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Guias e Dicas
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Fabricação de celulose, Notas de estudo de Engenharia Química

Processo de produção pelo método kraft.

Tipologia: Notas de estudo

2011

Compartilhado em 24/06/2011

patricia-de-freitas-5
patricia-de-freitas-5 🇧🇷

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Baixe Fabricação de celulose e outras Notas de estudo em PDF para Engenharia Química, somente na Docsity! UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAPÁ ENGENHARIA QUÍMICA INTRODUÇÃO A ENGENHARIA QUÍMICA PRODUÇÃO DO PAPEL E CELULOSE CAMILA LIMA CORDEIRO Mat. 20111419 FERNANDA LEITE NAVEGANTE Mat. 20111412 LUIS RIBEIRO DE SOUSA Mat. 20111441 PATRÍCIA DE FREITAS Mat. 20111442 Prof. Felipe Macapá, AP ÍNDICE 1 INTRODUÇÃO.................................................................................................... 3 2 HISTÓRICO......................................................................................................... 3 3 MATÉRIA PRIMA............................................................................................... 4 4 A CELULOSE....................................................................................................... 5 5 PROCESSO DE PRODUÇÃO DA CELULOSE................................................. 5 6 a) Tipos de processo de produção da celulose:..................................................... 6 7 - Polpa Kraft ou ao sulfato:................................................................................... 6 8 - Descortificação e Picagem ....................................................... 7 9 - Cozimento........................................................................................................... 7 10 - Lavagem da Polpa Marrom ............................................................................... 7 11 - Evaporação......................................................................................................... 8 12 - Caldeira de Recuperação.................................................................................... 8 13 - Caustificação....................................................................................................... 9 14 - Branqueamento ................................................................ 10 15 - Secagem.............................................................................................................. 11 16 - Resíduos.............................................................................................................. 11 17 FABRICAÇÃO DO PAPEL.................................................................................. 12 18 - Máquina Fourdrinier........................................................................................... 15 19 Processo a seco...................................................................................................... 16 20 Papéis especiais..................................................................................................... 16 21 Papel usado........................................................................................................... 17 22 Chapas estruturais................................................................................................. 18 23 Perspectivas de Produção ..................................................................................... 18 24 Produção da celulose no Brasil............................................................................. 19 25 Produção do papel no Brasil................................................................................. 20 26 Produção do papel e sustentabilidadE................................................................... 20 27 REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA...................................................................... 24 amido- aldeídos, corantes (ácidos, básicos, diretos, enxofre ou naturais e sintéticos) (Shereve e Brink Jr., 1997). A CELULOSE PIOTTO (2003) define a celulose como um composto natural existente nos vegetais, de onde é extraída, podendo ser encontrada nas raízes, tronco, folhas, frutos e sementes. Segundo a autora é um dos principais componentes das células vegetais que, por terem forma alongada e pequeno diâmetro (finas), são freqüentemente chamadas “fibras”. Os outros componentes encontrados, entre os principais, são a lignina e hemiceluloses. A preparação da pasta celulósica para papéis ou outros fins (pasta solúvel para a