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Guias e Dicas
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Candomblé - Curso de Cantigas Yorubá 2, Notas de aula de Cultura

músicas rituais em iorubá de cerimonias no camdoblé

Tipologia: Notas de aula

2012
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Compartilhado em 04/05/2012

edmar-santos-silva-5
edmar-santos-silva-5 🇧🇷

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Baixe Candomblé - Curso de Cantigas Yorubá 2 e outras Notas de aula em PDF para Cultura, somente na Docsity! O Yorùbà e o Candomblé O Candomblé, em sua essência Yorùbá foi deturpando-se no geral com o passar dos séculos, desde a chegada dos primeiros negros oriundos da África, particularmente da Nigéria e do Dahomé (atual República Popular de Benin), sendo que os de origem Yorùbá foram dos últimos a chegarem ao Brasil, já próximo ao término da escravidão. Por sua diferença de maneiras (embora se diga que não) foram aproveitados em grande número como escravos domésticos, pois eram considerados mais refinados. Mas, com a sua adaptabilidade do tão conhecido jeitinho brasileiro, moldou-se segundo a nossa personalidade, adaptando-se e forjando-nos como afro-brasileiros para nos classificarmos, se assim se pode dizer. A nossa religião é uma das mais belas e originais manifestações de espiritualidade, com um vasto e riquíssimo naipe de nuanças, com personalidade, feição e expressão próprias, traduzidas em linguagem também própria e particularizadas, apesar de variada. A linguagem oral: através da qual se expressam os orins (cânticos), àdúràs (rezas), ofós (encantamentos) e oríkìs (louvações). É através dela que se conversa com os Òrìsà. Nossa religião é eminentemente de transmissão oral, e a despeito disso, preservaram grande parte dos seus rituais, cânticos e liturgia com sua língua litúrgica falada quase que fluentemente em seu bojo, pelas pessoas mais proeminentes, mas, infelizmente, em número bem restrito. A língua oficial nos cultos Kétu, Ègbá, Ifón e Ìjèsà é o Yorùbá, que apesar disso é também muito utilizada nos cultos de origem Angola e Jeje, que são oriundos de países e culturas diferentes. Apesar de pouco conhecido pela grande maioria dos adeptos da religião, o Yorùbá é amplamente falado de maneira empírica apenas mecânica e meramente mimética, repetindo-se o que foi dito e decorado anteriormente. Diz algumas pessoas, que o Yorúbá é uma língua morta e está para o culto aos Òrìsà assim como o Latim está para o Catolicismo. Mas isso é um engano, o Yorùbá é uma língua viva e dinâmica e é falado ainda nos dias atuais por cerca de 20 a 25% da população da Nigéria e possui elevado número de dialetos, cuja língua oficial é o Inglês, introduzido ali pelos colonizadores. No Benin, são mais ou menos 20 a 25% também de sua população, dentre outros tantos dialetos, que falam o Yorùbá como sua primeira língua ou segunda, dependendo do aculturamento. O Yorùbá é a primeira língua de aproximadamente 30 milhões de africanos ocidentais, e é falada pelas populações no Sudoeste da Nigéria, Togo, Benin, Camarões e Serra Leoa. A língua também sobreviveu em Cuba (onde é chamada de Lukumi) e no Brasil (onde é chamada Nagô), termo que inicialmente era usado pejorativamente, querendo significar "gentinha, gentalha, ralé". À parte de vários dialetos, existe o Yorùbá padrão, que é usado para propósitos educacionais (ex. em jornais, revistas, no rádio, TV e em escolas). Esta forma padrão é compreendida por oradores dos vários dialetos que atuam como tradutores do Yorùbá oficial para o dialetal e vice-versa. No Brasil o interesse pelo Yorùbá dá-se principalmente entre as pessoas adeptas da Religião dos Òrìsà, que recebe o nome genérico e popular de Candomblé, não importando a origem, se Yorùbá, Fon (Jeje) ou Bantu (Angola). O Candomblé nasceu da necessidade dos negros escravos em realizarem seus rituais religiosos que no princípio eram proibidos pelos senhores de escravos. E para burlar essa proibição, os negros faziam seus assentamentos e os escondiam, preferencialmente fazendo um buraco no chão, cobrindo-os e por cima colocavam uma imagem de um santo católico. Então eles cantavam e dançavam para seus Òrìsà, dizendo que estavam cantando e dançando em homenagem àquele santo católico; daí nasceu o sincretismo religioso, que foi abandonado mais tarde pela maioria dos adeptos do Candomblé tradicional, com o "término" da escravidão e mais concretamente quando o Candomblé foi aceito como religião com a liberdade de culto garantida pela Constituição Brasileira. À primeira vista para os leigos, o Candomblé é uma coisa só. Mas, não é bem assim. Existem vários grupos, onde o mais expressivo, sem dúvida, é o grupo Yorùbá (na atualidade). Na época do tráfico de escravos, vieram muitos negros oriundos de Angola e Moçambique: os Bantos, Cassanges, Kicongos, Kiocos, Umbundos, Kimbudos, de onde se originou o “Candomblé Angola”, facilmente reconhecido por quem é da religião, pela maneira diferente de falar, cantar, dançar e percutir os tambores, o que é feito com as mãos diretamente sobre o couro com ritmos e cadências próprios, alegres e ligeiros. É o Candomblé de onde se originou o Samba, que tomou emprestado o próprio nome, que em Kimbundo significa "oração". É também origem do "Samba de roda", que era feito como recreação, principalmente pelas mulheres, após os afazeres rituais, dançando e cantando dizeres em sua maioria jocosos e galhofeiros. Mais tarde assimilado pelo Samba de Caboclos, aí já em sua versão mais “abrasileirada” como um culto ameríndio que era feito pelos Caboclos, neste momento incorporados em seus "cavalos" e já em idioma aportuguesado com versos chamados de "sotaque". Isto, porque quase sempre eram parábolas ou charadas que poucos entendiam, muito em voga ainda hoje. Acha-se que este Samba de Caboclos foi o embrião da Umbanda, onde nasceu o culto aos Òrìsà cantado e falado em português, fazendo assim a nacionalização dos Òrìsà africanos, que algumas pessoas faziam objeção por ter uma língua estrangeira não bem aceita pelos já nascidos brasileiros e que foram perdendo os conhecimentos da língua ancestral, principalmente por causa do analfabetismo. A Umbanda é a mistura do culto aos Òrìsà, do Catolicismo e do Kardecismo, resultando numa religião Brasileira, que hoje em dia é até exportada para os países