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Ninhos e tamanho de colônia de Acromyrmex rugosus rugosus em restingas de Ilhéus, BA, Notas de estudo de Engenharia Florestal

A caracterização dos ninhos e o tamanho de colônia de acromyrmex rugosus rugosus, uma espécie de formiga cortadeira comum no brasil. Os ninhos foram escavados em restingas de ilhéus, ba, e os dados coletados incluem o número de câmaras, a altura e o comprimento de cada uma, o tamanho total do formigueiro e a população total de formigas. Além disso, o documento aborda a distribuição das castas nas câmaras e os inquilinos associados aos ninhos.

Tipologia: Notas de estudo

2012

Compartilhado em 13/11/2012

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Baixe Ninhos e tamanho de colônia de Acromyrmex rugosus rugosus em restingas de Ilhéus, BA e outras Notas de estudo em PDF para Engenharia Florestal, somente na Docsity! 128 Soares et al. Revista Brasileira de Entomologia 50(1): 128-130, março 2006 Ilka Maria Fernandes Soares1,2, Terezinha Maria Castro Della Lucia2, Adriana Anadir dos Santos1, Ivan Cardoso Nascimento2 & Jacques Hubert Charles Delabie3 As formigas cortadeiras dos gêneros Atta e Acromyrmex possuem grande especialização na construção de ninhos. Estes se constituem da parte externa, caracterizada pela presença de terra solta e/ou, substrato vegetal seco e da parte interna, composta por câmaras (panelas) e túneis (canais) escavados no solo pelas operárias. Orifícios ligam a parte externa à interna. Existem câmaras para o cultivo do fungo simbionte, onde são alojados também os ovos, larvas, pupas e adultos, e câmaras para o lixo que contêm formigas mortas, fungo exaurido e vegetal seco. Em Acromyrmex spp., a área externa do ninho pode ser formada por terra solta ou não. Algumas espécies apresentam a área externa coberta por palha ou fragmentos vegetais. Os ninhos de Acromyrmex geralmente são inconspícuos, dificultando sua localização (Della Lucia & Moreira 1993). Acromyrmex rugosus rugosus tem larga distribuição geográfica, sendo encontrada, em áreas de cerrado e caatinga em quase todo o País, podendo afetar culturas como algodão, feijão e laranja; além de plantas silvestres como pau-ferro (Gonçalves 1961). Visando aumentar o conhecimento sobre A. rugosus rugosus, subespécie ainda pouco estudada (Fowler 1979), procurou-se caracterizar seus ninhos e estimar sua Caracterização de ninhos e tamanho de colônia de Acromyrmex rugosus (F. Smith) (Hymenoptera, Formicidae, Attini) em restingas de Ilhéus, BA, Brasil 1Departamento de Educação, Universidade do Estado da Bahia / Campus VIII, Rua do Gangorra, 503 – Alves de Souza, 48608-240 Paulo Afonso-BA. ilka_soares@yahoo.com.br 2Departamento de Biologia Animal-Pós-Graduação em Entomologia, Universidade Federal de Viçosa, 36570-000 Viçosa-MG. 3U.P.A. Laboratório de Mirmecologia, Convênio UESC/CEPLAC, C.P. 07, 45600-000, Itabuna-BA e Universidade Estadual de Santa Cruz, Rodovia Ilhéus-Itabuna, Salobrinho. população. Este trabalho foi realizado em janeiro e fevereiro de 2004 nos litorais norte e sul da cidade de Ilhéus, BA. No litoral norte (14º 36’57" S 39º 03’ 40" W) as escavações foram realizadas na praia de São Domingos e na Praia de Ponta da Tulha em três áreas da vila Barramares, sendo uma à beira-mar. No litoral sul, as escavações foram realizadas próximas à Praia do Cururupe. Na praia de São Domingos, bem como numa das áreas da Vila Barramares, os locais se caracterizavam por extensas plantações de coqueiros, sob as palhas dos quais se encontravam os formigueiros. Oito ninhos foram escolhidos aleatoriamente nas áreas. Antes da escavação, realizada com cavador e enxada, fez-se a caracterização externa, determinou-se o número de aberturas (número de olheiros de ventilação e de trabalho), a altura e o comprimento da terra solta e caracterizou-se o olheiro principal. Internamente foram contadas o número de câmaras, a altura e o comprimento de cada uma e o tamanho total do formigueiro. Com o fungo, acondicionado em sacos plásticos, seu volume total foi estimado. Para cada colônia, com mais de 200 ml de fungo, amostraram-se duas parcelas (de 100 ml cada). Porções de fungo foram retiradas de diferentes lugares para a contagem COMUNICAÇÃO CIENTÍFICA ABSTRACT. Characterization of nest and colony size of Acromyrmex rugosus (F. Smith) (Hymenoptera, Formicidae, Attini) in sandbanks at Ilhéus, BA, Brazil. Eight nests of Acromyrmex rugosus were excavated aiming to study their structure and to estimate their population. These nests were always found hidden by plants; presented a small heap of sandy soil and had 1 or 2 nest entrances; one of this had the shape of an inverted “U”. Internally, the number of chambers was variable and the volume of fungus small (X=196 ml). The total nest population amounted, on the average, to 895 individuals. KEYWORDS. Leaf-cutting ant; nest structure; population estimates. RESUMO. Caracterização de ninhos e tamanho de colônia de Acromyrmex rugosus (F. Smith) (Hymenoptera, Formicidae, Attini) em restingas de Ilhéus, BA, Brasil. Oito ninhos de Acromyrmex rugosus foram escavados para estudar sua estrutura e estimar sua população. Esses ninhos eram sempre encontrados escondidos por plantas; apresentaram pequena quantidade de solo e tinham 1 ou 2 entradas; uma delas tinham a forma de um “U” invertido. Internamente, o número de câmaras foi variável e o volume de fungo foi pequeno(X=196 ml). O total da população do ninho foi aproximadamente, 895 indivíduos. PALAVRAS-CHAVE. Estimativa populacional; estrutura de ninho; formiga cortadeira. 