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Guias e Dicas
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Manual Desenho Técnico, Manuais, Projetos, Pesquisas de Engenharia Civil

Manual de Desenho Técnico

Tipologia: Manuais, Projetos, Pesquisas

2011
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Baixe Manual Desenho Técnico e outras Manuais, Projetos, Pesquisas em PDF para Engenharia Civil, somente na Docsity! 1 MANUAL DE DESENHO TÉCNICO INDICE 1. Normalização para Desenho técnico ................................ ............................... 3 1 .1 Objectivo e importância da normalização no desenho técnico ............... 3 2. Material de Desenho ................................ ................................ ....................... 5 2 .1 Superfície de Desenho ................................ ................................ ........... 5 3. Dimensões Normalizadas ................................ ................................ ............... 6 4. Dobragem do papel ................................ ................................ ....................... 11 4 .1 Métodos de dobragem ................................ ................................ .......... 11 4.1.1 Dobragem conservando margem de fixação ................................ 11 4.1.2 Dobragem modular com cartão para fixação ................................ 12 4.1.3 Dobragem modular com folhas soltas ................................ .......... 13 5. Grupos de Traços................................ ................................ .......................... 13 5 .1 Tipos de Linhas................................ ................................ ..................... 13 5 .2 Espessuras ................................ ................................ ........................... 15 5 .3 Grupos de Traços ................................ ................................ ................. 15 5 .4 Minas a utilizar em Desenho Técnico ................................ ................... 17 5.4.1 Minas brandas ................................ ................................ .............. 17 5.4.2 Minas médias ................................ ................................ ............... 17 5.4.3 Minas duras ................................ ................................ .................. 17 6. Projecções Ortogonais ................................ ................................ .................. 17 6 .1 Projecção num plano ................................ ................................ ............ 17 6 .2 Métodos de representação das vistas ................................ .................. 18 6.2.1 Métodos do primeiro diedro (ou método Europeu) ....................... 18 6.2.2 Métodos do Terceiro diedro (ou método Americano) ................... 19 6.2.3 Métodos das Flechas Referenciadas ................................ ........... 21 6 .3 Regras práticas ................................ ................................ ..................... 21 6 .4 Escolha da vista mais conveniente ................................ ....................... 22 6 .5 Escolha da vista principal ................................ ................................ ..... 22 6 .6 Escolha de outras vistas ................................ ................................ ....... 22 6 .7 Perspectiva central ................................ ................................ ............... 23 6 .8 Perspectiva ortogonal ou perspectivas rápidas ................................ .... 24 7. Cortes e secções ................................ ................................ .......................... 25 2 MANUAL DE DESENHO TÉCNICO 8. Tipos de Desenhos................................ ................................ ........................ 28 8 .1 Desenhos de Projecto ................................ ................................ ...........28 8.1.1 Desenhos de Obra ................................ ................................ ........28 8 .2 Desenhos de Oficina ................................ ................................ ............. 30 8 .3 Desenhos de Projecto (continuação) ................................ .................... 31 8.3.1 Escalas ................................ ................................ ......................... 33 8.3.2 Legendas ................................ ................................ ...................... 33 8 .4 Desenhos de Conjunto ................................ ................................ ..........35 8.4.1 Plantas................................ ................................ .......................... 35 8.4.2 Cortes ................................ ................................ ........................... 36 8 .5 Desenhos de Pormenor ................................ ................................ ........37 8.5.1 Convenções para o desenho de armaduras ................................ .37 8.5.2 Vigas................................ ................................ ............................. 38 8.5.3 Pilares................................ ................................ ........................... 39 8.5.4 Elementos a representar nos desenhos de pormenor .................. 41 9. Bibliografia................................ ................................ ................................ .....44 5 MANUAL DE DESENHO TÉCNICO 2. Material de Desenho 2 .1 Superfície de Desenho A qualidade das superfícies de desenho é normalmente medida pela sua gramagem (isto é, peso por metro quadrado) apresentando-se sob 2 formas: em rolo ou peça (90 ou 125cm de largura) em folhas com formatos normalizados podendo ser de diversos tipos: papel opaco - pouco utilizado em desenhos definitivos pela dificuldade que coloca na reprodução de grandes formatos. papel translúcido (papel vegetal) – utilizado para desenhos definitivos pela facilidade de reprodução (cópia hel iográfica). tela – mais resistente e menos sujeito às variações de humidade e de temperatura que o papel vegetal caiu actualmente em desuso pelo seu preço elevado. plástico – utilizado em desenhos definitivos; fácil reprodução (transparente); resistente e ainda menos sujeito às variações de humidade e de temperatura que a tela ocupou o lugar que esta desempenhava há uns anos atrás; é ainda consideravelmente mais caro que o papel vegetal. papeis especiais – opacos ou translúcidos têm normalmente um aspecto acetinado devido à baixa rugosidade para melhor desempenho na utilização com traçadores de gráficos ( plotters). 6 MANUAL DE DESENHO TÉCNICO 3. Dimensões Normalizadas A Norma Portuguesa NP-48 (1968) fixa os formatos das folhas que devem ser utilizadas em Desenho Técnico. Estas pertencem à chamada série A, que tem por base o formato A0 cuja área é 1m2. Em qualquer formato da série, o lado maior da folha ( a) é igual à diagonal do quadrado construído sobre o lado menor ( b) (ver Figura 1), e a relação entre os seus lados é dada por ba 2 . Resulta destas condições que o formato A0 tem as dimensões a=1189mm, b=841mm. Figura 1 – Relação entre os lados de uma folha do formato série A Os formatos seguintes, são obtidos tomando o lado maior igual ao lado menor e o lado menor igual a metade do lado maior do formato anterior (ver Figura 2), Exemplo: 1 0 1 0 1 2 A A A A a b b a   7 MANUAL DE DESENHO TÉCNICO A0 A1 A3 A2 A5 A6 A4 Figura 2 – Obtenção de vários formatos da série A por subdivisão do formato A0 A grande diferença entre dois formatos consecutivos da série A, levou à criação de duas séries adicionais, as séries B e C, definidas pela NP-17 (1970). As dimensões dos formatos da série B são a média aritmética de dois formatos consecutivos da série A. A base do formato da série B é o B0, cujas dimensões se obtêm pela média geométrica dos formatos A 0 e 2A0. 0 0 841 1189 1000 1189 1682 1414 B B a mm b mm       Os restantes formatos da série B obtêm-se de modo semelhante aos da série A. 10 MANUAL DE DESENHO TÉCNICO O rectângulo que envolve a legenda deve ser localizado com dois dos lados sobrepostos ao canto inferior direito da esquadria, considerando a folha orientada na posição de leitura do desenho. A legenda, juntamente com a margem, não deve ter largura superior a 185 mm, de modo que, quando o desenho for dobrado, a totalidade da legenda fique no frontispício, facilitando a rápida identificação do desenho. A norma NP 204 fixa os tipos de legenda que se devem usar em desenho técnico. Figura 5 – Pormenor da legenda no canto inferior direito da folha de desenho Designação ou