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Guias e Dicas
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Geografia bíblica, Notas de estudo de Geografia

Geografia - Geografia

Tipologia: Notas de estudo

2011
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Compartilhado em 05/03/2011

valdecir-filho-3
valdecir-filho-3 🇧🇷

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Baixe Geografia bíblica e outras Notas de estudo em PDF para Geografia, somente na Docsity! nn seas Z çs> e a E oO a 7 Caça n Yw e e PD oO e vs, ' 4 = LB Escola de Teologia do ES 7 PLANO DE AULA APOSTILADO Escola de Teologia do Espírito Santo Geografia Bíblica Estudando a geografia do livro sagrado ESUTES – Escola de Teologia do Espírito Santo 4 UNIDADE I O MUNDO DO ANTIGO TESTAMENTO ............................................................... “O estudo da Geografia Bíblica nos possibilita o entendimento de diversas passagens bíblicas que certamente sem ela, seria improvável”. .............................................................. ANTIGÜIDADE ORIENTAL As mais antigas civilizações da história surgiram na Antigüidade Oriental entre os anos 4.000 a.C. e 2.000 a.C. Foram as chamadas civilizações hidráulicas. Isso porque todas elas procuraram se instalar onde houvesse abundância de água., com a intenção de uma sobrevivência mais próspera. As Principais civilizações da Antigüidade Oriental foram: Egípcios (Vale do Nilo); Mesopotâmicos (Vale do Tigre e Eufrates); Hebreus (Vale do Jordão) fenícios (Líbano atual); Persas (Planalto do Irã); Hindus (Planície Indo-gangética); Chineses (Vales do Tang-tse e Huang Ho). Estas civilizações apresentaram características comuns como a escrita, a arquitetura monumental, a agricultura extensiva, a domesticação de animais, a metalurgia, a escultura, a pintura em cerâmica, a divisão da sociedade em classes e a religião organizada (estruturada com sacerdotes, lugares para reverenciar os deuses e assim por diante). A invenção da escrita permitiu ao homem registrar e difundir idéias, descobertas e acontecimentos que ocorriam ao seu redor. Esse avanço é responsável por grandes progressos científicos e tecnológicos que possibilitaram o surgimento de civilizações mais complexas. Exemplos de tipo de escrita: Suméria - cuneiforme (gravação de figuras com estilete sobre tábua de argila); Egito - hieroglífica (com ideogramas);Fenícia (atual Líbano) Fonético - (alfabeto). Crescente Fértil – Assim chamado, por causa de sua abrangência territorial em forma de lua crescente.Apesar da fixação dos diversos grupos humanos em áreas próximas aos rios ESUTES – Escola de Teologia do Espírito Santo 5 (abastecimento de água e comunicação) ter ocorrido em regiões distintas, a maioria das civilizações da Antigüidade se desenvolveu no Crescente Fértil. Esta área possui a forma de arco e estende-se do Vale do Jordão à Mesopotâmia, além de abrigar os rios Tigres e Eufrates. A revolução agrícola e a fixação de grupos humanos em locais determinados ocorreram simultaneamente no Crescente Fértil. Neste mesmo período outras civilizações se desenvolveram às margens dos rios Nilo (egípcia), Amarelo (chinesa), Indo e Gânges (paquistanesa e indiana). ASPECTOS ECONÔMICOS DAS CIVILIZAÇÕES Predomínio da agricultura de subsistência e de regadio, devido ao aumento das comunidades ribeirinhas que tornaram-se conhecidas como civilizações hidráulicas. Neste período, a construção de canais de irrigação que permitiam levar a água onde fosse necessária era de grande importância. Principal Atividade Cultivo de cereais. Comércio e artesanato eram atividades secundárias.Com exceção dos fenícios, dedicados predominantemente ao comércio marítimo (talassocracia no Mediterrâneo). Aspectos Sociais Predomínio da sociedade estamental; nessa, cada grupo social tem uma posição e uma função definida. A posição social é determinada pela hereditariedade. A estrutura é estática (não há mobilidade social) e hierárquica, sendo vinculada às atividades econômicas. Regime de Trabalho A maior parcela da comunidade trabalhava sob um regime de servidão coletiva . As Comunidades camponesas produziam excedentes agrícolas entregues ao Estado sob a forma de impostos (os camponeses não eram escravos já que viviam em comunidades, produziam seus próprios alimentos e construíam suas moradias). Divisão da Sociedade Soberano e aristocracia (nobres e sacerdotes); Grupos intermediários (burocratas, militares, mercadores e artesãos);Camponeses; Escravos utilizados na construção de obras públicas (obras de irrigação, templos, palácios e outros). Exceções Fenícios, sociedade de classes (hierarquia baseada na riqueza móvel); Hindus, sociedade de castas (de origem religiosa e absolutamente impermeável). O núcleo básico da sociedade oriental era a Família Patriarcal. O Patriarca (homem mais velho) era respeitado e obedecido por todos. Como líder do clã familiar exercia as funções de chefe, de juiz e de sacerdote, mantendo todos sob seu absoluto domínio. A mulher era geralmente considerada como propriedade do marido e a este deveria obedecer e chamar de ‘meu senhor. Sua função, como mulher, resumia-se a procriação e a cuidar da casa e dos filhos. A população escrava sempre foi muito numerosa entre as sociedades orientais e constituía a base de todo meio de produção, ou seja, a mão-de-obra escrava sustentava o poder econômico e político dos Estados organizados e o prestígio das classes dominantes: nobres membros das famílias reais, sacerdotes, escribas e demais funcionários civis e militares. Particularidades e diferenças dos modelos econômicos e sociais ESUTES – Escola de Teologia do Espírito Santo 6 Egito Vale do Nilo Mesopotâmia Tigre e Eufrates Sul da Ásia, Planície Indo- gangética Norte da China, o Hwang Ho Soberano e aristocracia Faraó e os sacerdotes da família real, oficiais do palácio Nobreza = família real, altos sacerdotes, oficiais reais Falta de evidências O rei, a classe aristocrática e a burocracia estatal faziam parte da nobreza guerreira Grupos intermediá- rios Sociedade relativamente aberta; habilidade + ambição = mobilidade social Clientes = cidadãos livres trabalhando para a nobreza Comércio com a Mesopotâmia, Sul da Índia e Afeganistão Artesãos/escultores comerciantes Camponeses Camponeses = servos, pequenas propriedades de terras Plebe = cidadãos livres proprietários de terras Fazendeiros plebeus (servos) Escravos Escravos eram prisioneiros de guerra; camponeses eram submetidos a recrutamento forçado tanto para serviços militares como para grupos de trabalhos escravos escravos Aspectos políticos Estado fortemente centralizado que possuía as terras e controlava a mão-de-obra. A religião justificava o poder absoluto do governante, por isto, neste período, havia predomínio das monarquias despóticas (absolutas) de caráter teocrático. Teocracia é uma forma de governo na qual a autoridade, proveniente de um Deus, é exercida por seus representantes na terra. O Egito Antigo foi um dos exemplos mais extremados de teocracia. Exceção Fenícios, organizados em cidades-estados monárquicas ou republicanas, controladas por oligarquias mercantis. Aspectos Políticos Egito Vale do Nilo Mesopotâmia Tigre e Eufrates Sul da Ásia, Planície Indo-gangética Norte da China, o Hwang Ho O Faraó; rei-deus como ditador absoluto: Teocracia Cidades-estado chefiadas por guerreiros que se tornaram reis Governo centralizado, cidades planejadas, com prédios e serviços públicos Pequenos reinos feudais posteriormente unidos pela dinastia de Zhou Monarquia centralizada e hereditária Seqüência de impérios, alguns formados por grupos locais e outros por invasores Autocracia altamente centralizada e unificação por Ch’in Longa série de dinastias familiares Número cada vez maior de códigos legais Período Dinástico, idéia da permissão dos deuses para governar Contribuições e realizações das civilizações da Antigüidade oriental Sociedade Região / Período Contribuições / Realizações ESUTES – Escola de Teologia do Espírito Santo 9 estavam associados a algum fenômeno natural. As culturas pagãs não faziam distinção alguma entre um elemento da natureza e a força por trás desse elemento. O homem antigo lutava contra as forças naturais que ele não Podia controlar, forças que poderiam ser ou benéficas ou malévolas. Chuva em quantidade suficiente garantia uma safra abundante, mas chuva em demasia destruiria essa colheita. A vida era de todo imprevisível, especialmente levando-se em conta que os deuses eram considerados como caprichosos e excêntricos, capazes de fazer o bem ou o mal. Os seres humanos e os deuses participavam do mesmo tipo de vida; os deuses tinham a mesma sorte de problemas e frustrações que os seres humanos. Este conceito chama-se monismo. .................................................. “Os seres humanos e os deuses participavam do mesmo tipo de vida; os deuses tinham a mesma sorte de problemas e frustrações que os seres humanos”. ..................................................... Desse modo, quando o Salmo 19.1 diz: "Os céus proclamam a glória de Deus e o firrmamento anuncia as obras das suas mãos", ele zomba das crenças dos egípcios e dos babilônios. Esses povos pagãos não podiam imaginar que o Universo cumprisse um plano divino total. Os egípcios também associavam seus deuses a fenômenos da natureza: Shu (ar), Rê/Hórus (Sol), Khonsu (Lua), Nut (firmamento), e assim por diante. A mesma tendência aparece na adoração hitita de Wurusemu (deusa do Sol), Taru (tempestade), Telipinu (vegetação), e diversos deuses de montanha. Entre os cananeus, El era o sumo deus do céu, Baal era o deus da tempestade, Yam era o deus do mar, e Shemesh e Yareah eram os deuses do Sol e da Lua respectivamente. Por causa desta desnorteante linha de divindades da natureza, o pagão jamais poderia falar de um "universo". Ele não fazia idéia de uma força central que a tudo une, e pela qual todas as coisas existem. O pagão acreditava viver num "multiverso". Adoração de Imagens - Outro traço comum da religião pagã era a iconografia religiosa (fabricação de imagens ou totens para adoração). Todas essas religiões adoravam ídolos; só Israel era oficialmente anicônica (isto é, não tinha imagens, não tinha nenhuma representação pictórica de Deus). O segundo mandamento proibia imagens de Jeová, como os bezerros de Arão e de Jeroboão (Êxodo 32; 1 Reis 12.26). Mas religião anicônica nem sempre era a história toda. Os israelitas adoraram ídolos pagãos enquanto na escravidão do Egito (Josué 24.14), e muito embora Deus banisse seus ídolos (Êxodo 20.1-5), os moabitas induziram-nos de novo à idolatria (Números 25.1-2). Idolatria foi a ruína dos dirigentes de Israel em diferentes períodos de sua história, e Deus finalmente permitiu que a nação fosse derrotada "por causa dos seus sacrifícios" a ídolos pagãos (Oséias 4.19). A maioria das religiões pagãs retratava seus deuses de maneira antropomórfica (isto é, como seres humanos). ........................................................ “A maioria das religiões pagãs retratava seus deuses de maneira antropomórfica,isto é, como seres humanos.” ........................................................ Na verdade, só um perito pode olhar para um retrato de deuses e de mortais babilônios e dizer quem é quem. Os artistas egípcios comumente representavam seus deuses como homens ou mulheres com cabeças de animais. Hórus era um homem com cabeça de falcão; Sekhmet era uma mulher com cabeça de leoa; Anúbis era um chacal, Hator uma vaca, e assim por diante. Os deuses hititãs podem ser reconhecidos por algum outro objeto distintivo, como um capacete com um par de chifres. Os deuses gregos também eram retratados como humanos, mas sem as berrantes características das divindades semíticas. Auto-Salvação. Qual a importância da representação dos deuses como seres humanos? Os capítulos iniciais do Gênesis dizem que Deus criou o homem à ESUTES – Escola de Teologia do Espírito Santo 10 sua imagem (Gênesis 1.27), mas os pagãos tentaram fazer deuses à sua própria imagem. Quer dizer, os deuses pagãos eram meramente seres humanos ampliados. Os mitos do mundo antigo diziam que os deuses tinham as mesmas necessidades que os seres humanos, as mesmas fraquezas e as mesmas imperfeições. Se houvesse diferença entre os deuses pagãos e os homens, era só de grau. Os deuses eram seres humanos feitos "maiores do que a vida". Com freqüência eram projeções da cidade ou da comuna. Sacrifício - A maioria das religiões pagãs sacrificava animais para acalmar seus deuses, e algumas até sacrificavam seres humanos. Visto como os adoradores pagãos criam que seus deuses possuíam desejos humanos, eles também ofereciam aos deuses ofertas de alimento e de bebida (Isaías 57.5-6; Jeremias 7.18). Os cananeus criam que os sacrifícios possuíam poderes mágicos que levavam o adorador a cair nas graças e no ritmo do mundo físico. Contudo, os deuses eram caprichosos, e por isso os adoradores às vezes ofereciam sacrifícios para garantir vitória sobre os inimigos (II Reis 3.26-27). Talvez seja por isso que os reis decadentes de Israel e de Judá consentiam nos sacrifícios pagãos (I Reis 21.25-26; II Reis 16.13). Desejavam obter ajuda mágica no combate aos babilônios e aos assírios — de preferência a ajuda dos mesmos deuses que haviam dado vitória aos seus inimigos. Amom-rá. O deus do Sol do Egito, Amom-rá era considerado o rei dos deuses. Os egípcios acreditavam que ele viajava através do céu em seu barco durante o dia, depois continuava a viagem à noite no mundo terrestre, usando um segundo barco. A mitologia egípcia também o retratava como um falcão.Na mão direita, Amen-Rê carrega um ankh (uma cruz encimada por uma argola), símbolo religioso da vida. UNIDADE II A TERRA DE CANAÃ - GEOGRAFIA NATURAL DE ISRAEL ............................................................... “O estudo da Geografia Bíblica nos possibilita o entendimento de diversas passagens bíblicas que certamente sem ela, seria improvável”. .............................................................. ESUTES – Escola de Teologia do Espírito Santo 11 A HISTÓRIA DE ISRAEL COMEÇA NO CRESCENTE FÉRTIL O Crescente Fértil, não obstante sua vital importância à História da Salvação, é um insignificante retângulo localizado na Ásia Ocidental. Encerrando uma área de 2.184.000 km , representa apenas a 234ª parte da superfície da Terra. Essa região estende-se em forma semicircular entre o Golfo Pérsico e o Sul da Palestina. A história dessa região pode ser resumida em uma série de lutas entre os habitantes das serranias e as tribos nômades do deserto. Todos queriam apossar-se dessas fertilíssimas terras. O lado oriental dessas místicas paragens serviu de berço à humanidade e de cenário à primeira civilização. Em suas grandes depressões, ascenderam e caíram os impérios dos amorreus, assírios, caldeus e persas. No Crescente Fértil, conhecido, também, como Mesopotâmia (literalmente "entre rios"), floresceram duas grandes civilizações: ao norte, a Assíria; ao Sul, a Babilônia ou ('aldeia. Os rios Tigre e Eufrates cercam esse misterioso território, ocupado, atualmente, pelo Iraque. O Jardim do Éden, segundo a narrativa bíblica, localizava-se nas nascentes de ambos os rios. Foi em Ur dos Caldeus, uma das mais progressistas e desenvolvidas cidades do Crescente Fértil, que teve início a história de Israel. Tudo começou com a chamada de Abraão, o pai do povo escolhido. Compreendendo a Geografia de Israel Uma nação paupérrima territorialmente, assim é Israel, um dos menores países do mundo. Em seu exíguo solo, entretanto, desenrolou-se todo o nosso drama espiritual. Terra mística e abençoada, serviu de berço a patriarcas, profetas, juizes, reis, sábios e justos. Guardada pelo Todo-poderoso, acolheu em seus áridos regaços o Salvador da humanidade. Não obstante suas acanhadas possessões geográficas, a Terra Santa sempre foi um pomo de discórdia entre os homens. Localizada no centro do globo, torna-se, a cada dia, mais polêmica. Todos preocupamo- nos com o seu futuro. Em seu amanhã, está o nosso porvir! Com a criação do Estado de Israel, em 1948, a herança abraâmica centrou-se, mais visivelmente, em nossos estudos escatológicos. Divisamos, no renascimento do minúsculo país semita, a aproximação da volta de Cristo. Vale a pena, portanto, conhecer a geografia das terras pisadas pelo meigo Jesus. Israel é o solo sagrado por excelência. Nomes de Israel Tanto na história sagrada, como na secular, a Terra de Israel recebeu várias designações. Cada nome por ela recebido encerra um drama vivido pelo povo de Deus. Desde a Era Patriarcal até os nossos dias, as mais variadas nomenclaturas têm sido dadas ao território israelita. Para os hebreus, entretanto, o seu sagrado solo nunca deixará de receber esse carinhoso tratamento: Terra Prometida. Canaã Após a dispersão da humanidade, ocorrida quando da construção da Torre de Babel, os descendentes de Canaã filho de Cara e neto de Noé, fixaram-se nas terras que seriam entregues a Abraão. Isso ocorreu há mais de dois mil anos antes de Cristo. Nessas paragens, conhecidas por sua fertilidade e riquezas naturais, os cananeus multiplicaram-se sobremaneira. Esse país, a partir de então, passou a ser conhecido como Canaã, o mais antigo nome do território israelita. Eis o significado literal desse nome: "habitantes de terras baixas". Tendo em vista essa etimologia, ESUTES – Escola de Teologia do Espírito Santo 14 Limites Atuais O moderno Estado de Israel limita-se ao norte, com o Líbano; a leste, com a Síria e a Jordânia; ao sul, com o Egito; e, a oeste, com o mar Mediterrâneo. De exíguas dimensões, sua área não chega a 22.000 km. Como já dissemos, é um dos menores países do mundo. No entanto, as fronteiras do território hebraico foram sobremodo alargadas durante a Guerra dos Seis Dias, ocorrida em junho de 1967. Depois desse conflito, os limites israelenses foram dilatados em aproximadamente 400 por cento. Montes Transjordânicos Estes também chamados Montes do Planalto Oriental (ou Montes de Galaada ou Gileade), igualmente podem ser agrupados nas três regiões distintas em que se dividem as terras para o oriente do Jordão. Monte de Basã Não se trata de uma certa elevação e sim de um largo e fértil conjunto montanhoso na parte norte do Planalto Oriental, limitado ao norte pelo Hermom, a leste pelo deserto da Síria e parte do deserto da Arábia, ao sul pelo Vale de Yarmuque e a oeste pelo Jordão e Mar da Galiléia. E o monte a que se refere o Salmo 68.15. Nos dias de Abraão esta parte da Transjordânia era habitada pelo povo de gigantes chamado refains, cujo último rei foi Ogue - morto pelos israelitas ainda sob o comando de Moisés - e cuja cama de ferro media cerca de 4m de comprimento por 1 ,80m de largura (Dt 3.11). Na conquista, esta região coube a meia tribo de Manassés. Monte Gileade Outro conjunto montanhoso, ao sul de Yarmuque, indo até a parte norte do Mar Morto, dividido ao meio pelo ribeiro de Jaboque. Na parte sul há uma montanha mais elevada, a qual os Árabes chamam de Jeber Jilade. Talvez este fosse o monte que deu nome a região toda; entretanto não há certeza disto. A linguagem bíblica parece que usa a designação Monte de Gileade com referência à região toda, que é um conjunto de elevações da parte central do Planalto Oriental. À esta região coube à tribo de Gade por ocasião da conquista e foi o primeiro território conquistado pelos Israelitas (Nm 21.24; Dt 2.3 6), até então dominado pelos amorreus, cujo rei era Seom. Esta foi a terra de Elias, o grande profeta de Israel (IRs 17.1). No tempo do Novo Testamento, esta parte da Transjordânia era conhecida como Peréia. Montes de Moabe Ainda que não se encontre na Bíblia uma expressão precisamente Montes de Moabe e sim “campo de Moabe” e “pais de Moabe”, o fato é que a região ocupada por moabitas ao sul da Transjordânia e ao oriente do Mar Morto é bastante montanhosa, destacando-se o conjunto mais próximo do Mar Morto, chamado “montes de Abarim” com as seguintes elevações: Nebo ou Pisga (Dt 34.1) - A cerca de 15 quilômetros a leste da foz do Jordão e por trás da Planície de Moahe, com 800m de altitude, de onde Moisés contemplou a Terra da Promessa e onde morreu (Dt 34.1-6). Alguns autores fazem distinção entre os montes Nebo e Pisga, apontando este último como um pico daquele. Peor - Este monte fica pouco a nordeste de Nebo. Do cume deste, Balaão contemplou o acampamento de Israel na planície e o abençoou pela terceira vez, quando era para ser amaldiçoado, como era o desejo de Balaque, rei de Moabe (Nm 23.28-24,25) HIDROGRAFIA DE ISRAEL A hidrografia da Palestina pode ser dividida em três partes, a saber: mares, lagos e rios. ESUTES – Escola de Teologia do Espírito Santo 15 Mares Mar Mediterrâneo - Também conhecido na Bíblia como o Mar Grande e Mar Ocidental. Este mar banha toda a costa ocidental da Palestina. É de pouca profundidade na costa palestina, assim impedindo a aproximação de navios de maior calado mesmo dos tempos antigos, razão por que o Mediterrâneo não funcionava para Israel como caminho marítimo, antes o isolava do mundo. O único porto do Mediterrâneo de que se valiam os israelitas era Jope, onde há um pequeno promontório com uma linha de arrecifes. Entretanto, devido a esses arrecifes e os bancos de areia, era de pouca procura pelos navegantes, preferindo estes os portos fenícios. Assim, do ponto de vista político-militar, o Mediterrâneo constituía para a Palestina uma vasta defesa natural de sua fronteira ocidental. Por este mar foram levados os famosos cedros do Líbano para Jope, destinados à construção do templo de Salomão em Jerusalém. Neste mar foi lançado o profeta Jonas quando fugia da missão recebida. Por suas águas navegou o apóstolo Paulo mais de uma vez em suas viagens missionárias. Neste mar ficam as ilhas referidas na Bíblia, das quais destacamos Chipre, Creta e Malta. Mar Morto - Também conhecido pelos nomes de Mar Salgado, Mar Oriental, Mar de Ló, Asfaltite (Josefo), Mar do Arabá e Mar da Planície (Dt 3. 17;Jl 2.20; II Rs 14.25). Fica na foz do rio Jordão, entre os Montes de Judá e os Montes de Moabe, na mais profunda depressão do globo. É de forma ovulada, medindo 76 quilômetros de comprimento na direção norte-sul e 17 quilômetros de largura, com o seu nível a 426m abaixo do nível de profundidade máxima que se verifica na parte norte. Na parte sudeste (na altura do terço inferior) há um promontório ou península, chamada Lisa ou língua. As suas costas são mais planas no lado ocidental e bastante acidentadas e escarpadas no lado oriental. As suas águas são as mais densas da superfície da terra, com cerca de 25% de salinidade, em razão das enormes jazidas de sal no sul e da excessiva evaporação. O fato bíblico mais importante relacionado com este mar é a destruição de Sodoma e Gomorra, cidades que, parece, tiveram lugar no sul do Mar Morto,hoje coberto por um pantanal betuminoso. O seu nome atual, Mar Morto,foi lhe dado pelos geógrafos e historiadores antigos do século II da nossa era, Pausanias (grego) e Justino (romano), devido ao aspecto triste e desolador que domina a região. Mar da Galiléia - Também conhecido pelos nomes de Mar de Quinerete (Nm 34.11), Mar de Tiberíades (Jo 21.1) e Lago de Genezaré (Lc 5.1). Na verdade trata-se de um lago de água doce formado pelo rio Jordão, mas, devido as suas dimensões avantajadas e temporais violentos que freqüentemente o agitam, as populações adjacentes o tem chamado de mar. É o segundo lago equilibrador das águas do Jordão, sendo o primeiro o de Meronm que fica 20 quilômetros ao norte. Mede aproximadamente 24 quillômetros de comprimento por l4 de largura, tendo seu nível 225m abaixo do nível do Mediterrâneo e profundidade média de 50 m. Suas águas são claras e muito piscosas. As suas margens do lado oriental são montanhosas, enquanto do lado ocidental e na direção noroeste estendem-se planícies férteis com cidades importantes, como Ca- farnaum, Corazim, Magdala, Genezaré, Betsaida, Tiberíades e outras. O clima da região, especialmente ao norte, é muito agradável, propício à lavoura e pecuária. As cidades das margens do Mar da Galiléia e as próprias praias e águas deste foram palco de acontecimentos importantes do ministério terreno de Jesus operando milagres, apaziguando a tempestade, andando sobre o mar, alimentando milhares com a multiplicação de pães, pronunciando preciosos ensinamentos (Sermão do Monte) e aparecendo aos discípulos após a ressurreição. Lagos Um único lago encontramos no território palestínico o Lago de Merom, também conhecido como Águas de Merom (Js 11.5,7), e modernamente como lago de Hulé (nome árabe). Também era formado pelas águas do Jordão, como o Mar da Galiléia, e localizava-se a 20 quilômetros ao ESUTES – Escola de Teologia do Espírito Santo 16 norte deste. O seu comprimento era de cerca de l0 quilômetros por 6 de largura, achando-se o seu nível 2 m acima do nível do Mediterrâneo e tendo de 3 a 4 de profundidade. Uma vasta região alagadiça cercava as suas margens em todas as direções onde antigamente vicejava o papiro. Foi nas proximidades deste lago que Josué ganhou uma de suas grandes batalhas contra os inimigos confederados do norte de Canaã. Hoje o lago já não existe, pois foi drenado pela engenharia israelense. Rios Os rios Palestinos são distribuídos em duas bacias hidrográficas: Bacia do Mediterrâneo e Bacia do Jordão. Bacia do Mediterrâneo a) Belus – Segundo se crê, trata-se de Sior Libnate referido em Josué 19.26. Corre a sudoeste dos termos de Asser, na direção do Mediterrâneo, despejando as suas águas na Baía de Acre, pouco ao sul da cidade de Aco (mais tarde denominada Ptolemaide e Acre). É torrente que se manifesta somente na época das chuvas, permanecendo seco o seu leito por quase dois terços do ano. É um dos chamados Wadis que são abundantes na Palestina. b) Quisom (ou Kishon) - Este é o maior rio da Bacia do Mediterrâneo e o segundo da Palestina. Nascendo das pequenas correntes de Gilboa e Tabor, Montes da Galiléia, e recolhendo outras águas da Planície de Esdraelom, corre na direção noroeste ao largo do Monte Carmelo até desaguar no Mediterrâneo, na parte sul da Baía de Acre. As suas águas são impetuosas e perigosas durante o inverno, ao passo que no verão são escassas. Foi junto deste rio que Baraque derrotou Sísera, sendo os cadáveres dos seus soldados arrastados pela corrente do mesmo (Jz 5.21), e Elias matou os profetas de Baal depois do célebre desafio no Monte Carmelo (I Rs 18.40). c) Caná - Outro wadi ou torrente dos meses de chuvas, que nasce perto de Siquém e, atravessando a Planície de Sarom, verte no Mediterrâneo sete quilômetros ao norte de Jope. É mencionado em Josué 16.8 e 17.9 como limite entre as terras de Manassés e Efraim. d) Gaás - É outro ribeiro, wadi, que atravessa a região de Sarom na direção leste-oeste e deságuam no Mediterrâneo perto de Jope. o seu nome provavelmente deve-se a um monte, não identificado, perto do qual foi sepultado o grande líder Josué (Js 24.30). Quanto às referencias bíblicas ao ribeiro, encontramos em II Samuel 23.30e 1 Crônicas 11.32. e) Sorec - Nascendo nas montanhas de Judá, a sudoeste de Jerusalém, este wadi, seguindo a direção noroeste, despeja suas águas no Mediterrâneo entre Jope e Acalom, ao norte da Filistia. Os flancos suaves do vale que ele percorre, por sinal largo e fértil, são famosos pelos vinhedos de uma espécie de uva síria muito apreciada. Segundo Juízes 14.1-5 e 16.4, nas proximidades deste rio ficava Timná, cidade de Dalila, mulher filistéia que cavou a ruína de Sansão. f) Besor - Este é o mais volumoso de todos os wadis que desembocam no Mediterrâneo. Nasce no sul das montanhas de Judá, passa ao largo de Berseba pelo lado sul desta cidade e lança-se no mar à uns oito quilômetros ao sul da cidade de Gaza. Seu nome moderno é wadi Sheriah. É mencionado nas Escrituras em I Samuel 30.1-25, no episódio da libertação dos habitantes de Ziclague das mãos dos amalequitas, por Davi e seus seiscentos homens, dos quais duzentos haviam ficado junto de Besor, cansados, para