vizinhos, principalmente os do cone Sul, como Argentina, Paraguai e Uruguai, onde existem até confederações de Umbanda e onde o Brasil está para eles, assim como a África está para nós. A origem da força cultural Yorùbá foi demonstrada em uma das guerras havidas entre o Dahomé e a Nigéria, mais ou menos do meado para o final do século dezesseis, em que o Estado de Kétu teve praticamente metade do seu território anexado ao Dahomé como espólio de guerra, após sua população, juntamente com a de Meko, ter sido saqueada e parte dela capturada como escravos perdurando essa anexação militar até os dias atuais. Como resultado dessa guerra, muitos foram capturados de ambos os lados, e foram vendidos aos portugueses como escravos. Foi quando, já ao final do século, começaram a chegar tantos os escravos de origem Ewe-Fon, conhecidos popularmente por Jejes, oriundos do Benin, antigo Dahomé, que foram capturados pelos Yorùbá, como recíproca dos Yorùbá capturados pelos Ewe-Fon, também vendidos como escravos. Os Yorùbá em sua maioria, eram oriundos de Kétu, o território anexado. Mas, também vieram negros trazidos de outras áreas Yorùbás como Òyó, Ègbá, Ilesá, Ifón, Abeokutá, Irê, Ìfé, etc. Estes dois grupos (Jeje e Yorùbá) quando chegaram ao Brasil, continuaram inimigos ferrenhos e não havia hipótese de um aceitar o outro. Mas, eram indivíduos de tradições sociais religiosas tribais e não podiam sobreviver sozinhos. Então procuraram unirem-se em virtude da condição cativa de ambos. Essa união era difícil tanto pela barreira do idioma, pois eram vários e diferentes em dialetos, quanto pelo ódio que alguns nutriam contra os outros. Do que os senhores de escravos e feitores se aproveitavam em tirar proveito para fomentar mais ainda a animosidade entre eles. Pois, os senhores de Engenho, principalmente, temiam a união do grande número de escravos, o que certamente poderia colocar em risco a segurança dos brancos. Então, quando eles permitiam que os negros se reunissem no terreiro para cantar e dançar, estimulava-lhes a que fizessem "rodas" separadas, somente com seus compatriotas, onde os Kétu não misturavam-se aos Jejes nem Bantu e assim também os outros faziam o mesmo eles próprios com relação aos outros. Mas, com o tempo essa tática foi deixando de dar certo, porque os negros entenderam que sua maior fraqueza era a sua própria desunião, e resolveram se unir para facilitar um pouco à sobrevivência, unindo-se contra o inimigo comum, isto é, o branco. Isso é mais evidenciado com a instituição dos quilombos, que eram focos de resistência dos negros fujões, e que não se curvavam à escravidão. Na nossa religião nós cantamos, oramos e, até dialogamos em Yorùbá com pequenas frases e termos usuais do dia-a-dia nas casas de culto com a assimilação de um até vasto vocabulário, se levarmos em consideração as condições em que se deu a preservação disto. É de suma importância às linguagens da nossa religião, sobretudo, a oral porque a entendendo, entenderemos os rituais e poderemos nos comunicar com os nossos Òrìsà e Ancestrais, através da palavra. Se não souber falar Yorùbá a pessoa falará aos emane em português mesmo, os Òrìsà ouvirão e atenderão da mesma maneira. O que é mais importante é a fé e a sinceridade com que nos dirigimos a eles. Contudo, se nos comunicamos em Yorùbá é muito mais gratificante a emoção que sentimos ao saber que o fazemos da mesma maneira que os nossos Ancestrais faziam há vários séculos atrás em nossa língua mãe religiosa. Então, nós louvamos, elogiamos, exaltamos, enaltecemos os imalè no culto aos Òrìsà, no Candomblé, de acordo com a herança a nós legada pelos nossos antepassados, negros oriundos de vários lugares d'África, atravessando os séculos e chegando até nossos dias. As cantigas são um modo de enaltecer e glorificar fatos e feitos relacionados com determinado Òrìsà, reportando-se à mitologia daquele Òrìsà. Louvar é: elogiar, dirigir louvores, exaltar, enaltecer, etc. Isto nós o fazemos diuturnamente no culto aos Òrìsà, de acordo com a herança a nós legada pelos nossos ancestrais negros que nos ensinaram como fazê-lo através dos séculos desde então, da mesma maneira como eles o faziam. Essas maneiras são variadas e diversas, embora, aos olhos do leigo, possa parecer tudo a mesma coisa. Dessas maneiras, a mais popular é o ORIN (a cantiga-música). Com ela nós louvamos qualquer orixá ou imalè (espíritos). As cantigas são modos de enaltecer e glorificar os fatos e feitos relacionados a determinado Òrìsà ou imalè, reportando um acontecimento ligado à mitologia daquele Òrìsà. Portanto, aprender a cantar corretamente e rezar para louvar os Orisá faz-se necessário, inclusive para um maior conhecimento e entendimento das suas lendas. Texto de Altair T’Ogun Adaptado por Babalorixá Fábio Ti Sangó (Obagodô) Exú Esú é o primeiro orixá a ser louvado no candomblé, porque representa o princípio do movimento. Uma vez acionado é preciso controla-lo, com respeito a qualquer movimento. A fome é um dos motivos que leva o homem a se mover em direção a um objetivo. Esú come demais. E, por comerem as plantações, é que se diz que as formigas são de Esú. Assim como a terra e os formigueiros. Os pés de qualquer animal também são de Esú. Esú mora nos caminhos mais diversos e é controvertido. Tem um gênio travesso e faz o que lhe pedem. Não tem noção de bem e de mal e se movimenta apontando o pênis para o lugar onde quer ir. Não existe lugar no passado, presente ou futuro a que Esú não possa ir. Também é associado à sexualidade – a segunda fome humana. Filho primogênito de Iemonjá com Orunmila, o deus da adivinhação e irmão de Ogun, Xangô e Oxossi, era voraz e insaciável. Conseguiu comer todos os animais da aldeia em que vivia. Depois disso, passou a comer as árvores, os pastos, tudo o que via até chegar ao mar. Orunmila previu então que Eu não pararia e acabaria comendo os homens, e tudo o que visse pela frente, chegando mesmo a comer o céu. Ordenou então a Ogun que contivesse o irmão Esú a qualquer custo. Para conseguir isso, Ogun foi obrigado a matar Esú, a fim de preservar a terra criada e os seres humanos. Mesmo assim, depois da morte de Esú, a natureza, os pastos, as árvores e os rios, tudo permaneceu ressecado e sem vida, doente e morrendo. Um Cantigas de Ogun Ògún yè, pàtàkì orí Òrìsà! (Salve Ògún, Òrìsà importante da cabeça! ou, O Cabeça dos Òrìsà importantes!) 