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Aula 15: Ensaio de Fadiga, Ensaios de Materiais (Telecurso 2000), Notas de estudo de Engenharia Mecânica

15. Ensaio de fadiga - Telecurso 2000 - Cursos profissionalizantes - Ensaios de Materiais

Tipologia: Notas de estudo

Antes de 2010

Compartilhado em 18/09/2006

hugo-makoto-6
hugo-makoto-6 🇧🇷

4.7

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Baixe Aula 15: Ensaio de Fadiga, Ensaios de Materiais (Telecurso 2000) e outras Notas de estudo em PDF para Engenharia Mecânica, somente na Docsity! 15 A U L A 15 A U L Introdução Em condições normais de uso, os produtos devem sofrer esforços abaixo do limite de proporcionalidade, ou limite elástico, que corresponde à tensão máxima que o material pode suportar. Em geral, os fabricantes especificam o produto para suportar esforços acima desse limite, ensaiam os materiais, controlam o processo de produção e tomam todos os cuidados para que o produto não apresente qualquer problema. Apesar de todas essas precauções, é possível que, após algum tempo de uso normal, de repente, sem aviso prévio e sem motivo aparente, o produto simples- mente venha a falhar, deixando o usuário na mão. Essa falha é típica de um fenômeno chamado fadiga, que é o assunto desta aula. Você ficará sabendo o que é fadiga, como se determina a resistência à fadiga, como são apresentados os resultados deste ensaio, que fatores influen- ciam a resistência dos metais à fadiga e o que pode ser feito para melhorar essa resistência. Não se deixe vencer pela fadiga! Estude com atenção, e ao final da aula você terá adquirido uma visão geral de um tipo de ensaio de importância fundamen- tal nas indústrias. Quando começa a fadiga Você já sabe que toda máquina é constituída por um conjunto de componen- tes. No uso normal, nunca ocorre de todos os componentes falharem ao mesmo tempo. Isso porque cada um tem características próprias, uma das quais é o tempo de vida útil esperado. O ensaio de resistência à fadiga é um meio de especificar limites de tensão e de tempo de uso de uma peça ou elemento de máquina. É utilizado também para definir aplicações de materiais. É sempre preferível ensaiar a própria peça, feita em condições normais de produção. Molas, barras de torção, rodas de automóveis, pontas de eixo etc. são exemplos de produtos normalmente submetidos a ensaio de fadiga. Quando não é possível o ensaio no próprio produto, ou se deseja comparar materiais, o ensaio é feito em corpos de prova padronizados. Ensaio de fadiga Nossa aula 15 A U L ALeia com atenção: Fadiga é a ruptura de componentes, sob uma carga bem inferior à carga máxima suportada pelo material, devido a solicitações cíclicas repetidas. A ruptura por fadiga começa a partir de uma trinca (nucleação) ou pequena falha superficial, que se propaga ampliando seu tamanho, devido às solicitações cíclicas. Quando a trinca aumenta de tamanho, o suficiente para que o restante do material não suporte mais o esforço que está sendo aplicado, a peça se rompe repentinamente. A fratura por fadiga é típica: geralmente apresenta-se fibrosa na região da propagação da trinca e cristalina na região da ruptura repentina. Você pode observar aproximadamente o que acontece na fadiga, dobrando repetidamente um pedaço de arame de aço. Após dobrar algumas vezes, se você observar atentamente, notará algumas pequenas trincas. Se continuar dobrando, observará que a trinca aumenta de tamanho até ocorrer a ruptura do arame. O estudo da fadiga é importante porque a grande maioria das falhas de componentes de máquinas, em serviço, se deve à fadiga. E a ruptura por fadiga ocorre sem nenhum aviso prévio, ou seja, num dado momento a máquina está funcionando perfeitamente e, no instante seguinte, ela falha. Tensões cíclicas Na definição de fadiga, destacou-se que ela se deve a esforços cíclicos repetidos. De maneira geral, peças sujeitas a fadiga estão submetidas a esforços que se repetem com regularidade. Trata-se das tensões cíclicas. A tensão cíclica mais comum é caracterizada por uma função senoidal, onde os valores de tensão são representados no eixo das ordenadas e o número de ciclos no eixo das abscissas. As tensões de tração são representadas como positivas e as tensões de compressão como negativas. A figura a seguir apresenta três tipos de ciclos de tensão. 