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Guias e Dicas
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Princípios Básicos da Museologia - Apostilas - Museologia Part1, Notas de estudo de História

Apostilas de História sobre o estudo dos Princípios Básicos da Museologia, Elaboração do plano museológico, espaços do museu, Documentação Museológica, Fichas de catalogação.

Tipologia: Notas de estudo

2013
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Compartilhado em 27/06/2013

PorDoSol
PorDoSol 🇧🇷

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Baixe Princípios Básicos da Museologia - Apostilas - Museologia Part1 e outras Notas de estudo em PDF para História, somente na Docsity! Princípios Básicos da Museologia Governador do Estado Roberto Requião de Mello e Silva Secretária de Estado da Cultura Vera Maria Haj Mussi Augusto Diretora Geral da SEEC Sonia Hamamoto Shigueoka Coordenadora do Sistema Estadual de Museus Clarete de Oliveira Maganhotto Organizadora do texto . Evanise Pascoa Costa Fotografia . Evanise Pascoa Costa Gráficos e croquis . Marcos Coga da Silva Equipe de pesquisa . Clarete de Oliveira Maganhotto (coordenação) Eliana Moro Réboli, Daise Falasca de Moraes, Esmerina Costa Luis (MP), Cleuzeli Cardoso Winters (MAA), Elisabete Turin dos Santos (CJT), Iraí Casagrande (MAC) e Lenora Pedroso (CAM) Estagiários . Daniele Devoglio, Thalles Nogueira Werner Beatrici Revisão . Wilson Pereira Junior Coordenadora de Desenho Gráfico . Teresa Cristina Montecelli Projeto Gráfico . Adriana Salmazo Zavadniak  Introdução ..............................................................................................................................7 Museu .......................................................................................................................................8 Decreto de criação (modelo) ....................................................................................................12 Elaboração do plano museológico (publicado no diário oficial da União) ..........................13 O Plano Diretor do Museu ..................................................................................................17 “Museu da Cidade”- modelo de regimento interno adaptável .............................................21 Os espaços do museu ........................................................................................................26 Entrada do museu ................................................................................................................26 Salas de exposições permanentes e temporárias ...................................................................28 Biblioteca e mapoteca ..........................................................................................................29 Setor administrativo: esquema administrativo de museus de médio e grande porte ............30 Documentação Museológica ..........................................................................................32 O que é? Quem faz? Como é composta? .............................................................................32 Tabela de Documentação Museológica ................................................................................34 Registro ..............................................................................................................................36 O Livro Tombo..............................................................................................................38 Classificação .........................................................................................................................40 Fichas de catalogação .....................................................................................................41 Atenção à documentação ...............................................................................................44 Pesquisa museológica ....................................................................................................44 Empréstimos e doações .................................................................................................45 Sumário  Conservação do Acervo ....................................................... 46 Qualidade da atmosfera .......................................................... 46 Temperatura e umidade ......................................................... 47 Tabela de grau de umidade relativa %U.R. ............................. 48 Iluninação ............................................................................... 