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História 3 - ceesvo - ensino fundamental, Notas de estudo de Química

HISTÓRIA 3 - CEESVO - ENSINO FUNDAMENTAL

Tipologia: Notas de estudo

2010

Compartilhado em 02/10/2010

Salamaleque
Salamaleque 🇧🇷

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Baixe História 3 - ceesvo - ensino fundamental e outras Notas de estudo em PDF para Química, somente na Docsity! Para facilitar seus estudos:  Leia atentamente os módulos e se achar necessário responda NO CADERNO as atividades propostas. Elas não são obrigatórias.  Consulte o dicionário sempre que não souber o significado das palavras. Se necessário, utilize o volume da biblioteca.  Se você tiver dúvidas com a matéria, consulte uma das professoras na sala de História. IMPORTANTE: NÃO ESCREVA NA APOSTILA, POIS ELA SERÁ TROCADA POR OUTRA. A TROCA SÓ SERÁ FEITA SE A APOSTILA ESTIVER EM PERFEITO ESTADO. HISTÓRIA - Ensino Fundamental - 7ª série CEESVO 2 Bem, você mora no Brasil, e provavelmente nasceu aqui. Sabe que o Brasil é um país que tem aproximadamente 180 milhões de habitantes e mais de 08 milhões e 500 mil Km2. A língua que você fala é a portuguesa – herança cultural do colonizador português. Os usos e costumes que você pratica são resultados da mistura de várias culturas, principalmente indígena, africana, européia e asiática. Bem, oficialmente, os portugueses chegaram no Brasil durante a expansão marítima, nos fins do século XV, sob o comando de Pedro Álvares Cabral, no dia 22 de abril de 1500. Nos primeiros anos, após a chegada de Cabral, a preocupação dos portugueses foi a de extrair pau-brasil, com o auxílio dos índios para mandar à Europa, onde a madeira era negociada. Mas, a prioridade dos portugueses era continuar explorando e vendendo as especiarias (cravo, pimenta, canela...) da Índia, na Europa. A bem da verdade os portugueses não se animaram muito com a nova possessão. Justificavam que uma terra que só tinha pau-brasil e aves exóticas não proporcionaria os mesmos lucros que as especiarias da Índia - no Oriente. Será que sempre teve esse tamanho e o mesmo número de habitantes? Você já se preocupou em saber, por que o país onde nós vivemos, apresenta essa mistura de raças? Já sei! Se voltarmos no tempo (até os fins do século XV), poderemos descobrir se o Brasil sempre teve essas mesmas características! Vamos lá! HISTÓRIA - Ensino Fundamental - 7ª série CEESVO 5 A colonização do Brasil compreendia a fixação de colonos na terra e uma produção que atendesse ao mercado europeu, com fins lucrativos. Assim, a colonização no Brasil teve a cultura da cana-de-açúcar como o seu primeiro produto agrícola, e para produzir açúcar, foram trazidos negros da África como mão-de-obra. A produção deveria ser em grande escala, pois este produto era raro na Europa e, portanto, caro. • ESCRAVISMO O sistema econômico montado na América foi o escravista. O escravismo é um sistema social e econômico no qual o agente de produção é predominantemente o escravo, que é comercializado, sendo vendido, comprado ou trocado como uma mercadoria ou objeto. Os motivos da utilização da mão-de-obra escrava na América foram: • escravismo proporcionou a montagem do tráfico internacional de escravos gerando lucros fabulosos aos traficantes; • os escravos supriam a mão-de-obra no trabalho dentro das colônias em lugar dos colonizadores europeus. O escravismo, na época moderna, não era uma novidade, pois já havia escravidão entre povos da Antigüidade, como por exemplo, entre os gregos e romanos. A igreja impedia que o índio fosse escravizado, pois estava interessada em sua catequese e como mão-de-obra nas aldeias jesuítas, mas, ao mesmo tempo, continuava justificando a escravidão do negro. O escravismo era aceito e justificado pela Igreja e pela sociedade como uma prática normal e lucrativa, pois, tanto os traficantes como à Igreja ganhavam grandes porcentagens com o tráfico de negros. Responda em seu caderno: 01. Portugal decide efetivamente ocupar a colônia portuguesa na América, somente em 1530. Explique com suas palavras, o motivo. HISTÓRIA - Ensino Fundamental - 7ª série CEESVO 6 Escravidão e preconceito persistem no século XXI. Assim, os colonizadores, utilizavam o negro como escravo, aumentando o volume do tráfico africano e conseqüentemente as vantagens e lucros obtidos por quem promovia esse comércio. A proteção ao índio era relativa, pois ao mesmo tempo em que se proibia legalmente a sua escravização, o governo permitia que a mesma ocorresse através das “guerras justas”. quelas feitas com licença do rei ou do governador-geral contra os povos indígenas que combatiam os portugueses, impediam o comércio ou que fizessem aliança com outras nações européias. Os índios capturados nessas guerras justas eram levados para aldeias de repartição e distribuídos entre os colonos por tempo determinado”. (Azanha, G. Senhores destas terras. Atual, 1991). Os padres jesuítas eram grandes defensores da não escravização do índio pelos colonos, no entanto, os jesuítas faziam uso da mão-de-obra indígena para os diversos trabalhos nas missões, além de desestruturarem a sua cultura quando lhes impunham os costumes e a religião do colonizador português, através das catequeses. Reação Negra e Indígena ao Escravismo Tanto o índio como o negro foi dominado e escravizado pelos brancos europeus. Os negros foram trazidos do Continente Africano, pela força, para servir de mão-de-obra escrava no trabalho braçal na lavoura, minas e serviços domésticos. Desde a captura na África, ...e o que eram essas “guerras justas?” HISTÓRIA - Ensino Fundamental - 7ª série CEESVO 7 Índios soldados de Bandeirantes, escoltando índios selvagens aprisionados. O primeiro grande ciclo bandeirista teve a finalidade de apresamento de indígenas. já eram separados de suas famílias e nações para que chegassem na América desunidos e sem disposição de reagir ao cativeiro. Eram transportados para o Brasil nos porões dos navios negreiros também chamados “navios tumbeiros”, nas piores condições possíveis, o que provocava a morte de mais de 50% dos negros durante as viagens, entretanto, nem negros e nem índios aceitaram passivamente essa dominação. O desmonte da cultura indígena e da cultura negra africana, além de outros motivos, ocorreu porque o colonizador português não permitiu a manifestação religiosa desses povos.  