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RELATÓRIO DE ESTÁGIO BÁSICO II - Em Psicologia, Provas de Psicologia

Trecho Referente à Introdução: O presente relatório descreve as atividades de estágio realizadas no Setor Psicossocial da Delegacia Especializada na Investigação de Atos Infracionais – DEIAI e apresenta a proposta de intervenção elaborada durante o período do Estágio Básico II. As atividades desenvolvidas neste setor correspondem ao atendimento à demanda de adolescentes autores de atos infracionais ou em situação de risco pessoal e social vindo a atender ainda crianças com desvio de conduta.

Tipologia: Provas

2011
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Baixe RELATÓRIO DE ESTÁGIO BÁSICO II - Em Psicologia e outras Provas em PDF para Psicologia, somente na Docsity! INSTITUTO MACAPAENSE DE ENSINO SUPERIOR ANA PAULA PINHEIRO PEREIRA DE BARROS RELATÓRIO DE ESTÁGIO BÁSICO II MACAPÁ 2010 INSTITUTO MACAPAENSE DE ENSINO SUPERIOR ANA PAULA PINHEIRO PEREIRA DE BARROS PAGE 8 RELATÓRIO DE ESTÁGIO BÁSICO II Relatório apresentado ao curso de Psicologia do Instituto Macapaense do Melhor Ensino Superior como processo avaliativo da disciplina Estágio Supervisionado II, sob orientação do professor Arlan Amanajás. MACAPÁ 2010 SUMÁRIO INTRODUÇÃO................................................................................ 03 PAGE 8 CAPÍTULO I: A HISTÓRIA INSTITUCIONAL DESCRIÇÃO DA INSTITUIÇÃO O estágio se realizou no Setor do Psicossocial da Delegacia Especializada na Investigação de Atos Infracionais - DEIAI, localizada na Avenida FAB, nº1849, no Bairro Central. A Delegacia, fundada em 2002, é uma Instituição Pública, tendo como mantenedor o Governo do Estado do Amapá. “Tem por finalidade atender a demanda de crianças e adolescentes autores de atos infracionais ou em situação de risco pessoal e social” (CANTUÁRIA, 2010). A Instituição conta com uma equipe composta de 64 profissionais: 06 delegados, sendo uma delegada titular; 10 Oficiais de Polícia Civil; 02 Oficiais de Polícia; 03 Escrivãos de Polícia Civil; 01 Comissário de Polícia; 08 Guardas de Presídio; 02 Agentes Administrativos; 20 Agentes de Polícia Civil; 02 Agentes de Polícia; 01 Motorista. A equipe do Psicossocial é composta por 02 Sociólogas; 02 Assistentes Sociais; 03 Psicólogos; 02 Assistentes Sociais voluntárias. DESCRIÇÃO DO TRABALHO Os profissionais da Psicologia, Serviço social e Sociologia desenvolvem atividades com adolescentes que cometeram ato infracional ou encontram-se em situação de risco pessoal e social e, embora não seja a demanda, também realizam atendimento com crianças, quando apresentam desvio de conduta. A principal atividade desenvolvida é o aconselhamento, sendo assim, o foco o principal é receber o cliente e facilitar para que ele se posicione diante de seu sofrimento psíquico. O aconselhamento é um dos papéis mais importantes do setor do Psicossocial e contempla pais e adolescentes. Os objetivos do aconselhamento são de: proporcionar aos adolescentes uma reflexão sobre o ato infracional cometido para que o incidente não seja repetido; prevenir outras infrações. Os técnicos atuantes na área da Psicologia, Sociologia e Serviço Social efetuam uma avaliação psicossocial do adolescente infrator, logo após a sua apreensão. É realizado um atendimento na presença dos responsáveis, onde são colhidas informações pessoais do adolescente através de um questionário com fins estatísticos. As informações contempladas são: nome completo; data de nascimento; nome e profissão dos responsáveis; documento apresentado; endereço onde reside; PAGE 8 a situação escolar do adolescente, onde o mesmo informa se é alfabetizado ou não; se estuda (se sim, onde e que série/etapa freqüenta, se não, por quê?); se trabalha (se sim, comunica onde e se faz parte do mercado formal ou informal), caracterizando, dessa forma, sua situação ocupacional. Questiona-se, ainda, o uso de drogas (se sim, há quanto tempo e quais substâncias), de cigarro e de bebida alcoólica; com quem o adolescente estava na ocorrência do ato infracional, se com parentes, adolescentes; se possui apelidos; se faz parte de gangues ou já fez e sua religião, caso tenha. É observada a realidade sócio-familiar e educacional do adolescente, sendo perguntado ao mesmo com quem e com quantos reside. Ao término do atendimento, é feito um relatório, ainda que resumido, de algumas características do adolescente como, por