49 Sensibilidade dos materiais em relação à iluminação ........ 50 Conservação dos objetos pelo tipo de material ....................... 50 Níveis de umidade relativa .................................................... 55 Transporte do Acervo .......................................................... 58 Montagem de Exposição ..................................................... 60 Pesquisa para exposição .......................................................... 61 Estratégias para montagem de exposições ............................... 62 Expondo objetos ..................................................................... 63 Expondo pinturas (gráfico explicativo para exposição) .......... 63 Etiquetas ................................................................................. 64 Expondo esculturas ................................................................. 64 Expondo fotografias ................................................................ 65 Expondo taxidermia................................................................ 66 Monitoria em Museus ......................................................... 67 Caminhos para a viabilização de um trabalho de monitoria ... 68 Divulgação .............................................................................. 70 Patrimônio e cidadania ................................................... 72 Patrimônio e desenvolvimento ........................................... 74 Ação Cultural nos museus ............................................. 75 Implementando ações culturais nos museus ....................... 77 Segurança nos Museus ..................................................... 79 Prevenção de incêndio ........................................................ 80 Tipos de extintores e seus usos ........................................... 81 Prevenção quanto a incidentes climáticos ........................... 82 Roubo e depredação ........................................................... 82 Referências Bibliográficas ............................................. 85 Anexos Esquema de organização de um museu de médio porte ..... 87 Esquema de organização de um museu de grande porte .... 88 Modelos de Fichas Museológicas ....................................... 89 Formulário de empréstimo temporário .............................. 90 Ficha de agradecimento para doações ................................. 91 Medição de objetos museológicos ...................................... 92 Modelo de Plano Diretor ..................................................... 95 Painéis: croqui para confecção ........................................... 98  Museus são bens culturais de uso público que precisam ser mantidos, organizados e preservados em ação conjunta com a sociedade e o governo. São muitas as necessidades que assolam alguns museus para um desempenho satisfatório. As carências subsistem desde recursos humanos, materiais e financeiros até a falta de conhecimento básico dos responsáveis pela conservação, exposição e elaboração do plano muse- ológico dessas instituições. A partir da criação da lei 7287/84, que regulamenta a profissão do museólogo, têm-se promovido muitos movimentos em prol da nova Museologia, com a finalidade de tornar mais visível a função dos museus. São encontros, seminários congressos, foruns e muitas reuniões onde se congregam entidades museológicas de todo o país, com a finalidade de se discutir e traçar metas para o desenvolvimento das práticas museais e chegar a um denominador comum para a aplicação de políticas museológicas nos estados brasileiros. No Paraná, a Secretaria de Estado da Cultura, por meio da Coordenação do Sistema Estadual de Museus, promove cursos e oficinas de capacitação museológica com o objetivo de tornar mais adequado e eficiente o trabalho específico em museus e entidades afins. Complementa esse projeto, a edição deste guia de consultas, fundamentado em obras de grandes estudiosos da museologia e, sem pretensão de oferecer conceitos imutáveis, tem a intenção de facilitar aos interessados a criação de novas idéias, em novos estudos na organização dos museus. Espera-se que esta obra contribua para esclarecer dúvidas, estimular a criação de projetos culturais, promover ações educativas com a participação do público jovem, estudantes, universitários, idosos, comunidades indígenas e outros, como também para o fortalecimento da prática museológica no Paraná e no Brasil. Clarete de Oliveira Maganhotto Coordenadora do Sistema Estadual de Museus COSEM Introdução 10 ARTES VISUAIS: coleções de pintura, esculturas, gravuras, desenhos, in- cluindo