Índios: o colonizador português foi introduzindo ao cotidiano novos conceitos religiosos que foram impostos como parte da salvação de suas almas.  Negros: apesar da proibição de culto religioso, feita pelo colonizador branco português, criaram uma mistura da religião africana com a religião católica como forma de burlar essa proibição. Com a colonização, os portugueses impuseram tanto aos índios, quanto aos negros, sua forma de organização social, econômica e política. O índio, mesmo reagindo, foi sendo exterminado ou se misturando à cultura branca. O negro fugia para os quilombos; entretanto, se recapturado, era levado de volta aos engenhos e forçado a se adaptar culturalmente, ou morria, devido aos castigos físicos. • BANDEIRAS A capitania de São Vicente foi o primeiro núcleo povoador de nosso país. Mas, apesar de ter sido bem administrada, num segundo momento, começou a ter problemas econômicos e os investidores não mais se interessavam pela capitania. São Responda em seu caderno: 02. O que você acha da chamada “guerra justa” defendida durante a colonização do Brasil? HISTÓRIA - Ensino Fundamental - 7ª série CEESVO 10 Organizados nos moldes africanos, Palmares não era uma pequena aldeia e sim um grupo de cidades, denominadas de mocambos. Cada mocambo tinha um chefe. Juntos elegiam o rei do quilombo, um dos mais conhecidos foi ZUMBI, chefe guerreiro, assassinado pelas forças de repressão da coroa portuguesa em 20 de novembro de 1695. As forças dos mocambos se uniam sempre que ocorria algum tipo de ataque ao quilombo ou quando eram formadas expedições guerreiras para libertar escravos das fazendas. Palmares era uma sociedade complexa, onde se praticavam a agricultura e a criação de animais. Os palmarinos também fabricavam armas e ferramentas, visto que conheciam a arte da metalurgia trazida da África pelos negros. Enfim, Palmares era uma nação dentro de uma colônia portuguesa. Símbolo máximo da luta pela liberdade, Palmares existiu por cerca de 100 anos (1597 a 1694) antes de ser destruído pela voracidade impiedosa daqueles que tratavam seres humanos como se fossem COISAS. Quem prova o gosto da liberdade não volta facilmente para a condição de escravo. Quem nunca foi escravo, e somente tinha referência da escravidão por meio das histórias que eram contadas, como era o caso daqueles que nasceram e viveram em Palmares, não tinha a menor intenção de experimentar a degradação que havia sido imposta a seus antepassados ou aos ex-escravos com os quais conviviam. Os nascidos em Palmares, por sua vez, agiam como um irmão mais novo para o qual as portas já foram abertas pelos direitos conquistados pelo mais velho. Dessa forma, nenhum dos habitantes do quilombo aceitaria outra opção que não fosse a liberdade. Para manter essa condição, contava com o difícil acesso ao quilombo e também com o número imenso de habitantes que lá viviam para poder defendê-lo. As matas impediam manobras de cavalaria e a inexistência de estradas dificultava o transporte de armamentos pesados, como os canhões. Os habitantes de Palmares, por sua vez, evitavam confrontos abertos e desfavoráveis, preferindo minar a resistência dos portugueses utilizando-se de emboscadas e ações que, atualmente, poderíamos denominar de guerrilhas, ou seja, pequenos ataques surpresa com retirada logo a seguir. Mas a partir de 1670, os portugueses intensificaram as expedições contra Palmares. Chegar lá não era tarefa fácil. HISTÓRIA - Ensino Fundamental - 7ª série CEESVO 11 Zumbi fez seu próprio exército e começou a reorganizar a comunidade da Palmares. As lutas continuaram e, em 1693, o governo estabeleceu como prioridade a destruição do quilombo. Aproximava-se a batalha final para a qual haviam sido contratados mercenários de uma região distante: os bandeirantes paulistas. Esses chegaram em Alagoas para ali organizar os preparativos do ataque a Palmares, que daria início ao capítulo final da existência do quilombo. Com canhões e mais de 10 000 militares, o chefe da expedição, também paulista, o bandeirante Domingos Jorge Velho, conseguiu realizar o massacre em Palmares - era a barbárie. Morria ali a nação livre com a qual os escravos e tantos outros sonharam. Zumbi, embora ferido, conseguiu fugir. Dois anos depois, as tropas militares o assassinaram, após capturar e torturar um dos membros do seu grupo. Sua morte ocorreu no dia 20 de novembro de 1695. Foi esfaqueado, degolado, tendo sua cabeça exposta em praça pública. Por essa razão, o Movimento Negro Brasileiro instituiu essa data como Dia Nacional da Consciência Negra. Mas, o percurso para a liberdade, ainda que esta demorasse a chegar, estava aberto, com muito mais esforço do que o simples levantar da pena pelas mãos de uma princesa. (Texto adaptado: Projeto Escola e Cidadania - Movimentos Sociais no Campo, pág.12-16, Ed. do Brasil, 2000). Se algum dia você acreditou em HEROÍSMO DE BANDEIRANTE, é melhor refletir de novo! Bem, para começar, Sorocaba foi fundada por um bandeirante, Baltasar Fernandes, nascido em 1580, no atual bairro do lbirapuera, em São Paulo. Ele e seu irmão participaram ativamente da caça ao índio, tomando parte, entre 1629 e 1630 na destruição das últimas reduções jesuítas da região e na conseqüente captura dos indígenas. Com sua família e mais 400 índios escravos, estabelece moradia nessas terras, às margens do rio chamado pelos índios Sorocaba, onde constrói sua casa e uma capela, dedicada a Nossa Senhora da Ponte. Essa capela, atualmente dedicada à Santa Ana, junto com o E o que SOROCABA tem a ver com os bandeirantes? HISTÓRIA - Ensino Fundamental - 7ª série CEESVO 12 Mosteiro de São Bento, são as mais antigas construções de Sorocaba. Daqui de Sorocaba partiram diversas bandeiras rumo ao interior e numa dessas, Pascoal Moreira Cabral encontrou ouro na região do rio Cuiabá; fundou a vila de Nossa Senhora da Penha de França e com isso, ocorreu um enorme deslocamento de pessoas para aquela região, sendo necessário criar um sistema de transportes, para levar pessoas e mercadorias, usando principalmente os rios em épocas de cheias. Essas expedições, chamadas