Docsity
Docsity

Prepare-se para as provas
Prepare-se para as provas

Estude fácil! Tem muito documento disponível na Docsity


Ganhe pontos para baixar
Ganhe pontos para baixar

Ganhe pontos ajudando outros esrudantes ou compre um plano Premium


Guias e Dicas
Guias e Dicas

Metodologia Pesquisa , Manuais, Projetos, Pesquisas de Enfermagem

Metodologia Pesquisa

Tipologia: Manuais, Projetos, Pesquisas

2012

Compartilhado em 24/12/2012

gerson-souza-santos-7
gerson-souza-santos-7 🇧🇷

4.8

(351)

772 documentos

Pré-visualização parcial do texto

Baixe Metodologia Pesquisa e outras Manuais, Projetos, Pesquisas em PDF para Enfermagem, somente na Docsity! Metodologia da Pesquisa Eduardo Moresi (Organizador) Brasília – DF Mar 2003 UNIVERSIDADE CATÓLICA DE BRASÍLIA – UCB PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO – PRPG PPROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO SENSU EM GESTÃO DO CONHECIMENTO E TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO 2 Índice 1. O Pesquisador e a Comunicação Científica.....................................................5 1.1. Introdução ...............................................................................................5 1.2. O sistema de comunicação na ciência ......................................................5 1.3. O trabalho científico e sua avaliação........................................................7 1.4. O pesquisador e suas qualificações ..........................................................7 1.5. Considerações finais ................................................................................7 2. A Pesquisa e suas Classificações ....................................................................8 2.1. Introdução ...............................................................................................8 2.2. Classificações das pesquisas ....................................................................8 2.3. O planejamento da pesquisa...................................................................11 2.4. Considerações finais ..............................................................................11 3. Métodos Científicos .....................................................................................12 3.1. Introdução .............................................................................................12 3.2. Conceito de Método ..............................................................................12 3.3. Conceitos Básicos..................................................................................15 3.4. O método de Galileu Galilei ..................................................................20 3.5. O Método de Francis Bacon...................................................................21 3.6. O Método de Descartes..........................................................................23 3.7. Concepção Atual do Método .................................................................24 3.8. Método dedutivo ...................................................................................25 3.9. Método indutivo ....................................................................................25 3.10. Método hipotético-dedutivo.................................................................26 3.11. Método dialético..................................................................................26 3.12. Método fenomenológico ......................................................................26 3.13. Considerações finais ............................................................................26 4. As Etapas da Pesquisa ..................................................................................27 4.1. Introdução .............................................................................................27 4.2. As etapas da pesquisa ............................................................................27 5. Escolha do tema ...........................................................................................32 5.1. Como nascem as idéias? ........................................................................32 5.2. Escolha do assunto ................................................................................32 5.3. Delimitação do assunto..........................................................................33 5.4. Estudo preliminar ..................................................................................34 6. Revisão de Literatura e Referencial Teórico .................................................35 6.1. Introdução .............................................................................................35 5 1. O Pesquisador e a Comunicação Científica - Descrever o processo de comunicação na pesquisa científica e tecnológica; - Identificar e descrever os canais de comunicação usados pelos pesquisado- res; - Apontar as qualidades de um bom pesquisador. 1.1. Introdução Hoje se reconhece que a ciência e a tecnologia se viabilizam por meio de um processo de construção do conhecimento e que esse processo flui na esfera da comuni- cação. Garvey (1979), um autor clássico da área de Sociologia da Ciência, incluiu no processo de Comunicação Científica “as atividades associadas com a produção, disse- minação e uso da informação, desde a hora em que o cientista teve a idéia da pesquisa até o momento em que os resultados de seu trabalho são aceitos como parte integrante do conhecimento científico”. 1.2. O sistema de comunicação na ciência O sistema de comunicação na ciência, estudado por Garvey, apresenta dois tipos de canais de comunicação dotados de diferentes funções. O canal informal de comuni- cação, que representa a parte do processo invisível ao público, está caracterizado por contatos pessoais, conversas telefônicas, correspondências, cartas, pré-prints e asseme- lhados. O canal formal, que é a parte visível (pública) do sistema de comunicação cien- tífica está representado pela informação publicada em forma de artigos de periódicos, livros, comunicações escritas em encontros científicos, etc. 1.2.1 Canais informais Nos canais informais o processo de comunicação é ágil e seletivo. A informação circulada tende a ser mais atual e ter maior probabilidade de relevância, porque é obtida pela interação efetiva entre os pesquisadores. Os canais informais não são oficiais nem controlados e são usados geralmente entre dois indivíduos ou para a comunicação em pequenos grupos para fazer disseminação seletiva do conhecimento. 1.2.2. Canais formais Nos canais formais o processo de comunicação é lento, mas necessário para a memória e a difusão de informações para o público em geral. Os canais formais são ofi- ciais, públicos e controlados por uma organização. Destinam-se a transferir informações a uma comunidade, não a um indivíduo, e tornam público o conhecimento produzido. Os canais formais são permanentes, as informações que veiculam são registradas em um suporte e assim tornam-se mais acessíveis. 1.2.3. Função dos canais informais Os canais informais, por meio do contato face a face ou mediados por um com- putador, são fundamentais aos pesquisadores pela oportunidade proporcionada para tro- ca de idéias, discussão e feedbacks com os pares. O trabalho publicado nos canais for- mais, de certa forma, já foi filtrado via canais informais. Os contatos informais mantidos com os pares pelos pesquisadores foram chamados por Price (1979) de colégios invisí- 6 veis; Crane (1972) e Kadushin (1976) denominaram de círculos sociais e, mais recen- temente, Latour (1994) denominou de redes científicas. Latour incorporou às redes ci- entíficas a idéia de que estas não visam propriamente à troca de informações; represen- tam um esquema operacional para construção do conhecimento e nesse esquema estão incluídos os híbridos, elementos não-humanos, representados pelos equipamentos e toda a parafernália de produtos e serviços necessários à produção da ciência e da tecnologia. Atualmente, com o advento da Internet, as listas de discussão representam um canal informal semelhante aos colégios invisíveis e os círculos sociais dos tempos pas- sados. As listas de discussão permitem a criação de comunidades virtuais onde pessoas que possuem interesses comuns discutem, trocam informações por meio de um processo comunicacional instantâneo, ágil e, portanto, sem barreiras de tempo e espaço. A inter- net amplia as possibilidades de troca de informação na medida em que permite ao pes- quisador compartilhar e interagir com a inteligência coletiva (LEVY, 1998). 1.2.4. Função dos canais formais Os canais formais, por intermédio das publicações, são fundamentais aos pesqui- sadores porque permitem comunicar seus resultados de pesquisa, estabelecer a priorida- de para suas descobertas, obter o reconhecimento de seus pares e, com isso, aumentar sua credibilidade no meio técnico ou acadêmico. 1.2.5. Diferenças básicas entre canais formais e informais No quadro a seguir foram sintetizadas por Le Coadic (1996) as principais dife- renças entre os elementos formais e informais da comunicação científica: Comunicação Formal Comunicação Informal Pública Privada Informação armazenada de forma perma- nente, recuperável. Informação não armazenada, não recuperá- vel. Informação relativamente velha. Informação recente. Informação comprovada. Informação não comprovada. Disseminação uniforme. Direção do fluxo escolhida pelo produtor. Redundância moderada. Redundância às vezes muito importante. Ausência de interação direta. Interação direta. Fonte: LÊ COADIC, Y-F. A ciência da Informação. Brasília: Briquet de Lemos, 1996. Antes de chegarem a ser publicados os resultados de uma pesquisa, a informação percorre um longo caminho nesta passagem do domínio informal para o formal. Vale dizer que este processo não é estanque ou linear e que os avanços tecnológicos e as re- des de comunicação têm feito com que as duas formas de comunicação estejam se so- brepondo e têm tornado tênues as fronteiras entre os dois domínios da comunicação (in- formal e formal). A freqüência e o uso de um canal informal ou formal são determina- dos por sua acessibilidade. 7 1.3. O trabalho científico e sua avaliação O trabalho científico, propriamente dito, é avaliado, segundo Demo (1991), pela sua qualidade política e pela sua qualidade formal. Qualidade política refere-se funda- mentalmente aos conteúdos, aos fins e à substância do trabalho científico. Qualidade formal diz respeito aos meios e formas usados na produção do trabalho. Refere-se ao domínio de técnicas de coleta e interpretação de dados, manipulação de fontes de infor- mação, conhecimento demonstrado na apresentação do referencial teórico e apresenta- ção escrita ou oral em conformidade com os ritos acadêmicos. 1.4. O pesquisador e suas qualificações Alguns atributos pessoais são desejáveis para você ser um bom pesquisador. Para Gil (1999), um bom pesquisador precisa, além do conhecimento do assunto, ter cu- riosidade, criatividade, integridade intelectual e sensibilidade social. São igualmente importantes a humildade para ter atitude autocorretiva, a imaginação disciplinada, a per- severança, a paciência e a confiança na experiência. Atualmente, seu sucesso como pesquisador está vinculado, cada vez mais, a sua capacidade de captar recursos, enredar pessoas para trabalhar em sua equipe e fazer ali- anças que proporcionem a tecnologia e os equipamentos necessários para o desenvolvi- mento de sua pesquisa. Quanto maior for o seu prestígio e reconhecimento, obtido pelas suas publicações, maior será o seu poder de persuasão e sedução no processo de fazer aliados. 1.5. Considerações finais Tanto os canais formais quanto os informais são importantes no processo de construção do conhecimento científico e tecnológico. Os canais informais cumprem su- as funções como meio de disseminação de informação entre você e seus pares, e os ca- nais formais são responsáveis pela comunicação oficial dos resultados de uma pesquisa. A publicação proporciona o controle de qualidade de uma área, confere reconhecimento da prioridade ao autor e possibilita a preservação do conhecimento. Na verdade você, estando em atividade de pesquisa, participa de um processo permanente de transações e mediações comunicativas. 