Docsity
Docsity

Prepare-se para as provas
Prepare-se para as provas

Estude fácil! Tem muito documento disponível na Docsity


Ganhe pontos para baixar
Ganhe pontos para baixar

Ganhe pontos ajudando outros esrudantes ou compre um plano Premium


Guias e Dicas
Guias e Dicas

Cultura dos citros, Notas de estudo de Engenharia Agronômica

Apostila citros

Tipologia: Notas de estudo

2010

Compartilhado em 22/10/2010

valter-daniel-fantin-6
valter-daniel-fantin-6 🇧🇷

4.7

(305)

231 documentos

Pré-visualização parcial do texto

Baixe Cultura dos citros e outras Notas de estudo em PDF para Engenharia Agronômica, somente na Docsity! CULTURA DOS CITROS ALVES, P.R B. MELO, B. 1 – Introdução De origem asiática, as plantas cítricas foram introduzidas no Brasil pelas primeiras expedições colonizadoras, provavelmente na Bahia. Entretanto aqui, com melhores condições para vegetar e produzir do que nas próprias regiões de origem, as citrinas se expandiram para todo o país. A citricultura brasileira, que detém a liderança mundial, têm se destacado pela promoção do crescimento sócio-econômico, contribuindo com a balança comercial nacional e principalmente, como geradora direta e indireta de empregos na área rural. O estado de Minas Gerais ocupa o quarto lugar no cenário nacional entre os maiores Estados produtores de citros do país e, pelo seu tamanho e variedade agroclimática, possibilita uma citricultura diversificada e, de certo modo, regionalizada, com a produção de ótimas frutas frescas. 2 – Classificação Botânica Os citros têm origem nas regiões tropicais e subtropicais do Continente Asiático e no Arquipélago Malaio. Famílias: a) Meliáceas b) Simaruláceas c) Rutáceas Espécies: Citrus sinensis Osbek – laranja doce C. deliciosa Tenore – mexirica do Rio C. limonia Osbek – limão cravo C. reshui Nortex-tan – tangerina Cleópatra C. paradisi – pomelo C. sunki Nortex Jan – tangerina sunki C. reticulada Blanco – tangerina pokan, cravo C. medica – cidra C. reticulada sinensis – tangerina murcot C. fortunella spp. – tangerina murcot C. aurantifolia swingle – lima ácida galego C. máxima – toranja C. latifolia Tanaka – lima ácida tarti C. aurantium – laranja azeda Poncirus trifoliata – limão azedo C. limon Burn – limão siciliano 3 – Descrição Botânica Caule: tronco cilíndrico, com ramificação normal. Quando novo apresenta coloração verde e a medida que a planta envelhece esta coloração passa para o marrom. Os galhos e os ramos menores suportam a copa. A madeira é dura, compacta e de coloração amarelo-claro. Raízes São do tipo pivotante atingindo 60cm na vertical e até 2m na horizontal . Folhas São persistentes, verde-claro quando novas e passam para o verde mais escuro a medida que envelhecem. Variam de simples a compostas, unifoliatas, com limbos inteiros. Sua forma é elíptica, oval ou lanciolada e, de aspecto coreácea. Flor São inflorescências solitárias ou agrupadas definidas ou não, do tipo cacho ou sub-tipo corimbo. Apresentam pedúnculo curto, liso e articulado. São pequenas, hermafroditas e apresentam coloração branca. Fruto São hesperidium, podendo ser globulosos ou subglobulosos. Dividem-se em pericarpo e sementes. 4 – Utilização O fruto é consumido na forma “in natura”, porém, 50 a 55% é industrializado para a produção de suco. O caule das plantas podem ser utilizados na forma de lenha. Algumas espécies são utilizadas na produção de ácido cítrico e também na produção de matéria-prima para a indústria farmacêutica. 5 – Valor Nutritivo – composição química Composição Quantidade em % Água 86 a 92% Açúcar 5 a 8% Pectina 1 a 2% Lipídeos 0,2 a 0,5% Minerais 0,5 a 0,9% Nitrogenados 0,7 a 0,8% Óleos 0,2 a 0,2% Vitaminas, outros 6 – Principais produtores mundiais (em %) Países % Brasil 21,86 USS 17,21 China 8,51 F 0 A 7 espaçamento F 0 A 7 semeadura F 0 A 7 cobertura do canteiro F 0 A 7 sombreamento F 0 A 7 aclimatação e transplantio 9. Viveiros F 0 A 7 preparo do solo F 0 A 7 irrigação F 0 A 7 adubações, mediante análise do solo F 0 A 7 espaçamento, linha simples: 1 x 0,3 m linha dupla: 1 x 0, 5 x 0,3 m F 0 A 7 controle de plantas daninhas e tratos fitossanitários. 10. Enxertia A realização da enxertia necessita dos seguintes materiais: F 0 A 7 porta enxerto, ferramentas e fitas ou fitilhos. F 0 A 7 Etapas: desbrota, enxertia geralmente realizada em “T” invertido, amarrio de enxerto, pegamento, desamarrio, corte do porta-enxerto, formação da muda, aclimatação e comercialização. 11. Cultivares F 0 A 7 Para laranja (83%) 11.1 Precoce: Hamlim, Piralima, Baia, Baianinha, sanguinea. 11.2 Semiprecoce: Barão, Westin, Rubi. 11.3 Tardia: Pera, Valência, Natal, Lima Tardia, Folha murcha. F 0 A 7 Lima ácida e Limão Verdadeiro 11.4 Lima ácida Taiti 11.5 Lima ácida Galego 11.6 Siciliano 11.7 Limão Verdadeiro F 0 A 7 Para Tangerinas 11.8 Precoce: cravo 11.9 Semi precoce: mexerica Rio 11.10 Tardia: Ponkan, Tangor Murcot 11.11 Outras: Dancy, Satsuma, King, Cristal, África do Sul ou Express. F 0 A 7 Para Pomelos: Red Bulsh. (vermelho), Marsh seedless (amarelo), Rubi (vermelho). 14 - PLANEJAMENTO DO POMAR 1- Definir o que plantar, levando em conta dois aspectos fundamentais: o econômico e o técnico. 1.1- Econômico: prevenção da evolução da procura no mercado interno e externo e suas respectivas rentabilidades. 1.2- Técnico: escolha das espécies e variedades a serem cultivadas bem como o local, observando sempre as circunstâncias adversas, como as condições climáticas. 2- Drenagem atmosférica: são prejuízos devido às baixas temperaturas em conjunto aos movimentos do ar que são verificados em noites calmas e de céu limpo, o que resulta na substituição das camadas de ar em contato com o solo por outras camadas (geadas). 