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Coleção de Plantas Medicinais e Hortaliças não Convencionais in vivo, Notas de estudo de Engenharia Agronômica

Coleção de Plantas Medicinais e Hortaliças não Convencionais in vivo

Tipologia: Notas de estudo

2011

Compartilhado em 21/03/2011

fernando-xavier-20
fernando-xavier-20 🇧🇷

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Baixe Coleção de Plantas Medicinais e Hortaliças não Convencionais in vivo e outras Notas de estudo em PDF para Engenharia Agronômica, somente na Docsity! DIRETORIA DE PESQUISA, PÓS GRADUAÇÃO E EXTENSÃO RELATÓRIO TÉCNICO-CIENTÍFICO FINAL PÍBITI, PIBIC E PIBIC JR. COLEÇÃO DE PLANTAS MEDICINAIS E HORTALIÇAS NÃO CONVENCIONAIS IN VIVO FERNANDO BRUNO XAVIER RICARDO MONTEIRO CORRÊA Este relatório é parte dos requisitos dos Programas Institucionais de Bolsa de ICT para finalização do processo de 2010/2011 sendo apresentado ao Comitê Institucional de Avaliação do PIBIC. BAMBUÍ - MG 2011 DIRETORIA DE PESQUISA, PÓS-GRADUAÇÃO E EXTENSÃO Relatório Final 2011: Fernando Bruno Xavier 2 Resumo: O uso de plantas medicinais tem sido uma prática consagrada em épocas diversas da história da raça humana, entretanto com o intenso extrativismo, aliado ao avanço da área ocupada por outras culturas, tem levado a perda acelerada destes materiais, e consequentemente ao esquecimento destas plantas pela população. É sabido que o uso de plantas medicinais no tratamento e na cura de enfermidades é utilizado até os dias atuais, e que várias pessoas ainda se alimentam de inúmeras hortaliças não convencionais. Portanto o objetivo do trabalho conduzido foi montar uma coleção de plantas medicinais e hortaliças não convencionais no Instituto Federal de Ciência e Tecnologia de Minas Gerais - Campus Bambuí (IFET – Bambuí). O projeto teve como finalidade a conservação das plantas in vivo para fomentar a área de pesquisa institucional, e prestar serviços ao público interessado no cultivo destas plantas. Para propagação das plantas foram coletados materiais de várias formas, tais como, estacas, sementes, rizomas, estolhos, entre outros. Estes propágulos foram manejados na estufa do setor de Olericultura do campus, onde receberam irrigações frequentes. O acompanhamento da fitossanidade dos materiais e da fase de germinação/enraizamento foram realizados diariamente. Após a formação das mudas, estas foram transplantadas para seu local definitivo no horto. Os canteiros foram montados separadamente de acordo com hábito de crescimento e o ciclo vegetativo de cada espécie. As principais atividades desenvolvidas no projeto foram à condução, manejo e fornecimento de espécies para estudos na área de pesquisa e extensão, alem de ilustrar aos acadêmicos a variabilidade de espécies existentes na flora brasileira. DIRETORIA DE PESQUISA, PÓS-GRADUAÇÃO E EXTENSÃO Relatório Final 2011: Fernando Bruno Xavier 5 as Guianas. Pertence a família Marantaceae e é propagada através dos rizomas inteiros, sendo a melhor época de plantio de agosto a outubro. A araruta estará no ponto de colheita entre oito e 10 meses após o plantio. As folhas ficam amareladas e secas e começam a tombar sobre a terra (Coelho et al., 2005). É uma planta cuja raiz tem fécula, considerada como um alimento de fácil digestão. É rica em carboidratos, e vitaminas a (betacaroteno), b1 (niacina), b2 (riboflavina) e b3 (tiamina). Tradicionalmente é utilizada na forma de polvilho extraído dos rizomas depois de triturados. Considerada-se um alimento muito adequado para pessoas debilitadas e convalescentes, e também é recomendada para pessoas com restrições alimentares ao glúten (doença celíaca). A fécula pode ser utilizada na produção de doces, biscoitos, sopas, mingaus, caldas de frutas e no engrossamento de molhos e cremes. O taro (Colocasia esculenta) é pertencente à família Aráceae, sendo também conhecido como inhame (Figura 2). É uma olerícola com considerável valor nutricional, apresentando