10 tuam-se nesta classificação. • Pesquisa telematizada busca informações em meios que combinam o uso do computador e as telecomunicações. Pesquisas na Internet são um exemplo disso. • Investigação documental é a realizada em documentos conservados no interior de órgãos públicos e privados de qualquer natureza, ou com pessoas: registros, anais, regulamentos, circulares, ofícios, memorandos, balancetes, comunicações informais, filmes, microfilmes, fotografias, video-tape, informações em disque- te, diários, cartas pessoais a outros. O livro editado pela Fundação Getúlio Var- gas e pela Siciliano em 1995 sobre a vida de Getúlio Vargas é, basicamente, apoiado em pesquisa documental, notadamente, o diário de Vargas. • Pesquisa bibliográfica é o estudo sistematizado desenvolvido com base em material publicado em livros, revistas, jornais, redes eletrônicas, isto é, material acessível ao público em geral. Fornece instrumental analítico para qualquer ou- tro tipo de pesquisa, mas também pode esgotar-se em si mesma. O material pu- blicado pode ser fonte primária ou secundária. Por exemplo: o livro Princípios de Administração Científica, de Frederick W. Taylor, publicado pela Editora Atlas, é fonte primária se cotejado com obras de outros autores que descrevem ou analisam tais princípios. Estas, por sues vez, são fontes secundárias em rela- ção ao primeiro por se basearem nele para explicitar outras relações. O material publicado pode também ser fonte de primeira ou de segunda mão. Por exemplo: se David Bohn escreveu um artigo, ele é fonte primária. No en- tanto, se esse artigo aparece na rede eletrônica editado, isto é, com cortes a alte- rações, é fonte de segunda mão. • Pesquisa experimental é investigação empírica na qual o pesquisador manipula e controla variáveis independentes e observa as variações que tal manipulação e controle produzem em variáveis dependentes. Variável é um valor que pode ser dado por quantidade, qualidade, característica, magnitude, variando em cada caso individual. Exemplo: na expressão sociedade globalizada, globalizada é a variável do conceito sociedade. Variável independente é aquela que influencia, determina ou afeta a dependente. É conhecida, aparece antes, é o antecedente. Variável dependente é aquela que vai ser afetada pela independente. É desco- berta, é o conseqüente. A pesquisa experimental permite observar e analisar um fenômeno, sob condições determinadas. O estudo de Elton Mayo, em Hawthor- ne, é um bom exemplo de pesquisa experimental no campo. Todavia, também se pode fazer investigação experimental no laboratório. • Investigação ex post facto refere-se a um fato já ocorrido. Aplica-se quando o pesquisador não pode controlar ou manipular variáveis, seja porque suas mani- festações já ocorreram, seja porque as variáveis não são controláveis. A impos- sibilidade de manipulação e controle das variáveis distingue, então, a pesquisa experimental da ex post facto. • A pesquisa participante não se esgota na figura do pesquisador. Dela tomam parte pessoas implicadas no problema sob investigação, fazendo que a fronteira pesquisador/pesquisado, ao contrário do que ocorre na pesquisa tradicional, seja tênue. • Pesquisa-ação é um tipo particular de pesquisa participante que supõe interven- ção participativa na realidade social. Quanto aos fins é, portanto, intervencio- nista. 11 • Estudo de caso é o circunscrito a uma ou poucas unidades, entendidas essas como uma pessoa, uma família, um produto, uma empresa, um órgão público, uma comunidade ou mesmo um país. Tem caráter de profundidade e detalha- mento. Pode ou não ser realizado no campo. Os tipos de pesquisa não são mutuamente exclusivos. Por exemplo: uma pesqui- sa pode ser, ao mesmo tempo, bibliográfica, documental, de campo e estudo de caso. 2.3. O planejamento da pesquisa Pesquisa é a construção de conhecimento original de acordo com certas exigên- cias científicas. Para que seu estudo seja considerado científico você deve obedecer aos critérios de coerência, consistência, originalidade e objetivação. É desejável que uma pesquisa científica preencha os seguintes requisitos: “a) a existência de uma pergunta que se deseja responder; b) a elaboração de um conjunto de passos que permitam chegar à resposta; c) a indicação do grau de confiabilidade na resposta obtida” (GOLDEM- BERG, 1999, p.106). O planejamento de uma pesquisa dependerá basicamente de três fases: - fase decisória: referente à escolha do tema, à definição e à delimitação do pro- blema de pesquisa; - fase construtiva: referente à construção de um plano de pesquisa e à execução da pesquisa propriamente dita; - fase redacional: referente à análise dos dados e informações obtidas na fase construtiva. É a organização das idéias de forma sistematizada visando à ela- boração do relatório final. A apresentação do relatório de pesquisa deverá obedecer às formalidades reque- ridas pela Academia. 2.4. Considerações finais Pesquisa científica seria, portanto, a realização concreta de uma investigação planejada e desenvolvida de acordo com as normas consagradas pela metodologia cien- tífica. Metodologia científica entendida como um conjunto de etapas ordenadamente dispostas que você deve vencer na investigação de um fenômeno. Inclui a escolha do tema, o planejamento da investigação, o desenvolvimento metodológico, a coleta e a ta- bulação de dados, a análise dos resultados, a elaboração das conclusões e a divulgação de resultados. Os tipos de pesquisa apresentados nas diversas classificações não são estanques. Uma mesma pesquisa pode estar, ao mesmo tempo, enquadrada em várias classifica- ções, desde que obedeça aos requisitos inerentes a cada tipo. Realizar uma pesquisa com rigor científico pressupõe que você escolha um tema e defina um problema para ser in- vestigado, elabore um plano de trabalho e, após a execução operacional desse plano, es- creva um relatório final e este seja apresentado de forma planejada, ordenada, lógica e conclusiva. 12 3. Métodos Científicos - Mostrar os métodos que proporcionam as bases lógicas à investigação cientí- fica. 3.1. Introdução A investigação científica depende de um “conjunto de procedimentos intelectu- ais e técnicos” (Gil, 1999, p.26) para que seus objetivos sejam atingidos: os métodos ci- entíficos. Método científico é o conjunto de processos ou operações mentais que se de- vem empregar na investigação. É a linha de raciocínio adotada no processo de pesquisa. Os métodos que fornecem as bases lógicas à investigação são: dedutivo, indutivo, hipo- tético-dedutivo, dialético e fenomenológico (GIL, 1999; LAKATOS; MARCONI, 1993). De forma breve veja a seguir em que bases lógicas estão pautados tais métodos. 3.2. Conceito de Método Todas as ciências caracterizam-se pela utilização de métodos científicos; em contrapartida, nem todos os ramos de estudo que empregam esses métodos são ciências. Dessas afirmações, podemos concluir que a utilização de métodos científicos não é da alçada exclusiva da ciência, mas não há ciência sem o emprego de métodos científicos. Entre os vários conceitos de método podemos citar: - Método é o "caminho pelo qual se chega a determinado resultado, ainda que esse caminho não tenha sido fixado de antemão de modo refletido e delibe- rado" (Hegenberg, 1976:11-115); - "Método é uma forma de selecionar técnicas, forma de avaliar alternativas para ação científica... Assim, enquanto as técnicas utilizadas por um cientista são fruto de suas decisões, o modo pelo qual tais decisões são tomadas de- pende de suas regras de decisão. Métodos são regras de escolha; técnicas são as próprias escolhas" (Ackoff In: Hegenberg, 1976:11-116); - "Método é a forma de proceder ao longo de um caminho. Na ciência os mé- todos constituem os instrumentos básicos que ordenam de início o pensa- mento em sistemas, traçam de modo ordenado a forma de proceder do cien- tista ao longo de um percurso para alcançar um objetivo" (Trujillo, 1974:24); - "Método é a ordem que se deve impor aos diferentes processos necessários para atingir um fim dado (...) é o caminho a seguir para chegar à verdade nas ciências" (Jolivet, 1979:71); - "Método é o conjunto coerente de procedimentos racionais ou prático- racionais que orienta o pensamento para serem alcançados conhecimentos válidos" (Nérici, 1978:15); - "Método é um procedimento regular, explícito e passível de ser repetido para conseguir-se alguma coisa, seja material ou conceitual" (Bunge, 1980:19); - Método científico é "um conjunto de procedimentos por intermédio dos 15 é ela que lhe permite sugerir novas idéias e novos problemas. Nem sempre o mais importante é resolver aquele problema inicial, como dizia Einstein: "A formulação de um problema é muito mais importante que a sua solução. Esta pode ser apenas uma questão de habilidade matemática ou experimental. Propor pro- blemas novos e encarar os velhos sob um novo ângulo é que requer imaginação criadora e promove o progresso da Ciência". "Quando as perguntas são feitas oportunamente as idéias surgem mais facilmente." Um cientista não tem que ser necessariamente um indivíduo excepcional. Não há dúvida que alguns cientistas foram, de fato, indivíduos excepcionais. Mas são raros. A grande maioria é constituída de pessoas comuns. Isso não quer dizer então que qualquer um pode ser cientista, é desejável que ele possua um certo número de qualidades natu- rais: curiosidade, paciência, perseverança, imparcialidade, imaginação, memória, inteli- gência, etc. Mas, a qualidade principal é o espírito científico que se caracteriza pelo amor à verdade, pela honestidade intelectual e pela dúvida metódica. Veja o que diz Claude Bernard: A dúvida é a regra única e fundamental da investigação cientifica, mas a dúvida do cientista opõe-se à do cético. O cético não crê na ciência, crê em si mesmo, o sufici- ente para duvidar da Ciência. O cientista só duvida de si mesmo e das suas interpreta- ções. 3.3. Conceitos Básicos 3.3.1. A lógica Em geral, muitos pensam que se usarem corretamente a lógica não errarão mais. Não é bem assim. A lógica nos fornece leis por meio das quais podemos julgar se as conclusões que tiramos são ou não legítimas, mas, não nos garante que sejam verdadei- ras. Exemplo: Se você partir da hipótese de que 2 + 2 = 5, poderá concluir, com lógica, que o dobro de 2 + 2 é igual a 10. Isto está errado, mas a conclusão é legítima, logica- mente falando. Não é verdadeira porque se partiu de uma premissa falsa. Os cientistas costumam formular uma hipótese para explicar um fenômeno novo. O que eles não sabem, de antemão; é se esta hipótese é verdadeira ou não. Como verificá-lo? Basta tirar da hipótese uma série de conclusões lógicas. Se estas conclusões estão de acordo com o que realmente se observa é porque a hipótese formulada é válida. Se não houver este acordo, abandona-se a hipótese e procura-se outra. 3.3.2. Teorema e postulado Teorema é uma proposição (isto é uma afirmação que se faz), deduzida de outras já aceitas anteriormente. A primeira proposição a ser usada, não foi deduzida mas foi aceita sem demonstração deixando de ser chamada de teorema para ser chamada de postulado. Um postulado que você deve conhecer muito bem é o de Euclides: "Por um ponto fora de uma reta só se pode traçar uma paralela a esta reta". Esta proposição, que Euclides não demonstrou, serviu de ponto de partida para ele demonstrar todos os teo- remas da sua Geometria. A necessidade da demonstração é evidente. O postulado de Euclides descreve uma propriedade fundamental do espaço sem curvatura, que é a noção de espaço já ad- 16 quirida e aceita por muitos. Por isso, para você, ele é evidente. Mas, meditando um pou- co, verifica-se que ele não exclui a possibilidade de existir um outro espaço; no qual, por um ponto fora de uma reta, se possa traçar uma infinidade de paralelas (postulado de Lobatchewsky) ou nenhuma (postulado de Riemann). De fato, existem duas outras Geometrias além da de Euclides. 3.3.3. Princípio Tal como a Geometria, a Física também parte de proposições não demonstradas, mas prefere chamá-las de Princípios. Mas, não pense que um princípio tem vida eterna. A cada instante velhos princí- pios são discutidos, revistos, reformulados e alguns são até mesmo abandonados. Isto prova que a Ciência ainda está em construção e que, portanto, muitos podem participar. Não é preciso ficar com pena dos princípios abandonados. O destino de um princípio realmente bom é esse: provoca uma tal evolução da Ciência que novos caminhos são abertos e princípios melhores podem ser sugeridos. Pode-se aceitar um princípio enquanto as conclusões lógicas tiradas do principio forem verificadas experimentalmente. Não devemos ser extremistas considerando que se houver uma pequenina diferença entre o que realmente ocorre e o que deveria ocor- rer, levando em conta o princípio ele deva ser abandonado. Numa comprovação experimental são geralmente necessárias muitas medições. Desta maneira, podem ocorrem erros. Considerando-se que é praticamente impossível fazer uma medição sem cometer erros, pode-se constatar que a concordância entre os valores obtidos experimentalmente e os previstos pelo princípio, é relativa. É uma con- cordância dentro de uma certa margem de erro. Há até exemplos de princípios, reconhe- cidamente superados, que ainda são mantidos dentro de certas áreas do conhecimento, pelo fato de conduzirem a erros ainda considerados como aceitáveis. 