produção de celofane, rayon etc.) consiste na separação das fibras dos demais componentes constituintes do organismo vegetal, em particular a lignina, que atua como um cimento, ligando as células entre si e que proporciona rigidez à madeira. Os tipo de fibra diferenciam-se conforme o tipo de fonte (ABTCP apud PIOTTO (2003), assim: Fibras Longas - Coníferas Pinho araucária abeto cipreste spruce Fibras Curtas - Folhosas Eucalipto álamo carvalho gmelina bétula Fibras Muito Longas - Têxteis Algodão linho juta kenaf cânhamo rami Crotalária sisal fórmio Estudos feitos por técnicos e cientistas ao longo de vários anos (ABTCP, 2002 apud PIOTTO 2003) demonstraram que a produção de celulose e papel é inviável a partir da madeira de florestas nativas. Foi comprovado também que os papéis feitos a partir de florestas plantadas de eucaliptus e pinus resultam em produtos com alta qualidade e produtividade. PROCESSO DE PRODUÇÃO DA CELULOSE Segundo PIOTTO (2003) existem muitos métodos diferentes para a preparação de pasta celulósica, desde os puramente mecânicos até os químicos, nos quais a madeira é tratada com produtos químicos sob pressão e pela ação de calor (temperaturas maiores que 150° C), para dissolver a lignina, havendo inúmeras variações entre os dois extremos. a) Tipos de processo de produção da celulose: - Polpa Kraft ou ao sulfato: É um processo químico que visa dissolver a lignina, preservando a resistência das fibras, obtendo-se dessa maneira uma pasta forte (kraft significa forte em alemão), com rendimento entre 50 a 60%. É muito empregada para a produção de papéis cuja resistência é o principal fator, como para as sacolas de supermercados, sacos para cimento, etc. (PIOTTO, 2003). Segundo SHREVE E BRINK Jr. (1997) neste processo usa-se uma pré- hidrólise, para remover as pentosas e as polioses, que é seguida por um tratamento de sulfato (sulfato de sódio impuro), seguido de um alvejamento em várias etapas. Para o autor, as reações químicas são pouco definidas, mas envolvem a hidrólise da lignina. A hidrólise também produz mercaptans e sulfetos, que são responsáveis pelo habitual cheiro desagradável das fábricas de polpa ao sulfato. O processo de produção de celulose pelo método Kraft pode ser dividido em diversos estágios, conforme está representado na Figura 1. Figura 1: Fluxograma simplificado da produção de celulose pelo método Kraft. Fonte: Piotto (2003) A produção da celulose pelo método kraft envolve matéria-prima, energia, insumos, resíduo, produtos e emissões, conforme representação da figura a abaixo. Figura 2: Representação esquemática do processo kraft – matérias-primas, insumos e resíduos gerados Fonte: IPPC apud Piotto (2003). - Descortificação e Picagem Para a obtenção da celulose, primeiramente as toras de madeira, ainda com casca são cortadas em tamanho uniforme. Depois são descortificadas (descascadas) (1) por atrito dentro de tambores descascadores rotativo, as cortadeiras (2) providos de quatro ou mais facas compridas e pesadas, que reduzem a madeira a pequenos cavacos para o cozimento químico. Além desse tipo de descascamento há também outro tipo, que consiste no atrito mecânico ou jatos de água a alta pressão (cerca de 95,2 atm) (SHREVE E BRINK Jr., 1997). A polpação química, processo pelo qual a madeira é reduzida a uma massa fibrosa, apresenta como principais processos o Kraft ou Sulfato, onde são utilizados como reagentes no cozimento dos cavacos (toras de madeiras picadas) o NaOH, Na2S e Na2CO3; o processo Soda que é muito semelhante ao sulfato sendo seus processos apenas alcalino e o processo Sulfito que utiliza bissulfeto de cálcio e dióxido de enxofre (SHREVE E BRINK Jr., 2008 apud Fávero e Maitan, s/d). - Cozimento Os reatores, chamados digestores são carregados com os cavacos (3); adiciona-se o licor branco de cozimento que contêm essencialmente sulfito de sódio e soda cáustica e liga-se ao vapor de água. O licor branco cozinha em alta temperatura e pressão numa solução a 12,5% de NaOH, Na2S e Na2CO3. O período de cozimento leva cerca de 3 horas. Esse licor causa a dissolução da lignina, um polímero amorfo que confere firmeza e rigidez ao conjunto de fibras da madeira. A polpa depois da separação do licor de cozimento é lavada (4). O licor de cozimento usado (licor negro ou lixívia negra) é bombeado para a estocagem para aguardar a recuperação das substâncias dissolvidas mediante evaporação (5 e 6) e, depois, a combustão da matéria orgânica dissolvida nas fornalhas de recuperação (8) para reutilização no processo (SHREVE E BRINK Jr., 2008 