Guia de tratamento clínico da infecção pelo hiv em pediatria

Concenso aids - pediatria - 2007
(Parte 1 de 6)
Ministério da Saúde
Secretaria de Vigilância em Saúde Programa Nacional de DST e Aids

Guia de tratamento clínico da infecção pelo hiv em pediatria
Série A. Normas e Manuais Técnicos 3a Edição
Brasília – DF 2007
© 2006. Ministério da Saúde É permitida a reprodução parcial ou total desta obra, desde que citada a fonte. Série Manuais nº 18
Tiragem: 3edição - 50.0 exemplares
P r Luiz Inácio Lula da Silva
M e s
José Gomes Temporão s V s
Gerson Oliveira Penna d P n dst a
Carlos Passarelli a r u d a Orival Silveira a c/Pn-dst/aids Alexandre Magno de A. Amorim e Dario Noleto
P , , |
Lúcia Helena Saldanha Gomes i b / P B
Brasil. Ministério da saúde. Secretaria de vigilância em saúde. Programa nacional de dst e aids. Guia de tratamento clínico da infecção pelo HIV em pediatria. Secretaria de Vigilância em Saúde, Programa Nacional de DST e Aids. – 3 Ed. – Brasília: Ministério da Saúde, 2006.
168 .: . – (s M º18) isbn: 85-334-1312-2
1. s | 2. i HiV – c. 3. t -- . i. b. M s. i. b. s V s. |
P n dst a. i. t. iV. s.
nlM Wc 503
Ficha Catalográfica
introdução | 9 |
Sumário
infectadas Pelo HiV | 15 |
cuidados coM o recéM-nascido | 15 |
Profilaxia coM zidoVudina Para o recéM-nascido | 16 |
Manejo de crianças nascidas de Mães
laboratorial da criança exPosta ao HiV | 17 |
rotina de acoMPanHaMento clínico e
co-infecções | 23 |
acoMPanHaMento da criança exPosta às
Vírus da HePatite b (VHb) | 23 |
acoMPanHaMento da criança exPosta ao
Vírus da HePatite c (VHc) | 25 |
acoMPanHaMento da criança exPosta ao
nascido e lactente | 26 |
efeitos adVersos associados ao trataMento anti-retroViral Materno no feto, recéM-
Profilaxia PriMária Para a PneuMonia Por Pneumocystis jiroveci.............................................. 37
eM crianças | 41 |
diagnóstico laboratorial da infecção Pelo HiV
18 Meses | 41 |
crianças coM idade Menor ou igual a
18 Meses | 42 |
reVelação do diagnóstico e confidencialidade | 52 |
classificação da infecção Pelo HiV eM crianças | 53 |
categorias clínicas | 54 |
categorias iMunológicas | 58 |
crianças coM idade Maior ou igual a
asPectos gerais | 59 |
quando iniciar | 61 |
considerações sobre os ParâMetros laboratoriais | 64 |
trataMento anti-retroViral eM Pediatria
anti-retroViral | 65 |
teraPia inicial | 65 |
adolescentes infectados Pelo HiV | 69 |
conceito de sucesso teraPêutico | 73 |
Mudanças na teraPia anti-retroViral | 7 |
esqueMas recoMendados Para a teraPia intolerância....................................................... 7
falHa teraPêutica | 82 |
critérios clínicos | 82 |
critérios iMunológicos | 83 |
critérios Virológicos | 83 |
o início da teraPia anti-retroViral | 85 |
reconstituição iMunológica iMediata aPós
teraPêutico | 85 |
associações não aceitáVeis | 8 |
testes de genotiPageM do HiV | 8 |
considerações Para Mudança do esqueMa
de uso Pediátrico | 89 |
descrição das drogas anti-retroVirais
associadas à aids eM crianças | 1 |
infecções bacterianas | 1 |
infecções Por Patógenos coMuns | 1 |
tuberculose | 1 |
trataMento e Profilaxia das infecções
(mycoBacterium avium-intracellulare) | 114 |
infecções fúngicas | 114 |
Micobacteriose atíPica asPergilose......................................................... 114
criPtococose | 116 |
ParacoccidioidoMicose | 116 |
PneuMonia Por Pneumocystis jiroveci | 117 |
infecções Parasitárias | 117 |
criPtosPoridiose | 117 |
isosPoríase | 118 |
toxoPlasMose | 119 |
infecções Virais e outras Manifestações | 119 |
citoMegaloVirose | 119 |
HerPes siMPles | 120 |
Varicela-zoster | 120 |
PneuMonia intersticial linfocítica | 121 |
PúrPura troMbocitoPênica iMune | 121 |
Profilaxia de infecções oPortunistas | 122 |
oPortunistas | 128 |
Profilaxia PriMária | 128 |
susPensão de Profilaxia Para infecções Profilaxia secundária........................................... 128
bacterianas graVes | 129 |
susPensão da iMunoglobulina endoVenosa (iVig) Para Profilaxia de infecções
bacterianas graVes | 129 |
