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Ciclo reprodutivo dos peixes: população de Curimatá, Notas de estudo de Biologia

ciclo rprodutivodos peixes

Tipologia: Notas de estudo

2011

Compartilhado em 05/05/2011

carlos-andre-sousa-7
carlos-andre-sousa-7 🇧🇷

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Baixe Ciclo reprodutivo dos peixes: população de Curimatá e outras Notas de estudo em PDF para Biologia, somente na Docsity! CARACTERIZAÇÃO GENÉTICA DA POPULAÇÃO DE CURIMATÁ Prochilodus lineatus (CHARACIFORMES: PROCHILODONTIDAE) DA REGIÃO DA BAIXADA MARANHENSE. O Estado do Maranhão caracteriza-se pela abundância dos recursos naturais e pela diversidade de ecossistemas. Grande parte do seu território fica coberto por Mata dos Cocais, uma imensa mata de transição que interage com os biomas brasileiros da Floresta Amazônica, Cerrado e Caatinga (GUTMAN, 2005). Na porção noroeste do Estado, localiza-se a microrregião da Baixada Maranhense (1º 00’ – 4º 00’ S e 44º 21’ – 45º 21’ W), entre as formações de cocais ao Sul; cerrados ao Leste; floresta amazônica a Oeste e sistemas marinhos a Norte. Esta possui uma área de 17.956,6 Km², e é composta por 21 municípios: Anajatuba, Bela Vista do Maranhão, Cajari, Peri Mirim, Conceição do Lago-Açu, São Vicente Ferrer, Igarapé do Meio, Arari, Matinha, Monção, Olinda Nova do Maranhão, Palmeirândia, Pedro do Rosário, Penalva, Pinheiro, Presidente Sarney, Santa Helena, São Bento, São João Batista, Viana e Vitória do Mearim (SANTOS, 2004; RIOS, 2005). A Baixada Maranhense é formada por um maior conjunto de bacias lacustres do nordeste brasileiro. Abrange as bacias hidrográficas dos rios Mearim, Pindaré, Grajaú, Aura, Pericumã, Turiaçú e outras menores, onde são responsáveis por uma rica biodiversidade. As águas das bacias e microbacias hidrográficas proporcionam usos múltiplos para a população da região, tais como: abastecimento humano, transporte, recreação, pesca, agricultura irrigada e outros (SOUSA, 1999). No ano de 1991, a Baixada Maranhense foi transformada em Área de Proteção Ambiental - APA pelo governo estadual, devido a sua importância ecológica, em especial, para as aves aquáticas residentes e migratórias que utilizavam a região como ponto de apoio e de reprodução (GUTMAN, 2005). Nesta região, são encontrados grandes áreas de babaçuais, campos inundáveis, e manguezais (SANTOS, 2004; BERNADI, 2005). Os campos inundáveis são ambientes constituídos por lagos temporários, lagos marginais e permanentes. Esses campos, durante os seis meses de estiagem (julho- dezembro) há uma grande produção de gramíneas, propícias à pecuária (COSTA NETO, 2002). O clima da região é do tipo equatorial com transição para o tropical úmido. A precipitação anual é em torno de 2.000mm, com chuvas de janeiro a junho (DPC, 2003; BERNADI, 2005). Os solos da Baixada são de textura argilosa (poucos permeáveis) e estão sujeitos à saturação por água durante alguns períodos do ano. Observa-se a predominância de solos com horizonte superficial escuro e muita matéria orgânica (hidromórficos), característicos de regiões baixas e planas, alguns com influência de salinidade (BERNADI, 2005). As atividades econômicas de subsistência da região apóiam-se no extrativismo vegetal (babaçu), pesca e pecuária (búfalo, bovinos, galinhas, suínos, caprinos) (FEITOSA, 2005; BERNADI, 2005). Em face das condições naturais e da natureza das atividades econômicas, a paisagem da Baixada Maranhense vem sofrendo uma série de intervenções, que merecem a atenção das autoridades ambientais competentes avaliarem seus respectivos impactos: 1º - A introdução de búfalos (há mais de 40 anos atrás), interferindo na destruição de macrófitas aquáticas, assoreamento dos recursos hídricos e diminuição da produção de pescado; 2º - Projetos de irrigação a base de fertilizantes químicos e agrotóxicos, cujos resíduos escoam para os campos inundáveis e outros corpos d’água; 3º - Pesca predatória desenvolvida em todos os lagos e rios da Baixada; 4º - Construção de barragens e dragagens feitas sem menor embasamento científicos, como no caso do Rio Pericumã; 5º - Introdução de peixes exóticos, em ambientes aquáticos (COSTA NETO, 2002; FEITOSA, 2005). O IBAMA, é órgão fiscalizador dos recursos naturais, visa preservar várias espécies de peixes na Baixada Maranhense contra o processo de diminuição e até mesmo extinção dos estoques. Peixes como cacunda, dourado, mandubé-fidalgo e pirapema vêm sofrendo por serem alvos da pesca predatória (LINS, 2000). A pesca artesanal constitui, possivelmente, a atividade socioeconômica mais importante como fonte geradora de alimentos, emprego e renda para vários segmentos econômicos. É, contudo, pouco estuda em todos os aspectos. Entretanto, percebe-se que mesmo que a microrregião ofereça uma grande produção de pescado, como conseqüências dos recursos hídricos regionais, a pesca para