129Caracterização de ninhos e tamanho de colônia de Acromyrmex rugosus rugosus Revista Brasileira de Entomologia 50(1): 128-130, março 2006 de larvas, pupas, operárias e formas aladas. De posse desses dados, estimou-se a população total, extrapolando-se os valores obtidos nessas amostras de 100 ml para todo o volume de fungo do ninho (Silva et al. 1981; Pereira & Della Lucia 1998). Nos ninhos em que o volume de fungo foi igual ou inferior a 200 ml, todo o conteúdo foi usado na contagem da população à exceção do número de ovos, pois são muito pequenos e de difícil visualização, mesmo com auxílio de estereoscópio. Verificou-se também a distribuição das castas nas câmaras e os inquilinos associados aos ninhos. Os ninhos escavados em solos arenosos apresentaram pequena quantidade de terra solta sobre as câmaras. O número de olheiros variou de 1a 2, e de modo geral, um era de trabalho e o outro, de ventilação, ou seja, não foram observados movimentos de entrada e saída de operárias. Os olheiros de trabalho têm uma forma de “U” invertido. Nos ninhos localizados sob as palhas de coqueiro os olheiros não têm formato definido, e a quantidade de terra solta é muito maior do que naqueles construídos fora delas, talvez porque esses ninhos estejam expostos indiretamente às chuvas. Em ninhos sob terra solta, as gramíneas e dicotiledôneas, que não são cortadas pelas formigas, ocultam os formigueiros. O número de olheiros e a camuflagem do formigueiro foram os mesmos observados por Gonçalves (1961) e Delabie et al (1997). O número de câmaras nos formigueiros é variável (1-9), o que se deve, aparentemente, à idade da colônia e ao local de nidificação. Quando os ninhos são muito próximos dos coqueiros, esse número é menor, assim como sua profundidade (máximo 0,70 m). Quando situados à beira-mar, onde há poucas raízes de plantas, a quantidade de câmaras e a profundidade podem ser de até 1,85 m (Tab. I). O olheiro principal abre-se numa galeria curta (6-29 cm) que leva à primeira câmara com fungo, que são as maiores e geralmente sustentadas por raízes de coqueiros, gramíneas ou dicotiledôneas. A distribuição do fungo nas câmaras é irregular, ou seja, pode-se encontrá-lo tanto na parte inferior quanto na parte superior quando essas são sustentadas por raízes, à semelhança dos de Ac. balzani (Mendes et al. 1992). No entanto, ao contrário do que ocorre com esta espécie, em Ac. rugosus rugosus nem sempre as câmaras estão superpostas. Muitas vezes observa-se que algumas delas apresentam abertura lateral ou látero-posterior que leva a outras câmaras, normalmente, com fungo. Em geral, as câmaras têm formato ovóide ou riniforme; a altura varia de 6-21 cm e a largura de 5-30 cm (Tab. I), de modo similar aos ninhos de Ac. balzani (Gonçalves 1961). Nos formigueiros maiores, a rainha foi encontrada nas últimas câmaras de fungo, junto com uma grande quantidade de imaturos e nos pequenos, uma quantidade de ovos e larvas ou foi observada na primeira câmara de fungo onde a rainha Tabela I. Dimensões (cm) dos ninhos de Acromyrmex rugosus rugosus escavados no litoral norte e sul de Ilhéus-BA, jan–fev./ 2004. (D. P.) Desvio padrão; (*) Altura x Largura x Profundidade. Profundidade do ninho 70 85 185 30 25 25 130 100 81 56 Largura total do ninho 30 37 45 12 20 12 95 90 42,62 32,88 Tamanho da maior câmara de fungo (AxLxP)* 13x22x16 10x12x5 12x30x20 21x20x24 10x5x4 10x12x10 12x10x10 20x25x20 13,5x17x12,3 6,6x8,5x8 Número de olheiros 2 1 2 1 1 1 2 2 1,5 1,25 Profundidade da primeira câmara 20 18 10 9 13 12 29 20 16,37 6,69 Número de câmaras de fungo 2 2 3 1 1 1 6 3 2,3 1,68 Ninho 1 2 3 4 5 6 7 8 Média D.P. Tabela II. Composição da população dos ninhos de Acromyrmex rugosus rugosus escavados nos litorais norte e sul da cidade de Ilhéus-BA, jan– fev./ 2004. total 932 1005 483 1588 112 195 846 2058 895,3±667,7 Número médio de indivíduosVolume de fungo (ml) 150 150 180 350 10 80 150 500 196,2±156,1 larvas 181 209 83 208 5 36 147 365 154,2±114,8Media ± D.P. pupas 429 374 17 527 52 50 216 112 221,1±196,9 operárias adultas 322 422 383 853 55 107 458 1552 519±483,1 alados - - - - - 02 25 29 56±47,9 Ninho 1 2 3 4 5 6 7 8
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