a produção relacionada à Arte Sa- cra. Nesta categoria também incluem-se as chamadas Artes Aplicadas, ou seja, as artes que são voltadas para a produção de obje- tos tais como: porcelana, cristais, prataria, mobiliário, tapeçaria. Casa João Turin Sala do Artista Popular Museu Alfredo Andersen Museu de Arte Contemporânea do Paraná Casa Andrade Muricy Museu Oscar Niemeyer 11 CIÊNCIAS NATURAIS E HISTÓRIA NATURAL: bens cultu- rais relacionados às Ciências Biológicas (Biologia, Botânica, Genética, Zoologia, Ecologia etc), às Geociências (Geologia, Mineralogia etc) e à Oceanografia. CIÊNCIA E TECNOLOGIA: bens culturais que ilustram acon- tecimentos ou períodos da História. IMAGEM E SOM: documentos sonoros, videográficos, filmográficos e fotográficos. VIRTUAL: bens culturais que se apresen- tam mediados pela tecnologia de interação ciberné- tica (internet) (*) In: BARROSO, Gustavo. Introdução à Técnica de Museus. Vol. 1 (**) In: manual de Cadastro de Instituições Museológicas. IPHAN/MINC, outubro de 2005 Museu da Imagem e do Som 12 Prefeitura Municipal de __________________________________________________ (modelo)DECRETO Nº____________ O Prefeito Municipal de (cidade) _______________________________ , no uso de suas atribuições, D E C R E T A Art. 1º - Fica criado no Departamento de Cultura de Secretária da Educação e Cultura, o MUSEU DE (tipologia) ___________________________ destinado a recolher, abrigar e preservar o patrimônio (artístico) da região / município de _________________________________________, além de auxiliar, estimular e divulgar a criação artística. Art. 2º - A Secretaria de Educação e Cultura providenciará instalações adequadas para imediato funcionamento do Museu (tipologia e /ou nome). Art. 3º - Passam ao Acervo do Museu o acervo pertencente ao Departamento de Cultura e ao patrimônio do Município que, a critério do Conselho Consultivo do museu, sejam consideradas de valor museológico. Art. 4º - Fica ao Museu (tipologia e /ou nome) assegurada a condição de unidade de execução orçamentária dentro do orçamento da Secretaria de Educação e Cultura já a partir do próximo exercício. Art. 5º - Este Decreto entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em contrário. Prefeito Municipal de (Cidade) _____________________ em , de____________ de _______ Decreto de Criação 1 c) Programa de acervos, aquele que organiza o gerenciamento dos diferentes tipos de acervos da instituição, incluindo os de origem arquivística e bibliográfica, podendo ser dividido em diferentes subprogramas, tais como: aquisição, documentação, conservação e restauração. d) Programa de exposições, aquele que trata de todos os espaços e processos de exposição do museu, sejam eles intra ou extramuros, de longa, média ou curta duração. e) Programa educativo e cultural, aquele que compreende os projetos e atividades educativo-culturais desenvolvidos pelo museu, destinados a diferentes públicos e articulados com diferentes instituições. f) Programa de pesquisa, aquele que contempla o processamento e a disseminação de informações, destacando as linhas de pesquisa institucional e de projetos voltados para estudos de público, de patrimônio cultural, de museologia, de história insti- tucional e de outros estudos. g) Programa arquitetônico, aquele que trata da identificação, da conservação e da adequação dos espaços livres e con- struídos, bem como das áreas de entorno da instituição, contendo descrição dos espaços e instalações, além de informar sobre os aspectos de acessibilidade, conforto ambiental, circulação, identidade visual e possibilidades de expansão. h) Programa de segurança, aquele que trata de todos os aspectos relacionados à segurança do museu, da edificação, do acervo e dos públicos interno e externo, incluindo além de sistemas, equipamentos e instalações, a definição de rotinas de segu- rança e estratégias de emergência. i) Programa de financiamento e fomento, aquele que trata do planejamento de estratégias voltadas para captação, apli- cação e gerenciamento dos recursos econômicos oriundos de diversas fontes. j) Programa de difusão e divulgação, aquele que trata da divulgação e popularização dos projetos e atividades da institu- ição, além da disseminação, difusão e consolidação da imagem institucional nos âmbitos local, regional, nacional e internacional; podendo ser dividido em diferentes subprogramas, tais como: editorial, de intercâmbio institucional, de comunicação social, de comunicação visual e outros. Parágrafo único. Na consolidação do Plano Museológico deve-se considerar o caráter transversal dos Programas. 