3.3.4. Termo não definido e conceito primitivo Já vimos que cada teorema deve ser deduzido de proposições anteriores, já acei- tas. Analogamente, cada termo de uma proposição deve ser definido usando-se termos já definidos anteriormente. É fácil perceber que, para dar a partida neste encadeamento lógico teremos que começar com alguns termos que não podem ser definidos, por isso chamados de termos não definidos. Eles traduzem certos conceitos chamados concei- tos primitivos. Você já entrou em contato com alguns termos não definidos ao estudar Geometria. Reta, por exemplo é um termo cujo entendimento ocorre geralmente sem que ninguém tenha que defini-lo para outrem. No entanto, não há dúvida de que quando a palavra reta foi lida pela primeira vez em algum lugar, o conceito de reta não surgiu, de repente, na mente, ou seja, naquele instante. Ele foi adquirido, pouco a pouco, du- rante determinado período de tempo. Inicialmente ele pode ter sido sugerido por um objeto físico: um fio bem estica- do, por exemplo. A imaginação ajudou, ao supor que aquele fio bem esticado não tinha "barriga" e podia ser prolongado, indefinidamente, nos dois sentidos. Pouco a pouco, por abstração, o conceito de reta foi separado daquele de um fio bem esticado sugerido anteriormente. Assim, de maneira gradativa, o conceito primitivo foi associado ao termo reta. Na ciência muitas vezes é necessário partir de vários termos não definidos, cor- respondendo a cada um deles um conceito primitivo. 17 3.3.5. Definição Definição é a expressão breve e completa do que se deve entender por alguma coisa, seja ela um termo, um objeto, um ser ou uma idéia. Ao contrário do teorema, a definição não se prende logicamente à nenhuma proposição anterior. Isto quer dizer: você pode deduzir um teorema de outro anterior, mas, não pode deduzir uma definição de outra anterior. Em outras palavras: você pode entender um teorema, mas, não pode entender uma definição. Em última análise, uma definição não passa de uma convenção e não é possível entende-la necessariamente. Podemos entender, por exemplo, por que a "mão" de uma rua é do lado direito? Há alguma razão lógica que impeça a "mão" pelo lado esquerdo? Na Inglaterra é. Exatamente por não haver razão lógica alguma para esta escolha, é que se apela para a convenção. É como se estivéssemos dizendo: por defini- ção, mão de uma rua, no Brasil, é pelo lado direito. Já o fato de se instalar o volante do lado esquerdo é uma conseqüência lógica desta convenção. É por isso que os volantes dos carros ingleses é do lado contrário. 3.3.6. Lei empírica, indução e dedução Poderíamos inicialmente perguntar o que acontecerá se alguém largar um objeto que está segurando a uma determinada distância do solo e a pronta resposta seria que ele poderia cair ao ser solto. Desta maneira estaríamos partindo da afirmação "todo cor- po cai ao ser solto" que é o enunciado de uma lei empírica. No dicionário verificamos que "empírico" quer dizer "o que se guia exclusivamente pela experiência". As leis empíricas são estabelecidas experimentalmente. Dai o nome. Para isso nos valemos da indução. Indução é o raciocínio pelo qual se passa de proposições menos gerais para uma outra mais geral, Apoiando-se na experiência. O primeiro brinquedo a cair da mão foi para muitos a primeira de uma série enorme de experiências que permitiram que indução de uma lei. Quando generalizamos para todos os corpos, apesar de ter feito experiências com alguns apenas, estamos nos baseando num princípio chamado princípio fundamental das ciências: "Nas mesmas circunstâncias, as mesmas causas produzem os mesmos efeitos". Ao soltar um balão numa festa junina, ele sobe em lugar de cair. Mas isto não invalida a sua lei. Outras causas estão em jogo. Observe que uma lei empírica exprime sempre uma relação de dependência constante entre um fenômeno antecedente, chamado causa, e um fenômeno conseqüen- te, chamado efeito, que decorre necessariamente do primeiro. Poderíamos dizer que não há nada de lógico nisso. No entanto, quando solto um corpo, logicamente ele só pode cair, mas não é a lógica que garante isso e sim aquela série de experiências vivenciadas anteriormente, e que sempre conduziu a esse resultado. Não podemos nos esquecer que se estabelece uma lei empírica por indução e não por dedução. A dedução é o raciocínio pelo qual se passa de uma proposição mais geral para outras menos gerais, sem recorrer à experiência. De maneira geral, entende-se que a principal diferença entre indução e dedução é que na indução se vai do particular para o geral enquanto que na dedução se vai do geral para o particular. O mais importante, além disso, é que na dedução apela-se para a experiência. 3.3.7. Certeza absoluta e certeza estatística Alguns filósofos começaram a meditar: até que ponto é legitimo o raciocínio in- 20 Desde que a teoria virou lei, só se fala em lei de Newton da gravitação universal. Mas, é bom que você saiba que um êxito como este não é comum; Muitas teorias tive- ram que ser abandonadas. Aliás, um verdadeiro cientista é o primeiro a duvidar de suas próprias hipóteses e de suas próprias teorias. Vive planejando experiências para derru- bá-las. Leia só o que disse Einstein: "Em nosso esforço para compreender a realidade, somos como um homem ten- tando entender o mecanismo de um relógio fechado. Ele vê o mostrador e os ponteiros. Ouve o seu tique-taque. Mas, não tem meios para abri-lo. Se for habilidoso, poderá imaginar um mecanismo responsável pelo que observa, mas, nunca poderá ficar com- pletamente seguro de que sua explicação seja a única possível". 3.4. O método de Galileu Galilei Da mesma forma que o conhecimento se desenvolveu, o método, sistematização das atividades, também sofreu transformações. O pioneiro a tratar do assunto, no âmbito do conhecimento científico, foi Galileu, primeiro teórico do método experimental. Dis- cordando dos seguidores do filósofo Aristóteles, considera que o conhecimento da es- sência íntima das substâncias individuais deve ser substituído, como objetivo das inves- tigações, pelo conhecimento da lei que preside os fenômenos. As ciências, para Galileu, não têm, como principal foco de preocupações a qualidade, mas as relações quantitati- vas. Seu método pode ser descrito como indução experimental, chegando-se a uma lei geral por intermédio da observação de certo número de casos particulares. Os principais passos de seu método podem ser assim expostos: a) observação dos fenômenos; b) análise dos elementos constitutivos desses fenômenos, com a finalidade de estabelecer relações quantitativas entre eles; c) indução de certo número de hipóteses, tendo por fundamento a análise da re- lação desses elementos constitutivos dos fenômenos; d) verificação das hipóteses aventadas por intermédio de experiências (experi- mento); e) generalização do resultado das experiências para casos similares; f) confirmação das hipóteses, obtendo-se, a partir dela, leis gerais. Esquematicamente: 21 Isaac Newton, nascido no ano em que morreu Galileu, em sua obra Principia, utiliza, ao lado de procedimentos dedutivos, o indutivismo proposto por Galileu: a lei da gravitação, uma das premissas fundamentais de seu livro, é obtida indutivamente, com base nas leis de Kepler. Portanto, apoiado na observação de fatos particulares, chega-se, por indução, ao estabelecimento de uma lei geral e, depois, por processos dedutivos, outros fatos particulares são inferidos, com base na lei geral. 3.5. O Método de Francis Bacon Contemporâneo de Galileu, Francis Bacon, em sua obra Novum Organum, criti- ca também Aristóteles, por considerar que o processo de abstração e o silogismo (dedu- ção formal que, partindo de duas proposições, denominadas premissas, delas retira uma terceira, nelas logicamente implicada, chamada conclusão) não propiciam um conheci- mento completo do universo. Também se opõe ao emprego da indução completa por simples enumeração. Assinala que a observação e a experimentação dos fenômenos são essenciais, pois somente esta última pode confirmar a verdade: uma autêntica demons- tração sobre o que é verdadeiro ou falso somente é proporcionada pela experimentação. Quanto ao conhecimento religioso, este assinala em que se deve crer, mas não faculta a compreensão da natureza das coisas em que se crê; a razão do conhecimento filosófico, por seu lado, não tem condições de distinguir o verdadeiro do falso. Sendo o conheci- mento científico o único caminho seguro para a verdade dos fatos, deve acompanhar os seguintes passos: a) experimentação - nessa fase, o cientista, para poder observar e registrar, de forma sistemática, todas as informações que têm possibilidade de coletar, realiza expe- rimentos acerca do problema; b) formulação de hipóteses - tendo por base os experimentos e a análise dos re- sultados obtidos por seu intermédio, as hipóteses procuram explicitar (e explicar) a rela- ção causal entre os fatos; c) repetição - os experimentos devem ser repetidos em outros lugares ou por ou- tros cientistas, tendo por finalidade acumular dados que, por sua vez, servirão para a formulação de hipóteses; d) testagem das hipóteses - por intermédio da repetição dos experimentos, tes- 22 tam-se as hipóteses; nessa fase, procura-se obter novos dados, assim como evidências que o confirmem, pois o grau de confirmação das hipóteses depende da quantidade de evidências favoráveis; e) formulação de generalizações e leis - o cientista, desde que te- nha percorrido todas as fases anteriores, formula a ou as leis que descobriu, fundamen- tado nas evidências que obteve, e generaliza suas explicações para todos os fenômenos da mesma espécie. Ou, de forma esquemática: Segundo Lahr (In: Cervo e Bervian, 1978:23), as regras que Bacon sugeriu para a experimentação podem ser assim sintetizadas: a) alargar a experiência - pouco a pouco, aumentar, tanto quanto possível, a in- tensidade do que se supõe ser a causa, com a finalidade de observar se a intensidade do fenômeno, que é o efeito, cresce na mesma proporção; b) variar a experiência - significa aplicar, a diferentes objetos (fatos, fenôme- nos), a mesma causa; c) inverter a experiência - consiste em, com a finalidade de verifi- car se o efeito contrário se produz, aplicar a determinante contrária da suposta causa; d) recorrer aos casos da experiência - o objetivo, aqui, é verificar "o que se pode pescar" no conjunto das experiências. O tipo de experimentação proposto por Bacon é denominado coincidências constantes. Parte da constatação de que o aparecimento de um fenômeno tem uma causa necessária e suficiente, isto é, em cuja presença o fenômeno ocorrerá sempre e em cuja ausência nunca se produzirá. Por esse motivo, o antecedente causal de um fenômeno está unido a ele por intermédio de uma relação de sucessão, constante e invariável. Dis- cernir o antecedente que está sendo unido ao fenômeno é determinar experimentalmente sua causa ou lei. Dessa forma, o método das coincidências constantes postula: apare- cendo a causa, dá-se o fenômeno; retirando-se a causa, o efeito não ocorre; variando-se a causa, o efeito altera-se. Com a finalidade de anotar corretamente as fases da experi- mentação, Bacon sugere manter três tábuas: a) tábua de presença - nesta, anotam-se todas as circunstâncias em que se produz o fenômeno cuja causa se procura; b) tábua de ausência - em que se anotam todos os casos em que o fenômeno não se produz. Deve-se tomar o cuidado de anotar também tanto os antecedentes quanto os ausentes; 25 3.8. Método dedutivo Método proposto pelos racionalistas Descartes, Spinoza e Leibniz que pressupõe que só a razão é capaz de levar ao conhecimento verdadeiro. O raciocínio dedutivo tem o objetivo de explicar o conteúdo das premissas. Por intermédio de uma cadeia de raci- ocínio em ordem descendente, de análise do geral para o particular, chega a uma con- clusão. Usa o silogismo, construção lógica para, a partir de duas premissas, retirar uma terceira logicamente decorrente das duas primeiras, denominada de conclusão (GIL, 1999; LAKATOS; MARCONI, 1993). Veja um clássico exemplo de raciocínio deduti- vo: Exemplo: Todo homem é mortal. ...........................................(premissa maior) Pedro é homem. .....................................................(premissa menor) Logo, Pedro é mortal. .............................................(conclusão) 3.9. Método indutivo Método proposto pelos empiristas Bacon, Hobbes, Locke e Hume. Considera que o conhecimento é fundamentado na experiência, não levando em conta princípios preestabelecidos. No raciocínio indutivo a generalização deriva de observações de casos da realidade concreta. As constatações particulares levam à elaboração de generaliza- ções (GIL, 1999; LAKATOS; MARCONI, 1993). Veja um clássico exemplo de racio- cínio indutivo: Exemplo: Antônio é mortal. João é mortal. 26 Paulo é mortal. ... Carlos é mortal. Ora, Antônio, João, Paulo... e Carlos são homens. Logo, (todos) os homens são mortais. 3.10. Método hipotético-dedutivo Proposto por Popper, consiste na adoção da seguinte linha de raciocínio: “quan- do os conhecimentos disponíveis sobre determinado assunto são insuficientes para a ex- plicação de um fenômeno, surge o problema. Para tentar explicar a dificuldades expres- sas no problema, são formuladas conjecturas ou hipóteses. Das hipóteses formuladas, deduzem-se conseqüências que deverão ser testadas ou falseadas. Falsear significa tornar falsas as conseqüências deduzidas das hipóteses. Enquanto no método dedutivo se procura a todo custo confirmar a hipótese, no método hipótetico-dedutivo, ao contrário, procuram-se evidências empíricas para derrubá-la” (GIL, 1999, p.30). 3.11. Método dialético Fundamenta-se na dialética proposta por Hegel, na qual as contradições se trans- cendem dando origem a novas contradições que passam a requerer solução. É um méto- do de interpretação dinâmica e totalizante da realidade. Considera que os fatos não po- dem ser considerados fora de um contexto social, político, econômico, etc. Empregado em pesquisa qualitativa (GIL, 1999; LAKATOS; MARCONI, 1993). 