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Guias e Dicas
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enfermagem em nutrição parenteral e enteral 01, Notas de estudo de Atualidades

Enfermagem em nutrição enteral e parenteral

Tipologia: Notas de estudo

2011

Compartilhado em 28/09/2011

valeria-santos-23
valeria-santos-23 🇧🇷

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Baixe enfermagem em nutrição parenteral e enteral 01 e outras Notas de estudo em PDF para Atualidades, somente na Docsity! SO Portal Educação € Portal Edbcação Sites Associados ma de Educação uada a Distância Enfermagem em teral e Parenteral UCAÇÃO A DISTÂNCIA AL EDUCAÇÃO E SITES ASSOCIADOS OQ Portal Educação nfermagem em teral e Parenteral ÓDULO | CONFORME ACORDO DE UNIFICAÇÃO ORTOGRÁFICO. tá disponível apenas como parâmetro de estudos para ida. E proibida qualquer forma de comercialização do ui contido são dados aos seus respectivos autores Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 2 OQ Portal Educação MÓDULO | 1 A NUTRIÇÃO E O PACIENTE HOSPITALIZADO A equipe de enfermagem, que se constitui em torno de 60 a 70% dos colaboradores das instituições hospitalares, é responsável direta pelos cuidados prestados ao paciente. Por muito tempo se incentiva novas tecnologias em tratamentos e a cada dia surgem novas condições de se programar ações para conduzir de maneira mais adequada a assistência prestada ao doente. É importante perceber nas ações de enfermagem as necessidades básicas do paciente e o atendimento destas. Com a constante implementação tecnológica nos hospitais, é comum que os profissionais de saúde observem questões mais amplas em torno do tratamento e, por ventura, deixem em segundo plano, questões básicas, como por exemplo, a alimentação. Para compreender as necessidades básicas do paciente é importante lembrar-se das teorias acerca das necessidades humanas básicas. O ser humano enquanto sujeito hospitalizado, mesmo com prioridades de tratamento específicos, ainda assim apresenta as necessidades básicas que o constituem como pessoa, mesmo em ambiente hospitalar. Abraham Maslow, psicólogo norte-americano que viveu durante o período de 1908 a 1970, propôs uma hierarquia de necessidades humanas, definindo um conjunto de cinco, sendo elas: . Necessidades fisiológicas, tais como a fome, sede, sexo, excreções; . Necessidades de segurança que vão desde a simples necessidade de estar seguro dentro de uma casa às formas mais elaboradas de segurança, como um emprego, uma religião, a ciência, entre outras; . Necessidades de amor, afeição e sentimentos de pertença tais como o afeto, o carinho entre outros; . Necessidade de estima: o reconhecimento das nossas capacidades Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 5 OQ Portal Educação pessoais e o reconhecimento dos outros em face de nossa adequação frente às funções que desempenhamos. A partir destes conjuntos de necessidades, surgiu a representação gráfica que forma a Pirâmide das Necessidades Humanas de Maslow: we. suamento.com.br Pirâmide de Maslow Autoestima Necessidades Sociais Necessidades de Segurança Necessidades Fisiológicas Básicas Disponível em:< http://www.suamente.com.br/a-piramide-de-maslow/. Acesso em 10 de janeiro de 2009. A interpretação da Pirâmide das Necessidades Humanas, por Maslow, faz entender que o ser humano precisa que suas necessidades fisiológicas básicas sejam atendidas primeiramente — aquelas que estão na parte mais inferior da pirâmide. Dentre estas necessidades fisiológicas está a alimentação (nutrição), que constitui, junto com os demais itens que compõem as necessidades fisiológicas, um degrau para o alcance das demais necessidades. Analisando a denominação de João Mohana (1964) apud Horta (1979), as necessidades humanas básicas são divididas em três níveis: psicobiológico, psicossocial e psicoespiritual. Os dois primerios níveis são comuns a todos os seres Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 6 OQ Portal Educação vivos nos diversos aspectos de sua complexidade orgânica. Já o terceiro nível, dentro dos conhecimentos atuais, é característica única do homem. llustrando os níveis de João Mohana: Necessidades Psicobiológicas Necessidades Psicossociais Oxigenação Segurança Hidratação Amor Nutrição Liberdade Eliminação Comunicação Sono e Repouso Criatividade Exercícios e Atividade