Monções, partiam principalmente da atual Porto Feliz, descendo o rio Tietê usando embarcações indígenas. Sabe-se que várias monções partiram de Sorocaba, principalmente para levar mercadorias para a região de Cuiabá. Contin uando... • A ECONOMIA COLONIAL O Brasil foi colonizado por Portugal e, como tal, esteve envolvido por um sistema colonialista cujo objetivo principal era fazer da colônia fonte fornecedora de matérias-primas e produtos tropicais para a metrópole, além de mercado consumidor de produtos vindos de além-mar. Denominou-se Sistema Colonial a maneira pela qual as colônias americanas foram exploradas economicamente pelas suas metrópoles européias. Observe o gráfico abaixo: Observe o gráfico e veja que existia uma relação de dependência entre a Colônia e a Metrópole. Essa relação denominou-se “Exclusivo Colonial”, ou O Raposo Tavares era bandeirante e virou até nome de uma importante rodovia estadual. HISTÓRIA - Ensino Fundamental - 7ª série CEESVO 15 Casa de Fundição: forno e balança – usada para transformar ouro em barras e controlar a arrecadação do imposto real. Emboabas: em 1708, na região das Minas (atual Minas Gerais). Finalidade: Os mineiros pobres pretendiam ter o mesmo tratamento e direitos dos mineradores ricos, que eram privilegiados na região das minas, por ficarem com as maiores e mais rendosas minas. Resultado: esse conflito terminou desfavorável aos mineradores pobres que foram massacrados traiçoeiramente no episódio chamado “Capão da Traição”. • Revolta de Vila Rica: em 1720, na região das Minas. Finalidade: fechar as Casas de Fundição e forçar a baixar do custo de vida. Resultado: essa revolta foi reprimida com violência pelas autoridades que mandaram executar Felipe dos Santos acusado de ser um dos líderes da mesma. • Guerra dos Mascates: em 1710, entre Olinda e Recife. Finalidade: os senhores de engenho de Olinda, liderados por Bernardo Vieira de Mello se revoltaram contra a elevação de Recife à categoria de vila, o que deixaria os olindenses sem receber os impostos pagos pelos comerciantes portugueses sediados em Recife. Resultado: as autoridades confirmaram a elevação de Recife à categoria de vila, o que desgostou profundamente os senhores de engenho. • Inconfidência Mineira: em 1789 - Vila Rica. HISTÓRIA - Ensino Fundamental - 7ª série CEESVO 16 Finalidade: separar as regiões das minas, do domínio português. Foi um movimento de elite da região (comandantes militares, intelectuais, padres), contra a cobrança dos impostos atrasados (derrama). O movimento foi influenciado pelos ideais iluministas e pela independência das colônias inglesas da América do Norte. Resultado: os conspiradores, na grande maioria pertencentes a elite social, foram denunciados e condenados à morte, mas no final apenas Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, que era o mais pobre, foi enforcado. Os outros inconfidentes tiveram sua pena mudada para degredo perpétuo na África. • Conjuração dos Alfaiates ou Conjuração Baiana: 1798 - Salvador. Finalidade: separação do Brasil de Portugal, implantação de uma república, fim da escravidão, liberdade de comércio. Esse movimento teve uma base constituída por idéias revolucionárias tomadas da revolução Francesa, e teve participação de pessoas pertencentes às camada populares (alfaiates, soldados, negros libertos) e da elite (advogados, médicos e padres). Houve influência da maçonaria. Foi o primeiro movimento em que se falou mais claramente em separar o Brasil de Portugal. Resultado: seus líderes foram descobertos, presos e condenados à forca, mas só foram executadas pessoas das camadas populares como João de Deus Nascimento Luís Gonzaga das Virgens, Manoel Faustino dos Anjos. Os membros da elite, ou seja, da classe privilegiada foram perdoados. Você já estudou que essa política era baseada no absolutismo que concentrava todo poder nas mãos dos reis permitindo que os mesmos tivessem Apesar de não terem conseguido atingir seus objetivos, esses movimentos serviram para demonstrar que havia uma insatisfação generalizada na população brasileira contra a política de Portugal, a partir da segunda metade do século XVII. Responda em seu caderno: 05. Explique porque ocorreram revoltas nas populações da colônia. E qual era essa política? HISTÓRIA - Ensino Fundamental - 7ª série CEESVO 17 Bem, você já deve ter visto na televisão a rainha Elizabeth da Inglaterra, os príncipes (seu marido, seu filho e netos), a princesa Diana (em memória), e outras pessoas que fazem parte da Corte Inglesa do mundo atual, certo!? também o controle total da economia (mercantilismo). Assim todas as regras políticas e econômicas para as colônias eram determinadas e fiscalizadas pelas metrópoles. Entretanto, a partir do século XVIII, esses mecanismos já não eram mais do interesse da burguesia que se via envolvida em seus negócios. Saiba que o Brasil em 1808 também teve a corte Portuguesa instalada no Rio de Janeiro. Nessa época, o que será que mudou no nosso país, em relação a Portugal? O período em que a Corte Portuguesa ficou no Brasil (1808-1821), foi decisório para a separação do Brasil de Portugal. Uma das características das relações de Portugal com o Brasil era o monopólio comercial. Imagine se o seu país fosse obrigado a fazer comércio somente com um país mais poderoso. Será fácil concluir que o seu país se veria obrigado a comprar e a vender produtos pelos preços que lhe fossem impostos. Outra proibição de Portugal sobre o Brasil era de que aqui não podiam funcionar indústrias, para que a população consumisse produtos industrializados, na maioria ingleses, que Portugal mandava para cá. HISTÓRIA - Ensino Fundamental - 7ª série CEESVO 20 Bem, até aqui você aprendeu que... O Brasil colônia estava descontente com as pressões que Portugal fazia, dominando a política, a economia e a sociedade local. Com a vinda da família real portuguesa para o Brasil, o país passou por várias transformações: • Reações às medidas de repressão à cultura, porque não se podia ter liberdade de expressão. • Reações às medidas político-econômicas como a imposição de impostos pesados. • Formação de uma infra-estrutura desenvolvida pelos próprios interesses do rei português, que possibilitaria a Independência