3.12. Método fenomenológico Preconizado por Husserl, o método fenomenológico não é dedutivo nem induti- vo. Preocupa-se com a descrição direta da experiência tal como ela é. A realidade é construída socialmente e entendida como o compreendido, o interpretado, o comunica- do. Então, a realidade não é única: existem tantas quantas forem as suas interpretações e comunicações. O sujeito/ator é reconhecidamente importante no processo de construção do conhecimento (GIL, 1999; TRIVIÑOS, 1992). Empregado em pesquisa qualitativa. 3.13. Considerações finais Na era do caos, do indeterminismo e da incerteza, os métodos científicos andam com seu prestígio abalado. Apesar da sua reconhecida importância, hoje, mais do que nunca, se percebe que a ciência não é fruto de um roteiro de criação totalmente previsí- vel. Portanto, não há apenas uma maneira de raciocínio capaz de dar conta do complexo mundo das investigações científicas. O ideal seria você empregar métodos, e não um método em particular, que ampliem as possibilidades de análise e obtenção de respostas para o problema proposto na pesquisa. 27 4. As Etapas da Pesquisa Identificar as etapas da pesquisa; planejar uma pesquisa. 4.1. Introdução A pesquisa é um procedimento reflexivo e crítico de busca de respostas para problemas ainda não solucionados. O planejamento e a execução de uma pesquisa fa- zem parte de um processo sistematizado que compreende etapas que podem ser detalha- das da seguinte forma: 1) escolha do tema; 2) revisão de literatura; 3) justificativa; 4) formulação do problema; 5) determinação de objetivos; 6) metodologia; 7) coleta de dados; 8) tabulação de dados; 9) análise e discussão dos resultados; 10) conclusão da análise dos resultados; 11) redação e apresentação do trabalho científico (dissertação ou tese). 4.2. As etapas da pesquisa 4.2.1. Escolha do Tema Nesta etapa você deverá responder à pergunta: “O que pretendo abordar?” O tema é um aspecto ou uma área de interesse de um assunto que se deseja provar ou des- envolver. Escolher um tema significa eleger uma parcela delimitada de um assunto, es- tabelecendo limites ou restrições para o desenvolvimento da pesquisa pretendida. A de- finição do tema pode surgir com base na sua observação do cotidiano, na vida profissio- nal, em programas de pesquisa, em contato e relacionamento com especialistas, no fee- dback de pesquisas já realizadas e em estudo da literatura especializada (BARROS; LEHFELD, 1999). A escolha do tema de uma pesquisa, em um Curso de Pós-Graduação, está rela- cionada à linha de pesquisa à qual você está vinculado ou à linha de seu orientador. Você deverá levar em conta, para a escolha do tema, sua atualidade e relevância, seu conhecimento a respeito, sua preferência e sua aptidão pessoal para lidar com o tema escolhido. Definido isso, você irá levantar e analisar a literatura já publicada sobre o tema. 30 do assunto ou problema. A entrevista pode ser: - padronizada ou estruturada: roteiro previamente estabelecido; - despadronizada ou não-estruturada: não existe rigidez de roteiro. Podem-se explorar mais amplamente algumas questões. - Questionário: é uma série ordenada de perguntas que devem ser respondidas por escrito pelo informante. O questionário deve ser objetivo, limitado em ex- tensão e estar acompanhado de instruções As instruções devem esclarecer o propósito de sua aplicação, ressaltar a importância da colaboração do infor- mante e facilitar o preenchimento. As perguntas do questionário podem ser: - abertas: “Qual é a sua opinião?”; - fechadas: duas escolhas: sim ou não; - de múltiplas escolhas: fechadas com uma série de respostas possíveis. Young e Lundberg (apud Pessoa, 1998) fizeram uma série de recomendações úteis à construção de um questionário. Entre elas destacam-se: - o questionário deverá ser construído em blocos temáticos obedecendo a uma ordem lógica na elaboração das perguntas; - a redação das perguntas deverá ser feita em linguagem compreensível ao in- formante. A linguagem deverá ser acessível ao entendimento da média da po- pulação estudada. A formulação das perguntas deverá evitar a possibilidade de interpretação dúbia, sugerir ou induzir a resposta; - cada pergunta deverá focar apenas uma questão para ser analisada pelo infor- mante; - o questionário deverá conter apenas as perguntas relacionadas aos objetivos da pesquisa. Devem ser evitadas perguntas que, de antemão, já se sabe que não serão respondidas com honestidade. - Formulário: é uma coleção de questões e anotadas por um entrevistador numa situação face a face com a outra pessoa (o informante). O instrumento de coleta de dados escolhido deverá proporcionar uma interação efetiva entre você, o informante e a pesquisa que está sendo realizada. Para facilitar o processo de tabulação de dados por meio de suportes computacionais, as questões e suas respostas devem ser previamente codificadas. A coleta de dados estará relacionada com o problema, a hipótese ou os pressu- postos da pesquisa e objetiva obter elementos para que os objetivos propostos na pes- quisa possam ser alcançados. Neste estágio você escolhe também as possíveis formas de tabulação e apresen- tação de dados e os meios (os métodos estatísticos, os instrumentos manuais ou com- putacionais) que serão usados para facilitar a interpretação e análise dos dados. 4.2.7. Coleta de Dados Nesta etapa você fará a pesquisa de campo propriamente dita. Para obter êxito neste processo, duas qualidades são fundamentais: a paciência e a persistência. 4.2.8. Tabulação e Apresentação dos Dados Nesta etapa você poderá lançar mão de recursos manuais ou computacionais 31 para organizar os dados obtidos na pesquisa de campo. Atualmente, com o advento da informática, é natural que você escolha os recursos computacionais para dar suporte à elaboração de índices e cálculos estatísticos, tabelas, quadros e gráficos. 4.2.9. Análise e Discussão dos Resultados Nesta etapa você interpretará e analisará os dados que tabulou e organizou na etapa anterior. A análise deve ser feita para atender aos objetivos da pesquisa e para comparar e confrontar dados e provas com o objetivo de confirmar ou rejeitar a(s) hi- pótese(s) ou os pressupostos da pesquisa. 4.2.10. Conclusão da Análise e dos Resultados Obtidos Nesta etapa você já tem condições de sintetizar os resultados obtidos com a pes- quisa. Deverá explicitar se os objetivos foram atingidos, se a(s) hipótese(s) ou os pres- supostos foram confirmados ou rejeitados. E, principalmente, deverá ressaltar a contri- buição da sua pesquisa para o meio acadêmico ou para o desenvolvimento da ciência e da tecnologia. 4.2.11. Redação e Apresentação do Trabalho Científico Nesta etapa o pesquisador deverá redigir seu relatório de pesquisa: dissertação ou tese. Azevedo (1998, p.22) argumenta que o texto deverá ser escrito de modo apura- do, isto é, “gramaticalmente correto, fraseologicamente claro, terminologicamente pre- ciso e estilisticamente agradável”. Normas de documentação da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) deverão ser consultadas visando à padronização das indi- cações bibliográficas e a apresentação gráfica do texto. Normas e orientações do próprio Curso de Pós-Graduação também deverão ser consultadas (ver Aula 11, que abordará especialmente esta parte). 4.3. Considerações finais As etapas aqui identificadas e as orientações feitas deverão servir de guia à ela- boração de sua pesquisa e não como uma “camisa-de-força”. Portanto, não devem im- pedir sua criatividade ou causar entraves à elaboração da pesquisa. A intenção deste do- cumento é fornecer a você orientações básicas à elaboração de uma investigação cientí- fica. 32 5. Escolha do tema 5.1. Como nascem as idéias? Está aí uma coisa que não se pode explicar ou transmitir. Elas ocorrem. Como? Por quê? Não se sabe. Elas surgem de maneira inesperada. Algumas vezes até mesmo quando se está numa atividade nada científica. Às vezes, na busca da solução para resolver algum problema, não conseguimos sucesso imediato e desistimos. Um tempo depois, noutro ambiente e fazendo algo di- verso daquilo, podemos ter um estalo e conseguir resolvê-lo. Isto acontece com fre- qüência depois de um intenso período de trabalho intelectual. Depois de nos desligar- mos do problema, o subconsciente continua na tentativa de resolvê-lo e, algumas vezes, o consegue, se tiver os dados necessários. Pode acontecer que um cientista tenha uma idéia nova, mas quando vai divulgá- la descobre que, pouco antes, um outro teve a mesma idéia que ele. Sabe por quê? Idéia puxa idéia. Certas idéias amadurecem numa certa época, graças às respostas que a Ciên- cia vai fornecendo para uma série de perguntas, até então sem respostas. Observa-se que idéias bastante semelhantes surgem em quase todos os indivídu- os, com respeito às relações simples. Mas, há relações tão sutis que só podem ser perce- bidas por indivíduos que sejam não apenas melhor dotados mas, também, que vivam em um meio intelectual propício, ou que, pelo menos, tenham comunicação com um meio desse. Em todos os ramos da Ciência, a maioria dos cientistas apenas desenvolve as idéias de um pequeno número de indivíduos realmente geniais. 5.2. Escolha do assunto A escolha do assunto representa o momento de seleção de um tema de estudo que se mostre relevante. Este levantamento prévio pode ser feito nas fontes bibliográfi- cas convencionais, como bibliotecas e acervos técnicos, e também na Internet. O assunto ou tema da monografia pode surgir de situações pessoais ou profissio- nais. Tais situações podem advir da experiência própria, da leitura de obras de autores consagrados ou de pesquisa na própria Internet. Outra sugestão para superar eventuais dificuldades na escolha do assunto é a utilização e ampliação de algum trabalho desen- volvido em outras disciplinas ao longo do curso e que possa ser ampliado, de maneira que adquira a profundidade e o formato de uma monografia. Resumindo, o interesse por um tema que mereça ser desenvolvido na forma de monografia surge das mais diferentes maneiras, dentre elas: • em função de seu trabalho; • momento profissional em que se encontra (mudança de emprego, por exemplo); • leitura de livros e artigos de revistas especializadas de sua área de interesse; • consultas a catálogos de teses, dissertações a monografias em geral, disponibili- zadas de forma convencional nas bibliotecas e via Internet; • leitura de mensagens/artigos de "listas de discussão" na Internet; 35 6. Revisão de Literatura e Referencial Teórico - Mostrar a importância da revisão de literatura no processo de pesquisa; - Identificar os passos para a elaboração de uma revisão de literatura. 6.1. Introdução Uma das etapas mais importantes de um projeto de pesquisa é a revisão de lite- ratura. A revisão de literatura refere-se à fundamentação teórica que você irá adotar para tratar o tema e o problema de pesquisa. Por meio da análise da literatura publicada você irá traçar um quadro teórico e fará a estruturação conceitual que dará sustentação ao desenvolvimento da pesquisa. A revisão de literatura resultará do processo de levantamento e análise do que já foi publicado sobre o tema e o problema de pesquisa escolhidos. Permitirá um mapea- mento de quem já escreveu e o que já foi escrito sobre o tema e/ou problema da pesqui- sa. Para Luna (1997), a revisão de literatura em um trabalho de pesquisa pode ser realizada com os seguintes objetivos: - determinação do “estado da arte”: o pesquisador procura mostrar através da literatura já publicada o que já sabe sobre o tema, quais as lacunas existentes e onde se encontram os principais entraves teóricos ou metodológicos; - revisão teórica: você insere o problema de pesquisa dentro de um quadro de referência teórica para explicá-lo. Geralmente acontece quando o problema em estudo é gerado por uma teoria, ou quando não é gerado ou explicado por uma teoria particular, mas por várias; - revisão empírica: você procura explicar como o problema vem sendo pesqui- sado do ponto de vista metodológico procurando responder: quais os procedi- mentos normalmente empregados no estudo desse problema? Que fatores vêm afetando os resultados? Que propostas têm sido feitas para explicá-los ou con- trolá-los? Que procedimentos vêm sendo empregados para analisar os resulta- dos? Há relatos de manutenção e generalização dos resultados obtidos? Do que elas dependem?; - revisão histórica: você busca recuperar a evolução de um conceito, tema, abordagem ou outros aspectos fazendo a inserção dessa evolução dentro de um quadro teórico de referência que explique os fatores determinantes e as implica- ções das mudanças. Para elaborar uma revisão de literatura é recomendável que você adote a meto- dologia de pesquisa bibliográfica. Pesquisa Bibliográfica é aquela baseada na análise da literatura já publicada em forma de livros, revistas, publicações avulsas, imprensa es- crita e até eletronicamente, disponibilizada na Internet. A revisão de literatura/pesquisa bibliográfica contribuirá para: - obter informações sobre a situação atual do tema ou problema pesquisado; - conhecer publicações existentes sobre o tema e os aspectos que já foram abor- dados; - verificar as opiniões similares e diferentes a respeito do tema ou de aspectos 36 relacionados ao tema ou ao problema de pesquisa. Para tornar o processo de revisão de literatura produtivo, você deverá seguir al- guns passos básicos para sistematizar seu trabalho e canalizar seus esforços. Os passos sugeridos por Lakatos e Marconi (1991) são: 6.2. Escolha do tema O tema é o aspecto do assunto que você deseja abordar, provar ou desenvolver. A escolha do tema da revisão de literatura está vinculada ao objetivo da própria revisão que você pretende fazer. A revisão de literatura deverá elucidar o tema, proporcionar melhor definição do problema de pesquisa e contribuir na análise e discussão dos resul- tados da pesquisa. Em função da explosão da informação, você deverá definir para onde ele irá di- rigir e concentrar seus esforços na revisão de literatura, porque só assim não ficará per- dido no emaranhado das publicações existentes. Pesquisadores experientes sabem que o risco de perder tempo e o rumo podem ser fatais neste processo. Além de atravancar todo o desenvolvimento das etapas da pesquisa, pode até impedir sua realização. 