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Leishmaniose: Agentes Etiológicos, Transmissão, Características e Tratamento, Notas de estudo de Engenharia Ambiental

Informações sobre a leishmaniose, uma doença causada por protozoários tripanosomatídeos do gênero leishmania. O texto aborda os agentes etiológicos, a transmissão, as características dos insetos vetores e doenças associadas, os sintomas e exames diagnósticos, e o tratamento para humanos e cães. Além disso, o documento discute a importância de medidas preventivas e educativas.

Tipologia: Notas de estudo

2011

Compartilhado em 02/03/2011

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fonteine-bastos-4 🇧🇷

4.4

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Baixe Leishmaniose: Agentes Etiológicos, Transmissão, Características e Tratamento e outras Notas de estudo em PDF para Engenharia Ambiental, somente na Docsity! Saúde Ambiental Professor César Marinho Faculdades Adamantinenses Integradas LEISHMANIOSE VISCERAL AMERICANA DEFINIÇÃO A leishmaniose Visceral Americana (LVA), também conhecida como calazar é uma zoonose com ampla distribuição. Os agentes etiológicos do calazar são protozoários tripanosomatídeos do gênero Leishmania ( no Brasil, a Leishmania chagasi é a espécie mais comumente isolada de pacientes com calazar). Uma grande variedade de mamíferos silvestres e na zona urbana principalmente o cão, são reservatórios do parasita. A transmissão é feita por insetos vetores da família Psychodidae, subfamília Phlebotominae (Lutzomya longipalpis). VETORES: Os vetores da LVA são dípteros da família Psychodidae denominados flebotomíneos, também conhecidos como: cangalha, cangalhinha, mosquito-palha, birigui, tatuíra, etc. Atualmente, a espécie incriminada na transmissão da LVA é a Lutzomyia longipalpis. Características: • são menores que os pernilongos comuns; • Apresentam-se muito pilosos e de coloração clara ( cor de palha ou castanho claros); • facilmente reconhecidos pela atitude que adotam quando pousam, pois as asas permanecem erectas e entreabertas; • as fêmeas exercem hematofagia, preferencialmente, no horário noturno, à partir das 20:00 horas. HABITAT O flebótomo vive grande parte de sua vida escondido em lugares úmidos, escuros, protegido do vento. Em ambiente domiciliares, criam-se em abrigos de animais em áreas sombreadas com acúmulo de matéria orgânica em decomposição, principalmente folhas, frutos, raízes e fezes de animais. RESERVATÓRIO Ø Mamíferos silvestres = ratos selvagens, bicho preguiça, tamanduá, tatu, raposa, marsupiais (gambá), e outros roedores silvestres. Ø Animais domésticos = cães, ratos domésticos e equinos. Obs: As aves atuam como ótima fonte alimentar para os flebotomíneos, entretanto, elas não pegam a doença; portanto, elas não são reservatórios de Leshmania MODO DE TRANSMISSÃO O inseto ao picar o hospedeiro desenvolve o parasita no intestino, tornando-se infectante. Ao picar novo hospedeiro (homem ou animal), irá transmitir o parasita. SINAIS E SINTOMAS NO HOMEM O doente de leishmaniose visceral apresenta: • febre irregular por muito tempo; • crescimento da barriga; • anemia; • palidez; • emagrecimento; • fraqueza; • problemas respiratórias (ex: tosse seca); • diarréia; e , em casos mais graves, sangramento na boca e intestino. SINAIS E SINTOMAS NO CÃO Quando a doença no cão está mais evoluída, podem aparecer os seguintes sinais clínicos: • emagrecimento; • apatia; • queda de pêlos; • vômito; • febre irregular; • lacrimejamento (conjuntivite); • fezes sanguinolentas; • crescimento exagerado das unhas; • descamação e feridas na pele (comuns no focinho, orelha, caudas e patas). DIAGNÓSTICO Clínico e Epidemiólogico Deve-se levar em conta as informações sobre a procedência do paciente, residências anteriores. Laboratorial Método que irá identificar a presença do parasita direta ou indiretamente. Métodos de demonstração direta: • exame parasitológico direto – esfregaço • biópsia • inoculação em hamster (isolamento, identificação da leishmania) • cultura em meio NNN ou similar Métodos indiretos • reação de imunofluorescência (RIFI) TRATAMENTO Ø No homem a droga de primeira escolha é o Antimonial Pentavalente (Glucantine), droga de fácil aplicação, baixa toxicidade, podendo apresentar alguns efeitos colaterais tais como: dores musculares e articulares, náuseas, vômitos, dores abdominais, febre, dor de cabeça. Geralmente, estes sintomas são discretos e não exigem a suspensão do tratamento. Ø Para o cão, até o presente momento, não se conhece tratamento eficaz, sendo necessário a eliminação deste o mais rápido possível. PROFILAXIA - apresentam-se muito pilosos e de coloração clara (cor de palha ou castanhos claros); - facilmente reconhecidos pela atitude que adotam quando pousam, pois as asas permanecem erectas e entreabertas; - as fêmeas exercem hematofagia, preferencialmente, no horário noturno a partir das 20:00 horas. Comportamento • As fêmeas necessitam de sangue para o desenvolvimento dos ovos. • A longevidade varia em torno de 1 mês em laboratório com dietas de açucares e sangue. • Movem-se de modo saltitante, com vôos curtos; podendo ser coletados tanto em copa, como em solo. • Os criadouros em ambientes extra domiciliares são: raízes tubulares de árvores, ocos, depressões e buracos de tronco e toca