3- Escolha da região e da área para o plantio: escolher solo arejado com topografia que permita a drenagem atmosférica, que sejam solos profundos e que principalmente apresentem leve declividade. O perfil do solo escolhido atende melhor a cultura se apresentar as seguintes características físicas: 3.1 – Argila: com diâmetro menor que 0,02 mm 3.2 – Limo: com diâmetro entre 0,02 e 0,2 mm 3.3 – Areia fina: com diâmetro ente 0,02 e 0,2 3.4 – Areia grossa: com diâmetro entre 0,2 e 2 mm. Os elementos grosseiros com diâmetro maior que 2 para manter a disponibilidade de água, sendo esta de qualidade igual a: Na < 05 Na+Mg+Ca 4 – Divisão dos talhões Os talhões devem ser divididos em gleba de 20 a 25 há, de acordo com a rede de irrigação e o trânsito. A densidade de plantio deve ser estabelecida considerando-se a espécie, a variedade, o porta-enxerto, a textura e a profundidade do solo, as características do clima e os tratos culturais que deverão ser empregados no pomar. A densidade de plantas na área pode ser obtida através da seguinte fórmula: Nº = 2 . A / C (I + P ) Onde: nº = número de plantas S = área; C = distância entre duas plantas na mesma linha; I = distância entre as linhas; P = distância entre os talhões. CLIMA A exigência de água dos citros situa-se entre 1900-2400mm, com um mínimo ao redor de 1300mm; a falta de chuvas ou a distribuição inadequada podem limitar a produção: os rendimentos máximos são, em geral, obtidos em áreas irrigadas. As exigências de temperatura são as seguintes: Mínima: 10ºC Ótima: 20-30ºC Máxima: 35ºC A Tabela abaixo resume as condições de clima que prevalecem nas principais regiões produtoras brasileiras. Condições gerais de clima nos estados produtores.¹ Condição Região SP, MG, RJ BA, SE RS Altitude (m) 0-600 (500) 100-1300 50-100 Chuva (mm/ano) 1200-1800 (1400) 1200-1300 1200-1600 (mm/primavera-verão) 1000 700 1000 Temperatura(ºC) Média 21 25 19 Média mínima 9 10 4 Média máxima 36 38 30 Umidade relativa do ar (%) 77 80 77 ¹ Números entre parênteses = médias. SOLO Considerações abrangentes sobre solos para citros foram feitas por RODRIGUEZ (1984). STOLF (1987) deu atenção às propriedades físicas, particularmente à possibilidade de compactação. OLIVEIRA (1986) resumiu muito bem as exigências edáficas das plantas cítricas: “(1) o sistema radicular dos citros apresenta grande proporção nos 40-60 cm superiores, podendo se aprofundar até 5m; (2) são sensíveis à acidez e muito exigentes em magnésio e principalmente cálcio; (3) crescem bem em solos com ampla variação textural, porém são os de textura média (em torno de 20% de argila) os mais adequados; (4) nenhuma característica do solo é mais essencial para os citros do que a boa drenagem; raramente são encontrados bons pomares com plantas crescendo satisfatoriamente em menos de 100 cm de solo bem drenado; influenciam: posição do talhão na área, combinação variedade-porta-enxerto, profundidade do sistema radicular e tipo de solo. A solução técnica para o manejo racional da irrigação em pomares está no monitoramento rigoroso da umidade do solo. A introdução recente no Brasil do tensiômetro digital de punção tem contribuído para assegurar o sucesso da irrigação em citros. O que diferencia a nova tecnologia em tensiômetros é a alta precisão do leitor digital, associado ao baixo custo de instalação em larga escala do equipamento. Fertirrigação, recurso poderoso. A irrigação localizada, além de possibilitar a aplicação de adubos por seu intermédio, mostra vantagens inesperadas, como a melhor convivência das plantas com o amarelinho. O grande interesse pela irrigação localizada se deve especialmente à economia de água, energia elétrica e mão-de-obra, além do substancial aumento de produtividade e qualidade das frutas por ela proporcionado. Verificou-se também que pomares irrigados de forma localizada convivem melhor com a clorose variegada dos citros (CVC). Suas principais vantagens podem ser assim relacionadas: - Economia de fatores de produção, como água e energia elétrica, por haver o umidecimento de apenas parte do volume do solo (quando comparado aos sistemas de irrigação não localizada). - Por ser a água levada diretamente à zona das raízes, perdas por percolação ou evaporação são mínimas. - Desestímulo ao crescimento de plantas invasoras por supressão da irrigação nas entrelinhas da cultura. - Garantia de precisão no fornecimento de água e distribuição uniforme, graças à evolução dos equipamentos, como emissores autocompensáveis, válvulas hidráulicas e filtros. - Alta eficiência no fornecimento de água, alcançando facilmente 90% no gotejamento e 85% na microaspersão (contra 60 a 70% da aspersão convencional). Essas características criam as condições necessárias para a aplicação de fertilizantes via água de irrigação – fertirrigação -, que constitui a maior vantagem do sistema e a mais poderosa ferramenta para a condução da cultura. Fertilizantes utilizados na fertirrigação Nitrogenados Sólidos Líquidos Nitrato de amônio Uran Nitrato de cálcio Sulfuran Nitrato de potássio Uréia Sulfato de amônio Potássicos Sólidos Cloreto de potássio (branco em pó) Sulfato de potássio Nitrato de potássio Fosfatados Sólidos Líquidos MAP purificado Ácido fosfórico Calagem e adubação dos citros Critérios e Recomendação da Calagem e Adubação dos Citros Dada a relação entre a disponibilidade dos nutrientes no solo, sua concentração no tecido vegetal, o crescimento e a produção de frutos, estudos desenvolvidos no Brasil, desde a década de 60, têm trazido contribuições significativas para o estabelecimento de padrões de interpretação e de manejo do estado nutricional dos citros através das análises químicas de solo e de folhas. Análise de solo A amostragem de solo para os citros é feita em glebas ou talhões homogêneos quanto a cor e textura do solo, posição no relevo e manejo do pomar, idade das árvores, combinações de copa e porta-enxerto e produtividade. As amostras de solo devem ser coletadas na faixa de adubação, nas profundidades de 0-20cm, com o intuito de recomendar a adubação e calagem, e 20-40cm, com o objetivo