6.3. Elaboração do plano de trabalho Para evitar dispersão e perda de tempo no processo de leitura de textos, é im- portante levantar os aspectos que serão abordados sobre o tema. Para isso você deve elaborar um esquema provisório de sua revisão de literatura, onde listará de forma lógi- ca as abordagens que pretende fazer referentes ao tema ou problema de sua pesquisa. O esquema servirá de guia no processo de leitura e na coleta de informações nos textos. Veja o exemplo na pesquisa indicada abaixo: Exemplo: ROCHA, Simone Karla da. Qualidade de vida no trabalho: um estudo de caso no setor têxtil. 1998. Dissertação (Mestrado em Engenharia de Produção) – Pro- grama de Pós-Graduação em Engenharia de Produção, UFSC, Florianópolis. Nesta pesquisa a autora escolheu para realização de sua revisão de literatura: TEMA Pressupostos básicos que permeiam a qualidade de vida no trabalho. ESTRUTURA (esquema mostrando os tópicos que seriam abordados) EVOLUÇÃO DAS TEORIAS ADMINISTRATIVAS O ENFOQUE DA QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO A origem e a evolução dos estudos de qualidade de vida no trabalho Os conceitos de qualidade de vida no trabalho Os modelos para avaliação da qualidade de vida no trabalho: Modelos de Hackman e Oldham; Modelo de Westley; Modelo de Werther e Davis; Modelo de Walton. 37 6.4. Identificação Após a definição do que será abordado na revisão de literatura e a elaboração de um esquema com os aspectos a serem abordados que servirá de guia para organização do processo de leitura, você deve identificar o material. A identificação implica fazer um levantamento bibliográfico para recuperar as informações sobre o que já foi publicado sobre o tema e os aspectos que constam no es- quema/sumário dos tópicos. Esse processo requer o uso de obras de referência para mi- nimizar esforços e recuperar a maior quantidade de informação possível. Obras de refe- rência, usadas para levantamento bibliográfico, são organizadas especialmente para fa- cilitar a consulta de itens específicos de informação. Possuem, geralmente, índices de autores e assuntos/palavras-chave que remetem às informações arranjadas em itens nu- merados para facilitar a recuperação. Bibliografias e Abstracts são publicações disponí- veis em papel para consulta. Bases de dados são disponíveis em meio digital, em CD- ROM ou eletrônico via internet. Para efetuar o levantamento bibliográfico na área de Gestão do Conhecimento e da Tecnologia da Informação você poderá fazer uso de fontes de informação de referên- cia, como por exemplo: - ABI/Inform; - Compendex; - Computer & Control Abstracts; - Dissertation Abstracts Interna- tional; - Engineering Index; - Ergonomics Abstracts; - Psychological Abstracts; - Social Sciences Citation Index; - Sociological Abstracts; - PROQUEST; - Base de Dados do IBICT. Outra forma de fazer levantamento bibliográfico é usando as ferramentas de busca da internet, como por exemplo: Altavista, Excite, Infoseek, Lycos, Yahoo, Radar Uol, Cadê, as bibliotecas virtuais e os catálogos on-line de bibliotecas disponibilizados na rede. Também não devem ser desprezadas as indicações bibliográficas feitas em arti- gos ou livros disponíveis e lidos sobre o tema da pesquisa. 6.5. Localização e compilação Realizada a identificação (o levantamento bibliográfico), é necessário que você obtenha os materiais considerados úteis à realização da pesquisa. É preciso, então, loca- lizá-los. Deve-se começar pela Biblioteca que está mais próxima e, se essa não possuir, podem-se consultar outras no País ou no mundo. Veja como proceder para localização dos materiais no Capítulo 7. Para fazer a compilação, reunião sistemática dos materiais selecionados e locali- zados, os seguintes recursos: fotocópias, impressões e a própria aquisição, quando for indispensável. 40 ca da UCB e algumas outras bibliotecas ligadas às Universidades ou à Rede Nacional de Pesquisa são: 7.3.1. Internet com Acesso Restrito Web of Science A Web of Science (WoS) é uma base de dados produzida pelo Institute for Sci- entific Information (ISI), com informações sobre artigos publicados, a partir de 1974, em mais de 8.400 periódicos especializados, indexados pelo ISI, em todas as áreas do conhecimento (Ciências, Ciências Humanas e Sociais, Artes e Humanidades). A assi- natura do WoS foi inicialmente feita pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP). A CAPES, reconhecendo a importância instrumental dessa base de dados, firmou com a FAPESP um convênio que garantiu o direito de acesso à WoS, a partir de 1999, a mais 67 instituições de ensino superior e de pesquisa de todo o País, mediante o uso compartilhado da infraestrutura instalada. Para consultar a Web of Sci- ence é só acessar o site da Biblioteca Virtual da BU/UFSC e o acesso será totalmente auto-explicativo. O acesso só é possível pelo servidor da Rede UFSC. Algumas das ba- ses disponíveis por intermédio do Web of Science: - Science Citation Index Expanded: base de dados que possui 5.300 periódicos científicos indexados e é atualizada semanalmente. Nela você encontrará in- formações relacionadas às áreas de: Agricultura, Agronomia, Anatomia, As- tronomia, Biologia, Biotecnologia, Psicologia, Ciências dos Materiais, Ciênci- as Médicas, Ecologia, Energia, Engenharia, Física, Genética, Meio Ambiente, Psiquiatria, Química e Zoologia. - Social Science Citation Index: base de dados que possui 1.700 títulos de peri- ódicos indexados e é atualizada semanalmente. Nela você encontrará informa- ções relacionadas às áreas de: Antropologia, Arqueologia, Ciência da Informa- ção, Ciências Políticas, Ciências Sociais, Comunicação, Criminologia, Demo- grafia, Direito, Economia, Educação, Enfermagem, Ergonomia, Estudos Am- bientais, Geografia, Urbanismo, História, Lingüística, Negócios, Relações In- ternacionais, Psicologia, Sociologia e Saúde Pública. - Arts 7 Humanities Citation Index: base de dados que possui 1.100 títulos de periódicos indexados e é atualizada semanalmente. Nela você encontrará in- formações relacionadas às áreas de: Arqueologia, Arquitetura, Artes, Cinema, Dança, Estudos Asiáticos, Filosofia, Folclore, História, Língua, Lingüística, Literatura, Música, Rádio, Religião, Teatro e Televisão. A seleção dos artigos que serão de interesse para sua pesquisa poderá ser feita a partir da lista de resultados ou documentos individuais completos. Para assinalar um do- cumento na lista de resultados, clique no quadrado à esquerda do documento e marque tantos quantos desejar. Para assinalar os dez documentos da tela clique o dispositivo mark all e em seguida clique no dispositivo submit. Para salvar ou imprimir os resultados você deve clicar em marked list para for- matar documentos para impressão e salvar em um arquivo. O processo de salvamento e impressão dos documentos você poderá fazer da seguinte forma: - usando o correio eletrônico: clique no botão Editar (Edit) e depois em Copiar (Copy) do seu browser, abra seu sistema de correio eletrônico, posicione o cursor no corpo da mensagem a ser impressa e clique em Editar (Edit) e Colar (Paste); - usando um arquivo local para salvamento: clique no botão Editar (Edit) e 41 depois em Copiar (Copy) do seu browser. Abra seu processador de texto, posi- cione o cursor no corpo da mensagem e clique em Editar (Edit) e em Colar (Paste); - usando o processo de impressão: clique em imprimir (Print) na barra de ferramentas. O acesso a esta base de dados pode ser feito na Biblioteca Central da UnB. 7.3.2. Bases de Dados em CD-ROM O Sistema de Biblioteca assina as bases de dados descritas abaixo. Para solicitar uma pesquisa bibliográfica, procure a Biblioteca Central ou a Biblioteca de Pós- Graduação. A solicitação também pode ser feita por meio do formulário eletrônico (http://www.ucb.br/biblioteca/Form_Pesq_Biblio.htm). Este serviço está disponível para professores, alunos e funcionários da UCB, para consulta às seguintes bases: - Applied Science & Technology Abstracts; - ECONLIT - EMBASE - Rehabilitation & Physical Medicine - Human Nutrition - International Bibliography of the Social Science – IBSS - Life Science - Linguistics and Language Behavior Abstracts – LLBA - PAIS International - PsycInfo - Sport Discus. 7.3.3. Bases de dados em linha O SIBI disponibiliza o acesso às bases de dados, bem como às bibliotecas digi- tais das organizações especializadas nas áreas de informática, ciência da computação, processamento de dados, análise de sistemas e demais áreas relacionadas à computação. IEEE Computer Society Digital Library - base de dados produzida pelo IEEE Computer Society, uma das sociedades que compõem Institute of Electrical and Eletro- nics Engineers (IEEE). O site do IEEE oferece informações técnicas e de serviços para os profissionais da computação, além do acesso à biblioteca digital. ACM Digital Library - produzida pela Association for Computing Machinery (ACM), primeira sociedade educacional e científica de computução. O site possui in- formações sobre serviços, eventos, publicações além do acesso à biblioteca digital. ERIC - produzida pelo U.S. Department of Education. Base de dados na área de Educação com abrangência internacional. Fornece referências bibliográficas de artigos de periódicos, relatórios de pesquisa, anais de conferênciais, bibliografias, legislação, dissertações, folhetos e outros. ASSUNTOS: Administração escolar Expressão oral e escrita Alfabetização de adultos Informática aplicada à Educação 42 Educação continuada Linguagem e Lingüística Educação de professores Orientação Educacional Educaçãor rural Psicologia da Educação Ensino de ciências, matemática e meio ambiente Relação professor/aluno Ensino de Estudos sociais e Ciências sociais Testes, provas e avaliações Ensino superior 7.3.4. Proquest A Biblioteca Central mantém a assinatura da base de dados Proquest em CD- ROM e via Internet. O Proquest contém mais de 1.800 títulos de periódicos indexados com resumos e texto completo de mais de 500 revistas com a imagem, permitindo iden- tificar e recuperar instantaneamente os artigos de interesse. O usuário busca na base de dados bibliográfica, localiza e avalia as citações e resumos antes de recuperar e impri- mir o artigo completo. A base de dados ProQuest está disponível para acesso interno na UCB, no seguinte endereço: http://www.ucb.br/biblioteca/Proquest.htm 7.3.5. Internet com Acesso Público A internet é uma rede de computadores conectada a um conjunto de milhares de redes menores, cujo protocolo padrão de comunicação denominado TCP/IP (Transmis- sion Control Protocol/ Internet Protocol) torna possível o processo de comunicação (OLIVEIRA, 1997). A internet é um enorme banco de dados, é um canal de comunica- ção onde são oferecidos serviços de informação. Os principais serviços oferecidos pela internet são: - WWW: a World Wide Web (rede de alcance mundial) é o principal serviço da internet. Nela estão hospedados os sites de instituições, empresas e pessoas; - GOPHER (Servidores Gopher): existem vários servidores gopher, cada qual contém uma lista de diretórios e subdiretórios de diversos tópicos e subtópicos, que permitem localizar rapidamente uma informação. O navegador pode ser usado para pesquisar essas listas, mas o ideal é utilizar programas específicos, como o WS-Gopher (Winsock gopher) ou o VERONICA (Very Easy Oriented Net-Wide Index to Computerized Archive); - FTP (File Transfer Protocol): é um protocolo para transferência de arquivos, que em geral é utilizado quando fazemos download e upload. Download signi- fica copiar arquivos de um computador qualquer que esteja conectado à rede para o nosso computador, e upload significa a transferência de um arquivo do nosso computador para um computador remoto; - Usenet (Newsgroup): são grupos de discussões sobre os mais variados assun- tos. As mensagens enviadas são armazenadas em um servidor e podem ser consultadas por todos os participantes; para ler as mensagens enviadas é ne- cessário utilizar um programa de leitura, como por exemplo o Netscape News ou o Internet News; - Mailing List: é uma lista de discussão utilizada para troca de informações (dos mais variados assuntos) entre pessoas que se interessam por assuntos comuns. Essa troca de informações é feita via e-mail; 45 Ferramentas que possibilitam busca em várias ferramentas simultaneamente. Buscadores de Grupos da Usenet e Listservs: 7.3.7. Como Buscar as Informações? A busca de informações na internet pode ser feita de duas maneiras: - por assuntos/categorias: a busca é feita por tópicos que estão indexados por categorias e subcategorias de assuntos; - por assuntos específicos: a busca é feita utilizando as ferramentas de busca. Nesta forma de busca você deve informar a palavra-chave ou a frase que ca- racteriza o que quer pesquisar. Essa forma de pesquisa pode ser feita de dois modos: - pesquisa simples: pode ser feita na própria home page das ferramentas e ofe- rece a opção de uso de comandos mais gerais; - pesquisa avançada: ou mais refinada, só pode ser feita na home page das fer- ramentas de busca, abrindo uma janela especial, na qual é possível usar coman- dos mais específicos para aproximar ao máximo o resultado da pesquisa daquilo que se quer encontrar. 