1 Ògún àjò e mònriwò, alákòró àjò e mònriwò Ògún pa lè pa lóònòn Ògún àjò e mònriwò Elé ki fí èjè wè. Ogum ajô é manriuô alácôrô ajô é manriuô Ogun pa lê pa lónã ogun ajô é manriuô Élé qui fi éjé ué. Ogun o Senhor que viaja coberto de folhas novas de palmeira, Ogun o Senhor que viaja coberto de folhas novas de palmeira, Ogun mata e pode matar no caminho, Ogun viaja coberto por Folhas novas de palmeira, é o Senhor que toma banho de sangue. 2 Àwa nsiré Ògún ó, èrù jojo Àwa nsiré Ògún ó, èrù jojo Èrù njéjé Auá xirê ogum ô éru jójó Auá xirê ogum ô éru jójó Érum jéjé Nós estamos brincando para Ogun com medo extremo Segredamos nosso medo, nos comportamos calmamente, Mas com medo. 3 Ògún nítà ewé rè, Ògún nítà ewé rè Ba Òsóòsí l’oko ri náà lóòde Ògún nítà ewé rè Ogum nitá euê ré, ogum nitá euê ré Ba Oxossi Okô ri naa lôdê, ogum nitá euê ré Ogun tem que vender as suas ervas, Ogun tem que vender as suas ervas, Encontra-se com Oxossi nos arredores da fazenda Ogun tem que vender suas ervas. 4 Alákòró elénun alákòró elénun ó Ae ae ae alákòró elénun ó Alácorô élénun alácorô élénun ô Aê aê aê alácorô élénun ô O Senhor do akorô vangloria-se (de suas lutas) O Senhor do akorô é aquele que conta bravatas. 5 A l’Ògún méje Iré, aláàda méji, méji A lôgum mejê ire aláda mêji mêji Nós temos sete Ogun em Irê É o Senhor das duas espadas. 6 Sa Sa sa ogun o, Ògún ajo iku igbale Xa xa xa Ogun o, Ògún ajo eku bale Ogun cortou, cortou, cortou. E foi bem recebido na terra 7 Ògún Onirê onirê Ògún Alakorô onirê, Obá de órun Ògún Onire onire ogun Alakoro onire, Oba de orun Ogun senhor de Ire, o senhor de ire e ogun Proprietário do akoro e senhor de ire Rei que chega do céu 8 Ògún ni alagbe odé mònriwò odé Odé mònriwò Ogun ni alabedé Manriuô odé Odé manriuô Ogun e o senhor da forja e caçador Que se veste de folhas novas de palmeira De folhas novas de palmeira ele se veste 9 Ògún dê arê rê Irê Irê Ògún já Ákòró awá adê arê rê Irê Irê Ògún já Ogún dê arê rê Irê Irê Ogún já Akorô wá dê arê rê Irê ilê ogun já ô Ogun de lutas que chegue a nós em feliz de Irê Ogun que luta de elmo que nos protege (Chegue a nós) faça a nossa casa feliz Ogun Òsóòsí Oxossi é filho de Iemonjá com Orunmila. É a divinização da floresta, reinando sobre o verde, sobre os animais selvagens, dos quais é considerado o dono e dos quais tem todas as virtudes. Oxossi é sagaz como o leopardo, forte como o leão, leve como o pássaro, silencioso como o tigre, observador como a coruja. Sabe se esconder como um tatu, é vaidoso como um pavão, corre como os coelhos, sobe em árvores como macacos, conhece os animais profundamente e com eles partilha o conhecimento da natureza. Dizem os mitos que aprendeu a caçar com seu irmão Ogun, quando este lhe deu as pontas de flechas e, mais tarde, a espingarda. A essência de Oxossi é “atingir um objetivo”. Fixar o alvo e atingi-lo. Alimentar a família. Oxossi sempre foi o responsável por alimentar a família. É considerado o orixá que dá de comer às pessoas, pois sob seus domínios estão os animais e os vegetais. Assim, invoca-se a energia de Oxossi quando se quer encontrar algo ou atingir algum objetivo e para prover sustento (moral ou físico) durante as jornadas. Invoca-se Oxossi, o patrono da natureza, quando se quer encontrar remédios para certos males, embora seja necessário pedir para Ossain que o remédio faça efeito. Ogum assim o fez, mas como Oxossi relutasse em voltar ao lar, e ao voltar desfeiteasse sua mãe, esta o proibiu de viver dentro da casa, deixando-o ao relento. Como havia prometido ao irmão ser sempre seu companheiro, Ogum foi viver também do lado de fora da casa. Oxossi tornou-se o melhor dos caçadores e diz o mito que foi ele quem livrou Araketu, sua cidade, de um grande feitiço das perigosíssimas ajés (feiticeiras africanas) Iyami Osorongá, que se transformam em pássaros e atacam as pessoas e cidades com doença e miséria. Tendo uma das feiticeiras pousado sobre o palácio do rei do Ketu e os demais caçadores do reino perdido todas as suas flechas tentando mata-la, Oxossi, com apenas uma, deu cabo do perigoso pássaro, tendo sido conclamado o rei do Ketu. Pede-se a Oxossi, portanto que destrua feitiços ou energias maléficas. Um dia, enquanto caçava elefantes para retirar-lhe as presas, Oxossi encontrou e apaixonou-se por Osun, a deusa das águas doces e do ouro que repousa em seus leitos, e com ela teve um filho, Logun-Edé. Filho da floresta com as águas dos rios, Logun-Edé é considerado o orixá da riqueza e da fartura, que ambos os domínios apresentam e dos quais compartilha. Òsónyìn Ossain é a energia mágico/curativa das folhas e por isso divinizada na forma do senhor das folhas e dos remédios. Seu interesse pela ciência tornou-o um solitário desde que desceu o Orun (o céu Yoruba). Embrenhou-se pelas florestas e vive para descobrir e se apoderar dos segredos mágicos das folhas, o elemento mais importante, sem dúvida, no candomblé. Alguns mitos dizem que Ossain aprendeu os segredos das folhas com Aroni, uma espécie de gnomo africano, que tem uma perna só, e com os pássaros, alguns deles a forma tomada pelas temíveis feiticeiras africanas (ajé) Iyami Osorongá, cujo nome não deve ser pronunciado para não atraí-las. Sentindo-se sozinho, enfeitiçou Oxossi, a quem sempre encontrava nas matas, e o levou para os fundos destas onde lhe ensinou muitos segredos e pretendia mantê-lo, (alguns mitos dizem que como amigo, outros dizem que como amante) o que Yemonjá e Ogum não permitiram, voltando Ossain a sua solidão. Segundo o mito, Xangô, o deus do trovão, desejando obter os fundamentais poderes de Ossain, pediu à sua mulher, Iansan, a deusa dos ventos e das tempestades, que ventasse muito no lugar onde morava Ossain, para que as folhas sagradas que guardava em sua cabaça de segredos fossem espalhadas e ela pudesse apanha-las. Por seu amor a Xangô, Iansan assim fez. No entanto, quando o vento espalhou as folhas todos os orixás correram para apanha-las, sabendo de seus poderes. Ossain, ao ver o que acontecia, pronunciou palavras mágicas que solicitavam que as folhas voltassem às matas, sua casa e seu domínio. Todas as folhas voltaram, mas cada orixá ficou conhecendo o poder daquelas que conseguiu apanhar. Só que elas não tinham o mesmo Asé (poder e energia) do que quando estavam sob o domínio de Ossain. Para evitar novos episódios de roubo e inveja, Ossain permitiu, então, que cada orixá se tornasse dono de algumas folhas cujo poder mágico de conhecimento e de cura ele liberaria quando lhe pedissem ao retira-las de suas plantas. Em troca exigiu que jamais cortassem ou permitissem o corte de uma planta curativa ou mágica. Toda a medicina Yoruba se baseia, portanto, nos poderes de Ossain, sobre as folhas-remédio e Obaluaiê, o deus que rege as doenças graves. Ambos os orixás são muito temidos e respeitados, porque também entre os Iorubas, o mesmo princípio que cura, mata. Remédio e veneno são questão de grau. Cantigas de Òsóòsí Ode òkè aro! Salve o caçador!