de animais: entre e sob as rochas, fendas e juntas. • No ambiente domiciliar e peridomiciliar: chiqueiro de porcos, bananais, tendo, algumas espécies, grande capacidade de se adaptarem ao ambiente domiciliar humano, quando ocorre destruição do seu habitat natural. • A sazonalidade e a densidade são dependentes de alguns fatores como temperatura, umidade(chuva), velocidade dos ventos; podendo aumentar em número nos meses quentes e úmidos, diminuindo seu número nos meses frios e secos. Reservatórios São mamíferos silvestres: roedores, canídeos, marsupiais, ungulados e edentados (ratos, cães, gambás, raposas, tamanduá, bicho-preguiça). Modo de transmissão: O inseto ao picar o hospedeiro desenvolve o parasito no intestino tornando-se infectante. Ao picar novo hospedeiro (homem ou animal), irá transmitir o parasito. Período de incubação: Varia, podendo chegar a períodos de um mês a um ano. Período de transmissão: Ocorre, enquanto houver parasitas nas lesões. Diagnóstico clínico: Características gerais O quadro cutâneo, inicia-se pelo aparecimento de pequena lesão eritemato-papulosa no local da picada do vetor, posteriormente há formação de um nódulo que pode atingir 1 cm de diâmetro e aproximadamente 4 semanas de evolução, com o aparecimento de uma crosta central. A perda desta crosta dá origem a uma úlcera, que evolui formando úlcera leishmaniótica clássica, de formato arrendondado, com bordas elevadas e infiltradas. A lesão inicial pode ser única ou múltipla, dependendo do número de picadas infectantes. A mucosa mais freqüentemente acometida é a da região nasal, os principais sinais e sintomas são epistaxis, eliminação de crostas e obstrução nasal. Existem duas formas extremas: a ulcerativa e não ulcerativa e as formas intermediárias. Além das lesões nasais, podem ocorre lesões em lábios, língua, pálato, orofaringe e laringe. Diagnóstico epidemiológico: Deve-se levar em conta as informações sobre a procedência do paciente, residências anteriores, atividades relacionadas com desmatamento ou atividades de lazer em florestas. Diagnóstico laboratorial: Os métodos laboratoriais usados para diagnóstico da LTA podem ser divididos em dois grupos: Métodos de demonstração do parasita: - exame parasitológico direto(esfregaço de raspado da lesão) - cultura em meio de N.N.N. ou similar - inoculação em hamster ( isolamento para classificação de leishmanias) - exame histopatológico ( biópsia da lesão) Métodos indiretos ou imunológicos: - reação intradérmica de Montenegro (IRM) - reação imunofluorescência indireta (RIFI) - reação de hemaglutinação passiva - reação de fixação do complemento (RFC) - reação de aglutinação direta - reação de Elisa - reação de Dot Elisa Tratamento: O tratamento é feito com o objetivo de obter a cura clínica dos doentes, evitar recidivas e evolução das formas cutâneas para muco-cutâneas e prevenir o aparecimento de lesões mutilantes. A droga de primeira escolha para todas as formas clínicas da leishmaniose é o antimonial pentavalente conhecido por glucantime. A droga é de fácil aplicação com poucos efeitos colaterais e baixa toxicidade. Como efeito colateral pode ocorrer dores musculares e articulares, náuseas, dores abdominais, febre, dor de cabeça. Geralmente, estes sintomas são discretos e não exigem a suspensão do tratamento. A posologia varia de idade para idade. Medidas de prevenção: Pelo fato de ser uma zoonose primitiva das florestas, a leishmaniose tegumentar americana resiste a qualquer medida preventiva aplicável as doenças transmitidas por vetores. Na maior parte das áreas endêmicas , onde se observa o padrão clássico de transmissão, quase nada pode ser feito no momento em relação a profilaxia da doença, dada a impossibilidade de se atuar sobre a fonte de infeção silvestre. Portanto, algumas medidas devem ser adotadas, tais como: • · medidas clínicas, diagnóstico precoce e tratamento. Toda a pessoa que apresentar ferida de difícil cicatrização deverá procurar a Unidade Básica de Saúde, para a realização do exame específico e tratamento. • medidas de proteção individual, são meios mecânicos através do uso de mosquiteiros simples, telas finas em portas e janelas , evitar a frequência na mata, principalmente no horário noturno, a partir das 20:00 horas (crepúsculo) sem o uso de roupas adequadas,boné, camisas de manga comprida, calças compridas e botas além do uso de repelentes. • medidas educativas, as atividades de educação em saúde devem estar inseridas em todos os serviços que desenvolvem as ações de controle de LTA, requerendo o envolvimento efetivo das equipes multiprofissionais e multiinstitucionais com vistas ao trabalho articulado nas diferentes unidades de prestação de serviço, através de: - Capacitação das equipes, englobando conhecimento técnico, os aspectos psicológicos e a prática profissional em relação à doença e ao doente; - adoção de medidas profiláticas ,considerando o conhecimento da doença, atitudes e práticas da população, relacionadas às condições de vida e trabalho das pessoas; - estabelecimento de relação dinâmica entre o conhecimento do profissional e vivência dos diferentes extratos sociais através da compreensão global do processo saúde/ doença, no qual intervêm fatores sociais, econômicos, políticos e culturais.
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