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Negociação da Violência em Escolas: O Papel do Esporte, da Yoga e da Caminhada, Notas de estudo de Ciências da Educação

Este documento discute a relação entre a manifestação corporal nas escolas e a violência, apresentando ações baseadas no esporte, na yoga e na caminhada como formas de negociar com agressores e agredidos. As pesquisas interdisciplinares realizadas na frança e em campinas apontam que essas ações contribuem para a integração do corpo e espírito, diminuindo a incidência de agressões e violências. Palavras-chave: violência, negociação, instituição escolar, linguagem corporal, interdisciplinaridade.

Tipologia: Notas de estudo

2010

Compartilhado em 18/10/2010

adalberto-costa-gallio-2
adalberto-costa-gallio-2 🇧🇷

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Baixe Negociação da Violência em Escolas: O Papel do Esporte, da Yoga e da Caminhada e outras Notas de estudo em PDF para Ciências da Educação, somente na Docsity! UNAMA – Universidade da Amazônia DE VIOLÊNCIAS NAS ESCOLAS NÚCLEO PARÁ II CONGRESSO IBERO-AMERICANO SOBRE VIOLÊNCIAS NAS ESCOLAS LINGUAGEM CORPORAL: NEGOCIANDO COM O NEFASTO EM SOROCABA Bernardete Stecca Moreira * Hélio Iveson Passos Medrado ** Resumo: Estudo sobre as linguagens do corpo que interferem na melhoria da qualidade de vida. Partimos do pressuposto que a manifestação corporal nas quadras escolares sorocabanas negocia com as ações de violência nas escolas. Objetivamente, construímos ações fundadas no Esporte, na Yoga e na Caminhada possibilitando negociar com os atores – agressores e agredidos que produzem o nefasto escolar. São ações de integralização do corpo e que rompem com a fragmentação do conhecimento. A pesquisa pauta-se por investigações interdisciplinares realizadas na França e em Campinas que apontam ações negociadas e, segundo Tocqueville, fazem parte de qualquer organização social. Palavras-chave: violência, negociação, instituição escolar, linguagem corporal, interdisciplinaridade. O corpo fala, portanto, não se cala. Amordaçado ele se degenera, endurece, apodrece, amolece e cai. Morto não exprime nem sua existência nem sua organização do pensamento. E se pensar só existe na natureza viva, e se o corpo necessita exprimir a existência total, então, ele precisa bordar o vermelho da representação do que é vivo. Vivo é tudo aquilo que se move e necessita de liberdade. Esta não pode ser subtraída da existência total, ela é contra a fragmentação. A linguagem corporal é a expressão que constrói a liberdade da existência do ser que não pode ser fracionado. Seguramente é interdisciplinar, nela não há espaço segmentado, só há lugar para o sentido integral e encarnado da fundação entre o espírito e sua existência. Assim, corpo e espírito se pretendem na linguagem. As agressões subtraem sua vitalidade e seu enclausuramento destrói sua encarnação perpétua, a qual deixa de ser livre. Usar da linguagem corporal é portar vida contra agressões contextuais das sociedades contemporâneas. Negociar com a vida é elaborar a morbidez que endurece o * Profª. Ms. Universidade de Sorocaba ** Prof. Dr. Universidade de Sorocaba UNAMA – Universidade da Amazônia DE VIOLÊNCIAS NAS ESCOLAS NÚCLEO PARÁ II CONGRESSO IBERO-AMERICANO SOBRE VIOLÊNCIAS NAS ESCOLAS pensamento e priva-nos da habilidade para desvendar motivos não aparentes e imbricados no cotidiano social urbano. Problematizamos em nosso cerco epistemológico os impactos do endurecimento de regras que atingem o corpo escolar, gerando agressões, violências, depredações e outras reações nefastas que professores, alunos, funcionários e diretores não conseguem controlar. Grosso modo, as autoridades políticas, governamentais e hierárquicas da escola encontram saídas repressoras, reforçando regras disciplinares que, geralmente, são tão agressivas quanto as ações que pretendem combater, ações que consideramos nefastas. Cada vez mais se arranha a liberdade da representação do corpo bem como sua integralidade. E o que é pior, essas regras geram uma atmosfera de violências múltiplas, as escolas sofrem e o urbano padece. Desorientados, jovens da cidade de Sorocaba passam a ser as vítimas preferenciais. Curiosamente, seu corpo deixa de ser duvidoso, ao contrário, é tenso. Então, como subtrair a tensão dessa evidência, ou ainda; de que maneira a Educação Física contribui para questão e qual seria o papel da Yoga1 durante as negociações contra a separação entre o espírito e o físico, símbolo