: P = FG GMm mg = ––––––– ⇒ R2 A razão gM /gT é dada por: = ( )2 = 0,1 (2)2 ⇒ b) 1) Para uma velocidade de lançamento de módulo V0 e inclinada de θ, em relação à horizontal, temos: Vox = Vo cos θ Voy = Vo sen θ 2) O tempo de subida (ts) é dado por: Vy = Voy + γy t 0 = V0 sen θ – g ts ⇒ 3) O alcance horizontal D é dado por: ∆x = Vox . T onde T = 2ts D = V0 cos θ . O alcance é máximo para sen 2θ = 1 Para o mesmo V0 temos: = ⇒ = ⇒ c) 1) O valor de gM é dado por: = 0,4 ⇒ = 0,4 ⇒ 2) O valor de V0 é dado por: 250 = ⇒ V0 2 = 1000 3) O tempo total de vôo, para um chute de alcance máximo (θ = 45°), é dado por: 2 V0 sen θtM = ––––––––––– g = –––––––––––––––––– 4,0 2 . 10 10 . 2 / 2 (s) V0 = 10 10 m/s V0 2 –––– 4,0 V0 2 Dmax = –––g gM = 4,0m/s 2gM–––– 10 gM–––– gT LM = 250m 1 –––– 0,4 LM–––– 100 gT–––– gM LM–––– LT V0 2 Dmax = –––g V0 2 D = –––– . sen 2θ g 2V0 sen θ––––––––– g V0 sen θts = –––––––––g 0y 0 0x θ gM–––– = 0,4 gT gM–––– gT RT–––– RM MM–––– MT gM–––– gT GM g = ––––––– R2 01 1CURSO OBJETIVO FUVEST 1998 FÍSICA Resolução Nó A: i + i1 = i2  Malha α: R2 . i2 – 12 + R1 i1 = 0 20 . i2 – 12 + 2 i1 = 0 i1 + 10 i2 = 6  Malha β: – R1 i1 + 12 – V + R3 i = 0 – 2 i1 + 12 – V + 5i = 0 5i – 2 i1 = V – 12   em : i1 + 10 (i + i1) = 6 11 i1 + 10i = 6 5,5 i1 + 5i = 3   – : 7,5 i1 = 15 – V 7,5 i1 = 15 – 0,5t ∴ a) Para t = 0, vem: b) Para i1 = 0, vem: 15 – 0,5 t c) De i1 = –––––––––––– concluímos 7,5 que o gráfico i1 x t é retilíneo. Para t = 100s, temos i1 ≅ – 4,7A Assim, temos o gráfico: d) Para t = 90s, temos: 7,5 i1 = 15 – 0,5 . 90 i1 = – 4A Portanto, a bateria B funciona, neste instante, como receptor e a potência recebida será: P = U . i1 P = 12 . 4 (W) Respostas: a) 2A; b) 30s; c) gráfico acima d) 48W P = 48W t(s)0 0 20 40 60 80 100 i1(Α) 1 2 3 −1 −2 −3 −4 −5 t = 30s i1 = 2A 15 – 0,5ti1 = –––––––––––7,5 + – G 12V R1 R 3 i i i i+ + + + =5Ω A =2Ω V β α – – – – i2 i2 i1 R 2 = 20Ω t(s)0 0 20 40 60 80 100 i1 (A) 4CURSO OBJETIVO FUVEST 1998 Na figura abaixo, em escala, estão representados uma len- te L delgada, divergente, com seus focos F, e um espelho plano E, normal ao eixo da lente. Uma fina haste AB está colocada normal ao eixo da lente. Um observador O, pró- ximo ao eixo e à esquerda da lente, mas bastante afas- tado desta, observa duas imagens da haste. A primeira, A1B1, é a imagem direta de AB formada pela lente. A segunda, A2B2, é a imagem, formada pela lente, do refle- xo A’B’ da haste AB no espelho E. a) Construa e identifique as 2 imagens: A1B1 e A2B2. b) Considere agora o raio R, indicado na figura, partindo de A em direção à lente L. Complete a trajetória deste raio até uma região à esquerda da lente. Diferencie clara- mente com linha cheia este raio de outros raios auxilia- res. Resolução a) Como o observador O está próximo ao eixo da lente e muito afastado desta, consideram-se válidas as condições de Gauss. Para a construção das imagens A1B1 e A2B2, serão utilizados os seguintes raios notáveis: 1) todo raio de luz paraxial que incide na lente, numa direção paralela ao seu eixo óptico principal, emerge numa direção que passa pelo seu foco imagem principal (F’); 2) todo raio de luz paraxial que incide na lente, numa direção que passa pelo seu centro óptico (O), emerge sem sofrer desvio. De acordo com o enunciado, a primeira imagem, A1B1, é a imagem direta de AB, formada pela lente delgada divergente L e, portanto, temos: De acordo com o enunciado, a segunda imagem, A2B2, é a imagem formada, pela lente, do reflexo A’B’ da haste AB no espelho plano E. Para obter-se tal imagem, é necessário, primeiramente, obter a imagem A’B’, simétrica e do mesmo tamanho da haste AB em relação ao espelho plano E. A imagem A’B’ (virtual) comportar-se- á como objeto (real) para a lente delgada divergente L e, portanto, temos: b) Lembrando que os raios de luz que partem do objeto (haste AB) e incidem sobre a lente devem, necessariamente, emergir numa direção que passe pela imagem A1B1, temos: F’ A1 R 05 5CURSO OBJETIVO FUVEST 1998 Considere uma mola ideal de comprimento L0 = 35cm presa no fundo de uma piscina vazia (Fig. 1). Prende-se so- bre a mola um recipiente cilíndrico de massa m = 750g, al- tura h = 12,5cm e secção transversal externa S = 300cm2, ficando a mola com comprimento L1 = 20cm (Fig. 