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Colheita de tomate, Notas de estudo de Engenharia Agrícola

Colheita de tomate industrial

Tipologia: Notas de estudo

2010
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Compartilhado em 04/10/2010

joao-paulo-barreto-cunha-4
joao-paulo-barreto-cunha-4 🇧🇷

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Baixe Colheita de tomate e outras Notas de estudo em PDF para Engenharia Agrícola, somente na Docsity! 1 UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIÁS PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO COORDENADORIA DO PROGRAMA DE MESTRADO EM ENGENHARIA AGRÍCOLA COLHEITA DO TOMATE INDUSTRIAL Anápolis 2010 Revisão de Literatura apresentada por João Paulo Barreto Cunha como parte das exigências da disciplina de Máquinas Agrícolas, ministrada pelo Prof. Dr. Elton Fialho dos Reis. 2 SUMÁRIO PÁGINA 1 INTRODUÇÃO 04 1.1 Importância da Cultura 04 1.2 Produção Nacional de Tomate Industrial 05 2. COLHEITA DO TOMATE INDUSTRIAL 06 2.1 Colheita Mecanizada x colheita Manual 06 2.2 Colhedora de tomate industrial 08 3 FATORES QUE INFLUENCIAM NA COLHEITA MECANIZADA DO TOMATE 10 3.1 Espaçamentos e Enleiramento 11 3.2 Época de Plantio – Questôes Climáticas 12 3.3 Plantio do tomate industrial 12 3.4 Escolha das Cultivares 14 3.5 Controle de ervas daninhas 15 4 REDUÇÃO DE PERDAS DA COLHEITA MECANIZADA E POSSIVEIS DESAFIOS. 15 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS 16 6 REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS 17 i 5 Dos três principais países produtores sulamericanos: Brasil, Chile e Argentina. Basicamente a produtividade desses países vem crescendo e atingiram um nível significativo devido à adoção de alguns fatores, como por exemplo, o próprio fornecimento de sementes especificas para a obtenção de produtos com boa qualidade para o processamento, um bom trabalho de pesquisa de variedades e um grande nível tecnológico, inclusive na colheita. 1.2 Produção Nacional de Tomate Industrial Segundo Costa (2000) A produção brasileira de tomate para industrialização, ou tomate rasteiro, começou em Pernambuco, no final do século XVlll. Porém, a cultura experimentou um grande impulso apenas a partir da década de 1950, no Estado de São Paulo, viabilizando a implantação de diversas agroindústrias. No Brasil basicamente dois segmentos bem distintos ainda caracterizam o mercado de tomate. O do industrial, de cultivo rasteiro, destina-se à produção de purês, molhos prontos, extratos, sucos, etc. E o do estaqueado, produzido para o consumo in natura, é ainda em sua maior parte comercializado nos Ceasas, embora haja tendência de modificações na estrutura de distribuição. Segundo Barbosa (1993) a região nordeste foi vista como local ideal em função do clima privilegiado, chegando-se a pensar em produzir tomate mais de uma vez por ano, sendo de certa forma interessante, pois evitaria a formação de estoque nas indústrias. De acordo com o mesmo autor com o alongamento do período de exploração, a região passou a enfrenta sérios problemas fitossanitários, principalmente com relação à traça do tomateiro( Tuta Absoluta). Segundo Melo (2001) das 27 milhões de toneladas de tomate rasteiro produzidas em todo o mundo, o Brasil que é o sexto produtor mundial e o maior da America do Sul, participa com a produção de um milhão de toneladas por ano. Em 2002 o Brasil produziu cerca de 1,28 milhões de toneladas, em uma área de 18,25 mil hectares. Portanto, atualmente, nossa produtividade média é de aproximadamente70 toneladas por hectare. Atualmente, a maior área cultivada com tomate industrial está na região Centro-oeste, principalmente o estado de Goiás e Minas Gerais como podem ser vistos na figura 2, onde o clima seco durante os meses de março a setembro favorece o cultivo do tomateiro. Os solos 6 profundos, bem drenados e a topografia plana facilitam a mecanização e permitem o uso de grandes sistemas de irrigação. Figura 2. Mercado de tomate no Brasil- Participação por estado (em ha). O fator primordial para que o estado de Goiás tenha se tornado o maior produtor de tomate é a baixa probabilidade de intempéries climáticas como geada e granizo, pois o clima é caracterizado por temperaturas amenas e baixas umidades relativas do ar durante a safra do tomateiro. Em função das vantagens, anteriormente citadas, produtores de vários municípios goianos obtiveram elevadas produtividades, especialmente em Cristalina, Morrinhos, Piracanjuba, Itaberaí, Turvânia e Goianésia, na safra de 2003 (GOIAS, 2004). 