guardar a bagagem. Bacia do Jordão Jordão - Este é o rio principal da Palestina e corre na direção norte-sul, assim dividindo o país em duas partes distintas - Canaã propriamente dita e Transjordânia. Seu nome significa declive ou o que desce. o Jordão origina-se da confluência de quatro pequenos rios, a 11 quilômetros ao norte do Lago de Merom, cujas cabeceiras - menos as do primeiro - encontram-se nos flancos ocidental e meridional do Monte Hermom. São eles: Bareighit, o mais ocidental e cujas fontes não se alimentam das torrentes do Hermom. Hasbani, o mais longo - cerca de 40 quilômetros de extensão - e tem sua nascente na encosta ocidental do Hermom, a 520m de altitude. Ledan, o ESUTES – Escola de Teologia do Espírito Santo 19 Urasalim- Encontrado nas Cartas de Tel-el-Amarna escritas por volta de 1400 a.C., provavelmente é o seu nome mais antigo. Salém- É o nome mais antigo que aparece na Bíblia, já em uso nos dias de Abraão (Gn 14.18). Provavelmente trata-se de uma abreviação da palavra Jerusalém, cidade devotada a Shalém, antiga divindade semítica da paz e prosperidade. Jebus- Assim era conhecida a cidade dos jebuseus na época dos Juízes (Jz 19.10,11). Jerusalém- É o nome mais comum e que permanece até o presente. Sião- Este era o nome de um dos montes da cidade. Cidade de Davi ou Cidade do Grande Rei- Estes nomes relacionam-se como ato heróico de Davi na tomada da fortaleza, quando então a cidade foi conquistada e feita a capital do Reino de Israel (I Rs 8.1; II Rs 14.20; Sl 48.2). Cidade de Deus ou Cidade Santa- Assim chamada por estar ali o templo nacional; o local do culto centralizado (Sl 46.4; Ne 11.1). Cidade de Judá- A capital do reino de Judá, a cidade principal do reino (II Cr 25.28). Aelia Capitolina- Foi o nome dado pelo imperador romano Adriano, que a reedificou no século II d.C. Aelia em honra a Adriano, cujo primeiro nome era Aelius, e Capitolina por ter sido dedicada a Júpiter Capitolino, divindade suprema dos romanos. El-Kuds- É o nome que os árabes deram a Jerusalém. O seu significado é “a santa” Localização e Topografia Jerusalém fica situada na parte sul da cordilheira central da Palestina, ou sei a, nas montanhas de Judá, na mesma latitude do extremo norte do Mar Morto, a 21 quilômetros a oeste do mesmo e a 51 quilômetros a leste do Mediterrâneo. Está edificada sobre um promontório a 800m de altitude, subdividido em uma série de montes ou elevações. A leste do promontório fica o Vale de Josafá ou Cedrom, que separa a cidade do Monte das Oliveiras. A oeste e ao sul fica o Vale de Hinom (Gehena, gr.) que em certa época da história foi o Vale da Matança, assim chamado por causa dos sacrifícios das crianças em holocausto ao ídolo Moloque (II Rs 23.10; Jr 7.31-34) e dos fogos que ardiam constantemente, consumindo o lixo da cidade, os detritos dos holocaustos pagãos etc. Daí, por analogia, a palavra grega Gehena - que significa Vale de Hinom - veio a designar o lugar de castigo eterno dos condenados, o inferno (Mt 13.42; Mc 9.43-48). Sendo que a cidade é isolada pelos lados leste, oeste e sul do conjunto da cordilheira pelos vales já mencionados, resta apenas o lado norte suscetível ao crescimento, uma vez que por ele o tabuleiro continua ligado ao conjunto montanhoso. O aspecto geral da cidade ao tempo de Cristo apresentava uma configuração de um trapézio irregular que se alarga do sul para o norte, dividindo-se em cinco zonas ou bairros caracterizados pelas elevações do tabuleiro: Ofel, que fica a sudeste e onde havia uma antiga fortificação; Moná, a leste, onde estava edificado o templo de Salomão; Bezeta, ao norte; Acra, a noroeste; e Sião, a sudoeste. Um vale interno chamado Tiropeom, que corria mais ou menos na direção de noroeste para sudeste e sul, separava alguns desses bairros. Porém, através dos tem- pos, a superfície da cidade tem sofrido muitas alterações com os aterros deste vale, desaparecendo, assim, o antigo aspecto em que as elevações eram mais distintas. Vias de Comunicação Jerusalém sempre esteve ligada pelos quatro pontos cardeais a toda a Palestina e aos países estrangeiros. Ao norte partiam os caminhos para Samária, Galiléia, Fenícia, Síria e Mesopotâmia. A leste, desde as quatro portas orientais, convergiam os caminhos para Jericó e todo o Vale do Jordão, bem como para as estradas da Transjordânia que levavam os viajantes para a Arábia, Síria etc. Ao sul a cidade comunicava-se com Hebrom e Egito. A oeste ligava-se com Jope e os caminhos para a Filistia e Egito, bem como para a Fenícia, na direção norte. Desde os tempos de Abraão já havia caminhos cruzando a Terra de Canaã em todas as direções. Certamente nos dias dos patriarcas esses caminhos não passavam de trilhos por onde trafegavam caravanas dos ESUTES – Escola de Teologia do Espírito Santo 20 mercadores e dos pastores de rebanhos. Já nos dias de Josué, dos Juízes e da monarquia hebraica, vemos o uso de carros ferrados que certamente exigiam estradas mais definidas, embora seguindo os trilhos antigos. E no tempo dos romanos já havia até estradas pavimentadas para o deslocamento rápido de suas legiões militares. Tais noções podemos colher de Juízes 1.19; I Reis 22.31; 35.38; II Reis 23.30; Atos 8.28 etc. CIDADES E ESTRADAS DA PALESTINA A independência do Estado de Israel foi proclamada em 1948. Nesses quase 40 anos, as cidades foram-se multiplicando sobre o exíguo território israelense. Cumpre-se, dessa forma, esta maravilhosa profecia: "Eis que vêm os dias, diz o Senhor, em que o que lavra alcançará ao que se- ga, e o que pisa as uvas as que lança a semente; e os montes destilarão mosto, e todos os outeiros se deterreterão. Também trarei do cativeiro o meu povo Israel; e eles reedificarão as cidades assoladas, e nelas habitarão; plantarão vinhas, e beberão seu vinho; e farão pomares, e lhes come- rão o fruto. Assim os plantarei na sua terra, e não serão mais arrancados da sua terra que lhes dei, diz o Senhor teu Deus" (Am 9.13-15). Jericó Localiza-se no Vale do Jordão, no território entregue à tribo Benjamim. Encontra-se a 28 quilômetros de Jerusalém. O nome dessa cidade significa, segundo alguns autores, lugar de perfumes ou fragrâncias. Jericó foi a primeira cidade conquistada pelos filhos de Israel. Era famosa por suas fortificações. É considerada, ainda, uma das metrópoles mais antigas do mundo. Belém Encontrando-se a 10 quilômetros a leste de Jerusalém, é a cidade do rei Davi. Casa de pão é o que significa Belém. Pela sua posição geográfica, é uma fortaleza natural. Fica a quase 800 metros acima do nível do mar. Nessa cidade nasceram dois importantíssimos personagens: Davi, e Jesus Cristo, o Salvador do mundo. Apesar de sua importância histórica, Belém foi sempre uma aldeia insignificante. Não obstante, seus campos, ainda hoje conservam a mesma fertilidade dos tempos bíblicos. Hebrom Eis o primeiro nome dessa cidade: Quiriat Arba. Encontra-se a 32 quilômetros ao sul de Jerusalém e a mil metros acima do mar Mediterrâneo. Abraão morou em suas redondezas. Em Hebrom, foi Davi ungido rei sobre Israel. É tida, também, como a primeira cidade de Judá. Atualmente, Hebrom é uma grande cidade com mais de 40 mil habitantes, em sua maioria árabes. Eis suas principais fontes de renda: artesanatos, artefatos de cerâmica e pequenas indústrias. A agropecuária é, por enquanto, sem expressão. Jope Na distribuição de Canaã, Jope coube à tribo de Dã. Atacada várias vezes pelos filisteus, a cidade foi libertada por Davi. Mais tarde, Salomão utilizou-se de seu porto para receber cedros do Líbano, usados na construção do Templo. Hodiernamente, Jope é um grande porto israelense. Nazaré Situada em um grande monte, a 400 metros acima do nível do mar, Nazaré encontra-se a 170 quilômetros de Jerusalém. No tempo das chuvas, as encostas da cidade ficam recobertas por lindas flores. O nome dessa importante localidade significa florescer. Jesus Cristo foi criado nessa cidade. Por isso mesmo, Ele é chamado de Nazareno. Até 1948, Nazaré era controlada por muçulmanos. Mas, em 16 de julho de 1948, passou ao domínio dos israelenses. Cafarnaum ESUTES – Escola de Teologia do Espírito Santo 21 Cafarnaum foi escolhida por Jesus para ser o centro de seu ministério. Seu nome significa "aldeia de Naum". Em Cafarnaum, Jesus passou dezoito meses, realizando grandes milagres. Seus habitantes, entretanto, não receberam a mensagem de amor do Messias. E, conforme as palavras de Cristo, Cafarnaum desceu, de fato, até o inferno. Nunca mais foi edificada. Samaria A cidade, construída por Onri, pai de Acabe, encontra-se a 60 quilômetros ao Norte de Jerusalém. Situa-se a 400 metros acima do Mediterrâneo. Após o cisma israelita, Samaria passou a ser a capital do Reino de Israel. Para essa cidade, foram transportados, após o cativeiro israelita, povos estranhos que, juntamente com alguns hebreus, deram origem aos samaritanos. Mais tarde, estes causaram muitos embaraços a Esdras e a Neemias. No tempo de Jesus, ainda era grande a rivalidade entre as comunidades hebraica e samaritana. Decápolis No grego, Decápolis significa "dez cidades". Esse agregamento estava situado em espaçoso território a leste do mar da Galiléia. As cidades foram construídas por gregos, na tentativa de helenizar a região. Sofreram, entretanto, grande oposição dos judeus, principalmente da família macabéia. Eis os nomes das dez cidades, segundo Plínio: Citópolis, Damasco, Rafana, Canata, Gerasa, Diom, Filadélfia, Hipos Gadara, Pela. Essa confederação desempenhou relevante papel na propagação da cultura helena no Oriente. O evangelho encontrou, também, fértil terreno em Decápolis. Cada cidade possuía suas forças militares que, em tempo de crise, uniam-se às falanges romanas. Estradas da Palestina Costuma-se dividir em quatro grupos principais as estradas da palestina Grupo da Costa- Eram estradas que corriam paralelas à costa do Mediterrâneo, conhecidas também como Caminho da Terra dos Filisteus. Tinham a sua origem no Egito e estendiam-se até Fenícia e Síria, ao norte, onde se desviavam para oeste, na direção da Ásia Menor, e para leste, na direção da Mesopotâmia. Era um grupo composto de várias estradas com ramificações para oeste, atingindo cidades costeiras como Jope, Ptolemaida, Tiro, Sidom e outras, e também para leste, saindo um ramal de Gaza e passando por Berseba e sul da Judéia na direção da Arábia; outro de Lida para Jerusalém, Jericó e Transjordânia; e mais outro atravessando o Vale de Esdraelom, a baixa Galiléia, indo até Damasco. Este grupo, devido a sua importância internacional, era também chamado o caminho das nações. Os exércitos das grandes nações do norte, do leste e do sul da Palestina (Síria, Assíria, Babilônia e Egito) deslocavam-se por estas estradas para os seus encontros bélicos. Grupo Central- Este grupo partia do sul da Judéia, e, passando por Hebrom, Belém Jerusalém, Betel, Siquém, Samária, ia até Cafarnaum, ao norte da Galiléia, onde se entroncava com a estrada de Damasco. Também este grupo apresentava ramificações tanto para oeste como para leste, das quais as mais importantes são as seguintes: no extremo sul da Judéia uma ramificação para oeste, na direção de Gaza, indo até o Egito, e outra para leste, indo até a Arábia. Na altura de Jerusalém, uma ramificação para oeste, via Lida, indo até Jope, e outra para leste, via Jericó, atingindo a Transjordânia e entroncando-se com outro grupo de estradas na direção de Petra, para o sul, e na de Damasco, para o norte, via Peréia. Mais outra ramificação, embora não das mais antigas, ocorria na região central de Samária, na altura das cidades de Siquém e Samaria, atingindo Cesaréia para oeste e Bete-Seã (Citópolis) para nordeste, onde havia uma passagem rasa do Jordão, ou vau, entroncando-se o ramal com as estradas da Transjordânia. De Bete-Seã também partia uma ramificação para norte indo até Cafarnaum, passando pelas cidades da margem ocidental do Mar da Galiléia. E por último, em Nazaré, a ramificação na direção noroeste atingia Ptolemaida (antiga Aco, ou Acre dos franceses), no sentido leste a cidade de Bete-Seã, e para ESUTES – Escola de Teologia do Espírito Santo 24 “O estudo da Geografia Bíblica nos possibilita o entendimento de diversas passagens bíblicas que certamente sem ela, seria improvável”. .............................................................. A FAMÍLIA HEBRAICA E SEUS COSTUMES Os hebreus consideravam o casamento de origem divina e de importância básica para a vida individual, social e nacional (Gn 2.18; 1.28). Segundo o ideal divino, o casamento havia de ser monogâmico (Mt 19.1-8); a poligamia era tolerada no Antigo Testamento, porém no Novo Testamento inteiramente repudiada. O concubinato era tolerado nos casos de esterilidade da mulher legítima, mas freqüentemente também fora desta condição, especialmente entre ricos, nobres e reis (Gn 16.2; 30.3,4,9; I Sm 1.2; 25m 5.13; Jz 8.30; I Rs 11.3). A posição de concubina sempre era de uma esposa secundária, pois geralmente tratava-se de uma serva (escrava) ou prisioneira de guerra, e poderia ser despedida em qualquer tempo e sem qualquer direito a amparo (Dt 21.10-14). Entretanto, a Bíblia não esconde os males da poligamia e da concubinagem. O casamento misto era proibido em defesa da família, da tribo e da pureza da raça (Dt 7.1-4). Havia também o casamento por levirato, quando, por morte do marido que não deixava filhos, o irmão deste deveria casar-se com a cunhada viúva para suscitar descendência ao seu irmão falecido (Dt 25.5). Contrato de Casamento -- Este, geralmente, era feito por terceiros - pai do noivo, seu irmão mais velho, tio, ou algum amigo muito chegado, e só excepcionalmente pela mãe (Gn 21.21; 24.38; 34.8). Em alguns casos o próprio filho fazia a sua escolha, ficando, porém, com terceiros as negociações (Gn 34.4). Estas consistiam nas consultas quanto ao destino dos bens por força do enlace que não poderiam enfraquecer a tribo nem expor a moça ao desamparo (Nm 36); e nos acertos quanto ao dote que o noivo havia de pagar ao pai da moça (uma espécie de