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Guias e Dicas
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Estudo sobre muçulmanos, Notas de estudo de Gestão da Qualidade

Estudo sobre muçulmanos

Tipologia: Notas de estudo

2012

Compartilhado em 03/10/2012

mauro-sergio-salaroli-8
mauro-sergio-salaroli-8 🇧🇷

3

(6)

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Baixe Estudo sobre muçulmanos e outras Notas de estudo em PDF para Gestão da Qualidade, somente na Docsity! Em Nome de Deus Clemente Misericordioso Que a paz esteja convosco As Cinco Orações do Dia e seus Horários 1- A oração da manhã (Salát Assobh) Inicia-se desde a alvorada até o nascer do Sol. É composta de duas genuflexões. 2- A oração do meio-dia (Salát Addohr) Inicia-se desde o meio-dia até o pôr do Sol. É composta de quatro genuflexões. 3- A oração da tarde (Salát Al-Açr) Inicia-se desde o meio-dia até o pôr do Sol. É composta de quatro genuflexões. É obrigatório rezarmos primeiro a oração do meio-dia e posteriormente a oração da tarde. 4- A oração do crepúsculo (Salát Al-Maghreb) Inicia-se desde o pôr do Sol até a entrada da noite. É composta de três genuflexões. Pode ser rezada até a meia-noite. 5- A oração do anoitecer (Salát Al-Ichá) Inicia-se desde o pôr do Sol até a entrada da noite. É composta de quatro genuflexões. É obrigatório rezarmos primeiro a oração do crepúsculo e posteriormente a oração do anoitecer. Pode ser rezada até a meia-noite. Observação: É recomendável, após cada oração, fazer a glorificação que Fátima (Azzahrá, Aleiha Salam), filha do Profeta Mohammad fazia, ensinada por seu próprio pai e que é a seguinte: 34 vezes (Alláhu Akbar) - (Deus é o Excelso) 33 vezes (Al-Hamdu Lelláh) - (Louvado seja Deus) 33 vezes (Sobhán Alláh) - (Deus Glorificado). Itens Necessários que devem Ser Observados Antes das Orações: 1- Ablução Como nas ilustrações representadas. 2- Pureza do corpo, das roupas e do lugar onde se reza. O(a) devoto(a) deve estar purificado(a) das relações sexuais, e a mulher purificada da menstruação, pós parto e resguardo. 3- Verificar a direção da Caaba, que fica em Meca, a Cidade Sagrada. Podemos nos orientar através da bússula, dos crentes muçulmanos ou das mesquitas. 4- A mulher, ao rezar, deve estar totalmente coberta, exceto o rosto e as mão. Ao homem, é necessário que tenha as partes genitais decentemente cobertas, podendo rezar com suas roupas normais. 5- É importante começar a rezar somente dentro do tempo em que entrou o horário da oração, caso contrário, a reza tornar-se-á inválida. Recomendações: É importante que a ablução seja feita nesta sequência: a) É recomendável antes da ablução dizer: (Bessmelláh Irrahmán Irrahim) - (Em nome de Deus Clemente Misericordioso). b) Lavar as mãos - Três vezes de preferência. c) Fazer bochecho. d) Lavar as narinas. Itens Necessários Para Fazer a Ablução: 1º . Que a água da ablução seja pura e limpa. 2º. Que seja água corrente. 3º. Que a água nao seja usurpada. 