apud Fávero e Maitan, s/d; ALMEIDA, et al.2008 apud Fávero e Maitan, s/d, SHREVE E BRINK Jr, 1997). - Lavagem da Polpa Marrom Contém soda cáustica, sulfito de sódio e pequena quantidade de carbonato de sódio, de sulfato de sódio, de sulfito de sódio e de tiossulfato de sódio (Shereve e Brink Jr., 1997). Os gases gerados na caldeira de recuperação alimentam turbinas que geram grande parte da energia necessária no processo Kraft (SOSA,2007 apud Fávero e Maitan, s/d). Reação IV: CaCO3 → CaO + CO2 Figura 4: Diagrama cíclico do processo de recuperação Kraft Fonte: (ASSUMPÇÃO et al., 1988, p.176 apud Fávero e Maitan, s/d) - Branqueamento Segundo Piotto (2003) pode-se considerar o branqueamento como sendo uma continuação da deslignificação iniciada no cozimento, utilizando-se para isso o cloro e seus compostos (hipoclorito e dióxido de cloro) e, ainda, a soda cáustica. A polpa lavada passa para a sala das peneiras, onde atravessa grades, calhas de sedimentação e peneiras, que separam quaisquer lascas de madeira não cozida, após o que entra nos filtros e espessadores. A polpa espessada é em seguida alvejada, usando pelo menos um estágio a dióxido de cloro, seguido de neutralização e tratamento a hipoclorito de cálcio (SHREVE E BRINK Jr., 1997). Na etapa do branqueamento há a remoção, através de agentes oxidantes, da lignina restante na polpa celulósica a fim de obter uma polpa com maior alvura (grau de reflectância da luz) (PIOTTO, 2003). Depois de alvejada a polpa é lavada e reespessada, sendo preparada para formar folhas secas. As técnicas modernas de branqueamento, no entanto, utilizam um processo denominado de deslignificação com oxigênio ou pré-branqueamento, que permite reduzir o teor de lignina da polpa, antes de receber os compostos químicos oxidantes. Além desta técnica já foram utilizados outros agentes branqueantes, como o ozônio e peróxido de hidrogênio (PIOTTO, 2003). - Secagem Antes de iniciar o processo de secagem a polpa celulósica passa por um novo processo de depuração semelhante ao da polpa marrom saída do digestor (PIOTTO, 2003) A formação das folhas é feita num espessador a úmido constituído, essencialmente, por um cilindro que mergulha numa cuba, ou tanque, cheia de polpa, por uma correia sem fim em feltro, que arrasta a folha de polpa através de rolos de secagem e, depois, através de rolos de prensagem. As lâminas contêm de 35 a 45% de fibra seca ao ar. Estas folhas “’úmidas” são empilhadas em prensas hidráulicas e sujeitas a pressões até 3.000psi(204 atm). O produto resultante contém de 50 a 60% de fibra seca ao ar (SHREVE E BRINK Jr., 1997). - Resíduos Em meio às etapas do processo Kraft são gerados vários resíduos, entre eles: a cinza da caldeira de recuperação que por possuir alta concentração de carbono e nitrogênio tem sido usado como corretivo no solo das plantações de eucalipto; o talol, proveniente da recuperação do licor negro, que apresenta grande quantidade de compostos de resina e ácidos graxos, e resíduo tem sido usado na fabricação de sabões e graxas; e por fim os compostos organoclorados presentes nos efluentes do branqueamento, que por não serem biodegradáveis entram na cadeia alimentar e, dependendo da concentração, são altamente tóxicos, por isso o método STD tem sido substituído pelo TCF e o ECF que dão possibilidade do tratamento dos efluentes do branqueamento (ALMEIDA et al,2008; ANDRADE et al, 1998, SHREVE E BRINK Jr, 2008 apud Fávero e Maitan, s/d). FABRICAÇÃO DO PAPEL O primeiro procedimento realizado para a produção de papel é, sem dúvida, a produção da polpa. Depois de realizado este procedimento, a indústria do papel utiliza a polpa para fabricar as variedades existentes do papel, os classificados como: papéis para impressão (acetinado, bíblica, couché, jornal, monolúcido), papéis para escrever, papéis para embalagem, papéis para fins sanitários, cartões e cartolinas, papéis especiais (bases para carbono, cigarro e afins, para desenho) e papéis não classificados (Kraft especial para cabos elétricos, fios telefônicos e condensadores). Normalmente, a produção de papel consiste em dois processos gerais: na batedeira e no refinador, sendo que a fábrica utiliza usa uma ou outra, ou até ambas. SHREVE E BRINK Jr. (1997) descrevem as principais formas de produção do papel, e coloca que as diversas poupas de madeira, algumas fabricadas em folhas grosseiras, não tem as propriedades desejáveis num papel acabado, com a superfície apropriada, a opacidade, resistência e a suavidade ao tato. A importância da operação na batedeira está