(Aquele de alta graduação honorífica) 1 Ofá yéyé f’igbô Odé f’igbô Ofá yéyé f’igbô Omorodé Ofará iéié fibô Odé fibô Ofará iéié coxé Omorodé Seu arco e flecha são adequados para a floresta Para caçar na floresta Seu arco e flecha são adequados e apropriados Para formar novos caçadores 2 Araiê Ode arê rê okê Awá nìsó odé l’okê Omo ofá ó kú eron Araiê odé arerê okê Auanisó odé loquê Omo ofá aquerã Senhor da Humanidade nosso bom caçador Nós o chamamos para aprendermos a caçar Filho do arco e flecha que mata a caça 3 Araiê Ode arê rê okê E omorodé seke Irokô Araiê odé arê rê okê Oni ewá l’igbô Araiê odé arerê oquê E omorodé xeque iroco Onieuálô ibô Senhor da Humanidade nosso bom caçador O filho do caçador origina-se das folhas de iroko Senhor belo e poderoso da floresta 4 Omorodé l’ ìjeníiyà ô Olúwaiyé Omorodé l’ ìjeníiyà ô omorodé lo igeniuaô Oluaiê Omorodé lo igeniuaô Odé coque O filho do caçador é aquele que pode punir Senhor da terra O filho do caçador é aquele que pode punir É o caçador que está no topo (acima de tudo) 5 Omorodé kossi ilê arole ago mi Ifá Omorodé kossi ilê arole ago mi Ifá Kòiá kòia Olúwaiyé Ode kossi ilê arole ago mi Ifá omorodé cossilê arole ago mi fá omorodé cossilê arole ago mi fá coiá coiá oluaiê odé arole ago mi fá O filho do caçador não caça em casa; Ele pede licença arco e flecha. Não nos castigue, não nos castigue Senhor da terra O caçador pede licença para a casa. 6 Omorodé lai lai Omorodé ki awá jò Agbà awá bo owo l’Oko igbò Omorodé lai lai Omorodé qui ua jô Abauabo loco co ibo Omorodé oluaiê Filho do caçador para sempre Filho do caçador para quem nós dançamos Nossa comunidade de agricultores o cultua na fazenda e não no bosque O filho do caçador é o senhor da terra. 7 Omorodé L’Oní Omorodé Olúwaiyé Obalúwàiyé Obaluaiê ou Omolu é a energia que rege as pestes como a varíola, sarampo, catapora e outras doenças de pele. Ele representa o ponto de contato do homem (físico) com o mundo (a terra). A interface pele/ar. A aparência das coisas estranhas e a relação com elas. Ele também rege as doenças transmissíveis em geral. No aspecto positivo, ele rege e cura, através da morte e do renascimento. Diz o mito que Obaluaiê é filho de Nanã (a lama primordial de que foram feitas as cabeças – oris – humanas) e Oxalá, tendo nascido cheio de feridas e de marcas pelo corpo como sinal do erro cometido por ambos, já que Nanã seduziu Oxalá, mesmo sabendo que ele era interditado por ser o marido de Yemonjá. Ao ver o filho feio e malformado, coberto de varíola, Nanã o abandonou à beira do mar, para que a maré cheia o levasse. Yemonjá o encontrou quase morto e muito mordido pelos peixes, e tendo ficado com muita pena, cuidou dele até que ficasse curado. No entanto Obaluaiê ficou marcado por cicatrizes em todo o corpo, e eram tão feias que o obrigavam a cobrir-se inteiramente com palhas. Não se via de Obaluaiê senão suas pernas e braços, onde não fora tão atingido. Aprendeu com Yemonjá e Oxalá como curar estas graves doenças. Assim cresceu Obaluaiê, sempre coberto por palhas, escondendo-se das pessoas, taciturno e compenetrado, sempre sério e até mal-humorado. Um dia, caminhando pelo mundo, sentiu fome e pediu às pessoas de uma aldeia por onde passava que lhe dessem comida e água. Mas as pessoas assustadas com o homem coberto desde a cabeça com palhas expulsaram-no da aldeia e não lhe deram nada. Obaluaiê, triste e angustiado, saiu do povoado e continuou pelos arredores, observando as pessoas. Durante este tempo os dias esquentaram, o sol queimou as plantações, as mulheres ficaram estéreis, as crianças cheias de varíola e os homens doentes. Acreditando que o desconhecido coberto de palha amaldiçoara o lugar, imploraram seu perdão e pediram que ele novamente pisasse na terra seca. Ainda com fome e sede, Obaluaiê atendeu ao pedido dos moradores do lugar e novamente entrou na aldeia, fazendo com que todo o mal acabasse. Então homens os alimentaram e lhe deram de beber, rendendo-lhe muitas homenagens. Foi quando Obaluaiê disse que jamais negassem alimento e água a quem quer que fosse, tivesse a aparência que tivesse. E seguiu seu caminho. Chegando à sua terra, encontrou uma imensa festa dos orixás. Como não se sentia bem entrando numa festa coberto de palhas, ficou observando pelas frestas da casa. Neste momento Iansã, a deusa dos ventos, o viu nesta situação e, com seus ventos levantou as palhas, deixando que todos vissem um belo homem, já sem nenhuma marca, forte, cheio de energia e virilidade. E dançou com ele pela noite adentro. A partir deste dia, Obaluaiê e Iansã se uniram contra o poder da morte, das doenças e dos espíritos dos mortos, evitando que desgraças aconteçam entre os homens. Os Yorubá acreditam que este mito nos mostra que o mal existe, que ele pode ser curado, mas principalmente que é preciso ter consciência do momento em que ele terminou, sabendo recomeçar após um violento sofrimento. Obaluaiê rege também a força da terra (herdado de sua filiação a Nanã), a umidade dela (por sua adoção por Yemonjá) e as doenças das plantações. Òsùmàrè Oxumarê é a energia das cores, da luz, do sol após as chuvas, do arco-íris, e por isso mesmo é associado às serpentes, que são muito coloridas e poderosas. Conta o mito que apesar de tudo que houvera com Obaluaiê, Nanã e Oxalá tiveram outro filho. Este era Oxumarê. Contudo, como novamente eles haviam desobedecido aos preceitos de Orunmila, Oxumarê nasceu sem braços e sem pernas, com a forma de serpente, rastejando pela terra, e ao mesmo tempo com a forma de homem. Mais uma vez decepcionada Nanã abandonou Oxumarê. Oxumarê entretanto possuía grande capacidade adaptativa e, mesmo sem membros para locomover-se, possuía imensa astúcia e inteligência, aprendeu a subir em árvores, a caçar para comer, a