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Ambiencia de Suinos na maternidade, Notas de estudo de Agronomia

Ambiencia de Suinos na maternidade

Tipologia: Notas de estudo

2010
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Compartilhado em 13/12/2010

marcelo-cozadi-passos-1
marcelo-cozadi-passos-1 🇧🇷

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Baixe Ambiencia de Suinos na maternidade e outras Notas de estudo em PDF para Agronomia, somente na Docsity! 1 CURSO SUPERIOR DE AGRONOMIA AMBIÊNCIA EM MATERNIDADE DE SUINOS Fernando Bruno Xavier Júriann C. R. Ramalho Marcelo Cozadi Passos BAMBUÍ - MG 2010 2 CURSO SUPERIOR DE AGRONOMIA AMBIÊNCIA EM MATERNIDADE DE SUINOS Trabalho de conclusão de disciplina apresentado ao Instituto Federal de Ciência e Tecnologia de Minas Gerais – Campus Bambuí, como requisito parcial para a aprovação na disciplina de suinocultura. Professor(a): Sandra BAMBUÍ - MG 2010 5 2. REFERENCIAL TEÓRICO A ambiência é formada por diversos elementos que circundam o ser vivo em determinado local. São principalmente os macrofatores que formam as macro regiões climáticas (latitude, altitude, vento, relação terra e mar); mas são os elementos climáticos como temperatura, umidade relativa, precipitação, luz, radiação, vento, e pressão barométrica, que agem diretamente sobre o animal e indiretamente sobre fatores de disponibilidade e qualidade de alimento, e do metabolismo em si, bem como manifestação de ecto e endoparasitismo, doenças tropicais e principalmente dificuldades na reprodução (MEDEIROS; VIEIRA, 1997). O conhecimento das necessidades ambientais dos animais e o estudo das condições climáticas da região em que será implantado o sistema são fundamentais na definição das técnicas e dispositivos de construções que maximizem o conforto dos animais (SATOR, et al., 2004). As construções destinadas aos animais deverão estar afastadas do trânsito de veículos, em terreno alto, seco, com declividade adequada de forma a permitir suprimento adequado de água, bom escoamento a acesso fácil. Isto se faz necessário para que sejam evitados problemas de umidade. Segundo SATOR, et.al.(2004), um ponto importante referente às instalações é a proteção do sistema (conjunto de construções) contra a propagação de doenças, bem como o isolamento do mesmo com relação a outras explorações localizadas nas proximidades. Assim, normalmente adota-se um cordão sanitário com o objetivo de proteger toda a zona de produção, separando-a da zona externa. O cordão sanitário pode ser obtido por meio de uma cerca metálica de aproximadamente 2m de altura, sobre mureta de alvenaria de 30 cm de altura. Isto evita a entrada de pequenos animais como cães, gatos, galinhas, etc., que podem atuar como vetores de diversas doenças. As figuras abaixo demonstram este sistema sanitário. 3. CONSTRUÇÕES As construções compreendem o conjunto de prédios que o criador deve possuir para racionalizar sua criação. Devem atender a determinadas condições básicas quanto à higiene, orientação, funcionalidade e custo. Construções suntuosas, onerosas, 6 exageradas e complicadas, além de serem anti-econômicas, revelam mau preparo de quem as projetou. Devem, portanto merecer cuidado especial do criador, porque de sua eficiência irá depender, em grande parte, o sucesso da empresa. No sentido de aumentar a eficiência dos sistemas de criação de animais e prevenir ou controlar doenças, a tendência atual é de se adotar o confinamento total, o que tem determinado uma modificação dos prédios a dos equipamentos, especialmente nas grandes empresas (SATOR, et al., 2004). As construções deverão obedecer as seguintes condições básicas: - serem higiênicas: terem água disponível e destino adequado dos resíduos; - serem bem orientadas no terreno; - serem simples e funcionais; - serem duráveis e seguras: utilização de materiais e técnicas construtivas adequadas; - serem racionais: rapidez a eficiência no uso de materiais e mão-de-obra; - permitirem controle das variáveis climáticas; - permitirem expansão; e - serem de baixo custo. As construções rurais destinadas à criação de suínos, principalmente aquelas construídas há mais tempo, foram baseadas em projetos oriundos de países