dádiva que compensava a perda da filha); geralmente oscilava entre 30 e 50 ciclos e selava o contrato matrimonial, mas podia ser efetuado também em forma de trabalho, como no caso de Jacó (Gn 29.15-20, 34.12; Ex 22.17; I Sm 18.25; Gn 24.22-53). O dote da concubina era o preço da compra (no caso de serva ou escrava). Os casamentos consangüíneos entre os hebreus eram proibidos (Lv 18.1-18), embora fossem comuns entre os caldeus (Gn 20.12), os egípcios, os persas e outras nações orientais. Noivado - Este era o primeiro ato do casamento, porém tão importante que somente a morte ou infidelidade podiam dissolvê-lo. Desde o momento em que o noivo entregava à noiva, ou ao representante dela, na presença de testemunhas uma moeda com a inscrição “Seja consagrada “casada” a mim” uma espécie de juramento - o jovem casal era (Rt 4.9-11; Ez 6.8) considerado casado, embora a sua vida conjugal se efetuasse só depois das núpcias (Mt 1.18) que, segundo o Talmude, poderiam ocorrer um mês depois para as viúvas e um ano depois para as virgens (no caso de Jacó durou sete anos). Durante o noivado o homem era isento do serviço militar. Depois do exílio babilônico, adotou-se o costume de lavrar um compromisso escrito. Núpcias - A festa de núpcias durava, geralmente, sete dias (Jz 14.12), prolongando-se, excepcionalmente, até catorze dias. O noivo, sendo rico, distribuía roupa nupcial aos convidados ESUTES – Escola de Teologia do Espírito Santo 25 (Mt 22.11). Saindo de sua casa, ia à casa dos pais da noiva acompanhado de amigos e vestido de sua melhor roupa, com grinalda na cabeça (Ct 3.11; Is 61.10), ao som de música e de cânticos. Quando as núpcias eram realizadas à noite, as pessoas que acompanhavam o cortejo muniam-se de tochas (lâmpadas). Recebendo a esposa na casa dos pais desta, com rosto velado, acompanhada das bênçãos paternais, o esposo a conduzia, em cortejo ainda maior, para a casa de seu pai ou para a sua própria, onde seguia-se o banquete depois do qual os noivos eram conduzidos à câmara nupcial (Mt 22.1-10; 25.1-13). Nos seis dias subseqüentes, as festas continua- vam, embora mais resumidas. A lua-de-mel legal era de um ano, durante a qual o marido estava isento das obrigações militares. Divórcio - A dissolução dos laços matrimoniais entre os hebreus era permitida como uma “necessidade calamitosa”, porém não aprovada, e mesmo repudiada já na última parte do Antigo Testamento (Dt 24.1; Mt 2.13-16). Também Jesus repudiou o divórcio, exceto no caso de adultério (Mt 19.3-9). O divórcio tinha que ser efetivado por um documento escrito, chamado carta de divórcio, entregue à mulher pelo marido (Mt 19.7), para lhe dar direito a um novo casamento. Se, porém, viesse a divorciar-se do seu segundo marido ou mesmo se este viesse a morrer; já não poderia reconciliar-se com o primeiro, uma vez que se encontrava contaminada pela coabitação com outro homem (Dt 24.4). Os Filhos - Estes eram considerados dádivas divinas, especialmente os do sexo masculino. Por isso a esterilidade era julgada como uma falta de favor de Deus. A herança era dividida somente entre os filhos do sexo masculino. As filhas recebiam a herança somente na falta de filhos herdeiros. As filhas solteiras eram sustentadas pelos irmãos até que se casassem. Seu casamento podia ocorrer somente com alguém de dentro da mesma tribo. A primogenitura era honrada e respeitada entre todos os povos orientais. O primogênito recebia a porção dobrada dos bens paternos; com a morte do pai, assumia a direção da família e as funções sacerdotais da mesma (na época anterior à adoção da lei mosaica). Quanto à educação dos filhos, o pai era obrigado a ensinar-lhes desde cedo um ofício que lhes garantisse a subsistência.(Nm 27; Dt 21.15-17). Áquila, Priscila e Paulo sabiam fabricar tendas (At 18.3). A VIDA SOCIAL HEBRAICA O Lugar da Mulher na Sociedade -- De um modo geral, os orientais dos tempos antigos relegavam a mulher à uma condição bastante inferior à do homem. Porém os hebreus asseguravam à mulher o gozo de vários direitos não encontrados nos costumes de outras nações. Entre os hebreus ela merecia lugar de honra e distinção (Pv 31.10-31). A mãe era digna das mesmas honras que se deviam ao pai (Ex 21.12; Pv. 1.8). Perante as autoridades, a mulher tinha o direito de requerer justiça (Nm 27.1; 1 Rs 3.16-18). Quanto às ocupações, quase que não existia distinção de sexo. Assim, a mulher moça pastoreava rebanhos (Gn 29.6; Ex 2.16); trabalhava nos campos (Rt 2.3) e carregava a água das fontes para o abastecimento da casa. Entretanto, as principais obrigações das mulheres eram os trabalhos domésticos, bem mais complicados e difíceis que aqueles que as mulheres têm hoje. Elas moíam o grão (Mt 24.41), preparavam as refeições (Gn 18.6; II Sm 13.8), “fiavam a lã e teciam o pano” (1 Sm 2.19). Na história do povo hebreu há também uma juíza (Jz 4.4) e pelo menos três profetisas (Ex 15.20; II Rs 22.14). Saudações -- Estas sempre eram prolongadas no Oriente. Jesus, por exemplo, mandou aos seus discípulos que a ninguém saudassem pelo caminho justamente para poupar tempo (Lc 10.4). A posição mais comum era a inclinação do corpo para a frente e com a mão direita posta no lado esquerdo do peito (Gn 23.7,12). Outra maneira usada, especialmente perante pessoas superiores, era a prostração ou inclinação até a terra (Gn 18.2; 42.6). As expressões mais comuns eram: “Paz”, “Paz seja convosco”, “Paz esteja nesta casa” (I Sm 25.6; Lc 24.36; I Cr 12.18). ESUTES – Escola de Teologia do Espírito Santo 26 Enterros e Manifestação de Luto - Constatada a morte, o corpo do falecido era lavado e enrolado com faixas ou lençóis impregnados de perfumes. Raramente eram usados esquifes ou caixões abertos. O embalsamamento não era costumeiro entre os hebreus. Embora José e Jacó tivessem sido embalsamados, sabemos, porém, que o foram pelos egípcios, que possuíam o segredo do processo. O enterro era feito no mesmo dia da morte - isto por exigência do clima quente que favorecia a decomposição rápida e também por força da lei que tornava imundo quem tocasse em um defunto (Nm 19.11-16) - acompanhado do cortejo fúnebre na seguinte ordem: as mulheres, as carpideiras (eram as lamentadoras profissionais), o defunto, os parentes e amigos mais próximos, e o povo. Os túmulos dos pobres eram simples covas no chão cobertas de terra e marcadas por uma pedra, ao passo que os sepulcros dos mais abastados eram cavados na rocha, com umas pedras grandes, redondas, à porta, para fechá-los. Os sepulcros eram geralmente localizados fora da cidade, mas também em certas regiões e épocas ficavam nos pátios das casas. O costume de caiar os túmulos era praticado para evitar a contaminação cerimonial por pisar neles. O período de luto era de sete dias, em casos excepcionais era delongado para mais (I Sm 31.13; Gn 50.1-4,10; Dt 34.8). As manifestações de luto eram variadas: o rasgar de roupas, o andar descalço, o lançar do pó na cabeça, o vestir-se de saco, o arrancar os cabelos e a barba, o lançar-se no chão, o jejuar; o choro desesperado, o andar com rosto coberto etc. (Gn 37.34; II Sm 18.3 1; 15.30; Jó 2.12; Am 8.10; Mc 5.38,39). Como demonstração de respeito filial e para a perpetuação da memória dos mortos (II Sm 18.18) costumavam os hebreus levantar “colunas” (monumentos que consistiam de uma pedra mais ou menos alongada que se fixava na terra no sentido vertical). Habitações Tendas -Este era o tipo mais primitivo de habitação palestínica e de um modo geral de todo o Oriente. A primeira referência a tendas na Bíblia temos em Gênesis 4.20. Originalmente parece que eram feitas de pele de cabra; depois evoluíram para tecido de pêlos de cabra de uma qualidade especial (de pêlo longo, escuro, muito resistente). Os tipos de tendas variavam de tempos em tempos, desde o mais primitivo - um grande pedaço de tecido retangular levantado sobre uma vara horizontal, apoiada em alguns esteios verticais, e preso pelos quatro cantos a estacas ao rés-do-chão até o mais complicado feitio octogonal, com uma ou duas colunas verticais no centro e divisões internas para dormitórios de homens, mulheres, crianças, casais, servos, sala, cozinha etc. Cabanas - Eram ranchos feitos de estacas encimando varas cobertas de ramos ou folhagens, ou mesmo de tecidos, destinados a permanência mais prolongada no local. Tabernáculo - O termo que significa simplesmente habitação e que tanto pode ser uma tenda como uma cabana. Entretanto, na Bíblia esta palavra é aplicada especificamente à tenda que durante a peregrinação dos israelitas pelo deserto servia para o culto de Deus. Era uma construção portátil de 30 côvados de comprimento por 10 côvados de largura, ou seja, aproximadamente 15m por 5m, que foi substituída pelo famoso templo de Salomão construído em Jerusalém. Aquele templo, segundo as descrições de I Reis 6 e II Crônicas 3, era algo majestoso. Porém, não sabemos se o seu tipo arquitetônico era egípcio, fenício ou algum outro. Casas -Pelas escavações arqueológicas, conclui-se que na Palestina as casas eram feitas de pedra, de tijolos e de madeira (menos Comum), dependendo do que era mais encontrado na região. Quanto ao tamanho, geralmente eram de um só cômodo e de um só andar. Os cidadãos mais abastados construíam casas de dois pavimentos com vários cômodos. Os telhados nas regiões mais quentes eram chatos e transformados em terraços, cercados de parapeitos, com acesso por ESUTES – Escola de Teologia do Espírito Santo 29 com que os hebreus já estavam familiarizados. Com a introdução de novas moedas na Palestina - de tempos em tempos - e face à exigência legal de pagamento de impostos do Templo, de ofertas e aquisição de animais para o sacrifício, surgiu o ofício de cambista, pois somente a moeda judaica podia entrar no tesouro sagrado. Como o uso e o valor das moedas variava de tempos em tempos e de país para país, toma-se muito difícil preparar um quadro exato das moedas orientais, seus valores nas diversas épocas e o seu valor correspondente nos dias presentes. Entretanto, damos, a seguir; algumas moedas e valores em curso na Palestina, principalmente nos dias do Novo Testamento. Dinheiro Shekel ou siclo - Era a unidade básica de peso entre os hebreus que servia também como padrão de valor antes da cunhagem de moedas. Seu valor-peso correspondente em gramas dependia do metal tomado como padrão. Assim, segundo o historiador Josefo, o shekel ou siclo de ouro tinha cerca de 1 6g e o de prata aproximadamente 1 4g. Já o siclo babilônico era apenas de 8g. O siclo sagrado, ou o siclo de santuário (Ex 30.13), é interpretado de várias maneiras, mas parece não tratar-se de um siclo diferente do siclo comum - que era o de prata - mas de peso padrão preservado no Tabernáculo. Óbolo ou jeira - Era submúltiplo do siclo, ou seja, a sua vigésima parte (Nm 18.16). Beca - Outro submúltiplo de siclo, era igual a 10 óbolos ou meio siclo (Ex 3 8.26). Arratel - 300 gramas. Mané - Múltiplo de siclo, valendo 50 siclos, ou cerca de 800 gramas, era também chamado mina. Talento - 3 mil siclos, aproximadamente 50 quilogramas, ou 60 minas. Moedas Cunhadas Dárico - A moeda cunhada persa mais antiga, conhecida pelos hebreus no período da restauração (Ed. 2.69), valendo, segundo John D. Davis, um dólar. Shekel ou siclo - A primeira moeda judaica cunhada (shekel e meio shekel de prata e a subdi visão em quartos de cobre, chamados leptos). Dracma - (moeda grega) e denário (moeda romana) - Ambas valiam um quarto de um shekel ou siclo. Didracma, meio siclo, era a moeda do tributo (Mt 17.2 1). Estáter - Moeda romana, igual a um siclo ou shekel judaico. Ceitil - Moeda romana, também chamada sescum, valia uma oitava parte de um as (Lc. 12.6; Mt 10.29). Dois ceitis equivaliam a um quadrante, e 4 quadrantes a um as ou asse. Pesos Segundo Levítico 19.36, os hebreus desde os tempos mais remotos de sua nacionalidade usavam pesos e medidas para avaliar o dinheiro e outros artigos comerciais. Os pesos referidos na Bíblia são os seguintes: óbolo ou jeira, shekel ou siclo, beca, arratel, mané ou mina, e talento, cujos valores já foram apreciados na primeira parte do tópico sobre o dinheiro. Medidas Medidas de Comprimento Cúbito ou côvado - A unidade principal que variava entre 45 e 55cm. Dedo ou dígito - Correspondendo à largura de um dedo; cerca de 2cm. Mão - Cerca de quatro dedos. Palmo -Aproximadamente 23cm. Vara ou cana de medir- Igual a seis côvados ou cúbitos. Braça - (medida grega) - Cerca de 2,20m (At 27.28). Estádio - (medida grega equivalente ao comprimento da pista do estádio de Olímpia, centro de competições atléticas) – Igual a 185m. Milha - (medida romana) - Equivalente a 1.500m. ESUTES – Escola de Teologia do Espírito Santo 30 Caminho de um Sábado - Correspondia a 1.000m aproximadamente, e originou-se do costume observado no deserto, junto do Sinai, de não se percorrer no sábado distância maior que a do arraial até o tabernáculo. Medida de Superfície Jeira, que, segundo Angus, “é um espaço de terra que uma junta de bois pode lavrar num dia” Evidentemente a dimensão exata da jeira não é possível de se estabelecer; mas os autores opinam em tomo de 2.500 m2. Medidas de Capacidade Para secos: Efa - Unidade padrão contendo cerca de 36 litros. Alqueire, seá ou três medidas - A terça parte de uma efa; mais ou menos 12 litros. Nota: alguns autores dão apenas 8,5 litros. Gomer ou omer - A décima parte de uma efa (Ex 16.36), cerca de 3,6 litros. Cabo ou medida - Aproximadamente 1,5 litro. Homer ou coro - 10 efas ou 360 litros. Para líquidos: Bato - A unidade básica, igual à efa: com capacidade de 36 litros (Ez 45.11). Hin - Uma sexta parte de efa: 6,6 litros. Logue - Um doze avos de um hin, ou seja, cerca de meio litro. Almude ou metreta - Igual ao bato: 36 litros. Léteque - Cinco batos: aproximadamente 180 litros. Nota: Algumas destas medidas variam de acordo com os autores e investigadores que nem sempre tiveram ao seu alcance as melhores fontes. Nesta tabela baseamo-nos em Joseph Angus e John D. Davis, considerados os melhores. CALENDÁRIO