colher as batatas doces de que tanto gostava, e a nadar. Orunmila, o deus da adivinhação do futuro, admirando-se e apiedando-se dele, tornou-o um orixá belo, de sete cores de luz, encarregando-o de levar e trazer as águas do céu para o palácio de Xangô. È Oxumarê, portanto quem traz as águas da chuva e é a ele que se pede que chova. Como seu percurso era longo, Oxalá, seu pai, fez com que ele tomasse a forma do arco-íris quando tivesse essa missão a realizar. Com as águas da chuva, Oxumarê traz as riquezas aos homens ou a pobreza. Oxumarê vive com sua irmã Ewá no fim do arco-íris. Nàná Nanã é a lama primordial, o barro, a argila da qual são feitos os homens. Dela saem seres perfeitos e imperfeitos, modelados por Oxalá e cuja cabeça é preparada pelo sensível Ajalá. Dizem os mitos que antes de criar o homem, do barro, Oxalá tentou cria-lo de ar e de fogo, de água, pedra e madeira, mas em todos os casos havia dificuldades. O homem de ar esvaecia; não adquiria forma. O de fogo consumia-se, o de pedra era inflexível e assim por diante. Foi então que Nanã se ofereceu a Oxalá, para que com ela criasse os homens, impondo, contudo, a condição de que quando estes morressem fossem devolvidos a ela. Sendo o barro, Nanã está sempre no princípio de tudo, relacionada ao aspecto da formação das questões humanas, de um indivíduo e sua essência. Ela é relacionada também, freqüentemente, aos abismos, tomando então o caráter do inconsciente, dos atavismos humanos. Nanã tanto pode trazer riquezas como miséria. Está relacionada, ainda, ao uso das cerâmicas, momento em que o homem começa a desenvolver cultura. Seja como for, Nanã é o princípio do ser humano físico. E assim é considerada a mais velha das Iabás (orixás femininos). Dizem os mitos que nunca foi bonita. Sempre ranzinza, instável, sua aparência afastava os homens, que dela tinham medo. Como já vimos nos mitos de Obaluaiê o Oxumarê , ela os gerou defeituosos, por ter quebrado uma interdição e mantido relações sexuais com Oxalá, marido de Iemanjá. Abandonou a ambos, que foram criados por outros orixás, e acabou sozinha quando Ewá, para fugir de um casamento que sua mãe lhe impingia, foi morar no horizonte entre o céu e o mar. Cantigas de Obalúwàiyé Atótóo! Omolú Olúké a jí béèù sapada! (Silêncio! O filho do Senhor é o Senhor que grita, nós acordamos com medo e corremos de volta!) 1 Onílè wà àwa lésè òrìsá Opé ire onílè wá a lésè òrìsá Opé ire E kòlòbó e kòlòbó sín sín sín sín Kòlòbó E kòlòbó e kòlòbó sín sín sín sín Kòlòbó Ôníléuá auá léssé orixá Ópué irê Ôníléuá auá a léssé orixá Ópué irê É Côlôbô É Côlôbô sim sim sim sim côlôbô (2 x) O Senhor da terra está entre nós que cultuamos orixá. Agradecemos felizes pelo Senhor da terra estar entre nós que cultuamos orixá.Agradecemos felizes. Em sua pequena cabaça traz remédios para livrar-nos das doenças. 2 Ó àfomó ó fá ojú rè mò fá, aráayé njó jó Aráayé a njó onílè, aráayé njó jô Afômó ôfá ojúré mófá aráaiê unjôjô Aráaiê a unjôônilê aráaiê unjôjô Ele é contagioso, ele faz a limpeza. Seu olhar tira o contágio das doenças. A humanidade dança, dança a humanidade Nós dançamos para o senhor da casa A humanidade dança 3 Omolú pê a júbà a èko, oníyê Omolú pê a júbà a èko, oníyê Ómólú puê a júbá a écó ôniiê (2 x) Omolú, vos pedimos que nos abençoe E nos ensine, senhor da boa memória 4 Olórí ìjeníìyà a pàdé, Olórí pa Olórí ìjeníìyà a pàdé, Olórí pa Olôri ijéninha a padé, Olorípa (2 x) O Senhor que mata, o Senhor que castiga vem ao nosso encontro. 5 Jó a lé ijó, é jó a lé ijó, é jô a lé ijó, Àfaradà a lé njó ó ngbèlé Jôalê ijô ê jôalê ijô ê jôalê ijô Afaradá alê ijô umbêlê Dance em nossa casa, dance. (3 x) Dando força e energia à nossa casa. Dançando ele dá proteção à casa. 6 Aráayé a je nbo, Olúbàje a je nbo Aráayé a je nbo, Olúbàje a je nbo Aráaiê ajé umbó, olúbajé ajé umbó (2 x) Povo da terra, vamos comer e adorá-lo, o senhor aceitou comer. 7 Ó ní a ló ìjeníìyà Ajàgun tó ló ìjeníìyà olúwàiyé Táálá bé okùnrin O táálá bé okùnrin wa ki lo kun táálá bé okùnrin Abénilórí ìbé ó ní je olúwàiyé táálá bé okùnrin Ôní a lô ijéninha ajagun tôlô ijéninha ôlúuaiê Táalabé ócunrin Ô táalabé ócunrin uá quilocun táalabé ócunrin Abénilôrí ibéri ônijé ôlúuaiê táalabé ócunrin Ele pode fazer secar a cabeça do homem, levá-lo embora e esculpir a cabeça do homem. Ele pode fazer definhar, matar a cabeça do homem. É o executor, o que decapta sua cabeça. Ele é o Senhor da terra, que definha e decapta o homem, ele pode nos castigar. O guerreiro que pode castigar. Senhor da terra, que definha e decapta. 8 A jí dàgòlóònòn kí wa sawo orò, dàgò ilé ilé, Dàgòlóònòn kí wa sawo orò, dàgò ilé ilê. A ji dagôlônã qui uá xaôrô dagô ilêilê Dagôlônã qui uá xaôrô dagô ilêilê Ao acordar pedimos licença ao senhor do caminho Aquele a quem fazemos o culto tradicional, dê licença À nossa casa, que pede licença no caminho a quem nós fazemos o culto tradicional. 9 Omolú pè olóre a àwure e kú àbò Omolú pè olóre a àwure e kú àbò Omolú puê olôre auúrê écuabó (2 x) Omolú te pedimos Senhor da sorte, que use o teu Feitiço para nos trazer boa sorte e sejas bem-vindo. 10 Ó ìjeníìyà bàbá a sin e gbogbo wa lé Ó ìjeníìyà bàbá a sin e gbogbo wa lé ó Ô ijéninha babá a sim é bôbô uálê (2 x) Ele é o pai que castiga, nós vos cultuamos, senhor, e toda nossa casa. 11 Kóró nló awo, kóró nló awo, sé ó gbèje Kóró nló awo, kóró nló awo, sé ó gbèje Côrô unló auô, kôrô unló auô, xê ô bêjé (2 x) Ele se dirige para ir embora do culto, ele vai embora do culto, ele aceitou comer. Cantigas de Òsùmàrè Àróbò bo yi! Vamos cultuar o intermediário que é elático(que se estica)! 01 Kéke rá lé mi rá lé wa, kéke rá lé mi rá lé wa Ra lé mi rá lé wa, rá lé mi rá lé wa. Quéqué ralêmi ralêuá quéqué ralêmi ralêuá Ralêmi ralêauá ralêmi ralêuá Em silêncio, ele rasteja sobre mim, Rasteja sobre nós, rasteja sobre mim, Rasteja sobre nós. 02 Òsùmàrè ó dé wa lé Òsùmàrè Ó dé wa lé o ràbàtà, ó dé wa lé Òsùmàrè Ôxumarê ôdeualê ôxumarê Ôdêualê rabatá ôdeualê ôxumarê O Deus do arco-íris (Òsùmàrè) chegou à nossa casa, Deus do arco-íris. Ele chegou à nossa casa e é imenso (gigantesco). Ele chegou à nossa casa, O Deus do arco-íris. 03 Òsùmàrè ó ta kéré, ta kéré, o ta kéré Òsùmàrè ó ta kéré, ta kéré, o ta kéré Ôxumarê ô ta quere ta quere ô ta quere Ôxumarê ô ta quere ta quere ô ta quere O Deus do arco-íris movimenta-se rapidamente Para adiante, adiante, adiante 04 Lé’lé mo ri ò ràbàtà, lé’lé mo ri Òsùmàrè ó, Òsùmàrè wàlé’lé mo ri Òsùmàrè. Lêlê morí ô rabatá lêlê morí ôxumarê ô Ôxumarê uálêlê morí ôxumarê Ele está sobre a casa, eu vi, ele é imenso (gigantesco). Ele está sobre a casa, eu vi, Oxumarê. Oxumarê está sobre a casa, eu vi Oxumarê 05 Aláàkòró lé èmi ò aláàkòró lé ìwo Aláàkòró lé èmi ò aláàkòró lé ìwo Alácôrô lêêmi ô alácorô lêiuó Alácôrô lêêmi ô alácorô lêiuó O Senhor do ákòró está sobre mim O Senhor do ákòró está sobre você. 06 Tímòn, tímòn-tímòn Òsùmàrè a imòn, Tímòn, tímòn-tímòn Òsùmàrè a imòn Timán timán-tíman ôxumarê a iman Timán timán-tíman ôxumarê a iman Intimamente, nós conhecemos Oxumarê Intimamente. Intimamente, nós conhecemos Oxumarê intimamente. 