4º . Todas as partes do corpo, onde é feita a ablução, têm que estarem puras e não ter vestígios na pele, tais como maquiagem, tinta, esmalte, cola, etc.. 5º Que a água não prejudique. Tudo o Que Invalida a Ablução: 1. Urina 2. Fezes 3. Gazes 4. Dormir 5. As coisas que fazem perder a consciência, tais como: a loucura, epilepsia, desmaio, embriagues, etc... Se a pessoa já fez a ablução e em seguida ocorrer algum desses ítens acima mencionados, deverá fazer a ablução novamente. Ablução Não há necessidade de ditarmos sobre a intenção (Níyeh) na ablução, porém, devemos estar cientes de que estamos realizando-a com fé e sinceridade. Como se abluir: Lavar o rosto de cima para baixo com a mão direita. Começar pelo alto da testa desde a raíz do cabelo até o queixo. Se a água não for suficiente para lavarmos todo o rosto, poderemos pegar novamente mais água, até que molhe por completo. Entre o polegar e o meio dedo. Vide as ilustrações 1 e 2. 1. 2) Ítens que invalidam as oraçõ es E orar uma vez: (Subhána Rabbi'l Azím ua be-hamdeh) (Glorificado é meu Magnificente Senhor e em Seu Louvor!) Ou, três vezes: (Subhánal'Láh!) (Glorificado seja Deus!) E orar: (Sameal'Láh leman hamedah!) (Deus ouve àquele que O glorifica!) A seguir, deixar tocar com firmeza o chão, a testa, a palma das mãos, os joelhos e a ponta dos polegares dos pés, como a Ilustração 12. E pronunciar: (Subhána Rabbi'l Aalá ua be-hamdeh) (Glorificado é meu Supremo Senhor e em Seu louvor) Ou então, três vezes: (Subhánal'Láh!) (Glorificado seja Deus!) Observação: A testa pode ser colocada em cima de madeira, papel ou de preferência, sobre a terra, pois o Profeta Mohammad disse: "Deus tornou a terra abençoada e purificada". Não deve colocar a testa sobre algo comestível, indumentária ou metal. E falar: (Allahu Akbar!)(Deus é o Excelso!) Novamente pôr a testa - Ilustração 12 - e repetir: (Subhána Rabbi'l Aalá ua behamdeh) (Glorificado é meu Supremo Senhor e em Seu louvor) Sentar-se de novo e repetir: (Allahu Akbar!) Com isso, termina-se a 1ª Genuflexão (Rucaat). Depois, fazer a 2ª Genuflexão, levantando-se e, com as mãos a altura das orelhas, falar: (Allahu Akbar) Abaixar os braços e recitar Al-Fátiha e Attauhid (Rabbaná átina fid dunya hâssanat, ua fil Ákherate hâssanat, ua qena azában'Nár!) (Ó Senhor nosso, conceda-nos neste mundo a graça, e na Eternidade a graça, e preserva-nos do tormento do fogo!) Surat Al-Baqara Depois, ficar inclinado (Rucú) e recitar: (Subhána Rabbi'l Azím ua be-hamdeh!) (Glorificado é meu Magnificante Senhor e em Seu louvor!) ou três vezes: (Subhánal'Láh!) (Glorificado seja Deus!) Em seguida, levantar o corpo e dizer: (Sameal'Láh leman hamedah!) (Deus ouve àquele que O glorifica!) Fazer a 1ª prostração, deixando a testa tocar o chão e dizer: (Subhána Rabbi'l Aalá ua be-hamdeh) (Glorificado é meu Supremo Senhor e em Seu louvor) Sentar-se sobre as pernas e falar: (Alláhu Akbar!) (Deus é o Excelso!) Fazer a 2ª prostração (Sujúd), de acordo com a primeira. Terminando, começar a fazer a oração: (Ach-hadú ân lá iláha illal'Láh uahdahu, lá charíka lah. Ua ach-hadu ânna Mohammadan abduhú ua Rassúloh. Alláhumma Salle alá Mohammad ua Ále Mohammad!) (Eu teste-munho de que não há divindade além de Deus Único, sem que haja quem se Lhe associe, e eu testemunho de que Mohammad é Seu servo e Apóstolo! Ó Deus nosso! Abençoe Mohammad e a linhagem de Mohammad!) Em seguida, pronunciar o cumprimento (Tasslím): (Assalámu alaica ayyuhan'Nabiy, ua rahmatul'Láh ua barakátoh. Assalámu alaina ua ala ibádil'Láh assálihín. Assalámu alaikom ua rahmatul'Láhi ua barakátoh) (Que a paz, a misericórdia e as bênções de Deus estejam contigo ó Profeta! Que a paz esteja conosco e com os bons devotos a Deus! Que a paz, a misericórdia e as bênções de Deus estejam convosco!) E com