E FESTAS DE ISRAEL O Calendário Judaico Apresenta as seguintes divisões do tempo e maneiras de contá-lo: Dia - Este era contado do pôr-do-sol até o pôr-do-sol do dia seguinte (Gn 1.5), embora o termo também significasse o período da luz nas 24 horas. Quanto à subdivisão do dia, no Antigo Testamento, nota-se que o sistema de hora era desconhecido. Costumava-se dividir o dia simplesmente em períodos, com a nomenclatura seguinte: Manhã - de 6 até 10horas ou pouco mais; Calor do dia - de 10 até 14 ou 15 horas; Fresco do dia - de 15 às 18 horas. O período da noite obedecia a uma divisão em três vigílias: Primeira vigília: - de 18 horas até meia-noite; Segunda vigília: - de meia-noite às 3 horas; Terceira vigília: -de 3 às 6 horas da manhã. Já no Novo Testamento temos a seguinte subdivisão do dia: Terceira hora do dia -9 horas; Sexta hora do dia - 12 horas; Nona hora do dia - 15 horas; Décima segunda hora do dia - 18 horas. Ao passo que a.noite era dividida em quatro vigílias: Primeira vigília - de 18 às 21 horas; Segunda vigília – de 2l horas a meia-noite; Terceira vigília - de meia-noite às 3 horas, também designada pela expressão “o cantar do galo”; Quarta vigília - de 3 às 6horas, também chamada ‘a manhã” Semana - Esta era de sete dias chamados pelos ordinais - primeiro dia... etc., ainda que o sexto dia geralmente fosse denominado o dia da preparação, e o sétimo, pelo seu caráter sagrado, o sábado (descanso). Meses - A observação das fases da lua determinou a divisão do ano em doze meses ou período de 29 e 30 dias alternadamente, em cujos nomes percebe-se a raiz cananéia, bem como a babilônica: Abib (mais antigo) ou Nisã (pós-exílico) era o nome do primeiro mês correspondente ao fim de março ou começo de abril, Zife (Zive) ou lar; Sivã, Tamuz, Ab, flui. Etaním ou Tishrí, Bul (Chesvan ou Marchesvani) Kislev, Tebel, Shebat e Adar. Mas como o ano lunar retrocedia em ESUTES – Escola de Teologia do Espírito Santo 31 números de dias e assim desencontrava das estações agrícolas determinadas pelo ciclo solar; tor- nou-se necessário intercalar um mês intermediário cada três anos, ou seja, o 13º mês, denominado Ve-Adar (exatamente sete vezes em cada ciclo de 19 anos), o que levou a se adotar o ano do ciclo solar. Anos - No calendário hebreu havia o ano religioso, que começava com a Páscoa no dia do mês de Abib ou Nisã (março ou abril) e o ano civil, cujo início era assinalado com a Festa das Trombetas no dia 2 de Tishri ou Etanim (correspondendo ao final de setembro ou começo de outubro). Havia, também, de sete em sete anos um ano sabático (Ex 23.10,11) para o descanso do solo, destinação da produção espontânea para os pobres e peregrinos e cancelamento das dívidas, e o ano do jubileu, ou sela, cada 50 anos, quando todos os escravos hebreus eram libertados e as terras vendidas restituídas aos primitivos donos ou seus legítimos descendentes. Parece que isto contribuiu muito para a cultura social do povo, pois foi “O plano de Deus para evitar que a riqueza da nação fosse acumulada nas mãos de poucos” e que os irmãos de raça ficassem perpetuamente escravizados uns aos outros. As Festas de Israel Os judeus celebravam sete festas religiosas anualmente, sendo que cinco eram da época mosaica e duas de épocas posteriores. As mais importantes delas - às quais um judeu homem não podia faltar por exigência da lei - eram três: a da Páscoa, a de Pentecostes e a dos Tabernáculos (Ex 23.14-19). Elas objetivavam manter viva no coração do povo a realidade de que tudo que ele possuía ou tudo que ele era em si vinham de Deus como dádiva. Inclusive a própria fertilidade da terra e a colheita resultante eram provas da providência de Deus a favor de seu povo. Em resumo, as lições que as festas pretendiam ensinar eram as seguintes: a) Tudo provém de Deus, como proprietário que é de todas as coisas; b) A natureza produz pela providência de Deus (uma espécie de maná); c) Este Deus a quem pertencem todas as coisas e que faz a terra produzir milagrosamente é o Deus dos hebreus, que os dirige, guia e protege, com o fim de habilitá-los a desempenhar no mundo uma missão específica e messiânica. Isto também fomentava a unidade nacional indispensável. De modo que o zelo na celebração das festas expressava a consonância espiritual do coração do povo com a sua conduta, ao passo que a negligência neste sentido provava o declínio espiritual do povo e atraía sobre o mesmo pobreza, tristeza e perturbações sociais e políticas que o faziam sofrer. Entretanto, a celebração simples e formal das festas, sem os fundamentos espirituais que as deviam motivar, não era aceita por Deus (Am 5.21-27). As festas eram as seguintes: Páscoa Também chamada Festa dos Pães Asmos ou Dias dos Asmos, era celebrada de 14 a 21 do mês de Abib ou Nisã, o primeiro do ano religioso, como um memorial do livramento dos hebreus do jugo egípcio, destacando, especialmente, a passagem (este é o significado da palavra “páscoa”) do anjo que feriu os primogênitos dos egípcios, poupando, porém, os lares em cujos umbrais israelitas havia o sangue do cordeiro sacrificado na véspera. O cordeiro devia ser assado inteiro e comido com ervas amargas e com pães asmos (sem fermento). O sangue aspergido nos umbrais significava a redenção ou expiação; as ervas amargas eram alusivas à amargura do cativeiro; e os pães asmos eram o símbolo da pureza com que a festa devia ser celebrada. E como o ano começava na primavera, adicionou-se do segundo dia em diante uma significação relativa à alegria e gratidão pela colheita dos primeiros frutos da semeadura da cevada (o período das colheitas dividia-se em duas partes: da cevada e o do trigo), quando o sacerdote agitava perante o altar um molho deste cereal (Lv 23.10,11). Pentecostes Denominada também Festa das Semanas, Festa da Ceifa ou Festa das Primícias. Celebrava-se 50 dias (ou sete semanas) após a Páscoa, no 3º mês, Sivã, e durava um dia. Comemorava ESUTES – Escola de Teologia do Espírito Santo 34 servas das suas esposas, nasceram a Jacó doze filhos, cujas famílias deram origem às doze tribos de Israel. Depois de cerca de cem anos de peregrinação na Terra da Promessa, Abraão morreu aos 175 anos de idade. Seu filho Isaque, seu neto Jacó e os doze bisnetos com as respectivas famílias habitaram na mesma terra, porém sem possuí-la, durante mais ou menos 215 anos, quando a tribo de Jacó desceu para o Egito, onde já estava José, filho de Jacó, como primeiro ministro do Faraó. Nesta altura eram 70 os descendentes de Jacó em sua tribo. A área geográfica percorrida pelos três patriarcas durante as suas peregrinações na Palestina se fixava entre Siquém, Betel, Hebrom e Berseba; portanto a parte central e a do sul, próximo ao Egito. Naquela época da formação pré-tribal dos hebreus, a Palestina estava ocupada por vários povos, uns maiores, outros menores, sendo que o predominante era o cananeu. ........................................................ “A civilização hebraica, formada por pastores nômades sai da cidade de Ur dos caldeus na Mesopotâmia.” ........................................................ Durante a permanência dos israelitas (como são chamados os filhos de Israel ou Jacó) no Egito - que durou 215 anos, segundo a Septuaginta (tradução grega do Antigo Testamento) e 430 anos segundo Êxodo 12.40.- as doze tribos desenvolveram-se num grande povo que ao tempo do Êxodo deve ter chegado a cerca de três milhões de pessoas, segundo os cálculos dos entendidos. Este povo, que junto do Sinai foi constituído em nação, entrou em Canaã praticamente com o mesmo número de almas (comparar Nm 1.46 e 26.51). A área conquistada por Josué somada àquela que na Transjordânia já fora conquistada por Moisés, juntas, não representavam mais que uma sexta parte da área prometida por Deus a Abraão, que era desde o Egito até o rio Eufrates (Gn 15.18). Não foram conquistadas a Filistia, a Fenícia, a terra de Emate (Síria) nem as partes de Edom e Moabe ao sul e leste do Mar Morto. Os povos vizinhos da terra santa no tempo da conquista Além das sete nações cananéias mencionadas, Israel foi obrigado a conviver com outros povos - aguerridos, idólatras e belicistas. Essas gentes causaram muitos transtornos à progênie de Abraão. De quando em quando, violavam as fronteiras israelitas e escravizavam tribos inteiras. Eis os principais povos que sobreviveram às investidas dos exércitos de Josué: filisteus, amalequitas, midianitas, moabitas, amonitas, edomitas, fenícios e sírios. Escreve o pastor Enéas Tognini: "Estas nações e povos, que rodeavam Israel, serviam de termômetro para regular a temperatura espiritual dos filhos de Jacó: quanto mais perto de Deus andavam, mais poder tinham e seus territórios eram dilatados; afastavam-se do seu Senhor, Deus os abandonava: ficavam sem proteção: chegavam os inimigos e subjugavam o povo e conseqüentemente, se apossavam de seus territórios." A terra santa no tempo de Josué e dos Juízes Moisés morreu aos 120 anos de idade, sem introduzir os israelitas em Canaã. Essa incumbência seria entregue a um bravo e destemido general, chamado Josué. Destacando-se sempre em todas as suas missões, era o sucessor natural do grande legislador e guia espiritual dos hebreus. Sob o seu comando, os exércitos de Israel conquistaram a terra que mana leite e mel. A guerra pela posse dessas terras durou, aproximadamente, 14 anos: de 1.404 a 1.390 a.C. Durante esse período, os batalhões cananeus iam caindo um após outro. Nenhuma força militar gentílica era capaz de suportar o ímpeto dos israelitas. ESUTES – Escola de Teologia do Espírito Santo 35 Terminado o conflito, Josué procedeu à divisão das terras conquistadas. Rubem, Gade e a meia tribo de Manassés ficaram com a Transjordânia. Os territórios ocidentais foram distribuídos a estas tribos: Naftali, Aser, Zebulom, Issacar, Manassés Ocidental, Efraim, Benjamim e Dã. Judá e Simeão são contemplados com os territórios do Sul. Os levitas, segundo determinação do Senhor, não herdaram quaisquer possessões. Tribo sacerdotal, coube-lhes 48 cidades espalhadas entre os termos de seus irmãos. Registra a Bíblia o passamento de Josué: "E depois destas coisas sucedeu que Josué, filho de Num, o servo do Senhor, faleceu, sendo da idade de cento e dez anos. E se- pultaram-no no termo da sua herdade, em Timnate-Sera, que está no monte de Efraim, para o norte do Monte de Gaás. Serviu pois Israel ao Senhor todos os dias de Josué, e todos os dias dos anciãos que ainda viveram muito depois de Josué, e sabiam toda a obra que o Senhor tinha feito a Israel" (Js 24.29-31). Com o desaparecimento do grande general e de seus auxiliares, os israelitas esqueceram-se do Senhor e começaram a curvar-se ante as tolas divindades cananéias. Tamanha decadência espiritual tornou-os vulneráveis. Sem mais contarem com a proteção de Jeová, sofreram os mais impiedosos ataques dos povos vizinhos. O período dos juizes, por conseguinte, é um dos mais tristes da história hebréia. Nos termos de Israel, reinava grande anarquia. As tribos, por causa de suas diferenças internas, não conseguiam unir-se para enfrentar o inimigo comum. No entanto, quando acossados por vorazes algozes, clamavam, e o Senhor os ouvia. Misericordioso, o Todo poderoso suscitava juízes que os libertavam de seus verdugos. Mas, tão logo morria o libertador eles tornavam a cair na apostasia. E, novamente, caíam em desgraça. Esse círculo vicioso durou até a monarquia. Na era da judicatura, que durou em torno de 330 anos, quatro palavras faziam parte do dia-a-dia do povo eleito: pecado, opressão, arrependimento, e livramento. Israel teve 13 juizes. O último deles foi Samuel. Nessa época, havia muita terra a ser conquistada. Os hebreus, todavia, não completaram a tarefa iniciada por Josué. ESUTES – Escola de Teologia do Espírito Santo 36 O Reino Unido Samuel é chamado, com muita razão, de fazedor de Reis. Ele representa a transição entre a judicatura e a monarquia. Por seu intermédio, foram escolhidos os dois primeiros reis de Israel. Sua influência é tão grande que, mesmo depois de morto, seus ideais continuaram a dirigir a história israelita. Samuel foi o iniciador do Reino Unido que durou 120 anos - de 1044 a 924 a.C. Ungido pelo piedoso profeta, Saul unifica as doze tribos e inicia uma guerra de libertação. Seu objetivo: dilatar as fronteiras de Israel e destruir os temíveis filisteus. No princípio, obtém sucessos. Contudo, por causa de suas ambições, começa a infringir os mandamentos do Senhor. Saul é rejeitado. Em seu lugar é ungido Davi, filho de Jessé. O humilde pastorzinho de Judá, após derrotar o gigante Golias, alcança grande popularidade. Suas façanhas, porém, angariam-lhe o ódio e o desafeto do rei. Depois de o monarca benjamita ter tombado no campo de batalha, Davi assenta-se no trono de Israel. Nos primeiros oito anos de seu governo, reina somente sobre Judá. As outras tribos, no entanto, resolvem submeter-se ao corajoso soberano judaíta. Davi consegue aumentar suas fronteiras e derrotar os inimigos de seu povo. Em seus 40 anos de reinado, dedica- se completamente à guerra. No final de sua vida, tenta construir um templo ao Deus de Israel, mas é desestimulado pelo profeta Natã. Essa incumbência seria entregue ao seu sucessor. O reino de Salomão foi marcado por uma invejável paz interna e externa. A prosperidade era a tônica de seu governo. Com a sua proverbial e inigualável sabedoria, transforma Israel na maior potência do Oriente Médio. As nações vizinhas submetem-se ao cetro davídico. Em conseqüência de sua política expansionista e faraônica, o filho de Davi empobrece a nação israelita, principalmente as tribos da região setentrional. Tanto o Templo, como o palácio, exigiam vultosos impostos do povo, que já estava cansado de tanta opressão. E, o que dizer de seu harém que, segundo alguns estudiosos, possuía 30 mil mulheres? Isto porque, cada uma de suas 700 mulheres e 300 concubinas podia ter até 30 damas de companhia. O final de Salomão foi triste. Não obstante sua grande sabedoria e inimitável