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Guias e Dicas
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Cultura do maracujazeiro, Notas de estudo de Engenharia Agronômica

Apostila maracuja

Tipologia: Notas de estudo

2010

Compartilhado em 22/10/2010

valter-daniel-fantin-6
valter-daniel-fantin-6 🇧🇷

4.7

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Baixe Cultura do maracujazeiro e outras Notas de estudo em PDF para Engenharia Agronômica, somente na Docsity! CULTURA DO MARACUJAZEIRO Histórico O maracujá é originário da América tropical com mais de 150 espécies nativas do Brasil. Entretanto, entre tantas espécies diferentes, nem todas produzem frutos comestíveis e aproveitáveis e, apenas um pequeno número consegue ocupar espaços nos grandes mercados fruteiros nacionais e internacionais. Vários maracujás nativos do Brasil são cultivados em outros países tropicais, tais como o Havaí, Venezuela, África do sul e Austrália, onde tem considerável importância econômica. Aspectos Sociais Quanto aos aspectos sociais, verifique-se que a cultura do maracujazeiro caracteriza-se por ser uma atividade predominantemente desenvolvida em pequenas propriedades, com tamanho entre 3 a 5 hectares e mão-de-obra eminentemente familiar. Esses fatos demonstraram que a cultura do maracujazeiro, como a maior parte das frutíferas, pode ser uma boa alternativa para os pequenos proprietários, contribuindo dessa maneira para valorizar o trabalho dos agricultores familiares. Espécies mais conhecidas As espécies mais conhecidas e de maior aplicação comercial são basicamente duas: F 0 D 8 Maracujá – amarelo F 0 D 8 Maracujá – roxo Valor nutritivo Principalmente em relação à ocupação em vitamina “A”. Valores apresentados no suco de maracujá F 0 D 8 Maracujá – amarelo – 2410mg/100 ml suco F 0 D 8 Maracujá – roxo– 717 mg/100 ml suco Evolução da Cultura no Mundo Na evolução da cultura no mundo, verificam-se mudanças nos sistemas de condução e no tempo de reforma da cultura, destacando-se o sistema de condução utilizado no Havaí (USA), até meados da década de 1970, com treliças altas, 3 metros acima do nível do solo, e amplos espaçamentos de 7x 4m. A remoção da cultura se realizava a cada 5 anos, contrastando hoje plantios em altas densidades e a renovação anual da cultura. Finalidade da produção A produção brasileira de maracujá – amarelo tem sido utilizada, nos últimos anos, na produção de suco e na comercialização das frutas frescas na proporção de suco de 50% para cada segmento. Para uma avaliação de mercado, seria interessante conhecer a exportação mundial de maracujá, quanto aos dois segmentos, pois são mercados que interagem entre si. O primeiro e mais importante é representado pela exportação do suco concentrado, e o segundo, pela de frutas frescas, uma atividade ainda insipiente, mas com possibilidades de expansão. Produção mundial do maracujá A produção do maracujá, tem seus maiores produtores localizados na América do Sul, onde o Brasil, a Colômbia, Peru e o Equador são os maiores exportadores. Destacam-se alguns países africanos que têm contribuído com uma pequena exportação de frutas frescas, para o Continente Europeu. Dentre os países produtores, o Brasil é o primeiro produtor mundial, com uma área avaliada em 33.000 ha, distribuída entre os seguintes Estados (Tabela 1) Tabela 1 – Principais Estados produtores de maracujá Estado Área cultivada (ha) Pará 8000 São Paulo 4300 Minas Gerais 4000 Bahia 3500 A espécie Passiflora edulis Sims., conhecida como maracujá – roxo, é muito cultivado na: Austrália, África e Sudeste Asiático. Principais espécies conhecidas e cultivadas do Gênero Passiflora: F 0 D 8 Passiflora alba F 0 D 8 Passiflora alata Ait. – cultivada no Brasil (in natura). Utilizado como planta ornamental. Como planta medicinal – suas folhas contém passiflorina. As sementes quando trituradas tem ação anti-helmínticas. Casca faz-se doces, geléias, sorvetes. Folhas, flores e frutos contêm substâncias farmacológicas – Calmofilase e maracugina. F 0 D 8 Passiflora amethystina Mikan. (maracujá da serra) – utilizado como planta ornamental. O fruto pode ser consumido “in natura”, mas é muito perecível. Pode ser encontrado em Brasília, Paracatu a Patos de Minas. F 0 D 8 Passiflora antioquieensis Karst. F 0 D 8 Passiflora bahiensis Klotzsch. F 0 D 8 Passiflora bilobata Juss. – as sementes trituradas têm ação anti- helmínticas. F 0 D 8 Passiflora bogotensis Benth. F 0 D 8 Passiflora caerulea L. – é a ornamental mais conhecida no mundo. Também é utilizada como planta medicinal por suas propriedades sedativas. É cultivada no México, Guiana Inglesa e países andinos. F 0 D 8 Passiflora capsularis L. F 0 D 8 Passiflora cincinato Mast. – possui flores roxo-escuras muito ornamentais. Os frutos são utilizados para doces e sucos. Em Barreiras (Ba) é cultivado para doces. É encontrada bem distribuída nos cerrados, Distrito Federal, Posse (Go), Barreiras (Ba). Em Minas Gerais, pode ser visto em estado nativo, nas margens da rodovia que liga Paracatu a Patos de Minas. F 0 D 8 Passiflora coccinea Aebl. – uso potencial em programas de melhoramento genético. É uma espécie encontrada nas margens ao longo do Rio Araguaia e afluentes e em todo o Oeste de Mato Grosso. F 0 D 8 Passiflora cumbalensis Harms. F 0 D 8 Passiflora edulis Sims. – uso em programas de melhoramento genético como fonte de resistência à antracnose, a meloidoginose e a Espicanta atomaria. As sementes trituradas têm ação anti-helmíntica. F 0 D 8 Passiflora edulis Sims. F. flavicarpa Deg F 0 D 8 Passiflora legans Mars. F 0 D 8 Passiflora filamentosa Cav. F 0 D 8 Passiflora foetida L. - maracujá de cheiro. As raízes são utilizadas como espasmódico. Encontrada nos cerrados, nas veredas, brejos ou várzeas vedadas ao gado. F 0 D 8 Passiflora glandulosa Cav. F 0 D 8 Passiflora holosericea L. – suas folhas são utilizadas como chá calmante. F 0 D 8 Passiflora incarnata L. – Maracujá vermelho. Próprio para consumo in natura e sucos. É utilizado como planta medicinal. É recomendado como porta enxerto para maracujá – amarelo. F 0 D 8 Passiflora laurifolia L. – Maracujá – laranja. Utilizado na preparação de sucos. Suas folhas são adstringentes, usadas na medicina popular, e as raízes e sementes como vermífugas. E utilizada no Caribe, norte da Venezuela e leste do Brasil. F 0 D 8 Passiflora macrocarpa Mast. – uso potencial em porta-enxerto e nos programas de melhoramento genético. F 0 D 8 Passiflora mandoni Killip. F 0 D 8 Passiflora membranacea Benth. F 0 D 8 Passiflora miseta L. F 0 D 8 Passiflora mollissima Bailey – é cultivada nos Andes para fins ornamentais e frutíferos. Produção de vinho, sorvetes e sucos. F 0 D 8 Passiflora nigradenia Rusby. F 0 D 8 Passiflora organensis Gardn. F 0 D 8 Passiflora pentagona – as sementes tem ação anti - helmínticas F 0 D 8 Passiflora picturato Ker. F 0 D 