exemplo, sua personalidade e seu comportamento. Nessa oportunidade, é verificado se o mesmo encontra-se em bom estado de higiene e vestimenta; quanto ao aspecto psicológico, analisa-se se infrator está calmo, se consegue articular bem a fala, se mantém contato com o olhar, se segue raciocínio feito, como avalia a gravidade do ato supostamente por ele praticado e se está orientado globalmente (quando ao Eu, tempo e espaço). Os genitores, quando presentes no momento da avaliação, também são questionados sobre o comportamento do filho em casa e na rua. O infrator tem, ainda, a oportunidade de falar sobre o cometimento do ato infracional, confessando ou negando a autoria do mesmo. E, finalizando, um dos técnicos do psicossocial trata da gravidade do delito e da importância do adolescente em reavaliar suas condutas e amizades com quem frequentemente convive. Trata-se então de um trabalho de conscientização e reflexão, com o propósito de evitar a reincidência, ou mesmo prevenção. O trabalho se dá de forma multidisciplinar, onde a atuação não fica limitada apenas a um campo de saber. O técnico então sugere uma das medidas socioeducativas (mais a diante mencionadas detalhadamente), quando se faz necessária, a ser aplicada. Dependendo do caso, são encaminhados para Órgãos parceiros membros da família que necessitam de acompanhamento especial por intermédio de uma ficha de Referência e Contra-referência. Alguns dos Órgãos parceiros que recebem maior número de encaminhamentos são: CAPSI – Centro de Atenção Psicossocial; Conselho Tutelar; CRAM - Centro de Referência em atendimento à Mulher; CRTN – Centro de Referência em Atendimento Natural; CREAS – Centro de Referência Especializado em Assistência Social; DERCCA – PAGE 8 Delegacia Especializada na Repressão de Crimes Contra Crianças e Adolescentes; Estádio Glicério Marques; Ginásio Avertino Ramos; Hospital de Especialidades Drº. Alberto Lima; HMML – Hospital da Mulher Mãe Luzia; NAECA – Núcleo Especializado à Criança e ao Adolescente; Projeto Boleiro; Projeto Cidadão Mirim; Projeto Peixinhos Voadores; PAI – Pronto Atendimento Infantil; Psicossocial da Polícia Civil; SIMS – Secretaria do Estado de Inclusão e Mobilização Social; SETE – Secretaria do Estado de Trabalho e Empreendedorismo. É de competência das Sociólogas da DEIAI, junto aos demais técnicos do Psicossocial, elaborar mensalmente um relatório baseado nos questionários estatísticos acima citados, abordando de forma quantitativa as seguintes informações: • Condições Estruturais: Desigualdade social; oportunidades; falta de expectativas; reestruturação de Instituições públicas; facilidades do crime. • Baixo Controle: Escola, famílias, comunidades, Igreja. • Características Individuais: Atributos de Personalidade; baixa auto-estima; maior influência: amigos (grupos dos iguais – Assis, 1999). • Nível sócio-psicológico; estrutura familiar; Relação familiar. (CANTUÁRIA, Maio de 2010). A equipe dos Assistentes sociais é encarregada das visitas domiciliares e atendimentos familiares; da situação econômico-familiar do adolescente e da garantia dos direitos deste como saúde, documentação, profissionalização, esporte, cultura e lazer, religiosidade e atendimento à família. A equipe dos psicólogos baseia seu trabalho no respeito à dignidade e integridade do ser humano, visando assim, promover o bem-estar do adolescente infrator e de sua família. Atribuições essas conferidas pelo próprio Código de Ética. Cabe aos psicólogos, a análise da situação atual do adolescente, sendo para isso traçado um perfil psicossocial do mesmo onde se sobressaltam os pontos importantes para uma intervenção em sua realidade. Este parecer, portanto, esclarece e analisa as questões relacionadas às decisões a serem tomadas, como por exemplo, o encaminhamento a órgãos parceiros. De forma mais detalhada as atividades de competência dos psicólogos são as seguintes: • Promover estudos sobre características psicossociais de adolescentes em conflito com a lei ou com desvio de conduta; PAGE 8 É evidente que a família encontra-se como o referencial na vida do adolescente. Quando desde a Infância a criança vê na família sua fonte de inspiração, onde os pais promovem modelos de comportamento, de vida digna, boa educação e principalmente os cercam de amor e proteção, as chances dessa criança vir a ser um adolescente infrator são bem menores. É desta forma que a família como fundamento da sociedade deve