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Notas de Entomologia: A abelha Uruçu, Notas de aula de Entomologia

Este documento nos fala um pouco sobre a abelha uruçu nordestina do litoral nordestino. Onde en nossa região essa abelha é muito valorizada por seu potencial pordutivo, que é muito alto.

Tipologia: Notas de aula

2011
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Compartilhado em 23/09/2011

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luan-da-costa-avelar-domingues-8 🇧🇷

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Baixe Notas de Entomologia: A abelha Uruçu e outras Notas de aula em PDF para Entomologia, somente na Docsity! A distribuição geográfica da abelha Uruçu (Melipona scutellaris, Latreille 1811) (Apidae, Meliponinae) 1. Ornamentação da entrada das colmeias com estrias de barro e resina. 2. Ornamentação menos comum da entrada das colmeias, com raias de barro elevadas, formando uma coroa. 3. Aspecto geral de uma abelha uruçu. Como ela não ferroa, é possível segura-la com os dedos. Uruçu é uma palavra que vem do tupi "eiru'su", que nessa língua indígena significa "abelha grande". O nome "Uruçu" está relacionado com diversas abelhas do mesmo gênero, encontradas não só no Nordeste, mas também na região amazônica. A tendência, porém, é a de reservar o termo "uruçu" para a abelha da zona da mata do litoral baiano e nordestino, que se destaca pelo tamanho avantajado (semelhante à Apis), pela produção de mel expressiva entre os meliponíneos e pela facilidade do manejo. Estudos realizados em Pernambuco (Almeida 1974) mostraram o relacionamento da uruçu com a mata úmida, que apresenta as condições ideais para as abelhas construírem seus ninhos, além de encontrarem, em árvores de grande porte, espécies com floradas muito abundantes que são seus principais recursos tróficos e locais de nidificação. Na região de Taquaritinga (PE), no Morro das Vertentes a 1100m de altura as abelhas uruçus são nativas e criadas racionalmente. O Dr. Paulo Nogueira Neto (1970) comenta: "Há referências (Moure & Kerr 1950) de ocorrência da uruçu em localidades bem no interior da Bahia e Pernambuco. Lamartine (1962) fez um estudo sobre a distribição dessa espécie, mostrando que ela habita a região úmida do Nordeste. O Dr. Antonio Franco Filho, de Sergipe (inf. pessoal) afirmou que essa abelha não vive na caatinga. Ao que sei, na Natureza, a referida espécie reside somente em ocos de árvores." Bibliografia Almeida, MG 1974 Aspectos bionômicos, ecológicos e genéticos da abelha Melipona scutellaris scutellaris Latreille (1811). Dissertaçao Fac. Medicina de Ribeirão Preto, SP 128p Lamartine H. 1962. A área da abelha uruçu do Nordeste. Chácaras e Quintais 106 (6): 801. Kerr WE et al 1996. A abelha Uruçu. Fundação Acangau. 145p. Moure JS e Kerr WE. 1950. Sugestões para a modificação da sistemática do gênero Melipona. Dusenia 1 (2): 105-29. Nogueira Neto P. 1970 A Criação de abelhas indígenas sem ferrão. Tecnapis. 365p. O ninho da abelha Uruçu (Melipona scutellaris, Latreille 1811) (Apidae, Meliponinae) As colônias dessas abelhas são formadas por uma rainha cuja função é botar ovos, centenas de operárias que realizam todas as tarefas do ninho, e em certas épocas do ano por machos cuja função é a de fecundar as novas rainhas (rainhas virgens).  Indivíduos que fazem parte de uma colméia de Uruçu OPERÁRIA MACHO RAINHA VIRGEM Vista frontal da cabeça Vista lateral da terceira perna OPERÁRIA RAINHA VIRGEM 5. Caixa vertical com dois compartimentos e com os favos de cria na parte superior Bibliografia Barros, JRS 1994. Genética da Capacidade de Produção de Mel com Abelhas Melípona scutellaris com Meliponicultura Migratória e sua Adaptabilidade no Sudeste do Brasil. Dissertação. Faculdade Ciências Agrárias e Veterinárias-UNESP Jaboticabal 149p Kerr WE et al. 1996. A abelha Uruçu. Fundação Acangau. 145p Nogueira Neto P; Imperatriz-Fonseca VL; Kleinert-Giovannini A; Viana BF & Campos MS. 1986. Biologia e manejo das abelhas sem ferrão. Tecnapis. 