do Brasil. O Brasil se separou de Portugal em 07/09/1822. Ao se separar, o Brasil passou a ser um país, que deveria ter suas próprias leis e governantes próprios. O Brasil adotou o regime imperial que teve início em 1822 e terminou em 1889. Nesse período, houve dois reinados, sendo imperadores D. Pedro I (1822-1831) e D. Pedro II (1840-1889). HISTÓRIA - Ensino Fundamental - 7ª série CEESVO 21 O BRASIL APÓS A INDEPENDÊNCIA • 1º Reinado ( 1822-1831) – D. Pedro I • Período Regencial (1831-1840) • O Tropeirismo em nossa região Você votou nas últimas eleições para presidente da República? O voto é uma conquista de um povo, porque através dele é feita a escolha do indivíduo que vai governá-lo. O Brasil é uma República e como tal os governantes são escolhidos através de eleições em todos os níveis - federal, estadual e municipal. Entretanto, nem sempre foi possível escolher os governantes do Brasil porque no tempo da colônia o povo brasileiro era governado pelos representantes da Coroa Portuguesa. No tempo do Império só havia eleição para deputados e senadores, nessas eleições só participavam cidadãos que tinham renda superior a 100 mil réis anuais. Com a vinda do príncipe regente D. João para o Brasil em 1808, o país passou a ter condições para possuir um governo próprio. Por isso, as idéias de liberdade se desenvolveram e quando D. João voltou para Portugal em 1821, vários políticos brasileiros iniciaram um processo de apoio e ao mesmo tempo de pressão a D. Pedro I, que estava governando o Brasil no lugar de D. João VI. A idéia era separar definitivamente o Brasil de Portugal, tendo como chefe de governo D. Pedro I. CONSIDERAÇÕES SOBRE A INDEPENDÊNCIA A independência política do Brasil não foi acompanhada por mudanças importantes na sociedade e na economia brasileira, porque foi o resultado de um arranjo político entre as classes dominantes e D. Pedro I. A organização política do Brasil depois da separação de Portugal diferenciava-se da dos outros países latino-americanos que haviam se tornado independentes aproximadamente na mesma época. O Brasil adotou a monarquia como forma de governo, enquanto as ex-colônias espanholas adotaram a república. Além disso, o Brasil foi o único país que, ao se tornar independente, passou a ser governado por um membro da família real de sua ex-metrópole. A economia continuou dependente do capital e dos mercados externos e RESPONDA EM SEU CADERNO: 1. Compare as diferenças entre a escolha dos governantes do Brasil na colônia, no Império e atualmente. HISTÓRIA - Ensino Fundamental - 7ª série CEESVO 22 permaneceu o modelo colonial de produção, isto é, o SISTEMA ESCRAVISTA, rural e exportador. A aristocracia (camada social constituída dos grandes proprietários de terra) permaneceu como classe privilegiada e as demais camadas populares, compostas por mestiços e brancos pobres, continuaram vivendo miseravelmente, sem direito de votar e escolher seus representantes. O arranjo político entre D. Pedro, aristocratas e grandes comerciantes, para que a independência política fosse concretizada por um membro da família real, foi feita porque a classe dominante estava apavorada com os movimentos populares em prol da independência, e pela conseqüente instalação de um governo que acabasse com os seus privilégios. Essa é a razão de, após a independência, a elite ter apoiado a adoção da monarquia. A monarquia era a forma ideal de governo para a classe dominante, porque lhe asseguraria os privilégios, defenderia seus interesses, e manteria as camadas populares marginalizadas e sem possibilidade de participação política. E o que era fundamental para os grandes proprietários, manteria a ESCRAVIDÃO. O GOVERNO DE D. PEDRO I Logo no início de seu governo, D. Pedro I teve que enfrentar uma série de problemas. Um deles era fazer com que a independência fosse aceita por todos os brasileiros. Como na época não havia rádio, telefone ou televisão, as informações demoravam um pouco para chegar aos lugares mais distantes. Portanto, demorou um certo tempo para que os habitantes dessas regiões ficassem sabendo da independência. Nessas regiões ainda havia muitas tropas do exército português que ainda não aceitavam a idéia da separação. Foi preciso combatê-las e expulsá-las do País. Havia um outro problema: o Brasil não tinha um exército. Como posse portuguesa, as terras brasileiras eram defendidas por exércitos de Portugal. Como a situação estava grave, D. Pedro I contratou oficiais, exércitos e navios estrangeiros para combater as tropas portuguesas que ainda estavam no Brasil e não aceitavam a independência. Cerca de um ano após a independência, esses problemas no nordeste já estavam resolvidos. • O RECONHECIMENTO DA INDEPENDÊNCIA HISTÓRIA - Ensino Fundamental - 7ª série CEESVO 25 Além destas características, a Constituição apresentava QUATRO PODERES: • Poder Moderador: exercido pelo imperador. Estava acima de todos os outros e, portanto, o imperador poderia intervir nos outros poderes, recusando qualquer proposta que não lhe agradasse, ou impondo aquilo que fosse de sua vontade. • Poder Executivo: exercido pelo Imperador e pelos ministros do Império, que executavam as leis aprovadas pelos deputados e senadores. • Poder Legislativo: exercido pelos deputados e senadores, que elaboravam as leis. O cargo de senador era vitalício, isto é, uma vez eleito, continuaria sendo senador até morrer. Já o deputado era eleito para um mandato de 4 anos. A constituição do império (1824) garantia a cidadania política somente a quem tinha renda pessoal superior a 100 mil réis anuais, para ser eleito, e exigia renda de 400 mil réis anuais, para poder ser candidato a deputado. • Poder Judiciário: exercido pelos juízes, que fiscalizavam e julgavam a aplicação das leis. HISTÓRIA - Ensino Fundamental - 7ª série CEESVO 26 Como podemos ver, essa Constituição manteve D. Pedro I como um governante muito poderoso. Manteve também o poder político nas mãos das camadas mais ricas da população. Para os mais pobres e escravos, praticamente nada mudou. Observe! • CONFERAÇÃO DO EQUADOR E GUERRA DA CISPLATINA Essa Constituição não foi tão bem recebida pelo povo, como D. Pedro I esperava. Em vários pontos do país surgiram manifestações e revoltas. A Constituição deveria ser jurada nas câmaras municipais de todo o país. Em Pernambuco, um grupo de liberais radicais de Olinda e Recife se recusou a jurá-la e também não aceitou o presidente da província (hoje seria o governador) nomeado por D. Pedro I para governar a província. Essa oposição ao governo imperial cresceu e, em julho de 1824, desencadeou uma revolta separatista e republicana. O movimento se alastrou por outras províncias. Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará e Piauí se declararam separados do Brasil e formaram a Confederação do Equador. D. Pedro agiu com rapidez e violência, mandando navios e tropas. Após três meses de combates sangrentos, os rebeldes foram derrotados. Dezesseis líderes foram condenados à morte, entre eles o popular frei Caneca. No ano seguinte, em 1825, D. Pedro I declarou guerra à província Cisplatina que reivindicava a sua independência do Brasil. Foram três anos de Oriental do Uruguai. Com essa guerra inglória e impopular, o Império brasileiro ganhou apenas enormes dívidas, que aprofundaram a crise financeira do país. A Constituição brasileira atual é promulgada porque foi elaborada pelos deputados e senadores eleitos pelo povo para formar a Assembléia Constituinte, representando os interesses do povo brasileiro. Ela estabelece: • Brasil: República Federativa Presidencialista; • Forma de governo: presidencialismo, sendo o cargo de presidente eletivo e temporário; • Estabelece três poderes: Executivo, Legislativo, Judiciário. Os poderes, embora independentes, devem agir com coerência e compatibilidade; • Brasil dividido em Estados Federativos, isto é, com Constituições autônomas, desde que não firam a Constituição Federal; • Garante a cidadania sem distinção de cor, sexo, credo religioso, facção política ou qualquer outro motivo que discrimine uma pessoa em relação às demais. NÃO BASTA VOTAR PARA TER UMA PARTICIPAÇÃO DEMOCRÁTICA E INFLUIR NA VIDA DO PAÍS. É PRECISO QUE ACOMPANHEMOS O TRABALHO DOS NOSSOS REPRESENTANTES, EXIGINDO QUE ATUEM PARA O BEM DO PAÍS. RESPONDA EM SEU CADERNO: 02. Estabeleça as diferenças entre a Constituição atual e a Constituição de 1824. HISTÓRIA - Ensino Fundamental - 7ª série CEESVO 27 • ECONOMIA DO BRASIL DURANTE O 1º REINADO A economia brasileira continuava dependendo quase exclusivamente da produção de gêneros agrícolas destinados à exportação, principalmente açúcar e algodão. Mas, nessa época, os países consumidores de açúcar podiam comprar o produto de outros fornecedores, como Cuba e Jamaica, e, na Europa, começava a fabricação do açúcar de beterraba. O algodão, que tinha se tornado um produto de grande consumo devido ao desenvolvimento da indústria têxtil, sofria a concorrência da produção norte-americana desde o final da Guerra de Independência. A produção de café, embora estivesse aumentando, ainda não representava um volume muito grande nas exportações. Assim, o Brasil não tinha, naquele momento, nenhum produto de exportação capaz de equilibrar sua economia. Essa situação se agravava ainda mais porque, ao mesmo tempo que as exportações estavam em crise, o volume das importações aumentava constantemente. As baixas taxas alfandegárias (impostos sobre produtos que entravam no Brasil) cobradas aos países estrangeiros causaram uma verdadeira “avalanche” de mercadorias nos portos brasileiros. Esses produtos precisavam ser pagos, e para isso seria necessário que as exportações correspondessem às importações, o que não acontecia. Para compensar a diferença, o império se endividava, pedindo empréstimos aos bancos estrangeiros. Outra conseqüência da entrada ilimitada de mercadorias estrangeiras no Brasil, vindas principalmente da Inglaterra, foi a falta de estímulo para a criação de manufaturas no país. Quem se arriscaria a montar uma fábrica, se os produtos ingleses eram encontrados nas lojas a preços tão baixos? Assim o país, embora tivesse se tornado independente de Portugal, continuava com as mesmas características econômicas de uma colônia, agora submetida aos interesses da Inglaterra. • O FIM DO 1º REINADO Em 1831, a crise interna do país começou a se agravar a ponto do Imperador passar a ser desacatado em público. Sua vida pessoal era criticada até pela imprensa, cuja maioria estava na oposição. Os choques entre os partidários do imperador e seus opositores já estavam ganhando as ruas. Percebendo não ter mais condições de continuar no cargo, o Imperador resolveu abdicar do trono, em favor de seu filho, ainda uma criança de 5 anos, em 7 de abril de 1831. Com a abdicação de D. Pedro I, teve início o Período Regencial. HISTÓRIA - Ensino Fundamental - 7ª série CEESVO 30 Observe no mapa atual do Brasil, as províncias que se rebelaram contra o governo regencial. Todas essas rebeliões, e outras menos importantes, foram sufocadas pelo governo central, isto é, pelos regentes, muitas vezes com a morte de muita gente. RESPONDA EM SEU CADERNO: 03. Com base no texto da página anterior, escreva as diferenças dos escravos malês e dos outros escravos desse período. HISTÓRIA - Ensino Fundamental - 7ª série CEESVO 31 Foi mantida, assim a unidade do território brasileiro. Crescia, porém, a distância entre aqueles que defendiam a continuação do regime monárquico, reunidos no Partido Conservador, e aqueles que desejavam a implantação do regime republicano, membros ou simpatizantes do Partido Liberal. • A ECONOMIA NO PERÍODO REGENCIAL A partir do século XIX o café avançou pelo Vale do Paraíba, no Rio de Janeiro, trazendo o desenvolvimento de diversos povoados e cidades. Essa expansão foi possível graças ao aproveitamento dos recursos existentes: terras, equipamentos, tropas de mulas e mão-de-obra escrava. A economia, no entanto, continuou voltada para exportação de produtos gerados pelo trabalho escravo, predominando as atividades agrícolas. O período regencial durou até 1840, quando a Câmara dos Deputados aprovou uma lei especial que considerava D. Pedro II, com 14 anos de idade, apto a assumir o trono. A partir daí tem início o 2º Reinado que vai abranger o período de 1840 a 1889, quando foi proclamada a República. O golpe da maioridade objetivava evitar as lutas provinciais que poderiam levar a uma fragmentação do Estado brasileiro. Desta forma, a aristocracia continuaria no poder. TROPEIRISMO Você já ouviu falar sobre o tropeirismo? Ele tem muito a ver com a nossa região. Por volta de 1695 foi descoberto ouro na região das Minas Gerais. Com isso, criou-se uma verdadeira febre do ouro: milhares de pessoas, vindas de todos os lugares da colônia e de Portugal se dirigiram para as minas, a procura de riqueza fácil. RESPONDA EM SEU CADERNO: 04. Por que houve regências no Brasil? 