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Guias e Dicas
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fundações, Notas de estudo de Engenharia Civil

Apostila de fundações da POLI: Prof. Dr. Silvio Burrattino Melhado <br>Prof. Ubiraci Espinelli Lemes de Souza <br>Profa. Mercia M. S. Bottura de Barros <br>Prof. Dr. Luiz Sergio Franco <br>Eng. Maurício Kenji Hino <br>Eng. Eduardo Henrique Pinheiro de Godói <br>Eng. Gregory Kwan Hoo <br>Eng. Júlio Yukio Shimizu

Tipologia: Notas de estudo

Antes de 2010

Compartilhado em 16/08/2006

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hugo-makoto-6 🇧🇷

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Baixe fundações e outras Notas de estudo em PDF para Engenharia Civil, somente na Docsity! ESCOLA POLITÉCNICA DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE CONSTRUÇÃO CIVIL PCC-2435: Tecnologia da Construção de Edifícios I Fundações Prof. Dr. Silvio Burrattino Melhado Prof. Ubiraci Espinelli Lemes de Souza Profa. Mercia M. S. Bottura de Barros Prof. Dr. Luiz Sergio Franco Eng. Maurício Kenji Hino Eng. Eduardo Henrique Pinheiro de Godói Eng. Gregory Kwan Hoo Eng. Júlio Yukio Shimizu • MARÇO / 2002 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................................1 2. INVESTIGAÇÃO DO SUBSOLO...................................................................................................1 3. TIPOS DE FUNDAÇÕES ................................................................................................................2 3.1 BLOCOS E ALICERCES ........................................................................................................................3 3.2 SAPATAS ...........................................................................................................................................5 3.2.1 Sapatas isoladas .......................................................................................................................5 3.2.2 Sapatas corridas .......................................................................................................................6 3.2.3 Sapatas associadas ...................................................................................................................8 3.2.4 Sapatas alavancadas.................................................................................................................9 3.3 RADIERS ......................................................................................................................................... 10 3.4 TUBULÕES....................................................................................................................................... 11 3.4.1 Tubulões a céu aberto............................................................................................................. 11 3.4.2 Tubulões com ar comprimido.................................................................................................. 12 3.5 ESTACAS DE MADEIRA..................................................................................................................... 14 3.6 ESTACAS METÁLICAS ...................................................................................................................... 15 3.7 ESTACAS PRÉ-MOLDADAS DE CONCRETO ......................................................................................... 15 3.7.1 Estacas Mega ......................................................................................................................... 18 3.8 BROCAS .......................................................................................................................................... 19 3.9 ESTACAS STRAUSS........................................................................................................................... 19 3.10 ESTACAS FRANKI........................................................................................................................... 21 3.11 ESTACAS RAIZ............................................................................................................................... 23 3.12 ESTACAS ESCAVADAS E BARRETES ................................................................................................. 25 4. ARRASAMENTO DE ESTACA.................................................................................................... 29 BIBLIOGRAFIA................................................................................................................................ 