7.3.8. Como Fazer Uso de Comandos e Operadores Booleanos na Recuperação das Informações na Internet? Na busca de informações você pode simplesmente digitar uma palavra (por exemplo, qualidade) na janela indicada e clicar para buscar. Possivelmente uma lista com centenas de documentos serão mostrados sobre o assunto. Contudo, nem sempre esse tipo de busca pode ser considerada satisfatória, isto porque você não terá prova- 46 velmente tempo para analisar o grande volume de documentos resultantes de uma pes- quisa tão ampla e vaga. As ferramentas de busca oferecem comandos e recursos para você resolver este problema, isto é, possibilitar que suas buscas tenham resultados mais depurados e precisos. No sistema de ajuda de cada ferramenta você identificará quais são os comandos que poderão ser usados. Geralmente os comandos utilizados na busca de informações são: - uso de sinais: o sinal de inclusão + (mais), o sinal de exclusão – (menos), as- pas " " e o asterisco *; - uso de operadores booleanos: AND (e), OR (ou) e AND NOT (não) e tam- bém o uso dos parênteses ( ). O emprego dos comandos em buscas simples possibilita: - O uso de aspas " ": As aspas são utilizadas para que a ferramenta de busca considere as palavras como sendo uma frase. Por exemplo, ao colocar duas palavras entre as aspas, “gestão do conhecimento”, a busca ficará limitada a documentos que contenham exatamente essa frase. - O uso do sinal de mais +: O sinal de inclusão + deve ser utilizado antes de uma palavra ou frase para informar ao programa de busca que ele deve seleci- onar os documentos que tenham obrigatoriamente todas as palavras precedidas do sinal +, em qualquer ordem que seja. Por exemplo: +engenharia +"inteligência artificial". - o uso do sinal de menos – : O sinal de exclusão deve ser utilizado antes de uma palavra ou frase para informar ao programa de busca que ele não deve in- cluir os documentos que contenha aquela palavra(s) ou frase(s). Por exemplo: +engenharia –"engenharia de produção". - o uso do asterisco *: O asterisco é utilizado para solicitar ao programa de bus- ca que busque todos os documentos que contenham a parte inicial da palavra (até o asterisco) com qualquer terminação. Por exemplo: produ*, para recupe- rar produção, produtivo, produto, produtos, produtividade O uso de sinais pode ser combinado, e estes devem ser utilizados de forma lógi- ca; a primeira palavra ou frase deve ser sempre a de inclusão. Veja este exemplo: +"inteligência artificial" –"redes neurais artificiais". No caso acima, a ferramenta trará como resultado da pesquisa uma lista de do- cumentos que tenha a expressão “inteligência artificial”, mas não contenha a expressão “redes neurais artificiais”. A relação lógica entre os termos a serem pesquisados, cha- mada de expressão booleana, é estabelecida pelos operadores lógicos também conheci- dos como operadores booleanos. Tais operadores são derivados da teoria de conjuntos e são de uso universal para aplicação na recuperação da informação. Os operadores booleanos são usados nas buscas para possibilitar a ampliação ou a restrição (refina- mento) dos resultados. Os operadores válidos numa expressão de pesquisa são os se- guintes: 47 Operador Significado Resultado obtido O uso de operadores pode ser observado nos exemplos abaixo: - AND: o uso do operador AND traz como resultado da pesquisa páginas que possuam obrigatoriamente todas as palavras ligadas por esse operador. Por exemplo, na solicitação: “engenharia genética” AND ética. O resultado da pesquisa será uma lista com todos os documentos com a expressão “engenha- ria genética” que também tenham a palavra ética. - NOT: o uso dos operadores AND NOT traz como resultado da pesquisa pági- nas que possuam a palavra que precede o operador AND e excluam as palavras que sucedem o operador NOT. Por exemplo, na seguinte solicitação: “enge- nharia genética” AND NOT ética. O resultado da pesquisa incluirá todos os documentos que possuam a expressão “engenharia genética”, mas que não contenham a palavra ética. - OR: o uso do operador OR traz como resultado da pesquisa documentos que possuam tanto uma palavra como a(s) outra(s) ligada(s) por esse conectivo. Por exemplo, na solicitação: “engenharia genética” OR ética. O resultado da pesquisa incluirá todos os documentos que possuam a expressão engenharia genética e a palavra ética não necessariamente no mesmo documento. - PARÊNTESES ( ): os parênteses são utilizados para agrupar várias palavras ligadas pelos conectivos. Veja o exemplo: qualidade AND (empresas OR or- ganizações) 7.3.9. Como Avaliar a Informação Disponibilizada na Internet? A internet, como vimos, é uma fonte inesgotável de recursos. Você deve utilizá- la para busca de informações, mas deve ser igualmente seletivo no uso dessas informa- ções. Alguns critérios de seleção devem ser adotados como, por exemplo, verificar as credenciais do autor, como está escrito o documento (linguagem, correção ortográfica e gramatical) e a atualidade do site. Outro cuidado que você deve tomar é com os direitos autorais. 50 8. Leitura, Resumo, Citações e Referências - Aplicar princípios na análise e leitura de textos; - Identificar pontos importantes de um texto; - Elaborar sínteses de textos; - Formular citações de documentos de acordo com as recomendações da ABNT; - Formular referências de acordo com as recomendações da ABNT. 8.1. Introdução Para a realização do projeto de pesquisa e, principalmente, para a elaboração da revisão de literatura, os processos de leitura e fichamentos de textos são fundamentais. Ter condições de elaborar resumos é importante na medida em que facilita o processo de síntese e análise dos documentos lidos. Citações e referências elaboradas de acordo com as normas da ABNT facilitam o processo de identificação dos documentos lidos e permitem que você dê crédito, por uma questão de honestidade intelectual, aos autores das idéias usadas em sua pesquisa. 8.2. Leitura Saber ler e interpretar um texto é fundamental. Para facilitar o processo de leitu- ra Severino (2000) recomenda que esta seja feita com base nas seguintes dimensões de análise: - análise textual: preparação do texto para a leitura. Requer o levantamento esquemático da estrutura redacional do texto. Objetiva mostrar como o texto foi organizado pelo autor permitindo uma visualização global de sua aborda- gem. Devem-se buscar: esclarecimentos para o melhor entendimento do vo- cabulário, conceitos empregados no texto e informações sobre o autor; - análise temática: compreensão da mensagem do autor. Requer a procura de respostas para as seguintes questões: de que trata o texto? Qual o objetivo do autor? Como o tema está problematizado? Qual a dificuldade a ser resolvida? Que posições o autor assume? Que idéias defende? O que quer demonstrar? Qual foi o seu raciocínio, a sua argumentação? Qual a solução ou a conclu- são apresentada pelo autor?; - análise interpretativa: interpretação da mensagem do autor. Requer análise dos posicionamentos do autor situando-o em um contexto mais amplo da cultura filosófica em geral. Deve-se fazer avaliação crítica das idéias do au- tor observando a coerência e validade de sua argumentação, a originalidade de sua abordagem, a profundidade no tratamento do tema, o alcance de suas conclusões. E, ainda, fazer uma apreciação pessoal das idéias defendidas. 8.3. Resumos Você deve elaborar os resumos de acordo com a NBR6028 (NB88) da Associa- ção Brasileira de Normas Técnicas (1990), que define as regras para sua redação e apre- sentação. Os resumos devem vir sempre acompanhados da referência da publicação. 51 Resumo é a apresentação condensada dos pontos relevantes de um texto. No re- sumo você deve ressaltar de forma clara e sintética a natureza e o objetivo do trabalho, o método que foi empregado, os resultados e as conclusões mais importantes, seu valor e originalidade. O conteúdo de um resumo deve contemplar o assunto ou os assuntos tra- tados de forma sucinta, o objetivo do trabalho, o método ou os métodos empregados, como o tema foi abordado e suas conclusões. 8.3.1. Requisitos de um Resumo - Concisão: a redação é concisa quando as idéias são bem expressas com um mínimo de palavras. - Precisão: resultado das seleções das palavras adequadas para expressão de cada conceito. - Clareza: característica relacionada à compreensão. Significa um estilo fácil e transparente. A leitura do resumo deve permitir: conhecer o documento; determinar se é preci- so ler o documento na íntegra. 8.3.2. Tipos de resumos Informativo Contém as informações essenciais apresentadas pelo texto. Ex: SILVA, Edna Lúcia da. A construção dos fatos científicos: das práticas con- cretas às redes científicas. 1998. Tese (Doutorado em Ciência da Informação) – ECO-UFRJ/CNPq-IBICT, Rio de Janeiro. Pesquisa que aborda a questão das relações entre Ciência e Sociedade e seus desdobramentos no campo da comu- nicação científica, utilizando como fio condutor de análise o cotidiano, o dia-a- dia da atividade científica no Laboratório de Pesquisa do Grupo de Pesquisa em Química Bioinorgânica da Universidade Federal de Santa Catarina. As ações dos cientistas, neste espaço estratégico de produção do conhecimento, foram observadas porque se considera que o conhecimento, como produto, é afetado pelas condições sociais de um contexto específico. Usando como inspiração os Estudos de Laboratório da Nova Sociologia da Ciência, adotando, portanto, uma perspectiva antropológica, o foco do estudo recaiu em duas questões: 1) Como são os fatos científicos construídos no laboratório e como a comunicação científica atua nesta construção?; 2) Quais as redes de relações e comunicações que se estabelecem para viabilizar a construção de fatos científicos? Os resulta- dos mostram como é feita a Ciência Bioinorgânica no contexto da UFSC e nas contingências verificadas com base na observação in loco do trabalho dos pes- quisadores no laboratório de pesquisas, nas suas falas sobre o que fazem e nas entrevistas formais ou informais realizadas durante os dez meses de pesquisa de campo e na análise de documentos produzidos pelo Grupo. Enfoca a história do Grupo na UFSC, o laboratório como o espaço do fazer científico, o processo da construção do conhecimento, a produção científica e as redes científicas. Apre- senta um parecer analítico sobre o que foi dito como observado, procurando atrelar concepções diferentes sobre a dinâmica do fazer científico para compor uma configuração própria e particular sobre a realidade da construção do co- nhecimento no Grupo de Pesquisa e no Laboratório de Química Bionorgânica da UFSC. Indicativo ou Descritivo 52 Não dispensa a leitura do texto completo. Apenas descreve a natureza, a forma e o objetivo do documento. Ex: SILVA, Edna Lúcia da. A construção dos fatos científicos: das práticas con- cretas às redes científicas. 1998. Tese (Doutorado em Ciência da Informação) – ECO-UFRJ/CNPq-IBICT, Rio de Janeiro. Pesquisa que aborda a questão das relações entre Ciência e Sociedade e seus desdobramentos no campo da comu- nicação científica utilizando como fio condutor de análise o cotidiano, o dia-a- dia da atividade científica no Laboratório de Pesquisa do Grupo de Pesquisa em Química Bioinorgânica da Universidade Federal de Santa Catarina. Crítico Informa sobre o conteúdo do trabalho e formula julgamento sobre ele. Não existe padronização. É subjetivo, pois depende de interpretação. O seu resultado é pro- duto do repertório particular de conhecimentos de quem o está elaborando. Recomendações importantes para a redação do resumo informativo A estrutura deve ser lógica, isto é, o texto deve ter começo, meio e fim. A pri- meira frase deve ser significativa, expondo o tema principal do documento, isto é, identificando o objetivo do autor quando escreveu o texto. As frases subseqüentes de- vem seguir a lógica de abordagem do autor, isto é, a seqüência dada às idéias pelo autor, incluindo todas as divisões importantes dando igual proporção a cada uma delas e sem- pre observando o tema principal do documento, isto é, objetivo do autor. Dar preferên- cia ao uso da terceira pessoa do singular e o verbo na voz ativa (descreve, aborda, estuda, etc.). Segundo a NBR6028 (NB88), deve-se evitar no resumo: - o uso de parágrafos; - frases longas; - citações e descrições ou explicações detalhadas; - expressões do tipo: o “autor trata”, no “texto do autor” o “artigo trata” e si- milares; - figuras, tabelas, gráficos, fórmulas, equações e diagramas. A extensão recomendada, segundo a ABNT, para os resumos informativos é a seguinte: - monografias e artigos = até 250 palavras; - notas e comunicações breves = até 100 palavras; - relatórios e teses = até 500 palavras. 