e representação do que não é abstrato? O bem-estar físico e mental da pessoa necessita do espaço concreto da geografia escolar e as quadras esportivas se traduzem em possibilidades reais. As quadras esportivas oferecem alternativas para a integração entre a escola e a comunidade. Visão esta evidenciada por intermédio das pesquisas realizadas durante estudos comparativos entre a realidade de Paris-França e de Campinas-SP, onde se conclui que o uso das quadras desportivas revela-se em ações negociadas, diminuindo a incidência de agressões e violências e estimulando a comunidade local a participar da vida escolar. A comunidade aproxima-se da escola e compreende mais facilmente se tratar de um patrimônio que também lhe diz respeito. Alternativas interdisciplinares de intervenções concretas, pautadas em ações em que a Yoga e a Educação Física estabelecem equilíbrios entre o corpo e o espírito. Ações de domínio dos educadores e 1 Existe diferença no emprego da terminologia Yoga. Há autores que empregam A yoga outros O yoga. UNAMA – Universidade da Amazônia DE VIOLÊNCIAS NAS ESCOLAS NÚCLEO PARÁ II CONGRESSO IBERO-AMERICANO SOBRE VIOLÊNCIAS NAS ESCOLAS Propomos atividades de yoga para proporcionar a melhora de uma doença psíquica ou física, como forma de minimizar defeitos alheios, como uma possibilidade de o sujeito participar do meio social, de buscar autoconhecimento, auto-equilíbrio, convivência social ou com o meio ambiente em que vive. A yoga é uma atividade física que provoca uma adaptação do organismo internamente, ao contrário da educação física tradicional que atua como esculturação (de fora para dentro). Através de exercícios (ásanas), a capacidade respiratória é aumentada melhorando assim os sistemas cardiovasculares e cerebrais, provocando a normalização gradativa da pressão sangüínea e o fortalecimento do sistema imunológico. Mas, como se manifesta a yoga na cultura ocidental? A yoga tem sido incorporada pela cultura ocidental em diferentes dimensões. Em alguns momentos esta incorporação implica na perda de suas características fundamentais, transformando-a em técnica de desenvolvimento corporal. Podemos pensar que a yoga tem sido, nas diversas dimensões da vida ocidental, utilizada para buscar uma religiosidade mística. E como a yoga veio para o ocidente? A crise da ocidentalidade obriga o indivíduo vasculhar novas práticas corporais, medicinas alternativas, alimentação diferenciada, outras religiões que de alguma maneira se apresentem como negativas dos valores nos quais ele se formou. [...] É claro que não precisamos nos converter a nenhum caminho nem precisamos aceitar sem questionamento as idéias e práticas do yoga... se adotarmos uma idéia ou um estilo de vida sem verdadeiramente assimilá-los nas emoções e no intelecto, corremos o risco de levar uma vida falsa. Em outras palavras, sucumbiremos à exterioridade [...] (FEUERSTEIN, 2004, p. 31). Apesar das diferenças psicológicas entre Ocidente e Oriente, podemos considerar que a humanidade compartilha das mesmas estruturas de consciência, que prefere a forma de pensamento racional em detrimento das metáforas mitológicas. Sendo assim, podemos estar em sintonia com a filosofia da yoga e utilizar seus ensinamentos com intuito de melhoria da qualidade de vida; esse entendimento do UNAMA – Universidade da Amazônia DE VIOLÊNCIAS NAS ESCOLAS NÚCLEO PARÁ II CONGRESSO IBERO-AMERICANO SOBRE VIOLÊNCIAS NAS ESCOLAS Oriente com o Ocidente pode se transformar num dos acontecimentos mais importantes do nosso século. Podemos considerar que o que existe é um ocidente em crise. Em algum lugar está quebrada a racionalidade ocidental. Isto fica evidente em diversos momentos na busca de valores de outras culturas e na mudança de comportamentos. Salientamos referenciais que marcam esta busca por outros valores: a) as gangues, tribos, agrupamentos de jovens que constroem mundos paralelos. b) a busca por terapias naturais, religiões e credos naturais, a expansão do candomblé para sociedade convencional, o espiritismo. No bojo da incorporação de outras culturas, a yoga especificamente, faz parte de aportes orientalistas, ocorridos nos anos 60/70. CAPRA (1982) procurou romper com os limites e convenções sociais, certificando entre os jovens sentimentos de identidade revolucionária, o mesmo sentiu-se estimulado a estudar e, acima de tudo, vivenciar formas não ocidentais de percepção do mundo para resgatar valores, culturas de povos e etnias consideradas exóticas ao ocidente