glória, desaparece entre as brumas de sua idolatria e formidáveis excessos. Sucede-lhe no trono o seu filho Roboão. Moço folgadão e tolo, não atende às reivindicações do povo. Desprezando o conselho dos assessores de seu pai, resolve oprimir ainda mais a combalida e azeda nação hebraica. Em uma demente demonstração de força, não baixa os impostos nem melhora as condições de vida de seus irmãos. O CISMA ISRAELITA Aproveitando-se dessa situação caótica, Jeroboão assume a liderança das tribos descontentes. E, assim, em 923 a.C, o Reino de Israel divide-se. As tribos de Judá e Benjamim permanecem fiéis à dinastia davídica. Entretanto, as do Norte, encabeçadas por Efraim, formam um novo reino. As duas facções, a partir de então, ficaram conhecidas, respectivamente, como Israel e Judá. Acerca do cisma israelita, escreve Antônio Neves de Mesquita: "O império, que Salomão tinha erigido com tanto gáudio, estava à beira do abismo. Não só o desprezo de Roboão às aspirações do povo constituía motivo relevante para modificação na política fiscal, mas também as sementes de discórdia interna deviam ser contornadas. A união entre as tribos fora mais fictícia que real. Havia entre o Norte e o Sul profundas desinteligências geradas pela situação favorável que os sulistas gozavam por sua proximidade com a capital política e religiosa, como também por motivo puramente geográfico. Os nortistas eram meio internacionalistas, mais frios para a religião', menos patriotas e pouco afeiçoados aos reis. Em contato direto com os fenícios, os sírios e outros povos do norte, sentiam menos as influências centralistas. Enquanto ocupava o trono um homem como Salomão, era natural que a união persistisse; depois seria difícil manter esta união e solidariedade política. Seria preciso que um grande e hábil político subisse ao poder, para manter unidos os elementos desintegralizadores. Este homem não era Roboão." ESUTES – Escola de Teologia do Espírito Santo 39 seu filho e contra sua filha; e isto por causa de suas páreas, que saíram dentre os seus pés, e por causa de seus filhos que tiver; porque os comerá às escondidas pela falta de tudo, no cerco e no aperto com que o teu inimigo te apertará nas tuas portas" (Dt 28.49-57). Prossegue o grande profeta, prevendo os sofrimentos dos judeus em suas diásporas: "E será que, assim como o Senhor se deleitava em vós, em fazer-vos bem e multiplicar-vos, assim o Senhor se deleitará em destruir-vos e consumir-vos; e desarraigados sereis da terra da qual tu passas a possuir. E o Senhor vos espalhará entre todos os povos, desde uma extremidade da terra até a outra extremi- dade da terra: e ali servirás a outros deuses que não conheceste, nem tu nem teus pais: ao pau e à pedra. E nem ainda entre as mesmas gentes descansarás, nem a planta de teu pé terá repouso: porquanto o Senhor ali te dará coração tremente e desfalecimento dos olhos, e desmaio da alma. "E a tua vida como suspensa estará diante de ti; e estremeceres de noite e de dia, e não crerás na tua própria vida. Pela manhã dirás: Ah! quem me dera ver a noite! E à tarde dirás: Ah! quem me dera ver a manhã! pelo pasmo de teu coração, com que pasmarás, e pelo que verás com os teus olhos. E o Senhor te fará voltar ao Egito em navios, pelo caminho de que te tenho dito: Nunca jamais o verás: e ali sereis vendidos por servos e servas aos vossos inimigos; mas não haverá quem vos compre" (Dt 28.63-68). Durante a sua peregrinação, Israel sofreu os mais duros revezes. Judeus foram massacrados em todas as partes do mundo. E, nos anos que precederam ao estabelecimento do moderno Estado judaico, Hitler ordenou a matança de seis milhões de israelitas. Foi o mais bárbaro crime da História. Entretanto, no final da Segunda Guerra Mundial, a nação hebraica conscientizou-se de sua peculiar situação. Somente uma pátria na Palestina, dar- lhe-ia a segurança necessária à sua sobrevivência. E, após muitas batalhas diplomáticas, o Estado de Israel começa a existir a partir de 12 de maio de 1948. Cumpria-se, assim, a profecia de Isaias: "Antes que estivesse de parto, deu à luz; antes que lhe viesse as dores, deu à luz um filho. Quem jamais ouviu tal cousa? quem viu cousas semelhantes? Poder-se-ia fazer nascer uma terra num só dia? nasceria uma nação de uma só vez? mas Sião esteve de parto e já deu á luz seus filhos" (Is 66.7,8). Desde a proclamação de sua independência, Israel tem enfrentado diversos conflitos bélicos: em 1948, a Guerra da Independência; em 1956, a Guerra de Suez; em 1967, a Guerra dos Seis Dias; em 1973, a Guerra do Yom Kippur; e, em 1982, a Guerra do Líbano. Em todos esses embates, entretanto, as forças judaicas têm saído vencedoras, porque o Senhor dos Exércitos está ao seu lado. Cumpre-se à risca, pois, este vaticínio de Amós: "E os plantarei na sua terra, e não serão mais arrancados da sua terra que lhes dei, diz o Senhor teu Deus" (Am 9.15). A nação israelense, com o seu renascimento e progresso, tem um grande significado para nós. 0 pastor Abraão de Almeida, um dos maiores especialistas em assuntos judaicos, escreve: "Com o cumprimento das profecias, Deus nos está mostrando sua fidelidade a Israel, e à Igreja, fidelidade que deve induzir todos os povos a temê-lo. Por isso, o salmista registrou: 'Tema toda a terra ao Senhor, temam-no todos os moradores da Terra, porque falou, e tudo se fez; mandou, e logo tudo apareceu. 0 Senhor desfaz o conselho das nações, quebranta os intentos dos povos. O conselho do Senhor permanece para sempre; os intentos do seu coração de geração em geração. Bem aventurada é a nação cujo Deus é o Senhor, e o povo que ele escolheu para sua herança.' Notem que o Senhor desfaz o conselho das nações, quebranta o intento dos povos. Nenhuma das muitas resoluções do Conselho de Segurança das Nações Unidas contra Israel prosperou ou prosperará, pois o Senhor frustra todas as decisões que contrariem sua Palavra. Também têm sido quebrantados os maus intentos dos inimigos de Israel, como o Egito de Nasser, a União Soviética, a OLP (Organização para a Libertação da Palestina) etc." Prossegue o pastor Abraão de Almeida: "O retorno final de Israel, a reconstrução das suas cidades antigas e o reflorestamento do país indicam que estamos vivendo nos últimos tempos. A Bíblia diz que a Palestina seria assolada até o fim (Dn 9.26), mas que, ao término do cativeiro, os israelitas reedificariam as cidades assoladas e nelas habitariam, plantariam vinhas, beberiam o seu vinho e fariam, pomares e lhes comeriam os frutos (Am 9.14)." Portanto, estejamos vigilantes, porque a volta de Cristo concretiza-se dia após dia. Que a nossa oração seja: "Paz sobre Israel!" ESUTES – Escola de Teologia do Espírito Santo 40 O que é palestina? O nome Palestina é uma Corruptela e foi primeiro usado pelos Romanos para substituir o nome Judéia após o final da repressão, independência Judaica em 135 C.E ( Era Cristã ). O nome Palestina foi ressurgido como um termo político quando a comunidade internacional, seguida da derrota da Turquia na Primeira Guerra Mundial, designou a Inglaterra como procuradora em 1920, e essa decisão foi confirmada mais tarde pela aliança em 1922. A ordem Palestina foi delineada e constituída em ordem para facilitar o estabelecimento da Palestina como casa nacional dos Hebreus, e para suas terras serem reconhecidas como casa nacional nessa região” (proveniente do preâmbulo do mandato inglês para a Palestina). Ao norte da Palestina estava a ordem Francesa na Síria, para oeste, a ordem inglesa do lraque; e ao sul estavam os Ingleses ocupando o Egito. A DIVISÃO DA PALESTINA E A GUERRA ENTRE ÁRABES E JUDEUS Os conflitos entre árabes e israelenses, como o mundo os vê hoje, começaram com a I Guerra Mundial (1914-1918). Até 1917, a Palestina possuía 26 mil quilômetros quadrados, uma população de um milhão de palestinos e 100 mil judeus e ainda se encontrava sob o domínio do Império Turco. Com a derrota dos turcos no conflito mundial, a Palestina passou para o domínio da Inglaterra. Esta se comprometeu a favorecer a criação de um "lar nacional" para os judeus na Palestina e abriu a região à emigração judaica, organizada pelo movimento sionista. Em sessão plenária da Assembléia Geral das Nações Unidas - então presidida pelo brasileiro Oswaldo Aranha - em 29 de novembro de 1947, foi aprovada, por 33 votos a favor, 13 contra e 10 abstenções, o plano de divisão da Palestina, proposto pela União Soviética e Estados Unidos. À época a Palestina já possuía uma população de 1 milhão e 300 mil palestinos e 600 mil judeus. Pelo projeto da ONU, eles seriam divididos em dois Estados: um judeu (com 57% da área) e um palestino (com 43% da área). A proposta foi rechaçada pelos países árabes. No ano seguinte, chegou ao final o acordo que concedia aos britânicos o domínio sobre a Palestina. Assim que as tropas inglesas se retiraram, foi proclamada a criação do Estado de Israel. O não reconhecimento do novo Estado pela Liga Árabe (Egito, Síria, Líbano, Jordânia) foi o estopim da Primeira Guerra Árabe-Israelense (1948-1949). O conflito foi vencido pelos judeus que estenderam seus domínios por uma área de 20 mil quilômetros quadrados (75% da superfície da Palestina). O território restante foi ocupado pela Jordânia (anexou a Cisjordânia) e Egito (ocupou a Faixa de Gaza). A guerra ocasionou a fuga de 900 mil palestinos das áreas incorporadas por Israel. Esse fato gerou o principal ponto do conflito entre árabes e israelenses: a Questão Palestina. Em 1956 explodiu a Segunda Guerra Árabe-Israelense, também conhecida como Guerra do Suez. O motivo foram os choques na fronteira Egito/Israel e a nacionalização do Canal de Suez pelos egípcios. Israel, apoiada pela França e Inglaterra, atacou o Egito e conquistou a península do Sinai. A pressão dos Estados Unidos e União Soviética, fez com que os judeus abandonassem o Sinai e recuassem até a fronteira de 1949. A península foi ocupada por uma força de paz da ONU - o exército brasileiro tomou parte desta força. APÊNDICE À UNIDADE I OS IMPÉRIOS QUE DOMINARAM O MUNDO BÍBLICO- OS IMPÉRIOS HUMANOS E A SUPREMACIA DIVINA Desde a fundação do mundo, os impérios continuam a ascender e a cair. A supremacia divina, porém, continua indelével. Prova-nos isso estar Deus no supremo comando da História. De acordo com a sua soberana vontade, vão os filhos dos homens escrevendo suas crônicas. Depois de exaltar-se e desafiar os céus, confessa Nabucodonozor poderoso rei de Babilônia: "Agora, pois, eu, Nabucodonozor, louvo, e exalço e glorifico ao rei do céu; porque todas as suas obras são ESUTES – Escola de Teologia do Espírito Santo 41 verdades; e os seus caminhos juízo, e pode humilhar aos que andam na soberba" (Dn 4.37). Veremos, a seguir, como os grandes impérios da antigüidade e mencionados na Bíblia ascenderam e caíram. Tanto em sua ascensão, como em sua queda, não nos será difícil vislumbrar a potente mão de Deus. Rapidamente, portanto, acompanharemos o nascimento, o apogeu e a queda destes impérios: Egito, Assíria, Babilônia, Pérsia, Grécia e Roma. Logo após, na terceira parte desta obra, começaremos a caminhar sobre a Terra Santa, onde desenrolou-se a maravilhosa história da salvação. Império Egípcio História do egito Não podemos datar, com precisão, quando chegaram os primeiros colonizadores aos territórios egípcios. Quanto mais recuamos no tempo, mais a cronologia torna-se imprecisa. Sabemos, contudo, que os primeiros habitantes dessa região foram nômades. Após uma vida de árduas e incômodas peregrinações, eles começaram a organizar-se em pequenos Estados. Essas diminutas e inexpressivas unidades políticas conhecidas como nomos, foram agrupando-se com o passar dos séculos, até formarem dois grandes reinos: o Alto Egito, no Sul; e, o Baixo Egito, no Norte. Ambos estavam localizados, respectivamente, no Vale do Nilo e no Delta do mesmo rio. Entre ambas as regiões havia um forte contraste. Seus deuses eram diferentes, como diferentes eram, também, seus dialetos e costumes. Até mesmo a filosofia de vida desses povos eram marcadas por visíveis antagonismos. Declara o egiptólogo Wilson: "Em todo o curso da história, essas duas regiões se diferenciaram e tiveram consciência da sua diferenciação. Quer nos tempos antigos, como nos modernos, as duas regiões falam dialetos muito diferentes e vêem a vida com perspectivas também diferentes." Sobre essa época, escreve Idel Becker: "Neste período pré- dinástico, o desenvolvimento da cultura egípcia foi, quase totalmente, autóctone e interno. Houve apenas, alguns elementos de evidente influência mesopotâmica: o selo cilíndrico, a arquitetura monumental, certos motivos artísticos e, talvez, a própria idéia da escrita. Há, nessa época, progressos básicos nas artes, ofícios e ciências. Trabalhou-se a pedra, o cobre e o ouro (instrumentos, armas, ornamentos, jóias). Havia olarias; vidragem; sistemas de irrigação. Foi-se formando o Direito, baseado nos usos e costumes tradicionais - leis consuetudinárias." A unificação do Egito Em conseqüência de suas muitas diferenças, o Alto e o Baixo Egito travaram violentas e desgastantes guerras por um longo período. Essas constantes escaramuças enfraqueciam ambos os reinos, tornando-os vulneráveis a ataques externos. Consciente da inutilidade desses conflitos, Menés, rei do Alto Egito, conquista o Baixo Egito. Depois de algumas reformas administrativas, esse monarca (para alguns historiadores, uma figura lendária) unificou o país, estabeleceu a primeira dinastia e tornou Tínis, a capital de seu vasto império. A unificação do Egito ocorreu, de acordo com cálculos aproximados, entre 3.000 a 2.780 a.C. Nesta mesma época, os egípcios começaram a fazer uso da escrita e de um calendário de 365 dias. Unificados, o Alto e Baixo Egito transformaram-se no mais florescente e poderoso império da antigüidade. Os reis iniciaram a construção das grandes pirâmides, que lhes serviu de tumba. Por causa desses arroubos arquitetônicos, receberam o apelido de "casa grande" - faraó. Então, a cultura egípcia alcançou