ser preservada, protegida, fortalecida e regulamentada, em cuja sombra de proteção devem ser criados e assistidos os filhos. Na realidade, os adolescentes infratores, em sua grande maioria, tiveram uma infância difícil, sem condições adequadas para sobreviverem, onde os pais normalmente foram viciados e os trataram com violência, vindo a ser este um dos maiores fatores responsáveis tanto pela prática de ato infracional entre os adolescentes como para o uso de drogas. Quanto à sociedade, a legislação que fornece as diretrizes sobre os procedimentos a respeito do menor como o Estatuto da Criança e do Adolescente, evidentemente, não é suficiente para corrigir a gravidade dos problemas sociais brasileiros e garantir as oportunidades para o desenvolvimento saudável do menor. É óbvia a necessidade de se fazer um investimento para a promoção da dignidade do adolescente, pois é uma garantia dos direitos universais do ser humano e um compromisso de todos os segmentos com a justiça social. Assim, o Estado, a família e a sociedade, têm por obrigação garantir os direitos fundamentais dos adolescentes. Conceito de vocação Vocacional deriva de vocação, tem como sinônimos: desígnio, escolha, chamamento, tendência, inclinação, talento, aptidão, pendor. Quando este conceito se aplica à orientação vocacional o significado mais apropriado é “escolha”, uma vez que expressa opções que partem da pessoa ao que mais lhe vier a ser interessante. Segundo Wainberg (1997) a preocupação com a escolha profissional do indivíduo tem gerado estudos desde o final do século XIX com os primeiros testes mentais de J. M. Cattel e Binet, e com a publicação em 1909, por Parsons, do primeiro trabalho específico vocacional: Choosing a vocation. Houve mudanças no conceito de vocação como sendo a existência de aptidões específicas mensuráveis e estáveis e na incapacidade do adolescente PAGE 8 decidir por si mesmo: atualmente se acredita no adolescente desempenhando papel ativo no processo decisório, na idéia das potencialidades não serem estáticas nem específicas, mas modificáveis com o tempo e a partir disso, então, o processo de Orientação Vocacional acompanha essa evolução não sendo mais visto como auxílio na escolha de uma ocupação, mas como parte do processo de busca da identidade pessoal. Esta questão vem a corresponder ao próprio trabalho do setor psicossocial no quesito do aconselhamento O que é Orientação Vocacional De acordo com Valore (2002) o processo de Orientação Vocacional é um método de intervenção mais do que um conjunto de procedimentos. Representa uma estratégia do pensamento, uma articulação de conceitos e de proposições que configura um objeto de estudo e permite uma dada análise resultando que para poder estabelecer o método em Orientação Profissional, é preciso perguntar-se acerca de seu objeto. O processo de Orientação Vocacional surge como um meio facilitador, ajudando o adolescente a se conhecer melhor, dando, conseqüentemente, subsídios para que ele faça a escolha mais adequada (PIMENTA, 1981). Definida como o processo pelo qual o indivíduo é ajudado a escolher e a se preparar para entrar e progredir numa ocupação, a OV propicia o desenvolvimento do autoconhecimento, aplicando essa compreensão às ocupações (Super & Junior, 1980). A OV é o resultado de um certo número de movimentos, pesquisas e trabalhos que no início tiveram o objetivo imediato de auxiliar os adolescentes na escolha de ocupações adequadas. Coletaram-se e organizaram-se informações e passou-se a explorar os inventários e testes psicológicos como recursos a mais, tornando o processo de OV mais complexo e eficiente (Super & Junior, 1980). A Orientação Vocacional é uma abordagem preocupada em propiciar ao indivíduo a escolha certa para a realização de uma atividade prazerosa, que lhe permita a satisfação integral mediante o exercício de uma profissão. Sobre os testes vocacionais Geralmente, os modelos de testes vocacionais visam medir interesses, aptidões, a personalidade e a inteligência do adolescente. São avaliadas ainda as suas habilidades, o seu nível de percepção, o raciocínio e a memória. É considerado PAGE 8 também o lado pessoal, o equilíbrio mental e emocional, as angústias, os conflitos e as rivalidades da pessoa. Isso por meio de avaliações estruturais, dinâmicas e outros métodos. Além disso, são feitas entrevistas com o adolescente e os pais, onde é feita a análise das situações rotineiras