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Guias e Dicas
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Monitoramento, Notas de estudo de Agronomia

Monitoramento Ambiental

Tipologia: Notas de estudo

2010

Compartilhado em 16/11/2010

robson-marques-torquato-12
robson-marques-torquato-12 🇧🇷

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Baixe Monitoramento e outras Notas de estudo em PDF para Agronomia, somente na Docsity! VERACEL Monitoramento da Fauna-e'Flora RESUMO ===> CASA DA FLORESTA Ju” MONITORAMENTO DA FAUNA E FLORA As florestas do extremo sul da Bahia, assim como no norte do Espírito Santo, apresentam elevada riqueza e endemismos, correspondendo há um centro de diversidade. O sul da Bahia é uma das áreas mais importantes para o estabelecimento do Corredor Central da Mata Atlântica, dada estas características de alta diversidade, endemismo e ameaças. Esta formação florestal ainda apresenta algumas correspondências em nível específico com a floresta amazônica. Estas florestas são classificadas como floresta ombrófila densa baixo- montana, mas são conhecidas como matas de tabuleiros, devido ao relevo típico da região. E, também por apresentar certo grau de deciduidade de algumas espécies e/ou indivíduos que a compõe. Outros fatores estão relacionados com a deciduidade como os fatores edafo-climáticos. Nas áreas da Veracel Celulose S/A já foram amostradas outras fisionomias, como a muçununga, uma vegetação mais baixa e de menor diversidade que ocorre em solos com textura arenosa, geralmente ao redor de alguns remanescentes de floresta de tabuleiros. A floresta encontrada nas propriedades da Veracel encontra-se em trechos planos, ou em platôs, e nos fundos de vale percorrendo áreas com alta declividade e com maior influência de cursos d'água. Em 2008 e 2009 foram amostrados 5 remanescentes de floresta de tabuleiros (Santa Maria, Taquara, Imbiriba, Ipê e Sucupira)(Figura 1), abrangendo diferentes ambientes e estádios sucessionais com objetivo de iniciar o monitoramento nestes remanescentes através de parcelas permanentes, propiciando o conhecendo da composição florística, estrutural e a dinâmica (ao longo dos monitoramentos), relacionando-as com a matriz da cultura do eucalipto. Monitoramento de Fauna e Flora — 2008 e 2009 2 VERACEL EM =. CASADA FLORESTA. Ju” sugerido como o mais eficaz. Esse grupo de inseto foi escolhido por ser muito sensível a mudanças ambientais, sendo recomendável como bioindicador. Além disso, uma uniformização no método de coleta é altamente recomendável porque favorece a comparação da diversidade desse grupo em diferentes ambientes do globo. As características florísticas amostradas nas áreas encontram-se na tabela 1. Os dados referentes a AAVC Taquara foram divididos Taquara A (sítio em vale, solo úmido) e Taquara B (sítio em platô, solo seco). A diversidade encontrada não mostrou muita variação, apesar de diferentes ambientes amostrados. A alta diversidade deste tipo de formação florestal é característica, além disto, foram amostradas diferentes situações, como áreas mais úmidas próximas à cursos d'água, áreas com alta declividade e áreas planas, abrangendo uma heterogeneidade de ambientes. Tabela 1: Características florísticas amostradas nas AAVCs da Veracel Celulose S/A, considerando as morfoespécies indeterminadas. nº ind.= número de indivíduos. nº esp.= número de espécies. nº fam.