8 Passiflora platyloba Kellip. F 0 D 8 Passiflora poeppigii Mast. – as sementes tem ação anti-helmínticas F 0 D 8 Passiflora quadrangularis L. – maracujá Açu ou maracujá melão. As sementes trituradas e as raízes tem ação anti-helmínticas. Pode ser utilizada como porta-enxerto ou em programas de melhoramento genético. F 0 D 8 Passiflora rubia L. F 0 D 8 Passiflora umbilicata Harm. F 0 D 8 Passiflora racemosa Brot. F 0 D 8 Passiflora raddiana Dc. F 0 D 8 Passiflora serratifolia L. F 0 D 8 Passiflora serrato-digitata L. – maracujá de cinco pernas. Planta ornamental e com potencial para porta-enxerto. F 0 D 8 Passiflora sicijoides Chamit Schl. F 0 D 8 Passiflora speciosa F 0 D 8 Passiflora spectabilis Killep. F 0 D 8 Passiflora speciosa Gardn. – maracujá encarnado. Usado no preparo de doces, sorvetes e refrescos. F 0 D 8 Passiflora suberosa L. – maracujá cortiça. Utilizada como planta medicinal, como planta ornamental e como porta-enxerto ou para uso em cruzamento. São hermafroditas. Coloração varia de espécie para espécie, bem como a fileira de filamento constituindo a corona, que varia de coloração de uma para outra espécie, e servem para atrair os insetos polinizadores. Os estames aprecem em número de cinco, presos a um androginófora colunar. As anteras grandes mostram o grande número de grãos de pólen de cor amarelada e pesados. O que dificulta na polinização pelo vento. A parte feminina representada por três estigmas, que variam com relação a sua curvatura, determinam a ocorrência de tipos de flores diferentes. As flores das espécies cultivadas de Passiflora tem diversos mecanismos de abertura floral, devendo o produtor observar o horário de abertura das flores na espécie cultivada, para se realizar as práticas culturais. F 0 D 8 Auto-esterilidade F 0 D 8 Polinização – predomina insetos F 0 D 8 Necessidade de seleção das melhores plantas produtivas para retirada de sementes, por causa da incompatibilidade. F 0 D 8 A produção de flores ocorre em “ramos novos”. Frutos Variam de formato e peso em função da espécie cultivada. F 0 D 8 Maracujá amarelo – 70 a 130g (peso) F 0 D 8 Maracujá roxo – 60 a 100g (peso) F 0 D 8 Maracujá doce – 80 300g (peso) O fruto é uma baga globosa. Em média, 250 sementes ovais e achatadas, com 5mm a 6mm de comprimento e 3mm a 4mm de largura Semente A semente é envolvida pela póla (arilo) possuidora de reguladores de crescimento. O fruto quando maduro cai no chão, determinando o ponto de colheita para a indústria. Para fruta fresca, devem ser colhidas quando ainda presos a planta e com um pequeno pedúnculo. 2.2 Produção em ramos do ano O maracujazeiro produz suas flores e conseqüentemente os frutos em ramos do ano, fazendo com que em plantas velhas a produção ocorra cada vez mais longe do tronco, que a distância da base até a flor no ramo podado é cinco vezes inferior aos ramos não podados, não havendo relação entre o comprimento do ramo, fator esse que favorece a poda do maracujazeiro. 3 - APROVEITAMENTO DOS SUBPRODUTOS DA INDUSTRIALIZAÇÃO DO MARACUJÁ No processamento do maracujá para a produção do suco são gerados dois importantes resíduos sólidos. A casca ou bagaço e a torta de sementes, os quais apresentam várias possibilidades de uso. F 0 D 8 Obtenção de pectina – atua como agente espessante na fabricação de geléia e apresenta valor comercial bastante conhecido. O teor médio de pectina da casca do maracujá é 2%, varia conforme a espécie. F 0 D 8 Uso na alimentação animal – em suínos. Nas rações de bovino recomenda de até 22% de póla e cascas desidratadas de frutos de maracujá amarelo, podem entrar como componente de acabamento, em níveis de até 8%. O rendimento do beneficiamento dos frutos do maracujá é de 60% de cascas, 30% de suco e 10% de sementes , o que justifica a elevada produção de bagaço, utilizado parcialmente como combustível de processamento, ou ainda, para incubação orgânica da cultura, após pulverização com solução de cal. Na produção de 0,3Kg de cal para 100Kg de bagaço. F 0 D 8 Utilização na alimentção humana – uso da casca do maracujá amarelo para elaboração de composta (sabor amargo). Uso de farinha da casca de maracujá amarelo como fonte de fibras dietéticas. Essa farinha pode ser usada no controle de diabetes, e determinadas patologias, diante da fabricação de ser um subproduto rico em pectina. F 0 D 8 Obtenção de óleo essencial – boa parte de óleo essencial utilizado nas indústrias alimentícias, de perfumes e aromas. O óleo de sementes de maracujá apresenta de 22% a 28% de óleo e que os ácidos graxos mais importantes F 0 D 8 São os linoléicos (55% - 65%). Oléico (18%-20%) e o ácido palmítico (10%-14%). Baixo conteúdo de ácido linolênico (0,8%-1,1%). O óleo é de cor amarela, sabor agradável e odor suave, com as seguintes características físico-químicas: baixa sicatividade, médio índice de saponificação e baixa estabilidade sendo suscetível a rancidez oxidativa devido ao grande conteúdo de ácido linoléico. 4. COMPOSIÇÃO QUÍMICA DA CASCA E DAS SEMENTES DE MARACUJÁ Tabela 3 – Composição da química, em porcentagem, da casca e da semente do maracujá Composição (%) Casca (A) Semente (B) Matéria seca 82,34 93,90 Proteína 8,7 13,88 Extrato etéreo 2,43 31,95 Fibra 29,37 _ Fibra detergente neutro (FDN) _ 55,46 Fibra detergente acido (FDA) _ 49,5 Hemicelulose _ 5,95 Celulose _ 9,94 Lignina bruta _ 40,33 Matéria mineral 7,75 _ Extrativo não regenerado 34,09 _ Fonte: (A) Ariki et al. (1997) e (B) Starling et al. 5 – ALGUMAS CONSIDERAÇÕES SOBRE VARIEDADES F 0 F C Maracujá – amarelo (Passiflora edulis f. flavicarpa DEG.) Tabela 5 – Componentes de duas variedades de maracujás (roxo e amarelo) na Índia e na Austrália. Maracujá roxo - Ìndia Maracujá amarelo - Austrália Componentes Max. Min. Méd. Max. Min. Méd. Umidade (g/100g) 82,50 76,90 80,40 71,10 84,20 79,60 82,00 Ext. Etéreo 0,80 0,01 0,05 1,20 0,00 0,60 Sol. Solúveis % 21,90 14,40 17,30 16,30 18,00 13,00 15,00 Acidez (g/100g) 4,80 2,40 3,40 2,10 5,00 3,00 4,00 rel. Brix/acidez 7,70 3,40 5,30 p.h. 3,20 2,60 2,80 3,30 3,30 2,80 3,00 Aç. Redutores g/100g 8,30 3,60 6,20 5,10 7,80 6,20 7,00 Aç. Ñ redutores g/ 100g 7,90 2,30 4,60 4,20 Aç. Totais g/100g 13,30 7,40 10,00 11,60 9,30 10,00 Fibra (g/100g) 14,20 0,20 Amido (g/100g) 3,70 1,00 2,40 Proteína g/100g 1,20 0,60 0,80 2,40 1,20 0,60 0,80 Minerais g/100g 0,52 0,36 0,46 0,70 Ca (mg/100g) 18,40 9,70 12,10 11,00 P (mg/100g) 60,40 21,40 30,10 18,00 Fe (mg/100g) 4,00 2,30 3,10 0,30 Ac. Ascórbico (mg/ 100g) 69,90 21,90 34,60 20,00 7,00 12,00 Riboflaxina (mg/100g) 0,19 0,12 0,17 Ac. Nicotínico (mg/ 100g) 1,90 1,50 1,70 Vitamina A (U.I./100g) 1,55 1,07 1,35 570,00 Fonte: PRUTHI & LAL. 1999 8 – CONSIDERAÇÕES ECOLÓGICAS A RESPEITO DO MARACUJÁ Fotoperíodo O maracujá – amarelo exige mais de 11 horas de luz para florescer. Para regiões mais quentes pelo fato de os dias serem mais longos nos meses de inverno , não ocorrerá essa paralisação na emissão das flores, e tem-se a produção praticamente durante o ano todo, levando muitos produtores a optarem por essa regiões (Bahia) obtendo suas produções na entressafra da região sudeste. Horário de abertura das flores O horário de abertura das flores varia de espécie para espécie. Para o maracujá amarelo as flores se abrem depois das 12 horas e se fecham a noite, sendo que o máximo de abertura em um dia é maior às 13:00 horas decrescendo rápido até às 18:00 horas. Uma vez fechada a flor não se abre mais. F 0 D 8 Tipos de flores O maracujá – amarelo apresenta diferentes tipos de flores, que podem ocorrer em uma mesma planta, com resultados distintos na produção. Flor T.C. – flor com os estigmas totalmente curvados, acima das anteras, e que ocorrem sempre em maior porcentagem. É o tipo ideal. São as mais adequadas para facilitar a polinização cruzada. Flor P.C. – flor com os estigmas parcialmente curvados, acima das anteras, formando com elas um ângulo de 45o . Flor S.C. - flor com os estigmas sem curvatura, acima das anteras, formando com elas um ângulo de 90o . Obs: as flores T. C. ocorrem em média em maiores porcentagens, estas devem ser preferidas pelo produtor ao retirar semente para futuros plantios. Média de ocorrência dessas flores em um pomar – Tabela 6 Tabela 6 – Ocorrência do tipo de flor, de duas variedades de maracujá, em um pomar. Valores em percentagem. Tipo de flor Maracujá - amarelo Maracujá – roxo T. C. 62 70 P. C. 29 20 S. C. 8 10 Fonte: Duggibro, 1973 Vasconcelos 1991 Agentes polinizadores As mamangavas são insetos sociais que fazem os seus ninhos em madeira mole e são os agentes polinizadores mais importantes para o maracujazeiro – amarelo, devido ao seu tamanho associado ao tamanho da estrutura da flor. As abelhas tem pouca influência na polinização e concorrem com as mamangavas na coleta do pólen e néctar. Na ausência de insetos polinizadores, o vento não tem influência na polinização, devido ao peso dos grãos de pólen. População de mamangavas O produtor deve esforçar para a manutenção da população de mamangavas próximos da cultura, e evitar, que as abelhas visitem as flores abertas do maracujazeiro, adotando medidas ecológicas. Medidas ecológicas a serem adotadas F 0 D 8 Plantar próximo da cultura do maracujá, plantas visita preferencialmente pelas abelhas tais como: alfavaca, que foi prática usual em muitas lavouras. F 0 D 8 Coletar enxames soltos, próximos da cultura, soltando-os em outras locais. Procedimentos para avaliar se os insetos polinizadores estão ocorrendo em quantidades certa F 0 D 8 Marcar em um dia de sol três flores abertas por planta; F 0 D 8 Repetir a operação em mais 34 plantas, para totalizar 100 flores marcadas, o suficiente para uma área de dois a três ha. Quando a área for maior, deve aumentar a quantidade. Mesmo quando o pomar é formado só de maracujá – amarelo pode se encontrar plantas incompatíveis entre si. Diz-se que uma planta apresenta incompatibilidade cruzada, quando faz-se a polinização cruzada, e se obtém resultados. Conseqüências práticas da incompatibilidade cruzada Deve-se escolher as melhores plantas para retirada de sementes. Retirar poucos frutos de uma mesma planta, para obtenção de sementes, selecionando várias plantas no pomar. Utilizar a estaquia ou enxertia para a propagação, selecionando com mais rigor várias plantas, sendo esse número maior do que o utilizado na propagação sexuada. Polinização manual Esta deve ser realizada quando não ocorre o número adequado de mamangavas. Procedimento para fazer polinização manual Pode ser feita com dedeira, para proteger os dedos, com tecido de lã ou flanela, ou com dedos nus. Deve-se retirar uma grande quantidade de grãos de pólen que será passada no estigma, com um toque rápido. Rendimento da polinização artificial De 50 a 60 flores por minuto e de duas a três pessoas por tarde para polinizar um hectare. Rendimento de frutificação obtido com polinização cruzada De 50 a 80% mostram que funciona Dificuldades: Tendência do produtor em concentrar a polinização manual somente nos picos de floradas com perda de floradas menores. Em áreas grandes, o produtor deve realizar a polinização, mesmo no início da florada, e não somente nos picos de florada. Obs: uma flor não polinizada é um fruto a menos, e que a flor do maracujá- amarelo permanece aberta apenas quatro horas, para que uma efetiva polinização seja realizada. 10 – CLIMA E SOLO Clima O gênero Passiflora apresenta mais de 530 espécies, das quais 150 são indígenas do Brasil. Aproximadamente 60 produzem frutos que podem ser aproveitados como alimento. O maracujazeiro encontra-se no Brasil, como centro de origem de um grande número de espécies, e condições excepcionais para o seu cultivo. É uma planta de regiões tropicais e subtropicais. O Maracujá-amarelo não suporta geadas. Uma opção para áreas mais frias é o cultivo do maracujá-roxo. Outro fator importante é o comprimento do dia. O maracujá-amarelo principal espécie cultivada no Brasil, necessita de onze horas de luz para florescer. Regiões mais afastadas da linha do equador terão estações do ano com dias mais curtos, havendo nessas regiões picos mais distintos de floradas. O vento no cultivo do maracujazeiro No maracujazeiro o vento atua dificultando o crescimento da planta até o fio de arame do sistema de sustentação utilizado. Dependendo da velocidade do vento, poderá provocar o tombamento de linhas inteiras do cultivo do maracujazeiro, sendo aconselhável que o comprimento da espaldeira não ultrapasse 70m, e que se fixe bem as extremidades. O vento quente estimula altas taxas de evapotranspiração e pode causar dessecação das lavouras. Em áreas próximas ao mar, o vento pode provocar uma salinização do terreno. O vento pode favorecer a erosão do solo. Caules e folhas sofrem abrasão pelo impacto das partículas de areias. O vento pode acelerar o resfriamento das plantas em condições de baixas temperatura. Para minimizar a ação do vento deve-se adotar o uso do quebra-vento. Curiosidades sobre o vento O quebra-vento não pode barrar totalmente o vento, para não criar um turbilhamento após a barreira. O quebra-vento protegerá uma área equivalente a 15-20 vezes a altura da planta utilizada para esse fim. Se tiver uma altura de sete metros, a área protegida será de uma distância de 105 a 140 metros. O quebra-vento pode ser: bambu, grevílea, pinus, hibiscos, eucalipto, citriodora, etc. Capim napier também é utilizado em algumas áreas. Pode se plantar junto ao quebra-vento, espécies de porte baixo, e que sejam visitadas de preferência pelas abelhas (Apis mellifera), como a alfavaca dentre outras, evitando assim a concorrência delas nas flores abertas do maracujazeiro. Seca para o maracujazeiro Sobre a cultura do maracujazeiro, observaram-se em 1994, plantas de maracujá-amarelo, vegetando