titulo. A designação deve referir-se ao objecto representado e ser independente do fim part icular a que se destina, com a finalidade de não restringir o campo de aplicação doZo na 1 desenho em ocasiões futuras Indicações complementares do titulo. Têm normalmente por objectivo identificar a finalidade ou o destino do desenho. Indicam, por exemplo: A entidade que encomendou o desenho, o grupo de estudos a que destina, um conjunto de desenhos de que faz parte, Zo na 2 a obra a que se destina,… Responsáveis e executantes do desenho. Inscreve-se, normalmente o tipo de responsabil idade, (Projecto, desenho, cópia, verificação, etc..) Zona 3 A data e a rubrica do responsável respectivo. Zona 4Entidade que executa ou promove a execução do desenho Entidade co-proprietária do desenho. Inscreve-se apenas no caso de o desenho nã o se desti-Zona 4a _nar à entidade executante. Número de registo do desenho. É o número com que o desenho está registado pela enti - dade executante que se indica na zona 4. É o elemento principal para identificação ou localizaçãoZo na 5 do desenho no respectivo arquivo. Zo na 6 referências ás alterações ou reedições do desenho. 11 MANUAL DE DESENHO TÉCNICO Estas alterações são, muitas vezes, indicadas por letras maiúsculas ou números. Eventualmente, nas rectângulos inferiores que existem na legenda, podem ser registadas as datas correspon dentes ás alterações indicadas nos rectângulos superiores. Indicação do desenho efectuado anteriormente, que foi feito por aquele a que corresponde a legenda. Costuma escrever-se nesta zona "substitui N", sendo N Zo na 7 o n.º de registos (zona 5) do desenho que foi substituído. Indicações de um desenho efectuado posteriormente que veio substituir aquele a que diz respeito a legenda. Costuma escrever-se "substituído por N", onde N é o número de registos do desenho que substitui o antigo. É muito importante preencher esta zona, nos desenhos Zo na 8 antigos que tenham sido substituídos, para evitar enganos. Escala ou escalas em que o desenho está executado. Quando exista mais que uma escal, indica -se a escal principal ma primeira linha em caracteres maiores e as restantes nas Zo na 9 linhas seguintes em caracteres mais pequenos. Anotações posteriores à execução. Inscrevem-se, por exemplo esclarecimentos relativos a alterações efectuadas. Firma e número de registo da entidade nova proprietária do desenho.Z on a 10 Inscreve-se quando o desenho tenha mudado de propriedade. Tabela 3 – Zonas de apresentação da legenda 4. Dobragem do papel Depois dos desenhos terminados, os papeis com formatos maiores do que A4 podem ser dobrados de modo a ficarem com as dimensões deste. 4 .1 Métodos de dobragem 4.1.1 Dobragem conservando margem de fixação Neste caso a folha tem a margem esquerda de 20 mm onde são feitos os furos para fixação. Esta margem, depois da folha dobrada deve ficar saliente. Este método não se costuma utilizar para formatos superiores a A2. 12 MANUAL DE DESENHO TÉCNICO Figura 6 - Dobragem conservando margem de fixação 4.1.2 Dobragem modular com cartão para fixação A folha é dobrada, primeiro segu ndo a vertical e depois segundo a horizontal em módulo de 210 mm x 297 mm. No canto inferior esquerdo e na face posterior da folha é colada uma tira de cartão de 295 mm x 30 mm, ficando saliente uma margem de 20 mm para os furos de fixação. Neste caso a la rgura final será de 230 mm. Figura 7 - Dobragem modular 15 MANUAL DE DESENHO TÉCNICO Nas linhas de traço interrompido os espaços devem ter dimensão entre ½ e ¼ do comprimento dos segmentos. As dimensões dos segmentos nas linhas traço interrompido deve ser proporcional ao comprimento da linha e espessura do traço adoptada. Duas notas importantes: As linhas do tipo F devem ser designadas por traço interrompido, não se devendo utilizar a designação tracejado; As linhas dos tipos B e G, apesar de se designarem traço-ponto devem ser constituídas por séries de segmentos alternadamente curtos e compridos. 5 .2 Espessuras A mesma Norma define ainda as seguintes 10 espessuras diferentes para os traços, especificadas em décimos de milímetro, que devem ser utilizadas no Desenho Técnico: 12 , 10 , 8 , 7 , 6 , 5 , 4 , 3 , 2 , 1 5 .3 Grupos de Traços Da combinação dos vários tipos de linhas e espessuras considerados, a NP-62 (1961) define os GRUPOS DE TRAÇOS que devem ser utilizados em Desenho Técnico (ver Tabela 5). 