= número de famílias. H'= índice de diversidade de Shannon (nats/nd). nº esp. ameaçadas= número de espécies arbustivas e arbóreas ameaçadas, considerando IBAMA, 2008 e IUCN, 2006. Á o; o o , nºesp. AAVC Área(ha) nºind. nºesp. nº fam. H ameaçadas Imbiriba 0,2 663 216 49 4,938 18 Ipê 0,2 363 133 39 4,510 10 Sucupira 0,2 907 214 49 4,850 18 Santa Maria 0,1 179 96 38 4,342 14 Taquara A 0,1 178 79 30 4,058 08 Taquara B 0,1 202 85 31 4,217 12 As tabelas 2, 3 e 4 mostram os números da biodiversidade encontrados nas AAVCs Imbiriba, Ipê, Sucupira, Taquara, Santa Maria e Estação Veracel durante as atividades de diagnóstico e monitoramento realizadas pela Casa da Floresta no período de 2008 a 2009. As espécies ameaçadas são apontadas, sendo mencionado onde foram encontradas e seu grau de ameaça, sendo: ““criticamente em perigo” (CR): espécies que apresentam um risco extremamente alto de extinção na natureza em futuro muito próximo, sendo que esta situação é decorrente de profundas alterações ambientais ou de alta redução populacional ou, ainda, de intensa diminuição da área de distribuição do táxon em questão; Monitoramento de Fauna e Flora — 2008 e 2009 5 VERME th - “em perigo” (EN): espécies que apresentam um risco muito alto de extinção na natureza, sendo que esta situação é decorrente de grandes alterações ambientais ou de significativa redução populacional ou ainda de grande diminuição da área de distribuição do táxon em questão; “vulnerável” (VU): espécies que apresentam um alto risco de extinção a médio prazo, sendo que esta situação é decorrente de alterações ambientais preocupantes ou da redução populacional ou ainda da diminuição da área de distribuição do “táxon” em questão. Tabela 2: Número total de espécies e de espécies ameaçadas já registradas nas AAVCs da Veracel (2008-2009), segundo a lista nacional das espécies ameaçadas de extinção (IBAMA, 2003) e a lista das espécies mundialmente ameaçadas (IUCN). Nº espécies 433 Plantas Lista IBAMA 7 Lista IUCN 18 Nº espécies 236 Aves Lista IBAMA 7 Lista IUCN 9 Nº espécies 16 Mamíferos Lista IBAMA 3 Lista IUCN 2 Nº espécies 259 Formigas Lista IBAMA - Lista IUCN - Tabela 3: Número de espécies de plantas, aves e mamíferos ameaçados por categoria de grau de ameaça de extinção, segundo a lista nacional das espécies ameaçadas. Grau de ameaça (IBAMA) Grupo Plantas Aves Mamíferos Criticamente ameaçados 0 0 Em Perigo 7 2 0 Vulneráveis 5 3 Quase ameaçados - 0 Dados deficientes 4 - 1 Não ameaçados 422 226 12 *Esses dados não se aplicam às formigas. **Para plantas não há categorias de grau de ameaça Em sub-bosque do talhão foram amostrados 320 indivíduos nas 10 parcelas (1.000m?) e 34 espécies distribuídas em 18 famílias (Tabela 5). Monitoramento de Fauna e Flora — 2008 e 2009 6 VERACEL €A ——— Tabela 4: Espécies de plantas ameaçadas de extinção com indicação da Área de Alto Valor de Conservação em que foi registrada (Ip: Ipê, Imb: Imbiriba, S: Sucupira, SM: Santa Maria, T: Taquara ), 2008-2009. Espécies indicadas por MA são endêmicas da Mata Atlântica. : Grau de Nome Científico Nome Popular do o vao! Endemismo Ameaça ção IUCN IBAMA Arapatiella psilophylla (Harms) Cowan arapati lp, S, SM, T MA VU Banara brasiliensis (Schott) Benth. natalina Imb, lp, S MA VU Brosimum glaucun Taub. leiteira Imb, lp, S MA AM Brosimum glaziovii Taub. sally Imb MA EN Buchenavia pabstii Marquete & C. Valente pequi-izaías s MA EN AM Chrysophyllum splendens Spreng. bapeba-pedrin Imb, S, SM, T MA VU Couepia schottii Fritsh milho-torrado-de-folha-larga Ip,S, SM MA VU Eugenia prasina O.Berg guruçú Imb,S, T MA VU Euterpe edulis Mart. juçara Imb, Ip, S, SM T MA AM Inga exfoliata T. D. Penn. & F.C. P. Garcia ingá-miúdo SM MA EN Inga hispida Schott. ex Benth. ingá-de-linhares s MA VU Manilkara bella Monach. paraju Imb, Ip, S, T MA EN Melanopsidium nigrum Colla coroa-de-sapo Imb, T MA AM Melanoxylon brauna Schott. braúna-preta s,T MA AM Mollinedia marquetiana A.L. Peixoto orelha-de-boi Imb, S, SM, T MA VU Myrcia grandiflora (Berg.) D. Legrand orelha-de-burro T MA VU Myrcia isaiana G. M. Barroso et Peixoto luizinho Imb MA AM Myrcia lineata (Berg) G.M. Barroso araçá-branco Imb, T