da família, o histórico cultural e familiar e os relacionamentos sociais que os envolvem. Todavia, uma boa orientação não pode se prender apenas a testes vocacionais, pois eles podem generalizar o comportamento dos indivíduos. Alguns profissionais ainda se limitam a aplicar testes psicológicos, não confrontando os resultados com outras técnicas. Ao dar um resultado não corroborado ou incompleto, o profissional estará desqualificando a psicologia como um todo e podendo comprometer o processo de escolha de um sujeito. A importância da Orientação Vocacional A orientação profissional um o processo que auxilia o indivíduo a descobrir e utilizar suas habilidades naturais e conhecer as fontes de treinamento disponíveis, afim de que consiga alcançar os resultados que tragam o máximo proveito para si e para a sociedade. Para a maioria das pessoas, a identidade vocacional forma uma parte importante de sua identidade geral. Ter um emprego valorizado pela sociedade – e ter sucesso e prestígio nele – aumentam a auto-estima e facilita o desenvolvimento de um senso de identidade mais seguro e estável. Por outro lado, quando a sociedade aponta que alguém não é necessário e que não há disponibilidade de bons empregos, pode-se gerar dúvidas, incertezas ou mesmo, como em alguns casos, delinqüência e sentimentos de revolta, formando uma identidade negativa (Mussen, Conger, Kagan & Huston, 1995). Esta pode prevenir alguns transtornos na vida do adolescente, como decepções e ilusões, e favorecer a melhoria da qualidade de vida em diversos níveis (Azevedo & Santos, 2000). A OV cumpre sua função de extrema importância quando leva o sujeito a refletir sobre si mesmo, analisando suas características, explorando sua personalidade e aprendendo a escolher e abordar situações conflitivas. Além disso, o processo de OV coloca a descoberta de possíveis problemáticas do sujeito, bem como disposições psicopatológicas, pois condensa toda a história prévia dessa pessoa e, ao mesmo tempo, antecipa seu futuro (Müller, 1988). PAGE 8 para que estes adolescentes se sintam amparados e reflitam sobre o que querem para o futuro. Uma vez que a questão da escolha profissional está diretamente ligada à construção de projetos de vida, o jovem tem que pensar no assunto com seriedade, dando à OV a atenção que ela merece e participando ativamente do processo, que pode ser comparado a uma escalada, onde o orientador é aquele que está um pouco à frente porque domina os instrumentos (testes e dinâmicas) e conhece o caminho, levando na bagagem seu conhecimento, sua experiência pessoal e profissional. Porém, é preciso que o jovem traga também a sua bagagem, ou seja, que participe e que se comprometa com os horários e com as atividades propostas, pois o orientador não é um mágico que adivinhará qual profissão tem a ver com o cliente. O processo de Orientação Vocacional também tem como objetivo trabalhar os conflitos, estereótipos e preconceitos em relação à escolha profissional, para que haja a superação dos mesmos e a construção de um auto-conceito a partir da interação com o outro, dentro de uma realidade social. O processo de orientação é permeado pela idéia de ser humano em constante movimento, que vai se construindo a partir de suas escolhas e vivências na interação com o outro. Dessa forma, são oferecidas, ao adolescente, condições para que ele escolha, não definitivamente, mas neste momento, o caminho que é possível ser trilhado. Mais importante que a escolha é aprender a fazer escolhas, em cada momento da vida. CAPÍTULO III: A PROPOSTA DE INTERVENÇÃO COM ADOLESCENTES PROPOSTA DE INTERVENÇÃO Considerando o referencial teórico, mais precisamente a questão da Orientação Vocacional, propõe-se a criação de um grupo com adolescentes de 15 a 17 anos visando trabalhar a temática da vocação de maneira a incentivar estes adolescentes a pensarem sobre o que desejam para seu futuro, quanto à escolha da profissão. OBJETIVOS GERAL: • Esta proposta de trabalho tem como objetivo proporcionar aos adolescentes em situação de risco pessoal e social a promoção do auto-conhecimento no que se refere à personalidade e às habilidades inerentes de caráter profissional. ESPECÍFICO: PAGE 8 • Criação de um grupo de orientação vocacional para adolescentes de 15 a 17 anos mediante parceria entre a DEIAI e uma Escola Pública. JUSTIFICATIVA O auto-conhecimento é o pilar fundamental de todo o processo: para descobrir quem se quer