bem em Araguari- MG, após uma estiagem. Lembrando que na fruticultura de um modo geral, é largamente utilizado o uso de espécies como porta-enxerto, para pomares em áreas não irrigadas, pela maior resistências á seca. O comportamento de uma planta em relação a seca depende, entre outros fatores, do modo de propagação utilizado, se a planta em questão foi propagada por sementes ou por enxertia. Solo O maracujazeiro se desenvolve em diferentes tipos de solos, desde que sejam profundos, férteis e com boa drenagem. O maracujazeiro não se desenvolve em regiões onde o solo fica alagado por um certo período, portanto, solos planos de várzea (baixadas) são desaconselháveis para o seu plantio. Preparo do solo para o plantio São recomendadas as operações de aração e de gradagem. A gradagem exerce a função de nivelamento do terreno para melhorar as condições de germinação do maracujá. Quando fazer o preparo do solo O preparo do solo em áreas cultivadas com o maracujazeiro deve ser feito em tempo de vida da cultura. A cultura do maracujazeiro tem uma vida útil que elevada porcentagem de suco e originados de plantas vigorosas, produtivas, precoce e resistentes a doença e pragas. Germinação Grande parte dos problemas das sementes de Passifloráceas está relacionada com a qualidade delas. Algumas informações quanto a germinação do maracujazeiro, mostram que o início e o término da germinação de sementes de Passifloráceas ocorrem de forma irregular, este período pode ser de 10 dias a três meses, dificultando à grande dês-uniformidade. 20-30 dias após a semeadura – 70-90% de germinação. Extração de sementes Não existe no Brasil, um comércio regular de sementes do maracujá amarelo, selecionadas e de boa qualidade. Por isso a implementação de novos pomares baseia-se em sementes obtidas de frutos selecionados pelos próprios produtores. As sementes devem ser retiradas de frutos maduros de várias plantas, a fim de diminuir problemas de incompatibilidade que podem surgir no campo, ou ainda, secar no interior dos frutos. Pode-se promover a semeadura logo; pois a remoção da polpa e a lavagem das sementes aceleram a germinação. Após a coleta dos frutos maduros, eles são cortados em duas metades, retira-se a polpa e deixa-se fermentar em recipiente de vidro ou louça por dois a quatro dias, sem água, deve ser feita á sombra. Após a fermentação, lava em água corrente sobre uma peneira, o que separa facilmente a mucilagem das sementes. Coloca- se em um tambor com água, o que permite a eliminação das sementes que boiarem. A seguir escoa-se a água colocando-as para secar a sombra, em camadas finas sobre um tecido ou papel. Armazenamento e conservação As sementes não utilizadas logo após a secagem, podem ser armazenadas por um período de até três meses acondicionadas em sacos de plástico e em condições ambientais. Para um armazenamento mais prolongado, até por 12 meses, as sementes devem ser acondicionadas em sacos de papel, que por sua vez, são colocados em sacos de plástico e mantidos em geladeira doméstica em sua parte inferior. F 0 F C Propagação Assexuada Também denominada de vegetativa ou orgânica, é o processo de multiplicação que ocorre através de divisão de diferenciação celular, por meio da regeneração de partes da planta-mãe. A propagação vegetativa de plantas é a mais recomendada para frutíferas, porque possibilita a perpetuação das características mais desejadas das plantas que se pretende multiplicar. Dentre os métodos possíveis de ser utilizados na cultura do maracujazeiro tem-se ESTAQUIA e a ENXERTIA. F 0 D 8 ESTAQUIA Consiste em colocar para enraizar pedaços do ramo, contendo diversas gemas e folhas inteiras ou parte delas, sob condições de elevada umidade relativa, em substrato previamente preparado. Deve-se observar: época da retirada das estacas, umidade, temperatura, luminosidade e qualidade do substrato. A lavagem das estacas em água corrente, promove desenvolvimento mais rápido e pronunciado das raízes. O uso de auxinas auxilia no enraizamento de estacas de maracujazeiro, mas não é técnica essencial, podendo utilizar o estufim plástico. As estacas enraízam em média, após 20 a 30 dias do enterro no leito, podendo ser transferidas para recipientes contendo substrato convencional – solo mais esterco de curral curtido, e aclimatadas ficando aptas para o plantio no campo (parte mediana dos ramos, com folhas ou parte e com dois ou três nós). F 0 D 8 ENXERTIA É um processo que apresenta muitas vantagens tais como a conservação das características da planta-mãe, o controle de nematóides , a resistência à seca, à Phitophthora e a morte prematura das plantas, a longevidade e a qualidade dos frutos. Antes de pensar em qual porta-enxerto poderá ser usado para o controle desta ou daquela doença, deve-se saber se aquele a ser empregado tem compatibilidade com o enxerto, pois, se a incompatibilidade for observada, de nada adiantará o porta-enxerto apresentar níveis de tolerância ou resistência a doenças. Tipos de enxertia: Os melhores resultados são por garfagem do tipo fenda cheia. A enxertia deverá ser realizada com bisturi cirúrgico. Os bisturis devem ser desinfetados a cada enxertia. Os garfos devem retirados com dois a três nós, da posição mediana dos ramos e com diâmetro semelhante ao porta-enxerto. Amarre-se então, com fita plástica e cobre-se o garfo com saco plástico, para formar câmara úmida e proporcionar maior pegamento. O tempo gasto na formação da muda na enxertia é 2,5 vezes maior, quando comparado com à muda formada por sementes. Porta-enxerto O fruticultor tem grande possibilidade de escolha de diversos porta-enxerto, devido ao comportamento diferenciado das espécies em relação a nematóides. P. edulis flavicarpa (maracujá amarelo), P. edulis (maracujá roxo) e P. caerulea são resistentes aos nematóides formadores de galha. Em relação à fusariose, deve-se evitar o uso de maracujá roxo como porta-enxerto ou pé-franco, por ser muito suscetível. 