decrescendo em virtude do uso crescente dos refinadores contínuos. A operação destes refinadores ajusta-se bem à tendência à automatização das fábricas. O autor diz que o tipo mais usado na batedeira (conhecida como holandesa), consiste num tanque em madeira ou metal, com extremidades arredondadas e uma divisão parcial no meio, formando um canal, por onde a polpa circula continuamente. Num dos lados está um cilindro equipado com facas ou barras; diretamente abaixo deste cilindro está uma chapa de apoio, a que se fixam barras estacionárias. Quando em operação a polpa circulante é forçada por entre as barras do cilindro giratório e as barras estacionárias do encosto. O cilindro pode ser levantado ou abaixado, de modo a se ter os resultados desejados. O batimento das fibras faz o papel mais forte, mais uniforme, mais denso, mais opaco e menos poroso. Os refinadores contínuos têm forma geral cônica ou de disco. A máquina Jordan inventada a 100 anos, ainda é utilizada sendo percusora de diversas Uma vez que há tendência perceptível no sentido de desenvolvimento de máquinas especializada para operações específicas, de que é exemplo o secador Yankee (especialmente aplicável na fabricação de produtos de papel sanitário ou para dar excelente acabamento a uma face de papéis de gramatura pequena), existe uma certa variação nos dois tipos de máquinas convencionais de fabricar papel como a Fourdrinier e a máquina a cilindro. A folha é formada numa tela móvel ou num cilindro, depois enxuta em rolos, secada em rolos aquecidos, recebendo o acabamento em cilindros de calandragem. - Máquina Fourdrinier A massa procedente das operações preliminares, com aproximadamente 0,5% de fibra, passa inicialmente por uma peneira na caixa distribuidora, de onde flui, através de uma comporta, para uma tela móvel sem fim, em fio de bronze. As fibras da polpa ficam na tela, enquanto uma grande parte da água passa através dela. À medida que a tela avança, efetua também um movimento vibratório, que serve para orientar partes das fibras e feltrar com maior uniformidade a folha, atribuindo-lhe maior resistência. Enquanto ainda sobre a tela, o papel passa sobre caixas de sucção, para remoção da água, e sob um cilindro filigranador, que alisa a face superior da folha. Ao longo dos lados da tela, movimentam-se correias de borracha, com a mesma velocidade da tela, que servem para formar as bordas da folha. Da tela, o papel é transferido para o primeiro feltro, que o transporta através de uma série de cilindros de prensagem, com o que se remove mais água e se avergoa no papel a linha d’água; se assim for desejado. Saindo do primeiro feltro, o papel passa por cilindros de aço de alisamento e é recolhido pelo segundo feltro, o que transporta através de uma série de cilindros de secagem, aquecidos internamente a vapor. O papel entra nesses cilindros com um teor de 60 a 70% de umidade e deles sai 90 a 94% seco. Neste ponto, pode-se esparzir a cola sobre a folha e, nestas circunstâncias, o papel passa por outra série de cilindros de secagem, antes de entrar nas calandras; estas são constituídas por cilindros em aço, lisos e pesados, que atribuem a superfície final ao papel. O produto resultante, o papel acabado, é enrolado numa bobina. A enorme quantidade de água que se usa faz com que seja necessária a recirculação da maior fração possível, para que a operação seja econômica. A operação de uma Fourdrinier é um procedimento complicado. Um dos problemas principais é ajustar as velocidades dos diversos cilindros à retração do papel, à medida que ele vai sendo seco. As velocidades operacionais das máquinas variam de 200 ft/min (60,9 m/min), para os papéis de grã mais fina, até 2.500 ft/min (762 m/min), para o papel de jornal. As máquinas de cilindro são empregadas para a fabricação de papel grosso, de papelão e de papel não uniforme. A máquina tem de quatro a sete tanques paralelos, cada qual carregado com a mesma massa de papel, ou com massas diferentes. Assim, é possível fabricar uma folha grossa com várias camadas iguais ou diferentes. Em cada tanque mergulha um cilindro rotativo, recoberto por tela metálica. A massa de papel é depositada sobre a tela gigante, enquanto a água no interior do cilindro é removida. À medida que o cilindro continua a girar, a massa de papel atinge o seu topo, onde a camada úmida na sua face interior, passa por um cilindro de assentamento, com o que é expelida uma parte da água. O feltro e o papel entram então em contato com o topo do cilindro seguinte, onde recebem nova camada de