1 Art. 6°. O Plano Museológico, por seu caráter interdisciplinar, será elaborado de forma participativa, envolvendo o con- junto dos servidores do museu e de outras áreas do IPHAN, além de especialistas e consultores externos. Art. 7°. O Plano Museológico deverá ser avaliado permanentemente e revisado com um intervalo mínimo de 3 (três) e máximo de 5 (cinco) anos. Art. 8°. A elaboração e revisão do Plano Museológico devem estar em consonância com as diretrizes da Política Nacional de Museus, instituída pelo Ministério da Cultura. Art. 9°. O Departamento de Museus e Centros Culturais do IPHAN supervisionará a elaboração e a execução dos Planos Museológicos. Art. 10. Os museus do IPHAN elaborarão ou adaptarão seus Planos Museológicos no prazo máximo de 1 (um) ano, a contar da data de publicação desta Portaria. Art. 11. Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação. 1 Plano Diretor O Plano Diretor é fundamental para a boa administração e segurança dos museus. Existem vários conceitos do que vem a ser esse valioso instrumento, mas listar as vantagens proporcionadas pela aplicação do plano diretor será suficiente: • Registrar as decisões no próprio processo de elaboração. • Monitorar os progressos à medida em que sejam alcançadas as metas nele estipuladas. • Utilizá-lo como base para dar continuidade ao raciocínio estratégico e tomar decisões a médio e longo prazo. • Demonstrar efetivamente à administração pública/privada e à população que o museu passou por um processo de elaboração de um plano para tomada de decisões. • Demonstrar a viabilidade e a credibilidade do museu. Juntar o plano diretor a projetos visando obter recursos adicionais, patrocínio, etc. • Satisfazer as exigências dos órgãos financiadores. Definindo o Museu – um plano diretor proporcionará ao museu e a seu pessoal: A idéia de finalidade: para que estamos aqui? A idéia de público: para quem estamos aqui? A idéia de direção: para onde estamos indo? Estratégia: como chegar lá? Uma plataforma financeira: como arcar com os custos? Possibilidade de avaliação: como estamos progredindo? ROTEIRO PARA O PLANO DIRETOR Não existe “receita” de plano diretor. É importante considerar os seguintes pontos na composição de um plano bem elaborado: 20 Distribuir os tópicos em um diagrama torna mais simples visualizar as diversas etapas a serem cumpridas: 21 Museu da cidade Modelo de Regimento Interno (neste modelo, o museu será chamado “Museu da Cidade”, sem especificar tipologia, pois pode ser adaptado às diferentes tipologias) Art.1º . O MA – Museu da Cidade, criado pelo Decreto nº de __ de _____________ de ____, será regido pelo pre- sente Regimento Interno. Do Museu e Seus Fins Art. 2º . O MA – Museu da Cidade, órgão subordinado à Secretaria de Educação e Cultura, tem por finalidade recolher, abrigar, preservar e mostrar peças que testemunhem sobre a história, a arte e da cultura da cidade, da região e do Paraná. Ao mesmo tempo amparar, estimular e divulgar a cultura paranaense nas suas diferentes abrangências, instituir cursos de aperfeiçoamento e extensão, bem como promover o intercâmbio cultural e artístico com outras entidades congêneres do estado, do país e do exte- rior. Art. 3º . Para atingir suas finalidades, o MC – Museu da Cidade deverá: 1- Formar, documentar, conservar, ampliar seu acervo através de aquisições, doações ou permutas de peças que digam respeito ao município ou região, sempre com anuência do Conselho Consultivo; 2- Realizar exposições temporárias ou itinerantes, difundindo seu acervo ou acervos particulares de colecionadores; 3- Manter um setor permanente onde serão mostrados obrigatoriamente as peças do acervo do Museu; 22 4- Participar de mostras organizadas por outras instituições através do empréstimo de peças componentes de seu acer- vo; 5- Manter cursos práticos e teóricos de extensão, aperfeiçoamento e de divulgação cultural; organizar e participar de conferências e instituir concursos e prêmios; 6-Organizar e manter biblioteca especializada, fichário e arquivos de documentação; 7- Manter atualizado o catálogo das peças que constituem o acervo patrimonial do Museu; 8- Publicar catálogo de todas as mostras que realizar, bem como boletins informativos de suas atividades. Da Administração: Art. 4º . O MC – Museu da Cidade será administrado por um Diretor e terá como órgão de apoio um Conselho Consul- tivo. Do Diretor: Art. 5º . O Diretor do MC – Museu da Cidade será designado pelo Prefeito Municipal, por indicação do Secretário de Educação e Cultura, devendo sua escolha recair obrigatoriamente sobre pessoa