31 3 Fundações diretas rasas blocos e alicerces sapatas corrida isolada associada alavancada radiers Fundações diretas profundas tubulões céu aberto ar comprimido Fundações indiretas brocas estacas de madeira estacas de aço estacas de concreto pré-moldadas estacas de concreto moldadas in loco Strauss Franki Raiz Barrete/Estacão Tabela 3.1: Tipos de fundação 3.1 Blocos e Alicerces Este tipo de fundação é utilizado quando há atuação de pequenas cargas, como por exemplo um sobrado.Os blocos são elementos estruturais de grande rigidez, ligados por vigas denominadas “baldrames”, que suportam predominantemente esforços de compressão simples provenientes das cargas dos pilares. Os eventuais esforços de tração são absorvidos pelo próprio material do bloco. Podem ser de concreto simples (não armado), alvenarias de tijolos comuns (Figura 3.1) ou mesmo de pedra de mão (argamassada ou não). Geralmente, usa-se blocos quando a profundidade da camada resistente do solo está entre 0,5 e 1,0 m de profundidade (BRITO,1987). .Os alicerces, também denominados de blocos corridos, são utilizados na construção de pequenas residências e suportam as cargas provenientes das paredes resistentes, podendo ser de concreto, alvenaria ou de pedra (Figura 3.2). Figura 3.1: Bloco em alvenaria de tijolos 4 Figura 3.2: Tipos de alicerce O processo de execução de um alicerce consiste em: 1. executar a abertura da vala; 2. promover a compactação da camada do solo resistente, apiloando o fundo; 3. colocação de um lastro de concreto magro (90 kgf/cm2) de 5 a 10 cm de espessura; 4. execução do embasamento, que pode ser de concreto, alvenaria ou pedra; 5. construir uma cinta de amarração que tem a finalidade de absorver esforços não previstos, suportar pequenos recalques, distribuir o carregamento e combater esforços horizontais; 6. fazer a impermeabilização para evitar a percolação capilar, utilizando uma argamassa “impermeável” (com aditivo) ou ainda, uma chapa de cobre, de alumínio ou ardósia. Deve-se, ainda, observar com cuidado: – se há ocorrência de formigueiros e raízes de árvore no momento da escavação da vala; – compatibilização da carga da parede x largura do alicerce, observando: eventual distinção da largura dos alicerces para as diferentes paredes, e o uso adicional de brocas em pontos isolados, como reforço de fundação; – se o terreno está em declive, deve-se fazer o alicerce em escada (Figura 3.3). 5 . Figura 3.3: Execução do alicerce em declive CONTROLE DE EXECUÇÃO – locação do centro dos blocos e das linhas das paredes; – cota do fundo da vala; – limpeza da vala. 3.2 Sapatas Ao contrário dos blocos, as sapatas não trabalham apenas à compressão simples, mas também à flexão, devendo neste caso serem executadas incluindo material resistente à tração (BRITO, 1987). 3.2.1 Sapatas isoladas São aquelas que transmitem para o solo, através de sua base, a carga de uma coluna (pilar) ou um conjunto de colunas (BRITO, 1987). A Figura 3.4 apresenta alguns tipos de sapatas isoladas. Para construção de uma sapata isolada, são executadas as seguintes etapas: 1. fôrma para o rodapé, com folga de 5 cm para execução do concreto “magro”; 2. posicionamento das fôrmas, de acordo com a marcação executada no gabarito de locação; 3. preparo da superfície de apoio; Figura 3.4: Sapatas isoladas 8 Para construção de uma sapata corrida, com embasamento em alvenaria, são executadas as seguintes etapas: 1. escavação; 2. colocação de um lastro de concreto magro de 5 a 10 cm de espessura; 3. posicionamento das fôrmas, quando o solo assim o exigir; 4. colocação das armaduras; 5. concretagem; 6. cinta de concreto armado: sua finalidade é a maior distribuição das cargas, evitando também deslocamentos indesejáveis, pelo travamento que confere à fundação; muitas vezes, é usado o próprio tijolo como fôrma lateral; 7. camada impermeabilizante: sua função é evitar a subida da umidade por capilaridade para a alvenaria de elevação; sua execução deve evitar descontinuidades que poderão comprometer seu funcionamento e nunca devem ser feitas nos cantos ou nas junções das paredes; esta camada deverá ser executada com argamassa com adição de impermeabilizante e deverá se estender pelo menos 10 cm para revestimento da alvenaria de embasamento; para evitar retrações prejudiciais, deverá receber uma cura apropriada (água, sacos de cimento molhados, etc.), sendo depois pintada com emulsão asfáltica em duas demãos, uma após a secagem completa da outra (FABIANI, s.d.). 