05. Explique como ficou a economia brasileira nesse período. HISTÓRIA - Ensino Fundamental - 7ª série CEESVO 32 O problema que surgiu era abastecer toda essa gente, levando mercadorias para o interior e trazendo para o Rio de Janeiro o ouro encontrado. O meio de transporte ideal para isso era o muar, ou seja, a mula, resultante do cruzamento do jumento com a égua ou do cavalo com a jumenta. No lombo das mulas transportava-se gêneros alimentícios para as minas de ouro de Goiás, Mato Grosso ou Minas gerais; sal para criação de gado de corte nas fazendas de Itapetininga e Itapeva, ou desciam aos portos de Santos e Ubatuba as produções de açúcar, aguardente e fumo. Nesses tempos, era impensável outro meio de transporte de mercadorias, dada a precariedade das vias de comunicação: pequenas picadas abertas a facão, em meio às densas matas que, quando muito, deixavam passar esses animais, um a um. Vem daí à procura dos muares e seu alto preço de mercado. Sorocaba transformou-se em entreposto de compra e venda de animais, e era para esta cidade que afluíam mineradores, plantadores de cana, peões e todo tipo de gente ligada a esse comércio: de seleiros a domadores, de ferreiros a fornecedores de gêneros. Instalou-se ali a conhecida Feira de Muares não domesticados, estrategicamente colocada a meio caminho entre os campos do sul e as plantações de cana de Campinas e Itu ou das minas de ouro das Gerais e Goiás.  Os muares eram criados nos campos do sul, onde hoje é a Argentina, Uruguai e Rio Grande do Sul. Em 1733, Cristóvão Pereira de Abreu, vindo da Colônia do Sacramento, no Uruguai, passa por Sorocaba trazendo uma tropa xucra com centenas de mulas e cavalos. Estava assim aberto o Caminho das Tropas, a rota que trouxe os muares do sul, que foram usados como animais de carga por todo o Brasil.  Logo, o governo Português viu a oportunidade de lucrar com esse comércio de tropas e em 1750 instalou, junto à ponte sobre o rio Sorocaba, no final da atual rua 15 de Novembro, o Registro de Animais, onde se recolheria o imposto sobre cada muar que passasse. E por que esse Registro foi instalado aqui em Sorocaba? Porque em toda a região, até os campos de Curitiba, aqui estava a única ponte, obrigando os tropeiros a passar por aqui. Como o imposto tinha que ser pago aqui, era aqui que os tropeiros, que vinham trazendo os muares do sul, vendiam para os interessados. Assim, Sorocaba acabou se tornando ponto de reunião, onde se encontravam aqueles que traziam as tropas e aqueles que as levavam para o resto do Brasil. Todo ano acontecia então a Feira de Muares.  Entre 1841 e 1842, os impostos recolhidos no Registro de Animais de Sorocaba geravam quase 30% do total de impostos da Província de São Paulo. Um dos impostos cobrados no Registro de Animais serviu para ajudar na reconstrução de Lisboa, destruída por um terremoto em 1755. Mesmo depois de reconstruída, o dito imposto continuou a ser cobrado HISTÓRIA - Ensino Fundamental - 7ª série CEESVO 35 nossa sobrevivência, mas, também aquelas ligadas ao nosso crescimento como indivíduos pertencentes e aceitos em uma sociedade. Nesse sentido o ato de consumir depende da sociedade em que estamos inseridos, além, é claro, da relação particular que cada indivíduo ou cada grupo dessa sociedade mantém com o consumo. Diante dessas reflexões, podemos dividir o ato de consumo em não-alienado e alienado. O consumo alienado é o mais freqüente, pois as necessidades de consumo de uma pessoa não são reais. São artificialmente estimuladas, sobretudo, pelas propagandas dos comerciais da TV, novelas, revistas, ou seja, pelos meios de comunicação de massa: o consumo, portanto, torna-se consumismo. É interessante refletir sobre isso para percebermos se realmente temos necessidade daquilo que nos é oferecido. Será que não estamos sendo influenciados? O consumo não-alienado é aquele em que o indivíduo se torna um consumidor com possibilidades de livre escolha, ou seja, de escolha consciente; mesmo diante de propagandas, ele prioriza suas necessidades, preferências ou ainda opta por consumir ou não, determinado produto. Bem, não é possível negar que a Revolução Industrial e a constante inovação tecnológica do sistema de produção estiveram a serviço do desenvolvimento da própria humanidade. Mas, no que diz respeito ao CONSUMO, em muito aumentou e estiveram a serviço do poder capitalista de produção e comercialização. Esse processo leva-nos a refletir sobre a autonomia do pensar: será que nossos pensamentos realmente estão livres das garras da ideologia capitalista? É a garantia do exercício da cidadania que nos dá o direito de decidir livremente sobre o nosso consumo. É preciso ter bem claro o conceito do que é consumo, para podermos, então, decidir quanto às nossas verdadeiras necessidades: seja, de consumir ou não consumir determinados produtos. O exercício pleno da nossa cidadania nos diferencia de meros consumistas para consumidores conscientes. Isso quer dizer que o direito a emprego e salário descente, livre acesso às informações e às condições de compreendê-las (boa educação), garantia de saúde e de boa qualidade de vida, bem como amparo legal para que tudo isso ocorra, são pré-requisitos para o consumo consciente. Ser cidadão não é simplesmente ter o direito de consumo, e sim ter HISTÓRIA - Ensino Fundamental - 7ª série CEESVO 36 condições para o consumo consciente e direcionado para o nosso bem-estar. • Não são apenas os empresários de nossa época que pensam em lucros. Em diversos períodos da história da civilização houve pessoas ou grupos que tinham como principal objetivo o acúmulo de riquezas. As grandes navegações foram produto desse pensamento (século XV). • Muitas das mercadorias, consumidas diariamente, não fazem parte do consumo da maioria da