8.4. Citação Segundo a Associação Brasileira de Normas Técnicas (2001, p.1), citação é a “menção no texto de uma informação extraída de outra fonte”. Pode ser uma citação di- reta, citação indireta ou citação de citação, de fonte escrita ou oral. A NBR10520:2001 define os parâmetros para a apresentação de citações em do- cumentos. As citações em trabalho escrito são feitas para apoiar uma hipótese, sustentar uma idéia ou ilustrar um raciocínio por meio de menções de trechos citados na biblio- grafia consultada. 55 4. local de publicação (onde?); 5. editora; 6. data de publicação da obra (quando?). Você deve apresentar elementos de forma padronizada e na seqüência apresen- tada acima. Uma das finalidades das referências é informar a origem das idéias apre- sentadas no decorrer do trabalho. Nesse sentido você deve apresentá-las completas, para facilitar a localização dos documentos. Veja alguns modelos de referencias: Livro no Todo COPELAND, Tom; KOLLER, Tim; MURRIN, Jack. Avaliação de empresas: valuati- on. São Paulo: Makron Books, 2000. Capítulo de Livro sem Autoria Especial (Onde o autor do livro é o mesmo autor do capítulo) DRAGOO, Boo. Uma nova visão dos negócios. In: ___. Guia da Ernest & Young para gerenciar o lucro em tempo real. Rio de Janeiro: Record, 1999. cap.10, p.93– 100. Parte de Coletânea (Capítulo de Livro com Autoria Específica - onde o autor do capí- tulo não é o mesmo autor do livro) ROY, Bernard. The outranking approach and the foundations of electre methods. In: BANA E COSTA, C. A. Reading in multiple decision aid. Berlim: Springer-Verlag, 1990. p. 39-52. Trabalho Apresentado em Congresso PATON, Claudecir et al. O uso do balanced scorecard como um sistema de gestão es- tratégica. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE CUSTOS, 6., 1999, São Paulo. Anais... São Paulo: FIPECAFI, 1999. 1CD. Na referência até três autores listam-se os três autores separados por ponto e vír- gula. Mais de três autores, coloca-se o primeiro seguido da expressão “et al”; Quando necessário colocam-se todos os autores: - SILVA, João; SOARES, Carlos; PIMENTA, Paulo. - SILVA, João et al. Nos sobrenomes que acompanham “Filho”, “Neto” ou “Sobrinho”, esses de- signativos são grafados junto aos sobrenomes: - COSTA NETO, Francisco. - LIMA SOBRINHO, Sílvio. - REIS FILHO, Juca. Artigo de Periódico SIMONS, Robert. Qual é o nível de risco de sua empresa? HSM Management, São Paulo, v.3, n.16, p.122-130, set./out. 1999. Artigo de Jornal FRANCO, Gustavo H. B. O que aconteceu com as reformas em 1999. Jornal do Brasil, Rio de Janeiro, 26 dez. 1999. Economia, p.4. 56 Tese/Dissertação HOLZ, Elio. Estratégias de equilíbrio entre a busca de benefícios privados e os cus- tos sociais gerados pelas unidades agrícolas familiares: um método multicritério de avaliação e planejamento de microbacias hidrográficas. 1999. Tese (Doutorado em En- genharia de Produção) - Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção, UFSC, Florianópolis. No caso de ser uma dissertação, muda-se a nota Tese (Doutorado em Engenharia de Produção) para Dissertação (Mestrado em Engenharia de Produção). 8.5.1. Documentos eletrônicos/digitais A ABNT (2000) fixou recomendações para a referenciação de documentos ele- trônicos/digitais. Os exemplos que constam da NBR6023:2000 são: Enciclopédia/Monografia em meio eletrônico Enciclopédia KOOGAN, A.; HOUAISS, A. (Ed.). Enciclopédia e dicionário digital 98. São Paulo: Delta: Estadão, 1998. 5 CD-ROM. Parte de Monografia SÃO PAULO (Estado). Secretaria do Meio Ambiente. Tratados e organizações ambi- entais e matéria de meio ambiente. In: ___. Entendendo o meio ambiente. São Paulo, 1999. v.1. Disponível em: <http://bdt.org.Br/sma/entendendo/atual.htm>. Acesso em: 8 mar. 1999. Publicações em meio eletrônico Artigo de Revista RIBEIRO, P. S. G. Adoção à brasileira: uma análise sociojurídica. Datavenia, São Paulo, ano 3, n. 18, ago. 1998. Disponível em: <http://www.datavenia.informação.Br/frameartig.html>. Acesso em: 10 set. 1998. Artigo de Jornal Científico KELLY, R. Eletronic publishing at APS: its not just on-line journalism. APS News Online, Los Angeles, nov. 1996. Disponível em: <http://www.aps.org/apsnews/1196/11965.html>. Acesso em: 25 nov. 1998. Trabalho de Congresso SILVA, R. N.; OLIVEIRA, R. Os limites pedagógicos do paradigma da qualidade total na educação. In: CONGRESSO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA DA UFPe, 4., 1996, Recife. Anais eletrônicos... Recife: UFPe, 1966. Disponível em: <http://www.propesq.ufpe.br/anais/ anais/educ/ce04.htm> Acesso em: 21 jan. 1997. Programa (Software) MICROSOFT Project for Windows 95, version 4.1: project planning software, [S.I.]: Microsoft Corporation, 1995. Conjunto de programas. 1CD-ROM. Software Educativo CD-ROM PAU no Gato! Por que? Rio de Janeiro: Sony Music Book Case Multimídia Educacio- nal, [1990]. 1 CD-ROM. Windows 3.1. Documento Jurídico em meio eletrônico 57 Súmula em Home page BRASIL. Supremo Tribunal Federal. Súmula n° 14. Não é admissível, por ato admi- nistrativo, restringir, em razão da idade, inscrição em concurso para cargo político. Dis- ponível em: <http://www.truenetm.com.br/jusrisnet/sumusSTF.html>. Acesso em: 29 nov. 1998. Legislação BRASIL. Lei n° 9.887, de 7 de dezembro de 1999. Altera a legislação tributária federal. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 8 dez. 1999. Dispo- nível em: <http://www.in.gov.br/mp_leistexto.asp?Id=LEI%209887>. Acesso em: 22 dez. 1999. Súmula em Revista Eletrônica BRASIL. Supremo Tribunal Federal. Súmula n° 14. Não é admissível, por ato adminis- trativo, restringir, em razão da idade, inscrição em concurso para cargo público. Julga- mento: 1963/12/16. SUDIN vol. 0000-01 PG 00037. Revista Experimental de Direito e Temática. Disponível em: <http://www.prodau-sc.com.br/ciberjur/stf.html>. Acesso em: 29 nov. 1998. 60 sa, observe os exemplos abaixo (Martins, 1994): - Assunto: Recursos Humanos Tema: Perfil ocupacional Problema: Qual é o perfil ocupacional dos trabalhadores em transporte ur- bano? - Assunto: Finanças Tema: Comportamento dos investidores Problema: Quais os comportamentos dos investidores no mercado de ações de São Paulo? - Assunto: Organizações Tema: Cultura organizacional Problema: Qual é a relação entre cultura organizacional e o desempenho funcional dos administradores? - Assunto: Recursos Humanos Tema: Incentivos e desempenhos Problema: Qual é a relação entre incentivos salariais e desempenho dos tra- balhadores? 9.3. Definição de Objetivos Nesta etapa, o aluno pensará a respeito de sua intenção ao propor a pesquisa. Deverá sintetizar o que pretende alcançar com a pesquisa. Os objetivos devem estar coe- rentes com a justificativa e o problema proposto. O objetivo geral será a síntese do que se pretende alcançar, e os objetivos específicos explicitarão os detalhes e serão um des- dobramento do objetivo geral. Os objetivos informarão para que você está propondo a pesquisa, isto é, quais os resultados que pretende alcançar ou qual a contribuição que sua pesquisa irá efetivamente proporcionar. A especificação do objetivo de uma pesquisa responde às questões para quê? e para quem? Os objetivos de um trabalho englobam as seguintes partes: - Objetivo Geral - Está relacionado a uma visão global e abrangente do tema. Relaciona-se com o conteúdo intrínseco, quer dos fenômenos e eventos, quer das idéias estudadas. Vincula-se diretamente à própria significação da dis- sertação proposta pelo projeto. - Objetivos específicos - Apresentam caráter mais concreto. Têm função in- termediária e instrumental, permitindo, de um lado, atingir o objetivo geral e, de outro, aplicar este a situações particulares. Os enunciados dos objetivos devem começar com um verbo no infinitivo e este verbo deve indicar uma ação passível de mensuração. Como exemplos de verbos usados na formulação dos objetivos, podem-se citar para: - determinar estágio cognitivo de conhecimento: os verbos apontar, arrolar, definir, enunciar, inscrever, registrar, relatar, repetir, sublinhar e nomear; - determinar estágio cognitivo de compreensão: os verbos descrever, discu- tir, esclarecer, examinar, explicar, expressar, identificar, localizar, traduzir e 61 transcrever; - determinar estágio cognitivo de aplicação: os verbos aplicar, demonstrar, empregar, ilustrar, interpretar, inventariar, manipular, praticar, traçar e usar; - determinar estágio cognitivo de análise: os verbos analisar, classificar, comparar, constatar, criticar, debater, diferenciar, distinguir, examinar, pro- var, investigar e experimentar; - determinar estágio cognitivo de síntese: os verbos articular, compor, cons- tituir, coordenar, reunir, organizar e esquematizar; - determinar estágio cognitivo de avaliação: os verbos apreciar, avaliar, eliminar, escolher, estimar, julgar, preferir, selecionar, validar e valorizar. 9.4. O que são hipóteses Hipóteses são suposições colocadas como respostas plausíveis e provisórias para o problema de pesquisa. As hipóteses são provisórias porque poderão ser confirmadas ou refutadas com o desenvolvimento da pesquisa. Um mesmo problema pode ter muitas hipóteses, que são soluções possíveis para a sua resolução. A(s) hipótese(s) irá(ão) orientar o planejamento dos procedimentos metodológi- cos necessários à execução da sua pesquisa. O processo de pesquisa estará voltado para a procura de evidências que comprovem, sustentem ou refutem a afirmativa feita na hi- pótese. A hipótese define até aonde você quer chegar e, por isso, será a diretriz de todo o processo de investigação. A hipótese é sempre uma afirmação, uma resposta possível ao problema pro- posto. As hipóteses podem estar explícitas ou implícitas na pesquisa. Quando analisados os instrumentos adotados para a coleta de dados, é possível reconhecer as hipóteses subjacentes (implícitas) que conduziram a pesquisa (GIL, 1991). Para Luna (1997), a formulação de hipóteses é quase inevitável, para quem é estudioso da área que pesquisa. Geralmente, com base em análises do conhecimento disponível, o pesquisador acaba “apostando” naquilo que pode surgir como resultado de sua pesquisa. Uma vez formulado o problema, é proposta uma resposta suposta, prová- vel e provisória (hipótese), que seria o que ele acha plausível como solução do proble- ma. 9.4.1. Características das hipóteses Muitos autores já determinaram as características ou critérios necessários para a validade das hipóteses. Lakatos e Marconi (1991) listaram onze (11) características já indicadas na literatura. São elas: - consistência lógica: o enunciado das hipóteses não pode ter contradições e deve ter compatibilidade com o corpo de conhecimentos científicos; - verificabilidade: devem ser passíveis de verificação; - simplicidade: devem ser parcimoniosas evitando enunciados complexos; - relevância: devem ter poder preditivo e/ou explicativo; - apoio teórico: devem ser baseadas em teoria para ter maior probabilidade de apresentar genuína contribuição ao conhecimento científico; - especificidade: devem indicar as operações e previsões a que elas devem ser 62 expostas; - plausibilidade e clareza: devem propor algo admissível e que o enunciado possibilite o seu entendimento; - profundidade, fertilidade e originalidade: devem especificar os mecanis- mos aos quais obedecem para alcançar níveis mais profundos da realidade, favorecer o maior número de deduções e expressar uma solução nova para o problema. 9.4.2. Classificação das hipóteses O problema, sendo um dificuldade sentida, compreendida e definida, necessita de uma resposta “provável, suposta e provisória”, que é a hipótese. Para Lakatos e Mar- coni (1991, p.104) a principal resposta é denominada de hipótese básica e esta pode ser complementada por outras denominadas de hipóteses secundárias. Hipótese Básica É a afirmação escolhida por você como a principal resposta ao problema pro- posto. A hipótese básica pode adquirir diferentes formas, tais como: - “afirma, em dada situação, a presença ou ausência de certos fenômenos; - se refere à natureza ou características de dados fenômenos, em uma situação específica; - aponta a existência ou não de determinadas relações entre fenômenos; - prevê variação concomitante, direta ou inversa, entre fenômenos, etc”. Hipóteses Secundárias São afirmações complementares e significam outras possibilidades de resposta para o problema. Podem: - “abarcar em detalhes o que a hipótese básica afirma em geral; - englobar aspectos não-especificados na hipótese básica; - indicar relações deduzidas da primeira; - decompor em pormenores a afirmação geral; - apontar outras relações possíveis de serem encontradas, etc”. 