2). Quando, enchendo-se a piscina, o nível da água atinge a altura H, começa a entrar água no recipiente (Fig. 3). Dados: ρágua = 1,0g/cm 3; g = 10m/s2. a) Qual o valor da tensão T na mola, em N, quando começa a entrar água no recipiente? b) Qual o valor da altura H em cm? Resolução a) Na situação da figura 3, três forças agem no recipi- ente, conforme ilustra a figura: P → = força da gravidade (pe- so); F → e 3 = força elástica exerci- da pela mola; E → = empuxo exercido pela água. Na situação de equilíbrio: F → e 3 + P → + E → = 0 → Representando as intensidades de F → e 3 , P → e E → por T, P e E, respectivamente, temos: T + P = E ⇒ T + mg = ρágua S hg Sendo: m = 750g = 0,75kg; g = 10m/s2; ρágua = 1,0g/cm 3 = = 1,0.103kg/m3; S = 300cm2 = 3,0.10–2m2 e h = 12,5cm = 12,5.10–2m, vem: T + 0,75 . 10 = 1,0.103 . 3,0.10–2 . 12,5.10–2 . 10 b) Na situação da figura 2, o recipiente está submetido a duas forças: P → = força da gravidade (peso); F → e 2 = força elástica exercida pela mola. T = 30N L0 L1 06 6CURSO OBJETIVO FUVEST 1998 Resolução Calculemos, inicialmente, o comprimento de onda λ emiti- do por F1 e F2. V = λ f ⇒ 340 = λ 170 ⇒ a) Para que o observador A detecte mínimos de inten- sidade, as ondas provenientes de F1 e F2 que atingem A devem sofrer INTERFERÊNCIA DESTRUTIVA e para que isso ocorra, a diferença de percursos entre elas (∆xa) deve ser múltiplo ímpar de meio com- primento de onda. λ ∆xa = I ––––– (I = 1, 3, 5...)2 A solução para I = 1 não convém, pois, neste caso, ∆xa = 1,0m. Observemos que ∆xa > 2,5m. Para I = 3, temos: 2,0∆xa = 3 –––– (m) ⇒ 2 O comprimento ∆xa é a separação entre as partes (La). La = ∆xa ⇒ b) Para que o observador B detecte máximos de intensidade, as ondas provenientes de F1 e F2 que atingem B devem sofrer INTERFERÊNCIA CONS- TRUTIVA e para que isso ocorra, a diferença de percursos entre elas (∆xb) deve ser múltiplo par de meio comprimento de onda. λ ∆xb = P –––– (P = 0, 2, 4...)2 A solução para P = 0 não convém, pois, neste caso, F1 estaria superposta a F2. Para P = 2, vem: 2,0∆xb = 2 –––– (m) ⇒2 O esquema a seguir ilustra a situação para P = 2. Aplicando Pitágoras, calculamos a separação entre as partes, Lb. (12)2 = (10)2 + L b 2 ⇒ Respostas: a) 3,0m; b) 6,6m No anel do Lab. Nac. de Luz Sincrotron em Campinas, SP, representado simplificadamente na figura, elétrons (e) se movem com velocidade v ≈ c ≈ 3 x 108 m/s formando um feixe de pequeno diâmetro, numa órbita circular de raio R = 32m. O valor da corrente elétrica, devido ao fluxo de elétrons através de uma seção transversal qualquer do feixe, vale 0,12A. a) Calcule o número total n de de elétrons contidos na órbita. b) Considere um feixe de pósitrons (p), movendo-se em sentido oposto no mesmo tubo em órbita a 1 cm da dos elétrons, tendo velocidade, raio e corrente iguais as dos elétrons. Determine o valor aproximado da força de atração F → , de origem magnética, entre os dois feixes, em N. Resolução a) A intensidade de corrente elétrica (i) determinada pelo feixe de elétrons através de uma secção transversal no 1) Pósitrons são partículas de massa igual à dos elétrons com carga positiva igual em módulo à dos elétrons. 2) Como R > > d, no cálculo de F → , considere que o campo produzido por um feixe pode ser calculado como o de um fio retilíneo. 3) Carga de 1 elétron q = – 1, 6 x 10–19 coulomb. 4) Módulo do vetor indução magnética B, criado a uma distância r de um fio retilíneo percorrido por uma corrente i, é: B = 2 x 10–7i/r sendo B em tesla (T), i em ampère (A) e r em metro (m). R=32m e d = 1cm p+ tubo com vácuo – 09 Lb ≅ 6,6m y x ∆xb = 2,0m La= 3,0m ∆xa= 3,0m λ = 2,0m 9CURSO OBJETIVO FUVEST 1998 interior do tubo é dada por: Para calcularmos a quantidade de carga Q na órbita circular, devemos observar que o intervalo de tempo ∆t é igual ao período de movimento das partículas T. Assim: 2πR V = –––––– T 2π . 32 3 . 108 = –––––––– T 64π T = ––––––– s 3 . 108 Qportanto, i = –––– T Q0,12 = –––––– 64π ––––––– 3 . 108 Q = 2,56π . 10–8C Mas, Q = n . e 2,56π . 10–8 = n . 1,6 . 10–19 b) Considerando que o campo produzido pelo feixe pode ser calculado como o de um fio retilíneo, temos o seguinte esquema: A intensidade da força magnética Fmag, na situação, é dada por: Fmag = B i l onde B = 2 . 