população, mas sim, de parte da população que tem poder aquisitivo maior. • O processo de produção industrial, iniciado no século XVIII, trouxe lucros para os empresários e proporcionou um grande número de empregos para a classe operária. Entretanto, a partir do momento em que ocorreu a mecanização da produção, as máquinas passaram cada vez mais a substituir o trabalho do homem, causando o mal do desemprego, já no século XIX. • Atualmente, o grande problema do mundo se concentra no desemprego, gerando graves flagelos sociais. No que se refere às relações de trabalho, a Revolução Industrial foi o processo que tornou predominante as relações assalariadas de produção. Então, para os empresários (burguesia), a ideologia do capitalismo é incentivar o consumo desenfreado de todo e qualquer produto; a meta é produzir mais e mais, para vender mais e mais, para lucrar mais e mais. HISTÓRIA - Ensino Fundamental - 7ª série CEESVO 37 É uma relação de compra e venda do trabalho. Um indivíduo vende livremente a sua capacidade de trabalho, ou sua força de trabalho, por um determinado período de tempo mediante um pagamento previamente combinado. O que ele vai fazer, a hora de começar e de terminar a jornada (duração diária) de trabalho, a hora e a duração do intervalo para a refeição são combinados entre o indivíduo que VENDE (trabalhador) e o que COMPRA (patrão, empresário). É o que chamamos de contrato de trabalho. Veja bem! O trabalhador não vende a sua pessoa, pois isso seria o mesmo que a escravidão. O comprador não pode dispor do vendedor como bem queira, pois ele foi contratado para fazer um determinado trabalho, especificado no contrato, e não outro qualquer.  Comprar e Vender Trabalho Por que alguém teria interesse em comprar a força de trabalho de outra pessoa? Essa compra, na sociedade capitalista, é feita com o objetivo de obter lucro produzindo mercadorias para serem vendidas no mercado. O empresário possui os meios de produção: as terras, as máquinas, os equipamentos, as instalações, ou seja, tudo aquilo que é necessário para produzir, mas o empresário não pode possuir a força de trabalho necessária para que os meios de produção sejam utilizados e se efetive a produção de mercadorias. Ele não pode mais ter escravos e ninguém mais é obrigado a servir outra pessoa, pois as leis consideram as pessoas livres e iguais. Dessa forma, a única maneira de se obter força de trabalho é comprando-a. O camponês que possuía terra e equipamentos trabalhava para si mesmo. Produzia para o seu sustento e o da sua família e, eventualmente, para vender no mercado e com isso obter dinheiro para comprar o que não produzia. O mesmo ocorria com o artesão que possuía a sua oficina e seus instrumentos de trabalho. Ambos, camponês e artesão, trabalhavam para si mesmos com seus próprios meios de produção. Mesmos os servos da sociedade medieval possuíam os seus instrumentos de trabalho e o direito de usarem um lote de terra para plantar. Mas o que são as relações de produção capitalistas? Ou, mais simplesmente, o que é o trabalho assalariado? E por que alguém estaria disposto a vender a sua força de trabalho? HISTÓRIA - Ensino Fundamental - 7ª série CEESVO 40 Mas, voltando à questão da industrialização, qual foi o pontapé inicial do processo da Revolução Industrial? Cabe definir, antes de qualquer coisa, o significado das palavras revolução e industrialização.  Revolução: significa uma mudança radical. No caso da Revolução Industrial as mudanças foram em diversos setores: • Na forma de produção: passou de manual para mecanizada. • Na organização social: definindo as duas classes sociais: burguesia e proletariado. • Na própria organização econômica: surgimento de bolsas de valores, grandes empresas. • Nos meios de transporte: navios a vapor, ferrovias.  Industrialização: é a transformação de matéria-prima em produto trabalhado para ser consumido pelo homem. A Revolução Industrial pode ser definida como a passagem do trabalho manual (manufatura) para o trabalho realizado com máquinas (maquinofatura), utilizando-se num primeiro momento a energia a vapor. Com o passar do tempo e um maior desenvolvimento tecnológico, passou-se a utilizar outras formas de energia como: eletricidade, motor a combustão, até nossos dias com a energia nuclear, solar. Bem, por que a Revolução Industrial aconteceu na Europa, no século XVIII? Porque houve o favorecimento de várias condições que proporcionaram novas relações sociais no Continente Europeu. Quais foram essas condições? • Ampliação dos mercados consumidores; • Existência de capital proveniente da atividade comercial, concentrado nas mãos da burguesia, especialmente da burguesia inglesa; • Existência de matéria-prima; inovações técnicas; • Grande quantidade de mão-de-obra disponível. HISTÓRIA - Ensino Fundamental - 7ª série CEESVO 41 DESDOBRAMENTOS DA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL A Revolução Industrial teve início na Inglaterra, durante o século XVIII, e se espalhou por diversos países da Europa. A maioria das fábricas se instalou próximas das minas que forneciam fonte de energia para o funcionamento das máquinas (como por exemplo, carvão) e dos portos que facilitavam a embarcação para exportação dos produtos. A mecanização da produção proporcionou diversas mudanças na Europa: 1. No aspecto econômico • Com a Revolução Industrial, a máquina foi instalada em vários setores da produção industrial. Com isso, se pôde produzir cada vez mais, em menos tempo. • O espírito capitalista dominou as grandes empresas industriais. Essas empresas, preocupadas com a obtenção de lucros, passaram a dominar importantes áreas comerciais de todo o mundo, através da livre concorrência. Assim, elas dominaram os mercados fornecedores de matéria-prima e os consumidores de produtos industrializados. • Criaram-se companhias de comércio, bolsas de valores; modernizaram-se os transportes. 2. No aspecto político • O controle da vida política passou a ser exercido pela burguesia. Esta, para se manter no poder, criou o voto censitário. Segundo essa modalidade de voto, apenas as pessoas que possuíam certos rendimentos poderiam participar da vida política. Dessa maneira assegurou-se à burguesia toda a representação no governo e afastou-se qualquer tipo de representação popular. • As leis sociais eram formuladas lentamente e eram manobradas, em função dos interesses dos grandes empresários industriais (burguesia). HISTÓRIA - Ensino Fundamental - 7ª série CEESVO 42 _Eu burguês e você proletário. 