16 MANUAL DE DESENHO TÉCNICO G R U P O S D E T R A Ç O S 12 10 8 6 4 3 2 1 a 12 10 8 6 4 3 2 1 b 7 6 5 4 2 2 1 1 c 7 6 5 4 2 2 1 1 d 3 3 2 2 1 1 1 1 TI PO S D E LI N H AS e 3 3 2 2 1 1 1 1 Tabela 5 – Grupos de Traços de acordo com a NP-62 (1961) Note-se que nem todas as espessuras antes definidas são consideradas na definição dos GRUPOS DE TRAÇOS, havendo algumas espessuras que não devem ser utilizadas em linhas de traço contínuo. Por outro lado, verifica-se pela observação da mesma Tabela que os tipos de linha b e c têm, em cada grupo, a mesma espessura, o mesmo acontecendo entre os tipos de linha d e e. As indicações da Norma Portuguesa NP -62 (1961) nem sempre são fáceis de cumprir, especialmente se atendermos aos meios que sã o actualmente utilizados na execução de desenhos. Mais ainda que o respeito absoluto das indicações dadas pela NP-62, torna-se fundamental que critérios constantes sejam adoptados na escolha dos tipos de linhas e espessuras utilizados num desenho ou grupo de desenhos de um projecto. Na execução de desenhos da área da Engenharia Civil aconselha-se a utilização de espessuras de traços menores que as utilizadas na execução de, por exemplo, desenhos de construção mecânica onde as escalas são normalmente maiores (Note-se que um 17 MANUAL DE DESENHO TÉCNICO traço com 1mm de espessura num desenho à escala 1:100 representa em obra um espessura real de 10 cm). 5 .4 Minas a utilizar em Desenho Técnico 5.4.1 Minas brandas 7B, 6B, 5B, 4B, 3B, 2B e B 5.4.2 Minas médias HB e F 5.4.3 Minas duras H, 2H, 3H, 4H, 5H, 6H, 7H, 8H e 9H. 6. Projecções Ortogonais A projecção ortogonal é a forma mais utilizada no desenho industrial para a representação de peças. 6 .1 Projecção num plano A projecção de um ponto num plano é o pé da perpendicular tirada do ponto para o plano. A recta que passa pelo ponto e é perpendicular ao plano de projecção chama-se projectante. De um modo geral, a projecção de uma forma objecto/sólido sobre um plano é a figura formada pelas projecções de todos os seus pontos sobre o plano. No caso mais geral é possível defi nir 6 projecções ortogonais de um dado objecto. Estas projecções ortogonais são geralmente, designadas por vistas. 20 MANUAL DE DESENHO TÉCNICO Figura 11 – Método Americano ou método do Terceiro Diedro As seis vistas do objecto ficam dispostas como se vê na Figura 12 relativamente ao método do primeiro diedro verifica -se que há uma troca de posição dos dois alçados laterais e da p lanta com a vista por baixo. A vista posterior, tanto num como no outro método pode estar tanto à esquerda como à direita, sendo no entanto, as disposições apresentadas as mais comuns. Figura 12 – Disposição das vistas segundo o método Americano 21 MANUAL DE DESENHO TÉCNICO 6.2.3 Métodos das Flechas Referenciadas A disposição das vistas deverá ser sempre a indicada no primeiro método, mas, em certos casos excepcionais, como, por exemplo, a necessidade de arrumar o desenho num espaço limitado, as vistas podem se r representadas deslocadas da sua posição habitual. Nestes casos, todas as vistas que acompanham a vista principal devem ser referenciadas com setas e inscrições como se vê na Figura 13. Figura 13 - Métodos das Flechas Referenciadas 6 .3 Regras práticas Na prática, para se fazerem as projecções ortogonais de uma peça parte - se da vista de frente e obtêm-se as vistas contíguas supondo-se que se vai rodando, sucessivamente, o objecto de 90º como se tombasse para o lado do papel onde vai ser desenhada a vista. Notar que: As vistas alternadas (exemplo esquerda – direita, inferior - superior) são simétricas. As vistas devem corresponder horizontal e verticalmente, havendo igualdade das dimensões correspondentes em todas as vistas. 