2 COLHEITA DO TOMATE INDUSTRIAL 2.1 Colheita Mecanizada x Colheita Manual A colheita do tomate para industrialização basicamente e realizada de duas maneiras: manual ou mecanizada. O tipo de colheita é escolhido conforme a realidade do produtor e da região, tendo assim aspectos positivos e negativos. O ciclo da cultura, contando o tempo do plantio ao ponto ideal de colheita, varia de 90 a 100 dias após o transplantio, e de 110 a 120 dias após a germinação. Segundo Silva & Giordano (2000) situações de estresses hídricos ocorridos na lavoura podem alterar esse período. 7 O ponto ideal é quando os frutos se encontram totalmente maduros aderidos à planta, mais ainda firmes, na coloração vermelha intensa indicando o máximo de sabor e aroma. A figura 3 ilustra o ponto ideal de colheita dos frutos de tomate. Figura 3. Frutos de tomate industrial em ponto de colheita. Segundo Filgueira (2000) colheita manual consiste em usar apenas pessoas para encher caixas espalhadas na lavoura e depois coloca-las perto dos carreadores (figura 4a) para que se faça a carga nos caminhões também de maneira manual. Segundo Silva & Giordano (2000) no estado de Goiás havia o predomínio de duas colheitas manuais com a primeira acontecendo com 70 a 80% dos frutos maduros. Atualmente segundo os mesmos autores, devido ao uso de cultivares com maturação concentrada e manejo de irrigação, é possível realizar uma colheita mesmo na manual. As principais vantagens da colheita manual segundo Barbosa (1997) do tomate industrial e que nesse sistema a perda de frutos caídos no solo e mínima, podendo ser realizada em qualquer tipo de solo. Como grandes desvantagens em relação ao sistema mecanizadas estão a não seleção de frutos verdes, como também as questões inerentes a utilização de mão-de-obra, como dificuldade no manejo dos trabalhadores e questões relacionadas com as leis trabalhistas. A colheita mecanizada do tomate (figura 4b) por se tratar de um processo novo ainda acarreta muitas desvantagens aos produtores, porem com o passar dos anos vem se destacando pela praticidade e menor numero de inconveniências. De acordo com Filgueira (2003) a popularização desse tipo de colheita está relacionada diretamente com o deseja das indústrias em garantir uma maior eficiência e rapidez nessa etapa de produção. 10 A seleção dos frutos e realizada por fotossensores (Figura7) presentes na colhedora, permitindo assim a separação dos frutos verdes e de torrões de terra. A retirada desse material é feita por meio de dedos pneumáticos presentes na parte de baixo da esteira. Mesmo com a utilização desse sistema, ainda e necessária a utilização de pessoas para a seleção de forma mais fina, evitando assim que frutos verdes e impurezas cheguem à indústria. Em alguns casos esse sistema é retirado da máquina fazendo com que esse processo de retirada dos frutos verdes seja realizado somente na industria, ficando somente encarregada a retirada impurezas através da coleta manual. Figura 7. Sistema de seleção dos frutos na colhedora. Após a seleção os frutos são transferidos para a esteira de dala, onde através dela e realizada a descarga em caçambas ou caminhões, onde esses veículos trabalham paralelamente e com mesma velocidade que a colhedora, permitindo uma descarga de produto continua, e posteriomente o transporte para a unidade industrial. 3 FATORES QUE INFLUENCIAM NA COLHEITA MECANIZADA DO TOMATE De acordo com Chitarra & Chitarra (1990) vários são os fatores pré-colheita que afetam o processo de colheita como também a qualidade do produto final. Dentre esses fatores podem ser citados os fatores climáticos, como também os fatores relacionados às praticas culturais. Na cultura do tomate industrial segundo Silva & Giordano (2000), basicamente os fatores que interferem no processo de colheita estão relacionados com a questão de espaçamento e o processo de enleiramento, o tipo de cultivar a ser utilizado, preparo do solo e o transplantio das mudas, controle de plantas daninhas, época de plantio e clima. 