15 A U L A Curva S-N Os resultados do ensaio de fadiga geralmente são apresentados numa curva tensão-número de ciclos, ou simplesmente curva S-N. O S vem da palavra inglesa stress, que quer dizer “tensão”, e N representa o número de ciclos. Supondo que, para uma certa solicitação de flexão S1 o corpo de prova se rompa em um certo número de ciclos N1, e para uma solicitação S2 se rompa em N2 ciclos, e assim por diante, pode-se construir o diagrama S-N, com a tensão no eixo das ordenadas e o número de ciclos no eixo das abscissas. Observando a curva obtida, nota-se que, à medida que se diminui a tensão aplicada, o corpo de prova resiste a um maior número de ciclos. Nota-se, também, que diminuindo a tensão a partir de um certo nível – em que a curva se torna horizontal – o número de ciclos para o rompimento do corpo de prova torna-se praticamente infinito. Esta tensão máxima, que praticamente não provoca mais a fratura por fadiga, chama-se limite de fadiga ou resistência à fadiga do metal considerado. Mas, para a maioria dos materiais, especialmente os metais não ferrosos como o alumínio, a curva obtida no diagrama S-N é decrescente. Portanto, é necessário definir um número de ciclos para obter a correspondente tensão, que será chamada de resistência à fadiga. Para o alumínio, cobre, magnésio e suas ligas, deve-se levar o ensaio a até 50 milhões de ciclos e, em alguns casos, a até 500 milhões de ciclos, para neste número definir a resistência à fadiga. Fatores que influenciam a resistencia à fadiga Uma superfície mal acabada contém irregularidades que, como se fossem um entalhe, aumentam a concentração de tensões, resultando em tensões residuais que tendem a diminuir a resistência à fadiga. Defeitos superficiais causados por polimento (queima superficial de carbono nos aços, recozimento superficial, trincas etc.) também dimi- nuem a resistência à fadiga. 15 A U L ATratamentos superficiais (cromeação, niquelação etc.) diminuem a resistên- cia à fadiga, por introduzirem grandes mudanças nas tensões residuais, além de conferirem porosidade ao metal. Por outro lado, tratamentos superficiais endurecedores podem aumentar a resistência à fadiga. O limite de fadiga depende da composição, da estrutura granular, das condições de conformação mecânica, do tratamento térmico etc. O tratamento térmico adequado aumenta não somente a resistência estática, como também o limite de fadiga. O encruamento dos aços dúcteis aumenta o limite de fadiga. O meio ambiente também influencia consideravelmente o limite de fadiga, pois a ação corrosiva de um meio químico acelera a velocidade de propagação da trinca. A forma é um fator crítico, porque a resistência à fadiga é grandemente afetada por descontinuidades nas peças, como cantos vivos, encontros de paredes, mudança brusca de seções. A resistência à fadiga pode ser melhorada Sempre que possível, deve-se evitar a concentração de tensões. Por exemplo, um rasgo de chaveta num eixo é um elemento que concentra tensão e, conse- qüentemente, diminui a resistência à fadiga. Os projetos devem prever tensões contrárias favoráveis (opostas às tensões principais aplicadas), por meio de processos mecânicos, térmicos ou similares. Uma compensação deste tipo é encontrada em amortecedores de vibrações de motores a explosão. Defeitos metalúrgicos como inclusões, poros, pontos moles etc. devem ser eliminados. Deve-se selecionar os materiais metálicos de acordo com o ciclo de tensões: para aplicações com baixas tensões cíclicas, onde a deformação pode ser facil- mente controlada, deve-se dar preferência a ligas de alta ductilidade. Para aplicações com elevadas tensões cíclicas, envolvendo deformações cíclicas pre- dominantemente elásticas, deve-se preferir ligas de maior resistência mecânica. Microestruturas estáveis, isto é, que não sofrem alterações espontâneas ao longo do tempo, apresentam maior resistência à fadiga. De tudo que foi dito sobre fadiga nesta aula, você deve ter concluído que, no uso normal dos produtos, nós os submetemos permanentemente a ensaios de fadiga, que só terminam quando o produto falha. Porém, a indústria tem que se preocupar com a fadiga antes de lançar o produto no mercado, pois este ensaio fornece informações que afetam direta- mente a segurança do consumidor. 15 A U L A Marque com um X a resposta correta. Exercício 1 A ruptura por fadiga ocorre quando o material está sujeito a: a) ( ) tensões superiores ao limite de proporcionalidade; b) ( ) tensões cíclicas repetitivas; c) ( ) tensões iguais ao limite de proporcionalidade; d) ( ) tensões estáticas. Exercício 2 No gráfico de tensão reversa: a) ( ) as tensões de tração são positivas e as tensões de compressão são negativas; b) ( ) as tensões de tração são negativas e as tensões de compressão são positivas; c) ( ) todas as tensões são positivas; d) ( ) todas as tensões são negativas. Exercício 3 São exemplos de fatores que diminuem a resistência à fadiga: a) ( ) tratamentos superficiais, descontinuidades na superfície; b) ( ) tratamento térmico, tratamentos superficiais endurecedores; c) ( ) meio ambiente isento de agentes corrosivos, bom acabamento superficial; d) ( ) encruamento dos aços dúcteis, formas sem cantos vivos. Exercício 4 O ensaio de fadiga é baseado em esforços de: a) ( ) tração e torção; b) ( ) tração e compressão; c) ( ) flexão e torção; d) ( ) tração, compressão, torção e flexão. Exercício 5 Na curva S-N, o limite de fadiga indica que: a) ( ) se for atingida aquela tensão, o corpo se romperá; b) ( ) mantendo aquela tensão indefinidamente, o corpo não se romperá; c) ( ) foi atingido o número máximo de ciclos que o material suporta; d) ( ) a partir deste limite, a curva é decrescente. Exercícios
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