Física Aprendizagem (Educação à Saúde) Sexualidade Gragária Abrigo Recreação Mecânica — Corporal Lazer Motilidade Espaço Cuidado Corporal Orientação no Tempo e Espaço Integridade Cutâneo — Mucosa Aceitação Integridade Física Autorrealização Regulação: térmica, hormonal, | Autoestima neurológica, hidrosalina, eletrolítica, | Participação imunológica, crescimento vascular e | Autoimagem celular Atenção Percepção: olfativa, visual, auditiva, tátil, | Necessidades Psicoespirituais: religiosa gustativa, dolorosa ou teológica, ética ou de filosofia. Ambiente Terapêutica. Diante destes dois embasamentos das necessidades humanas básicas, pode-se verificar a alimentação (nutrição) enquadrada dentro dos aspectos fundamentais para o alcance das demais necessidades humanas. Sendo assim, o paciente hospitalizado merece atenção especial de toda a equipe multiprofissional Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 7 OQ Portal Educação Segundo o Ministério da Saúde - RDC nº 63 de 06 de julho de 2000 a Nutrição Enteral ou NE é “todo e qualquer alimento utilizado para fins especiais, com ingestão controlada de nutrientes, na forma isolada ou combinada, de composição definida ou estimada, especialmente formulada e elaborada para uso por sondas ou via oral, industrializado ou não, utilizada exclusiva ou parcialmente para substituir ou complementar a alimentação oral em pacientes desnutridos ou não, conforme suas necessidades nutricionais, em regime hospitalar, ambulatorial ou domiciliar, visando a síntese ou manutenção dos tecidos, órgãos ou sistemas.” A oferta ao paciente de uma dieta específica e adequada às necessidades nutricionais do paciente, em condições higiênico-sanitárias satisfatórias, é fundamental para não comprometer seriamente a evolução clínica destes, agravando os quadros de diarreia e desnutrindo-os. As instituições hospitalares que prestam serviço de nutrição enteral possuem uma área de preparo e conservação das dietas enterais. Toda a área de manipulação das dietas enterais é supervisionada e acompanha as normas de funcionamento elaboradas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). A enfermagem não é responsável pela Manipulação de Dietas. Os profissionais responsáveis por esta área são escolhidos e treinados pelos nutricionistas que são diretamente responsáveis por todo o processo. A responsabilidade da enfermagem está no recebimento da dieta na unidade, e a administração no paciente. De qualquer forma, para compreender melhor sobre o assunto, é necessário sabermos resumidamente todos os processos que envolvem direta e indiretamente desde a indicação, preparo até a administração das dietas nos pacientes. As dietas para alimentação enteral são misturas de nutrientes para administração via oral ou por intermédio de sondas e que, geralmente, são indicadas para pacientes clinicamente comprometidos. O preparo e administração destas implicam em possíveis riscos de contaminação podendo aumentar as complicações sépticas do paciente, prolongar a hospitalização e aumentar o risco de mortalidade (ÁLVAREZ E GUIDA, 2000). Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 10 OQ Portal Educação As dietas enterais podem favorecer o crescimento de germes, devendo por isso passar por rígido controle de qualidade. Estudos comprovaram riscos de contaminação enteral durante sua preparação (LEVY 1989; CASEWELL 1981; FAGERMAN 1984), por esta razão, a dieta enteral deve ser preparada em área limpa, com lavagem/degermação das mãos, uso de germicida apropriado para a área de manipulação de alimentos na superfície onde será feito o preparo da dieta (álcool, hipoclorito de sódio a 250ppm), nos equipamentos e utensílios. As embalagens que serão envasadas necessitam de desinfecção antes de serem abertas. Utilizar gorro, avental, luvas e máscara, fazer uso de água tratada e fervida, manter a dieta em geladeira — não ultrapassando o prazo de 24 horas após o seu preparo. Utilizar frascos descartáveis para o seu acondicionamento, observar cuidados rigorosos com a higiene pessoal e com o ambiente, incluindo os utensílios e liquidificadores. Cuidados semelhantes devem ser tomados para o preparo de fórmulas lácteas. Sabe-se também que, pacientes idosos ou com patologias de base, como AVC, AIDS, desnutrição, neoplasias, politrauma e grandes queimaduras, apresentam maior predisposição a