tradicionais em suinocultura, localizados em regiões temperadas, como a Europa, por exemplo. Ao serem implantadas no Brasil, um país quente para os animais adultos, verificou-se que seriam necessárias adaptações para se garantir melhores índices zootécnicos. É comum, no campo, encontrar maternidades com pé direito baixo, com pouca ventilação, ou até mesmo quase toda fechada com janelas basculantes que raramente são abertas para não “resfriar” os leitões. Essa concepção deve ser reavaliada, pois, como já visto, a maternidade deve oferecer um macro ambiente com temperatura confortável para a porca e um micro ambiente (escamoteador) com temperaturas mais elevadas, para os leitões. Portanto, a maternidade ideal para maioria das regiões brasileiras deve ser bem ventilada, devendo atender às necessidades da porca no verão e dotada de cortinas que protejam do resfriamento excessivo no período frio. Há dois tipos principais de sistemas de aquecimento: global e localizado. No primeiro caso, o espaço total destinado ao animal é mantido a uma temperatura uniforme, por ventiladores ou dutos pressurizados, que distribuem o ar aquecido. O 7 controle dos aquecedores e ventiladores para manutenção da temperatura em determinada faixa pode ser feito por meio de termostatos. Quando temperaturas diferentes são necessárias nas diferentes partes da instalação, como para as porcas e leitões em uma maternidade, o aquecimento localizado é, tecnicamente, mais eficiente e econômico. 3.1. Orientação da construção O sol não é imprescindível à suinocultura. Se possível, o melhor é evitá-lo dentro das instalações. Assim, devem ser construídas com o seu eixo longitudinal orientado no sentido leste-oeste. Nesta posição nas horas mais quentes do dia a sombra vai incidir embaixo da cobertura e a carga calorífica recebida pela instalação será a menor possível. A temperatura do topo da cobertura se eleva, por isso é de grande importância a escolha do material para evitar que esta se torne um coletor solar. Na época da construção da instalação deve ser levada em consideração a trajetória do sol, para que a orientação leste-oeste seja correta para as condições mais críticas de verão. Por mais que se oriente adequadamente a instalação em relação ao sol, haverá incidência direta de radiação solar em seu interior em algumas horas do dia na face norte, no período de inverno. Providenciar nesta face dispositivos para evitar esta radiação. 3.2. Pé direito O pé direito da instalação é elemento importante para favorecer a ventilação e reduzir a quantidade de energia radiante vinda da cobertura sobre os animais. Estando os suínos mais distantes da superfície inferior do material de cobertura, receberão menor quantidade de energia radiante, por unidade de superfície do corpo, sob condições 10 plantel de fêmeas reprodutoras, as quais já apresentam o primeiro cio no 5° mês de vida a estão aptas para reprodução com aproximadamente 7 meses de idade, quando apresentam peso corporal de 100 a 110 kg. Então, são encaminhadas ao setor de reprodução, onde são cobertas a permanecem até a confirmação da prenhes. Podem serem também adquiridas de empresas especializadas. 4.4. Unidade de gestação Confirmada a prenhes são encaminhadas para a unidade de gestação (baias coletivas ou gaiolas individuais) onde permanecem até uma semana antes do parto, sendo que a gestação dura aproximadamente 114 dias (3 meses, 3 semanas e 3 dias). 4.5. Maternidade Uma semana antes do parto são levadas para a maternidade (gaiolas individuais com abrigo para proteção dos leitões) onde permanecem até terminar a fase de aleitamento. A desmama ocorre, normalmente, quando os leitões atingem entre 21 e 28 dias de idade, sendo os leitões encaminhados para a creche e as porcas retornam para o setor de reprodução. 