papel molhado. Assim vai sendo formada uma folha ou prancha de papel molhado, que passa finalmente pelos rolos de prensagem e pelos cilindros de secagem e alisamento. Esta folha compósita pode ter as camadas externas em papel de boa qualidade, enquanto as internas podem ser de polpa mecânica. Processo a seco Existe considerável interesse num processo a seco para fabricar papel e panos não tecidos em virtude do preço e da complexidade do equipamento de secagem e da grande quantidade de água necessária nos processos convencionais. Operações de acabamento O papel sai da fábrica é convertido ao seu uso terminal mediante vários processos, que dependem da forma final requerida. A modificação mais ampla é provavelmente a aplicação e o alisamento de revestimentos para papéis especiais. O revestimento mineral, ou pigmentação da superfície; é aplicado para melhorar o recebimento da impressão. O pigmento básico usado é a argila. Também são usados em grandes quantidades de caseína (adesivo de proteína) e o carbonato de cálcio, e em menor escala, outros pigmentos minerais. Papéis especiais Existem centenas de produção e uso de papel, e todos na sua finalidade. Os papéis industriais especiais são os que não se enquadram na categoria geral, e entre eles incluem-se: papéis para cigarros. Papéis filtro; papel transparente impermeável; papel de embalagem para alimentos, como papel de pratos, papel para copos e tigelinhas, papel d embrulho com revestimento de plástico ou de folha de alumínio, para conservar o gosto e a textura, impedir a contaminação e obstar a entrada de umidade; materiais para saco sanfordizado, conhecido como Chupak; papel pergaminho; papel de parede e papel com superfície encerrada. Os fabricantes de papel, associados aos fabricantes de tecidos, estão tentando desenvolver um papel conveniente para aventais cirúrgicos e roupa de cama, descartáveis. No terreno dos papéis sintéticos, atualmente existem alguns tipos especiais em volume pequeno. Atualmente os “materiais” não tecidos têm considerável importância para uma ampla variedade de usos nos hospitais, indústrias e lares. Papel usado O papel é um grande suprimento potencial, que pode se transformar em polpa a um baixo custo. Segundo os ecologistas os papéis usados devem ser reciclados e reutilizados. Existem quatro grandes categorias de massa de papel de primeira qualidade, como os recortes de blocos e de envelopes; a mista, como a que se encontra nas cestas de lixo; as folhas de papelão ondulado velhas; e o papel de jornais velhos. Os meios mecânicos são suficientes para transformar a massa de papel em polpa apropriada para o papel de telhados e papel para caixas de papelão. Em virtude de o produto ter coloração escura, não é necessário remover as tintas e os pigmentos; são suficientes, por isso, as operações de desintegração e de desfibramento. Destintamento depois de os fardos serem inspecionados e lançados na polpadeira, se junta soda caústica, que é o reagente usado em geral para destintamento. A barrilha, o peróxido de sódio, o silicato de sódio ou um dos compostos fosfáticos do sódio podem ser adicionados à formulação, dependendo de diversos fatores, como, por, exemplo, tipo da massa de papel, água da localidade e equipamento disponível. O cozimento e o polpeamento são efetuados rapidamente numa só operação, numa temperatura um pouco inferior a 200ºF (93.3 ºC). O Fonte: PPI apud Piotto (2003). Figura7 - Produção de papel no Brasil em 2001. Fonte: PPI apud Piotto (2003). A importação de papel é pequena no Brasil e representa menos de 9% em relação à quantidade produzida. Do total importado em 2001, cerca de 86% referem- se a papel para revistas e jornais e papel de imprimir e escrever (produzidos com polpa proveniente de polpação mecânica). O setor de celulose e papel no Brasil em 2001 empregou cerca de 100.000 pessoas, distribuídas em 156 fábricas de papel e em 68 fábricas de celulose (PPI apud PIOTTO, 2003). Produção do papel no Brasil O Brasil é um grande produtor de papel. Destaca-se mundialmente por produzir e abastecer os mercados com expressivos volumes de papel de embalagem, papéis de imprimir e escrever e papelcartão. Nos últimos dez anos, o País aumentou sua produção em 36,1%, com crescimento médio de 3,1% ao ano, acompanhando as mudanças economia brasileira. O desenvolvimento socioeconômico e o aumento de renda da população, com a inserção de novos consumidores no mercado, resultaram em mais demanda por livros, cadernos, jornais e revistas, embalagens para alimentos, remédios e itens de higiene