22 MANUAL DE DESENHO TÉCNICO 6 .4 Escolha da vista mais conveniente Em geral, duas ou três vistas de uma peça são suficientes para a identificar desde que sejam convenientemente escolhidas. Uma só vista não é suficiente para definir qualquer objecto, a não ser que se reco rra a certos símbolos convencionais que dão informações complementares acerca da forma da peça. Como exemplo podemos citar a representação de uma esfera ou cubo. 6 .5 Escolha da vista principal A norma NP 327 estabelece que a vista principal deve representar um objecto na sua posição de serviço, isto é, na posição que o objecto ocupa quando desempenha a função a que está destinada. Esta condição não é suficiente para a escolha da vista principal, pois um objecto na sua posição de serviço pode ser observado de qu alquer um dos seus lados. Assim considera-se que a vista principal ou de frente, deve ser a que dá o máximo de informação sobre o objecto. No caso de duas vistas igualmente elucidativas, escolher-se-á para vista principal a que não apresenta, ou apresenta menor número, de configurações ocultas. 6 .6 Escolha de outras vistas A escolha das vistas que se devem utilizar para definir um dado objecto obedece a certos critérios: Deve, sempre, representar -se o alçado principal, porque, por definição, é o mais esclarecedor sobre a forma da peça. Para além do alçado principal representam -se as vistas necessárias e suficientes para uma completa definição do objecto, isto é, par que não exista qualquer ambiguidade. 25 MANUAL DE DESENHO TÉCNICO 7. Cortes e secções Quando as linhas ocultas são em elevado número, temos vantagens em recorrer aos cortes. Escolhe-se uma superfície pela qual queremos fazer o corte e posteriormente elimina-se a parte do objecto entre a superfície de corte e o observador. Figura 18 – Peças com elevado número de linhas ocultas A linha de corte é referenciada por letras maiúscula, também é usual nomear nas mudanças de direcção, caso se justifique e não sobrecarregue muito o desenho. O corte é sempre identificado com a palavr a corte seguido das letras inseridas na linha indicadora da superfície de corte. É obrigatório a indicação do sentido de observação, que geralmente são indicadas por setas extremas, ver Figura 20, Figura 28 e Figura 29. As linhas ocultas, podem ou não ser representadas caso se julguem necessários ou não. As tramas, adoptadas na representação de zonas seccionadas de peças, devem ser constituídos por linhas a traço fino, com espaçam ento constante e proporcional à área a preencher. Nos desenhos de Engenharia Civil a utilização de tracejados não é tão comum ou rigorosa como no desenho aplicado a outras áreas da Engenharia (por exemplo o Desenho de Máquinas). É normal representar elemen tos a tracejado quando a sua representação mais completa não contribui para a clareza 26 MANUAL DE DESENHO TÉCNICO geral do desenho, quando se pretendem explicitar quaisquer cruzamentos do elemento representado com outros elementos estruturais ou na representação de elementos não estr uturais de betão simples (betão de limpeza ou betão ciclópico). Adopta -se, na maior parte dos casos, um tracejado constituído por linhas inclinadas a 45º e tenta -se evitar inclinações não paralelas aos lados existentes. A distância entre linhas depende do sentido estético de quem está a desenhar, sendo, em geral da ordem de 1 a 3 mm. A Norma Portuguesa NP -167 (1966) fixa os tracejados discriminativos a adoptar para as representações gráficas de diferentes materiais (ver Figura 19). 27 MANUAL DE DESENHO TÉCNICO Figura 19 – Tracejados discriminativos (material –Representação–Cor) No corte de secções estreitas, a superfície cortada não se traceja, enche - se a preto, e deixam-se espaços em branco caso existam peças adjacentes. 30 MANUAL DE DESENHO TÉCNICO 8 .2 Desenhos de Oficina São normalmente esquemas de montagem e desenhos de pormenorização de armaduras executados para o fabrico em série de armaduras. São muito utilizados na pré -fabricação pesada. Além dos desenhos constam normalmente de tabelas onde se indicam quantidades, tipos de aço, diâmetros, instruções de montagem, etc. (ver Figura 23). 