de diagnosticar barreiras químicas ao desenvolvimento das raízes, ou seja, deficiências de Ca com ou sem excesso de Al+3. Recomenda-se a coleta de pelo menos 20 subamostras que comporão a amostra representativa do talhão a ser encaminhada para o laboratório. As amostras, com cerca de 250cm3, devem ser secas ao ara e acondicionadas em sacos ou caixas de papel. A época mais apropriada para coleta é de fevereiro a abril, garantindo-se um intervalo mínimo de 60 dias após a última adubação. Para garantir maior eficiência e representatividade da amostragem, a coleta das subamostras deve ser feita com trados do tipo holandês, sonda ou similares. Os padrões de fertilidade do solo com base na amostragem da camada de 0-20cm foram obtidos com curvas de calibração das análises de macro (Quadro 1) e micronutrientes (Quadro 2) no solo, específicas para citros. QUADRO 1 – Padrões de fertilidade para a interpretação de resultados de análise de solo para citros(1) Classes de teores P-resina (mg/dm3) K (1)(mmol/dm3) Mg (1)(mmol/dm3) Saturação por bases (%) Muito baixo <6 <0,8 - <26 Baixo 6-12 0,8-1,5 <4 26-50 Médio 13-30 1,6-3,0 4-8 51-70 Alto <30 <3,0 <8 <70 (1) Esta é a nova representação, pelo Sistema Internacional de Unidades (SI). Os resultados expressos em mmol/dm3 (milimos de carga por decímetro cúbico) são dez vezes maiores do que os expressos em meq/100cm3, usados anteriormente. QUADRO 2 – Interpretação de resultados de análise de solo para S e micronutrientes Classes de teores S-SO4 (mg/dm3) B (mg/dm3) Cu (mg/dm3) Mn (mg/dm3) Zn (mg/dm3) Baixo <5 <0,20 <0,3 <1,5 <0,7 Médio 5-10 0,20-0,60 0,3-1,0 1,5-5,0 0,7-1,5 Alto >10 >0,60 >1,0 >5,0 >1,5 Análise foliar Os teores totais obtidos com a análise foliar não dependem unicamente da disponibilidade do nutriente no solo, pois estão sujeitos à influência de vários outros fatores como taxa de crescimento do tecido vegetal, idade da folha, combinações copa e porta enxerto, e interações com outros nutrientes. Os teores de N, P e K diminuem com a idade da folha, enquanto os de Ca, por exemplo, aumentam nas folhas mais maduras. Também, não se dispõe de informações precisas para interpretar os resultados da análise foliar de forma diferenciada para combinações de copas e porta-enxertos específicas. Pelos motivos citados, as folhas coletadas para análise devem apresentar a mesma idade e provir de plantas cultivadas em condições semelhantes. A amostragem é feita coletando-se a terceira ou quarta folha a partir do fruto, geradas na primavera, com aproximadamente seis meses de idade, normalmente de fevereiro e março, em ramos com frutos de 2cm a 4cm de diâmetro. Recomenda-se amostrar pelo menos 25 árvores em áreas de no máximo dez hectares. Coletam-se quatro folhas não danificadas por árvore, uma em cada quadrante e na altura mediana, no mínimo 30 dias após a última pulverização. As amostras devem ser acondicionadas em sacos de papel ou consideração a produtividade esperada para a definição das doses de fertilizantes a adicionar aos citros, uma vez que plantas mais produtivas extraem e exportam quantidades maiores de nutrientes. Em média, uma tonelada de frutos de laranja contém 2,4kg de N e 2,0kg de K, além do que é necessário para a formação e desenvolvimento do restante da planta. A análise do solo não fornece parâmetros para a adubação nitrogenada dos citros, pois ainda não se dispõe de métodos adequados para avaliar a disponibilidade de N no solo. No entanto, o teor de N foliar tem mostrado, em pesquisas feitas no Brasil, ser um bom indicador para ajustar as doses de N definidas, conforme a produção pendente de frutos. Para teores acima de 28g de N/kg a resposta à produção de frutos é praticamente inexistente. No caso de limões, o teor adequado de N nas folhas parece ser menor que aqueles em laranjas e situa-se em torno de 22g de N/kg. Os citros armazenam uma grande quantidade de N na biomassa, que pode ser redistribuída, principalmente para órgãos em desenvolvimento como folhas e frutos. Por este motivo, a redução da adubação com N pode não afetar a produção de frutos de imediato, contudo, quando as doses de N forem inferiores às recomendadas, as árvores podem sofrer uma gradativa redução da densidade e crescimento da copa, que, consequentemente, acarretará em perdas na produção de frutos em anos posteriores. O manejo dos adubos nitrogenados é importante para garantir a eficiência de uso do N. Com as práticas recomendadas para o controle do mato no pomar, por meio de herbicidas ou roçadeira, evitando o uso de grades, os fertilizantes são aplicados na superfície do solo, às vezes sobre resíduos de plantas. Nessas condições, a uréia, fonte de N mais comum no Brasil, está sujeita a perdas por volatilização de amônia se não ocorrer chuva ou irrigação em até dois dias após a aplicação, para incorporar o fertilizante ao solo. Avaliações de campo têm mostrado que as perdas por volatilização podem variar de 15% a 45% do N aplicado à superfície do solo como uréia. O ajuste da adubação nitrogenada com base na análise de folhas é muito importante, pois a falta ou excesso de N interfere no tamanho e na qualidade dos frutos. A adubação com P em citros vinha sendo negligenciada no Brasil em função de dados obtidos em outros países que sugeriam que esta cultura era pouco responsiva a esse elemento. Essa informação não levava em conta que em muitas regiões produtoras no exterior, os citros são cultivados em solos desenvolvidos a partir de sedimentos ricos em P e que os solos no Brasil são, em geral, deficientes nesse nutriente. Resultados obtidos têm mostrado respostas expressivas a P em pomares adultos cultivados em solos pobres. Para as aplicações de adubo na superfície, deve-se utilizar fontes de P solúveis em água. Além disso, devido à baixa mobilidade do P nos solos, é recomendável fazer a incorporação do adubo, com o calcário, uma vez por ano, especialmente