isso, encerra-se a Oração da Manhã (Salát Assobh) Como cumprir Salát Al-Maghreb (Oração do Crepúsculo) Esta Oração, é composta por três genuflexões (Rucaát), a saber: Primeiramente devemos pronunciar a intenção (Níyeh): ( Nauaitu ân uçalli fardal'Maghreb, uájeb qôrbatan ilal'Láh Taála) (Tenciono rezar a Oração do Crepúsculo, sendo ela uma obrigação diante de Deus) As duas primeiras Genuflexões (Ruccát) são idênticas às duas Genuflexões da Oração da Manhã (Salát Assobh), exceto que, na 2º Genuflexão pronuncia-se apenas o testemunho: (Ach-hadú ân lá iláha illal'Láh uahdahu, lá charika lah. Ua ach-hadu ânna Mohammadan abduhú ua Rassúloh. Alláhumma Salle Alá Mohammad ua Ále Mohammad!) (Eu testemunho de que não há divindade além de Deus Único, sem que haja que se Lhe associe, e eu testemunho de que Mohammad é Seu servo e Apóstolo! Ó Deus nosso! Abençoe Mohammad e a linhagem de Mohammad!) Depois, levantar-se ficando de pé e orar três vezes: (Subhána'Láh ual hamdu lel'Láh, ualá iláh illal'Láh, ual'Láhu akbar!) (Glorificado seja Deus e o louvor é a Deus, e não há divindade além de Deus, pois Deus é o Excelso!) Ao têrmino, inclina-se fazendo as duas prostrações e depois sentar-se sobre as pernas dobradas. Finalmente, pronuncia-se o último testemunho e o cumprimento: (Ach-hadú ân lá iláha illal'Láh uahdahu, lá charíka lah. Ua ach-hadu ânna Mohammadan abduhú ua Rassúloh. Alláhumma Salle alá Mohammad ua Ále Mohammad!) (Eu testemunho de que não há divindade além de Deus Único, sem que haja quem se Lhe associe, e eu testemunho de que Mohammad é Seu servo e Apóstolo! Ó Deus nosso! Abençoe Mohammad e a linhagem de Mohammad!) (Assalám alaica ayyuhan'Nabiy, ua rahmatul'Láh ua barakátoh. Assalám alaina ua ala ibádil'Láh assálihín. Assalám alaikom ua rahmatul'Láh ua barakátoh) (Que a paz, a misericórdia e as bênções de Deus estejam contigo ó Profeta! Que a paz esteja conosco e com os bons devotos a Deus! Que a paz, a misericórdia e as bênções de Deus estejam convosco!) E com isso, encerra-se a Oração do Crepúsculo (Salát Al-Maghreb) Como cumprir Salát Addohr (Meio-Dia) - Al-Açr (Tarde) - Al-Ichá (Anoitecer) As três Orações Addohr (Meio-Dia), Al-Açr (Da Tarde) e Al-Ichá (do Anoitecer) têm o mesmo ritual, compostos por 4 genuflexões. Primeiramente, devemos pronunciar a intenção (Níyeh): (Nauaitu ân uçalli - Ffardad'Dohr ou Fardal'Açr ou Fardal'Ichá -, uájeb qôrbatan ilal'Láh Taála) (Tenciono rezar a Oração - Do Meio-Dia ou Da Tarde ou Do Anoitecer - sendo ela uma obrigação diante de Deus). 1ª Genuflexão Após pronunciar a intenção, levantar os braços até a altura das orelhas e falar: (Allahu akbar!), depois, recitar Al-Fátiha e uma surata corânica, podendo ser Attauhid Em seguida, dobrar o corpo em genuflexão e dizer: (Subhána Rabbi'l Azím ua be-hamdeh!) (Glorificado é meu Magnificente Senhor e em Seu louvor!) Ficar ereto e dizer: (Sameal'Láh leman hamedah!) (Deus ouve àquele que O glorifica!) E depois fazer a prostração dizendo: (Subhána Rabbi'l Aalá ua be-hamdeh) (Glorificado é meu Supremo Senhor e em seu louvor) Levantar a cabeça, sentando-se ajoelhado e fazer a prostração repetindo : (Subhána Rabbi'l Aalá ua be-hamdeh) (Glorificado é meu Supremo Senhor e em seu louvor) Continuar sentado, com a cabeça levantada e dizer: (Alláhu Akbar!), preparando-se para a 2ª Genuflexão. 