Baixe Exame colpocitopatológico e outras Provas em PDF para Enfermagem, somente na Docsity! EXAME COLPOCITOPATOLÓGICO Prof. Florêncio Augusto Filho Faculdade Novo Milênio www.florencioaugusto.net84.net EXAME COLPOCITOPATOLÓGICO INTRODUÇÃO No Brasil existem cerca de seis milhões de mulheres entre 35 a 49 anos que nunca realizaram o exame citopatológico do colo do útero (Papanicolaou), faixa etária onde mais ocorrem casos positivos de câncer do colo do útero. A conseqüência são milhares de novas vítimas a cada ano. Mulheres que, se tivessem tratado a doença a tempo, poderiam estar vivendo hoje uma vida normal. Homens Mulheres Estimativadonúmero de casos novos de câncer* 2005 Mama Feminina 49.470 27 % Próstata 46.330 27 % Traquéia, Brônquio e Pulmão 17.110 10 % Estômago 15.170 9 % Cólon e Reto 12.410 7 % Cavidade Oral 9.985 6 % Esôfago 8.140 5 % EPIDEMIOLOGIA Colo do Útero 20.690 11 % Cólon e Reto 13.640 8 % Traquéia, Brônquio e Pulmão 8.680 5 % Estômago 7.975 4 % Leucemias 4.075 2 % Cavidade Oral 3.895 2 % Pele Melanoma 3.065 2 % Esôfago 2.450 1 % Outras Localizações 67.290 37 % Fonte: MS/Instituto Nacional de Câncer – INCA, 2004. Leucemias 5.115 3 % Pele Melanoma 2.755 2 % Outras Localizações 56.175 32 % EXAME COLPOCITOPATOLÓGICO EPIDEMIOLOGIA VILA VELHA – ES 2005 TAXA DE MORTALIDADE POR CÂNCER DE ÚTERO: 5,04 POR 100.000 HABITANTES EXAME COLPOCITOPATOLÓGICO ANATOMIA - COLO UTERINO O colo é o segmento do útero (porção fibromuscular inferior do útero) que fica em contacto com a vagina. Mede de 3 a 4cm de comprimento, e revestido por dois tipos de tecidos: o epitélio colunar, que reveste o canal que liga o útero à vagina (endocolo) e é composto por uma única camada de células; o epitélio escamoso que reveste a parte externa do colo (exocolo) e é composto por várias camadas de células. Em condições ideais estes dois tecidos - o colunar e o escamoso - encontram-se no orifício externo do colo - junção escamo- colunar - ponto muito importante, pois é aqui que pode desenvolver-se o cancro do colo do útero.
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FHGUIRA 1.2: Epé
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ENGUIRA 4,3: Epivoic-cohemas dx 40)
EXAME COLPOCITOPATOLÓGICO Depois da puberdade e durante o período reprodutivo, os órgãos genitais femininos se desenvolvem sob a influência do estrógeno. Portanto, o colo uterino aumenta de tamanho e se cresce e o canal endocervical se alonga. Isto leva à eversão do epitélio colunar da parte inferior do canal endocervical próximo à ectocérvix. Esta condição é denominada de ectrópio ou ectopia, visível como uma ectocérvix de aspecto bem avermelhado na inspeção visual. EXAME COLPOCITOPATOLÓGICO METAPLASIA ESCAMOSA: A substituição fisiológica do epitélio colunar evertido por um epitélio escamoso recém-formado é denominada de metaplasia escamosa. O meio vaginal é ácido durante os anos reprodutivos e gravidez. Acredita-se que a acidez desempenha uma função na metaplasia escamosa. Quando as células são repetidamente destruídas pela acidez vaginal no epitélio colunar em uma área de ectrópio, com o tempo elas são substituídas por um epitélio metaplásico recém-formado. EXAME COLPOCITOPATOLÓGICO ZONA DE TRANSFORMAÇÃO: A região do colo uterino onde o epitélio colunar foi e/ou está sendo substituído pelo novo epitélio escamoso metaplásico é denominada de zona de transformação.