os municípios da Baixada não aparece quantificada nas estatísticas oficiais do Estado ou da Federação (BERNADI, 2005; PINHEIRO, 2008; PEREIRA & GOMES, 2009). Segundo Lins (2000), apesar do Brasil ter uma das maiores diversidades de espécies de peixes de água doce, o conhecimento sobre estas é ainda muito deficiente. No sistema hidrológico maranhense, esta situação agrava-se em razão da carência de estudos taxonômicos, visando o conhecimento das espécies ícticas e de suas distribuições geográficas, base apropriada para delimitação de áreas de endemismo, ações de manejo e gestão adequada desses recursos. comunidade pesqueira que utiliza dos recursos hídricos como fator de desenvolvimento. Portanto, para a elaboração de um programa de repovoamento funcionar com eficiência, é primordial o monitoramento genético e biológico da espécie em questão; já que o repovoamento pode representar riscos genéticos nas populações naturais e no ecossistema, podendo levar a espécie à extinção (BARRERO et al, 2008). As análises genéticas em estoques de pisciculturas representam informações importantes para conseguir resultados expressivos na produção e na conservação de peixes, já que a perda de variabilidade genética desses estoques pode causar problemas de endogamia, adaptabilidade e sobrevivência dos alevinos usados em programas de repovoamento, em razão ao inadequado manejo reprodutivo ou por deficiências no número efetivo de reprodutores (BARRERO et al, 2008). O curimatá normalmente inicia a migração no período reprodutivo, afim de promover a maturação final da gônodas antes da estação chuva. Ele apenas desova quando houver águas novas, caso contrário não consegue realizar os fatores necessários à maturação e eliminar os óvulos. O período de cheias, o aumento do fotoperíodo, a quantidade de íons dissolvidos na água (condutividade) e a temperatura da água são os fatores indutores da finalização desse processo. Logo, para realizar a desova artificial em cativeiro (viveiro, tanques), torna-se necessário o uso de hormônios sintéticos ou de hipófise ou até mesmo simular as condições naturais, como o aumento da temperatura e elevação do nível da água (FONTENELE, 1981; AUTOR DA REPESCA). De acordo com Soares (2005), este peixe reofílico é considerado um dos mais prolíferos de água doce, pois é capaz de produzir 500 mil a 1 milhão de óvulos por ciclo reprodutivo. Para se conhecer melhor o ciclo de vida da espécie é necessário abordar alguns aspectos de sua biologia reprodutiva, como o tipo de desova, os estágios de desenvolvimento gonodal, a determinação do período reprodutivo, o fator de condição gonodal, a estimativa do comprimento médio de início da primeira maturação sexual, o comprimento médio em que toda população se apresenta madura, a proporção de ambos os sexos ao longo do tempo, e em diferentes fases de desenvolvimento (CREPALDI, 2006; MARTINS, 2009). A falta de conhecimento da biologia reprodutiva de alguma espécie interfere na elaboração de medidas ou regulamentos para a pesca. Informações como, por exemplo, o período e idade da primeira maturação sexual são de grande importância para estabelecer os períodos de defeso e tamanho mínimo de captura. Tais dados, como relatam Crepaldi et al. (2006), são ainda mais significantes quando se busca introduzir espécies nativas no contexto da produção comercial visando a um melhor manejo e a uma melhor conservação desses animais. Portanto, o estudo da biologia reprodutiva do curimatá (Prochilodus sp.) reveste- se de estimável importância por ser um espécie utilizada como recurso pesqueiro, constituindo-se em expressiva fonte de proteína animal para a população humana. Logo, o estudo irá contribuir para adotar medidas de ordenamento que garantem o uso sustentável dos recursos pesqueiros na Baixada Maranhense. REFERÊNCIAS ARAÚJO, N. A. de & PINHEIRO, C. U. B. Avaliação sócio-econômica da pesca artesanal e do potencial aquícola na região lacustre de Penalva – APA da Baixada maranhense. Boletim do Laboratório de Hidrobiologia, 21:41-50, 2008. ARAÚJO, N. A. & PINHEIRO, C. U. B. Relações ecológicas entre a fauna ictiológica e a vegetação ciliar da região lacustre do Baixo Pindaré na Baixada Maranhense e suas implicações na sustentabilidade da pesca regional. Boletim do Laboratório de Hidrobiologia, 22:55-68. 2009. BARBOSA, J. M. & PONZI JR, M. Arranjos produtivos no sertão nordestino: aqüicultura e pesca. Revista Brasileira de Engenharia de Pesca. v. 1. n. 1. p. 26-30. 2006. BERNARDI, C. C. Conflitos sócio-ambientais decorrentes da bubalinocultura em territórios pesqueiros artesanais: o caso Olinda Nova do Maranhão. Universidade católica de Brasília, 2005. 217p. COSTA NETO, J. P. et al. Limnologia de três ecossistemas aquáticos característicos da baixada maranhense. Bol. Lab. Hidrobiol.,14/15: 19-38. 2002. CREPALDI, D. V. 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