infecções sistêmicas por contaminação da dieta, devido ao seu estado geral debilitado. Além disso, fatores como o uso de antiácidos, bloqueadores H2, perda da integridade epitelial do trato gastrintestinal ou atrofia por desuso podem aumentar a susceptibilidade a infecções (FINK 1991; PAYNE-JAMES 1991). O cuidado na administração da dieta enteral é outro ponto importante na prevenção de infecções (ANDERTON, 1995). Orienta-se a troca do equipo a cada 24 horas (ANDERTON 1995; KOHN 1991; WAGNER 1994; WEENK 1993); controle rigoroso do gotejamento; realizar a aspiração do resíduo gástrico antes de cada administração da dieta — evitando refluxo gastroesofágico; elevar a cabeceira do leito a 30º; observar a via de administração da dieta, não permitindo sua instalação em via endovenosa. Deve-se também observar técnica asséptica rigorosa quando administrar drogas simultaneamente à dieta, uma vez que existem relatos de contaminação por Enterobacter cloacae, Pseudomonas aeruginosa, E. coli, Klebsiella sp. Os frascos devem ser posicionados corretamente ao serem instalados Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores q OQ Portal Educação no paciente, já que pode haver contaminação do paciente para a sonda (CASEWELL, 1981; VAN ALSENOY, 1985). Também é recomendada a lavagem rotineira das sondas com água filtrada e como prevenção na contaminação do equipo, o uso de bomba de infusão com câmara de gotejamento funcionando como barreira contra micro-organismos (PAYNE-JAMES, 1992). Segundo a Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) nº 63 de 06 de julho de 2000, no Regulamento Técnico para Terapia de Nutrição Enteral (TNE), as Condições Gerais são: TABELA: ITEM 4º - CONSIDERAÇÕES GERAIS - RESOLUÇÃO DA DIRETORIA COLEGIADA - RCD Nº 63, DE 6 DE JULHO DE 2000 4.1. As UH (Unidade Hospitalar) e as EPBS (Empresas Prestadoras de Bens e Serviços) que realizem procedimentos de TNE devem possuir licença de funcionamento concedida pelo órgão sanitário competente. 4.2. As UH e as EPBS interessadas em realizar procedimentos de TNE devem solicitar o seu cadastramento, conforme Anexo V, à autoridade sanitária local. 4.3. A complexidade da TNE exige o comprometimento e a capacitação de uma equipe multiprofissional para garantir a sua eficácia e segurança para os pacientes. 4.4. A TNE deve abranger obrigatoriamente as seguintes etapas: 44. 4.4.2. Prescrição dietética Indicação e prescrição médica 4.4.3. Preparação, conservação e armazenamento 4.4.4. Transporte 4.4.5. Administração 4.4.6. Controle clínico laboratorial 4.4.7. Avaliação final 4.5. Todas as etapas descritas no item anterior devem atender a procedimentos escritos específicos e serem devidamente registradas, evidenciando as ocorrências na execução dos procedimentos. 4.6. As UH e as EPBS que queiram habilitar-se à prática da TNE devem contar com: 4.6.1. Sala de manipulação que atenda às recomendações da BPPNE (Boas Práticas de Preparação da Nutrição Enteral), sempre que se optar pela utilização de NE em sistema aberto 4.6.2. EMTN - grupo formal e obrigatoriamente constituído de, pelo menos, um profissional de cada categoria, com treinamento específico para esta atividade, a saber: médico, nutricionista, enfermeiro, farmacêutico, podendo ainda incluir profissionais de outras categorias a critério das UH e ou EPBS, com as respectivas atribuições descritas no Anexo 1. Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 12 OQ Portal Educação paciente em termos de recuperação física e social. 5.2.4.3. Em casos excepcionais a TNE pode substituir definitivamente a nutrição oral. Preparação O nutricionista é responsável pela supervisão da preparação da NE. A preparação da NE envolve a avaliação da prescrição dietética, a manipulação, o controle de qualidade, a conservação e o transporte da NE e exige a responsabilidade e a supervisão direta do nutricionista, devendo ser realizada, obrigatoriamente, na UH ou EPBS, de acordo com as recomendações das BPPNE, conforme Anexo Il. Os insumos e recipientes adquiridos industrialmente para o preparo da NE devem ser registrados nos órgãos competentes, quando obrigatório, e acompanhados do Certificado de Análise emitido pelo fabricante, garantindo a sua pureza físico-química e microbiológica, bem como o atendimento às especificações estabelecidas. A NE preparada na sala de manipulação da UH e ou EPBS deve atender às exigências das BPPNE (Anexo II). A avaliação da prescrição dietética da NE quanto à sua adequação, concentração e compatibilidade físico-química de seus componentes e dosagem de administração, deve ser realizada pelo nutricionista antes do início da manipulação, compartilhada com o farmacêutico quando se fizer necessário. 