5. MATERNIDADE Após todo o cuidado com o bem estar da fêmea em gestação e conhecer os reflexos de um ambiente estressante sobre o número de leitões nascidos, o suinocultor irá usufruir deste cuidado com a chegada dos leitões, pois isso a matriz chega ao final da gestação e é encaminhada para a maternidade, cerca de uma semana antes do parto previsto. A instalação destinada à maternidade é aquela que mais exige a atenção do funcionário, pois nela há dois ambientes distintos a serem controlados: o ambiente da porca e o ambiente do leitão. A faixa de temperatura de conforto para a matriz é de 12 a 15°C, ao passo que aquela dos leitões deve situar-se, nos primeiros dias, entre 33°C e diminuir cerca de dois graus centígrados por semana, até atingir a média de 25°C na quarta semana de idade. Para que se atenda a necessidade de ambas as categorias, deve- se construir uma instalação com vista a um macro ambiente, confortável para a porca, e ao mesmo tempo, torna-se necessário o uso de escamoteador que é um abrigo fechado 11 instalado junto à cela parideira, para a proteção de leitões contra o esfriamento ambiental. 5.1. Matrizes Um aspecto importante é que animais bem alimentados suportam temperaturas ambiente mais baixa do que aquelas que estão em jejum ou se alimentaram pouco. Por esse motivo, tem que se cuidar bem da porca para que ela garanta a alimentação dos leitões através do leite, pelo menos até a segunda semana. A partir do sétimo dia, os leitões devem receber ração pré-inicial em comedouro próprio para garantir sua demanda energética e de nutrientes. 5.2. Leitões Os leitões ainda não possuem seu sistema termorregulador formado nos primeiros dias, o que necessita de um maior cuidado, melhor manejo destes animais. A redução de temperatura, ambiente abaixo de 20°C provoca nos leitões a diminuição do consumo de colostro. Para se defenderem ai frio, os leitões ficam agrupados e diminuem o número de mamadas diárias. Diante desses ajustes comportamentais e fisiológicos, ocorre um decréscimo na produção de calor, levando à mobilização das suas reservas corporais, menor ganho de peso ou até diminuição do seu peso, podendo causar aumento na mortalidade. Ao nascer, o leitão, que estava com a temperatura retal por volta dos 39,3°C (temperatura dentro do útero da porca) chega a um ambiente com temperatura mais baixa. Nesse momento, sua temperatura retal pode diminuir para 37°C ou menos e ele está em condições desfavorável no novo ambiente, pois:  Ele não possui a capacidade de controlar sua dissipação de calor para o meio ambiente;  Suas reservas energéticas estão baixas;  Não possui tecido adiposo espesso, portanto não possui isolamento corporal;  Seu peso corporal é pouco com pouca capacidade de gerar calor;  Sua relação superfície/massa é alta. 12 Para recuperar e ainda aumentar suas reservas energéticas; ele deverá mamar o mais rápido possível. O colostro, leite produzido pela porca nos primeiros dias, é rico em anticorpos que aumentam sua resistência às doenças e também é sua única fonte de energia e nutrientes. Grande parte da energia fornecida pelo colostro será utilizada para aquecimento a manutenção da temperatura corporal do leitão através da termogênese induzida pela dieta, que é o calor gerado pela digestão e metabolismo dos alimentos consumidos. Para evitar essa queda de temperatura, o manejo correto é fornecer uma fonte adicional de calor. Essa fonte adicional de calor deve ser ligada antes do parto e consiste de um aquecimento localizado de um micro-ambiente, ou seja, um local onde somente os leitões tem acesso e não provoque aquecimento do ambiente da porca. Uma caixa de madeira ou mesmo de alvenaria, conhecida como escamoteador, permite esse controle do micro-ambiente. Além disso nas primeiras horas de vida, os leitões preferem ficarem os mais próximos possíveis do úbere da mãe, pois sentem muito frios e se não existir escamoteado, a única fonte de aquecimento na maternidade é o calor dissipado pela porca. Por isso, eles ficam em contato com a porca e acabam dormindo em uma área de risco de morte por esmagamento. O escamoteador, também é utilizado para evitar a morte por esmagamento e para que os leitões se habitue a usá-los, é necessário um treinamento que consiste em deixá-los presos no escamoteado logo após o nascimento, soltando-os somente para mamar. 