proporções consideráveis. No final do Antigo Império, que abrange o período de 2.780 a 2.400 a.C, o poder dos faraós começou a declinar. O fim dessa era de glórias é marcado por revoltas e desordens, ocasionadas pelos governadores dos nomos. Uma febre de independência alastra-se por todo o pais. Cresce, cada vez mais, o poder da nobreza; a influência da realeza decai continuamente. Aproveitando-se desse caos generalizado, diversas tribos negróides e asiáticas invadem o país. Graças, entretanto, a intervenção dos faraós tebanos, o Egito consegue reorganizar-se, pelo menos até a agressão hicsa. A invasão dos Hicsos ESUTES – Escola de Teologia do Espírito Santo 44 porém, contra a hegemonia de Nínive. Auxiliado pelos medos, sacode de si o jugo assírio. Em 622 a.C, ele é proclamado rei, em Babilônia. Tem início, dessa forma, uma nova dinastia na Mesopotâmia. O intrépido monarca combate, sem tréguas, o exército assírio. Com a tomada de Nínive, consolida, definitivamente, a sua soberania nessa região. O novo império, entretanto, teria de se defrontar com a ambição egípcia. Neco, rei do Egito, aproveitando-se dos insucessos da Assíria, enceta uma grande campanha contra o poder emergente de Babilônia. Chega a apoderar-se, inclusive, da metade do Fértil Crescente. Seu triunfo, porém, não é duradouro. Nabucodonozor dirige-se contra o faraó e o vence em Carquemis, no ano 606 a.C. (Quando celebrava a vitória, o príncipe herdeiro de Babilônia recebe a triste notícia da morte de seu pai. Regressa, então, imediatamente à capital do novel império onde, no ano seguinte, é coroado rei. Empreendedor, dá início a gigantescas construções que fariam de seu reino, em tempo recorde, uma das maiores maravilhas do mundo. A grandeza de Babilônia A primeira tarefa de Nabucodonozor foi reconstruir Babilônia, destruída por Senaqueribe, em virtude de suas muitas rebeliões. Para conseguir o seu intento, o monarca caldeu desfechou diversas campanhas, objetivando levar para a cidade milhares de cativos para reconstruí-la. Entre outras coisas, construiu um muro em redor de Babilônia. Dizem os entendidos que se tratava, realmente, de uma formidável muralha. Visava Nabucodonozor tornar inexpugnável a capital de seu império. Humanamente falando, nenhuma potência estrangeira poderia tomá-la. Tão largos eram esses muros, que duas carruagens poderiam trafegar sobre eles tranqüilamente. O maior mérito desse empafioso soberano, entretanto, foi reedificar Babilônia. Historiadores antigos, como Heródoto, maravilharam-se ante a imponência e a grandiosidade dessa cidade. Para alguns mais exaltados, só os deuses seriam capazes de erguer tal monumento, à soberba humana, é claro. Babilônia estava edificada sobre ambas as margens do rio Eufrates. Protegia-a uma dupla muralha. De acordo com os cálculos fornecidos por Heródoto, esses muros, com 56 milhas de circunferência, encerravam um espaço de 200 milhas quadradas. Buckland, em seu Dicionário Bíblico Universal, dá-nos mais alguns detalhes acerca das grandezas babilônicas: "Nove décimas partes dessas 200 milhas quadradas estavam ocupadas com jardins, parques e campos, ao passo que o povo vivia em casas de dois, três e quatro andares. Duzentas e cinqüenta torres estavam edificadas por intervalos nos muros, que em cem lugares estavam abertos e defendidos com portões de cobre. Outros muros havia ao longo das margens do Eufrates e juntos aos seus cais. Navios de transporte atravessavam o rio entre as portas de um e de outro lado, e havia uma ponte levadiça de 30 pés de largura, ligando as duas partes da cidade. O grande palácio de Nabucodonozor estava situado numa das extremidades desta ponte, do lado oriental. Outro palácio, a admiração da humanidade, que tinha sido começado por Nabopolassar, e concluído por Nabucodonozor, ficava na parte ocidental e protegia o grande reservatório. Dentro dos muros deste palácio elevavam-se, a uma altura de 75 pés, os célebres jardins suspensos, que se achavam edificados na forma de um quadrado, com 400 pés de cada lado, estando levantados sobre arcos." Ao construir Babilônia, símbolo de sua opulência, Nabucodonozor não se esqueceu de reverenciar os falsos deuses. O Templo de Bel é um exemplo desse exagero idolátrico. Esse monumento, com quatro faces, constituía-se em uma pirâmide de oito plataformas, sendo a mais baixa de 400 pés de cada lado. Quem nos descreve essa irreverência da engenhosidade humana é o já citado Buckland: "Sobre o altar estava posta uma imagem de Bel, toda de ouro, e com 40 pés de altura, sendo também do mesmo precioso metal uma grande mesa e muitos outros objetos colossais que pertenciam àquele lugar sagrado. As esquinas deste templo, como todos os outros templos caldaicos, correspondiam aos quatro pontos cardeais da esfera. Os materiais, empregados na grandiosa construção, constavam de tijolos feitos do limo, extraído do fosso, que cercava toda a cidade." A grandiosidade de Babilônia levou Nabucodonozor a esquecer-se de sua condição humana e a julgar-se o próprio Deus. Em conseqüência disso, ele foi punido pelo Todo- ESUTES – Escola de Teologia do Espírito Santo 45 poderoso. Só reconheceu a sua exigüidade, depois de passar sete anos com as bestas feras. Babilônia e o povo de Judá Deus, sem dúvida alguma, permitiu a ascensão de Babilônia para punir a impenitência das nações do Médio Oriente. Nem mesmo Judá escaparia da ação judicial do Eterno. A tribo do rei Davi, que se convertera no Reino do Sul, em virtude do cisma israelita ocorrido em 931 a.C, perverteu a aliança mosaica. A maioria dos soberanos judeus adorou e permitiu a adoração de falsos deuses, induzindo o povo à apostasia. Não obstante a candente advertência dos santos pro- fetas, os judeus continuaram reticentes. O Senhor Deus, por isso, resolveu puni-los. Quem seria o instrumento de sua justiça? Respondem os profetas: Babilônia. Conforme já dissemos, tão logo Nabopolassar vence os últimos redutos da resistência assíria, volta-se para a Palestina, disposto a conquistá-la e aumentar o seu império. O que poderia fazer Judá para conter a avalanche babilônica? Nada; absolutamente nada. Para Jeremias, por exemplo, o fim do Reino de Judá viria inexoravelmente. O profeta, por isso mesmo, recomendou ao monarca judaíta que se submetesse ao soberano babilônico. Nabopolassar, todavia, não pôde dar consecução aos seus planos de expansão territorial, em virtude de sua morte inesperada. Caberia, por conseguinte, ao seu filho e sucessor natural, Nabucodonozor assegurar a hegemonia Babilônica no Médio Oriente. Após ser coroado, o jovem monarca volta a sua atenção à terra de Judá. Depois de vencer as forças judaicas, Nabucodonozor faz de Jeoaquim seu vassalo. O representante da dinastia davídica obriga-se a enviar a Babilônia, regularmente, vultosos impostos. Em 603 a.C, porém, o rei de Judá resolve não mais cumprir os compromissos assumidos com o regime babilônico. Irado, Nabucodonozor dirige-se a Judá e a sitia. Chega ao fim o Reino do Sul, fundado por Roboão. O monarca babilônico, ainda insatisfeito, prende o rei Joaquim, juntamente com a nobreza judaica, e o deporta para a Babilônia. Entre os exilados, encontram-se, Daniel, Sadraque, Mesaque e Abednego. Como despojo, o destemido conquistador leva consigo os vasos sagrados da Casa do Senhor. No ano seguinte, Zedequias assume o trono de Judá. Títere, seria obrigado a pagar, fielmente, tributos a Nabucodonozor. Durante oito anos, o sucessor de Joaquim mantém-se fiel a Babilônia. Em 597, porém, subleva-se, causando a destruição de Jerusalém e a deportação dos restantes filhos de Judá. Na terra desolada, ficaram apenas os pobres. O castigo de Jerusalém foi indescritível. Os exércitos de Nabucodonozor caíram como gafanhotos sobre a cidade do Grande Rei. Destruíram seus palácios, derribaram seus muros e deitaram por terra o Santo Templo. O lugar mais santo e mais reverenciado pelos hebreus não mais existia. O mais suntuoso monumento do Médio Oriente não passava, agora, de um monturo. Os judeus, doravante, anda- riam errante, por 70 anos em uma terra estrangeira e idolatra. O exílio, contudo, seria assaz benéfico à progênie de Abraão, que não mais curvar-se-ia ante os falsos deuses. O fim de Babilônia O Império Babilônico, fundado por Nabopolassar, não teve uma vida bastante longa. Em menos de um século, já emitia sinais de fraqueza e degenerescência. Enquanto isso, a coligação medo- persa fortalecia-se continuamente e se preparava para conquistar a dourada prostitura do Fértil Crescente - Babilônia. Em 538 a.C, quando Belsazar participava, juntamente com seus altos oficiais e suas prostitutas, de uma desenfreada orgia, os exércitos medo-persas tomaram Babilônia, transformando-a em uma possessão ariana. Naquela mesma noite, a propósito, o Todo- poderoso revelara, por intermédio de Daniel, quão funesto seria o fim do domínio babilônico. Dario, um dos mais destemidos e proeminentes generais de Ciro II, tomou Babilônia e matou o libertino Belsazar. Tinha início, assim, o Império Medo-persa. O Império Medo – Persa História do Império Persa ESUTES – Escola de Teologia do Espírito Santo 46 O capítulo dez de Gênesis é conhecido como a genealogia das nações. Nele, estão registrados os nomes dos principais patriarcas da raça humana. Não encontramos, porém, nessa importante porção das Sagradas Escrituras, o cadastro da ancestralidade persa. Julga-se, por isso, ter a Pérsia começado a formar-se séculos após a dispersão da Torre de Babel. A nação persa é o resultado da fusão de povos oriundos do Planalto Iraniano: cassitas, elamitas, gutitas e lulubitas. A mais antiga comunidade persa é a de Sialk. Por muitos séculos, esse povo esteve envolvido em completo anonimato. Suas alianças políticas variavam de acordo com as tendências da época. Ao aproximar-se da Média, contudo, começa a descobrir o valor de sua nacionalidade e as suas reais potencialidades. A Pérsia, durante o Império Babilônico, não passava de um Estado vassalo da Média. Ambas as nações, porém, mantinham, até certo ponto, uma convivência pacífica, em virtude de possuírem algumas heranças comuns: eram indu-européias e dedicavam-se à criação de gado cavalar. Com o passar dos tempos, todavia, os persas aumentam o seu poderio e começam a desvencilhar-se dos tentáculos medos. Ciro II consegue, em 555 a.C, reunificar as várias tribos persas. Sentindo-se fortalecido, lança-se sobre a Média. Depois de três anos de renhidas batalhas, derrota-a. A vitória desse monarca é tão retumbante, que causa espécie em toda a região. Temerosos, os reinos vizinhos reúnem-se com o objetivo de formar uma aliança para frustrar as intenções hegemônicas do novo reino. Perspicaz e oportunista, Ciro II move uma guerra generalizada contra essa coligação, abatendo-a em seu nascedouro. Em uma bem sucedida série de ataques relâmpagos, derrota a Lídia e a Babilônia. Espantadas com o ímpeto bélico desse monarca, Esparta e Atenas firmam um acordo de paz com a Pérsia. Dario encarrega-se da conquista de Babilônia. Na noite de 538 a.C. esse importante general de Ciro II, aproveitando-se da embriaguez de Belsazar e de seus nobres, conquista a mais bela e suntuosa cidade daquela época. O príncipe babilônico, conforme previra o profeta Daniel, é deposto e morto. O Todo- poderoso servira-se dos persas para contar, pesar e dividir o império fundado por Nabopolassar. Condescendente, Dario resolve poupar a vida do pai de Belsazar. Na fatídica noite da queda de seu reino, Nabonido encontrava-se em viagem, realizando (quem sabe?) escavações arqueológicas, pois deliciava-se com o estudo das coisas antigas. Desterrado para a Carcâmia, seria nomeado, posteriormente, um dos governadores regionais do novo soberano. Inicialmente, Dario foi designado, por Ciro II, para governar Babilônia. Enquanto isso, consolidava os alicerces do poderio medo-persa. É bom esclarecermos que a Média, apesar de derrotada pela Pérsia, uniu- se a esta, imediatamente, para conseguir a hegemonia do mundo de então. Ciro II, conforme já dissemos, mostrava-se tolerante com os vencidos. Procurava tratá-los com dignidade e con- sideração. Souto Maior traça o perfil desse controvertido persa: "Ciro foi, é verdade, um conquistador, porém não teve o aspecto primário dos monarcas guerreiros de sua época. Sua dominação se fazia opressiva pelas obrigações econômicas exigidas, o que aliás explica as constantes revoltas. Contudo, seu imperialismo era sem dúvida superior ao primitivismo cruel dos conquistadores assírios." Quando de sua morte, em 529 a.C, o Império Persa já abarcava infindáveis possessões. O império Persa e os Judeus Durante a dominação babilônica, os judeus não gozavam de muitas prerrogativas. Com muito custo e, enfrentando grandes dificuldades, conseguiram manter sua religião e suas tradições nacionais. Em seus 70 anos de exílio, os filhos de Abraão foram provados, aliás, dura e inumana- mente. Reconheceram, entretanto, quão amargos frutos colhiam em conseqüência de sua idolatria e que não existe outro Deus, além do Santo de Israel. Com a ascensão do Império Persa, descortinam-se-lhes novos e promissores horizontes. O Senhor usa o rei Ciro para autorizar-lhes o regresso a Sião. No primeiro ano de reinado desse ilustre soberano, os filhos de Judá são li- berados a retornar à terra de seus antepassados. A frente dos repatriados, ia o governador Zorobabel que, nos anos subseqüentes, seria o principal baluarte da reconstrução do nosso Estado Judaico. Não fosse a liberalidade de Ciro, tratado por Deus como "meu servo", os judeus não ESUTES – Escola de Teologia do Espírito Santo 49 logo que tivesse tomado Tiro, marcharia contra ele, com todo o seu exército, para ensinar-lhe, e a todos, a quem é que se devia guardar um juramento. Atacou Tiro com tanta força, que dela logo se apoderou; depois de ter regularizado todas as coisas, foi sitiar Gaza onde Bahémes governava em nome do Rei da Pérsia. "Voltemos, porém, a Sanabaleth. Enquanto Alexandre ainda estava ocupado do cerco de Tiro, ele julgou que o tempo era próprio