2ª Genuflexão De pé, repetir Al- Fátiha e Attauhíd, depois fazer a súplica com as mãos levantadas à altura da face. Em seguidas, ficar inclinado e orar: (Subhána Rabbi'l Azím ua be-hamdeh!) Logo em seguida, prostrar-se e dizer: 2 vezes seguidas. 6. (Hayya alá khair'el-Amal) (Vamos à melhor das práticas) 2 vezes seguidas. 7. (Qad qámat Assalát) (Já iniciou-se a Oração) 2 vezes seguidas. 8. (Alláhu Akbar) (Deus é o Excelso) 2 vezes seguidas. 9. (Lá iláha illal'Láh) (Não há divindade além de Deus) 1 vez só. Em Nome de Deus Clemente Misericordioso Que a paz, a misericórdia e as bênções de Deus estejam convosco ORAÇÕES ISLÂMICAS EM NOME DE DEUS, O CLEMENTE, O MISERICORDIOSO Em Nome de Deus, O Clemente, O Misericordioso Louvado seja Deus, Senhor do Universo O Clemente, O Misericordioso Senhor do Dia do Juízo Só a Ti adoramos, e só de Ti imploramos ajuda Guia-nos à senda reta, À senda dos que agraciastes, Não à dos abominados, e nem à dos extraviados (Surata de Abertura do Alcorão, primordial na oração islâmica. Ela contém a essência do Alcorão e é recitada em todas orações) OS CINCO PILARES DO ISLAM São a estrutura da vida do muçulmano: a fé, a oração, o interesse pelo necessitado (zakat), a auto- purificação (jejum) e a peregrinação à Meca para quem tiver posses para tal. 1. A Fé Não há outra divindade além de Deus e Maomé é seu Mensageiro. Esta declaração de fé é chamada Chahada , uma fórmula simples que todo o crente pronuncia. Em árabe, a primeira parte é: la ilaha ílal- lah (não há outra divindade além de Deus). Ilaha (divindade) pode se referir a qualquer coisa que podemos ser tentados a colocar no lugar de Deus: riqueza, poder e similares. Então vem, illal-lah (além de Deus), a Fonte de toda criação. A Segunda parte da Chahada é Mohammad Rasul lul-lah (Maomé é o mensageiro de Deus). 2. A Oração Salat é o nome das orações obrigatórias que são praticadas cinco vezes ao dia, e são um elo direto entre o adorador e Deus. Não há autoridade hierárquica no Islam, nem padres, assim, as orações são dirigidas por uma pessoa com instrução, que conhece o Alcorão, escolhido pela comunidade. Essas cinco orações diárias contém versículos do Alcorão que são recitados em árabe, a linguagem da Revelação, ao passo que as súplicas pessoais podem ser feitas no idioma de cada um. As orações são praticadas na alvorada, ao meio dia, no meio da tarde, ao crepúsculo e à noite e assim determinam o ritmo do dia todo. Apesar de ser preferível praticar a oração em conjunto, em uma mesquita, o muçulmano pode orar em qualquer lugar, tal como campo, escritório, fábrica e universidade. 3. Zakat A pessoa piedosa deve também dar tanto quanto possa como caridade (sadaca), e fazê-lo preferivelmente em segredo. Apesar que esta palavra possa ser traduzida como "caridade voluntária", ela tem um significado mais amplo. O profeta disse: "Mesmo o encontrar o seu irmão com o rosto risonho é caridade" 4. O Jejum Todo ano, durante o mês de Ramadan, todos os muçulmanos jejuam desde a alvorada até o por do sol, abstendo-se da comida, da bebida e das relações sexuais. Se houver incapacidade física para fazê-lo, devem alimentar uma pessoa necessitada para cada dia não jejuado. Apesar do jejum ser muito benéfico para a saúde, é considerado um método de purificação pessoal. Ao privar-se dos confortos mundanos, mesmo por um período curto, o jejuador adquire verdadeira simpatia por aqueles que sofrem fome, ao mesmo tempo desenvolve a sua vida espiritual. 