3.2.3 Sapatas associadas Um projeto econômico deve ser feito com o maior número possível de sapatas isoladas. No caso em que a proximidade entre dois ou mais pilares seja tal que as sapatas isoladas se superponham, deve-se executar uma sapata associada. A viga que une os dois pilares denomina-se viga de rigidez (Figura 3.6), e tem a função de permitir que a sapata trabalhe com tensão constante (BRITO,1987). 9 Figura 3.6: Sapatas associadas 3.2.4 Sapatas alavancadas No caso de sapatas de pilares de divisa ou próximos a obstáculos onde não seja possível fazer com que o centro de gravidade da sapata coincida com o centro de carga do pilar, cria-se uma viga alavanca ligada entre duas sapatas (Figura 3.7), de modo que um pilar absorva o momento resultante da excentricidade da posição do outro pilar (BRITO,1987). Figura 3.7: Sapatas alavancadas CONTROLE DE EXECUÇÃO – locação do centro da sapata e do eixo do pilar; – cota do fundo da vala; – limpeza do fundo da vala; 10 – nivelamento do fundo da vala; – dimensões da forma da sapata; – armadura da sapata e do arranque do pilar; 3.3 Radiers A utilização de sapatas corridas é adequada economicamente enquanto sua área em relação à da edificação não ultrapasse 50%. Caso contrário, é mais vantajoso reunir todas as sapatas num só elemento de fundação denominado radier (Figura 3.8). Este é executado em concreto armado, uma vez que, além de esforços de compressão, devem resistir a momentos provenientes dos pilares diferencialmente carregados, e ocasionalmente a pressões do lençol freático (necessidade de armadura negativa). O fato do radier ser uma peça inteiriça pode lhe conferir uma alta rigidez, o que muitas vezes evita grandes recalques diferenciais (BRITO,1987). Uma outra vantagem é que a sua execução cria uma plataforma de trabalho para os serviços posteriores; porém, em contrapartida, impõe a execução precoce de todos os serviços enterrados na área do radier (instalações sanitárias, etc.). Figura 3.8: Radier CONTROLE DE EXECUÇÃO – locação dos eixos dos pilares; – cota do fundo da escavação; – nivelamento do fundo da escavação; – colocação dos componentes das instalações e passagens, enterrados. 13 O equipamento utilizado compõe de uma câmara de equilíbrio e um compressor. Durante a compressão, o sangue dos homens absorve mais gases do que na pressão normal. Se a descompressão for feita muito rapidamente, o gás absorvido em excesso no sangue pode formar bolhas, que por sua vez podem provocar dores e até morte por embolia. Para evitar esse problema, antes de passar à pressão normal, os trabalhadores devem sofrer um processo de descompressão lenta (nunca inferior a 15 minutos) numa câmara de emergência (BRITO,1987). Figura 3.10: Tubulão a ar comprimido Estes tubulões são encamisados com camisas de concreto ou de aço. No caso de camisa de concreto, a cravação da camisa, abertura e concretagem da base é feita sob ar comprimido, pois o serviço é feito manualmente. Se a camisa é de aço, a cravação é feita 14 a céu aberto com auxílio de um bate estacas e a abertura e concretagem do tubulão são feitos a ar comprimido. CONTROLE DE EXECUÇÃO – locação do centro do tubulão; – cota do fundo da base do tubulão; – verticalidade da escavação; – alargamento da base; – posicionamento da armadura, quando houver, e da armadura de ligação; – dimensões (diâmetro) do tubulão; – concretagem (não misturar o solo com o concreto e evitar que se formem vazios na base alargada; – tubulão a ar comprimido: pressão do ar no interior do tubulão, risco de acidentes. 3.5 Estacas de Madeira As estacas de madeira são troncos de árvore cravados com bate-estacas de pequenas dimensões e martelos leves. Antes da difusão da utilização do concreto, elas eram empregadas quando a camada de apoio às fundações se encontrava em profundidades grandes. Para sua utilização, é necessário que elas fiquem totalmente abaixo d’água; o nível d’água não pode variar ao longo de sua vida útil. Atualmente utilizam-se estacas de madeira para execução de obras provisórias, principalmente em pontes e obras marítimas (ALONSO, 1979). Os tipos de madeira mais usados são eucalipto, aroeira, ipê e guarantã. CONTROLE DE EXECUÇÃO – locação do centro das estacas; – profundidade de cravação; – proteção da cabeça das estacas (colocação do capacete metálico); 15 3.6 Estacas Metálicas As estacas metálicas podem ser perfis laminados, perfis soldados, trilhos soldados ou estacas tubulares. Podem ser cravadas em quase todos os tipos de terreno; possuem facilidade de corte e emenda; podem atingir grande capacidade de carga; trabalham bem à flexão; e, se utilizadas em serviços provisórios, podem ser reaproveitadas várias vezes. Seu emprego necessita com cuidados sobre