11 3.1 Espaçamento e Enleiramento Segundo Embrapa hortaliças os espaçamentos mais utilizados entre os produtores de tomate para processamento industrial na região centro-sul do país, variam de 1,0 a 1,2m, entre blocos e de 0,6 m entre as linhas permitindo assim o trafego das máquinas, tanto as utilizadas para a realização dos tratos culturais como as responsáveis pela colheita. Já o espaçamento entre plantas varia de 0,3 a 0,8 m, pois depende exclusivamente do tipo de plantio utilizado. Segundo Filgueira (2003) em determinadas regiões o plantio largo e bastante utilizado nas épocas chuvosas e quentes, devido principalmente ao maior crescimento vegetativo e pelo fato de facilitar as pulverizações. Segundo o mesmo autor o espaçamento 1,0x 0,7m parece adequado para qualquer época do ano, pois proporciona às plantas menor competição pela água, pela luz e pelos nutrientes, aumentando a produtividade individual. Sua desvantagem é diminuir o número de plantas por hectare, o que pode causar diminuição na produção total. Segundo Silva e Giordano (2000) o processo de enleiramento (Figura 8) consiste na etapa do processo em que é realizada a arrumação das ramas na leira, permitindo assim a passagem da colhedora e dos caminhões transportadores de carga, permitindo a redução das perdas no processo de colheita por esmagamento dos frutos provocados pelas rodas dos veículos ou pelo desprendimento das ramas antes de entrar na colhedora. A realização desse processo se faz necessária somente em áreas em que o sistema de colheita usado seja o mecanizado, visto que as colhedoras não têm a capacidade de coletar os frutos que não estejam nos blocos enleirados. Figura 8. Tomate industrial enleirado nos bloco. 12 3.2 Época de plantio – Questões climáticas De acordo com Silva et al.(1994) o cultivo do tomate industrial e realizado em vários tipos de clima e em diferentes regiões do mundo. Isso acaba credenciando o Brasil, e principalmente a região do cerrado, pois apresenta condições adequadas para a produção de tomate, possibilitando ao longo do ano a vegetação, florescimento e frutificação do tomateiro. Quando realizado na época de seca a cultura do tomate encontra condições muito mais favoráveis ao desenvolvimento vegetativo favorecidas pelas temperaturas mais amenas. Os custos de produção estão diretamente ligados a essa época de plantio, pois segundo Silva & Giordano (2000) há menor utilização de defensivos e pulverizações, operações muito realizadas na época das águas. Filgueira (2003) que um solo úmido pode facilitar o trabalho de destorroamento, adubação e a operação de transplantio das mudas. Em época de seca, e extremamente necessária a utilização de irrigação, para que a execução dos diversos serviços tenha maior precisão. Com isso a escolha da época de plantio se torna bastante influente na hora da colheita mecanizada, já que as colhedoras e os caminhões ficam impossibilitados de trafegar na área em condição de solos saturados, sendo importante assim que esse processo seja realizado fora da época das águas. 3.3 Plantio do tomate industrial O plantio do tomate industrial é basicamente composto por três etapas: Adubação, Rolagem ou plainagem e transplantio. Esta etapa é bastante importante, pois através dela consegue-se uma grande redução de perdas no processo de colheita, sendo necessária uma boa sistematização das mudas no solo (FILGUEIRA, 2000). O processo de adubação é uma fase muito delicada do processo, visto que pode reduzir a qualidade final do produto a ser colhido. Isso ocorre pelo fato de que a adubação da cultura do tomateiro e feita através da utilização de qualquer semeadora- adubadora servindo somente para abertura do sulco e deposição do adubo e por fim o sistema de fechamento de sulco, acarretando assim a formação de cristas no solo e consequentemente torrões na hora de se proceder à colheita mecanizada. Seguindo esse processo Silva & Giordano (2000) descrevem que a operação de plainagem é a etapa onde ocorrerá a quebra dos torrões fazendo com que não ocorram falhas 15 3.5 Controle de plantas daninhas Segundo Pereira (2000) o controle de plantas invasoras e de grande importância na cultura do tomate influenciando diretamente na produção. Algumas plantas como a tiririca apresentam ainda outro fator agravante que é a produção de substancias químicas que afetam a germinação e o crescimento do tomateiro. O mesmo autor cita que é necessário um manejo adequado de plantas daninhas visando o controle, a erradicação e a prevenção, fazendo assim com que não cause prejuízo a cultura e prejudicando a qualidade do produto a ser colhido. 