5. O Hajj A peregrinação anual a Meca (hajj) é uma obrigação somente para aqueles que são física e financeiramente capazes de empreendê-la. Os peregrinos vestem roupas especiais: vestimentas simples que eliminam as distinções de classes e cultura, assim todos ficam iguais perante Deus. ADHAN - O CHAMADO PARA A ORAÇÃO ''Adhan'', é o nome dado ao chamado para o inicio das orações dos muçulmanos. Na época do Profeta Maomé (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), cada religião havia desenvolvido uma maneira de chamar os seus seguidores para o momento do culto: os Judeus utilizavam uma corneta, os budistas, uma trombeta, os cristãos, os sinos de suas igrejas, os zoroastros acendiam uma chama de fogo. Sendo assim, o Islam também desenvolveu o seu chamado para o momento da oração, o Adhan que é pronunciado em tom melodioso pelo Muazzin, do alto dos minaretes das mesquitas do mundo todo. Muazzin é a pessoa encarregada de pronunciar o Adhan, que consiste em convidar a comunidade muçulmana a tomar parte da oração. Allahu Akbar Deus é Maior! (4x) Ach hadu an la ilaha ill- Allah Testemunho de que não há outra divindade além de Deus. (2x) Ach hadu anna Muhammadan rassulullah Testemunho de que Maomé é o Mensageiro de Deus. (2x) Haiyá alas-salat Vinde para a Oração. (2x) Haiyá alal-falah Vinde para a salvação. (2x) Allahu Akbar Deus é Maior! (2x) Lá ilaha ill Allah Não há outra divindade além de Deus! Somente na oração da alvorada o Muezzin deve pronunciar depois de ''Haiya alal-falah'', o seguinte: As-salatu Kairun minan-naum Esse artigo irá suprir informação básica sobre o Islã sunita e xiita, destacando suas diferenças históricas, religiosas e ideológicas, e apontando o que eles tem em comum assim como o que os divide. Irá também sublinhar algumas das razões para a recente força dos movimentos políticos islâmicos. Crenças Compartilhadas pelos Sunitas e Xiitas Existe um denominador comum substancial entre o Islã sunita e xiita. Todos os muçulmanos acreditam que Allah escolheu um homem chamado Muhammad como o Profeta do Islã, e que, com as bênçãos de Allah e revelações contínuas, Muhammad guiou os muçulmanos a levar a vida de acordo com o Qur’an, uma coleção de revelações divinas, e os “Hadith” (os ditos, ensinamentos, e práticas do Profeta Muhammad, que serve como um suplemente ao Qur’an). Em um curto período de 22 anos, de 610 a 632, ele teve sucesso em deixar um grande legado político e espiritual que levou ao estabelecimento da civilização islâmica. Todos os muçulmanos acreditam que religiosidade, observância correta dos princípios do Qur’an e o empenho pela bondade na vida diária são as maiores virtudes dos seres humanos. Tanto sunitas quanto xiitas concordam sobre a necessidade de um código moral e ético forte para regular o comportamento humano em todas as suas manifestações. A justiça social é considerada um direito fundamental. Sunitas e xiitas compartilham a crença de que são cinco pilares do Islã: (1) A unicidade de Allah e a missão profética de Muhammad, (2) as cinco orações obrigatórias, (3) jejum, (4) caridade, e (5) a peregrinação à Meca. Ambos os grupos também acreditam que o Qur’an tem uma origem divina, e que as missões proféticas de Allah foram concluídas com Muhammad. A Divisão Sunita-Xiita As diferenças entre o Islã sunita e xiita se originou em uma disputa histórica sobre