para realizar seu intento. Assim, abandonou o partido de Dario e levou oito mil homens a Alexandre. O grande príncipe recebeu-o muito bem; disse-lhe então ele que tinha um genro de nome Manassés, irmão do Grão- Sacrificador dos judeus, que vários daquela nação se tinham juntado a ele pelo afeto que ele lhes tinha e que ele desejava construir um templo perto de Samaria; que S. Majestade disso poderia tirar grande vantagem, porque assim dividiria as forças dos judeus e impediria que aquela nação pudesse se revoltar por inteiro e causar-lhe dificuldades, como seus antepassados tinham dado aos reis da Síria. Alexandre consentiu no seu pedido; mandou que se trabalhasse com incrível diligência na construção do templo e constituiu Manassés Grão-Sacrificador; Sanabaleth sentiu grande alegria por ter granjeado tão grande honra aos filhos que ele teria de sua filha. Morreu, depois de ter passado sete meses junto de Alexandre no cerco de Tiro e dois no de Gaza. Quando este ilustre conquistador tomou esta última cidade, avançou para Jerusalém e o Grão-Sacrificador Jaddo, que bem conhecia a sua cólera contra ele, vendo-se com todo o povo em tão grave perigo, recorreu a Deus, ordenou orações públicas para implorar o seu auxílio e ofereceu-lhe sacrifícios. Deus apareceu-lhe em sonhos na noite seguinte e disse-lhe para espalhar flores pela cidade, mandar abrir todas as portas e ir revestido de seus hábitos pontificais, com todos os sacrificadores, também assim revestidos e todos os demais, vestidos de branco, ao encontro de Alexandre, sem nada temer do soberano, por que ele os protegeria. "Jaddo comunicou com grande alegria a todo o povo a revelação que tivera e todos se preparam para esperar a vinda do rei. Quando se soube que ele já estava perto, o Grão-Sacrificador, acompanhado pelos outros sacrificadores e por todo o povo, foi ao seu encontro, com essa pompa tão santa e tão diferente da das outras nações, até o lugar denominado Sapha, que, em grego, significa mirante, porque de lá se podem ver a cidade de Jerusalém e o templo. Os fenícios e os caldeus, que estavam no exército de Alexandre, não duvidaram de que na cólera em que ele se achava contra os judeus ele lhes permitiria saquear Jerusalém e daria um castigo exemplar ao Grão-Sacrificador. Mas aconteceu justamente o contrário, pois o soberano apenas viu aquela grande multidão de homens vestidos de branco, os sacrificadores revestidos com seus paramentos de Unho e o Grão-Sacrificador, com seu éfode, de cor azul, adornado de ouro, e a tiara sobre a cabeça, com uma lâmina de ouro sobre a qual estava escrito o nome de Deus, aproximou-se sozinho dele, adorou aquele augusto nome e saudou o Grão-Sacrificador, ao qual ninguém ainda havia saudado. Então os judeus reuniram-se em redor de Alexandre e elevaram a voz, para desejar-lhe toda sorte de felicidade e de prosperidade. Mas os reis da Síria e os outros grandes, que o acompanhavam, ficaram surpresos, de tal espanto que julgaram que ele tinha perdido o juízo. Parmênio, que gozava de grande prestígio, perguntou-lhe como ele, que era adorado em todo o mundo, adorava o Grão- Sacrificador dos judeus. Não é a ele, respondeu Alexandre, ao Grão-Sacrificador, que eu adoro, mas é a Deus de quem ele é ministro. Pois quando eu ainda estava na Macedônia e imaginava como poderia conquistar a Ásia, ele me apareceu em sonhos com esses mesmos hábitos e me exortou a nada temer; disse-me que passasse corajosamente o estreito do Helesponto e garantiu- me que ele estaria à frente de meu exército e me faria conquistar o império dos persas. Eis por que, jamais tendo visto antes a ninguém revestido de trajes semelhantes aos com que ele me apareceu em sonho, não posso duvidar de que foi por ordem de Deus que empreendi esta guerra e assim vencerei a Dario, destruirei o império dos persas e todas as coisas suceder-me-ão segundo meus desejos. "Alexandre, depois de ter assim respondido a Parmênio, abraçou o Grão- Sacrificador e os outros sacrificadores, caminhou depois no meio deles até Jerusalém, subiu ao templo, ofereceu sacrifícios a Deus da maneira como o Grão-Sacrificador lhe dissera que devia fazer. O soberano Pontífice mostrou-lhe em seguida o livro de Daniel no qual estava escrito que ESUTES – Escola de Teologia do Espírito Santo 50 um príncipe grego destruiria o império dos persas e disse-lhe que não duvidava de que era ele de quem a profecia fazia menção. "Alexandre ficou muito contente; no dia seguinte, mandou reunir o povo e ordenou-lhe que dissesse que favores desejava receber dele. O Grão-Sacrificador respondeu-lhe que eles lhe suplicavam permitir-lhes viver segundo suas leis, e as leis de seus antepassados e isentá-los no sétimo ano, do tributo que lhe pagariam durante os outros. Ele concedeu-lho. Tendo-lhe, porém, eles pedido que os judeus que moravam na Babilônia e na Média, gozassem dos mesmos favores, ele o prometeu com grande bondade e disse que se alguém desejasse servir em seus exércitos ele o permitiria viver segundo sua religião e observar todos os seus costumes. Vários então alistaram-se." Após a morte de Alexandre Magno, como já dissemos. O Império Grego foi dividido entre quatro generais: Lísimaco, Cassandro, Ptolomeu e Seleuco. Ambiciosos, auto-coroaram-se e trataram de solidificar seus reinos. Seus interesses entrechocaram-se muitas vezes, ocasionando violentas escaramuças. Esses potentados subsistiram até a ascensão do Império Romano. Deter-nos-emos, entretanto, apenas nas crônicas ptolomaicas e selêucidas, por causa de seu relacionamento com os filhos de Israel. Os Ptolomeus Sob a égide dos Ptolomeus, experimenta o Egito um grande progresso. Em virtude de sua formidável e ágil frota, torna-se o mais poderoso reino grego. Não obstante as guerras e a política agressiva da Síria, consegue manter sua supremacia até o Século II a.C. Quando da ascensão da dinastia ptolomaica, havia, na mais florescente cidade egípcia - Alexandria - uma grande colônia judaica. Complacentes e liberais, os ptolomeus permitiram aos dispersos de Judá o cultivo de suas tradições e a adoração de Jeová. Tão magnânimos eram esses soberanos que, inclusive, incentivavam os judeus a continuar a praticar os ritos mosaicos. Ptolomeu Filadelfo, por exemplo, encomendou aos eruditos hebreus a tradução do Antigo Testamento em língua grega. Essa versão, composta em primoroso e escorreito grego, é conhecida como a Septuaginta. Em Alexandria, ainda, os dispersos filhos de Abraão foram autorizados a construir um templo para perpetuar o nome do Santo de Israel. Ventos de destruição e morte, entretanto, acabariam com a bonança da progressista comunidade judaica egípcia. Tudo aconteceu com a ascensão de Ptolomeu IV. Esse soberano, conhecido também como Filopator, encetou uma campanha militar de grande envergadura contra Antíoco, o Grande, com o objetivo de reconquistar a Palestina. Depois de derrotar os sírios e entrar triunfalmente em Jerusalém, começou a urdir perigoso e sacrílego plano: entrar no Santo Templo. Descobrindo-lhe o intento, os judeus puseram-se à porta da Casa do Senhor e, com incontido fervor, começaram a gritar e a protestar contra essa ignominiosa intenção. Severamente pressionado, Filopator contém-se e não entra no santuário- maior do povo israelita. Todavia, a partir daquele momento, devota-lhe incontrolável ódio. De volta ao Egito, começa a perseguir os judeus e, conseqüentemente, a perder o importante respaldo político da comunidade israelita plantada em solo egípcio. Dessa época em diante, o reino ptolomaico começa a perder a sua importância. O cenário político do Oriente Médio, doravante, seria dominado pela Síria. Os Selêucidas A Síria experimentou grande progresso sob o reinado dos selêucidas. Com o seu poderoso exército, fez aguerrida oposição às intenções hegemônicas dos ptolomeus. No período inter- testamental, influiu, grandemente, na política do Oriente Médio. E, por causa de suas intenções de helenizar a região, principalmente a Judéia, tornou-se grande opositora da nação de Israel. O império selêucida recebe o nome de seu primeiro soberano. Após a morte de Alexandre Magno, o audaz e ambicioso Seleuco estabelece poderoso reino na Síria. Os três primeiros monarcas selêucidas mantiveram trato amigável com os judeus. Antíoco III, por exemplo, não obstante suas intenções de anexar a Palestina, é aclamado como libertador pelos filhos de Israel. Seus ímpetos expansionistas são refreados, todavia, por Roma. Antíoco III é substituído pelo seu filho, Antíoco ESUTES – Escola de Teologia do Espírito Santo 51 Epífanes. Movido por incontrolável ódio, perseguiu violentamente os judeus. Qual o motivo de sua inexplicável ira? Segundo Flávio Josefo, ele foi levado a agir de forma tão insana ao ver frustrado o seu plano de helenizar a Judéia. Encarnando o próprio Diabo, esse contumaz e demente soberano entrou em Jerusalém e profanou o santo Templo. No lugar santíssimo, sacrificou uma porca. Os judeus, entretanto, não se conformam. Sob a liderança dos Macabeus, rebelaram-se e humilharam o agressor. A revolta macabéia é uma das mais belas páginas da nação judaica. Fim do Império Grego Esfacelado e arruinado por disputas intestinas, chegou ao fim o glorioso Império Grego. Em seu lugar, levanta-se o terrível e assombroso animal, visto por Daniel séculos antes. O Império Romano, de acordo com a visão do santo profeta, seria diferente de todos os outros - conquistaria, esmagaria. Qual desamparada virgem, a nação de Israel sentiria, também, quão férreas e afiadas são as garras de Roma. O Império Romano História do Império Romano Enquanto Alexandre Magno conquistava o Oriente e esmagava o até então invencível poderio persa, um outro império começava a despertar e a incomodar o mundo. Fundada por Rômulo e Remo, provavelmente, e de início humilde e até desprezível, Roma vai ampliando com vagar seus raios de influência. No Século III a.C, já é senhora de toda a península itálica.Roma, habitada por indo-europeus, que, em levas sucessivas, fixaram-se em seu território miscigenando-se aos etruscos, gregos e gauleses, ela não pára de expandir-se. Durante a Primeira Guerra Púnica (264- 241 a.C.), os romanos venceram os cartagineses e apossaram-se das ilhas sicilianas. Sentindo-se fortalecidos, eles anexam a Córsega e a Sardenha e derrotam os gauleses no Vale do Pó. Nas duas últimas guerras púnicas, Roma derrota o brilhante general cartaginês, Aníbal, e põe término a grandeza incômoda de Cartago. Netta Kemp de Money explica as conseqüências desses primeiros sucessos romanos: "Estas guerras lançaram as sementes da conquista da bacia oriental, posto que Filipe V da Macedônia havia ajudado a Aníbal; e Antíoco, o Grande, da Síria, lhe havia concedido asilo depois de sua derrota. Filipe foi vencido e os esforços de seu filho Perseu, para vingar a derrota, fracassaram. Diante desta demonstração de poder de Roma, quase todos os príncipes do Oriente optaram por reconhecer sua supremacia e aliar-se com a potência superior. Antíoco, o Grande, havia sonhado com a conquista da Grécia, porém, foi vencido pelos romanos na batalha de Magnésia, e a seu neto, Antíoco Epífanes, que se havia proposto agregar o Egito e seus domínios, bastou uma repressão de Roma para que desistisse. Houve uma ou outra escaramuça depois dos meados do século segundo antes de Cristo, porém, desde aquela época, todo o mundo teve de reconhecer a supremacia da república romana." O legado do Império Romano Os gregos legaram-nos a base da sociedade ocidental. Os romanos, sua estrutura. Pragmáticos e administradores por excelência, deixaram-nos colossal monumento jurídico esculpido em sua experiência privada e pública. Souto Maior, em sua História Universal, diz-nos como os romanos fizeram suas leis: "O direito romano foi um dos legados mais importantes deixados por Roma às civilizações que lhe sucederam. O antigo direito consuetudinário, isto é, baseado no uso e nos costumes, passou a ser direito escrito com a Lei das 12 Tábuas, que é considerada a mais antiga lei romana. "O sistema jurídico dos romanos resultou não somente da necessidade de governar os diferentes povos dos países conquistados mas, também, da natural substituição de antigos costumes por certos princípios gerais que se foram condensando através dos editos dos pretores. "Os pretores eram magistrados encarregados da administração da justiça. No começo de sua gestão, o pretor comumente promulgava um edito, estabelecendo os princípios que iriam orientar os seus julgamentos: embora geralmente os pretores apenas repetissem o que já estava ESUTES – Escola de Teologia do Espírito Santo 54 Depois de séculos de sanguinolência e devassidão, permissividade e térrea tirania, chega ao fim o "inexpugnável" Império Romano. A imoralidade e a inebriante luxaria tiraram do povo romano sua fibra e coragem. Enquanto isso, os inimigos de Roma fortaleciam-se e preparavam-se para deitá-la por terra. Em 476 d.C, os bárbaros invadiram Roma. Desapareceu, assim, o mais extenso e poderoso reino humano! No entanto, segundo profetizou Daniel, esse império ressurgirá com grande poder. Sua duração, porém, será curta. 0 Rei dos reis e Senhor dos senhores encarregar-se- á de destruí-lo Atual mapa de Israel O oriente médio na atualidade Elcio E dO feud a ESUTES - Escola de Teologia do Espírito Santo [ode Ee ige Tçe o 55 ESUTES – Escola de Teologia do Espírito Santo 56 BIBLIOGRAFIA • RONIS, Osvaldo – Geografia Bíblica, sob o enfoque histórico e étnico – 3ª. Ed. Rio de Janeiro, JUERP, 1999. • MESQUITA, Antonio Neves de – Povos e nações do mundo antigo: uma história do Velho Testamento – 6ª. Ed. Rio de janeiro, JUERP, 1995. • ANDRADE, Claudionor Corrêa de - Geografia Bíblica. Rio de Janeiro - CPAD, 1987. • PACKER, James I. A. M., D. PHIL - Merrill G. TENNEY, A.M., Ph. D. - White,Jr.,WILLIAM Th. M., Ph. D. - O Mundo do Antigo Testamento – Editora Vida 2002. OBS: É proibida a reprodução total e/ou parcial deste material, sem prévia autorização. 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