10–7 ––i e l = 2πR r 0,12 Assim: Fmag = 2.10 –7 . –––––– . 0,12 . 2π . 32 (N) 0,01 Respostas: a) 5,0.1011 b) 5,8.10–5 N Um brinquedo é constituído por um cano (tubo) em forma de 3/4 de arco de circunferência, de raio médio R, posicionado num plano vertical, como mostra a figura. O desafio é fazer com que a bola 1, ao ser abandonada de uma certa altura H acima da extremidade B, entre pelo cano em A, bata na bola 2 que se encontra parada em B, ficando nela grudada, e ambas atinjam juntas a extre- midade A. As massas das bolas 1 e 2 são M1 e M2, respectivamente. Despreze os efeitos do ar e das forças de atrito. a) Determine a velocidade v com que as duas bolas grudadas devem sair da extremidade B do tubo para atingir a extremidade A. b) Determine o valor de H para que o desafio seja vencido. Resolução a) 1) De B para A o tempo de queda é dado por: ∆y = V0y t + t 2 ( ↓ + ) R = t Q 2 ⇒ tQ = 2) Para atingir a extremidade A devem ter: ∆x = V t R = V . ⇒ V = R g––– 2R 2R––– g 2R––––g g ––– 2 γy––– 2 H bola 1 bola 2 g A B R 10 Fmag ≅ 5,8 . 10 –5 N – n ≅ 5,0 . 1011 Qi = ––– ∆t 10CURSO OBJETIVO FUVEST 1998 V = b) 1) Usando a conservação da energia mecânica da bola 1 entre a posição inicial (0) e a posição B temos: (referência em B) M 1 V B 2 ––––––– = M1 g H ⇒ VB = 2 g H 2 2) Usando a conservação da quantidade de movimento total na colisão entre as bolas (1) e (2) vem: Qapós = Qantes (M1 + M2) V = M1VB (M1 + M2) = M1 . 2g H M2 gR(1 + –––) 2 . –––– = 2 g H M1 2 Respostas: a) R M2b) ––– (1 + ––––) 2 4 M1 COMENTÁRIO DE FÍSICA Em primeiro lugar, ressaltemos o elevado nível das questões, mesmo considerando que a prova era dirigida para um grupo de alunos específicos: exatas e biológicas. Em sua maioria, as questões foram literais e extremamente trabalhosas, o que dificultou, em muito, as resoluções, exigindo do aluno muita concentração. O enunciado de algumas questões deixou a desejar, chegando a confundir os dados do próprio enunciado com a figura apresentada (questão 03). gR ––– 2 R M2H = ––– (1 + –––)24 M1 gR ––– 2 EB = E0 gR ––– 2 11CURSO OBJETIVO FUVEST 1998 a) Formule uma hipótese consistente com os resultados obtidos para explicar a herança da forma dos frutos nessa espécie. b) Represente os alelos por letras e indique os genótipos dos indivíduos parentais e dos descendentes no cruza- mento IV. Resolução a) Trata-se de um caso típico de herança intermediária ou co-dominância, assim caracterizado: 1º) na F1 aparece um caráter intermediário, caracte- rizado pelo cruzamento I; 2º) na F2 a proporção típica é 1 : 2 : 1, de acordo com o cruzamento IV. b) Alelos: L(longo) e R(redondo) Cruzamento IV: LR x LR Uma jovem que sempre foi saudável chegou a um hospital em estado de coma. O histórico da paciente revelou que ela recebera erroneamente injeção de uma dose excessiva de insulina. a) Por que a injeção de insulina induziu o coma na jovem? b) A insulina é normalmente administrada a pacientes com disfunção de que órgão? Qual é a doença causada pela deficiência de insulina? Resolução a) A insulina é um hormônio que aumenta a permeabi- lidade da plasmalema, facilitando a entrada de glicose nas células. O excesso desse hormônio no sangue ocasiona uma hipoglicemia, induzindo o coma na jovem. b) A insulina é produzida pelos ribossomos das células β das ilhotas de Langerhans do órgão denominado pân- creas. A deficiência de insulina ocasiona a Diabetes mellitus, que se caracteriza pelo excesso de glicose no sangue e, conseqüentemente, também na urina (glicosúria). Mariposas da espécie Biston betularia de cor escura (melânicas) eram raras em Manchester, Inglaterra, por volta de 1895. Predominavam os espécimes de cor clara, que se camuflavam sobre os liquens das cascas das árvores. Em 1950, porém, verificou-se que quase 90% das mariposas eram melânicas nas áreas que se tornaram industriais, onde a fuligem negra produzida pelas fábricas recobriu o tronco das árvores. a) Explique esse aumento das mariposas melânicas entre 1895 e 1950 com base na seleção natural. b) Por que é possível afirmar que a coloração dessas mariposas é um caráter determinado geneticamente? Resolução a) A partir do desenvolvimento industrial, a fuligem que recobriu as cascas das árvores fez com que as mari- posas de coloração escura ficassem camufladas aos seus predadores, justificando o aumento populacional. b) De acordo com o neodarwinismo ou “teoria sintética”, as variações são submetidas à ação do meio ambiente no processo de seleção natural. Essas variações sur- gem através da recombinação gênica e pelas muta- ções, ou seja, mudanças no material genético. Comentário A prova de Biologia foi relativamente fácil, por abordar conceitos fundamentais da matéria. Questões com enunciados claros, exigindo respostas curtas e imediatas. 