MA VU Neomitranthes langsdorffii (O.Berg) J.R. Mattos araçá-coco s,T MA VU Ocotea odorifera (Vell.) Rohwer canela-sassafrás Imb, S, SM MA AM Pouteria coelomatica Rizzini acá-preto Imb MA EN Sclerolobium striatum Dwyer ingá-louro Imb, SM, T MA VU Sorocea guilleminiana Gaudich. folha-de-serra lp MA VU Trichilia casarettiC.DC. matheus Imb, S MA VU TOTAL 24 18 7 Monitoramento de Fauna e Flora — 2008 e 2009 7 Espécies/ Subfamília (% ) e CASA DA FLORESTA B Dolichoderinae E Ectatomminae O Formicinae O Myrmicinae EB Ponerinae B Pseudomyrmecinas 100% mA E 80% 70% 60% 50% 30% 20% 10% o ES [mm E= fm Em EM AAVCI AAVCS AAVC IM Plantio Ipel Plantio Suc Plantio Ipell Figura 8: Distribuição das espécies por subfamília de formigas nas seis áreas estudadas pertencentes a Veracel e existente no sul do estado da Bahia. As vegetações florestais chamam a atenção pelo estado geral de conservação, com porte alto e evidências apenas localizadas de perturbação natural ou corte de árvores. Essas vegetações mostraram alta diversidade, seja no platô ou no vale, diversidade essa característica de cada tipo de vegetação. A amostragem da regeneração em áreas de talhões de Eucalipto apresenta alta densidade e diversidade. Desse modo, a regeneração mostra-se potencialmente promissora mesmo que temporariamente para o trânsito, abrigo e até mesmo alimentação de animais. A avifauna brasileira é extremamente rica, destacando-se no cenário mundial da biodiversidade, possuindo 1825 espécies. Na Bahia, esse número chega a 775, havendo diversas espécies típicas da Mata Atlântica, do Cerrado e da Caatinga, perfazendo, portanto, 42,5% da avifauna brasileira. Nas Áreas de Alto Valor de Conservação da Veracel e na RPPN Estação Veracel já foram registradas, 238 espécies (entre essas, duas a confirmar), das quais 10 são ameaçadas de extinção. Tal fato ressalta a importância dessas áreas na conservação da biodiversidade. Destaca-se que muitas dessas espécies ameaçadas, senão todas, são ameaçadas pela perda e destruição de habitat. Outra ameaça é a caça, em especial para as espécies de grande porte (por Monitoramento de Fauna e Flora — 2008 e 2009 10 VERME th exemplo, mutuns, jacus, inhambus e macucos) e para aquelas que são procuradas como animais de estimação (por exemplo, periquitos, papagaios e araponga). Alguns mamíferos possuem uma capacidade limitada de usar matrizes antrópicas. No entanto, diversas espécies são registradas em áreas de plantios de eucalipto ou agroecossistemas, como cabrucas (produção de cacau) ou cana-de-açúcar, demonstrando que a permeabilidade das espécies é dependente da matriz e das capacidades espécies-específicas de deslocamento e de suprimento das necessidades que cada espécie possui. O levantamento da mirmecofauna representa um importante passo para o melhor conhecimento das espécies de formigas encontradas na Floresta Atlântica do Sul da Bahia. A manutenção do monitoramento nas áreas estudadas é uma ferramenta importante para observação da fauna de formigas e para análise do comportamento, ao longo do tempo, desses insetos com as diferentes formas de perturbações ocorridas a partir do corte; e principalmente como as áreas consideradas como preservadas (Alto Valor de Conservação da biodiversidade) vem auxiliando na conservação e manutenção da diversidade local. A Veracel continuará realizando o monitoramento da fauna e flora em suas áreas, visando acompanhar a influência das atividades silviculturais na biodiversidade do extremo sul da BA. Além disto, pretende contribuir gerando dados científicos sobre a riqueza e principalmente propondo medidas diferenciadas para a conservação dos recursos naturais presentes na Mata Atlântica. Monitoramento de Fauna e Flora — 2008 e 2009 1
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