especializada e de reconhecido saber no campo da cultura. Art. 6º . Compete ao Diretor do Museu da Cidade: 1- Superintender, coordenar, promover e fiscalizar as atividades do Museu; 2- Convocar e presidir os trabalhos do Conselho Consultivo do Museu; 3- Baixar ordens de serviço e praticar atos de caráter administrativo, velando pela perfeita observância deste regulamento e pelas normas de administração pública; 4- Organizar o calendário de atividades do Museu, promovendo exposições individuais, palestras, concursos, cursos, oficinas e outras iniciativas culturais; 5- Assinar juntamente com o Secretário da Cultura os diplomas e certificados expedidos; 2 f) as reuniões ordinárias e extraordinárias do Conselho Consultivo deverão ser convocadas com cinco dias úteis de an- tecedência. Art. 13º. O Conselho Consultivo reunir-se-á ordinariamente a cada mês, nas instalações do MC. Parágrafo Único: O Conselho Consultivo reunir-se-á em primeira convocação com um mínimo de quatro membros e trinta minutos após, com qualquer número. Art. 14º. O trabalho de membro do Conselho Consultivo é considerado de relevância pública, não sendo remunerado. Art. 15º. Os membros do Conselho Consultivo perderão o direito de participar do mesmo quando faltarem a duas reu- niões consecutivas ou três durante o ano. Art. 16º. Compete ao Presidente do Conselho Consultivo: a) convocar e presidir os trabalhos do Conselho; b) convocar reuniões ordinárias e extraordinárias com antecedência de cinco dias; c)designar o secretário entre os membros do Conselho; d) dirigir os trabalhos, concedendo a palavra aos conselheiros, coordenando os detalhes e neles intervindo para esclare- cimentos; e) comunicar ao Museu e à Secretaria de Educação e Cultura as deliberações do Conselho; f) caberá ao Presidente, quando necessário, o voto de qualidade. Art. 17º. Os casos omissos do presente Regulamento, serão resolvidos pelo Conselho Consultivo com anuência da Di- reção do Museu e da Secretaria Municipal de Educação e Cultura. 2 O museu é um espaço ativo, dinâmico, onde acontecem eventos, ex- posições, palestras. É um local de pesquisa e estudos, com salas específicas para o desenvolvimento de atividades técnicas, artísticas ou educativas, exigindo, para tanto, que o edifício destinado a este uso seja projetado ou adaptado conveni- entemente para atender estas expectativas. Os Espaços do Museu Entrada do Museu Constitui um espaço de grande importância dentro da estruturação de um mu- seu, devendo ser acolhedora e convidativa, dando acesso direto à parte desti- nada ao público. Deve abrigar uma recepção, com atendimento e o controle dos visitantes. À portaria caberá, portanto, a responsabilidade de acolher, fiscalizar e fazer o controle das visitas (estatística), através de um livro onde deverão constar os seguintes dados: data, nome do visitante, cidade, ou quaisquer outros que sejam importantes para o controle do museu (faixa etária, profissão, grau de escolaridade, endereço, etc.) 2 A entrada deverá dispor de um local para a guarda de valores dos visitantes: sacolas, malas, guarda-chuvas. Na entrada acontece a distribuição de folders explicativos. Pode-se ainda instalar catracas para entrada de visitantes, objetivando o controle do número de visitas e ainda aumentando a segurança. 30 Setor Administrativo Deve englobar todas as atividades relacionadas com a administração do museu, com salas para a diretoria, secretaria e zeladoria. O Setor Técnico é responsável pela pesquisa e assessoria: museólogos, artistas plásticos, historiadores e outros técnicos especializados. Auditório Seria interessante prever, se possível, um espaço equipado com tela e pro- jetores, destinado ao desenvolvim- ento de atividades culturais comple- mentares, tais como cursos, palestras, projeções, apresentações artísticas. Reserva técnica Este espaço tem a função primordial de guarda do acervo não exposto. Portanto, pre- cauções especiais quanto à sua localização, proteção contra roubo e incêndio e condições ambientais precisam ser observadas. As imagens mostram uma das reservas técnicas do Museu Paranaense: ao lado, estantes de metal, cobertas com telas; acima, trainéis onde são guardados obras bidimensionais em molduras. 