54p. Campos LAO & Peruquetti RC. 1999. Biologia e criação de abelhas sem ferrão. InformeTtécnico, Universidade Federal de Viçosa 82: 1-36. Nome vulgar Nome científico Família botânica Ingá Inga sp Leguminosae Pau d´arco roxo Tabebuia avellanedae Bignoniaceae Pau pombo Tapirira guianensis Anacardiaceae Mungaba Bombax gracilipes Bombacaceae Camaçari Caraipa densifolia Guttiferae Embiriba Eschweilera luschnathii Lecythidaceae Jatobá Hymenaea martiana Leguminosae Cajá Spondias lutea Anacardiaceae Pau d´alho Galezia gorazema Phytolaceaceae Sucupira mirim Bowdichia virgilloides Leguminosae Prijui Micropholis sp Sapotaceae Louro Ocotea sp Lauraceae Pau d´arco Tabebuia roseoalba Bignoniaceae Tabela 1: Principais árvores onde a uruçu nidifica na mata pernambucana (segundo Almeida 1974). Bibliografia Almeida, MG 1974 Aspectos bionômicos, ecológicos e genéticos da abelha Melipona scutellaris scutellaris Latreille (1811). Dissertaçao Fac. Medicina de Ribeirão Preto, SP 128p Nogueira Neto P. 1970 A Criação de abelhas indígenas sem ferrão. Tecnapis. Preferências florais da abelha Uruçu (Melipona scutellaris, Latreille 1811) (Apidae, Meliponinae) Tabela 1. Árvores visitadas pelas operárias de uruçu nas coletas de pólen e néctar (segundo Almeida 1974). Nome vulgar Nome cientifico Época de floração Cajá Spondias mombin Jan-fevereiro Angilim Andira nitida Marc-abril Sucupira Bowdichia virgiloides Janeiro Jatobá Hymenaea martiana Janeiro Murici Byrsonima sericea Janeiro Pau d´arco roxo Tabebuia avellanedae Dezembro Pau d´arco amarelo Tabebuia chrysotricha Dezembro Pitanga Eugenia uniflora Jan-fevereiro Embiriba Eschweilera luschnathii Jan-fevereiro Munguba Bombax gracilipes Fev-março Urucum Bixa orellana Na região de Catu-BA (Carvalho et al 1998), as famílias botânicas mais visitadas pela uruçu para as coletas de néctar foram Mimosaceae, Caesalpinaceae e Myrtaceae, dados que confirmam as observações de Almeida (1974) realizadas na região de Pernambuco. A abelha uruçu (Melipona scutellaris) é considerada como polinizador potencial das seguintes monoculturas no município de Conceição do Almeida, Bahia: Eugenia aquea (maçã aguada rosa); E. jambosa (maçã rosa, jambo); E. uniflora (pitanga); Grewia anatica (falsa); Persea americana (abacate); Psidium guajava (goiaba); Talisia esculenta (pitomba) e Eryobotrya japonica (nespera) (Castro, 2002). Bibliografia Almeida, MG 1974 Aspectos bionômicos, ecológicos e genéticos da abelha Melipona scutellaris scutellaris Latreille (1811). Dissertaçao Fac. Medicina de Ribeirão Preto, SP 128p Carvalho,CAL; Moreti,ACCC; Marchini,LC; Alves,RMO & Oliveira PCF 1998 Espectro Polínico de Amostras de Mel da Abelha Uruçu (Melipona scutellaris). Anais do XII Congresso Brasileiro de Apicultura, Salvador-BA:189. Castro MS. 2002. Bee fauna of some tropical and exotic fruits: potencial pollination and their conservations. In: Kevan PG & Imperatriz-Fonseca VL. Pollinating Bees: The conservation link between agriculture and nature. p.235-49. (no prelo) Lorenzi H. Árvores brasileiras vol.1 (1992) e vol. 2 (1998). Plantarum Murici Byrsonima sericea Malpighiaceae Pau d´arco amarelo Tabebuia chrysotricha Bignoniaceae Visgueiro Parkia pendula Leguminosae O manejo da abelha Uruçu (Melipona scutellaris, Latreille 1811) (Apidae, Meliponinae) Caixa racional vertical com dois compartimentos e uma só porta para criação de uruçu. Na parte inferior, os potes e dois alimentadores, os mesmos usados para pássaros. Caixas racionais horizontais. Superior: vedação feita com cera alveolada de Apis. Inferior: alimentadores com xarope de água e açúcar (50%). A criação racional dessas abelhas tem sido feita em caixas de modelos os mais variados, muitos dos quais facilitam o manuseio na época da divisão e a retirada do mel. Caixas racionais verticais e horizontais, caixas retangulares e quadradas são utilizadas além de colmos de palmeiras (macaibeira) nativas da região. A madeira