3. No aspecto social • As cidades cresceram rapidamente com a migração da mão-de-obra do campo para a cidade. • As fábricas alteraram a paisagem e o equilíbrio do meio-ambiente com a poluição das suas chaminés. • Definição de duas classes sociais: de um lado a burguesia que constitui a classe, dominante, e de outro o proletariado, classe dos trabalhadores urbanos assalariados, encarregados da produção nas fábricas. As condições de vida da classe proletária eram péssimas. A jornada de trabalho era de quinze horas; não havia lei trabalhista ou qualquer regulamentação para o trabalho de mulheres e crianças. As manifestações dos operários eram reprimidas pela polícia. Os salários eram baixos e a alimentação precária, o que provocava a disseminação de doenças que muitas vezes levavam à morte. nquanto isso, a burguesia se enriquecia cada vez mais com a exploração dos trabalhadores em suas fábricas. Assim, aumentou a distância entre ricos e pobres (burguesia e proletários), gerando conflitos entre classes e provocando o surgimento das idéias socialistas, contrárias à desigualdade e exploração provocadas pelo capitalismo. A idéia dos pensadores do socialismo era de formar um sistema político-econômico que trouxesse uma igualdade entre as classes sociais, tendo o Estado como poder centralizador e regulador de todas as atividades econômicas. HISTÓRIA - Ensino Fundamental - 7ª série CEESVO 45 No Brasil existe, o “mito da democracia racial”, isto é, que existe na sociedade brasileira igualdade de oportunidades para brancos, negros e mestiços, mas, o preconceito existe sim no nosso país - daqueles que o sofrem, uns o percebem de forma sutil e outros abertamente. A democracia racial no Brasil é um “mito”. Os dados do "Mapa da População Negra no Mercado de Trabalho", publicado pelo INSPIR (Instituto Sindical Interamericano Pela Igualdade Racial) em 1999 - estudo realizado nas regiões metropolitanas de São Paulo, Salvador, Recife, Belo Horizonte, Porto Alegre e Distrito Federal - e de uma pesquisa realizada no município de São Carlos em 1996, fornecida pelo Núcleo de Pesquisa e Documentação da Universidade Federal de São Carlos, mostra que há uma predominância do sexo masculino no mercado de trabalho em todas as regiões estudadas, com uma maior participação da faixa etária de 25 a 39 anos, e maior taxa de empregados com curso universitário. Também em todas as regiões a maior taxa de desemprego entre trabalhadores negros está entre os que possuem Ensino Médio incompleto. O tempo e a procura por emprego demonstraram ser parecido em todas as regiões estudadas, observando que:  Em São Paulo, um trabalhador branco consegue um posto de trabalho em menos tempo que um trabalhador negro quando ambos são analfabetos. E como se apresenta esse preconceito no mercado de trabalho brasileiro? HISTÓRIA - Ensino Fundamental - 7ª série CEESVO 46  Em todas as regiões, os trabalhadores negros com maior estabilidade no emprego, são aqueles que tem curso universitário completo.  Em todas as regiões o trabalhador negro recebe um salário menor do que um trabalhador branco com o mesmo nível de escolaridade. Um caso extremo foi observado em Salvador onde um trabalhador negro recebe 53% do salário de um trabalhador branco em média. Concluímos que, apesar, de observarmos melhores condições de trabalho entre pessoas com curso universitário completo, os salários recebidos pelos trabalhadores negros é menor que do trabalhador branco. Nas regiões metropolitanas, a situação agrava-se entre trabalhadores analfabetos onde as diferenças são gritantes. Estudos realizados em 2004 mostram que a situação é a mesma. A constante divulgação do “mito da democracia racial” na sociedade brasileira, que insiste em dizer que isso é “coisa do passado”, que já superamos essa “bobagem de desigualdade”, que “existe uma convivência muito harmoniosa com os negros”, que “policiais cumprem o seu dever quando fazem ‘revista policial’ e jamais encaram o negro como suspeito”, permitiu esconder as desigualdades raciais, que eram e são constatadas nas práticas discriminatórias de acesso ao emprego, nas dificuldades de mobilidade social da população negra, que ocupou e ocupa até hoje os piores lugares na estrutura social, que recebe remuneração inferior à do branco pelo mesmo trabalho, tendo a mesma qualificação profissional. Texto adaptado. (A mestiçagem no pensamento brasileiro – Kabengele Munanga e site Universidade Fed. de São Carlos). HISTÓRIA - Ensino Fundamental - 7ª série CEESVO 47 BIBLIOGRAFIA  RODRIGUES, Joelza Éster. História em documento:imagem e texto – São Paulo. FTD, 2002.  PEDRO, Antonio. História por eixos temáticos. São Paulo: FTD, 2002.  CARNEIRO, Maria Luiza Tucci. O racismo na História do Brasil – Mito e Realidade. São Paulo: Editora Ática, 2001.  BORGES, Edson. Racismo, preconceito e intolerância. São Paulo: Atual, 2002.  CARMO, Paulo Sérgio do. História e ética do trabalho no Brasil. São Paulo: Moderna,1998.  PILETTI, Nelson. História e vida integrada. São Paulo: Ática, 2002.  MORAES, Robson Alexandre de. História: Ensino Fundamental. São Paulo: Frase Editora, 2001.  SARONI, Fernando. Registrando a História: Idade Moderna e Idade Contemporânea. São Paulo: FTD, 1997.  BENTO, Maria Aparecida. Cidadania em Preto e Branco: Discutindo as relações raciais. São Paulo: Editora Ática, 2001.  STAMPACCHIO, Léo. Projeto Escola e Cidadania: História- São Paulo – Editora do Brasil, 2000.  MUNANGA, Kabengele. A mestiçagem no pensamento brasileiro. Texto extraído do livro: Rediscutindo a mestiçagem no Brasil – Identidade Nacional versus identidade negra- Minas Gerais. Ed. Autêntica, 2004.  APOSTILAS DO CEES DE SOROCABA  PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS – Ensino Fundamental  DIRETRIZES CURRICULARES PARA A EDUCAÇÃO DAS RELAÇÕES ÉTNICO-RACIAIS E PARA O ENSINO DE HISTÓRIA E CULTURA AFRO- BRASILEIRA E AFRICANA.  Sites da Internet
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