10 09 RRLRR LRLLL RL LROval RRRedondo LLLongo GenótiposFenótipos 25% fruto longo: 50% fruto oval: 25% fruto redondo. Fruto oval x fruto oval IV 50% fruto redondo: 50% fruto oval Fruto redondo x fruto oval III 50% fruto longo: 50% fruto oval Fruto longo x fruto oval II 100% fruto oval Fruto longo x fruto redondo I Descendência obtida Tipos de planta cruzados Cruzamento 3CURSO OBJETIVO FUVEST 1998 a) Expresse sen 3α em função de sen α. b) Resolva a inequação sen 3α > 2sen α para 0 < α < π. Resolução a) sen (3α) = sen (2α + α) = = sen 2α . cos α + cos 2α . sen α = = 2 . sen α . cos2 α + (1 – 2 sen2 α) . sen α = = 2 . sen α . (1 – sen2 α) + sen α – 2 . sen3 α = = 2 sen α – 2 . sen3 α + sen α – 2 . sen3 α = = 3 . sen α – 4 . sen3 α b) Sendo 0 < α < π, temos sen α > 0 e, portanto: sen (3α) > 2 . sen α ⇔ 3 . sen α – 4 . sen3 α > 2 . sen α ⇔ ⇔ 4 . sen3 α – sen α < 0 ⇔ ⇔ sen α . (2 . sen α + 1) . (2 . sen α – 1) < 0 ⇔ 2 . sen α – 1 < 0 ⇔ sen α < ⇔ 0 < α < ou < α < π Assim: V = {α ∈ IR | 0 < α < ou < α < π} Respostas: a) sen (3 α) = 3 . sen α – 4 . sen3 α b) V = {α ∈ IR | 0 < α < ou < α < π} P(x) é um polinômio de grau ≥ 2 e tal que P(1) = 2 e P(2) = 1. Sejam D(x) = (x – 2) (x – 1) e Q(x) o quociente da divisão de P(x) por D(x). a) Determine o resto da divisão de P(x) por D(x). b) Sabendo que o termo independente de P(x) é igual a 8, determine o termo independente de Q(x). Resolução a) De acordo com o enunciado, temos: P(x) |(x – 1) (x – 2)––––––––––––– ax + b | Q(x) {P(1) = 2 ⇒ P(2) = 1 P(x) ≡ (x – 1) (x – 2) . Q(x) + ax + b ⇒ {P(1) = 2 ⇒P(2) = 1 P(1) = a + b = 2 a = –1 ⇒ { P(2) = 2a + b = 1 ⇒ { b = 3 Portanto, o resto da divisão de P(x) por D(x) é R(x) = ax + b = –x + 3. b) P(x) ≡ (x – 1) (x – 2) . Q(x) – x + 3 {P(0) = 8 (pois o termo independente de P é 8) ⇒ ⇒ P(0) = (–1) . (–2) . Q(0) – 0 + 3 ⇒ 8 = 2Q(0) + 3 ⇒ ⇒ Q(0) = Portanto, o termo independente de Q(x) é Q(0) = . Respostas: a) –x + 3 b) 500 moedas são distribuídas entre três pessoas A, B e C, sentadas em círculo, da seguinte maneira: A recebe uma moeda, B duas, C três, A quatro, B cinco, C seis, A sete, e assim por diante, até não haver mais moedas suficientes para continuar o processo. A pessoa seguinte, então, receberá as moedas restantes. a) Quantas foram as moedas restantes e quem as recebeu? (Deixe explícito como você obteve a resposta.) b) Quantas moedas recebeu cada uma das três pessoas? Resolução 1) Até não haver moedas suficientes para continuar o pro- cesso, A, B e C recebem 1 + 2 + 3 + 4 + ... + n = . 2) O maior inteiro n que satisfaz ≤ 500 é n = 31, e a soma das moedas é 1 + 2 + 3 + 4 + ... + 31 = = 496.(1 + 31) . 31––––––––––– 2 (1 + n) . n––––––––– 2 (1 + n) . n––––––––– 2 03 5–– 2 5–– 2 5–– 2 02 5π –– 6 π –– 6 5π –– 6 π –– 6 5π –– 6 π –– 6 1 –– 2 01 2CURSO OBJETIVO FUVEST 1998 Matemática 3) As moedas foram distribuídas entre as pessoas A, B e C da seguinte maneira: 4) A recebeu 1 + 4 + 7 + ... + 31 = = 176 moedas. 5) B recebeu 2 + 5 + 8 + ... + 29 + 4 = = + 4 = 159 moedas. 6) C recebeu 3 + 6 + 9 + ... + 30 = = = 165 moedas. Respostas: a) B recebeu as 4 moedas restantes. b) A recebeu 176, B recebeu 159 e C recebeu 165 moedas. Considere um ângulo reto de vértice V e a bissetriz desse ângulo. Uma circunferência de raio 1 tem o seu centro C nessa bissetriz e VC = x. a) Para que valores de x a circunferência intercepta os lados do ângulo em exatamente 4 pontos? b) Para que valores de x a circunferência intercepta os lados do ângulo em exatamente 2 pontos? Resolução a) Para que a circunferência intercepte os lados do ângulo reto em exatamente quatro pontos, deve-se ter, simul- taneamente: x 2 x – 1 > 0 e 1 – –––––– > 0 2 Assim: x > 1 e x–––––2 < 1 ⇔ x > 1 e x < 2 ⇔ 2 ⇔ 1 < x < 2 b) Para que a circunferência intercepte os lados do ângulo reto em exatamente dois pontos, deve-se ter: (1 – x > 0 e –––––x 2 ≥ 0) ou –––––x 2 = 1 ⇔ (x < 1 e x ≥ 0) 2 2 ou x = 2 ⇔ 0 ≤ x < 1 ou x = 2 Observação: 1) Para x = 1, a circunferência intercepta os lados do ângulo reto em exatamente três pontos, um dos quais é o próprio vértice V do ângulo reto. 2) Para x > 2 , a circunferência não intercepta os lados do ângulo reto. Respostas: a) 1 < x < 2 b) 0 ≤ x < 1 ou x = 2 04 (3 + 30) . 