07 Tendo Esú conseguido roubar os segredos de Orunmilá, o deus da adivinhação se viu obrigado a partilhar com Oxum os segredos do oráculo e lhe entregou os dezesseis búzios com que até hoje jogam. Oxum representa, assim a sabedoria e o poder feminino. Em agradecimento a Exú, Oxum deu-lhe a honra de ser o primeiro orixá a ser louvado no jogo de búzios, e entrega a eles suas palavras para que as traga aos sacerdotes. Assim, Oxum é também a força da vidência feminina. Mais tarde Oxum encontrou Oxossi na mata e apaixonou-se por ele. A água dos rios e as florestas tiveram então um filho chamado Logun-Edé, a criança mais linda, inteligente e rica que já existiu. Apesar do seu amor por Oxossi, numa das longas ausências deste, Oxum foi seduzida pela beleza, os presentes (Oxum adora presentes) e o poder de Xangô, irmão de Oxossi, rompendo sua união com o deus da floresta e da caça. Como Xangô não aceitou Logun-Edé em seu palácio, Oxum abandonou seu filho, usando como pretexto a curiosidade do menino, que um dia foi vê- la banhar-se no rio. Oxum pretendia abandoná-lo sozinho na floresta, mas o menino se esconde sob a saia de Iansã, a deusa dos raios, que estava por perto. Oxum deu então seu filho a Iansã e partiu com Xangô tornando-se, a partir de então, umas de suas esposas prediletas e companheira cotidiana. Oyá Iansã é a forças dos ventos, dos furacões, das brisas que acalmam, das coisas que passam como o vento, dos amores efêmeros, sensuais, das tempestades, que assolam a existência, mas não duram para sempre. Iansã ajudava Ogum na forja dos metais, soprando o fogo com o fole para aviva-lo mais e mais, e assim fabricarem mais ferramentas para trabalhar o mundo e armas para as guerras de que ambos tanto gostavam. Por seu temperamento livre e guerreiro, Iansã era uma companheira perfeita para Ogum. Diz o mito que Iansã não podia ter filhos, por isso adotou Logun-Edé, filho abandonado por Oxum, e o criou durante algum tempo. Diz o mito, também, que Iansã era tão linda que, para fugir ao assédio masculino vestia-se com uma pele de búfalo, e saía para a guerra. Que era amiga tão leal que foi ela a primeira a realizar uma cerimônia de encaminhamento da alma de um amigo caçador ao orum (céu). Iansã não parava jamais. Um dia em que Xangô foi visitar seu irmão Ogum e encomendar-lhe armas para a guerra, Iansã (também conhecida como Oyá) apaixonou-se por Xangô, e partiu para viver com ele, deixando Logun-Edé com Ogum, que terminaria de cria-lo. A partir de então, tornou-se uma das três esposas de Xangô e com ele reina e luta, enviando seus ventos para limpar o mundo e anunciando a chegada dos raios e trovões de seu amado. Lògún-Ode Logun-Edé, chamado geralmente apenas de Logun, é o ponto de encontro entre os rios e as florestas, as barrancas, beiras de rios, e também o vapor fino sobre as lagoas, que se espalha nos dias quentes pelas florestas. Logun representa o encontro de natureza distintas sem que ambas percam suas características. É filho de Oxossi com Oxum, dos quais herdou as características. Assim, tornou-se o amado, doce e respeitado príncipe das matas e dos rios, e tudo que alimenta os homens, como as plantas, peixes e outros animais, sendo considerado então o dono da riqueza e da beleza masculina. Tem a astúcia dos caçadores e a paciência dos pescadores como principais virtudes. Dizem os mitos que sendo Oxossi e Oxum extremamente vaidosos, não puderam viver juntos, pois competiam pelo prestígio e admiração das pessoas e terminaram separando-se. Ficou combinado entre eles que Logun-Edé viveria seis meses nas águas dos rios com Oxum e seis meses nas matas, com seu pai Oxossi. Ambos ensinariam a Logun a natureza dos seus domínios. Ele seria poderoso e rico, além de belo. No entanto, o hábito da espreita aprendido com seu pai, fez com que, um dia, curioso a respeito da beleza do corpo de sua mãe, de que tanto se falava nos reinos das águas, Logun-Edé vestindo-se de mulher fosse espiá-la no banho. Como Oxum estivesse vivendo seu romance com Xangô, tio de Logun, e Xangô tivesse exigido como condição do casamento que ela se livrasse de Logun, Oxum aproveitou a oportunidade para punir Logun abandonando-o na beira do rio. Iansã o encontra, e fascinada pela beleza da criança leva Logun para casa onde, juntamente com Ogum, passa a cria-lo e educa-lo. Com Ogum, Logun-Edé aprendeu a arte da guerra e da forja, e com Iansã, o amor a liberdade. Diz o mito que Logun tinha tudo, menos o amor das mulheres, pois mesmo Iansã, quando roubada de Ogum por Xangô, abandona Logun com seu tio, criando assim um profundo antagonismo entre Xangô e Logun, já que por duas vezes Xangô lhe tira a mãe. Em outro episódio Logun vai brincar nas águas revoltas (a deusa Obá, também esposa de Xangô) e esta tenta mata-lo como vingança contra Oxum que lhe fizera uma enorme falsidade. Oxum, vendo em seu jogo de búzios o que estava sucedendo com seu filho abandonado, pede a Orunmilá que o salve e este, que sempre atendia às preces da filha de Oxalá, faz uma oferenda a Obá que permite então que os pescadores salvem Logun-Edé, encarregando-o de proteger, a partir daquele dia,os pescadores, as navegações pelos rios e todos os que vivessem à beira das águas doces. Cantigas de Ọșùn Rọra Yèyé ó fí dé ri ọmọn! (Mãe cuidadosa, aquela que usa coroa e olha seus filhos – Rainha e Mãe) 01 Yèyé, yèyé, yèyé o Ìya orò omi wa onì așè tò rì efạn E ọba kó só ayaba ó Ìya orò omi wa onì așè tò rì efạn Iêiê iêiê iêiê ô Iá orô omiuá oní axé torí efon E obá kossô aiaba ô Iá orô omiuá oní axé torí efon Mamãe, mamãe, mamãe, nossa mãe dos segredos das águas. Senhora do axé de Efon, Rainha do reino sagrado. Nossa mãe dos segredos das águas, Senhora do axé de Efon. 02 Kẹẹ-Kẹẹ Ọșùn omi șorò odò, A yìn mọ a yìn mọ Quéqué óxum omixorôdô, Anhimã anhimã Aos poucos Oxum torna as águas dos rios sagradas. Aos poucos vos conhecemos 03 Ìya omi ní ibú odòomi rò Òrișa ó lé lé Iá ominibú ôdoômirô oríxá ô lêlê Mãe das águas profundas que correm nos rios Orixá que paira sobre a nossa casa. 04 Yèyé e yèyé șorò odò (2x) Olóomi ayé mọ șorò ọmọn fẹẹfẹ șorò odò Iêiê ê iêiê xorôdô (2x) Olôomi aiê mãxorômã Féefé xorôdô Mãe que faz o rio ser sagrado Senhora das águas da Terra que dão vida aos filhos e torna o rio sagrado. 