5.3.5.1. Qualquer alteração na prescrição dietética deve ser discutida com o nutricionista responsável por esta, que se reportará ao médico sempre que envolver a prescrição médica. 5.3.5.2. Qualquer alteração na prescrição dietética deve ser registrada e comunicada à EMTN. Os insumos, recipientes e correlatos para preparação da NE devem ser previamente tratados para garantir a sua assepsia e inspecionados visualmente, quanto à presença de partículas estranhas. A manipulação da NE deve ser realizada em área específica para este fim, de acordo com as BPPNE A manipulação da NE deve ser realizada com técnica asséptica, seguindo procedimentos escritos e validados. O nível de qualidade da manipulação da NE deve ser assegurado pelo controle em processo, conforme item 4.5. das BBPNE, Anexo Il. A NE deve ser acondicionada em recipiente atóxico, compatível físico-quimicamente com a composição do seu conteúdo. O recipiente deve manter a qualidade físico-química e microbiológica do seu conteúdo durante a conservação, transporte e administração. A NE deve ser rotulada com identificação clara do nome do paciente, composição e demais informações legais e específicas, conforme item 4.5.4.2. do Anexo Il, para a segurança de sua utilização e garantia do seu rastreamento. Após a manipulação, a NE deve ser submetida à inspeção visual para garantir a ausência de partículas estranhas, bem como precipitações, separação de fases e alterações de cor não previstas, Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 15 OQ Portal Educação devendo ainda ser verificada a clareza e a exatidão das informações do rótulo. De cada sessão de manipulação de NE preparada devem ser reservadas amostras conservadas sob refrigeração (2ºC a 8ºC) para avaliação microbiológica laboratorial, caso o processo de manipulação não esteja validado. As amostras para avaliação microbiológica laboratorial devem ser estatisticamente representativas am não esteja validado, sendo “n” o número de NE preparadas. 1 de uma sessão de manipulação, colhidas aleatoriamente durante o processo, caso o mesmo Recomenda-se reservar amostra de cada sessão de preparação para contraprova, devendo neste caso, ser conservada sob refrigeração (2ºC a 8ºC) durante 72 horas após o seu prazo de validade. A garantia da qualidade da NE pode ser representada pelo resultado do controle em processo (Anexo Il item 4.5) e do controle de qualidade da NE (Anexo Il item 4.6.2) 5.3.17. Somente são válidas, para fins de avaliação microbiológica, as NE nas suas embalagens originais invioladas ou em suas correspondentes amostras. Conservação 5.4.1. A NE não industrializada deve ser administrada imediatamente após a sua manipulação. 5.4.2. Para a NE industrializada devem ser consideradas as recomendações do fabricante. Transporte O transporte da NE deve obedecer a critérios estabelecidos nas normas de BPPNE, conforme Anexo H. O nutricionista é responsável pela manutenção da qualidade da NE até a sua entrega ao profissional responsável pela administração e deve orientar e treinar os funcionários que realizam o seu transporte. Administração O enfermeiro é o responsável pela conservação após o recebimento da NE e pela sua administração. A administração da NE deve ser executada de forma a garantir ao paciente uma terapia segura e que permita a máxima eficácia, em relação aos custos, utilizando materiais e técnicas padronizadas, de acordo com as recomendações das BPANE, conforme Anexo III. A NE é inviolável até o final de sua administração, não podendo ser transferida para outro tipo de recipiente. A necessidade excepcional de sua transferência para viabilizar a administração só pode ser feita após aprovação formal da EMTN. A via de administração da NE deve ser estabelecida pelo médico ou enfermeiro, por meio de técnica padronizada e conforme protocolo previamente estabelecido. A utilização da sonda de administração da NE não é exclusiva, podendo ser empregada para medicamentos e outras soluções quando necessário. Controle Clínico e Laboratorial O paciente submetido à TNE deve ser controlado quanto à eficácia do tratamento, efeitos adversos e alterações clínicas que possam indicar modificações da TNE. Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 16 OQ Portal Educação O controle do paciente em TNE deve ser realizado periodicamente e contemplar: ingressos de nutrientes, tratamentos farmacológicos concomitantes, sinais de intolerância à NE, alterações antropométricas, bioquímicas, hematológicas e hemodinâmicas, assim como modificações em órgãos, sistemas e suas funções. 5.7.3. Qualquer alteração encontrada nas funções dos principais órgãos e as consequentes alterações na formulação ou via de administração da NE devem constar na história clínica do paciente. Avaliação Final Antes da interrupção da TNE o paciente deve ser avaliado em relação à: 5.8.1.1. Capacidade de atender às suas necessidades nutricionais por alimentação convencional; 5.8.1.2. Presença de complicações que ponham o paciente em risco nutricional e/ou de vida e 5.8.1.3. Possibilidade de alcançar os objetivos propostos, conforme normas médicas e legais. Documentação Normativa e Registros 5.9.1. Os documentos normativos e os registros inerentes à TNE são de propriedade exclusiva da UH e ou EPBS, ficando à disposição da autoridade sanitária, quando solicitados. 5.9.2. Quando solicitadas pelos órgãos de vigilância sanitária competentes, devem as UH e ou EPBS prestar as informações e ou proceder a entrega de documentos, nos prazos fixados, a fim de não obstarem as ações de vigilância e as medidas que se fizerem necessárias. Disponível em: <hitp:/Avww.e-legis.anvisa.gov.br/leisref/public/showAct.php?id=17610&word=> Acesso em: 22 out. 2009. Conforme o descrito acima, a enfermagem tem papel essencial no recebimento e administração da Nutrição Enteral no paciente. O enfermeiro faz parte de todo o processo de utilização da Terapia Nutricional e deve se envolver na elaboração de todas as rotinas referentes ao uso da Nutrição Enteral. Por exemplo, mesmo não sendo do enfermeiro a responsabilidade da manipulação da dieta, é importante que este tenha conhecimento sobre o tipo de dieta que é utilizada na instituição, ou seja, dietas em forma de pós, dietas líquidas, entre outras, uma vez que cada fabricante possui uma rotina de conservação e temperatura para a administração que deverá ser obedecida. Antigamente, a maioria das instituições trabalhava com as dietas em formas de pó. Na área de manipulação eram liquidificadas e preparadas conforme a prescrição do nutricionista. A administração desta dieta no paciente é na temperatura de mamadeira (morna) para garantir a eficácia do produto. Mais Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 17 OQ Portal Educação NOTA: As UH e EPBS que desenvolverem atividades de Terapia Nutricional estão sujeitas as inspeções sanitárias periódicas. 4.5. As UH que não possuem as condições previstas no item anterior podem contratar os serviços de terceiros, devidamente licenciadas, para a operacionalização total ou parcial, da TNP, devendo, nestes casos, formalizar um contrato por escrito. NOTA 1: Os médicos não participantes da equipe multiprofissional que queiram indicar, prescrever e acompanhar pacientes submetidos à TNP devem fazêlo em consenso com uma equipe multiprofissional, conforme previsto no item 4.4.2. NOTA 2: A EPBS que somente exercer a atividade de preparação da NP fica dispensada de contar com a EMTN. 4.6 As farmácias só podem habilitar-se para a preparação da NP se preencherem os requisitos do item 4.11 e forem previamente inspecionadas. 4.7 Ao médico, de acordo com as atribuições do Anexo |, compete: indicar, prescrever e acompanhar os pacientes submetidos à TNP. 4.8 Ao farmacêutico, de acordo com as atribuições do Anexo |, compete: realizar todas as operações inerentes ao desenvolvimento, preparação (avaliação farmacêutica, manipulação, controle de qualidade, conservação e transporte) da NP, atendendo às recomendações das BPPNP, conforme Anexo II. 4.9 Ao enfermeiro, de acordo com as atribuições do Anexo |, compete: administrar NP, observando as recomendações das BPANP, conforme Anexo IV. 4.10 Ao nutricionista, de acordo com as atribuições do Anexo |, compete: avaliar o estado nutricional dos pacientes, suas necessidades e requerimentos. 