industrializado. Marcas, deste período da contracultura, encontram-se nos movimentos Hippies, os Beatles, os ecologistas, os pacifistas, e os “não violência”. Outras evidências desse processo são; a recusa das religiões tradicionais, a revolução sexual, o uso das drogas. Hatha-Yoga desenvolve-se através de seqüência de exercícios, que vão desde o relaxamento, passando pelos exercícios físicos, respiratórios, pelo alongamento, memorização e concentração, atingindo profunda serenidade e libertação, que quando ampliadas, nos levam a uma plenitude do ser. Tais momentos proporcionam um estado de interiorização ao encontro do “Eu”. Tal prática estimula as funções psicomotoras e o desenvolvimento da estrutura psicofísica. Ocasionalmente, sana problemas internos ou externos do corpo, tais como: tensão pré-menstrual, celulite, estrias, desvios de coluna, gastrites, úlceras, colites, dores de cabeça, insônia, ansiedades, desajustes nervosos ou psicológicos e outros.A obtenção desses benefícios advém da prática constante dos ásanas e também da perseverança em modificar os hábitos adquiridos no cotidiano. Novos valores vêm sendo questionados e novas alternativas testadas com o intuito de UNAMA – Universidade da Amazônia DE VIOLÊNCIAS NAS ESCOLAS NÚCLEO PARÁ II CONGRESSO IBERO-AMERICANO SOBRE VIOLÊNCIAS NAS ESCOLAS melhoria da qualidade de vida, a diminuição do estresse, a mudança de hábitos alimentares e a inter-relação do homem com o meio ambiente. Pode haver alterações da realidade ultrapassando o limite do visível e da experiência imediata, exigindo a busca de significados não observáveis diretamente. A consciência psicológica tem caráter seletivo assegurado pelos diversos limiares que impedem o caos, o desmoronamento da estruturada consciência. Cérebro e consciência, produtos e partes da natureza, partes que atuam na transformação da natureza. “A consciência é interior. Mas ela se forma a partir do exterior, seja material seja social. O caráter social da consciência é fundamental. Pretender que os fatos sociais sejam exteriores à consciência é apenas uma pretensão”, FONTANELLA, (1995).. Assim, podemos considerar que o ser humano se forma e se transforma, também, de acordo com o meio em que vive. Obviedade remarcada. E, praticar yoga significa do ponto de vista orgânico uma adaptação interna, promovendo a interação corpo-mente- espírito, além da melhoria da mobilidade articular e muscular. A Yoga apresenta alternativas concretas que permitem decifrar, interpretar e construir ações negociadas com as agressões nefastas nas escolas. A caminhada, do ponto de vista orgânico, promove ajustes internos, propiciando a elevação do trabalho funcional e metabólico dos sistemas do corpo humano; e no aspecto mental, ela proporciona ao indivíduo uma aproximação com a natureza existente à sua volta, favorecendo ao mesmo tempo um momento de reflexão sobre aspectos do seu trabalho e de sua vida. A prática da caminhada levará à aproximação entre as pessoas, ampliando o círculo de amizades e interação social, proporcionando aos participantes momentos de afastamento das realidades conflitantes. Novos valores vêm sendo questionados, novas alternativas testadas com o intuito de melhoria da qualidade de vida, a diminuição do estresse, a mudança de hábitos alimentares e a inter-relação do homem com o meio ambiente. A caminhada por ser prática aeróbica simples e eficiente para o condicionamento físico do ser humano reúne qualidades. As pessoas sem limitações físicas podem caminhar, iniciando com cargas UNAMA – Universidade da Amazônia DE VIOLÊNCIAS NAS ESCOLAS NÚCLEO PARÁ II CONGRESSO IBERO-AMERICANO SOBRE VIOLÊNCIAS NAS ESCOLAS CAMPELO, C. R. Cal(e)idoscorpos: um estudo semiótico do corpo e seus códigos. São Paulo: Annablume, 1996. CAPRA, F. O. Ponto de mutação. São Paulo: Cultrix, 1982. _______. O tao da física. São Paulo: Cultrix, 1983. CASTELANI, F. L. Educação física no Brasil: a história que não se conta. 3.ed. DE ROSE. Prontuário de Suastya Yôga. Rio de Janeiro: Ground, 1977. _______. Faça Yôga antes que você precise. Rio de Janeiro: Uni-Yoga, 1995. ESPOSEL, A. D.; GODOY, L. Segurança nos esportes. São Paulo: Phorte, 1993. FEUERSTEIN, G. A tradição do Yoga: história, literatura, filosofia e prática. 4.ed. São Paulo: Pensamento/Cultrix, 2004. FONTANELLA, F.C. O corpo no limiar da subjetividade. Piracicaba, SP: UNIMEP, 1995. FREIRE, P. Pedagogia do oprimido 4.ed. Rio de Janeiro, RJ. Paz e Terra, 1977. 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