11 - PRODUÇÃO DE MUDAS Atualmente existiu dois sistemas mais utilizados para a produção de mudas do maracujazeiro: formação de mudas em sacolas de plástico (mais tradicional) e formação de mudas em tubetes. Formação de mudas em sacolas de plástico No viveiro, as doenças são controladas, preventivamente, através de pulverizações quinzenais no período seco do ano, e semanais, nos períodos úmidos, com oxicloreto de cobre na dose recomendada pelo fabricante. No caso de tombamento das mudinhas, reduzir a irrigação e eliminar os saquinhos contaminados e todos aqueles circunvizinhos. Se houver infecções de verrugose no viveiro, eliminar todas as mudas. As pragas são controladas após a verificação de sua presença pelo emprego de fention à 0,05% ou cartap à 0,06%. Porte das mudas para o plantio A partir da sétima folha verdadeira formada até a emissão da primeira gavinha, o que ocorre geralmente 60 dias após a semeadura, no verão e 80 dias, no inverno. Deve-se reduzir as regas no período que antecede o plantio, para maior resistência das mudas. Formação das mudas em tubetes Os viveiristas, preferem produzir mudas em tubetes, dada a maior facilidade e rotatividade do viveiro. Após o investimento inicial o custo de produção unitário é menor neste sistema, além de diminuir o custo de mão-de-obra, substrato e seu tratamento. Para os fruticultores que produzem um número limitado de mudas, esporadicamente , o sistema de produção de mudas em tubetes torna-se antieconômico, por causa da necessidade de um investimento inicial considerável, o que é interessante quando utilizado por três anos. Por essa razão, a formação de mudas neste sistema só é reconhecido para viveiristas comerciais. Instalações Deve-se usar tubetes de polietileno rígido, com 14,5 cm de comprimento por 3,5 cm de diâmetro em sua boca, capaz de conter cerca de 120 ml de substrato. Alojar os tubetes em telas de arame, e suspensas no solo a 1 cm do solo. Este conjunto deve receber uma cobertura feita com filme de plástico, instalada a 2m de altura. O sistema exige ainda um sistema de irrigação que produza gotas pequenas, como os microaspersores. Substrato É recomendado o uso de 35 kg de substrato comercial, misturado com 10 kg de esterco de curral, bem curtido e peneirado, com 500g de superfosfato simples. Esta mistura vai encher os recipientes. Semeadura Colocar em cada tubete três sementes e recobrir com um cm de substrato, utilizar um marcador de madeira para que as sementes fiquem com a mesma profundidade. Irrigação As regas devem ser feitas, com freqüência de 4 a 6 por dias de acordo com as condições climáticas da semeadura até a emergência total. Depois desta fase, deve-se irrigar 2 a 3 vezes ao dia. Desbaste Antes da emissão da segunda folha verdadeira é feita a eliminação de plantas excedentes, deixando apenas uma muda por recipiente. Molhar o substrato antes do arranquio (não danificar). Nesta ocasião, faz-se uma redistribuição dos tubetes, fazendo-se um raleio, para dispô-los em malhas alternadas da tela de arame. Uniformizar em lotes por tamanho, oferecendo condições para um crescimento sem estiolamento. Adubação de cobertura A quantidade de nutrientes que o substrato é capaz de reter é muito pequena em relação às necessidades da planta. Isto torna necessária a adubação de cobertura, que deve ser feita regularmente, numa freqüência compatível com o desenvolvimento das mudas. Para a adubação: solução feita com 0,05% de sulfato de amônia, 0,05% de cloreto de potássio e 0,01% de superfosfato simples. Aplicar à base de dois a três litros por m2, em intervalos semanais ou quinzenais. Não é necessário lavar as folhas das plantas, com água limpa, devido a baixa concentração de micro-nutrientes. Condução das mudas As mudas deve estar prontas para o plantio quando tiverem oito folhas e aproximadamente 20 cm de altura. Transporte e plantio Os tubetes retirados da tela são acomodados em caixas para serem transportados. Por ocasião do plantio, os tubetes devem ser batidos, para que o torrão se solte facilmente do recipiente. As raízes das mudas produzidas neste sistema, por ocasião do plantio, ficam limitadas a um pequeno volume de substrato, tornando- as mais suscetíveis à seca, exigindo maior freqüência de irrigação até o seu completo pegamento. Para que o torrão se solte deve ser feito alguns furos previamente com um chuço. 13 – PLANTIO DA ÁREA DEFINITIVA Manter a época tradicional de plantio no início das chuvas até meados de novembro. Se não der nesse período, somente a partir de fevereiro, até meados de março. Escolha da área A cultura se desenvolve bem na maioria dos solos, quando possível escolher solos areno-argilosos e bem drenados (não tolera solos encharcados). Preferência – áreas planas, protegidas do vento e que já tenham sido cultivadas anteriormente com outras culturas. Em áreas não protegidas – usar quebra-ventos com capim camerum. Este é o sistema mais tradicional para sustentação do maracujazeiro, principalmente em pequenas áreas, não sendo porém o mais utilizado. A construção da latada requer muita atenção, esticadores de boa qualidade e bastante arame. São vários os casos de queda do latado e perda do pomar, principalmente devido à economia de madeira ou arames mal colocados Recomenda-se que cada latada tenha entre 50 a 70 m de largura e 80 a 100 m de comprimento. Os esticadores espaçados de 2,5 a 3,0 m, deverão ter 3,2m , enterrados a 1,2m e com inclinação para fora de 45o . além disso, coloca-se um travessão de madeira (“morto”) enterrado 0,3cm do lado de dentro da linha de plantio. Os postes, dependendo do espaçamento dos esticadores, serão dispostos com 2,5 ou 3,0 m de largura por 5,0 m, inicialmente coloca-se um fio de arame no 12, partindo dos esticadores e presos nas pontas dos postes (largura e comprimento). Em ambos os sentidos e a cada 20cm, substituir um fio de arame liso, por farpado, visando o travamento dos demais fios, sem necessidade de amarração. Finalmente, amarrados no arame de fora, entre os esticadores, e nos dois sentidos, colocar um fio no 14. neste caso, o espaçamento de plantio pode ser de 4 x5 m ou 5 x 5 m. Condução – as plantas são conduzidas em haste única até o arame e depois orientam-se quatro brotações em direção às plantas vizinhas. A brotação da haste principal é podada. O alto custo da implementação é compensado pela produtividade de 50% a 80% superior ao sistema de espaldeira vertical, pela impossibilidade de realização da polinização manual. Obs: para se obter frutos com qualidade, destinados ao mercado de frutas frescas, usar preferencialmente , a espaldeira vertical com dois fios de arame, garantindo com isso facilidade para realização da polinização manual e tratamento fitossanitários. Comparação entre os sistemas (Tabela 7) Tabela 7 – Comparação entre os sistemas de espaldeira e latada Componente Espaldeira Latada Produção Natural 12 t / ha / ano 30 Prod. Com polin. Artificial 45 35 Tamanho fruto Maior Menor Uniformidade Maior Menor Cont. fitossanitário Fácil Difícil Custo Menor Maior Espaldeiras em cruz e T apresentam uma tendência de maior produtividade e melhor aspecto fitossanitário, quando comparadas à espaldeira vertical. Esta informação precisa de maiores comprovações pois são observações feita em alguns plantios comerciais. 