Epitélio colunar
y
Metaplasia escamosa imatura
Infecção por
tipos de
HPW
oncogênico
Glicogênio normal Epitélio escamoso
com epitélio atípico ou
escamoso displásico
metaplásico maduro
FIGURA 1.12: Diagrama esquemático do avanço da maturação
da metaplasia escamosa Iimatura
EXAME COLPOCITOPATOLÓGICO Fatores de risco para o desenvolvimento de câncer de colo de útero: lInício precoce da atividade sexual; lNúmero elevado de parceiros sexuais, lMultiparidade (ter tido vários filhos), lAntecedentes de doença sexualmente transmissível e falta de higiene pessoal. EXAME COLPOCITOPATOLÓGICO Ele deve ser realizado, pelo menos, uma semana antes da menstruação. •Evitando-se realizar duchas vaginais, •Colocação de cremes vaginais •Relações sexuais três dias antes do exame. EXAME COLPOCITOPATOLÓGICO ETAPAS DO EXAME: lConversa com o profissional de saúde; lExame clínico das mamas; lColeta do material em mesa ginecológica; lEvolução e orientações. EXAME COLPOCITOPATOLÓGICO O profissional gentilmente afasta os lábios vaginais e coloca o espéculo dentro da vagina. Após isto o espéculo é aberto com pás no sentido ântero- posterior e mostra o interior da vagina e o colo do útero EXAME COLPOCITOPATOLÓGICO
Informação e comunicação
' [Si pai] [Ea Fase
i a 4 á
Rastreamento,
Diagnóstico e
Tratamento
[oia tia
EXAME COLPOCITOPATOLÓGICO No Brasil, a principal estratégia utilizada para detecção precoce/rastreamento do câncer do colo do útero é a realização da coleta de material para exames citopatológicos cervico-vaginal e microflora, conhecido popularmente como exame preventivo do colo do útero; exame de Papanicolaou; citologia oncótica; PapTest. O exame citopatológico deve ser realizado em mulheres de 25 a 60 anos de idade, uma vez por ano e, após dois exames anuais consecutivos negativos, a cada três anos. EXAME COLPOCITOPATOLÓGICO Estima-se que a maior parte das lesões de baixo grau regredirá espontaneamente, enquanto cerca de 40% das lesões de alto grau não tratadas evoluirão para câncer invasor em um período médio de 10 anos. Por outro lado, o Instituto Nacional de Câncer dos Estados Unidos calcula que somente 10% dos casos de carcinoma in situ evoluirão para câncer invasor no primeiro ano, enquanto que 30% a 70% terão evoluído decorridos 10 a 12 anos, caso não seja oferecido tratamento. EXAME COLPOCITOPATOLÓGICO
Idade média da incidência máxima das lesões
30
anos
NC É NiC tCAS ca invasor
Fonte . Pobén. 1. dar. H, Jerestróm E at al 1906. Mitchel and schotreridekd
EXAME COLPOCITOPATOLÓGICO RECOMENDAÇÕES PRÉVIAS A MULHER PARA A REALIZAÇÃO DA COLETA DO EXAME PREVENTIVO DO COLO DE ÚTERO Para realização do exame preventivo do colo do útero e a fim de garantir a qualidade dos resultados recomenda-se: • Não utilizar duchas ou medicamentos vaginais ou exames intravaginais, como por exemplo a ultrassonografia, durante 48 horas antes da coleta; • Evitar relações sexuais durante 48 horas antes da coleta; • Anticoncepcionais locais, espermicidas, nas 48 horas anteriores ao exame. • O exame não deve ser feito no período menstrual, pois a presença de sangue pode prejudicar o diagnóstico citológico. Aguarda o 5° dia após o término da menstruação. Em algumas situações particulares, como em um sangramento anormal, a coleta pode ser realizada. EXAME COLPOCITOPATOLÓGICO FASES QUE ANTECEDEM A COLETA 1 - Organização do material, ambiente e capacitação da equipe de saúde: 2 - Consultório equipado para a realização do exame ginecológico: • Mesa ginecológica; • Escada de dois degraus; • Mesa auxiliar; • Foco de luz com cabo flexível; • Biombo ou local reservado para troca de roupa; • Cesto de lixo; • Espaço físico adequado. EXAME COLPOCITOPATOLÓGICO 3 - Material necessário para coleta: •Espéculo de tamanhos variados, preferencialmente descartáveis - instrumental metálico deve ser esterilizado de acordo com as normas vigentes; • Balde com solução desincrostante em caso de instrumental não descartável; • Lâminas de vidro com extremidade fosca; • Espátula de Ayres; • Escova