vir a ser é necessário descobrir quem se é. Mas para articular este auto-conhecimento a um projeto futuro é necessário, também, conhecer a realidade das diversas profissões e ocupações; só se escolhe com segurança aquilo que efetivamente se conhece. A escolha da profissão é um dos eventos mais importantes do processo de amadurecimento do adolescente, pois significa que o mesmo encontra-se a poucos passos do mundo adulto onde suas responsabilidades aumentam, fazendo com que gradativamente ele abandone seu mundo infantil. Esse processo de escolha é natural e o adolescente geralmente busca aquilo que mais deseja, seja por influencia dos pais, do seu meio social ou por simples identificação. Debesse (1946 apud. Ozella, 2002) diz que a orientação vocacional é o processo de fazer o indivíduo descobrir e utilizar suas habilidades naturais e conhecer as fontes de treinamento disponíveis, afim de que consiga alcançar os resultados que tragam o máximo proveito para si e para a sociedade. É uma ferramenta que visa ajudar as pessoas a conhecer melhor suas habilidades, a fim de utilizá-las como norte nesse processo de escolha. Sua tarefa básica é facilitar o momento de escolha do adolescente, auxiliando-o a compreender sua situação especifica de vida, na qual estão incluídos aspectos pessoais, familiares e sociais. Dessa forma, a proposta de intervenção de orientação vocacional busca promover o interesse dos adolescentes sobre a escolha de uma profissão; faze-los pensar sobre o futuro; obter auto-conhecimento e, promover a cidadania. Diante desta temática, propõe-se a criação de um grupo de orientação vocacional para adolescentes em parceria com uma escola pública que venha a apresentar maior demanda de evasão escolar para proporcionar debates, reflexões e auto-conhecimento. O grupo pode vir a satisfazer ainda as necessidades de afiliação, prestígio, auto-estima dentre outras. O grupo constitui ainda a transição necessária do mundo externo para alcançar a individualidade adulta. É a terapia mais natural para o adolescente. O grupo é uma terapia por excelência para jovens porque, a uma certa altura do trabalho, eles mesmos ajudam uns aos outros de forma impressionante. PAGE 8 Eles vão explorar novos meios de relacionamentos sociais e aprender a dominar a realidade. Ter colegas que são muito diferentes do que ele habitualmente teria como amigos é uma das maiores riquezas do grupo, mas é também o maior desafio. Eles necessitam aceitar esse desafio. É possível que ao término da intervenção, se tenha informações suficientes para a montagem de um Artigo que enriqueça não somente o trabalho do Psicossocial, mas das áreas que compõe a equipe do referido setor. A ESCOLHA DO GRUPO Serão montados grupos onde a diferença de idade não ultrapasse três anos. Também será necessário manter um equilíbrio entre meninos e meninas, pois é contra-indicado formar grupos onde só haja uma menina e vários meninos, ou vice- versa – quando um dos sexos fica em minoria, o grupo já não proporciona o fator terapêutico para aquela ou aquele adolescente que ficou só. O número de participantes para grupos de adolescentes será, no máximo, de dez. “O grupo será, para os adolescentes, uma reprodução em miniatura do mundo. Cada um saberá do outro: características, motivação para a terapia, situação familiar e outros elementos. Ao mesmo tempo que o grupo vai se conhecendo, o trabalho vai sendo operado em vários níveis: quem tem dificuldade de se expressar já inicia seu trabalho, assim como acontece com quem tem um universo muito restrito e com aqueles que não têm outro espaço para expressão. Desta maneira, enquanto se trabalha um aspecto, outros vão surgindo e sendo aproveitados por cada um. À medida em que os adolescentes vão crescendo na confiança e no vínculo, o trabalho pode ser mais profundo; ou seja, à medida em que o grupo avança, eles vão traduzindo emoções, jogos, transações” (Kowarski, 2007) É importante ressaltar que uma das dificuldades das escolas públicas de Macapá é a de não possuir psicólogos junto à equipe de profissionais onde questões como orientação vocacional e outras seriam de competência e iniciativa destes referidos profissionais. Na falta destes, ainda que não seja responsabilidade de profissionais de outras instituições iniciarem trabalhos de conscientização e outros de teor educacional são interessantes e necessários que se iniciem, como parte de contribuição ao resgate da