1 2 3 4 5 5 5 Figura 22 – Exemplo de um Desenho de oficina - esquema de montagem e quadro de armaduras elementares (baseada na ISO 4066). Dimensões do formato (cm) ISO 4066 Designação do Elemento estrutural Id en tif ic aç ão Ti po d e Aç o D iâ m et ro (m m ) C om pr im en to (c m ) N úm er o de el em en to s N úm er o de v ar õe s em c ad a el em en to N úm er o To ta l C om pr im en to to ta l (c m ) Designaçã o do Formato ISO 4066 a b c d e O bs er va çõ es Viga 1 1 A400 NR 16 170 3 2 6 1020 0 0 0 170 2 A400 NR 20 445 3 2 6 2670 2 1 0 395 25 25 3 A400 NR 8 445 3 2 6 2670 2 1 0 395 25 25 4 A400 NR 16 110 3 2 6 660 1 1 0 85 25 5 A400 NR 6 90 3 18 54 4860 3 1 2 30 20 30 20 Figura 23 – Exemplo de um Desenho de oficina - esquema de montagem e quadro de armaduras elementares (baseada na ISO 4066). Por serem os mais comuns, centrar -se-á a atenção nos Desenhos de Projecto fazendo-se referência a alguns conselhos na sua execução. Note - se desde já que é de todo impossível impor normas rígidas. A tradição, a grande variedade de pormenores e situações a representar, a falta de normalização ou o desconhecimento da normalização existente por parte de quem executa ou de quem solicita e vistoria os desenhos levou a que 31 MANUAL DE DESENHO TÉCNICO se verifique uma grande diversidade nos modos de representar os elementos da construção civil. De entre as convenções utilizadas —umas mais correctas ou coerentes que as outras — algumas acabaram por se generalizar de tal modo que se torna agora complicado alterar as convenções normalmente utilizadas sob pena de se perder a clareza fundamental que as peças desenhadas devem reflectir 1. Apesar das dificuldades mencionadas é função de todas as partes envolvidas na produção e utilização de peças desenhadas (desenhadores, medidores, projectistas, directores de obra, etc.) contribuir para a constante melhoria dos documentos que fazem parte integr ante do processo de fabrico e execução de obras de Engenharia Civil. 8 .3 Desenhos de Projecto (continuação) Os desenhos de projecto contemplam geralmente dois grandes grupos de desenhos: DESENHOS DE CONJUNTO – são normalmente constituídos por PLANTAS, CORTES e MAPAS DE FUNDAÇÕES . Neles se identificam e representam as localizações de todos os elementos estruturais. DESENHOS DE PORMENOR – são, como o nome indica, os desenhos onde se representa com pormenor a geometria e as armaduras de todos os elementos estrutu rais. Estes desenhos devem ser cotados já que, na maior parte dos casos servem também como desenhos de execução. Em qualquer dos dois grupos de desenhos aparecem por vezes desenhos de detalhe ou ampliação de pormenor a maior escala, que permitem 32 MANUAL DE DESENHO TÉCNICO explicitar pormenores construtivos (são exemplos nos desenhos de conjunto os pormenores relativos à construção de juntas de dilatação, ou nos desenhos de pormenor os detalhes de montagem muito comuns principalmente na Construção Metálica. É fundamental zelar para que nos dois grupos de desenhos as identificações dos elementos estruturais seja exactamente igual. É habitual identificar os elementos estruturais por siglas constituídas por uma ou mais letras que designam o tipo de elemento e um número de ordem. Exemplos : VIGAS – V1, VC3, LF2 (Viga 1, Viga em consola 3, Lintel de fundação 2) PILARES – P1 (Pilar 1) LAJES – L1, LM3, LE1, LC2 (Laje 1 -normalmente lajes aligeiradas—, Laje maciça 3, Laje de escada 1, Laje em consola 2) (utiliza-se por vezes uma designação al ternativa em que além do número de ordem da laje se indica o piso onde esta se encontra; exemplo: L1.2 — Laje 2 do piso 1) SAPATAS - S1 (Sapata 1) Em qualquer destes grupos de desenhos é habitual aparecem quadros com informações complementares indicando os tipos de materiais utilizados, recobrimentos mínimos a cumprir ou outras disposições construtivas que se pretenda fazer respeitar (ver Figura 24), em desenhos de estruturas de Betão Armado. Figura 24 – Exemplos de quadros com informações complementares Aço A400 NR Betão B30 Recobrimento em relação às armaduras principais: 25mm 35 MANUAL DE DESENHO TÉCNICO 8 .4 Desenhos de Conjunto Temos para desenhos de conjunto de estrutura s de Betão Armado, as plantas, alçados e cortes. 