4.11 As farmácias devem possuir recursos humanos, infraestrutura física, equipamentos e procedimentos operacionais que atendam às recomendações das BPPNP, conforme Anexo II. 4.12 É de responsabilidade da Administração da UH prever e prover os recursos humanos e materiais necessários à operacionalização da TNP. 4.13 Acidentes na TNP estão sujeitos às disposições previstas no Código de Defesa do Consumidor (Lei n.º 8078, de 11/09/1990) e, em especial, nos artigos 12 e 14 que tratam da responsabilidade pelo fato do produto e do serviço, independentemente da responsabilidade criminal e administrativa. 4.14 O descumprimento das recomendações deste Regulamento e seus anexos, sujeita os responsáveis às penalidades previstas na Legislação Sanitária vigente, sem prejuízo da cível e criminal.” Disponível em: <http://www.nutricaoclinica.com.br/2005080228/Conteudo-Cientifico/Terapia- Nutricional-Parenteral/portaria-no-272-de-8-de-abril-de-1998.html>. Acesso em: 22 out. 2009. Conforme descrito acima, o enfermeiro na Nutrição Parenteral tem a responsabilidade da administração no paciente. A administração da Nutrição Parenteral constitui-se na mesma rotina de administração de medicamentos, ou seja, Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 20 OQ Portal Educação todos os itens que são observados na administração medicamentosa devem ser observados na administração da NP, entretanto, excluindo a parte de preparo da medicação, já que na Nutrição Parenteral o preparo é realizado pelo farmacêutico. Ainda reportando a Portaria 272 do Ministério da Saúde, Regulamento Técnico para Terapia de Nutrição Parenteral, como Condições Específicas são descritos: TABELA: ITEM 5º - CONDIÇÕES ESPECÍFICAS - PORTARIA 272 DO MINISTERIO DA SAUDE DE 08 DE ABRIL DE 1998 Na aplicação deste regulamento são adotadas as seguintes condições específicas: 5.1. Indicação: 5.1.1 O médico é o responsável pela indicação da NP. 5.1.2. A indicação da TNP deve ser precedida da avaliação nutricional do paciente. 5.1.3. São candidatos à TNP os pacientes que não satisfazem suas necessidades nutricionais pela via digestiva, considerando-se também seu estado clínico e qualidade de vida. 5.2. Prescrição: 5.2.1.0 médico é o responsável pela a prescrição da TNP. 5.2.2. A prescrição da TNP deve contemplar o tipo e a quantidade dos nutrientes requeridos pelo paciente, de acordo com seu estado mórbido, estado nutricional e requerimentos nutricionais. 5.2.3.A TNP deve atender a objetivos de curto e longo prazos. NOTA 1: Entende-se como curto prazo a interrupção ou redução da progressão das doenças, a cicatrização das feridas, a passagem para nutrição por via digestiva e a melhora do estado de desnutrição. NOTA 2: Entende-se por longo prazo a manutenção do estado nutricional normal e a reabilitação do paciente em termos de recuperação física e social. 5.3. Preparação: 5.3.1 O farmacêutico é o responsável pela a preparação da NP. 5.3.2 A preparação da NP, que envolve a avaliação farmacêutica da prescrição, a manipulação, o controle de qualidade, a conservação e o transporte da NP, exige a responsabilidade e a supervisão direta do farmacêutico, devendo ser realizada, obrigatoriamente, na farmácia habilitada para este fim e de acordo com as recomendações das BPPNP, conforme Anexo II. 5.3.3 Os produtos farmacêuticos e correlatos adquiridos industrialmente para o preparo da NP devem ser registrados no Ministério da Saúde e acompanhados do Certificado de Análise emitido pelo fabricante, garantindo a sua pureza físico-química e microbiológica, bem como o atendimento às especificações estabelecidas. 5.3.4 Os produtos farmacêuticos produzidos em farmácia de UH e/ou EPBS devem atender às Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 21 OQ Portal Educação Normas de Boas Práticas de Fabricação de Soluções Parenterais de Grandes Volumes e/ou de Produtos Farmacêuticos. 5.3.5 A avaliação farmacêutica da prescrição da NP quanto à sua adequação, concentração e compatibilidade físico-química de seus componentes e dosagem de administração, deve ser realizada pelo farmacêutico antes do início da manipulação. Qualquer alteração na prescrição, que se fizer necessária, em função da avaliação farmacêutica, deve ser discutida com o médico da equipe que é o responsável por sua alteração formal. 5.3.6 Os produtos farmacêuticos e correlatos para preparação da NP devem ser previamente tratados para garantir a sua assepsia externa e inspecionados visualmente quanto à presença de partículas. 