10––––––––––– 2 (2 + 29) . 10––––––––––– 2 (1 + 31) . 11––––––––––– 2 30272421181512963C 429262320171411852B 3128252219161310741A 3CURSO OBJETIVO FUVEST 1998 Nenhum deles gostaria de enfrentar um dos outros logo na primeira rodada do torneio. Qual é a proba- bilidade de que esse desejo seja satisfeito? c) Sabendo que pelo menos um dos jogos da primeira rodada envolve 2 dos 4 amigos, qual é a probabilidade condicional de que A e B se enfrentem na primeira rodada? Resolução a) Para definir o primeiro jogo da primeira rodada, escolhe-se, casualmente, um jogador que poderá jogar com qualquer um dos sete jogadores restantes. Para definir o segundo jogo da primeira rodada, esco- lhe-se, entre os seis jogadores que sobraram, um joga- dor que poderá jogar com qualquer um dos cinco joga- dores restantes. Para definir o terceiro jogo da primeira rodada, esco- lhe-se, entre os quatro jogadores que sobraram, um jogador que poderá jogar com qualquer um dos três jogadores restantes. O quarto jogo da primeira rodada pode ser definido de uma só forma. Assim, o número de maneiras diferentes de se constituir a tabela de jogos da primeira rodada é 7 . 5 . 3 . 1 = 105. b) Como nenhum dos amigos A, B, C e D gostaria de se enfrentar na primeira rodada, então: – o amigo A pode escolher seu adversário de 4 formas diferentes; – o amigo B pode escolher seu adversário de 3 formas diferentes; – o amigo C pode escolher seu adversário de 2 formas diferentes e; – o amigo D só tem 1 forma de escolher seu adver- sário. Assim, existem 4 . 3 . 2 . 1 = 24 formas dos quatro amigos não se enfrentarem na primeira rodada do torneio, e a probabilidade de que isso ocorra é 24 8 –––– = –––– . 105 35 c) Das 105 maneiras diferentes de compor a primeira rodada, 81 (105 – 24) delas têm pelo menos um dos jogos envolvendo dois dos quatro amigos. A e B se enfrentam na primeira rodada em 5 . 3 . 1 = 15 destas maneiras. Assim, a probabilidade condicional de que A e B se en- frentem na primeira rodada, sabendo que pelo menos um dos jogos envolve dois dos quatro amigos, é: 15 5––––– = –––––– 81 27 Respostas: 8 5a) 105 b) –––– c) ––– 35 27 No cubo de aresta 1, considere as arestas AC –– e BD –– e o ponto médio, M, de AC –– . a) Determine o cosseno do ângulo BÂD. b) Determine o cosseno do ângulo BM ^ D. c) Qual dos ângulos, BÂD ou BM ^ D, é o maior? Justifique. Resolução O triângulo ABD é retângulo em B, e tal que: BD = a = 1 AB = a 2 = 2 AD = a 3 = 3. Portanto: cos BÂD = = = . b) Sendo M o ponto médio de ––– AC e N o ponto médio de ––– BD, 6 –––– 3 2 –––– 3 AB ––– AD 09 6CURSO OBJETIVO FUVEST 1998 tem-se que os triângulos MNB e MND são congruentes e retângulos em N. No triângulo MNB, temos: MN = 2 , NB = e MB = ( 2 )2 + ( ) 2 = Assim, cos BM ^ N = cos θ = = = e cos B ^ MD = cos(2θ) = 2.cos2θ – 1 = 2 . ( )2 – 1 = . c) Como { cos BÂD = = cos BM^D = = tem-se: cos BÂD > cos BM ^ D ⇒ BÂD < BM ^ D, pois a função cos- seno é decrescente para ângulos agudos. a) Dadas as retas paralelas r e s e um ponto A em r, construa um triângulo eqüilátero com um vértice em A, outro vértice em r e o terceiro vértice em s. b) Descreva e justifique as construções feitas. Resolução a) b) Descrição das construções: 1º) com centro no ponto A e raio qualquer, traçamos o arco C1, que intercepta a reta r no ponto P; 2º) com centro no ponto P e mesmo raio do arco C1, tra- çamos o arco C2, que intercepta o arco C1 no ponto Q; 3º) a semi-reta AQ → intercepta a reta s no ponto B; 4º) com centro em A e raio AB –– , traçamos o arco C3, que intercepta a reta r no ponto C. Justificação das construções: 1º) como C1 e C2 têm mesmo raio, o triângulo PAQ é eqüilátero e, portanto, PAQ ^ = 60°; 2º) como C3 tem centro A e raio AB –– , temos: AB –– ≅ AC –– e, portanto, o triângulo ABC é eqüilátero, pois AB –– ≅ AC –– e CAB ^ = PAQ ^ = 60°. Observação: Existe uma segunda solução, com o ponto C’ à direita do ponto A, como mostra a figura a seguir. COMENTÁRIO Com quatro questões de Álgebra, duas de Geo- metria, uma de Trigonometria, uma de Geometria Ana- lítica, uma de Geometria e Trigonometria e uma de Geo- metria e Geometria Analítica, a Fuvest apresentou uma prova de matemática muito bem organizada. A abran- gência do conteúdo programático especificado no Manual do Candidato não ficou prejudicada se considerarmos o que foi exigido na primeira fase. O conjunto das questões mesclou perguntas clássicas com perguntas criativas. Além disso, ao dispor as questões mais difíceis em forma de itens, a Fuvest certamente conseguiu elaborar uma prova que selecionará os candidatos mais bem prepa- rados. A’ P’ Q’ B’ C2’ C’ s r C1’ C3’ AP Q B C2 C s C3 C1 r • 10 49 ––––– 9 7 –– 9 54 ––––– 9 6 ––––– 3 7 –– 9 2 2 ––––– 3 2 2 ––––– 3 2 –––– 3 –– 2 MN –––– MB 3 –– 2 1 –– 2 1 –– 2 7CURSO OBJETIVO FUVEST 1998 Segundo a ONU, os subsídios dos ricos prejudicam o Terceiro Mundo de várias formas: 1. mantêm baixos os preços internacionais, desvalorizando as exportações dos países pobres; 2. excluem os pobres de vender para os mercados ricos; 3. expõem os produtores pobres à concorrência de produtos mais baratos em seus próprios países. (Folha de S. Paulo, 02/11/97, E-12) Neste texto, as palavras sublinhadas rico e pobre pertencem a diferentes classes de palavras, conforme o grupo sintático em que estão inseridas. a) Obedecendo à ordem em que aparecem no texto, identifique a classe a que pertencem, em cada ocorrência sublinhada, as palavras rico e pobre. b) Escreva duas frases com a palavra brasileiro, empregando-a cada vez em uma dessas classes. Resolução a) Ricos é substantivo em “... ricos prejudicam”; pobres é adjetivo em “países pobres”; pobres é substantivo em “os pobres”; ricos é adjetivo em “mercados ricos”. b) Há inúmeras possibilidades de construção de frases. O importante é que a palavra seja usada ora como substantivo, ora como adjetivo. Exemplos: O brasileiro admira muito futebol. (substantivo) O futebol brasileiro revela, constantemente, grandes jogadores. (adjetivo) I. Temos saídas. Temos, por exemplo, um setor agrícola imenso. Nesse sentido, o MST tem razão. Não o MST, a política de assentamento, de pequena economia familiar. (Presidente Fernando Henrique Cardoso, em entrevista concedida à revista “Veja”, 10/09/97, p.25) II. Ao falar, não posso usar borracha, apagar, anular; tudo que posso fazer é dizer “anulo, apago, retifico”, ou seja, falar mais. Essa singularíssima anulação por acréscimo, eu a chamarei de “balbucio”. (Roland Barthes) a) Baseando-se nesta definição de Roland Barthes, transcreva o trecho do texto I em que houve balbucio. b) Nota-se que o entrevistado repetiu duas vezes a palavra “Temos”, cada vez com um complemento diferente. Explique a relação semântica que o contexto lingüístico (os dois períodos em seqüência) permite estabelecer entre os dois complementos utilizados. Resolução a) Ocorre “balbucio”, na acepção que lhe dá Roland Barthes, em: “Não o MST, a política de assentamento, de pequena economia familiar.” b) Os dois complementos utilizados são “saídas” e “um setor agrícola imenso”. A relação semântica que se estabelece entre eles é que o “setor agrícola” serve de exemplificação, como uma das várias “saídas” que o presidente julga haver para o Brasil. Ele voltou – e veio bravo. El Niño, a inversão térmica que esquenta parte das águas do Oceano Pacífico e muda o clima de quase todo o planeta, atingiu na semana passada a temperatura mais alta desde os anos 80. (Veja, 27/08/97, p.42) a) Observe que o texto começa com o pronome “ele” e só depois designa o fenômeno a que esse pronome se refere. Explique o efeito que o texto procura produzir no leitor, ao empregar tal recurso. b) Reescreva o trecho, mantendo os períodos na ordem apresentada e fazendo apenas as adaptações neces- sárias para que a expressão “El Niño” seja enunciada anteriormente ao pronome. Resolução a) Os efeitos decorrentes do adiamento da referência pronominal, no início do texto, são: personificação, suspensão e surpresa. A personificação (ou suges- tão de prosopopéia) deve-se a que o leitor é levado a imaginar que o