a sucessão do Profeta Muhammad. Depois da morte de Muhammad em 632, o “Majlis al-Shura” 2 (assembléia de conselheiros), compreendendo os muçulmanos mais devotos e altamente sábios, selecionaram Abu Bakr como o primeiro Califa, ou líder, dos muçulmanos. Abu Bakr era um dos companheiros mais próximos de Muhammad e o pai da segunda esposa de Muhammad. Essa atitude tomada pela assembléia indicou que os líderes deviam ser selecionados pelos muçulmanos com base em sua religiosidade e mérito, e excluiu a idéia de uma sucessão de sangue para o Profeta no governo religioso e político do Islã. A maioria dos muçulmanos aceitou a escolha de Abu Bakr como o primeiro Califa legítimo, que governaria de acordo com as práticas estabelecidas pelo Profeta. Sobre assuntos mundanos sobre os quais não havia uma referência direta no Qur’an, o Profeta tinha aceitado o conselho de uma assembléia de conselheiros, de modo que ele pareceu a instituição apropriada para decidir a questão da sucessão. Os primeiros xiitas foram um primeiro grupo de muçulmanos que se opuseram a escolha de Abu Bakr como o primeiro Califa. Eles se uniram em torno da pessoa de Ali, o primo e genro do Profeta, que se casou com a filha do Profeta, Fátima. Eles apoiaram Ali e o conceito de sucessão legítima de sangue para o Profeta Muhammad tanto em questões religiosas quanto temporais. Ali tinha, de fato, sido um dos membros proeminentes do corpo consultivo que selecionou Abu Bakr como o primeiro Califa do Islã. Mas dadas as tradições tribais da Península Arábica, a seleção de Abu Bakr foi considerada por alguns muçulmanos uma negação do direito de Ali de suceder o Profeta e servir com um líder ou imame em assuntos religiosos e políticos. Quem é um Xiita? O cisma levou à criação das duas maiores ramificações do Islã, os sunitas e os xiitas. Os que apoiaram Ali foram chamados Xiitas. Autoridades importantes na língua árabe definem a palavra “xiita” como significando um grupo de pessoa que desenvolve consenso sobre um assunto. Etimologicamente o significado da palavra é confinado a ajudantes, defensores e partidários de uma pessoa mas, predominantemente, a palavra é aplicada aos seguidores de Ali e seus onze descendentes masculinos. A palavra “sunita”, que significa “ortodoxo”, é aplicada aos muçulmanos que são parte do ramo majoritário do Islã e pertencem à uma das quatro escolas de jurisprudência, Hanafita, Hanbalita, Maliquita ou Chafita. Embora Ali seja altamente considerado pelos muçulmanos sunitas, eles rejeitam a concepção xiita da sucessão de Muhammad. Depois da escolha de Abu Bakr como primeiro Califa, os xiitas cresceram em número e se tornaram um grupo político apoiando Ali como sucessor do Profeta. Eles veementemente rejeitaram o Califado, e ao contrário advogaram o conceito de Imamato 3 uma ideologia religiosa e política baseada na orientação pelos Imames. Etimologicamente a palavra “imame” significa “aquele que se levanta”, um guia e um líder. É usada para descrever homens da religião hoje, da mesma forma como se refere aos Doze Imames que seguiram Muhammad. O conceito de Imamato reflete a crença de que a humanidade está em todos os momentos necessitando de um líder divinamente designado, um professor autoritativo em assuntos religiosos, que é dotado com total imunidade ao pecado e ao erro. O ramo predominante no Xiismo é o descrito como os “Duodécimos” 4 