5.3.7 A manipulação da NP deve ser realizada em área classificada grau A ou B (classe 100), circundada por área grau B ou C (classe 10.000), de acordo com as Boas Práticas para Fabricação e Controle de Produtos Farmacêuticos. 5.3.8 A manipulação da NP deve ser realizada com técnica asséptica, seguindo procedimentos escritos e validados. 5.3.9 A formulação padronizada de NP deve ter estudos de estabilidade previamente realizados para definir seu prazo de validade. 5.3.10 A formulação padronizada adicionada de qualquer outro produto, por expressa prescrição médica, transforma-se em uma preparação extemporânea. 5.3.11 A NP deve ser acondicionada em recipiente atóxico, apirogênico, compatível físico- quimicamente com a composição do seu conteúdo, conforme estabelecido no anexo Ill. O recipiente deve manter a esterilidade e apirogenicidade do seu conteúdo durante a conservação, transporte e administração e ter registro no Ministério da Saúde. 5.3.12 A NP deve ser rotulada com identificação clara do nome do paciente, composição e demais informações legais e específicas, conforme item 4.5.4.2.do Anexo Il, para a segurança de sua utilização e garantia da possibilidade de seu rastreamento. 5.3.13 Após a manipulação, a NP deve ser submetida à inspeção visual para garantir a ausência de partículas, precipitações, separação de fases e alterações de cor, bem como deve ser verificada a clareza e a exatidão das informações do rótulo. 5.3.14 De cada NP preparada devem ser reservadas amostras, conservadas sob refrigeração (2ºC a 8ºC), para avaliação microbiológica laboratorial e contraprova. 5.3.15 As amostras para avaliação microbiológica laboratorial devem ser estatisticamente representativas de uma sessão de manipulação n + 1 colhidas aleatoriamente no início e fim do processo de manipulação. 5.3.16 As amostras para contraprova de cada NP preparada, devem ser conservadas sob refrigeração (2ºC a 8ºC) durante 7 dias após o seu prazo de validade. NOTA: Somente são válidas, para fins de avaliação microbiológica, as NP nas suas embalagens Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 22 OQ Portal Educação nutrientes encontra-se diretamente ligada à ingestão de alimentos, que é influenciada por muitos fatores, fatores estes ligados a condição econômica, comportamento alimentar, ambiente emocional, influências culturais, além do efeito de diversas doenças no apetite e na capacidade de consumir e absorver nutrientes de forma adequada. Por outro lado, as necessidades de nutrientes podem ser também influenciadas por estresse fisiológico, por meio de uma infecção; processos crônicos ou agudos de uma doença; febre e/ou trauma; estados anabólicos normais de crescimento e gravidez; manutenção do corpo e bem-estar e estresse psicológico (MAHAN, 2002). Uma vez que o consumo de alimentos é suficiente para atender as necessidades diárias do organismo, com qualquer acréscimo de demanda metabólica é alcançado um estado nutricional ótimo. Isso propicia o crescimento e desenvolvimento, mantém a saúde geral, sustenta as atividades vitais diárias e auxilia na proteção contra doenças (MAHAN, 2002). Segundo Mahan (2002), técnicas apropriadas de avaliação detectam deficiência nutricional em estágios iniciais de desenvolvimento, permitindo que a ingestão dietética possa ser melhorada por intermédio de suporte nutricional e aconselhamento, antes que uma lesão mais grave apareça. Pacientes em risco nutricional podem ser identificados mediante uma base de informações de triagem que são obtidas rotineiramente no momento da entrada no hospital; essas informações são usadas na avaliação nutricional como base para se traçar o plano de atenção. Uma avaliação nutricional completa aumentará a eficácia do apoio nutricional e educação/aconselhamento nutricional. 4 INTERAÇÃO MEDICAMENTO-NUTRIENTE É importante reconhecer que o nutriente a ser administrado no paciente poderá ter interação medicamentosa. Como a enfermagem é responsável pela administração dos medicamentos prescritos pelo médico, e também pela administração de algumas formas de dietas prescritas pelo nutricionista, cabe reconhecer interações e reações aceitáveis frente ao procedimento. Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 25 OQ Portal Educação Atualmente, o uso da nutrição enteral, tanto em pacientes hospitalizados como em domicílio, supera o da nutrição parenteral. Hoje é possível prever o resultado da interação entre atividade farmacoterapêutica, a qualidade da nutrição e o estado nutricional em relação ao comportamento cinético e dinâmico do medicamento e/ou seus metabólitos. A avaliação e o manejo do paciente nessas situações constituem um desafio para a equipe multiprofissional de terapia nutricional (MERINO SANJUÁN et aí., 1999). A maioria dos pacientes submetidos à Terapia Nutricional Enteral recebe simultaneamente medicamentos. É importante alcançar a melhor resposta clínica possível em termos de eficácia e segurança para o paciente, e isto não depende apenas do diagnóstico correto e da prescrição do tratamento farmacológico adequado. A avaliação de todos os fatores que podem modificar a resposta farmacológica esperada exige conhecimento das fontes de variabilidade, para que as interações entre medicamentos e nutrientes sejam identificadas (MERINO SANJUÁN et al, 1999). Uma interação medicamento-nutriente é definida como o aparecimento de um efeito farmacológico de intensidade maior ou menor que a esperada, como consequência da presença ou ação simultânea de nutrientes e medicamentos. Os mecanismos responsáveis pelas interações medicamento-nutriente atuam de forma conjunta e provocam uma alteração final da resposta farmacológica nos pacientes (MERINO SANJUÁN et aí., 1999). Conforme o mecanismo primário, responsável pela modificação da resposta farmacológica, as interações podem ser classificadas em: Interações medicamento- nutriente farmacocinéticas: são as que afetam os processos de liberação, absorção, distribuição, metabolismo e excreção dos medicamentos, e em Interações medicamento-nutriente farmacodinâmicas: são as que provocam alterações da resposta farmacológica e/ou dos efeitos adversos dos medicamentos sem afetar sua disposição no organismo. Entretanto, podem também ser classificadas, segundo suas características, origem dos nutrientes e estado nutricional do paciente. Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 26 OQ Portal Educação A equipe multiprofissional de terapia nutricional deve avaliar permanentemente as interações medicamento-nutriente a fim de maximizar a resposta terapêutica do medicamento sem afetar a tolerância à nutrição enteral. A incorporação de medicamentos às fórmulas enterais, sejam misturas preparadas ou industrializadas, pode causar alterações físico-químicas levando a perdas pré-sistêmicas de fármacos e nutrientes (MERINO SANJUÁN et al., 1999; SAULNIER, 1999). Para evitar tais interações é importante: e Conhecer a compatibilidade com a fórmula e garantir que os fármacos estejam disponíveis para absorção em quantidades suficientes para produzir o efeito terapêutico desejado; * Nenhum medicamento deve ser adicionado diretamente à fórmula enteral; e Não administrar nenhum medicamento pela sonda ao mesmo tempo em que a dieta; * Se forem vários medicamentos, administrar cada um em separado. Sendo assim, as interações medicamento-nutriente requerem maior atenção dos profissionais de saúde, pois nem sempre são considerados problemas clínicos de menor importância. Os mecanismos dessas interações são complexos e tanto os farmacêuticos quanto os profissionais de enfermagem, nutricionistas e médicos são responsáveis por garantir que a nutrição enteral indicada não interfira negativamente no sucesso do tratamento medicamentoso prescrito para o paciente. A investigação da etiologia da diarreia é muito importante, uma vez que existem situações em que há comprometimento da absorção intestinal causado pela própria patologia de base do paciente, como nos casos de desnutrição calórico- protéica grave e hipoalbuminemia. O uso de drogas, como antiácidos com magnésio, digitais, laxativos, aminofilina, potássio e fósforo podem causar diarreia como efeito colateral. Ainda como fator importante para a ocorrência de diarreia, devemos considerar a administração rápida da dieta, sendo necessário adequar a velocidade da infusão à localização da sonda, principalmente quando está situada no duodeno e jejuno. Outra causa de diarreia é a hiperosmolaridade da solução infundida. O uso prolongado de antibióticos associado à administração de nutrição enteral pode Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 27
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