15 –PODA DE FORMAÇÃO Logo após o transplantio, coloca ao lado da muda um tutor que pode ser um cordão , bambu fino para servir de sustentação, até a planta atingir o fio de arame mais alto. Independentemente do tipo de espaldeira, a planta deve ser conduzida em haste única, podando periodicamente as brotações laterais até chegar próximo ao fio de arame. A haste principal após atingir ± 10cm acima do último fio deverá ser cortada. Estas brotações são conduzidas uma em sentido contrário a outra, na posição horizontal em direção aos fios de arame sendo ai fixadas. Figura 8 – Condução da planta com quatro brotações. A partir deste momento, tem-se a opção de deixar as brotações crescerem livre, e isso vai acarretar uma intensa massa vegetativa emaranhada, dificultando a realização da pode de remoção além de reduzir a penetração da luz, ar e defensivos. Outra seria tecnicamente melhor, mas muito exigente em mão-de- obra, seria a condução dos ramos em cortina ou penteada; a eliminação periódica das gavinhas, deixando brotações em direção ao solo. Com a perda de plantas novas ocorre o melamento ou enforcamento pela própria gavinha. Deve-se tomar o cuidado, eliminando estas gavinhas junto com as brotações laterais indesejáveis, na poda de formação. Figura 9 - Condução em cortina Figura 10 - Poda de renovação 16 – PODA DE RENOVAÇÃO Além de considerar as diversidades regionais, algumas exigências devem ser atendidas antes de realizar esta prática: F 0 F C A lavoura deve estar bem adubada, F 0 F C Deve ter boas condições de umidade no solo, F 0 F C A planta não deve estar no período de dormência. Logo, então recomendo que a poda seja feita no início da brotação primaveril. Depois fazer uma pulverização com fungicida a base de cobre, repetir a cada 10 dias (alternar) com uma mistura de oxicloreto de cobre e mancozeb. A poda mais utilizada é aquela que se elimina toda a ramagem a 40 cm abaixo do arame, cuidando para não cortar os ramos principais. 17 - IRRIGAÇÃO O gotejamento é o método mais adotado pela maioria dos produtores. A aspersão é utilizada, na maioria dos casos, por produtores que instalam pinot para a produção de sementes ou grãos e encontram na fruticultura uma oportunidade de diversificação. Tem o inconveniente de manter elevada a umidade da ramagem favorecendo aparecimento de patógenos. A irrigação por aspersão – apenas nos períodos de floração e nunca à tarde Manter a linha de plantio livre de plantas daninhas, sem a ração, numa faixa de 1,6m (80 cm de cada lado) e as entrelinhas manter com cobertura vegetal tendo o cuidado de roçar periodicamente. 21 - DOENÇAS DO MARACUJAZEIRO F 0 F C Doenças no viveiro de mudas Tombamento, mela, rizoctoniose Plantas com até 3-4 folhas definitivas. Fungos do Gênero Pithium, Rizoctonia e outros podem desenvolver na região do colo, matando a plântula ou causando ferimentos, que interrompem a circulação da seiva. Controle Colocar os viveiros em local bem drenado, reduzir ao mínimo a irrigação, utilizar sementes novas, não semear nos meses de intensa e constante precipitação e esterilizar a mistura (terra) com Brometo de metila, encher os recipientes para mudas com mistura equilibrada de terra peneirada. Bacteriose e antracnose Sintomas – manchas nas folhas, partes lesionadas de coloração marrom, com bordas aquosas ou cloróticas. Controle Preventivo – proteger os viveiros com quebra-vento, aplicar produtos a base de cobre a 0,25% alternando com Maneb ou outro, para evitar toxidez por cobre. Curativo - aplicação semanal de fungicidas a base de cobre, alternando com benomyl, maneb, zeneb e outros. F 0 F C Doenças nas plantas no campo Doença da parte aérea Bacteriose Causada pela bactéria Xanthomonas campestris pv. Passiflorae Sintoma – lesões nas folhagens internas da planta. Antracnose Causado pelo fungo Colletotrichum gloesporiodes Penz. Sua ação é favorecida pela alta umidade, temperatura média por volta de 26 a 28o C, fatores conjugados que ocorrem no verão. Com o frio, a moléstia diminui a importância. Sintomas Nas folhas - na metade de seu desenvolvimento, ocorre manchas de aspecto, escuras e grandes, nas margens do limbo e nas junções angulares dos lóbulos. Depois ficam de coloração clara e os tecidos se apresentam desagregados e com impressão de que a porção afetada esta “derretida”. No centro da porção necrosada – manchas brancas ou acinzentadas com rachaduras. Mais tarde elas passam para pardacentas, tomando grandes porções das folhas, que no final caem dos ramos causando um grande desfolhamento, freqüentemente nessas áreas necrosadas forma-se pontos pretos, que são órgãos de frutificação do fungo. Nos ramos – aparecimento de manchas verde intenso, que evoluem para necrose e que resulta no secamento do ponteiro. Nos frutos – quando atingem tamanho máximo apresentam manchas oleosas que evolui para necrose, tornando-os mumificados, como a de podridão- mole, quando atingirem a maturação. Em ambos os casos, a lesão afeta a polpa, ocorrendo sua deterioração. Ocorre pontuação preta resultante da produção de órgão de frutificação. Verrugose ou Clodosporiose Causada pelo fungo Cladosporium herbarum Link. Vulgarmente - verrugose dos frutos, canero dos ramos novos e perfurações foliares. Sintomas – nos frutos e folhas, as depressões tomam a forma circular, e nos ramos, elas aparecem alongadas e na forma de barquinho. É uma doença típica de tecidos tenros, e aparece sempre em brotações e em frutinhos pequenos, em forma de pequenas pontuações escuras e deprimidas. Septoriose Causada pelo fungo Septoria passifloral Lown. Que ataca ramos e folhas. Sintomas – causa necrose nas folhas de 3 a 5 mm de diâmetro. A característica fundamental da doença é que atingida a porcentagem de 15 a 20% das folhas de uma planta, todas as folhas da planta se destacam deixando a desnuda. (e com perda de ponteiras). A ocorrência da septoriose é uma indicação de que o tratamento fitossanitário preciso ser melhorado. Pintas ferruginosas Causada pelo fungo do gênero Alternaria. Está presente em todas épocas do ano. No Brasil não causa danos alarmantes como no caso da antracnose. Sintomas - apresenta pequenas manchas de cor pardo – avermelhada sobre folhas , ramos e frutos. As manchas podem evoluir para necrose, pouco importante em folhas ou frutos. São perigosas nos ramos – causa seca dos mesmos. Doenças das Partes Baixas do Maracujazeiro Podridão do pé Causada pelo fungo Phytophthora cinnamoni Ronds. Sintomas – penetra nos tecidos epiteliais das plantas, de preferência, os tecidos do câmbio e aí faz sua colonização maior, originando a deterioração dos tecidos adjacentes e com a sua expansão causar, progressivamente, uma certas ocasiões, a planta poderá ser atacada por um patógeno determinado, o que requer um controle específico. Antracnose – fazer pulverizações espaçadas de 15 dias com: Benlate 500 a 0,05% Cercobin 700 P.M a 0,07% Cercobin 500 SC a 0,01% Tecto 450 a 0,01% Tecto 600 a 0,09% ou Folicur a 0,075% Verrugose – os produtos mais eficientes são: Orthocid – 500 a 0,24% Captan – 500 PM a 0,2% ou Decobre Pm a 0,35%, em duas pulverizações espaçadas de 15 dias. Septoriose – o controle é feito por meio de suas pulverizações, espaçadas de 15 dias, com: Cerconil PM a 0,2%, Tecto 450 a 0,1% ou Tecto 600 a 0,09% Alternaria – Em geral duas pulverizações, espaçadas de 15 dias, com: Rovral SC a 0,15% ou