endocervical; • Par de luvas para procedimento; • Pinça de Cherron; • Solução fixadora, álcool a 96% ou Polietilenoglicol líquido ou Spray de Polietilenoglicol; • Gaze; • Recipiente para acondicionamento das lâminas. • Formulários de requisição do exame citopatológico; • Fita adesiva de papel para a identificação dos frascos; • Lápis grafite ou preto nº2; • Avental/ camisola para a mulher. • Lençóis. EXAME COLPOCITOPATOLÓGICO 7 - Procedimento de Coleta Propriamente Dito: • O profissional de saúde deve lavar as mãos; • Solicitar que a mulher esvazie a bexiga; • Em seguida solicitar que ela troque de roupa, em local reservado, dando-lhe um avental para que se cubra; • A mulher deve ser colocada na posição ginecológica adequada, o mais confortável possível; • Cubra-a com o lençol; • Posicionar o foco de luz; • O profissional de saúde deve colocar a luva de procedimento; EXAME COLPOCITOPATOLÓGICO Obs: Inicia-se a primeira fase do exame, expondo somente a região a ser examinada. Sob boa iluminação, observa-se atentamente, os órgãos genitais externos, prestando-se atenção à distribuição dos pelos; à integralidade do clitóris, do meato uretral, dos grandes e pequenos lábios, a presença de secreções vaginais, de sinais de inflamação, de veias varicosas e outras lesões como úlceras, fissuras, verrugas e tumorações. 8 - Coleta do Material •Coleta na ectocérvice; •Coleta na endocérvice. 9 – Fixação do esfregaço com álcool a 96% EXAME COLPOCITOPATOLÓGICO 10 - Conclusão do Procedimento: • Fechar o espéculo não totalmente, evitando beliscar a mulher; • Retire-o delicadamente inclinando levemente para cima, observando as paredes vaginais; • Retirar as luvas; • Auxiliar a mulher a descer da mesa; • Solicitar que ela troque de roupa; • Informar sobre a possibilidade de um pequeno sangramento que poderá ocorrer depois da coleta, tranqüilizando-a que o sangramento cessará sozinho; • Enfatizar a importância do retorno para o resultado e se possível agendar conforme rotina da Unidade de Saúde Básica. 11 - Envio do Material ao Laboratório EXAME COLPOCITOPATOLÓGICO
Nomenclatura Brasileira para Laudos Citopatológicos Cervicais
Avaliação pré-analítica e adeguabilidade da amostra:
EXAME COLPOCITOPATOLÓGICO Nomenclatura Brasileira para Laudos Citopatológicos Cervicais Resultado Normal, Alterações Benignas e Queixas Ginecológocas Dentro dos Limites da Normalidade, no material examinado: Conduta Clínica: Seguir a rotina de rastreamento citológico. EXAME COLPOCITOPATOLÓGICO Nomenclatura Brasileira para Laudos Citopatológicos Cervicais Alterações Celulares Benignas e Ativas ou Reparativas Inflamação sem identificação de Agente Caracterizada pela presença de alterações celulares epiteliais, geralmente determinadas pela ação de agentes físicos, os quais podem ser radioativos, mecânicos ou térmicos, e químicos como medicamentos abrasivos ou cáusticos, quimioterápicos e acidez vaginal sobre o epitélio glandular. Conduta Clínica: Havendo queixa clínica de secreção anormal, a mulher deverá ser encaminhada para exame ginecológico. Os achados comuns são ectopias, vaginites, vaginoses e cervicites. O tratamento deve seguir recomendação específica. Seguir a rotina de rastreamento citológico, independentemente do exame ginecológico. EXAME COLPOCITOPATOLÓGICO Nomenclatura Brasileira para Laudos Citopatológicos Cervicais Alterações Celulares Benignas e Ativas ou Reparativas Resultado indicando Atrofia com inflamação Conduta Clínica: Após avaliação da sintomatologia e do exame ginecológico, podem ser utilizados cremes vaginais contendo estrogênios. Seguir a rotina de rastreamento citológico. EXAME COLPOCITOPATOLÓGICO Nomenclatura Brasileira para Laudos Citopatológicos Cervicais Alterações Celulares Benignas e Ativas ou Reparativas Resultado indicando Radiação Nos casos de Câncer do Colo, o exame citopatológico deve ser realizado para controle de possível persistência de neoplasia residual ou de recidiva da neoplasia após tratamento radioterápico. Condutas Clínicas: Nos