8.4.1 Plantas As plantas em desenhos de Betão Armado são na realidade cortes nos entre-pisos. A representação apresentada é convencional. Na generalidade do desenho representam um corte visto de baixo para cima a uma cota ligeiramente inferior à do pavimento a representar. As escadas constituem excepção representando -se vistas de cima para baixo num plano de corte situado a cerca de 1 metro acima da cota do pavimento inferior ao representado (utiliza -se a representação adoptada em desenhos de Arquitectura). A linha de corte das escadas deve ser indicada de modo convencional representando–se a traço-ponto grosso fazendo 45º com o eixo da escada. É habitual nas plantas de Betão Armado representarem -se a traço-ponto grosso os eixos dos CORTES a representar. Representação de elementos estruturais em plantas: - Vigas – marcam-se os eixos a traço-ponto grosso; é normal indicar -se os limites (dimensões) em planta das vigas do seguinte modo: vigas aparentes – traço contínuo fino vigas invertidas – traço interrompido 36 MANUAL DE DESENHO TÉCNICO vigas embebidas – traço interrompido (para não se confundirem com as vigas invertidas adopta-se por vezes a representação apresentada ao lado) Pilares – adoptam-se duas convenções alternativas: Preenchidos se tiverem continuidade para o piso superior ou contorno a traço contínuo grosso se terminarem no piso representado Contorno a traço grosso se tiverem continuidade para o piso superior ou contorno a traço fino grosso se terminarem no piso represen tado 8.4.2 Cortes As linhas de corte são representados nas plantas a traço -ponto com indicações do tipo AA, AA’, AB, 1 -2 etc. devendo a zona a representar ser claramente identificada por intermédio de setas junto das linha de corte. Estas linhas de corte são muitas vezes linhas rectas quebradas já que os cortes devem ser efectuados em zonas notáveis do edifício (os cortes representados atravessam normalmente escadas e instalações sanitárias). Tal como nas plantas não é habitual proceder -se à cotagem sistemát ica dos cortes indicando-se por vezes as cotas dos pisos ou níveis representados utilizando linhas de referência com a seguinte convenção (ver Figura 26): 2.85 m 2.90 m a) b) 37 MANUAL DE DESENHO TÉCNICO Figura 26 – Representação de cotas de piso: a) cota do tosco; b) cota do pronto Representam-se a traço contínuo grosso (linha tipo a) as superfícies cortadas e a traço contínuo fino (linha tipo e) as superfícies que estão em vista, ver Tabela 5. Representam-se por vezes a traço interrompido fino (linha tipo b) superfícies escondidas ou pertencentes à zona retirada no corte devendo, no entanto, a sua representação ser efectuada apenas quando absolutamente necessário já que na maior parte dos casos solicitam dúvidas de interpretação e reduzem a legibilidade dos desenhos. 8 .5 Desenhos de Pormenor 8.5.1 Convenções para o desenho de armaduras Nos desenhos de pormenor é normal utilizar na representação de armaduras as convenções indicadas na Norma ISO 3766 (ver Tabela 6) Varão em vista longitudinal Vista do fim de uma amarração Varão em corte ou Varão dobrado a 90º afastando-se do observador Dobras com raio de curvatura normalizado ou Varão dobrado a 90º aproximando-se do observador Dobra com raio de curvatura indicado Agrupamento de varões (3 na fig.) Varão com amarrações por gancho Zona na qual os estribos são iguais e igualmente r 40 MANUAL DE DESENHO TÉCNICO 6Ø20 4Ø20 4Ø12 P1 P2 P3 PISO 2 PISO 3 20 20 30 30 40 30 FUNDAÇÃO PISO 1 30 30 4Ø20 cintas: Ø8//20 cintas: Ø8//20 cintas: Ø8//20 cintas: Ø8//20 Figura 27 – Exemplo de um quadro de pilares No quadro de pilares devem ser representados e identificados os varões longitudinais e os varões transversais ou cintas (para os quais deve constar o seu espaçamento). Tal como para os estribos em vigas, as cintas em pilares devem ser representadas indicando os ganchos ou cotovelos de amarração. A menos de outras disposições construtivas que o projectista deseje fazer respeitar as armaduras de cintagem devem respeitar o seguinte espaçamento máximo (smáx): 41 MANUAL DE DESENHO TÉCNICO smáx = menor dos seguintes valores3 12x o menor diâmetro dos varões longitudinais a menor dimensão do pilar 30 cm É normal acompanhar o quadro de pilares com a representação de um nó tipo explicitando o modo como deve ser efectuado o cruzamento de varões do pilar com os das vigas que nele se intersectam, as emendas de varões ou a variação de secção dos pilares, ver Figura 28. 8.5.4 Elementos a representar nos desenhos de pormenor Nas figuras seguintes esquematizam -se representações habitualmente utilizadas no desenho de outros elementos estruturais. 42 MANUAL DE DESENHO TÉCNICO Figura 28 – Exemplo do pormenor de um pilar e respectiva sapata
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