elevado teor de amido, o que permite tanto seu consumo in natura quanto sua utilização como matéria-prima para a agroindústria (Vilpoux, 2001). A sua parte comestível é formada por um rizoma central esférico, rodeado por vários rebentos laterais, sendo que esses últimos geralmente obtêm maior valor de comercialização (Puiatti, 2002). C. esculenta constitui-se um alimento básico para diversas populações distribuídas pelo mundo, especialmente nas regiões tropicais e subtropicais úmidas (Wang, 1983; Rubatsky e Yamaguchi, 1997). Seus rizomas, além de apresentarem boa conservação pós-colheita, são fontes de carboidratos, minerais e vitaminas (Puiatti et al.1992). Devido às características de rusticidade de cultivo e valor nutricional, o taro tem sido sugerido pela FAO (Food and Agriculture Organization), juntamente com outras espécies produtoras de tubérculos e raízes tuberosas, como cultura alternativa para aumentar a base alimentar em países em desenvolvimento (Puiatti, 2002). Dentre as plantas tropicais produtoras de raízes, tubérculos e rizomas, o taro ocupa o 4º lugar em volume produzido no mundo, com uma área plantada de 1.494 mil ha, produção de 8.976 mil toneladas e produtividade de 6.008 kg/ha (FAO, 2002). As taiobas são reconhecidas pela cor do rizoma, que podem ser branca, amarela e roxa. É rica em carboidratos, sais minerais, cálcio, fósforo, ferro e vitaminas a, b1, b2 e c (Piedrahita, 1977; Paiva, 1993). Possui também substâncias chamadas antioxidantes (carotenóides), responsáveis pela redução de radicais livres, além de prevenir o envelhecimento. Na sua utilização há um total aproveitamento da planta, podendo ser utilizada na alimentação suas folhas, caules e rizomas. As folhas podem ser usadas refogadas, com arroz, com frango, ou carne moída, em omeletes, suflês, etc. os rizomas, que atingem os melhores índices de produção após 270 dias (Paiva, 1997), podem ser preparados cozidos, assados ou em produtos de panificação. O jacatupé (Pachyrrhizus tuberosus Lam.), também conhecido como feijão- macuco, é conhecida desde a Descoberta do Brasil, quando da chegada dos primeiros DIRETORIA DE PESQUISA, PÓS-GRADUAÇÃO E EXTENSÃO Relatório Final 2011: Fernando Bruno Xavier 6 colonizadores (Arruda, 1921). É uma das seis espécies do gênero Pachyrrhizus estabelecida por Clausen (1944), pertencente à família Fabaceae. Segundo Sorensen (1990), o Jacatupé é encontrado no oeste da América do Sul. É uma planta herbácea, trepadora, com hábito de crescimento indeterminado (decumbente) observado na figura 3 (A). Produz raízes tuberosas ricas em amido, proteína e açúcares. Tem as folhas alternas, composta e trifoliadas. Os folíolos são assimétricos, alguns com margens inteiras e outros denteados, bases cuneadas e ápices apiculados (Figura 3 B). A inflorescência é racemosa, flores zigomorfas de coloração roxa. O fruto legume apresenta de 13,0 a 19,0 cm de comprimento e 1,4 a 2,3 cm de diâmetro, podendo apresentar de 5 a 13 sementes (Noda, Paiva e Bueno, 1984 e Alvarenga, 1987). A parte mais aproveitada pelo homem é a raiz tuberosa que é muito tenra e açucarada, é ingerida crua, assada ou cozida, podendo ainda ser utilizada na produção de polvilho. Serve também para o preparo de rações para suínos e gado, principalmente, o leiteiro. Como forragem, pode ser associado ao milho e/ou ao sorgo para ser ensilado (Arruda, 1921). Segundo Alvarenga, (1987) a sementes apresentam um elevado teor de isoflavonóides, principalmente a rotenona, que são extremamente tóxicos para a alimentação humana e para animais. Os alimentos não-convencionais são ricos em um ou mais nutrientes benéficos à saúde, podendo ajudar a combater as carências nutricionais da população brasileira (Alimentos Regionais Brasileiros, 2008). As plantas medicinais estão tomando cada vez mais espaço no mercado de produtos naturais. Dados da organização mundial de saúde (OMS) mostram que cerca de 80 % da população mundial fez uso de algum tipo de erva