a corrosão do material metálico. Sua maior desvantagem é o custo maior em relação às estacas pré-moldadas de concreto, Strauss e Franki. CONTROLE DE EXECUÇÃO – locação do centro das estacas; – profundidade de cravação; – emendas; – nega; 3.7 Estacas Pré-Moldadas de Concreto Estas estacas podem ser de concreto armado ou protendido e, como decorrência do problema de transporte e equipamento, têm limitações de comprimento, sendo fabricadas em segmentos, o que leva em geral à necessidade de grandes estoques e requerem armaduras especiais para içamento e transporte. Costumam ser pré-fabricadas em firmas especializadas, com suas responsabilidades bem definidas, ou no próprio canteiro, sempre num processo sob controle rigoroso (BRITO,1987). O comprimento de cravação real às vezes difere do previsto pela sondagem, levando a duas situações: a necessidade de emendas ou de corte. No caso de emendas, geralmente constitui-se num ponto crítico, dependendo do tipo de emenda: luvas de simples encaixe, luvas soldadas, ou emenda com cola epóxi através de cinta metálica e pinos para encaixe, este último tipo mais eficiente (Figura 3.11). 18 – altura de queda do pilão; – execução da emenda; – cota de arrasamento da cabeça da estaca; – proteção da cabeça da estaca . 3.7.1 Estacas Mega É constituída de elementos justapostos (de concreto armado, protendido ou de aço) ligados uns aos outros por emenda especial e cravados sucessivamente por meio de macacos hidráulicos. Estes buscarão reação ou sobre a estrutura existente ou na estrutura que esteja sendo construída ou em cargueiras especialmente construídas para tanto (cravação estática). A solidarização da estaca com a estrutura é feita sob tensão: executa-se um bloco sobre a extremidade da estaca; com o macaco hidráulico comprime- se a estaca calçando a estaca sob a estrutura; retira-se o macaco e concreta-se o conjunto (ALONSO, 1979). Costumam ser utilizadas para reforço de fundações, mas às vezes também são empregadas como solução direta, permitindo em alguns casos até a execução da estrutura antes da fundação (Figura 3.12). Figura 3.12: Estaca Mega 19 3.8 Brocas São estacas executadas “in loco” sem molde, por perfuração no terreno com o auxílio de um trado (∅15 a 30 cm), sendo o furo posteriormente preenchido com o concreto apiloado (FABIANI, s.d.). O trado utilizado é composto de 04 facas, formando um recipiente acoplado a tubos de aço galvanizado. Os tubos são divididos em partes de 1,20 m de comprimento e à medida que se prossegue a escavação eles vão sendo sucessivamente emendados. A perfuração é feita por rotação/compressão do tubo, seguindo-se da retirada da terra que se armazena dentro deste. Porém, várias restrições podem ser feitas a este tipo de estaca: – baixa capacidade de carga, geralmente entre 4 e 5 tf; – há perigo de introdução de solo no concreto, quando do enchimento; – há perigo, também, de estrangulamento do fuste; – não existe garantia da verticalidade; – só pode ser executada acima do lençol freático; – comprimento máximo de aproximadamente 6,0 m (normalmente entre 3,0 e 4,0 m); – trabalha apenas à compressão, sendo que às vezes é utilizada uma armadura apenas para fazer a ligação com os outros elementos da construção. Assim, a broca, à vista de suas características é usada somente para casos limitados e sua execução é feita normalmente pelo pessoal da própria obra. CONTROLE DE EXECUÇÃO – locação do centro das estacas; – profundidade de escavação; – tipo de solo retirado como amostra; 3.9 Estacas Strauss A estaca Strauss é uma fundação em concreto (simples ou armado), moldada in loco, executada com revestimento metálico recuperável. 20 Para sua execução, são empregados os seguintes equipamentos (Figura 3.13): – tripé de madeira ou de aço; – guincho acoplado a motor a explosão ou elétrico; – sonda de percussão, com válvula para retirada de terra na sua extremidade inferior; – soquete de 300 kg, aproximadamente; – tubos de aço com 2,0 a 3,0 m de comprimento, rosqueáveis entre si; – guincho manual para retirada da tubulação; – roldanas, cabos e ferramentas. O processo executivo se inicia com a abertura de um furo no terreno, utilizando o soquete, até 1,0 a 2,0 m de profundidade, para colocação do primeiro tubo, dentado na extremidade inferior, chamado “coroa”. Em seguida, aprofunda-se o furo com golpes sucessivos da sonda de percussão, retirando-se o solo abaixo da coroa. De acordo com a descida do tubo metálico, quando necessário é rosqueado o tubo seguinte, e prossegue-se na escavação até a profundidade determinada (APEMOL, s.d.). Para