nos solos nos quais a deficiência de P pode ser limitante. Também, a melhor oportunidade de incorporar P ao solo é na fase de implantação do pomar. A adubação é feita na época das águas, período de maior demanda das plantas. O parcelamento das doses de N e K em três ou quatro aplicações durante o ano aumenta a eficiência da adubação, por evitar perdas de nutrientes no solo com a água de drenagem, o que ocorre principalmente em solos arenosos, e por adequar a demanda de nutrientes em diferentes períodos de desenvolvimento dos citros (do florescimento à maturação dos frutos). Para pomares em produção aplicam-se de 30% a 40% do N e K na época do florescimento, e o restante é dividido entre os meses de outubro a março do ano seguinte. O P pode ser aplicado em dose única nos meses de agosto e setembro. Micronutrientes Essenciais aos Citros 1. INTRODUÇÃO A nutrição dos citros apresenta aspectos de grande importância que devem ser considerados atentamente para que seja proporcionado um bom desenvolvimento das plantas. É necessário que haja um bom equilíbrio entre as quantidades dos diferentes nutrientes, para atender às exigências das plantas. São aceitos como principais macronutrientes em peso o carbono – C, oxigênio – O e hidrogênio – H que as plantas retiram do ar e da água e que constituem cerca de 95% do seu peso. Os outros 5% compõem-se de: macronutrientes minerais que somam cerca de 4,5% do peso total e 0,5% correspondendo a micronutrientes, que entram em quantidades bem menores, na nutrição. São seis os macronutrientes minerais mais importantes: nitrogênio – N, fósforo – P, potássio – K, cálcio – Ca, magnésio – Mg e enxofre – S. São também seis, os micronutrientes essenciais para os citros: zinco – Zn, boro – B, manganês – Mn, cobre – Cu, ferro – Fé e molibdênio – Mo. Cada um dos nutrientes tem, em associação com outros ou isoladamente, funções específicas que influenciam o comportamento das plantas quanto a seu crescimento, produção de frutas e sua qualidade interna e externa, longevidade, resistência a pragas e moléstias, etc. Para exemplificar, o nitrogênio, que é considerado o nutriente mineral mais importante para os citros, quando está em deficiência, provoca a diminuição ou até, em casos mais graves, a paralisação de crescimento das plantas, culminando com o secamento das extremidades dos ramos e, em conseqüência, prejuízos sérios à produção de frutas. 2. MICRONUTRIENTES Tratando especificamente dos micronutrientes, embora sua quantidade em peso seja muito reduzida, eles exercem funções enzimáticas importantes e participam ativamente do metabolismo dos citros. A seguir são apresentadas as características que permitem reconhecer visualmente a deficiência de cada micronutriente, bem como as funções que desempenham no complexo nutricional. Já que os sintomas descritos referem- se à falta acentuada do micronutriente, isto indica que as plantas com tais sintomas estão sofrendo a carência apontada. A fim de conhecer a tendência da falta de dado nutriente, antes que haja um desequilíbrio grave para a nutrição dos citros, é usada a diagnose foliar. Esta diagnose apresenta, dentro de alguns parâmetros que tem sido determinados, a possibilidade de serem tomadas medidas acauteladoras, com o suprimento do nutriente, ou nutrientes, em falta. 2.1. ZINCO – Zn - Funções: É elemento essencial para a vida das plantas embora não sejam bem claras suas funções. Suas carência provoca uma queda acentuada da clorofila, o que leva a pensar que ele interfere na sua produção. É Geralmente aceito que o zinco participa da formação de auxinas de crescimento e da ativação de enzimas estimulando o crescimento vegetativo, tamanho das folhas e sua cor verde. - Sintomas de carência: Com a falta de zinco há redução de tamanho das brotações novas e das folhas. Há clorose acentuada do limbo, em faixas entre as nervuras. Em casos agudos, aparece o aspecto de “zebradas”. Os internódios são curtos. Há tufos de folhinhas. Há redução de botões, ocorrendo pequena produção de frutos de tamanho reduzido, de casca lisa, pálidos e com pouco suco. 2.2. BORO - B no solo: Tem sido encontrado B no solo na faixa de 2 a 100ppm o que, por si só, tem pouco valor para saber de sua disponibilidade. Ele se encontra no solo como parte de alguns silicatos. Alguns fatores influem na sua disponibilidade, sendo importantes a acidez ou a alcalinidade do solo, a quantidade de colóides, a matéria orgânica, o cálcio e outros. É mais comum a deficiência de boro nas plantas em solos naturalmente ácidos, em que o B foi lavado; em solos arenosos; em solos alcalinos; em solos pobres em matéria orgânica, etc. A faixa de segurança entre a deficiência e o excesso d B é pequena. A toxidez é tão grave quanto a sua falta, manifestando-se nas folhas por um amarelecimento das pontas, que se estende para as margens. Mais tarde pode haver a formação de resinas na face inferior seguindo-se queda de grande número delas com grave deperecimento e até morte de plantas. Algumas práticas culturais podem interferir na disponibilidade de B às plantas: a) a água de irrigação com 0,10 a 0,20ppm de B dificulta o aparecimento da deficiência, mas se o conteúdo de B for maior que 0,75ppm, os citros podem mostrar toxidez; b) adubações orgânicas freqüentes reduzem a deficiência de B; c) o salitre do Chile (nitrato de sódio contém impurezas das quais o B faz parte, podendo diminuir a deficiência de B; d) o mesmo acontece em São Paulo, com os calcários sedimentares da região de Limeira – Piracicaba – Rio Claro nos quais são encontrados alguns micronutrientes; e) as calagens pesadas podem interferir na utilização do B pelas plantas, tornando-o insolúvel. 