que é centrado no Irã e é a principal forma de Xiismo no Iraque, Líbano e Bahrein. O Xiismo mantém que Muhammad foi sucedido por doze imames divinamente designados descendendo diretamente de Ali e sua esposa Fátima e a rejeição e desobediência a qualquer dos doze imames constitui infidelidade equivalente à rejeição do Profeta Muhammad (Donaldson 1933, 344). Os xiitas consideram Ali e seus descendentes os sucessores de direito do Profeta, intitulados a liderar os muçulmanos por inspiração divina e infalível. A questão não é, claro, simplesmente um assunto genealógico, porque levanta a questão vital de saber quem é a autoridade de quem se obtém orientação de acordo com a vontade de Allah, e seu exercício na terra. Em suporte à sua crença, os xiitas se referem a certos ditos de Muhammad debatidos pelos sunitas, tais como: “Eu sou a cidade do conhecimento e Ali é o meu portal” (Bayat 1982, 4). A distinção dos Duodécimos repousa na sua crença de que o Décimo Segundo Imame, Muhammad al- Mahdi, desapareceu e irá reaparecer um dia para inaugurar um reino de justiça que pressagiará o Juízo Final. Aqueles xiitas que não são Duodécimos também acreditam que Ali era o Imame de direito na sucessão de Muhammad, mas diferem sobre a importância de alguns dos imames que o sucederam. Os Ismaelitas aceitam os primeiros seis dos doze imames, mas mantém que o filho do sexto imame, Ismael, cujos descendentes continuam até o dia presente, eram os imames sucessores de direito. O atual Aga Khan é o Imame da sub-seção mais conhecido dos Ismaelitas. Os Zaiditas acreditam que os Imames receberam orientação divina, mas não acreditam em sua infalibilidade ou compartilham do comprometimento a todos os doze imames, e rejeitam a doutrina sobre o imame oculto. Diferenças Doutrinárias entre Sunitas e Xiitas 1. O Conceito de Imamato Na visão xiita, os doze imames herdaram suas posições como líderes exclusivos dos muçulmanos através da autoridade do Profeta Muhammad e de ordem divina. Eles são considerados como sendo não apenas sucessores temporais de Muhammad, mas também seus herdeiros das prerrogativas na proximidade a Allah e intérpretes do Qur’an. De acordo com o Xiismo, o Imame tem três funções: Governar a comunidade islâmica, explicar as ciências religiosas e a lei, e ser líder espiritual para levar os seres humanos ao entendimento do significado interior das coisas. Por causa dessas funções, ele não pode ser eleito por uma assembléia pública. Como guia espiritual ele recebe sua autoridade apenas do “alto”. Portanto, cada Imame é apontado através da designação do Imame que o antecedeu por Comando Divino. O Imame deve se ocupar com assuntos diários assim como com o mundo espiritual e não-manifesto. Suas funções são ao mesmo tempo humanas e cósmicas (Nasr 1978, 278). Os “Doze Imames” são os mediadores pela humanidade (Donaldson 1933, 343). Muçulmanos Sunitas As crenças acima dos “Duodécimos”, que dão legitimidade aos comentários escritos e verbais dos “Doze Imames”, são categoricamente rejeitadas pelos sunitas, que não consideram a instituição do “Imamato” hereditário como parte da fé islâmica. Todos os profetas de Allah reconhecidos pelo Islã, tais como Adão, Noé, Abraão, Moisés, Jesus e Muhammad, são vistos como tendo sido divinamente ordenados a guiar os seres humanos a adorar Allah e buscar Sua Misericórdia. Entretanto, mesmo a descendência dos