mais comum usada para confecção das caixas de uruçu é a pau-pombo tambem conhecida como "pau-de-abelha" na região do Nordeste. Outras madeiras utilizadas são amarelo-vinhático e mais raramente, a jaca, que são madeiras que aceitam mais a umidade. Já pudemos observar também caixas de ripas de ipê, que não foram usadas como assoalho de alguma casa. Os meliponários são também os mais diversos e podem ser construídos em cidades como Recife, observando-se com cuidado, a época e hora da passagem dos carros que dispersam inseticidas contra mosquitos. Nesse período, e no dia seguinte, as caixas devem ficar fechadas para que as abelhas e seus produtos não sofram os efeitos da contaminação do veneno (Cortopassi-Laurino & Moura 2000). Os métodos de divisão racional dessas abelhas são variáveis. Com cuidados especiais, para que a multiplicação dos ninhos seja feita em épocas favoráveis do ano, essas abelhas têm sido introduzidas e criadas na região sul e sudeste do país, mesmo considerando que a uruçu tenha origem em região de clima bem diferente. Em Recife, a divisão dos ninhos é realizada antes da chuva ou seja, no fim do ano. Entretanto, machos destas abelhas formavam aglomerados em maio de 2001 na região de Paulista, PE. Os méis, que podem ser comercializados em litros, são mais líquidos que os de Apis. São usados como remédio, renda extra ou mesmo um alimento melhor para essas famílias. Nos trabalhos mais criteriosos, os criadores das abelhas são incentivados a retirar o mel com bomba sugadora, o que diminui o manuseio, o desperdício de mel no fundo das caixas e evita a morte de ovos e larvas quando não se inclina a colméia para escorrer o mel. O mel dessas abelhas, além de muito saboroso, pode ser produzido até 10 litros/ano/colônia em épocas favoráveis, embora a média seja de 2,5-3 litros/ano. É considerado medicinal principalmente pelas populações regionais. Segundo Mariano-Filho (citado por Nogueira Neto 1970) o mel dessa abelha é altamente balsâmico e infinitamente mais rico em princípios aromáticos do que o mel de Apis mellifera). Estudos feitos em laboratório confirmaram os seu poder antibacteriano (Cortopassi-Laurino & Gelli 1991 e Martins et al 1997). Devido ao alto teor de água, eles devem ser armazenados em geladeira ou freezer quando não forem consumidos imediatamente. A análise da composição de mel de uruçu no município de Pirpirituba (PB) foi realizada coletando o mel com seringas de três potes fechados de dentro dos ninhos instalados em caixas de madeira. Com auxílio de refratômetro, foi analisado o teor de água desses méis. Os méis apresentaram porcentagem de água provavelmente influenciada pelas condições ambientais. Nos meses secos de out/98-jan/99, os méis (número de amostras=20) eram mais líquidos, com teores de água variando de 27-29,7%, sendo que encontramos também potes fechados com 92%, sugerindo que as abelhas armazenam esse líquido. Ao contrário, nos meses mais úmidos, de 2/99-6/99, os méis (número de amostras = 21) continham menores teores de água, variando de 25-26,3% (Cortopassi-Laurino & Aquino 2000). Bibliografia Cortopassi-Laurino M & Gelli DS. 1991. Analyse pollinique, proprietes physico - chimiques et action antibacterienne des miels d'abeilles africanisees A. melliferae et de Melipones du Bresil. Apidologie, v.22, p.61 - 73 Cortopassi-Laurino M & Montenegro-de-Aquino H. 2000. Forrageamento na abelha uruçu (Melipona scutellaris). In: Anais do XII Congresso Brasileiro De Apicultura, Florianópolis. p.C- 022. Martins SCS; Albuquerque LMB; Matos JHG; Silva GC & Pereira AJB. 1997. Atividade antibacteriana em méis de abelhas africanizadas (Apis mellifica) e nativas (Melipona scutellaris, M. subnitida e Scaptotrigona bipunctata) no estado do Ceará. Higiene Alimentar, v.52, p.50-53 Nogueira Neto P. 1970 A Criação de abelhas indígenas sem ferrão. Tecnapis. A atividade externa da abelha Uruçu (Melipona scutellaris, Latreille 1811) (Apidae, Meliponinae) O movimento externo de uma