2.3. MANGANÊS – Mn Funções: O manganês ocupa posição semelhante à do zinco na nutrição das plantas, quanto à quantidade. Sua função não é bem conhecida, mas parece ser necessário para a síntese da clorofila. O Mn parece exercer também função catalítica, ajudando na atividade respiratória das plantas, na translocação do ferro, etc. Sintomas de carência: Em folhas de tamanho normal, com maior freqüência nas partes mais sombreadas das plantas, aparecem cloroses entre as nervuras, menos acentuadas do que as de zinco. Seria como que uma leve deficiência de zinco, sem redução do tamanho das folhas. Mn no solo: O Mn ocorre nos solos normalmente na forma de óxidos. Compostos de Mn, como o dióxido de Mn, apresentam baixa disponibilidade às plantas, diminuindo a acidez do solo, a solubilidade do Mn decresce, tornando- se pouco disponível, com pH acima de 6,5. Certas condições do solo podem influenciar a deficiência de Mn, a saber: solos de aluvião derivado de material As deficiências de micronutrientes podem ocorrer de duas maneiras principais: pela falta real do micronutriente no solo em quantidade suficiente à necessidade das plantas; ou por estarem em baixa disponibilidade para as plantas, sob influência de alguns fatores. No primeiro caso é imprescindível o fornecimento do nutriente às plantas, enquanto, no segundo, a disponibilidade do nutriente pode ser melhorada quando for modificada a causa do seu não aproveitamento. É o caso do excesso de cobre e manganês; ou do cálcio, que ao elevar o pH do solo pode ocasionar deficiências de ferro e de zinco; ou do excesso de fósforo no solo, causando problemas na assimilação de cobre; etc. De qualquer maneira, o fornecimento do micronutriente problema deve atender mais rapidamente às necessidade da planta, com benefícios para o seu desenvolvimento e produção. 3.1. ÉPOCA A recomendação usual é a aplicação de micronutriente, em pulverização sobre a folhagem, na primavera e no verão, após o florescimento e com enfolhamento abundante. 3.2. MÉTODOS De maneira geral, a aplicação de micronutrientes é feita por pulverização sobre a folhagem. Como a quantidade de micronutriente exigida pelas plantas é bastante reduzida, a fim de evitar problemas de toxidez com excesso de um dado nutriente, ou mesmo, de antagonismo entre eles, em geral não é recomendada a adubação sistemática de micronutrientes junto com macronutrientes, por períodos prolongados, no solo. É conhecido o problema devido ao uso prolongado de cobre em fórmulas de adubação na citricultura da Flórida, Estados Unidos. A acumulação desse nutriente no solo levou a problemas de toxidez para as plantas, com graves prejuízos ao seu comportamento (REUTHER & SMITH, 1954). As aplicações de micronutrientes no solo são de efeito menor e mais lento, devido à pequena movimentação que eles têm no solo. Por outro lado, a correção da deficiência via solo poderá ser mais duradoura. SMITH e RASMUSSEN (1959) constataram que a aplicação de Zn e de Mn misturados na primeira camada de solo a 0 – 20cm de profundidade, em doses relativamente altas de 50g a 500g dos sais, por planta, supriram a deficiência desses micronutrientes, por vários anos. O B na forma de bórax ou de ácido bórico, pode ser aplicado, tanto na folhagem quanto no solo, mas convém fazer somente uma aplicação, uma só vez por ano, para evitar problemas de toxidez. O excesso de B pode ser atenuado com a aplicação de calcário ao solo e pela adubação nitrogenada. A aplicação de Mo no solo não tem dado bom resultado para corrigir sua deficiência. Ela deverá ser corrigida com pulverização foliar de molibdato de sódio. A deficiência de Fé em solos calcários não tem sido corrigida satisfatoriamente com o uso de quelatos, ao contrário dos solos ácidos, em que é sempre mais fácil. Todas as tentativas de fornecer ferro via foliar não tem dado bons resultados. Os quelatos via solo são ainda a melhor forma de corrigir a deficiência desse micronutriente. DOENÇAS DOENÇAS CAUSADAS POR FUNGOS Verrugose: Manchas salientes, irregulares, corticosas que nas laranjas doces se localizam quase que exclusivamente nas frutas, sendo raras nas folhas. As lesões de coloração amarelada depreciam o valor da fruta. Em limão-cravo ocorre também nas folhas. A infecção nas frutas ocorre quando ainda estão pequenas e os tratamentos preventivos com fungicidas adequados tem dado excelentes resultados. Melanose: Pequenas lesões arredondadas de cor escura que ocorrem em galhos, folhas e frutos. Como a verrugose deprecia o valor da fruta, deve ser combatida com pulverização de produto à base de cobre, após uma poda de limpeza de galhos secos. Rubelose: Manifesta-se pelo rompimento da casca e morte dos galhos; examinados, mostram-se estar revestidos pelo fungo, que se apresenta inicialmente como leve camada clara e que se torna amarelada ou salmão. Seu controle se realiza através de eliminação dos galhos secos e uso de uma pasta à base de cobre para proteger os cortes. Bons resultados tem sido conseguidos, efetuando-se o pincelamento dos ramos afetados com Carbolineum (produto utilizado para preservação de madeira). Inclusive em estágio inicial da doença desnecessário torna-se cortar o ramo atacado pois este deverá se recuperar. Gomose: Ataca a casca, a parte interna do tronco, raízes e ramos das plantas. Geralmente o fungo invade a planta na região próxima ao solo, e que foi acidentalmente ferida por ferramentas. O local doente solta a casca e deixa escorrer uma goma escura. As partes afetadas deverão ser raspadas e pinceladas com uma calda à base de cobre a 3%, ou mesmo carbolineum que também tem sido utilizado com bons resultados. Moléstias causadas por vírus As principais são: a sorose, a xiloporose e a exocorte. Não há meio de controle. Devem ser prevenidas pelo uso de borbulhas rigorosamente selecionadas, tiradas de plantas sadias. Sorose Pequenas pústulas aparecem nos ramos e galhos principais, normalmente quando as plantas atingem cerca de 10 a 15 anos. Essas erupções vão aumentando e chegam a descascar. Há exsudação de goma quando a doença se torna severa. A planta degenera