casos em que a citopatologia diagnosticar lesão intra- epitelial, o que pode acontecer após tratamento radioterápico a conduta deverá ser a mesma indicada para lesão intraepitelial em mulheres submetidas a esse tratamento e deve ser seguida de acordo com o grau da LIE. EXAME COLPOCITOPATOLÓGICO Nomenclatura Brasileira para Laudos Citopatológicos Cervicais Alterações Celulares Benignas e Ativas ou Reparativas Achados Microbiológicos: Lactobacillus sp, cocos e outros bacilos. São considerados achados normais, fazem parte da flora vaginal e não caracterizam infecções que necessitem de tratamento. Conduta Clínica: A mulher com sintomatologia deve ser encaminhada para avaliação ginecológica. Seguir a rotina de rastreamento citológico. EXAME COLPOCITOPATOLÓGICO Nomenclatura Brasileira para Laudos Citopatológicos Cervicais Alterações Pré-Malignas ou Malignas no Exame Citopatológico Células escamosas atípicas de significado indeterminado EXAME COLPOCITOPATOLÓGICO Nomenclatura Brasileira para Laudos Citopatológicos Cervicais Alterações Pré-Malignas ou Malignas no Exame Citopatológico Células glandulares atípicas de significado indeterminado, tanto para as possivelmente não neoplásicas quanto para aquelas em que não se pode excluir lesão intra-epitelial de alto grau: EXAME COLPOCITOPATOLÓGICO Nomenclatura Brasileira para Laudos Citopatológicos Cervicais Alterações Pré-Malignas ou Malignas no Exame Citopatológico Células atípicas de origem indefinida, possivelmente não neoplásicas, não se pode afastar lesão de alto grau: EXAME COLPOCITOPATOLÓGICO Nomenclatura Brasileira para Laudos Citopatológicos Cervicais Alterações Pré-Malignas ou Malignas no Exame Citopatológico Adenocarcinoma in situ/invasor: EXAME COLPOCITOPATOLÓGICO Nomenclatura Brasileira para Laudos Citopatológicos Cervicais Alterações Pré-Malignas ou Malignas no Exame Citopatológico Lesão de alto grau não podendo excluir micro-invasão ou carcinoma epidermóide invasor: EXAME COLPOCITOPATOLÓGICO Nomenclatura Brasileira para Laudos Citopatológicos Cervicais Situações Especiais: Em adolescentes, mulheres grávidas, imunodeprimidas ou pós-menopausa, com lesão de baixo grau ou atipias de significado indeterminado, possivelmente não neoplásicas, as condutas serão mantidas, mas para as mulheres imunodeprimidas, pelo maior risco de apresentarem lesões mais grave e rápida progressão, qualquer anormalidade citológica justifica o encaminhamento imediato para colposcopia na Unidade de Referência Secundária.
Elo,
RP D tas ad À A |
E opção 2 opção
Gonorrêia Neisseria gonor- | Endocervicite / | sim Ciprofloxacina 500 mg, | Cefixima 400 me, VO,
rhoeae Corrimento VO dose única: ou dose única: ou
vaginal Ceftriaxona 250moe. IM, | Ofloxacina 400 mg, VO,
dose única: ou dose única ou
Espectinomicina Zg IM
dose única
Clamídia Chlampyalia tra- | Endocervicite / | sim Azitromicina 1 &, VO, Eritromicina testearato)
chomnatis corrimento em dose única, ou 500 mg, VO, de 6/6
vaginal Doxicilina 100 me, VO de horas. durante 7 dias; ou
12/12 horas, durante 7 | Tetraciclina 500mg oral,
dias: 4xídia, 7 dias; ou
Ofloxacina 400ms oral,
2x/dia, 7 dias
Tricomoniase Trichomonas Vulvovaginite! sim Metronidazol 2º VO Secnidazol 25. VO, dose
vaginalis Corrimento dose única ou única: ou
vaginal
Metronidazol 400-
500mg 12/12hsVO 7 dias
Tinidazol 22 VO dose
única
[lie
verrugas
genitais
Esta
En fprita
Papilomavirus
humano
EUcTa
sintomas
verrugas.
condilomas.
Lesões intra
epiteliais cervicais
BL E
sexual
Podofilina a 10-25% ou
Ácido Tricloroacético
LATA) a BO-B0% ou
Exérese cirúrgica
Eletrocauterização;
Podofilotoxina 0,15%
creme: Imiguimod 5%
creme; outros
Múltiplos
Dor pélvica
Ceftriaxona 250 me, IM,
dose única + Doxiciclina
100 me, VO de 12/12
horas. por 14 dias +
Metronidazol 500 mg,
vO, de 12/12 horas, por
14 dias
Ofloxacina 400 me, VO
de 12/12 horas por 14
dias: ou
Ciprofloxacina 500 me
vo 12/12Zhoras por 14
dias +
Doxiciclina 100 mg. VO
de 1212 horas por 14
dias +
Metronidazol 500 mz.
vO de 1212 horas, par
té-dias