Decobre PM a 0,35% Bacteriose Não pode ser feito de forma eficaz apenas por métodos químicos, exige a adoção de uma série de medidas culturais, que evitem a instalação do patógeno na lavoura: F 0 F C Usar sementes e mudas sadias F 0 F C Adubação equilibrada, principalmente em relação nitrogênio- potássio, uma vez que o excesso de nitrogênio, por estimular um intenso crescimento vegetativo, favorece o ataque da bactéria, F 0 F C Uso de quebra vento F 0 F C Evitar o trânsito no interior do pomar, principalmente quando houver umidade sobre as plantas. F 0 F C Evitar o uso de equipamentos para tratamentos fitossanitários que utilizar alta pressão, pois causam danos mecânicos as plantas, favorecendo a invasão dos tecidos lesados pela bactéria. O controle químico é feito somente em situações críticas nesse caso usar uma bateria de duas pulverizações, retomando logo em seguida ao tratamento preventivo. Os antibióticos mais usados são: Agrimicina – 240g – 100 L H2O ou Mycoshield 200g – 100 L H2O, repetir em intervalo de 15 dias. Esse tratamento tem que ser feito ao máximo duas vezes por ano. Equipamentos de pulverização Em função de o maracujazeiro ter grande massa foliar e requer a aplicação constante de produtos protetores, há necessidade de uma escolha criteriosa dos equipamentos para assegurar uma perfeita proteção da planta sem causar danos aos seus tecidos. F 0 F C Pulverizador Costal F 0 F C Conjunto Motobomba Estacionário F 0 F C Pulverizador Costal Motorizado F 0 F C Pulverizador Tratorizado com Mangueira F 0 F C Turbo Atomizador 24 - DOENÇAS DE VÍRUS E MICOPLASMA O maracujá-amarelo e roxo podem ser infectados por vários vírus: F 0 F C Endurecimento dos frutos – Passion Noodness vírus F 0 F C Mosaico de pepino F 0 F C Mosaico amarelo F 0 F C Mosaico do maracujá roxo F 0 F C Clareamento das nervuras ou enfezamento F 0 F C Micoplasma – causador do superbrotamento Endurecimento dos frutos (VEFM) Entre as viroses constatadas em maracujazeiro, esta tem sido a mais importante. Maracujazeiros infectados pelo VEFM mostram sintomas generalizados de mosaico foliar, podendo ter manchas anelares, bolhosidades, rugosidades e deformações do limbo foliar. As plantas afetadas apresentaram crescimento retardado. Os frutos ficam deformados e menores do que os produzidos pela planta sadia, casca com espessura irregular e endurecida, com redução de polpa. O VEFM não passa pelas sementes. O vírus pode ser transmitido por enxertia de folhas. No campo a transmissão se dá por meio de pulgões. Clareamento das nervuras (eufazamento do maracujazeiro – VCNM) Em plantas adultas e vigorosas a importância da lagarta vai depender do grau de infestação. A maior incidência destas pragas ocorre no período seco do ano, de abril a agosto. Controle Catação manual – em viveiro, em plantas novas e em pequenos pomares. Em lavouras adultas – aplicação de defensivos. O controle químico é feito por meio de pulverizações com Dipil ou Tiericid a 0,1% do produto comercial. Outros: Lebaycid - 500 a 0,1% Cartap – 500 a 0,12% Thiobel – 500 a 0,12% Dipterex – 500 a 0,24% Sevin – 850 PM a 0,15% Sevin – 840 a 0,225% Existem predadores de lagartas, como Polistes spp., Polybia spp. E outros que ocorrem na natureza. Percevejos Esses são as principais pragas do maracujazeiro adulto, em função de sua agilidade, fácil deslocamento, outras plantas hospedeiras e certificação dos ramos que provocam. São insetos que sugam os botões florais e os frutos novos, causando sua queda (barbeirinho). Algumas espécies que parasitam o maracujazeiro: F 0 D 8 Diactor bilineatus F 0 D 8 Holymenia clavigera F 0 D 8 Theognis gonadra F 0 D 8 Theognis stigma Controle Através de métodos culturais: Catação de postura, ninfas e adultos, manutenção do mato roçado, no interior e nas áreas próximas ao pomar, bem como a eliminação das plantas daninhas hospedeiras, como é o caso do melão de São Caetano. Controle químico – através de pulverização com: F 0 D 8 Lebaycid – 500 a 0,1% F 0 D 8 Dipterex – 500 a 0,24% F 0 D 8 Sumithion - 500 CE a 0,15% F 0 D 8 Malatol – 500 CE a 0,25% F 0 D 8 Thiodan – 35 E 0,15% a 0,20% (Endossulfan) 26 - BESOUROS Besouro das flores – Cylocephala melanoceperala Ocorre principalmente de novembro a março . durante o dia os adultos escondem no interior das flores, depredando-as à noite. Besouro das mudas – Acalimma spp. Ataca plantas novas em viveiro ou no campo, corta a haste e roendo a casca da planta, causando a formação de galhas. Controle químico – pulverizações com: Cartap BR - 500 a 0,12% Thiobel – 500 a 0,12% Lebaycid – 500 a 0,1% Malatol – 500 CE a 0,25%, sempre em relação ao produto comercial. Broca da Haste - Coleóptero – Philonis passiflora. As larvas penetram, abrindo galerias e se alojam nos tecidos internos do ramo – câmaras pupais . no local ocorre hipertrofia do tecido, formando dilatações. O ramo cresce lentamente e até mesmo paralisa o crescimento. Se o inseto se instalar em ramos primários ou secundários, o atraso do desenvolvimento da planta será acentuado, com prejuízos na produção. Controle – para infestações baixas, pode-se injetar o inseticida na câmara pupal, ou podar e destruir os ramos com o engrossamento típico. A importância desta praga é esporádica e eventual. 27 – NEMATÓIDES DO MARACUJAZEIRO No Brasil , já foram observados em raízes de maracujá-amarelo e roxo nematóides causadores de galhas Meloidogyne arenaria, M. Javanica e M. incógnita e causadores de áreas necróticas. Sintomas – deformam o sistema radicular da planta, favorecendo o aparecimento de galhas. O sistema radicular fica muito pobre, reduz o número de raízes secundárias, dificultando a absorção de água e nutrientes do solo. Redução no crescimento das plantas e, comumente sintomas semelhantes a deficiências nutricionais como folhas amarelecidas e cloróticas. 28 – MOSCAS PRAGAS CARACTERÍSTICAS DOS INSETICIDAS Nome técnico nome comercial Grupo químico classe toxicológica carência (dias) Lagartas desfolhadoras - Cartap Cartap BR 500 Tiocarbamato I I 14 D. juno juno Cartap Thiobel 500 Tiocarbamato I I 14 A . Vanilae vanillae Fenthion Feboycid 500 Organafosfor ado I I 21 Percevejo do maracujá - D. Bilieneatus Fenthion Feboycid 500 Organafosfor ado I I 21 moscas das frutas – Anastrepha spp. Fenthion Feboycid 500 Organafosfor ado I I 21 Tabela 8 - Relações de produtos registrados para o controle das principais pragas do maracujazeiro. Tabela 9 – Inseticidas e acaricidas para uso na cultura do maracujazeiro. Ingrediente ativo Nome comercial Praga Dose p/ 100 L Classe Tox. Reg Abamectin Vertemic 18 CE Ácaro rajado 20 I Bacillus thu. Dipel lagartas 100 IV ringuensis Thuricid lagartas 100 IV Carbaril Swim 480 SC lagartas 225 II Sevin 850 PM lagartas 150 II Cartap BR 500 lagartas 120 II * * besouros 120 II Thioebel lagartas 120 II * * besouros 120 II Clofentezine Acaristop 500 Jc Ácaro rajado 30 III Clorpirifos