cidadania, uma vez que oportunizando a temática de Orientação Vocacional o adolescente pode contar com o apoio de profissionais passando a acreditar em seu potencial e fazer planos para a profissão que desejar seguir, vindo a contribuir com sua sociedade. Os testes mais indicados para realizar Orientação Vocacional são o QUATI e o HTM, na falta destes caberá aos profissionais responsáveis elaborar mecanismos PAGE 8 • Será comunicado à Escola Pública Selecionada o quantitativo de adolescentes que apresentaram evasão escolar e desmotivação a fim de solicitar parceria para pôr em prática o plano de intervenção, tendo como foco a Orientação Vocacional. • Conforme resposta positiva à parceria inicia-se o plano de ação com a montagem de um grupo de Orientação Vocacional com adolescentes de 15 a 17 anos, nas dependências da referida Escola, sob forma de grupo de no máximo 10 adolescentes. 3 – Intervenção O Primeiro encontro: • No primeiro encontro com os adolescentes lhes serão esclarecidos os objetivos de realizar este trabalho e o tempo de duração. Será feita a apresentação destes para que possam expressar-se e conhecerem-se mutuamente, o que pode contar com a ajuda de uma dinâmica de quebra-gelo ou de interação. Indica-se que após a apresentação destes, seja feita uma dinâmica de encerramento ou uma reflexão, de forma que se sintam acolhidos e motivados a participarem dos próximos encontros. O segundo Encontro: • O segundo encontro abordará o contato de cada adolescente sobre o conhecimento de si mesmo através de testes de personalidade. Os testes ficarão à escolha do profissional de psicologia, que deverá analisar o mais apropriado para ser aplicado. • Na impossibilidade de trabalhar com testes padronizados, pode-se elaborar um questionário com perguntas-chave como “Quem sou eu?”; “Quais minhas qualidades?”; “Quais meus defeitos?”; “Quais meus planos para o futuro?”; “Como me vejo daqui a 10 anos?”. • Importante ter a idéia de que os testes são orientações para o profissional e não conclusões, o objetivo é o de oportunizar debates para o que os adolescentes possam expressar suas considerações sobre os resultados dos testes e o que pensam de si mesmos, promovendo o auto-conhecimento. O terceiro Encontro: • Pode ser iniciado com uma dinâmica compatível com o tema a ser apresentado. PAGE 8 • O tema do terceiro encontro será sobre as escolhas profissionais de interesse dos participantes, onde se abrirá o debate para que os adolescentes exponham seus desejos e reflitam se esses desejos são próprios ou aspirações da família, como se sentem em relação à isso, o que pretendem fazer para conseguir chegar a este objetivo. • Deixar-se-á a sugestão para que pesquisem em diversas fontes, como internet e Enciclopédias, dados a cerca das profissões que lhes sejam de interesse e apresentem no próximo encontro para partilharem com o grupo e receberem informações adicionais da equipe facilitadora – Equipe do Psicossocial. O quarto Encontro: • Dependendo das informações trazidas pelos adolescentes sobre as profissões desejadas, se abrirá um debate sobre o que já sabiam e o que vieram a conhecer, questionando-os sobre o que acharam, se sentem-se mais ou menos motivados a seguirem estas profissões. Poderá se complementar então com dados de como estes profissionais trabalham, as áreas em que podem atuar, e demais informações que forem necessárias esclarecer. • Caso não ocorra de trazerem pesquisas e impressões, conforme solicitado, os profissionais devem ter um plano-reserva, que vise abordar as informações cabíveis tais como as áreas de atuação profissional, remuneração, riscos da profissão. • Como este será o último encontro, se encerrará com uma dinâmica coerente ou com uma dramatização onde os integrantes do grupo representarão como serão enquanto profissionais interagindo com outros profissionais. • Caso os facilitadores sintam a necessidade de mais um encontro, pode-se formular o que será abordado neste encontro extra, não saindo do foco auto- conhecimento e orientação vocacional. RECURSOS Físicos: 1 – Sala para reuniões e trabalhos de grupo; 2 – mesas; 3 – cadeiras. Humanos: 1 – Profissionais da área de Psicologia; PAGE 8 2 – Profissionais Assistentes Sociais e Sociólogas, da equipe da DEIAI. 