4 REDUÇÃO DE PERDAS DA COLHEITA MECANIZADA E POSSIVEIS DESAFIOS. Gameiro et al. (2007) descrevem o tomate como um fruto altamente perecível e com película bastante fina, sendo bastante frágil para a colheita e movimentação logística. Isso se deve segundo Giordano & Ribeiro (2000) pelo fato do fruto ter de 93 a 95% de água em sua composição sendo suscetível a ação de diferentes fatores, ocasionando assim perdas. De acordo com Kader (1996) as perdas de quantidade e qualidade da colheita estão relacionadas diretamente com a imaturidade na colheita, severidade nos danos físicos e demora entre a colheita e o consumo. Assim o grande desafio da colheita mecanizada atualmente é reduzir o processo de perdas, principalmente no trajeto entre a fazenda e a indústria, garantindo a qualidade e sanidade do produto transportado. Esse processo e comprometido principalmente por diversos fatores externos como: estradas, tempo de viagem e organização da carga dentro dos transportadores. Silva & Giordano (2000) consideram o transporte a granel (Figura 11) do tomate colhido é vantajoso, visto que, facilita a descarga na fábrica, reduz custos de mão-de-obra e custos com aquisição. Apesar disso apresenta uma grande desvantagem, necessitando que a cultivar utilizada tenha frutos mais resistentes, pois esse tipo de transporte acaba reduzindo a qualidade do produto devido ao amassamento dos frutos, tornando-os mais suscetíveis a ataques de fungos e bactérias. 16 Figura 11. Tomate transportado a granel. Para a minimização dos danos mecânicos nos frutos, é importante que se utilize uma montagem das cargas de maneira mais baixa dentro dos caminhões. Segundo Filgueira (2003) a adoção desse procedimento faz com que haja menor peso nos frutos presentes nas camadas mais inferiores do carregador. 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS O tomate, por se tratar da principal olerícola, apresenta maior produtividade, investimento e importância econômica que as demais. Pelo fato de ser uma cultura muito visada, principalmente por grandes produtores, é de grande importância o desenvolvimento de novas tecnologias permitindo com que a cultura se expande para novas fronteiras agrícolas e ampliação do mercado consumidor. Podemos concluir que a colheita é principal etapa no processo de produção do tomate, pois a mesma quando mal efetuada provoca a redução da qualidade do produto a ser processado. Assim todo o processo de produção da cultura deve ser realizado de maneira criteriosa desde a instalação da cultura, passando pelos tratos culturais, como também o manejo pós-colheita do produto, permitindo assim redução de perdas quantitativas e qualitativas na colheita mecanizada. A partir desse cenário pode-se concluir que uma maior adoção da colheita mecanizada passa principalmente pela concepção e melhoramento de novas equipamentos, cultivares e processos de produção. 17 6 REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS BARBOSA, V. Nutrição e adubação de tomate rasteiro. In: SIMPORIO DE NUTRIÇÃO E ADUBAÇÃO DE HORTALIÇAS, 1990, Jaboticabal, SP. Nutrição e adubação de hortaliças, anais: Piracicaba: POTAFÓS, p. 323-339, 1993. BARBOSA, V. The processing tomato growing system under tropical and subtropical conditions: the Brazilian experience. In: 1st. Int'l conference on processing tomato and 1st. int'l symposium on tropical tomato diseases, 1996, Recife, PE. Int'l symposium on tropical tomato diseases. 1997. p.94-97. BRANDÃO, A.S.; LOPES, M.R. Cadeia do tomate industrial no Brasil. In: VIEIRA, R.C.M.; TEIXEIRA FILHO, A.R.; OLIVEIRA, A.J.; LOPES, M.R. Cadeias produtivas no Brasil: Análise da competitividade, Brasília. Embrapa. Fundação Getúlio Vargas. 468 p., 2001. CARVALHO, A.O. Influência da fonte de nitrogênio sobre o pH da rizosfera e sobre a colonização de plantas de tomate (Lycorpesicon esculentum Mill.) por Fusarium oxysporum f.sp. lycopersici (Sacc.) Snyder Hansen. Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (Tese de Doutorado), 79p., 2003. 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