pronome se refira a uma pessoa ou, no mínimo, a um ser animado, pois lhe são atribuídos os predicados “voltou” e “bravo”. A identificação, no entanto, fica suspensa até o segundo período, quando ocorre a surpresa: trata-se, não de uma pessoa ou ser animado, mas de um fenômeno da natureza. b) El Niño voltou — e veio bravo. Ele — a inversão térmica que esquenta parte das águas do Oceano Pacífico e muda o clima de quase todo o planeta — 03 02 01 1CURSO OBJETIVO FUVEST 1998 Português negro é reduzido à condição de escravo doméstico ou trabalhador no eito. O narrador menciona ainda que o aluguel de alguns escravos era fonte substancial dos rendimentos de sua família. Em qualquer dessas situações é sempre escravo e sempre anônimo. Fogo Morto, São Bernardo e Campo Geral envolvem condições mais diversificadas, mas sempre subalternas, em maior ou menor escala. Nos três ro- mances os negros tem uma participação mais indivi- dualizada, são nominalmente identificados e algumas dessas personagens, como José Passarinho, Floripes e Mãitina são razoavelmente desenvolvidos. Não há, contudo, nenhuma personagem negra que refuja aos estereótipos comuns: cantadores, bêbados e macum- beiros. Foi apenas um instante antes de se abrir um sinal numa esquina, dentro de um grande carro negro, uma figura de mulher que nesse instante me fitou e sorriu com seus grandes olhos de azul límpido e a boca fres- ca e viva; que depois ainda moveu de leve os lábios como se fosse dizer alguma coisa – e se perdeu, a um arranco do carro, na confusão do tráfego da rua estreita e rápida. Mas foi como se, preso na penumbra da mesma cela eternamente, eu visse uma parede se abrir sobre uma paisagem úmida e brilhante de todos os sonhos de luz. Com vento agitando árvores e derrubando flores, e o mar cantando ao sol. (Rubem Braga) Este trecho que finaliza o texto “Visão”, de Rubem Braga, apresenta de modo flagrante um momento muito característico da prosa desse autor. a) Que momento característico é esse? Defina-o, explicando sucintamente. b) Aponte, no trecho, expressões e recursos de cons- trução textual que configurem esse momento narrativo, explicando brevemente. Resolução a) Há nesse fragmento aquilo que a crítica chama fulguração do instante, alumbramento, revelação epifânica. São momentos “mágicos”, sublimes e efêmeros do cotidiano, captados pela sensibilidade do cronista, numa linguagem coloquial. Conforme afirma Davi Arrigucci, no prefácio de Os Melhores Contos de Rubem Braga, neste cronista “a fulguração do instante é breve e fugidia: um mostrar-se repentino e rápido daquilo que logo se esvai no esquecimento. Por isso, há sempre realmente alguma coisa de vão no gesto que busca fixá-la, como o cronista, movido pela iluminação de um momento, mas imobilizado na atitude de sombras passageiras”. b) O “momento narrativo” em questão configura-se, no texto, nas seguintes passagens: “Foi apenas um instante”; “uma figura de mulher que nesse instante me fitou e sorriu com seus grandes olhos de azul límpido e a boca fresca e viva”; ... “e se perdeu, a um arranco do carro, na confusão do tráfego”. A reiteração do termo instante ou equivalente (“a um arranco do carro”) revela a efemeridade do deslumbramento. Além disso, a oposição do penúltimo período (“preso na penumbra” x “visse uma parede se abrir sobre uma paisagem úmida e brilhante de todos os sonhos de luz”) corrobora o conflito entre o cotidiano monótono e persistente e o êxtase fugidio. Deve-se lamentar a redação um tanto imprecisa da pergunta e a ausência da vírgula após a primeira ocorrência da palavra trecho. 10 4CURSO OBJETIVO FUVEST 1998 Redação A partir da leitura dos textos abaixo, redija uma DISSERTAÇÃO em prosa, discutindo as idéias neles contidas. (…) o inferno são os Outros. (Jean-Paul Sartre) (…) padecer a convicção de que, na estreiteza das relações da vida, a alma alheia comprime-nos, penetra-nos, suprime a nossa, e existe dentro de nós, como uma consciência imposta, um demônio usurpador que se assenhoreia do governo dos nossos nervos, da direção do nosso querer; que é esse estranho espírito, esse espírito invasor que faz as vezes de nosso espírito, e que de fora, a nossa alma, mísera exilada, contempla inerte a tirania violenta dessa alma, outrem, que