3 – Estagiários do curso de psicologia; Materiais: 1 – Folhas de Papel A4; 2 – canetas; 3 – lápis; 8 – Questionários dirigidos a cada tema escolhido, padronizados ou montados conforme interesse. PAGE 8 SUPER, D. E., e Junior, M. J. B. Psicologia ocupacional. Tradução de Esdras do Nascimento e Jair Ferreira dos Santos. São Paulo: Atlas, (1980). VALORE, L. A. Orientação Profissional em Grupo na Escola Pública: Direções possíveis, desafios necessários. In Levenfus, R.S. Orientação Vocacional Ocupacional: novos achados teóricos, técnicos e instrumentais para a clínica, a escola e a empresa. (p. 115 - 131) Porto Alegre: Artes Médicas, 2002. WAINBERG, S.B.G. Orientação Ocupacional: Uma porta para o futuro. In: Levenfus, R.S. Psicodinâmica da escolha profissional. (p. 373-386) Porto Alegre: Artes Médicas, 1997. PAGE 8 ANEXOS ANEXO I - DINÂMICAS TORNAREM-SE CONHECIDOS Ideal para o Primeiro Encontro do Grupo Objetivos: • Ajudar os membros do grupo a se conhecerem, de uma maneira fácil e não ameaçadora. Explorar os sentimentos que se originam desse conhecimento. • Explorar as dimensões desse encontro. Enfatizar a necessidade de saber escutar cuidadosamente durante uma conversa. • Treinar a memória. Tamanho do grupo: Adaptável a qualquer número de participantes. Tempo exigido: De 15 a 20 minutos. Material necessário: Nenhum. Ambiente: Sala ampla, com carteiras. Processo: O facilitador forma subgrupos a dois, orientando a todos para que, durante cinco a dez minutos conversem e procurem se conhecer mutuamente, focalizando as características pessoais de cada um. Importa lembrar que esse exercício visa igualmente treinar para o “saber ouvir”. Para isso, convém assegurar-se que entendeu bem, dizendo, por exemplo, “o que ouvi dizer foi...”. Após os dez minutos forma-se um círculo maior, cabendo a cada participante apresentar seu colega a todos. Aquele que está sendo apresentado não deverá intervir durante a apresentação, podendo, entretanto complementá-la ou corrigi-la ao final. Fechamento: Os facilitadores coordenam a discussão, procurando focalizar os sentimentos de cada um, ao apresentar seu colega e ao serem apresentados ao grupo. RÓTULOS Objetivo: PAGE 8 O exercício demonstra a facilidade com que as pessoas são rotuladas e reduzidas ao que se pode ver na “embalagem”, sem que tenham tempo de mostrar o que realmente são. Tamanho do grupo: Até 10 pessoas. Tempo exigido: De 30 a 45 minutos. Material utilizado: Cartões pré-preenchidos e fita adesiva. Ambiente físico: Sala de aula ampla, carteiras afastadas. Processo: Os Integrantes receberão – sem que saibam o que nele está escrito – um rótulo a ser aderido à sua testa. Nos rótulos estarão escritas frases como as que se seguem: 1. SOU ENGRAÇADO, RIA. 2. SOU TÍMIDO, AJUDE-ME. 3. SOU SURDO, GRITE. 4. SOU MENTIROSO, DESCONFIE. 5. SOU CRIATIVO, OUÇA-ME. 6. SOU INSIGNIFICANTE, IGNORE-ME. 7. SOU MUITO PODEROSO, BAJULE-ME. 8. SOU BONITO, PAQUERE-ME. 9. SOU INTELIGENTE, PERGUNTE-ME SOBRE COISAS DIFÍCEIS. 10. SOU DEFICIENTE, FAÇA AS COISAS POR MIM. Os membros do grupo devem andar pela sala, se relacionando de acordo com os dizeres dos papéis colados à testa da pessoa de quem se aproxima, por até 15 minutos, de modo que todos tenham se relacionado. Fechamento: O facilitador perguntará a cada um dos ‘rotulados’ como se sentiu naquela situação, e que tipo de percepção teve sendo assim discriminado. ÁGUA NA BOCA Objetivos: • Estimular o Trabalho em Equipe. PAGE 8 Em cada um dos grupos, será somado automaticamente o número de respostas "A" do quadro amarelo, com o número de respostas "B" do quadro bege e será fornecido um resultado. Ao terminar, verifique os resultados dos grupos e confira o resultado do seu teste vocacional. Não se preocupe em somar resultados, ele será fornecido automaticamente ao final Grupo I - Você prefere: Grupo II - Você prefere: A) ler sobre eletricidade B) ler sobre física nuclear A) observar planetas no telescópio B) observar células no microscópio A) ler sobre a fabricação de tintas B) ler sobre métodos de calcular A) obter uma bolsa para estudar química B) obter uma bolsa para estudar educação A) fazer o projeto de um novo viaduto B) traduzir um romance A) fazer experiências num laboratório de física B) fazer modelagem e desenho A) conhecer as leis da genética B) conhecer o funcionamento de um motor A) visitar um laboratório de microbiologia B) ir a uma exposição de produtos A) estudar a respiração dos peixes B) aprender a trabalhar com máquinas de calcular A) analisar as propriedades terapêuticas das frutas B) fazer um estudo sobre desemprego A) ler sobre a reprodução das aves