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Proteção Florestal: Carvalho Prateado e Sistemas de Quebra-Ventos, Notas de estudo de Engenharia Florestal

Informações sobre o carvalho prateado (silk oak), uma espécie da família proteaceae, e o uso de sistemas de quebra-ventos para proteção florestal. O texto aborda as características do carvalho prateado, sua origem, altura, dap, e condições de cultivo. Além disso, discute os objetivos principais da proteção de áreas agrícolas com quebra-ventos, como redução de danos, proteção contra ventos quentes e dessecantes, e melhoria da irrigação. O documento também detalha o sistema de compartimentação para proteção de grandes áreas, e as espécies arbóreas e arbustivas empregadas na formação de quebra-ventos.

Tipologia: Notas de estudo

2012

Compartilhado em 10/11/2012

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http-engenheiros-florestais-blogspo 🇧🇷

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Baixe Proteção Florestal: Carvalho Prateado e Sistemas de Quebra-Ventos e outras Notas de estudo em PDF para Engenharia Florestal, somente na Docsity! PROTEÇÃO FLORESTAL – CAPÍTULO 2 pg. 103 FIGURA 63: ESTAGNAÇÃO DO AR FRIO DEVIDO A BARREIRAS DE ÁRVORES NUMA ENCOSTA. (Adaptado de MOTA, 1976). FIGURA 64: EXEMPLO DA AÇÃO DE ÁRVORES DESVIANDO OS VENTOS FRIOS. (Adaptado de MOTA, 1976). PROTEÇÃO FLORESTAL – CAPÍTULO 2 pg. 102  Nome vulgar: carvalho prateado (“silk oak”)  Nome científico: Grevillea robusta  Família: Proteaceae  Altura: até 35 m  DAP: 80 cm  Origem: Austrália  Altitude: desde o nível do mar até 2.300 m  Exigências pluviométricas: 400-600 mm até 3.000 mm de chuva anual e 6 meses de estiagem  Solos: arenosos, argilosos, fertilidade média e ácida, profundos e não tolera solos encharcados  Folhagem: levemente decídua no inverno  Semente: abundante e tem regeneração natural, sem rebrota após corte  Aproveitamento: lenha, marcenaria, apicultura e sombreamento (café, chá e cacau). 8. QUEBRA-VENTOS PARA ÁREAS DE AGRICULTURA O uso de quebra-ventos para áreas de agricultura tem por objetivos principais:  redução de danos (tempestades, erosão eólica, etc.);  proteção contra ventos quentes e dessecantes;  redução de evapotranspiração e melhorar a irrigação por aspersão. Os QV também podem ser utilizados para controle de doenças como no café, reduzindo a incidência da mancha aureolada (Pseudomona garcae) e a seca dos ponteiros e também em citros com relação ao cancro cítrico. Para proteção de grandes áreas deve-se adotar o sistema de compartimentação, procurando-se:  utilizar bosques e reservas florestais existentes; o utilizar faixas secundárias ao longo de valas, caminhos, cercas, etc.; o manter as distâncias entre barreiras não superiores a 20 H, sendo a ideal de 10-15 H; o densidade média em toda altura da barreira de mais ou menos 60%; o inclinação do terreno quando maior do que 5% deve-se plantar em curva de nível; o terrenos ondulados deve-se evitar o acúmulo de ar frio nas baixadas, as barreiras em encostas represam o ar frio propiciando um maior perigo de geadas. (Figura 63); o espigões planos acima dos cafezais devem ser mantidos com matas altas; e o vales acima dos cafezais devem-se fechar a garganta com mata alta e densa (canalização do frio). O sistema de QV de compartimentação pode ser utilizado como uma das formas para se evitar a ação dos ventos frios (Figura 64). PROTEÇÃO FLORESTAL – CAPÍTULO 2 pg. 99  Outras culturas – algodão, aveia, batata, beterraba, centeio, cevada, mostarda, nabo, painço e tremoço. 7. SISTEMAS DE QUEBRA-VENTOS Para proteção de áreas externas, existe dois sistemas de quebra- ventos:  sistema de barreiras de defesa paralela;  sistema de barreiras de defesa em compartimentação. 7.1 SISTEMA DE DEFESAS PARALELAS Baseado na disposição de quebra-ventos paralelos entre si e perpendiculares aos ventos dominantes. Nesse sistema a ação depende da:  distância entre as barreiras;  características das barreiras (densidade, altura, etc.);  direção do vento, que irá afetar a eficácia (Figura 61). A altura das árvores varia com o tipo de terreno, portanto é bom verificar o crescimento das espécies arbóreas em solo da mesma região ou semelhante. Para proteção em curto prazo deve-se:  diminuir a distância entre as barreiras pela 1/2;  plantar árvores ou arbustos de crescimento rápido entre as barreiras definitivas, eliminando-os quando atingirem a altura e densidade desejada (barreiras). FIGURA 61: COMPARAÇÃO DAS ÁREAS PROTEGIDAS A SOTAVENTO DE UM SISTEMA DE BARREIRAS PARALELAS QUANDO A DIREÇÃO DO VENTO MUDA. (Adaptado de READ, 1964). 