pessoal. Em 2009, o setor posicionou- se como 9º produtor mundial de papel e, em 2010, produziu 9,8 milhões de toneladas do produto (BRACELPA, 2011). Produção do papel e sustentabilidadE No mundo atual, é preciso adequar a produção e o consumo a padrões que garantam às gerações futuras recursos naturais, fontes de energia, clima equilibrado e alimento, entre outras necessidades essenciais à sobrevivência. Hoje, a visão da sustentabilidade é prioritária na agenda e nos planos estratégicos das grandes empresas de celulose e papel. O conceito se apoia em um tripé econômico (obtenção de lucro), ambiental (preservação dos recursos naturais) e social (desenvolvimento do capital humano). Alinhar resultados financeiros, conservação ambiental e bem-estar da população é condição para o sucesso, o desenvolvimento e a continuidade do próprio negócio. Por utilizar matéria-prima de florestas plantadas, ser renovável, reciclável e biodegradável, entre outros atributos, o papel possui ciclo de vida extremamente ligado à natureza. E pode exercer diversos efeitos sobre ela, se sua produção e destinação final não foram sustentáveis. Ao usar 100% de matéria-prima proveniente de florestas renováveis e, também, reciclar boa parte do papel descartado pela população após o consumo, o setor de celulose e papel tem evoluído nos últimos anos rumo a um lugar de destaque na produção sustentável – e tem grande potencial para novas conquistas. As práticas de manejo das florestas partem do princípio que seus bens e serviços devem ser sustentáveis, a diversidade biológica, conservada, e os impactos sociais e econômicos, positivos. Buscando um ciclo de produção limpa, as empresas de celulose e papel também se aproximam da autossuficiência em energia. Além disso, é crescente o consumo energético de fontes renováveis, como biomassa. O objetivo é atingir um balanço ambiental cada vez mais positivo, no qual se destaca a contribuição do setor para o equilíbrio do clima global (BRACELPA, 2011). JARI CELULOSE: uma INDÚSTRIA vertical Uma das principais organizações brasileiras no setor de madeira, celulose, papel e embalagens, com atuação também no mercado de produtos florestais não madeireiros, o Grupo Orsa traz a sustentabilidade como eixo de sua estratégia de negócios. Com capital 100% nacional, tornou-se referência mundial em manejo sustentável de floresta tropical nativa por suas operações na Região Amazônica do Vale do Jari, localizado entre os estados do Pará e do Amapá. O Projeto Jari foi idealizado pelo americano Daniel Ludwig, em 1967 onde adquiriu no norte do Pará, nos limites com o Amapá, uma área pertencente a empresários portugueses, com 1.250.000 ha, até então explorada em termos extrativistas e onde seria produzido cerca de 75.000 t/ano através de uma usina de polpa e celulose e de energia, trazidas completas do Japão, montadas numa logística de alto custo. Em 1978 a fábrica parte do Japão e cruza três oceanos em uma enorme balsa de 30 mil toneladas trazendo uma fábrica de celulose inteira e outra plataforma com usina termoelétrica completa rumo a Monte Dourado as margens do rio Jarí, no interior da Amazônia. Uma viagem épica que até hoje causa espanto. A sede da Jari Celulose S.A. está situada em Monte Dourado, às margens do rio Jari, no estado do Pará. Já a fábrica de celulose está localizada no distrito industrial de Munguba, a aproximadamente 18 Km de Monte Dourado, também às margens do rio Jari, ocupando uma localização estratégica. Hoje, depois de muitos transtornos, o projeto ganha novas forças por intermédio do grupo adquirente Orsa, uma das principais organizações brasileiras no setor de madeira, celulose, papel e embalagens, com atuação também no mercado de produtos florestais não madeireiros. O Grupo Orsa traz a sustentabilidade como eixo de sua estratégia de negócios. Com capital 100% nacional, tornou-se referência mundial em manejo sustentável de floresta tropical nativa por suas operações na Região Amazônica do Vale do Jari, localizado entre os estados do Pará e do Amapá. Produtos: Papel para embalagem, chapas, embalagens de papelão ondulado e celulose branqueada de eucalipto – Forest Stewardship Council (FSC). A Divisão Celulose produz celulose branqueada de eucalipto (BEKP) – Jariliptus ECF –, que pode ser utilizada em segmentos de papéis como: papelcartão, de imprimir e escrever, de fins sanitários, e especialidades de baixa gramatura, entre outros. É a única empresa do Brasil e a primeira no mundo a ter a certificação FSC
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