colônia de uruçu instalada em São Simão-SP, e algumas coletas do néctar regurgitado das abelhas que retornavam do campo para a colméia foram observados. As observações sobre o movimento externo começaram com os primeiros raios de luz, quando já havia intensa coleta de pólen (19,8ºC, 91%, 6:07h). Após as 11:25h (26ºC e 70%) essa atividade específica cessou totalmente, mas as atividades de vôo prolongaram-se até 18:15h (24,5ºC e 75%), ainda com alguma penumbra. As atividades externas dessa mesma espécie de abelha, no mês de outubro/93 pesquisadas por Barros (1994), ocorreram desde as 5:00h da manhã em Jaboticabal-SP e também indicaram pico de atividade polínica, entre 19-21ºC e entre 59-61% de umidade às 7:00h. Os dados de temperatura coincidem com os nossos resultados enquanto que os de umidade estão muito aquém dos obtidos nas nossas observações. Roubik & Buchmann (1984) verificaram que quatro espécies de Melipona da floresta tropical do Panamá também têm pico de coleta de pólen no início da manhã, ou seja, entre 6-9 horas. A coleta de néctar em colônias instaladas em São Simão, SP, realizada de maneira experimental, apresentou os resultados abaixo: Período do dia Concentração de açúcares Volume máximo do papo da abelha Concentração de açúcares no mel Quantidade de água a ser desidratada 10:45h (25ºC - 61%) às 16:35h (27ºC - 70%) 12-51% (média=35,7%) N=18 33,6 microlitros 74,7% (25,3% de água) N=4 39% O néctar coletado do papo de quatro epécies de Melipona do Panamá apresentou variação de 24-63% nos teores de açúcares, mostrando a grande amplitude de oferta na natureza ao longo do dia (Roubik & Buchmann 1984). Já em duas Melipona da Costa Rica, esses valores foram mais amplos, variando de 7,1-65,4% (Biesmeijer et al 1999). Bibliografia utilizada e recomendada Almeida, MG 1974 Aspectos bionômicos, ecológicos e genéticos da abelha Melipona scutellaris scutellaris Latreille (1811). Dissertaçao Fac. Medicina de Ribeirão Preto, SP 128p Barros, JRS 1994. Genética da Capacidade de Produção de Mel com Abelhas Melípona scutellaris com Meliponicultura Migratória e sua Adaptabilidade no Sudeste do Brasil. Dissertação. Faculdade Ciências Agrárias e Veterinárias-UNESP Jaboticabal 149p Biesmeijer, JC; Smeets, MJAP; Richter, JAP & Sommeijer, MJ. 1999 Nectar Foraging by stingless bees in Costa Rica: botanical and climatological influences on sugar concentration of nectar collected by Melipona. Apidologie 30:43-55 Carvalho,GA & Kerr, WE 2000 Métodos de divisão racional de colonias de M.scutellaris. Anais do IV Encontro sobre Abelhas, Ribeirão Preto-SP:356 Carvalho,CAL; Moreti,ACCC; Marchini,LC; Alves,RMO & Oliveira PCF 1998 Espectro Polínico de Amostras de Mel da Abelha Uruçu (Melipona scutellaris). Anais do XII Congresso Brasileiro de Apicultura, Salvador-BA:189 Cortopassi-Laurino,M & Gelli, DS 1991 Analyse pollinique, proprietés physico-chemiques et action antibactérienne des miels d´abeillhes Apis mellifera et de Méliponinés du Brésil. Apidologie 22:61-73. Kerr, WE; Carvalho, GA & Nascimento,VA 1996 Abelha Uruçu- Biologia, Manejo e Conservação. Fundação Acangaú, MG 144pp. Marchini, LC; Carvalho,CAI; Alves,RMO: Teixeira,GM; Oliveira,PCF & Rubia,VR 1998 Características Fisico-Químicas de Amostras de Méis da Abelha Uruçu (Melípona scutellaris). Anais do XII Congresso Brasileiro de Apicultura. Salvador-BA:201 Martins, SCG; Albuquerque, LMB; Matos, JHG; Silva. GC & Pereira, AIB 1998 Atividade Antibacteriana em Méis de Abelhas Africanizadas (Apis mellifera) e nativa (Melipona scutellaris, M.subnitida e Scaptotrigona bipunctata) do Estado do Ceará. Higiene Alimentar (11):52-53 Nogueira-Neto, P. 1997 Vida e Criação de Abelhas Indígenas Sem Ferrão. Editora Nogueirapis 446pp Roubik, DW & Buchmann, S 1984 Nectar Selection by Melipona and Apis mellifera (Hymenoptera, Apidae) and ecology of nectar intake by bee colonies in a tropical forest. Oecologia (Berlim) 61:1-10.
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