na busca de alívio de alguma sintomatologia dolorosa ou desagradável. Várias plantas como Manjericão (Ocimum basilicum L.); Funcho (Foeniculum vulgare), Boldo Brasileiro (Plectranthus barbatus Andrews), Mertiolate (Jatropha multifida L.), Tomilho (Thymus vulgaris), Babosa (Aloe vera (L) Burm f), Terramicina (Alternanthera brasiliensis), Mil folhas (Achilllea millefolium), Erva cidreira de arbusto (Lippia alba), Balsamo (Sedum dendroideum), foram introduzidas na coleção, como mostrado nas figuras 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11, 12 e 13. Estas e muitas outras são utilizadas na medicina popular na cura de varias sintomatologias. A maioria destas plantas estão sendo ameaçadas de extinção, visto que a atividade predatória está acabando com os acessos existentes. Assim, uma coleção de plantas é uma estratégia que visa evitar a extinção de muitas espécies além de resgatar o uso medicinal destas plantas. A proposta deste trabalho reside basicamente na idéia de que temos uma demanda enorme destas plantas, sejam aromáticas ou medicinais, mas que devido a gama de desinformações em veiculação, exige e necessita de estudos profundos desde do reconhecimento correto das plantas, sua manipulação adequada, até o consumo final (MINAMI, 1999). Segundo Xavier et al (2010) as espécies medicinais Babosa (Aloe vera (L) Burm f), Beldroega (Portulaca oleracea), Cana-de-macaco (Costus spiralis), Cavalinha (Equisetum DIRETORIA DE PESQUISA, PÓS-GRADUAÇÃO E EXTENSÃO Relatório Final 2011: Fernando Bruno Xavier 7 arvense ou E. Giganteum), Erva cidreira brasileira (Lippia alba), Erva-macaé (Leonurus sibiricus), Funcho (Foeniculum vulgare) (Figura 2), Gengibre (Zingiber officinale), Hortelã vick (Mentha arvensis), Marcela-do-campo (Achyrocline satureioides (Lam.), Melissa (Melissa officinalis), Poejo (Mentha pulegium), Saião (Kalanchoe brasiliensis Cambess), Tanchagem (Plantago major), Anador (Alternanthera brasiliensis) e Vinagreira (Hibiscus sabdariffa) e as espécies olerícolas Feijão jacatupé (Pachyrhizus erosus), Orégano (Origanum vulgare), Ora-pro-nóbis (Pereskia aculeata), foram alguns dos acessos implantados no horto e que têm maior interesse terapêutico e hortícola. Assim, a coleção destas espécies é de suma importância para comunidade acadêmica e regional. Conclusão 1 - Criação de uma coleção de plantas medicinais e hortaliças não convencionais no IFET – Bambuí; 2 - fornecimento de materiais para novos estudos de pesquisas e extensionistas aos docentes; 3 - Resgate alimentar de hortaliças não convencionais aos acadêmicos; 4 – Acréscimo de conhecimento das espécies da coleção. DIRETORIA DE PESQUISA, PÓS-GRADUAÇÃO E EXTENSÃO Relatório Final 2011: Fernando Bruno Xavier 10 Figura 1 – (A) Planta de Ora-pro-nóbis (Pereskia aculeata mill.); (B) Detalhes da inflorescência da planta na coleção do IFET – Bambuí. Figura 7 – (A) planta de merthiolate (Jatropha multifida); (B) detalhes das folhas, inflorescência e formação do fruto em horto medicinal do IFMG – campus bambuí. Figura 5 – Funcho (Foeniculum vulgare) na coleção. Figura 4 – Planta de Manjericão (Ocimum basilicum L.) na coleção; Figura 6 – Planta de Boldo Brasileiro (Plectranthus barbatus Andrews) na coleção. Figura 2 – taro (Colocasia esculenta) Figura 3 – (A) Crescimento indeterminado da planta Jacatupé (Pachyrrhizus tuberosus Lam.); (B) Detalhes do trifólio do Jacatupé, na coleção. DIRETORIA DE PESQUISA, PÓS-GRADUAÇÃO E EXTENSÃO Relatório Final 2011: Fernando Bruno Xavier 11 Figura 8 – Tomilho (Thymus vulgaris) na coleção. Figura 9 – Babosa (Aloe vera (L) Burm ) na coleção. Figura 10 – (A) planta de doril (alternanthera brasiliana); (B) detalhes das folhas, ramos e inflorescência de planta cultivada na coleção. Figura 11 – Mil folhas (Achilllea millefolium) na coleção. Figura 13 – Balsamo (Sedum dendroideum) na coleção. Figura 12 – Erva cidreira de arbusto (Lippia alba) na coleção.
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