reintrodução de Profilaxias Para infecções oPortunistas e de iMunoglobulina endoVenosa (iVig) Para Profilaxia de infecções
Pelo HiV | 131 |
iMunizações eM crianças exPostas e infectadas
aPós exPosição sexual | 137 |
Profilaxia da infecção Por HiV eM crianças
eM Menores de 13 anos de idade | 143 |
cuidados coM o Paciente terMinal | 145 |
bibliografia consultada | 147 |
anexo | 163 |
notificação coMPulsória de casos de aids coMitê assessor.................................................. 167
Guia de tratamento clínico da infecção pelo HIV em pediatria I. Introdução
A necessidade de rever e sistematizar questões complexas e controversas no âmbito da terapêutica anti-retroviral – TARV - em crianças levou o Programa Nacional de Doenças Sexualmente Transmissíveis e Aids, do Ministério da Saúde, a constituir grupos de trabalho para discussão e elaboração de documentos que refletissem o Consenso Nacional a propósito do tema. O primeiro Consenso sobre Terapia Anti-retroviral em Crianças foi publicado em 1997. A partir de 1998, os avanços importantes no cuidado das crianças expostas e infectadas foram incorporados nos novos Guias de Tratamento da Infecção pelo HIV em Crianças, publicados em 1998, 1999, 2000, 2001 e 2004.
Estas revisões se apoiaram nos conhecimentos disponíveis em cada momento, na progressiva compreensão da dinâmica viral e celular na infecção pelo HIV e nas crescentes possibilidades terapêuticas, com o desenvolvimento das novas classes de medicamentos e a utilização da terapia anti-retroviral combinada. Estiveram sempre baseadas nos conhecimentos oriundos da literatura e nas diretrizes e propostas de intervenção vigentes em outros países (EUA e Comunidade Européia), aliados à experiência acumulada pelos profissionais brasileiros ao longo desses anos.
10Guia de tratamento clínico da infecção pelo HIV em pediatria
Considerando a necessidade de incorporar novos fármacos e de atualizar as novas indicações e esquemas terapêuticos ao Guia de Tratamento da Infecção pelo HIV em Crianças, o Programa Nacional de Doenças Sexualmente Transmissíveis e Aids do Ministério da Saúde realizou, entre novembro de 2005 e maio de 2006, reuniões do Grupo Assessor de Terapia Anti-retroviral em Crianças para promover a revisão do documento de Consenso anterior, elaborado em outubro de 2003.
Os novos conhecimentos e a experiência acumulada nortearam a elaboração deste Guia. Novos itens foram acrescentados, especialmente no que se refere às co-infecções e aos efeitos adversos do tratamento anti-retroviral no feto, recém-nascido e lactente. Estes temas foram desenvolvidos visando fornecer aos profissionais da área uma maior compreensão de todos os aspectos envolvidos na atenção do lactente jovem infectado pelo HIV. Da mesma forma, incluímos item específico sobre atenção aos adolescentes. As mudanças ocorridas no arcabouço laboratorial, com a possibilidade de utilização do Teste Rápido em maiores de 18 meses e dos novos critérios de utilização da Genotipagem, levaram à inclusão destes dois itens.
Atenção especial foi dada aos aspectos da terapêutica, principalmente em relação aos critérios de início e troca de TARV. Pela primeira vez estamos recomendando o início da TARV obrigatoriamente
Guia de tratamento clínico da infecção pelo HIV em pediatria11 com 3 drogas, baseados na necessidade de melhor supressão da replicação viral e nas possibilidades de indução de resistência com 2 drogas. Estamos utilizando os critérios da Classificação dos “Centers for Disease Control and Prevention” (CDC), associados aos critérios da Organização Mundial da Saúde (OMS) e da “Pediatric European Network for Treatment of AIDS” (PENTA) para definir a introdução da TARV. Isto significa privilegiar os critérios clinico-imunológicos nessa definição, utilizando, secundariamente, os virológicos. Para uma melhor compreensão destes critérios sugerimos a leitura destas diretrizes que constam em nossa bibliografia.
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