profetas são consideradas como tendo negado o privilégio da proximidade e bênçãos de Allah se falharem em praticar seus comandos. Uma expressão típica dessa crença é a passagem corânica, E lembre que Abraão foi tentado por seu Senhor com certos comandos que ele cumpriu. Allah disse: Farei de ti Imame para as Nações. Abraão pediu: “E também Imames de minha descendência!” Allah disse, “Mas minha promessa não alcançará os malfeitores (Qur’an 2: 124). Os muçulmanos sunitas não colocam nenhum ser humano, incluindo os Doze Imames xiitas, num nível igual ou mesmo próximo aos profetas. A visão sunita é que em nenhum lugar no Qur’an é mencionado que os doze imames xiitas são divinamente ordenados a liderar os muçulmanos após a morte de Muhammad. Os muçulmanos devem ser orientados pelas palavras como aquelas do último sermão de Muhammad, conhecido como o Sermão do Monte, no qual ele endereçou toda a humanidade: …Eu estou deixando duas coisas; enquanto se agarrarem a eles, vocês não se desviarão. Uma é o “Livro de Allah”, e a outra é a minha “tradição” (Zaheer 1985, 10). 2. Intercessão Entre Allah e os Seres Humanos Muçulmanos Sunitas Os muçulmanos sunitas acreditam que ninguém pode interceder entre Allah e os seres humanos. Diz: A Allah pertence exclusivamente (o direito de garantir) intercessão. A Ele pertence o domínio dos céus e da terra. No Fim, é para Ele que todos serão retornados (Qur’an 39: 44). Muçulmanos Xiitas De acordo com o Xiismo, os Doze Imames podem interceder entre a humanidade e Allah. O Apóstolo de Allah disse a Ali: " ...Você e seus descendentes são mediadores pela humanidade uma vez que eles (seres humanos) não serão capazes de conhecer Deus exceto através de sua introdução” (Donaldson 1933, 343). " ... os muçulmanos xiitas devem conhecer seu imame de modo a serem salvos, e os imames, assim como os profetas, claro, podem e intercedem pelos crentes perante deus na hora do julgamento...” (Nasr 1987, 261). “Ijma” 5 (consenso) garante a autoridade do Qur’an e das tradições como registros da revelação divina. Consenso e analogia podem ser aplicados por aqueles sábios que tem um profundo conhecimento do Qur’an, das tradições do profeta, e da Lei Islâmica, e praticam a fé em todos os aspectos de suas vidas. 3. Assuntos não Tratados pelo Qur’an Muçulmanos Sunitas As quatro escolas sunitas de jurisprudência aceitam com diferentes níveis de ênfase o uso do consenso da comunidade muçulmana e analogia (a aplicação de princípios do Qur’an e Hadith) como fontes para decisões legais onde o Qur’an e as Tradições (“Hadith”) do Profeta não fornecem orientação direta. Muçulmanos Xiitas As fontes da lei islâmica no Xiismo são de certa forma similares às do Islã sunita, nomeadamente o Qur’an, as práticas de Muhammad, consenso e analogia. Entretanto, a determinação do consenso é relacionada à opinião dos Imames e é dada mais liberdade à analogia do que no Islã sunita (Nasr 1978, 278). 4. Paraíso e Inferno no Dia do Juízo Muçulmanos Sunitas Os muçulmanos sunitas acreditam piamente que a redenção dos seres humanos depende na fé em Allah, Seus profetas, aceitação de Muhammad como profeta final e crença nas boas ações como explicado no Qur’an. A misericórdia de Allah determinará a redenção de todos os seres humanos. Até mesmo o profeta Muhammad depende da misericórdia de Allah.
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