manda nos seus domínios, que rege as intenções, as resoluções e os atos muito diferentemente do que fizera ela própria (…) (Raul Pompéia) — “Os outros têm uma espécie de cachorro farejador, dentro de cada um, eles mesmos não sabem. Isso feito um cachorro, que eles têm dentro deles, é que fareja, todo o tempo, se a gente por dentro da gente está mole, está sujo ou está ruim, ou errado… As pessoas, mesmas, não sabem. Mas, então, elas ficam assim com uma precisão de judiar com a gente…” (João Guimarães Rosa) (…) experimentar colonizar civilizar humanizar o homem descobrindo em suas próprias inexploradas entranhas a perene, insuspeitada alegria de con-viver. (Carlos Drummond de Andrade) O filósofo e psicólogo William James chamou a atenção para o grau em que nossa identidade é formada por outras pessoas: são os outros que nos permitem desenvolver um sentimentos de identidade, e as pessoas com as quais nos sentimos mais à vontade são aquelas que nos “devolvem” uma imagem adequada de nós mesmos (…) (Alain de Botton) Como em exames anteriores, a FUVEST solicitou do candidato a produção de um texto dissertativo sobre tema a ser depreendido da leitura de cinco textos, apresentados como base para uma discussão. Dispondo os textos em duas colunas, a Banca Exa- minadora induziu o candidato a observar a contraposição de conteúdos: de um lado, três fragmentos: o do filósofo Jean-Paul Sartre (“O inferno são os outros.”), seguido de dois trechos, de Raul Pompéia e Guimarães Rosa, que reafirmam a visão sartriana, de que os “outros” — referidos nos textos como “consciência imposta”, “espírito invasor”, “cão farejador” — atuam sobre nós como agentes de opressão, que regem nossas intenções, obrigando-nos a agir de modo contrário à nossa real vontade, com uma “precisão de judiar com a gente”. Do lado oposto, os dois fragmentos transcritos (o primeiro, de Drummond; o segundo, de Alain de Botton) apresentam uma visão absolutamente positiva das relações humanas: ao explorar suas “entranhas”, o homem descobriria, em vez da “alma mísera exilada”, a “insuspeitada alegria de con-viver”. Longe de suprimir nossa alma, os outros nos “permitem desenvolver um sentimento de identidade”, alguns até nos “devolvendo uma imagem adequada de nós mesmos”. A percepcão dessas visões divergentes deveria ter levado o candidato a adotar um posicionamento a respeito da questão. Haveria, nesse caso, três possíveis caminhos: o primeiro consistiria em defender a tese de Sartre, Pompéia e Guimarães Rosa, a saber, as relações humanas são pautadas pela inconveniência da influência infernal dos outros; para o segundo, a beleza da vida reside na convivência com o outro, que, por enriquecedora, contribui para humanizar e alegrar o homem; no terceiro, seria possível defender a conciliação das duas idéias: os outros, ora são nosso inferno, ora nosso paraíso; ora nos alienam de nós mesmos, ora nos sustentam na estruturação de nossa identidade. Há um certo desnível ou heterogeneidade nesta prova da FUVEST: ao lado de questões claras, simples e bem formuladas, há questões em que ou não é bem claro, ou é muito complexo o que se exige do candidato. Encontram-se esses defeitos nas questões 5, 8, 9 e 10. Na questão 5, não se define claramente, no quesito b, o que se quer ao pedir que se relacionem as formas do perfeito com as do presente. Na questão 8, a vaga expressão “alguma responsabilidade” abre-se a várias possibilidades de entendimento. A questão 9 pede como resposta um pequeno tratado, fundado num vasto registro de memória. A questão 10, além do erro de português consistente na falta de vírgula depois da primeira ocorrência da palavra “trecho”, utiliza de forma arbitrária a palavra “momento”, que não é termo crítico e que, tal como aparece nas perguntas, causa confusão e mesmo perplexidade. Outro problema desta prova é a excessiva dependência relativamente a certos críticos: as questões 7 e 8 saem das páginas de Roberto Schwarz (cujas análises de Machado de Assis não são acessíveis a estu- dantes secundaristas), assim como a questão 10 deriva inteiramente de trabalho do crítico Davi Arrigucci Jr. COMENTÁRIO E GRÁFICO DE PORTUGUÊS COMENTÁRIO DA REDAÇÃO 5CURSO OBJETIVO FUVEST 1998
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