31 Espaço Especializado para Atividades Técnicas Devem ser previstas salas de preservação e restauro, oficinas e laboratórios técnicos. Ao lado, as técnicas em conservação e restauro efetuam limpesa de peça. Abaixo processo de documentação do acervo. Serviços Hoje os museus podem oferecer ao público serviços como: . loja . restaurante, lanchonete, café . estacionamento 32 Documentação Museológica O que é? É toda informação referente ao acervo do museu. Um museu que não mantém atualizadas e em bom estado as informa- ções relativas a seu acervo, deixa de cumprir uma de suas principais funções, ou talvez a mais importante, que é a preservação de sua memória. Os responsáveis pelos museus têm a obrigação de manter as coleções em boa ordem e transmiti-las a seus sucessores nas melhores condições de registro. Quem é o encarregado da documentação? O museólogo ou profissional de museu. O que compõe a documentação? a) Aquisição (coleta, doação, legado, empréstimo, compra e permuta) b) Arrolamento c) Registro ou inventário d) Classificação e) Catalogação (fichas) f) Pesquisa 3 COLETA (Museu Histórico/Científico) Recibo de entrada FICHA DE CAMPO*** Termo de doação Laudo técnico Ficha catalográfica Registro no Livro Tombo Arrolamento- listagem de acervo ou coleção com numeração provisória Comodato *- contrato celebrando entre o Museu e uma instituição (ou indivíduo) particular que, entre outras coisas estipula que o nome do proprietário (ou a logomarca) deve ser divulgado pelo Museu. Trata-se de um con- trato longo, a partir de cinco anos (podendo variar por muito mais tempo). Ao seu final pode ser renovado;Regido pelo código civil. Cessão ( ou Concessão) de Uso**- similar ao comodato, mas aplicado entre instituições públicas, por exemplo: a Secretaria de Estado da Saúde cede ao acervo de um museu do Estado uma peça, mas esta não passa a pertencer ao acervo do Museu; ao final o contrato pode ser renovado. FICHA DE CAMPO***- aplica-se a peças resultante de coletas (normalmente museus históricos e científicos); a ficha é preenchida pelo pesquisador em campo. Tabela criada em curso ministrado pelo Museólogo Albino Oliveira, responsável pelo acervo museológico do Centro Cultural Benfica, da Univer- sidade Federal de Pernambuco. 3 Registro É o sistema que permite identificar e controlar os objetos do acervo permanente ou temporário de um museu. Por isso tem diversas fases: 1- Ficha de Entrada: É a ficha inicial do objeto. Sua função é identificar e dar um número de registro ao objeto. Esta ficha deve ser preenchida no momento em que a peça ingressar no patrimônio do museu; 2- Numeração: Também chamada registro do objeto. Os sistemas de numeração são diversos e variam de museu para museu. 2.1- Sistema de um único número – Numera-se o primeiro objeto da coleção com o número 1, o segundo com o 2, e assim sucessivamente em ordem seqüencial. Este sistema tem muitas vantagens para os pequenos e médios museus por ser de fácil compreensão, dando a dimensão real da coleção. 2.2- Sistema de dois números – Se utiliza de um número de controle seguido por um número correlativo. Normalmente o primeiro se refere ao ano de entrada do objeto no museu e o segundo registra a entrada dos objetos no referido ano. Ex.: 80.5 (80 representa o ano de entrada da peça no museu e o n.º 5 o quinto objeto a ser registrado no mesmo ano). Este sistema deve ser adotado por museus que dispõem de coleções muito diversificadas ou objetos de épocas históricas muito distintas. Seu uso também se recomenda para museus que tenham adquirido muitas peças num mesmo ano. É importante que no início de cada ano se comece o registro pelo número 1. Ex.: no ano de 2006, o último registro foi o número 50. Ao começar novo ano, deve-se escrever 07.1 e não 06.51; desta forma conhecemos o total de objetos adquiridos num determinado ano. 3 2.3- Sistema de três números – Permite identificação da procedência do objeto. Ex.: 85.13.10 se tivermos 10 objetos de uma coleção e 13 entradas no ano de 1985, o último objetos desta coleção terá o número 85.13.10. Podemos ainda dizer que é o objeto n.º 10 da coleção 13, adquirida no ano de 1985. Este número nos diz que todos os 85.13 provêm da mesma fonte, do mesmo doador. No caso de conjuntos ou coleções, pode-se usar letras. Ex.: 83.06.1a (bule), 83.06.1b (tampa). Cada sistema pode adaptar-se a qualquer museu sem nenhum tipo de problema. Todos apresentam vantagens e desvan- tagens. Os critérios de escolha de um sistema são muito variados. Os responsáveis pela documentação do museu é que deverão decidir-se por um ou por outro. Ex.: objeto n.