05 Olóomi máà, olóomi máà iyọ Olóomi máà iyọ ẹnyin ayaba odò. Ó yéyé ó Aláadé Ọșùn, Ọșùn mi yèyé ó Olôomimáa olôomi máaió Olôomi máaió énhinaba odô Ô iêiê ô. Aladê Oxum, Oxum mi iêiê ô Senhoras das águas doces (sem sal) Sois a velha mãe do rio. Ó mamãe. Oxum dona da coroa, Oxum é minha mãe 07 Olówo ọbẹ un Oparạ Olówo ọbẹ un iyalóòde Réwé réwé réwé Olówo ọbẹ un iyalóòde Olôbé um Opará Olôbé um iálôdê Reuê reuê reuê Olôbé um iálôdê A Senhora da espada é Opará Senhora da espada e primeira dama da sociedade Que conta bravatas, senhora da espada e primeira dama da sociedade 08 A ri bẹ dé ó omi ro, A ará wa omi ro L’atì ajé șẹ ọmọ l’ọșùn omi ro, A ará wa omi ro Aribé deô omirô a aráuá omirô Lati jéxé omoloxum omiro a aráuá omirô Nós vimos o brilho de sua coroa, a água sagrada pingou em nossos corpos para nos alimentar e nos preencher, filhos de Oxum, a água sagrada pingou em nós. 09 Omi nìwẹ ọmọ l’ọșùn omi nìwẹ (2x) Șẹkẹ -șẹkẹ náà dò ojú ẹ máà ojú omi nìwẹ olówó Ominiuê omoloxun ominiuê (2x) Xeque-xeque naadojú ê maaoju ominuê olouô Banhem-se nas águas do rio filhos de Oxun, É preso aquele que vai ao rio olha-la Nós não espiamos, o banho da rica senhora. 10 Igbá ìyàwó igbá si Ọșùn ó rẹwà (2x) Àwa sìn ẹ ẹwà ìyabà Igbá ìyàwó igbá si Ọșùn ó rẹwà Ibáiáuô ibá si oxum ô reuá Auá sim é eua iabá Ibáiáuô ibá si oxum ô reuá A cabaça da noiva é para a bela Oxum Nós damos para a bela Iabá 11 Ará wa omi wa (2x) Ó yèyé Ọșùn omi olówo Ará wa omi wa Aráuá omiuá(2x) O iêiê Oxum omi olouô Aráuá omiuá Nosso corpo nossa água Mãe Oxum, a venerável senhora das águas 12 Ọșùn ẹ lọọlá imọnlẹ lóomi, Ọșùn ẹ lọọlá Ayaba imọnlẹ lóomi Oxum é lolá imanlé lôômí, Oxum é lolá Aiaba imanlé lôômí. Oxum que é tratada com todas as honras, Senhora dos espíritos das águas, Oxum que é tratada com todas as honras. Rainha dos espíritos das águas 13 Yèyé yé olóomi ó, yèyé yé olóomi ó. Ayaba awá iyá Ọșùn (2x) Iêiêiê olômiô iêiêiê olômiô Aiabá uáiá Oxum (2x) Mãe compreensível, dona das águas Oxum nossa rainha e mãe Cantigas de Ọya Epa Hey! Oyá Mesan Ọrun! (Salve Oyá a mãe dos nove céus) 01 Ọya kooro nílé ó geere-geere Ọya kooro nlá ó gẹ àrá gẹ àrá Obírin șápa kooro nílé geere-geere Ọya kíì mọ rẹ lọ Oiá côoro nilê ô guerê-guerê Oiá côoro unlá ô gará gará Ôbirin xapá côoro nilê o guerê-guerê Oiá qui a móréló Oiá tiniu na casa incandescendo brilhantemente Oiá tiniu com grande barulho afastando os raios Mulher arrasadora que ressoou na casa sensualmente e inteligentemente A Oiá cumprimentamos para conhece-la mais. 02 Ọya tó ko tó mu yà yà Tó mu yan yan Oiá to ko to mu iá iá To mu ian ian Oiá que cria, cria o rodamoinho Cria o rodamoinho 03 Ta ni a padá lodo Ọya ó, odò mu yà-yà Ta ni a padá lodo Ọya, odò mu yà-yà Tani a padá lodo oiá ô, odo mu iá iá Tani a padá lodo oiá, odo mu iá ia O redemoinho do rio quem pode cessar é Oiá. Para que possamos voltar. 04 Ọya tètè Ọya gbálẹ,Ọya tè-n-tè ayaba Ọya tètè, Ọya tè-n-tè Ọya. Oiá têtê oiá balé oiá têuntê aiabá Oiá têtê, Oiá têuntê Oiá. Oiá rapidamente varre a terra, Oiá está no topo, é a rainha. 05 Kooro níléàti mo tu-m-bá lẹ Ọya Ọya Côoro nilê atí motumbalé oiá oiá Oiá ressoou na casa e eu a reverenciei humildemente. 06 Ó í kíì gbalé ẹ láárí ó, Ó íkíì gbalé (2x) Ada máà dé fi arà gẹ ngbélé Ó íkíì gbalé ẹ láárí ó Ô iquíi balé e lariô, ô iquíi balé (2x) Adamadê fará gambêlê O iquíi balé lariô Nós a cumprimentamos tocando a terra que possui alto valor Nós a cumprimentamos tocando a terra Que a sua espada não chegue até nós, nem use raios para cortar a casa onde vivemos. 07 Ọya kooro ó kooro ó, Ọya kooro ó kooro ó Oiá côoro ôcoorô, Oiá côoro ôcoorô Oiá tiniu, tiniu. Oiá timiu, timiu 08 Ó ni laba-lábá, lábá ó Oní labalabá, labá ô Elá (Oiá) é uma borboleta. 09 Olúafẹẹfẹ sorí ọmọn olúafẹẹfẹ sorí ọmọn. Oluafééfé sorí oamam, oluaféfé sorí omam. Dona dos ventos que sopram sobre os filhos. 10 Ọya dé ẹ láárí ó ó ni jẹ k’àrá lọsí jọko nló Oiá dê e lariô onijé cara losi joko unló Oiá chegou e ela possui alto valor Ela é quem pode baixar os raios e manda-los embora. 11 Ọya Șé ngbèlé àrá mu șa șiré (2x) Oiá jambêlê jambêlê ara muxáxêrê (2x) Proteja a nossa casa, senhora para quem brincamos Representando o inconsciente, Iemanjá é considerada também a “dona das cabeças”, no sentido de ser ela quem dá o equilíbrio necessário aos indivíduos para lidar com suas emoções e desejos inconscientes. Cantigas de Șọngó Ọba ka wòóo, ká biyè si? Podemos olhar Vossa Real Majestade? (Porque era considerado grande honra poder olhar o Ọba erguendo a cabeça diante dele) 1 Àwa dúpẹ ó ọba dodé, àwa dupẹ ó ọba dodé Àwa dúpẹ ó ọba dodé, àwa dupẹ ó ọba dodé Auá dupéô obá dodê auá dupéô obá dodê Auá dupéô obá dodê auá dupéô obá dodê Nós agradecemos a presença do Rei que chegou Nós agradecemos a presença do Rei que chegou 2 A dúpẹ ni mọn ọba ẹ kú alẹ (ẹ káalẹ) A dúpẹ ni mọn ọba ẹ kú alẹ ó wá, wá Nilẹ, a dúpẹ ni mọn ọba e kú ale. Adupé ni mobá ecúalé Adúpé ni mobá ecúalé ôuá uá Nilé adúpé ni moba ecúalé. Nós agradecemos por conhecer o Rei, Boa noite a Vossa majestade! Ele veio, Está na terra; agradecemos por conhecer o Rei. Boa noite Vossa Majestade. 3 Fẹ lẹ fẹ lẹ Yẹmọnja wá òkun, Yẹmọnja wẹkun Àgò firí mọn, ago firí mọn Àjàká wá baarú, baarú Áwa dé fẹ lẹ fẹ lẹ Yẹmọnja wèkun. Félé félé iemanjá uácum iemanjá uécum Ago firimam ago firimam ajacá uá baarú baarú Auádê félé félé iemanjá uécum Ela quer a terra, quer terra (chão) Yemanjá vem para o mar, Yemanjá nada no mar, dê-nos licença para vermos através dos Seus olhos e conhecermos Ajaká, que vem num poderoso cavalo, Num poderoso cavalo chegou até nós, ele gosta de terra, gosta De chão, Yemanjá (gosta) de nadar no mar. 4 Șàngbá șàngbá didé ó níìgbòho, ọdẹ ni mọ Syìí ó, òní o Xambá xambá dideô níbôrrô ode nimô Sinhiiô ôní o Ele executou feitos maravilhosos, feitos maravilhosos E pairou sobre Ìgbòho, os caçadores sabem disto. 