lentamente, ficando improdutiva e sendo necessária a sua eliminação. Por ser uma doença que normalmente se manifesta em planta adulta e considerando o quadro anterior, ao observar-se a alta incidência da sorose, pode-se avaliar o perigo para citricultores que investem vultosas quantias nos seus pomares, quando estes podem estar contaminados, sem, entretanto, mostrarem ainda os sintomas. Xiloporose: É aparentemente uma doença pouco importante para a citricultura paulista. O vírus produz, na planta atacada, deformação no lenho. Há a formação de depressões profundas no lenho e correspondentes projeções salientes desenvolvendo-se na parte interna da casca. Há acúmulo de goma nos tecidos de casca que certamente prejudicam a circulação dos nutrientes, e a planta assim paralisa o seu crescimento. A laranja Barão é altamente contaminada e o porta-enxerto do limoeiro cravo é sensível. Assim deve-se evitar a enxertia da primeira no segundo. Exocorte: Afeta somente o limoeiro-cravo, Poncirus trifoliata e seus híbridos, que são geralmente empregados como porta-enxerto. Quando variedades contaminadas são enxertadas nesses cavalos, o vírus provoca o aparecimento do escamamento e erupções na casca do porta-enxerto. Esse dano causado à casca interfere no desenvolvimento normal do sistema radicular e as plantas paralisam o desenvolvimento. Com exceção da variedade Pêra (8,4% contaminada), as demais variedades de importância comercial estão fortemente contaminadas. Os sintomas dessa virose manifestam-se quando as plantas ainda são jovens, havendo casos raros de sintomas em mudas ainda no viveiro. Leprose: É causado por um vírus disseminado por um ácaro de coloração alaranjada intensa a vermelho, que apresenta corpo achatado, de tamanho reduzido, cerca de 0,3 mm, 4 pares de patas e movimentos lentos. Os sintomas podem aparecer em ramos, folhas e frutos. Nas folhas aparecem manchas claras com halo claro característico e o centro quase sempre necrosado. Nos frutos verdes aparecem manchas verde-claras, rodeadas por um anel amarelado que sobressai da cor verde da parte roxa infectada do fruto. Com o amadurecimento deste, tais manchas tornam-se pardas ou escurecidas, ligeiramente deprimidas, de tamanho variável, às vezes com pequenas rachaduras. Os frutos, quando atacados, ficam bastante depreciados ou mesmo inutilizados para o mercado de frutas frescas pela sua aparência repugnante. Nos ramos provocam manchas que se transformam em pústulas salientes, dando-se, finalmente, a soltura da casca. Evita-se a disseminação da leprose controlando-se o “ácaro da leprose”, com pulverizações de enxofre molhável a 0,3-0,7% ou clorobenzilato a 0,12% ou ainda dicofol a 0,15%, além de outros acaricidas específicos. “Tristeza”: Não foi incluída no citado levantamento por ser também e principalmente transmitida por um inseto, que é o pulgão-preto (Toxoptera citricidus). Assim, é de se esperar que todas as nossas plantas cítricas estejam contaminadas por essa virose. Face ao abandono do uso do porta-enxerto de laranja azeda, altamente sensível à “tristeza”, as plantas hoje contaminadas ainda vivem satisfatoriamente segundo os graus de intensidade do ataque. ÁCAROS ASSOCIADOS À CULTURA Ácaro da falsa ferrugem Descrição Este ácaro tem aspecto vermiforme, assemelha-se a uma pequena vírgula, mede cerca de 0,15mm de comprimento e tem coloração amarelo- clara. Sintomas Em função do ataque, as cascas dos frutos das laranjas doces tornam- se escurecidas, enquanto que as cascas dos limões, limas etc, tomam a coloração prateada. Nas folhas aparecem manchas escuras denominadas “manchas de graxa”. O ataque deste ácaro pode provocar o desfolhamento antecipado das plantas. Prejuízos Os frutos escurecidos pelo ataque de P. oleivora ficam depreciados para o consumo in natura. Podem também ficar menores e murchos, características que afetam o processo de comercialização. Altas infestações determinam o definhamento progressivo da planta, comprometendo a vida útil do pomar. Em viveiros provocam o surgimento de “manchas de graxas” nas folhas. A freqüência de amostragem deve ser semanal e pode ser quinzenal durante o período do ano em que as condições de temperatura e umidade são menos favoráveis. O controle deve ser efetuado quando 10% dos frutos amostrados no talhão apresentarem 30 ou mais ácaros. As recomendações da CATI (1991) para a determinação do índice de infestação e nível de controle do ácaro da falsa ferrugem para a cultura paulista são baseadas no perfil do agricultor e tipo de mercado. Para a determinação do nível de infestação, quando apenas se considera a presença ou ausência do ácaro, deve-se examinar ao acaso três frutos ou seis folhas, localizadas na periferia da copa, fazendo duas leituras com lupa em cada estrutura amostrada. O índice de infestação é determinado anotando-se o número de frutos ou folha em que foi constatada a presença do ácaro. O controle é recomendado quando: a) em 20% dos frutos ou folhas vistoriados for observada a presença do ácaro, se a produção for comercializada in natura; b) em 30% dos frutos ou folhas inspecionados for observada a presença do ácaro, se a produção for destinada a indústria. Ácaro da leprose Descrição São ácaros achatados de coloração avermelhada. As fêmeas apresentam manchas escuras, medem cerca de 0,3mm de comprimento; os machos são menores e não apresentam manchas. Sintomas Ao contrário de P. oleivora este ácaro distribui-se principalmente na parte interna da copa. Provoca o aparecimento de manchas marrons nas folhas, circundadas por um anel claro e, nos frutos ainda verdes, manchas pardacentas circundadas por halo amarelado. Nos ramos surgem lesões amareladas que vão se tornando salientes e corticosas. ÁCAROS DE IMPORTÂNCIA SECUNDÁRIA No Brasil ocorrem outras espécies de ácaros em plantas cítricas. Flechtmann (1983) cita como pragas secundárias as seguintes: - Ácaro purpúreo – Panonychus citri (McGregor, 1916) (Acarina-Tetranychidae) - Ácaro branco – Polyphagotarsonemus latus (Banks, 1904) (Acarina – Tarsonemidae) - Ácaro das gemas – Eriophyes sheldoni (Ewing, 1937) (Acarina – Eriophydae) - Ácaro mexicano – Tetranychus mexicanus (McGregos, 1950) (Acarina – Teranychidae) - Ácaro texano – Eutetranychus banksi (McGregor, 1944) (Acarina – Tetranychidae) - Ácaro amarelo – Lorryia formosa (Cooreman, 1958) (Acarina – Tydeidae) Dentre estas espécies o ácaro purpúreo, o ácaro branco é o ácaro-das- gemas são os mais freqüentes nos pomares e nos viveiros de citros. Alguns produtos indicados para controle de ácaros em citros. Nome técnico Dose (g i.a./100 I de água) Formulação e concentração (g i.a./kg ou I) Período de carência (dias) Classe tóxico- lógica Ácaro da falsa ferrugem Abameclim² Bromopropilato Enxofre³ Oxido de lenbulatina Quinometionato Cihexatim4 Carbossulfam Etiom Ácaro da leprose Hexitiazox5 Oxido de fembulatina Cihexatim4 Fenpropatrim5 Bromopropilato Quinometionato Acaro purpúreo Cihexatim4 Etlhion 0,36 20,0 320,0 30,0 25,0 25,0 10,0 75,0 1,5 40,0 25,0 15,0 37,5 30,0 25,0 100,0 CE 18 CE 500 PM 800 SC 500 PM 250 PM 500 CE 250 CE 500 PM 500 SC 500 PM 500 CE 300 CE 500 PM 250 PM 500 CE 500 7 21 Livre 14 14 30 7 15 30 14 30 28 21 14 30 15 I III IV III III III I I III III III III III II III I Ácaro branco Enxofre³ 400,0 PM 800 Livre IV ¹I: altamente tóxico; II: medianamente tóxico; III: pouco tóxico; IV: praticamente atóxico. ²Usar sempre associado a óleo mineral (dose:250ml/100l água). Primeiro misturar o produto e o óleo, a seguir colocar a mistura no tanque de pulverização. Após sua diluição, o produto deve ser aplicado no mesmo dia. ³Não aplicar em condições de temperatura superiores a 30ºC. Observar intervalo mínimo de 20 dias para pulverização com óleo mineral. 4Não aplicar em mistura com óleo emulsionável. Não pulverizar na presença de brotação nova sob condições de alta temperatura e seca prolongada. 5Não dever ser reaplicado num período de 12 meses. COCHONILHAS São insetos pequenos que formam colônias e permanecem a maior parte do tempo fixados à superfície do caule, ramos, folhas, frutos e até raízes das plantas cítricas. As cochonilhas recobertas por escamas ou carapaças, devido ao aspecto distinto que cada espécie apresenta, são conhecidas por: cabeça-de-prego, escama-vírgula, escama-farinha, pardinha e picuinha. COCHONILHAS DE CARAPAÇA CABEÇA-DE-PREGO Descrição As fêmeas apresentam carapaça de forma circular, convexa e de cor violácea escura, medindo cerca de 2mm de diâmetro. As colônias são formadas geralmente na página inferior das folhas. Sintomas Esta cochonilha deprecia os frutos para comércio in natura devido à dificuldade de remoção das escamas aderidas à casca. É acentuada a ocorrência em plantas em viveiros, pomares em formação e pomares domésticos. Controle Deve ser feito com pulverizações de óleo mineral mais inseticidas nas reboleiras de ataque. Alguns produtos indicados para controle de cochonilhas. Nome Técnico¹ Dose (g i.a./100 I de água) Formulação e concentração (g i.a./kg ou I) Período de carência (dias) Classe tóxico- lógica² Óleo mineral emulsionável³ 760 – 1600 60 CE 756 CE 400 Livre 3 IV I Descrição O inseto adulto é um microlepidoptero acinzentado, com 17mm de envergadura. A postura é efetuada na superfície dos frutos. As larvas, inicialmente marrom-claras, penetram em frutos verdes e maduros, construindo galerias internas e alimentando-se da polpa. Quando completamente desenvolvidas medem cerca de 18mm de comprimento, são branco- acinzentadas, com oito estrias longitudinais de pontuações negras dispostas simetricamente sob o corpo. O ciclo de vida completa-se entre 12 e 20 dias. Prejuízos Segundo Pinto (1986), muitos frutos caem das plantas contendo a lagarta no seu interior. Essa queda deve-se especialmente a infecções secundárias, originadas por fungos e bactérias que penetram através da perfuração efetuada pela lagarta. Esses microrganismos promovem a decomposição da região do fruto próxima ao orifício de penetração da larva. Os nematóides do gênero Meloidogyne geralmente não completam o ciclo de vida em citros, o que é atribuído à impossibilidade de estabelecerem sítios de alimentação (Orion & Cohn, 1975). M. javanica tem sido a espécie mais freqüentemente encontrada associada a citros (Inserra et al., 1978), sendo que sua reprodução na cultura foi observada apenas na Califórnia. No Brasil, as espécies de Meloidogyne não têm causado danos às plantas cítricas. Porém, M. javanica foi observada em diferentes porta-enxertos cítricos que têm como copa a laranjeira ‘Hamlin’ (Citrus sinensis Osbeck) e a laranjeira ‘Pera’(C. sinensis)( Sharma & Genu, 1982a; 1982b). Em outros países produtores, as infecções também são raras e de limitada importância econômica (Inserra et al., 1978). A espécie Pratylenchus coffeae, constatada no estado de São Paulo, é de ocorrência bastante restrita. Neste capítulo será dada ênfase à espécie T. Semipenetrans, por ser considerada a mais disseminada e importante para a citricultura nacional. COLHEITA A operação de colheita deve ser realizada com o uso de equipamentos apropriados e sob condições climáticas adequadas. O ponto ideal do fruto para o início da colheita depende do destino deste, que pode ser para o consumo in natura ou para a indústria de suco. Em ambas as situações são necessários cuidados para se obter produtos de boa qualidade. PONTO DE COLHEITA Ao contrário dos frutos climatéricos, como a banana, a maçã e o abacate, os quais podem completar a maturação durante o armazenamento ou transporte, os frutos cítricos devem ser colhidos quando estiverem fisiologicamente desenvolvidos e maduros. A maturação caracteriza-se pelo aumento gradual de suco, decréscimo de teor de acidez, aumento dos sólidos solúveis e desenvolvimento da cor, aroma e sabor. Existem alguns métodos que indicam