Fonsban 480 BR Cupim, formiga 250 II Deltamethrin Decis 2,5 CE Lagartas, formigas 40 III Endosulfan Thiodam 350 CE Cupim (apli. no solo) 100-150 * I Enxofre Elosal SC Àc. vermelhos 240 IV Kumulus S Àc. vermelhos 500 IV Rapid Àc. vermelhos 300 IV Microsulfan 800 PM Àc. vermelhos 400 IV Microzol Àc. vermelhos 300 IV Sulficamp Àc. vermelhos 500 IV Súlfur 800 Àc. vermelhos 300 IV Thiosit Àc. vermelhos 500 IV Fenitrotion Sumithion Percevejos 150 II 500 CE Fention Lebaycid 500 Percevejos 100 II * * Lagartas 100 II * * Àc. Vermelho 100 II Besouro 100 II Mosca dos frutos 100 II* * Hexitiozox Sosy PM Ácaros 3 III Malathion Malatol Moscas dos frutos 350 III 500 CE Percevejos 250 III Besouros 250 III Propargite Omite 720 CE Ácaros 100 II Triclorfon Dipterex Percevejos, lagartas, moscas 250 II *aplicar 4 a 5 litros por cota em solo úmido No Brasil aproximadamente 24.000 ha plantados com maracujá, cerca de 60% da produção destina-se ao mercado interno para o consumo, principalmente na forma “in natura” Considera-se que frutos com boa qualidade alcançam preços médios entre US$ 0,25 e 0,40kg da fruta, na época da safra (dez-agosto) e na entressafra (set- novembro) os preços variam de US$ 0,70 a US$ 2,5/kg de fruta. As exportações de fruta fresca são consideradas insignificantes. A Europa importa frutos frescos (principalmente de maracujá roxo) de Quênia, Austrália, Fiji, Taiwan, Colômbia, Venezuela, África do Sul, etc. a Colômbia tem exportado fruto in natura de Passiflora liguraris (espécie adaptada a altitudes elevadas) para França. Principais características da fruta fresca para comercialização na Europa F 0 D 8 Livre de manchas ou danos; F 0 D 8 Uso de 45 a 60g e diâmetro 4,5-5,0cm; F 0 D 8 Frutas em embalagens em camadas simples ou duplas. Características do mercado de suco Durante muitos anos, o Brasil dominou o mercado internacional de suco de maracujá, mas nos últimos anos, tem enfrentado dura concorrência com paises produtores que praticam preços e fretes subsidiados ou com isenção de taxas de alfândega. Os principais concorrentes são: Colômbia, Peru, Quênia, Equador, África do Sul, dentre outros. Principais paises exportadores de suco concentrado de maracujá (em toneladas) nos anos de 1987 a 1990. Tabela 10 PAÍSES ANOS 1987 1988 1989 1990 Colômbia 2487 3286 2008 1889 Brasil 1800 2994 3877 1350 Equador 800 1100 1200 1485 Peru 1029 1178 1705 1243 Total 6116 8558 8850 5967 Fonte: FOODNEWS, 1991 As indústrias exportadoras de suco do Brasil tem procurado reduzir os preços pagos aos produtores. Assim, os produtores da fruta tem recebido das indústrias preços que variam de US$ 0,10 a US$0,20 kg de fruta fresca. Os custos de produção da fruta tem variado de US$ 0,8 a US$ 0,14 kg, em função do nível tecnológico adotado pelo produtor. Principais compradores de suco de maracujá F 0 D 8 Europa (Reino Unido, Alemanha, França e Suíça) F 0 D 8 Estados Unidos F 0 D 8 Japão Mercado Alemão Os principais fornecedores de sucos de maracujá para o mercado alemão são: Brasil, Peru, Quênia e África do Sul. Os sucos integral ou concentrado pelos alemães diretamente de empresas brasileiras ou intermediários, cujo destino são a produção de sucos multivitaminados, néctares e blendagem com outros sucos. A Alemanha tem bom potencial de importação de suco de maracujá, em função da boa aceitação de frutas exóticas pelos consumidores aliado ao elevado poder aquisitivo destes. Mercado Australiano A Austrália já foi um tradicional produtor de maracujá. A produção atual atinge basicamente o mercado interno de frutas frescas. Os preços alcançados pelos produtores australianos, por fruta fresca, por esse motivo, existe pouca oferta destes para processamento, o que força necessariamente a importação de suco de outros paises produtores. As principais dificuldades enfrentadas pelos importadores australianos são a qualidade inferior do suco produzido em outros paises quando comparado ao suco produzido na Austrália. Mercado Canadense É um mercado exigente em relação às frutas tropicais, em função de sua dimensão, sistema de distribuição e características de seus consumidores. Os principais fornecedores de maracujá para o Canadá: Brasil, Tailândia, Nova Zelândia e Austrália. Mercado dos Estados Unidos O maracujá ocupa um lugar de destaque dentre as frutas tropicais comercializadas nos Estados Unidos. A maior parte das importações realizadas é na forma de polpa, com destino a indústria de suco, balas, doces e sorvetes. Apenas 10% das importações das frutas são colocadas no mercado de fruta fresca. A maior parte da polpa congelada vem da França. Nesse mercado concorrem ainda países do Caribe, Brasil e outros da América do Sul, Quênia, Angola e Nova Zelândia. O grande mercado atual para o suco de maracujá brasileiro é a Europa, que importa mais de 90% de todas as nossas exportações desse suco. As tabelas abaixo mostram o custo operacional e de materiais do primeiro e segundo ano em um hectare de maracujá (Tabela 11, 12. 13 e 14 ). Tabela 11 – Custo operacional para produção de um hectare de Maracujá – primeiro ano Tabela 13 – Custo operacional para produção de um hectare de Maracujá – segundo ano Operações H / H H / M Poda 40 Capina manual 80 Capina química 12 Roçada 6 Adubação 16 2 Pulverização 35 Polinização artificial 400 Colheita 250 10 Classificação. e embalagem 80 Subtotal 878 53 Custo unitário 0,5 7,05 Custo das operações 439,00 373,65 Tabela 14 – Custo dos materiais para produção de um hectare de Maracujá – segundo ano Materiais Quantidades Custo unitário Total Nitrocálcio 0,30 t 169,40 50,82 Superfosfato simples 0,10 t 150,00 15,00 Cloreto de potássio 0,10 t 203,00 20,30 Herbicidas 2,00 t 10,50 21,00 Bactericida 3,50 kg 12,75 44,62 Fungicida cúprico 50,00 kg 4,05 202,50 Fungicida (maneb) 15,00 kg 5,40 81,00 Fungicida sistêmico 3,5 kg 16,00 56,00 Inseticida 4,0 L 22,00 88,00 Caixa K, usada 1500 un 0,60 900,00 Custo material 1.479,24 Custo operacional total 2.291,89 31. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AGUIRRE, A. C. P. Nutrição mineral do maracujá amarelo (Passiflora edulis Sims. Forma flavicarpa Deg.). Piracicaba, 1977. 116p. Dissertação ( Mestrado em...) – Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiróz”, Universidade de São Paulo. BAUMGARTNER, J. G., LOURENÇO, R. S., MALAVOLTA, E. Estudos sobre a nutrição mineral e adubação mineral de maracujazeiro (Passiflora edulis Sims. f. flavicarpa Deg.). V. Adubação mineral. Científica, Jaboticabal, v.6, p.3, 361 – 367, 1978. BRAGA, M. F.; JUNQUEIRA, N. T. V. Uso potencial de outras espécies do gênero Passiflora. Informe Agropecuário, Belo Horizonte, v. 21, n. 206, p. 72-75 set/out. 2000 BRUCKNER, H. C.; PICANÇO, M. C. Maracujá: Tecnologia de Produção, Pós colheita, Agroindústria e Mercado, Porto Alegre, Editora Cinco Continentes, 472 p: il. 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