º 00040 - Todo objeto deve ser numerado. - O número de um objeto deve ser o mesmo em todos os fichários. - O número deve ser colocado de maneira discreta e em local que não possa ser retirado. Os locais recomendados são: partes inferiores, suportes e reverso. - A numeração deve ser feita no próprio objeto com tinta nanquim preta ou branca, ou tinta óleo diluída. Passar poste- riormente uma camada de verniz transparente para melhor durabilidade da marcação. - Para têxteis deve ser confeccionada uma etiqueta de tecido (algodão branco) com o número em nanquim ou tinta de lavanderia. A etiqueta deve ser presa por uma linha resistente (branca) na parte menos frágil do tecido. - Os objetos de vidro, porcelana e metal devem ser marcados na parte menos visível. Deve-se usar tinta nanquim reco- berta por verniz. - Para pintura deve-se marcar o número no ângulo direito do suporte. - Desenhos, pergaminhos, fotografias, livros e quaisquer objetos de papel devem ser marcados sempre no reverso com lápis macio, tipo 6B (não usar carimbos). - Em cerâmica, pedras, terracota, madeira ou na parte interna ou na parte de trás. 0 Classificação É o estabelecimento das principais categorias das coleções e inserção dos objetos nessas categorias, com as seguintes finalidades: - Possibilitar a identificação correta do objeto; - Analisar os níveis de informação sobre o objeto. Ex.: uso doméstico – UD etnografia – ET documentos - DO IMPORTANTE LEMBRAR sobre o livro Tombo • Páginas numeradas • O livro tombo deve ser manuscrito, sem rasuras, usando as duas folhas. • O termo de Abertura e o de Fechamento podem / devem ser registrados em cartório. • Nas páginas seguintes ao termo de abertura, de forma contínua, as informações sobre o objeto, na seguinte ordem: 1. Número de registro 2. Classe 3. Descrição sumária 4. Forma e data de ingresso 5. Histórico resumido do objeto 41 Fichas de Catalogação Contêm informações extensivas sobre cada objeto da coleção do museu. Por motivos de segurança, sugere-se que essas fichas tenham duplicata arquivada em lugar diferente. Para a confecção de uma ficha de catalogação, uma série de itens básicos devem ser observados: Nome da instituição – Nome do museu proprietário do objeto. (O nome da instituição pode aparecer no cabeçalho da ficha de catalogação, para esta, modelo em anexo.) Número de registro – A identificação dada pelo museu ao objeto. Categoria – Geralmente, é determinada baseando-se na função do objeto. A numeração permite saber quantos objetos existem dentro de cada categoria.. Ex.: Cat. AR n.º 0040 AR = arte religiosa ET n.º 1000 ET = etnografia Obs.: Este sistema aplica-se em museus com acervos muito ecléticos. Nome do objeto – É a identificação correta que permite distingui-lo de outros objetos similares. Título – O título que foi dado à obra de arte na língua original, e a tradução em português, se for obra estrangeira. Importante: não cabe ao funcionário do museu dar “atribuição” ou “título” à obra (no segundo caso, quando se tratar de uma obra sem título). Autor – Criador da obra. O nome deverá ser por extenso. Se o artista for conhecido por mais de um nome deve ser mencionado, como também se for atribuição. ( Se não houver assinatura, mas for atribuida por críticos e estudiosos, registrar na ficha: Ex: atri- buida a Poty Lazzarotto) Época/Data/Período – A data da execução do trabalho com o máximo de precisão. Ex.: 1920 ou entre 1910 e 1920. O período histórico ao qual a obra pertence também pode ser especificado, ou, se a data é incerta, colocá-lo apenas. Ex.: Império. Estilo – Deve ser considerada a soma das características do objeto. Ex.: art-nouveau, gótico, barroco. Procedência – Local de onde provém o objeto ou onde o objeto foi encontrado. 2 Origem – Área geográfica, localidade onde o objeto foi confeccionado, construído. Obs.: nem sempre a procedência e origem são as mesmas. Ex.: procedência – Vale do Paraíba origem – Portuguesa Material/Técnica – Os principais materiais com que o objeto foi confeccionado. Devem-se utilizar poucas palavras. Os proces- sos de manufatura deverão ser anotados. Geralmente material e técnica se complementam. Ex.: óleo sobre tela, prata/repuxada, aquarela sobre papel, escultura monocromada ou policromada, etc. Fabricação – Onde o objeto foi fabricado. Ex.: fábrica, gráfica, fundição. Dimensões – As dimensões do objeto deverão ser exatas (altura, largura, diâmetro, peso). Utilizar o sistema métrico decimal. Para o peso, uma única unidade de medida deve ser usada (g, kg, etc.). Inscrições – Se existe algum registro ou inscrição na peça. Deve-se transcrever a inscrição na observação. Marcas – Símbolos que identifiquem o fabricante, a época. Ex.: Marca de controle do Porto-Portugal, sendo fiscal Luiz Antônio Rodrigues de Araújo. Foi registrada em 1843 e foi usada até 1852. O prateiro é Antônio de Souza, registrado em 1852. Assinatura – Assinatura do artista. Identificar a localização da inscrição. Ex.: reverso, embaixo à direita, etc. Forma de aquisição – Forma de ingresso do objeto do museu. Ex.: doação, compra, empréstimo, coleta, permuta, etc. Valor – A avaliação dos objetos deve ser, na medida do possível, feita por especialistas ou colecionadores para fins de seguro. Estado de conservação – O estado em que se encontra o objeto. Ex.: bom, regular, ruim. Restauração – Uma descrição da restauração que tenha sido feita. Descrição do objeto – Uma descrição física completa do objeto: detalhe de forma, cor e acabamento são importantes. A descrição deve ainda ser curta, clara e concisa. 