concretagem, lança-se concreto no tubo até se obter uma coluna de 1,0 m e apiloa- se o material com o soquete, formando uma base alargada na ponta da estaca. Para formar o fuste, o concreto é lançado na tubulação e apiloado, enquanto que as camisas metálicas são retiradas com o guincho manual. A concretagem é feita até um pouco acima da cota de arrasamento da estaca. Após esta etapa, coloca-se barras de aço de espera para ligação com blocos e baldrames na extremidade superior da estaca. Finalmente, remove-se o concreto excedente acima da cota de arrasamento, quebrando- se a cabeça da estaca com ponteiros metálicos. A estaca Strauss pode ser empregada em locais confinados ou terrenos acidentados devido à simplicidade do equipamento utilizado. Sua execução não causa vibrações, evitando problemas com edificações vizinhas. Porém, em geral possui capacidade de Figura 3.13: Estaca Strauss 23 – após a cravação do tubo, execução da base e colocação da armação, enche-se inteiramente o mesmo com concreto plástico (slump de 8 a 12 cm) e em seguida o mesmo é retirado de uma só vez com auxílio de um equipamento vibrador acoplado ao tubo. A este processo executivo dá-se o nome de estaca Franki com fuste vibrado (ALONSO, 1979). CONTROLE DE EXECUÇÃO – locação do centro das estacas; – profundidade de cravação/escavação; – verticalidade do tubo e de sua retirada da camisa, para não haver estrangulamento do fuste; – velocidade de execução; – armação das estacas; – nega; – cota de arrasamento da cabeça da estaca; – altura de queda do pilão; – volume de concreto empregado na execução do bulbo. 3.11 Estacas Raiz É uma estaca de pequeno diâmetro concretada “in loco”, cuja perfuração é realizada por rotação ou rotopercussão, em direção vertical ou inclinada. Essa perfuração se processa com um tubo de revestimento e o material escavado é eliminado continuamente, por uma corrente fluida (água, lama bentonítica ou ar) que introduzida através do tubo refluí pelo espaço entre o tubo e o terreno. Completada a perfuração, coloca-se a armadura ao longo da estaca, concretando-se à medida em que o tubo de perfuração é retirado (Figura 3.15). A argamassa é constituída de areia peneirada e cimento, acrescida de aditivos fluidificantes adequados para cada caso (BRITO,1987). 24 Figura 3.15: Estaca raiz A concretagem é feita através de um tubo introduzido até o fundo da estaca, por onde é injetada a argamassa, dosada com 500 a 600 kg de cimento por metro cúbico de areia peneirada, com relação água/cimento de 0,4 a 0,6. Durante o processo de concretagem o furo permanece revestido. Quando o tubo de perfuração está preenchido é montado um tampão em sua extremidade superior e se extrai a coluna de perfuração aplicando-se ao mesmo tempo ar comprimido (BRITO,1987). Assim, a composição e a consistência do aglomerado que é utilizado na fabricação da argamassa, a armação longitudinal, o processo de perfuração e o emprego de ar comprimido na concretagem, em conjunto, concorrem para conferir à estaca uma adequada resistência estrutural e ótima aderência ao terreno, o que garante uma elevada capacidade de carga (NACIONAL, s.d.). A estaca raiz pode ser utilizada nos seguintes casos: – em áreas de dimensões reduzidas; – em locais de difícil acesso; – em solos com presença de matacões, rocha ou concreto; – em solos onde existem “cavernas” ou “vazios”; – em reforços de fundações; – para contenção lateral de escavações; 25 – em locais onde haja necessidade de ausência de ruídos ou de vibrações; – quando são expressivos os esforços horizontais transmitidos pela estrutura às estacas de fundação (muros de arrimo, pontes, carga de vento, etc.); – quando existe esforço de tração a solicitar o topo das estacas (ancoragem de lajes de subpressão, pontes rolantes, torres de linha de transmissão, etc.). 3.12 Estacas Escavadas e Barretes Estaca escavada, também chamada de estacão, é aquela com seção circular, executada por escavação mecânica com equipamento rotativo, utilizando lama bentonítica e concretada com uso de tremonha. A estaca barrete possui seção retangular, executada por escavação com guindaste acoplado com "clamshell", também utilizando lama bentonítica e concretada com uso de tremonha. Segundo a FUNDESP (1987), a lama bentonítica é constituída de água e bentonita, sendo esta última uma rocha vulcânica, onde o mineral predominante é a montimorilonita. No Brasil, existem jazidas de bentonita no Nordeste (Bahia e Rio Grande do Norte). Trata-se de um material tixotrópico que em dispersão muda seu estado físico por efeito da agitação (em repouso é gelatinosa