7.2 SISTEMA DE DEFESA EM COMPARTIMENTAÇÃO O sistema de defesa em compartimentação é considerado como sendo o mais eficaz, pois a defesa contra o vento é feita em qualquer direção (Figura 62). PROTEÇÃO FLORESTAL – CAPÍTULO 2 pg. 98 -OS QUEBRA-VENTOS SÃO ECONOMICAMENTE VANTAJOSOS? Se a resposta for: -Se os ganhos de produtividade superarem as perdas decorrentes da competição e perda de área, então os quebra-ventos são vantajosos. BATES (1911) recomendou o uso de quebra-ventos, quando o valor da madeira e o valor da proteção forem maior ou igual ao valor da cultura que deveria estar ocupando a área do quebra-vento. É importante que se faça um balanço econômico em relação à melhoria da qualidade ambiental e transferir essa idéia ao homem do campo. CAMARGO (1965, 1966) relatou que o aumento da produção deverá trazer um lucro maior do que a perda decorrente da área perdida. De forma geral, para a maioria dos autores, os benefícios dos quebra-ventos deverão ser maiores do que a perda de espaço, mais o custo do investimento. FERREIRA et al. (1976) constataram que a ocupação de uma área de 10% por quebra-ventos acarretou em um aumento de 10-15% na produção mais redução de custos da cultura. 6. CASOS DE AUMENTO NA PRODUTIVIDADE Casos negativos de uso de quebra-ventos:  ocupação de espaço;  atraso no plantio pelo acúmulo de neve;  empecilho à irrigação com pivô central. Casos de aumento da produtividade:  Alfafa – 60-70% de aumento na produção, é a cultura que melhor responde ao quebra-vento;  Café – não há trabalhos de produtividade correlacionados com o uso de quebra-ventos, mas os ventos produzem perdas de 30% nas faces mais expostas;  Feijão – aumento de 5,9% na produção (feijão irrigado)  Girassol – produção de 18% maior na ex-URSS meridional;  Laranja - EUA (Califórnia) aumento de 24% na produção;  Milho – aumento de 1.800 l/ha (anos de seca e calor) o aumento de 14-34% na produção (Romênia) o aumento de 8-9% na produção com QV modernos (Bulgária) o aumento de 9-34% com QV antigos (Bulgária)  Pastagem – produção 100% maior nas áreas não protegidas (estepes secas, sul ex-URSS)  Soja – aumento de 12,7% (RADKE & BURROWS, 1970)  aumento de 10% (RADKE, 1976)  aumento de 8,5% (não irrigada) FRANK et al. (1974)  aumento de 17,6% (irrigada) (barreiras artificiais)  Trigo – cultura mais beneficiada pelos QV o 135-540 Kg a mais/ha (estepe russo) o aumento de 41% (inverno) o aumento de 21% (primavera) PROTEÇÃO FLORESTAL – CAPÍTULO 2 pg. 97 Esse tipo de uso dos quebra-ventos é o mais comum nos EUA, sendo também encontrado no Canadá, Itália, Angola, Austrália, ex-URSS e Bulgária. 4.2 REDUÇÃO DA EVAPOTRANSPIRAÇÃO É a utilização mais comum em regiões de clima seco, como na ex- URSS (frio e com falta de umidade), EUA, Canadá, Angola, Austrália (ventos quentes e secos do verão), Bulgária e Nigéria (Savanas). 4.3 PROTEÇÃO CONTRA DOENÇAS E DANOS MECÂNICOS O uso dos quebra-ventos contra doenças e danos mecânicos é o principal uso no Brasil e para a cultura do café. Pode também ser empregado para evitar o acamamento. 4.4.RETENÇÃO E DISTRIBUIÇÃO DE NEVE Para esse uso os objetivos são:  Melhorar a distribuição da neve; e  Evitar danos ocasionados pelo derretimento. Países que utilizam os quebra-ventos com esse propósito: Canadá, EUA e ex-URSS. 4.5 PROTEÇÃO DAS PASTAGENS E DO GADO Pastagens protegidas por quebra-ventos faz com que as vacas leiteiras produzam mais e consumam menos. O gado protegido ganha em peso (condições normais) e diminui o número de mortes (condições severas minimizadas). As vacas leiteiras produzem mais e consomem menos quando protegidas do vento, já o gado de corte ganha peso e em condições severas perde menos peso. 4.6 OUTROS USOS  Contenção de dunas e ventos salinos: Europa (principalmente), EUA e ex-URSS;  Proteção de edifícios (especialmente zona rural): redução na deposição de poeira e redução do consumo de lenha;  Paisagismo: raramente são construídos com finalidade exclusiva;  Abrigo para a fauna: abrigo de inimigos naturais (utilização secundária);  Produção de lenha e mourões; e  Apicultura. 5. ECONOMICIDADE Ao se planejar a implantação de quebra-ventos deve-se fazer a pergunta:
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