5.2.1. Escamoteador É importante salientar que o aquecimento deve ser direcionado apenas aos leitões, e jamais aquecer a porca. O aquecimento desnecessário e inconveniente, poderá fazer com que a porca diminua o consumo de ração e sua produção de leite, alem de torná-la propensa a doenças e ao aparecimento de infecções oportunistas. Tudo isso contribui para o pior desempenho dos leitões. Para controlar a temperatura no interior do escamoteador, o funcionário responsável pela maternidade, deve observar o comportamento dos animais. Um funcionário atento poderá observar os seguintes comportamentos dos leitões:  Se os leitões estiverem agrupados logo abaixo da fonte de aquecimento ( que pode ser uma lâmpada ou uma resistência seca), é sinal de que o ambiente está frio. Eles procuram deitar-se uns sobre os outros, e o mais perto possível da 15 lanternim, o que melhora ainda mais as condições internas da construção. O plantio de árvores para garantir o sombreamento do telhado nas horas mais quentes do dia deve ser bem planejado, para que o sombreamento seja efetivo e, ao mesmo tempo, permita a ventilação interna. Nesse momento, é oportuno mostrar os resultados de uma pesquisa que foi conduzida para comparar salas de maternidade sem sistema de ventilação e salas com amplas aberturas de janelas e sistemas de regulação por meio de cortinas. Na sala dotada de cortinas, procedeu-se a abertura das mesmas até a metade do seu curso, quando a temperatura ambiente ultrapassou 18°C, e totalmente abertas, quando a temperatura ambiente ultrapassou 21°C. Avaliando-se os resultados das modificações ambientais realizadas, observou-se que os leitões oriundos das porcas mantidas na sala com cortina apresentaram, numericamente, maior ganho de peso do que aqueles das porcas mantidas na sala sem ventilação. Este resultado pode ser devido ao melhor ambiente proporcionado pelo controle das cortinas, demonstrando que, se for proporcionado um ambiente adequado para as porcas lactantes, essas produzirão maiores quantidades de leite, favorecendo o ganho de peso dos leitões, além de que a má ventilação pode ser a causa primária da maior incidência de diarréia em leitões, provavelmente por favorecer a proliferação de agentes patogênicos. 6.1. Resfriamento localizado Quando as modificações primárias não forem suficientes para adequar o ambiente à porca, as modificações secundárias, que são aquelas que demandam gasto de energia e maior custo, devem ser realizadas, adotando-se um projeto realizado por técnico na área. As principais realizadas em maternidade são a ventilação e a nebulização. O resfriamento localizado, que é conseguido através do resfriamento adiabático do ar externo que depois é canalizado e soprado em cima das porcas, vem sendo apontado, pelos especialistas, como uma das formas mais efetivas de conseguir bons resultados na resposta de conforto térmico. Entretanto, poderão ser utilizados ventiladores, desde que a velocidade do vento não seja superior aos 5 m/s, recomendados para reprodutores, e direcionados transversalmente no galpão, não atingido os leitões. Eles deverão atuar apenas no macro ambiente da porca. 16 7. CONSIDERAÇÕES FINAIS A ambiência na maternidade é de suma importância, pois há dois tipos de manejo, um para as matrizes e um para os leitões, sendo manejos diferenciados tanto em temperatura, como alimentação, medicações e outros. É nesta fase que ocorre o crescimento do plantel, é onde ocorrem os partos. A temperatura é o principal manejo a ser cuidado, pois no nascimento os leitões não regulam sua temperatura e necessita de calor externo. 17 8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS FERREIRA, R.A. Ambiência em construções rurais para suínos. Apostila, capítulo V. p.97 149. MEDEIROS, L.F.D; VIEIRA, D.H. Bioclimatologia animal. Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, 1997. 126p. SATOR, V.; SOUZA,C de F.; TINOCO, I. de F.F. Informações básicas para projetos de construções rurais. Instalações para suínos, unid 2. Universidade Federal de Viçosa (UFV). Viçosa, MG: 2004, 19 p. SARTOR, Valmir; BAETA, Fernando da Costa; TINOCO, Ilda de Fátima Ferreira da LUZ, Maira Luciana. Efeito do Resfriamento Evaporativo no Desempenho de Suínos em Fase de Terminação. Disponível em: www.scielo.com.br. Acesso em: 02/dez/2010. TOLON Y. B. AVALIAÇÃO DE TIPOS DE VENTILAÇÃO EM MATERNIDADE DE SUÍNOS. Disponível em: www.scielo.com.br. Acesso em: 03/dez/2010.
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