o estado de maturação dos frutos, a saber: Coloração da casca. Normalmente as plantas sob clima mais ameno apresentam frutas com coloração da casca mais intensa do que aqueles conduzidas sob clima quente. Na colheita, e aconselhável que as laranjas apresentem pelo menos 50% da superfície da casca corada: os limões e limas ácidas devem apresentar cascas lisas e brilhantes e as tangerinas no mínimo 5% da superfície corada, com exceção da tangerina ‘Murcote’ e ‘Dancy’ que exigem maior percentagem de coloração. Número de dias desde plena floração até a maturação. Variável em função dos fatores climáticos, do manejo e das cultivares; para as laranjas varia de sete a oito meses nas cultivares precoces e de 11 a 12 meses nas tardias. Quantidade de suco. Determinada a partir de amostras representativas coletadas no pomar (12 a 15 frutos); a extração do suco é feita utilizando-se espremedor manual ou centrífuga elétrica. O percentual de suco é calculado em relação ao peso total das frutas amostradas. É desejável teor de suco superior a 40% para as laranjas, 30% para os limões e limas ácidas e 35% para as tangerinas. Relação acidez/sólidos solúveis. É o melhor método de medir o estado de maturação dos frutos; com o amadurecimento, a um decréscimo gradativo de ácidos e um acréscimo de açúcares. Os açúcares, ou sólidos solúveis, são determinados em refratômetros, e os resultados expressos em graus brix; a acidez é obtida pela titulação da amostra de suco com hidróxido de sódio 0,1 N. A relação acidez/sólidos solúveis (ratio) é obtida dividindo-se a percentagem de sólidos solúveis pela percentagem de acidez total. Essa relação pode variar de 6 a 20, sendo ideal a faixa compreendida entre 11 e 14. CUIDADOS NA COLHEITA E NO TRANSPORTE Tanto os frutos para consumo in natura quanto aqueles destinados à indústria de suco, devem ser colhidos com o máximo cuidado. Injúrias na casca, favorecem o desenvolvimento de fungos, reduzem o período de armazenamento, e causam perda do óleo contido nela. Frutos batidos podem sofrer transformações físico-químicas, que acarretam redução no período de armazenamento e na qualidade do suco. Para que a operação de colheita se faça com menores danos aos frutos, recomendam-se as seguintes precauções: - colher os frutos em sacolas de lona com fundo aberto, preso por ganchos; - manter os colhedores com as unhas aparadas para evitar injúrias aos frutos; - manter as caixas de colheita limpas, sem a presença de materiais estranhos como areia ou pedregulhos; - evitar a coleta de frutos molhados ou orvalhados; - evitar a coleta de frutos, utilizando-se varas ou ganchos; - manter os frutos colhidos em local ventilado e sombreado. MATERIAIS NECESSÁRIOS PARA A COLHEITA: Na operação da colheita, dependendo da cultivar e da idade das plantas, são necessários os seguintes equipamentos: - Sacolas de lona, com fundo falso; - Caixas de madeira ou plástico, com capacidade para 25 a 40,8kg; - Tesouras com lâminas curtas, pontas arredondadas, e molas que as conservem aberta, especialmente para a colheita de tangerinas; - Caixões (bins) com capacidade para 400kg, quando as frutas são destinadas à indústria; - Escadas leves e resistentes. MANEJO PÓS-COLHEITA O transporte dos frutos pode ser feita em caixa, à granel em vagões, caminhões ou navios. Na colheita, geralmente são usados ‘sacos de colheita’ apropriados, dos quais os frutos passam para as caixas que serão transportadas para o armazém de acondicionamento ou descarregados a granel. Os frutos destinados à indústria, normalmente sofrem apenas uma lavagem, cuja finalidade é livrá-los de impurezas prejudiciais à indústria (pedras, galhos, areia, folhas, etc.). Os frutos para consumo in natura sofrem, também, a lavagem, para limpá-los de resíduos aderidos à casca, cochonilhas e fumagina, com água aquecida (45ºC) e agitação constante promovida por palhetas na presença de detergentes especiais. Após a lavagem os frutos recebem o polimento, posteriormente são calibrados, classificados e embalados de acordo com seu destino (mercado interno ou externo), seguindo normas e padrões do Ministério da Agricultura, os frutos devem ser classificados em grupos, classes e tipos. MERCADO & PERSPECTIVAS O Brasil, maior exportador mundial de suco de laranja, tem nas cotações da Bolsa de Nova York o principal balizador dos preços domésticos. O consumo interno da fruta não é desprezível, pelo contrário. Mas para cada laranja produzida para consumo in natura, produzem-se três para a indústria. Enquanto não se equilibrar essa proporção, a Bolsa de Nova York continuará apontando se o produtor colherá com lucro ou prejuízo. Desde o final de 1996, o mercado esteve frouxo. As cotações do suco não alcançavam a média histórica. Os citricultores brasileiros amargavam prejuízos ou mal obtinham o suficiente para cobrir os custos de produção. Em fevereiro de 1998, iniciou-se uma virada nas cotações. A safra seria reduzida, anunciava-se, em aproximadamente 20%. Mais tarde, a estimativa foi revista e amais recente avaliação dá conta de uma colheita mais de 30% inferior à de 1997. As razões da redução são várias. Fala-se em uma tendência natural a uma variação da produtividade, com uma safra boa alternando-se com outra ruim. Também se apontam condições climáticas desfavoráveis – temperaturas muito elevadas e déficit hídrico – na época da florada. Tratos culturais pouco rigorosos, sobretudo adubações insuficientes, são arrolados, justificados pelo desânimo dos produtores com os preços baixos. Finalmente atribui-se a quebra a doenças, como a CVC (amarelinho) e o cancro cítrico, e ao ataque de pragas. O mercado foi mais agitado em agosto de 1998, com a divulgação das primeiras estimativas da safra norte-americana. As avaliações indicavam
Docsity logo



Copyright © 2024 Ladybird Srl - Via Leonardo da Vinci 16, 10126, Torino, Italy - VAT 10816460017 - All rights reserved