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Moléstia de Dupruyten, Notas de estudo de Fisioterapia

a afecção mais conhecida dos cirurgioes da mao e reabilitada por fisioterapeutas

Tipologia: Notas de estudo

2011

Compartilhado em 16/03/2011

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francisco-carlos-soares-junior-4 🇧🇷

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Baixe Moléstia de Dupruyten e outras Notas de estudo em PDF para Fisioterapia, somente na Docsity! einstein. 2008; 6 (Supl 1):S138-S42 Moléstia de Dupuytren Dupuytren’s disease Rames Mattar Junior* RESUMO A doença de Dupuytren é uma afecção das mais conhecidas dos cirurgiões de mão. É herdada como doença autossômica dominante e se caracteriza pelo aparecimento de nódulos ou cordões, de consistência endurecida, na palma da mão, podendo provocar uma deformidade em fl exão das articulações metacarpofalangianas e interfalangianas. É mais freqüente em homens jovens do que em mulheres, mas na velhice, a freqüência pode se igualar. O tratamento está indicado em pacientes sintomáticos ou com contraturas que prejudiquem a função. O tratamento mais utilizado é a fasciectomia limitada das estruturas comprometidas e a recidiva é comum. Descritores: Contratura de Dupuytren; Mão (anatomia)/patologia ABSTRACT Dupuytren’s disease is one of the most frequent conditions seen by practicing hand surgeons. Inherited in an autosomal dominant pattern, the disease is characterized by a nodular thickening of the palmar fascia metacarpophalangeal and proximal interphalangeal joints. It is more frequent in young men than in women, but in old age its frequency may equal in men and women. Treatment is offered to symptomatic patients with painful nodular or disabling contracture. The most prevalent surgical procedure is limited fasciectomy of the involved abnormal structures and recurrence is common. Keywords: Dupuytren’s Contracture; Hand/pathology INTRODUÇÃO A moléstia de Dupuytren foi descrita, em 1831, pelo Barão Guillaume Dupuytren, um célebre cirurgião francês (Figura 1). Ele encontrou como causa da moléstia o espessamento e a retração da fáscia palmar, que produzia uma deformidade em fl exão dos dedos (Figura 2). Por essa razão a denominação contratura de Dupuytren está associada a essa moléstia(1). A afecção é devida à metaplasia da fáscia palmar. As manifestações iniciais se relacionam, na maioria das vezes, ao aparecimento de nódulos ou cordões, de consistência endurecida, na palma da mão(2-6). Os nódu- los e cordões, geralmente indolores, podem progredir e aumentar de tamanho e com suas retrações, pode-se provocar uma deformidade em fl exão das articulações * Professor Associado da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo – USP, São Paulo (SP), Brasil. Autor correspondente: Rames Mattar Junior – Avenida Albert Einstein, 627 – sala 1.212 – Morumbi – CEP 04066-000 – São Paulo (SP), Brasil – Tel.: 11 3747-3262 – e-mail: rames@usp.br Figura 1. Barão Guillaume Dupuytren (1777-1835) Figura 2. Extensão contratura normal einstein. 2008; 6 (Supl 1):S138-S42 Moléstia de Dupuytren S139 metacarpofalangianas (MCF) e interfalangianas pro- ximais (IFP). Pode haver associação com a formação de cordões fi brosos na fáscia plantar (moléstia de Le- derhose) e na fáscia peniana (moléstia de Peyronie). O cordão espessado pode permanecer inalterado por anos ou aumentar progressivamente. O quarto e quinto dedos são os mais comumente acometidos. Nos jovens, acomete mais homens que mulheres, variando de 7:1 a 15:1. Nos idosos, há um aumento da incidência nas mu- lheres, chegando esta a se igualar com a dos homens. A etiologia é ainda desconhecida. A hereditarieda- de é comprovada pela alta incidência na população des- cendente do norte da Europa, sendo às vezes reconheci- da como doença dos Vikings. A herança é autossômica dominante, com penetrância variada, existindo também associação importante com a epilepsia, diabetes e in- gestão alcoólica (radicais livres)(7-8). No entanto, não há evidências que se trate de uma moléstia ocupacional. O aspecto anatomopatológico é de uma lesão agres- siva, exibindo um grande número de células e mitoses. A célula básica encontrada é chamada de miofi broblas- to (semelhante ao fi broblasto encontrado normalmente na fáscia palmar, mas com capacidade de retração). AFECÇÃO A primeira alteração, geralmente, ocorre com o aparecimento de nódulos na palma da mão, progredindo para a formação cordões fi brosos, comumente, indolores, podendo ocorrer deformidades em fl exão das articulações MCF e IFP(9-10). Também pode ocorrer associação com a formação de cordões fi brosos na fáscia plantar (Lederhose) e na fáscia peniana (Peyronie). O cordão espessado pode permanecer inalterado por anos ou aumentar progressivamente. O quarto e quinto dedos são os mais comumente acometidos (Figura 3). do tendão do músculo palmar longo. Possui fi bras longitudinais, denominadas bandas pré-tendinosas, que se dirigem aos dedos e polegar. Afastada da prega palmar distal, algumas fi bras das bandas pré-tendinosas vão para a pele. Próxima à cabeça dos metacarpos, as bandas pré-tendinosas dividem-se em dois feixes que passam ao redor da cabeça do metacarpo (banda espiral). A banda espiral emite algumas fi bras para a cápsula da articulação MCF, terminando no espaço interdigital (Figura 4). Figura 3. Deformidade característica da contratura de Dupuytren com deformidade em fl exão do quarto e quinto dedos Figura 4. Anatomia da fáscia palmar O ligamento transverso palmar superfi cial se loca- liza profundamente à banda pré-tendinosa e proximal- mente à prega palmar distal. Normalmente, não está afetado na moléstia de Dupuytren. O ligamento natató- rio se localiza nos espaços interdigitais, enviando fi bras que vão para os dedos e freqüentemente está afetado, contribuindo para diminuir o movimento de abdução entre os dedos e a contratura em fl exão da IFP. A aponeurose palmar também emite expansões para a fáscia dos músculos interósseos, metacarpos e ligamento metacárpico transverso profundo, formando compartimentos por meio dos denominados septos de Legueu e Juvara. Nesses compartimentos passam os tendões fl exores, músculos lumbricais e feixes neuro- vasculares. Nos dedos, a fáscia palmar continua como fáscia di- gital lateral, que recebe fi bras do ligamento natatório, banda espiral e ligamentos de Grayson e Cleland. Características da fáscia palmar • Forma triangular, com ápice (origem) no punho, próximo as fi bras terminais do tendão do músculo palmar longo; • Fibras longitudinais (bandas pré-tendinosas); • Distalmente à prega palmar distal algumas fi bras vão para a pele; Anatomia da fáscia palmar A fáscia palmar possui uma forma triangular, com ápice (origem) no punho, próximo as fi bras terminais
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