B) ler sobre literatura A) fazer experiências com plantas B) fazer decoração e paisagismo A) ler sobre mecânica B) ler sobre física quântica A) estudar os ossos e músculos do corpo humano B) conhecer o mecanismo das máquinas em geral A) resolver quebra-cabeças matemáticos B) resolver quebra-cabeças com objetos A) visitar um orfanato B) visitar um museu de ciências A) ler obras de escritores famosos B) conhecer trabalhos de físicos famosos A) visitar uma galeria de arte B) conhecer um novo aparelho de laboratório A) estudar a composição da atmosfera B) estudar o DNA A) ir a um laboratório de análises clínicas B) assistir a uma palestra sobre imunologia A) determinar o custo de uma nova máquina B) pesquisar a cura da Aids A) estudar a causa da delinqüência juvenil B) observar o comportamento dos animais A) obter uma bolsa de literatura B) obter uma bolsa de biologia A) ler a seção de variedades de um jornal B) ler sobre a importância das vitaminas PAGE 8 GRUPO III - Você prefere: GRUPO IV - Você prefere: A) visitar um asilo de velhos B) visitar uma usina nuclear A) estudar o problema do menor abandonado B) observar o comportamento dos insetos A) entrevistar famílias sobre educação dos filhos B) organizar e tabular pesquisas A) ajudar a resolver problemas de crianças B) ajudar famílias de migrantes a se adaptar A) ser voluntário em programas de adoção de menores B) participar de cursos de redação A) ler sobre a produção de drogas B) ler sobre arte clássica A) ler obras de romancistas consagrados B) conhecer trabalhos de prêmios Nobel de física A) estudar a história da pintura B) estudar a história da ciência A) pertencer a um grupo literário B) pertencer a um grupo da Internet especializado em finanças A) aprender um idioma estrangeiro B) aprender um novo sistema de catalogar animais A) fazer um curso de literatura moderna B) assistir a um curso de gramática A) escrever uma peça teatral B) trabalhar numa peça A) obter uma bolsa de estatística B) obter uma bolsa de pedagogia A) analisar a composição dos alimentos B) analisar as causas do desemprego A) calcular o aumento do custo de vida B) estudar a condição social do trabalhador A) ajudar a combater a mendicância B) ajudar na educação de favelados A) estudar informática B) estudar novo método para erradicar o analfabetismo A) desenhar modelos de roupas B) ensinar crianças a se orientar no trânsito A) projetar uma estrada B) recitar poemas A) ler sobre protozoários B) ler sobre poesia A) escrever uma tese de química B) escrever uma novela A) participar de programas de recuperação de drogados B) participar de um curso de arte A) estudar regras de estilo e oratória B) estudar literatura e interpretação de texto A) criar modelos de cartões-postais B) criar frases originais para esses cartões GRUPO V - Você prefere: A) visitar uma exposição de escultura B) conhecer um novo tipo de fax A) ler sobre cinema e teatro B) ler sobre avanços tecnológicos A) fazer experiências num laboratório de química B) fazer desenho e gravura A) testar a resistência dos materiais PAGE 8 A) colecionar reproduções de pintura B) colecionar gráficos da inflação A) criar designs de objetos B) criar campanhas de trânsito A) bolar um novo tipo de cenografia para dança B) bolar uma nova iluminação para palco A) inventar estampas para tecido B) criar desenhos para histórias em quadrinhos B) fazer decoração de ambientes A) trabalhar com computador B) desenhar os móveis de uma casa A) ler sobre o efeito estufa B) ler sobre a história da música A) redigir um roteiro de cinema B) trabalhar num filme A) criar desenhos para embalagens de produtos B) criar ilustrações para artigos da imprensa RESPOSTA DO TESTE É hora de descobrir as profissões para as quais você demonstra certa inclinação. Transporte os totais assinalados em cada grupo de respostas da página anterior para os espaços abaixo. Veja onde você fez mais pontos e, usando como critério a tabela ao lado, confira a sua vocação 0 a 3 pontos - interesse pequeno 4 a 6 pontos - interesse moderado 7 a 9 pontos - interesse grande 10 a 12 pontos - interesse muito forte GRUPO 1 A + B + = TOTAL Queda para o campo das ciências físicas, que abrange profissões como engenharia, física e computação, por exemplo GRUPO 2 A + B + = TOTAL Mostra interesse pela área de biológicas, ou seja, por medicina, biologia, odontologia etc. GRUPO 3 A + B + = PAGE 8
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