4 Pesquisa Museológica Entende-se por pesquisa museológica toda informação que o objeto possui de ordem socioeconômica-cultural. Todo acervo museológico deve ser pesquisado. Só assim será possível o máximo de informações sobre o objeto. Ex.: sua origem, procedência, vinculação histórica. Sem pesquisa, as referências sobre os objetos se tornarão falhas e não transmitirão sua verdadeira história. É importante que o museu tenha um grupo multidisciplinar (historiador, sociólogo, artista, arquiteto, professor de Educação Artística, colecionador, etc.) formado por elementos da cidade, cada um desenvolvendo pesquisas em seu campo a fim de complementar as informações referentes ao acervo. Empréstimos e Doações Quando o museu receber peças em caráter temporário, estas passam a ser inteira responsabilidade do museu que as abriga. Portanto cada peça deve passar por fichamento (rever tabela). É fundamental que se avalie, no caso de empréstimos, principalmente para exposições temporárias, a documentação de origem, a numeração, o estado de conservação, o seguro das peças e as condições ambientais do local de exposição. - Quando ocorrer uma aquisição por permuta é importante verificar se o objeto está devidamente documentado e qual seu estado de conservação. - Se o museu dispõe de um espaço adequado, poderá expor as últimas doações recebidas, com o nome dos doadores em destaque, ou quando o museu tiver site próprio, dar destaque à doação no site do museu. Esta prática pode favorecer e estimular a contribuição de outros doadores. - Toda doação deve ser documentada, adquirindo-se o máximo de informações. - Toda instituição museológica deve ainda agradecer de maneira particular ou pública as doações por ela recebidas. Pub- licar uma nota no jornal local é uma boa forma de agradecimento e estimula novas doações.  conservação do Acervo A conservação das peças do acervo de um museu pressupõe sua guarda, transporte e exposição em condições adequadas. Só assim estará garantida a integridade desses objetos. Para tanto, é necessário considerar: qualidade da atmosfera, presença de in- setos, microorganismos, umidade relativa, temperatura do ambiente e iluminação. Qualidade da Atmosfera O ar contém impurezas em quantidades variáveis, de acordo com o local (cidade ou campo) e estação do ano. Acham-se em suspensão na atmosfera, poeira, areia, fuligem, gases e outros elementos, que se depositam sobre os objetos, atacando-os. A poeira representa três ordens de perigos: - acúmulo de impurezas; - ativação da deterioração mecânica; - ação de agentes bacteriológicos. Para evitar os danos causados às peças expostas, é necessário: - limpeza constante, evitando assim o depósito de poeira, fuligem e outras impurezas; 4 - manter os vidros das janelas fechados. Em período de calor muito intenso, quando for necessário abri-las, é aconsel- hável colocar uma tela protetora de arame para evitar a entrada de insetos, ou tela em tecido cru, que, além de funcionar na filtra- gem do ar, evitará também a incidência direta de raios solares sobre os objetos. - as vitrinas devem ser bem vedadas, salvo quando abrigarem objetos de madeira, objetos orgânicos ou inorgânicos porosos, como cerâmicas (madeira, tecido, papel). Temperatura e umidade As peças sofrem também danos causados pela umidade e temperatura. A boa conservação exige uma atmosfera climática relativamente constante, sem modificações bruscas que provocam fenômenos de dilatação e contração dos materiais, reduzindo com o tempo sua elasticidade natural e acelerando seu envelhecimento. O excesso ou a falta de umidade podem provocar: A) Excesso - entortamento de painéis de madeira e marfim; - amolecimento das colas; - azulamento e embaçamento dos vernizes; - formação de mofos e bactérias; - apodrecimento de telas e madeiras; - corrosão dos metais. B) Falta - rachaduras das madeiras, marfins e encadernações; - substâncias adesivas se tornam quebradiças; - as fibras arrebentam.
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