com ação anti-infiltrante; agitada fluidifica-se). Seu efeito estabilizante é eficaz quando a pressão hidrostática da lama no interior da escavação é superior à exercida externamente pelo lençol e a granulometria do terreno é tal que possa impedir a dispersão da lama. A coluna de lama exerce sobre as paredes da vala uma pressão que impede o desmoronamento, formando uma película impermeável denominada "cake", a qual dispensa o uso de revestimentos. A lama bentonítica é preparada em uma instalação especial denominada central de lama, onde se faz a mistura da bentonita (transportada em pó, normalmente embalada em sacos de 50 kg) com água pura, em misturadores de alta turbulência, com uma concentração variando de 25 a 70 kg de bentonita por metro cúbico de água, em função da viscosidade e da densidade que se pretende obter. Na central há um laboratório para controle de 28 No caso da estaca barrete, geralmente utiliza-se um equipamento de escavação denominado "clamshell" mecânico (Figura 3.19) ou hidráulico, com descida livre (cabo) ou com haste de guia ("kelly") que permite uma melhor condição de verticalidade da estaca. As demais técnicas executivas (uso de lama bentonítica, colocação da armadura e concretagem submersa) são substancialmente idênticas às das estacas escavadas. As estacas escavadas e barretes possuem as seguintes características vantajosas: – rápida execução; capacidade de suportar cargas elevadas; – o solo fica livre de deformações, inclusive nas vizinhanças da obra, visto que não há vibração; não é capaz de afetar estruturas vizinhas; – o comprimento das estacas é grande e pode ser muito variável (até 45 m, com cargas até 10.000 kN usualmente), além de prontamente alterado conforme conveniência, de furo para furo do terreno; – o solo, à medida que se escava, pode ser inspecionado e comparado com dados de investigação do local, fazendo um feedback (realimentação) para o projeto de fundações; – a armadura não depende do transporte ou das condições de cravação; – importante quando há solo de grande dureza, que seria capaz de danificar estacas que fossem cravadas ou quando o volume de trabalho é menor e não compensa montagem de aparelhagem mais complexa (bate-estaca). Para o barrete, pode-se acrescentar vantagens que sua seção não circular (escavada com "clamshell") pode representar no "layout" do edifício. Os pilares que saem do barrete podem ser alargados em uma direção, se encaixando melhor nos pavimentos de garagem, quando o espaço é restrito. Figura 3.18: Concretagem submersa Figura 3.19: Clam-shell 29 Por outro lado, as estacas escavadas e barretes possuem as seguintes desvantagens: – os métodos de escavação podem afofar solos arenosos ou pedregulhos, ou transformar rochas moles em lama, como o calcário mole ou marga; – necessidade de local nas proximidades para deposição de solo escavado; – susceptíveis a estrangulamento da seção em caso de solos compressíveis; – dificuldade na concretagem submersa, pois há impossibilidade de verificar e inspecionar posteriormente o concreto; falta de confiança que oferece o concreto fabricado in situ (quando for o caso); depois de pronta a estaca, nunca se sabe como os materiais nela se encontram; – entrada de água pode causar danos ao concreto, caso não tenha ainda ocorrido a pega; a água subterrânea pode lavar o concreto ou pode reduzir a capacidade de carga da estaca por alteração do solo circundante; quando a estaca fica abaixo do lençol freático e a vedação inferior da estaca depender apenas do concreto, este deve ser compacto e impermeável (concretos com baixa relação água/cimento); também deve-se tomar cuidado com possíveis ataques de agentes químicos da água e do solo sobre o concreto. CONTROLE DE EXECUÇÃO – locação do centro da estaca; – profundidade de escavação; – velocidade de concretagem e ascenção da tremonha; – colocação da armadura. 4. ARRASAMENTO DE ESTACA Há necessidade de se preparar a cabeça das estacas para sua perfeita ligação com os elementos estruturais. O concreto da cabeça da estaca geralmente é de qualidade inferior, pois ao final da concretagem há subida de excesso de argamassa, ausência de pedra britada e possibilidade de contaminação com o barro em volta da estacas. Por isso, a concretagem da estaca deve terminar no mínimo 20 cm acima da cota de arrasamento.É 30 uma operação manual com auxílio de um ponteiro e marreta e o sentido do corte deve ser de baixo para cima. A Figura 4.1 ilustra esta operação. Figura 4.1 : Procedimento para arrasamento de estacas
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