5 Òní Dàda , àgò lá ri Òní Dàda , àgò lá rí Oní dada ago larí Oní dada ago larí Senhor Dadá permita-nos vê-lo Senhor Dadá permita-nos vê-lo 6 Dáda mọnsójú ọmọn, Dáda mọnsójú ọmọn Ó fèẹrè ó ní fèẹrè, ó gbé l’ọrun Bàbá kíní l’ọnọn áa ri. Dada massójú omam dada massojú omam Ô féeré ô ní féeré ô bélorum Babá quiní lona áarí Dadá é conhecedor dos filhos pela simples visão, É franco, é tolerante, ele vive no céu É o pai que olha por nós nos caminhos 7 Báayí kínkín báayí ọlá Báayí kínkín báayí ọlá Báayí adé, Báayí olówó Báanhi quinquim baanhi olá Báanhi quinquim baanhi olá Báanhi a puê, báanhi olôuô Dê-nos um pouco de perseverança, Perseverança para que sejamos honrados, Sua coroa é perseverante e rica! (Dê-nos perseverança e riqueza) 8 Fura tinọn ọba fura tinón, fura tinon Àrá lò si sá jò Fura tinán obá fura tinán fura tinán Ará losí sajô Desconfie do fogo, desconfie do fogo do rei, Desconfie do fogo O raio é a certeza de que ele queimará. 9 Iba Òrișà, iba Onílẹ Onilẹ mo juba awo Ibá orixá, ibá ônilé Ônilé mojubáuô Rei Orixá, rei e senhor da Terra, Senhor da Terra, meus respeitos para cultuar-vos 10 Ò arà in a lóòde o Bara enì já, ènia rò ko Ọba nù ko wọn so nù rè lé o Bara enì já, ènia rò ko Ó níìka wòn nbò lórun kéréjé Ó níìka wòn nbò lórun Kéréjé àgùtòn Ìtenú pàdé wá l’ọnọn Ó níìka si relé Ò arà in a lóòde o Bara enì já, ènia rò ko Oní máa, ni wó èjé Bara enì já, ènia rò ko Ô arain alodê ô Bára enijá eniá roco Oba nunkosso nu releô Bára enijá eniá rocô Ônicá aumbó lórúm querejé Ônicá aumbó lórúm Querejé agutã Itenú padê uá lonã Onicá sirelê O arain alode ô Bára enijá eniá rocô Oní maa, níuô ejé Bára enijá eniá rocô Cultuam seu raio quando este os circunda; no bára (mausoléu real), eles vão apresentar seus respeitos aquele que foi coroado, Vosso raio ao redor; no mausoléu real eles vão apresentar seus respeitos, aquele que foi coroado. Ele contou os que caíram no caminho, por desrespeitarem-no, ele contou os que ele abençoou no caminho, que lhe deram sangue de carneiro. Ele os governa, e eles o encontram no caminho e rendem-lhe seus respeitos (homenagens). 11 Ọba șẹréẹ wa fẹ yìín sìn, ọba șẹréẹ wa fẹ yìín sìn Ọba ni L’ayé ó gbé l’ọrun, ọba șẹréẹ wa fẹ yìín sìn Obá xéréuá féinhim sim, Obá xéréuá féinhim sim Obá ni laiê o bélorum, Obá xéréuá féinhim sim Rei é com o xére que queremos cultuá-lo, Rei é com o xére que queremos cultuá-lo. Rei da Terra que vive no céu, Rei é com o xére que queremos cultuá-lo. 13 Gbáà yìí l’àșẹ onílá lòkè baàyọnnì Gbáà yìí l’àșẹ Banhii laxé onilá lôquô baiani Banhii laxe Ele possui um axé enorme, senhor da riqueza Que governa acima das coras. 14 Șọngó ẹ pa bi àrá aáyé aáyé Șọngó e pa bi àrá aáyé aáyé Xangô é pá bi ará aiê aiê Xangô é pá bi ará aiê aiê Xangô mata arremessando raios sobre a Terra Xangô mata arremessando raios sobre a Terra 15 Fírí ínọn fírí ínọn, Fírí ínọn bàiyìnjó Máà ínọn, máà ínọn, Fírí ínọn bàiyìnjó Firiinã firiinã firiinã banhiunjô Má inã má inã firiinã banhiunjô Ele expediu rapidamente o fogo, Expediu rapidamente o fogo. Ele expediu rapidamente O fogo de pouca intensidade(pouca luz). Não nos mande fogo, não nos mande fogo, Ele expediu fogo de pouca intensidade. 16 Àwúre lé àwúre lé kólé, àwúre lé àwúre lé kólé Àwúre lé àwúre lé kólé, àwúre lé àwúre lé kólé Àwa bọ nyin máa ri áwa jalè, àwúre lé, Àwúre lé kólé Auúrêlê auúrêlê côôlê, auúrêlê auúrêlê côôlê Auúrêlê auúrêlê côôlê, auúrêlê auúrêlê côôlê Auá bó ninhiim máarí auá jalê auúrêlê auúrêlê côôlê Abençoe-nos e traga boa sorte à nossa casa, Que ela não seja reoubada, abençoe-nos e traga Boa sorte à nossa casa Nós que vos cultuamos, jamais veremos nossa casa Roubada, abençoe-nos e traga boa sorte para nossa Casa, e que não venham ladrões. 17 Ó fì làbà, làbà, ò fì làbà Ó fì làbà, làbà, ò fì làbà Ô fí labá labá ô fí labá Ô fí labá labá ô fí labá Ele usa bolsa de couro Ele usa bolsa de couro 18 Ó jìgọn àwa lé npé ó jìgọn nlá Jìgọn àwa lé npé ó jìgọn nlá E kí Yẹmọnjá àgó, Tapa Tapa E kí Yẹmọnjá àgó, Tapa Tapa Ô jingan auálê o jingan unlá Jingan auálê unpuê ô jigan unlá É qui iemanjá agô tápa tápa É qui iemanjá ago tápa tápa Ele é imenso, o maior de nossa casa, ele é gigantesco, Em nossa casa o chamamos de grande entre os gigantes. Vós que cumprimentais Yẹmọnja Pedindo licença a nação Tapa. 19 Ọba șà rẹwà ẹlẹ mi jẹẹ jẹẹ kútú kútú Awodé rẹ șé ọba șà rẹwà Obá xáreuá élémi jééjéé cutu cutu Auôdê ré xe obá xáreuá. Rei que escolhe a beleza, Senhor que me conduz Serenamente, antes do culto chega com seu oxê, O Rei que escolhe a beleza. 20 Tó e to rí ọlà to, Șọngó tó rí ọlà,(2x) To ê tôriolá to xangô toriolá (2x) É imensa, é imensa a riqueza que eu vi, Xangô, é imensa a riqueza que eu vi. 21 Ọba ní șà rẹ lóòkè odó, ó berí ọmọn, Ọba ní șà rẹ lóòkè odó, ọba kòso ayọ Obá nixá rê lôôquê odô oberí oman Obá nixá rê lôôquê odô obá côssô aio Ele é o rei que pode despedaçá-lo sobre O pilão; aquele que cumprimenta militarmente Os filhos, ele é o rei que pode despedaçá-lo Sobre o pilão. Rei coroado no templo sagrado Com alegria. 22 Máà inọn inọn, máà inọn wa, inọn inọn ọba kòso Máà inọn inọn, olóko sọ aráayé, máà inọn inọn Ọba kóso aráayé, máà inọn, máà inọn inọn. Má inã Inã má Inã Inã uá Inã Inã obá côssô Má Inã Inã olocô sô araiê má Inã Inã Obá côssô aráiê má inã, má Iná Iná Não mande fogo, não mande fogo sobre nós, Vos pedimos em vosso templo sagrado, não mande fogo; O fazendeiro pede pela humanidade, não mande o fogo Rei que governa a humanidade, não mande o fogo, Não mande o fogo. 23 Aláàkóso ẹ mo juba á lo si ọba ẹnyin Ọba tan jẹ lọ síbẹ lọ sí ọba ẹnyin. Alácôssô é mojubá áló so obá éninhiim. Obá tanjé lô sibé lô si obá éninhiim. Aquele que nos governa, a vós meus respeitos, Nós iremos a vós, rei a quem iremos, Fazer o relatório. 24 A sìn e doba àrá Àrá yìí ló síbè ẹnyin A sìn e doba àrá Àrá yìí ló síbè ẹnyin A sim é doba ará Ará inhin lô sibé éninhiim. A sim é doba ará Ará inhin lô sibé éninhiim. Nós vos cultuamos rei dos raios Que estes raios vão para longe de nós Nós vos cultuamos rei dos raios Que estes raios vão para longe de nós 25 Aira ó lê lê,a ire ó lê lê A ire ó lê lê, a ire ó lê lê Airá ô lê lê, a ire ô lê lê A ire ô lê lê, a ire ô lê lê Airá está feliz, ele está sobre a nossa casa. Estamos felizes, ele está sobre a nossa casa.
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