9.4.3. Como formular hipóteses O processo de formulação de hipóteses é de natureza criativa e requer experiên- cia na área. Gil (1991) analisou a literatura referente à descoberta científica e concluiu que na formulação de hipóteses podem-se usar as seguintes fontes: - observação; - resultados de outras pesquisas; - teorias; - intuição. 9.4. Considerações Finais Para encerrar a abordagem sobre Problema e Hipóteses de Pesquisa, apresenta-se 65 É uma atribuição de números a objetos (ou acontecimentos ou situações), de acordo com certa regra. A propriedade dos objetos denomina-se atributo mensurável (medido) e o número atribuído a um objeto particular é a sua medida: - atitude: disposição psicológica que leva uma pessoa a reagir de certa maneira frente a determinada situação; - opinião: posição mental consciente manifesta sobre algo ou alguém; - escala: é o instrumento científico de mensuração. Questionário É um instrumento de coleta de dados, constituído por uma série ordenada de perguntas pré-elaboradas, sistemática e seqüencialmente dispostas em itens que consti- tuem o tema da pesquisa, que devem ser respondidas por escrito e sem a presença do pesquisador. É uma interlocução planejada. Formulário É o nome usado para designar uma coleção de questões que são perguntadas e anotadas por um entrevistador numa situação face a face com outra pessoa. Tipos de perguntas As perguntas devem ser formuladas de maneira clara, objetiva, precisa, em lin- guagem acessível ou usual do informante, para serem entendidas com facilidade. A dis- posição das perguntas precisa seguir uma progressão lógica, para que o informante: - seja conduzido a responder pelo interesse despertado, sendo as perguntas atraentes e não controvertidas; - seja levado a responder, indo dos itens mais fáceis para os mais complexos; - não se defronte prematuramente com informações pessoais; - seja levado gradativamente de um quadro de referência a outro – facilitando o entendimento e as respostas. 10.1.2. Construção de questionário Ao elaborar um questionário, o pesquisador deve considerar as seguintes condi- ções de contorno: - Que decisões preciso tomar com essa pesquisa? - Que problema desejo responder? - Que hipóteses preciso testar? - Quais os objetivos a alcançar? Tipos de questões 1 – Fechadas: são fornecidas as respostas ao entrevistado, sendo que apenas uma alter- nativa de resposta é possível. Ex: Em que bairro o Sr.(a) mora? ( ) Cidade de Deus ( ) Bom Conselho ( ) Gurilândia ( ) Outro. Qual? .............................. 2 – Abertas: o entrevistado responde livremente o que pensa sobre o assunto. Ex: O que o Sr.(a) pensa sobre o bairro onde mora? ............................................................................................................................ 66 3 – Semi-aberta: é a junção de uma pesquisa fechada a uma aberta em que, num pri- meiro momento, o entrevistado responde a uma das opções e depois justifica, explica sobre a resposta. Ex: Em que bairro o Sr.(a) mora? ( ) Cidade de Deus ( ) Bom Conselho Por quê? ....................................... ( ) Gurilândia ( )Outro. Qual? 4 – Dicotômicas: tem como resposta Sim e Não Ex: O Sr.(a) mora em casa própria? ( ) Sim ( ) Não 5 – Encadeadas/dependentes: a segunda resposta depende da resposta da primeira. Ex: O Sr.(a) mora em casa própria financiada? ( ) Sim ( )Não Caso sim, Qual? ( ) BNH ( ) Banco Estatal ( ) Banco Particular ( )Outro..................................... ( ) Construtora 6 – Pergunta com Matriz de Resposta: monta-se um quadro para facilitar a resposta do entrevistado. São obtidas várias respostas na mesma pergunta. Ex: Bairro Morou Mora Pretende Morar Centro X X Gurilândia Bom Conselho X 7 – Ordem de Preferência: é dada ao entrevistado a possibilidade de escolha do 1º, 2º e 3º lugares. Ex: Caso o Sr.(a) fosse mudar de casa, qual bairro escolheria em 1º, 2º e 3º lugares? ( ) Cidade de Deus ( )Centro ( ) Gurilãndia ( ) Bom Conselho 8 – Gradação de Opinião: permite medir extremos de opinião Ex: Com relação ao seu atual plano de saúde, o Sr(a) afirmaria que está: ( ) totalmente satisfeito ( )parcialmente insatisfeito ( ) parcialmente satisfeito ( )totalmente insatisfeito ( ) sem opinião Outros exemplos: Avaliação: ( )ótimo ( ) bom ( )regular ( )ruim ( )péssimo ( )sem opinião Nível de concordância: ( )concordo plenamente ( )concordo ( )discordo ( )discordo plenamente 9 – Múltipla Escolha: permite ao entrevistado responder mais de uma opção. Ex: Que qualidades possui o bairro onde você mora? ( ) saneamento básico ( ) fácil acesso aos demais bairros ( ) segurança ( ) iluminação 67 ( ) pavimentação ( ) outro.......................................... 10.1.3. Pré-teste O questionário/formulário precisa ser testado antes de sua utilização definitiva, aplicando-se alguns exemplares em uma pequena população escolhida. Verificada as falhas, deve-se reformular o questionário, conservando, modificando, ampliando ou eliminado itens. O pré-teste deve ser aplicado mais de uma vez e em uma população com características semelhantes. Em média aplica-se o equivalente à 5% ou 10% da amostra. 10.1.4. Amostragem As pesquisas sociais abrangem um universo de elementos tão grande que se tor- na impossível considerá-los em sua totalidade. Por essa razão, nas pesquisas sociais é muito freqüente trabalhar com uma amostra, ou seja, com uma parte representativa do universo. Conceitos básicos: - Universo ou população: é o conjunto de seres animados ou inanimados que apresentam pelo menos uma característica em comum. Ex: população de um município, estado ou país, trabalhadores de uma indústria bélica, todos os alunos matriculados na escola X. - Amostra: é uma porção ou parcela, convenientemente selecionada do uni- verso (população); é um subconjunto do universo. Há duas grandes divisões no processo de amostragem (determinação da amostra a ser pesquisada): a probabilística e a não-probabilística. - Amostragem probabilística (ou aleatória): é a única forma que permite planos de amostra representativa. Permite que o pesquisador estime até que ponto os resultados baseados em sua amostra tendem a diferir dos que seriam encontrados por meio do estudo da população. São consideradas rigorosa- mente estatísticas. Tem como principais características: - Poder especificar, para cada elemento da população, sua probabilida- de de ser incluído na amostra; - Pode ser submetida a tratamento estatístico, que permite compensar erros amostrais. - Tipos de Amostragem probabilística mais usuais: - Aleatória simples: atribui a cada elemento da população um número único: selecionar a amostra utilizando números aleatórios. - Sistemática: usar ordem natural ou ordenar a população; selecionar ponto de aleatório entre 1 e o 10; selecionar a amostra segundo inter- valos correspondentes aos números. Uso de lista. - Estratificada: selecionar uma amostra de cada subgrupo da popula- ção considerada. Ex: alunos do curso de Jornalismo, (alunos da ma- nhã e noite, alunos de cada série). - Por conglomerados ou grupos: determinar um grupo da população, como escolas, empresas, igrejas, etc. a exigência básica é que o indi- víduo, objeto de pesquisa, pertença a um grupo. 70 mento e aperfeiçoamento de novas idéias. Não se deve usar pesquisa qualitativa quando o que se espera é saber quantas pessoas irão responder de um determinada forma ou quantas terão a mesma opinião. A pesquisa qualitativa não é projetada para coletar resultados quantificáveis. Depois de descobrir porque uma pessoa poderia comprar ou responder de determinada forma, é relativamente fácil contar quantas pessoas pensam da mesma forma, através da pesquisa qualitativa. A pesquisa qualitativa costuma ser seguida de um estudo quantitativo. Os dados qualitativos - a matéria-prima produzida por estes métodos - consistem de descrições detalhadas de situações, eventos, pessoas, interações comportamento ob- servados; citações diretas das pessoas acerca de suas, experiências, atitudes, crenças e pensamentos; e extratos ou passagens inteiras de documentos, registros de correspon- dência e históricos de casos. Os dados são coletados sem que se tente enquadrar as ati- vidades institucionais ou as experiências das pessoas em categorias pré-determinadas e padronizadas, tais como as escolhas de respostas que compõem os questionários ou tes- tes típicos (Quinn Patton, 1986). Na pesquisa qualitativa, os estágios reconhecidos do processo de pesquisa for- mulação do problema, identificação das informações-chave, coleta de dados e análise - embora mereçam frequentemente um lugar formal, não são em geral facilmente separá- veis. Ao invés de se apresentar como um processo linear, a pesquisa evolui em direção a seu final no que poderia ser melhor descrito como uma série de iterações com modifica- ções de compreensão ocorrendo através da fase de entrevistas, assim como durante os estágios de análise formal e de redação. O pesquisador qualitativo faz pouco segredo de seu envolvimento íntimo no pro- cesso de descoberta, tendo em vista que há poucos estágios, ou talvez nenhum, durante os quais ele se veja alijado dos procedimentos de pesquisa. Há outras características da pesquisa qualitativa que poderiam ser mencionadas e que apresentariam alguma importância neste contexto. Em primeiro lugar está o pequeno número de unidades amostrais -individuais ou de grupo -que em geral está envolvido. Os pequenos números não constituem uma ca- racteristica inalienável da pesquisa qualitativa. Nada há que determine que a pesquisa qualitativa tenha que ser conduzida com pequenos números. Mas as grandes quantida- des de dados densos que os métodos qualitativos tendem a gerar propiciam uma razão de ordem prática para que se limite o tamanho da amostra. Em segundo lugar, as amostras de pesquisa qualitativa são em geral descritas com o uso de termos tais como intencionais, isto é, amostras não probabilísticas seleci- onadas de tal forma a elevar as possibilidades de cobertura de uma série de assuntos, fe- nômenos, tipos de indivíduos e assim por diante, que sejam de interesse. É importante, contudo, observar que elas não são amostras ao acaso no sentido de que são em geral adotados procedimentos sistemáticos que se valem de informações e expectativas de uso corrente acerca das dimensões relevantes de um problema de pes- quisa. Finalmente, a pesquisa qualitativa é freqüentemente descrita como sendo essen- cialmente indutiva em sua abordagem, o que quer dizer que a mesma é conduzida pelos dados, sendo os resultados e conclusões extraídos diretamente destes últimos. Isto con- trastaria com a abordagem dedutiva, através da qual idéia e hipóteses formuladas são testadas em dados coletados especialmente com este propósito. Além do aspecto de ajuda na orientação do debate, a principal razão para que 71 coloque estas características-chave da pesquisa qualititativa no que poderia parecer uma maneira bastante pedante é o fato de que a discussão de sua validade confiabilidade constitui uma hidra de inúmeras cabeças. Simplesmente não há, por exemplo, um con- ceito único de validade que seja comumente empregado, mas uma, série deles, e dife- rentes aspectos da pesquisa qualitativa se revestem de importância dependendo do con- ceito que esteja sendo usado. 10.2.1. Características gerais e referências Talvez a melhor maneira de entender o que significa pesquisa qualitativa é de- terminar o que ela não é. Ela não é um conjunto de procedimentos que depende forte- mente de análise estatística para suas inferências ou de métodos quantitativos para a coleta de dados [Glazier, 1992]. As principais características dos métodos qualitativos são a imersão do pesqui- sador no contexto e a perspectiva interpretativa de condução da pesquisa [Kaplan & Duchon, 1988]. Na pesquisa qualitativa, o pesquisador é um interpretador da realidade [Bradley, 1993]. Dados qualitativos [Patton, 1980] e [Glazier, 1992]: - descrições detalhadas de fenômenos, comportamentos; - citações diretas de pessoas sobre suas experiências; - trechos de documentos, registros, correspondências; - gravações ou transcrições de entrevistas e discursos; - dados com maior riqueza de detalhes e profundidade; - interações entre indivíduos, grupos e organizações. Os métodos qualitativos são apropriados quando o fenômeno em estudo é com- plexo, de natureza social e não tende à quantificação. Normalmente, são usados quando o entendimento do contexto social e cultural é um elemento importante para a pesquisa. Para aprender métodos qualitativos é preciso aprender a observar, registrar e analisar interações reais entre pessoas, e entre pessoas e sistemas [Liebscher, 1998]. 10.2.2. Abordagens de pesquisa e métodos de coleta de dados mais usados Tipos de pesquisa que normalmente adotam uma abordagem qualitativa: pesqui- sa-ação, grounded theory, estudos etnográficos e estudos de caso [Myers]. Métodos mais usados: observação, observação participante, entrevista individual semi ou não estruturada, grupo focal e análise documental. Em pesquisas qualitativas, a consistência pode ser checada por meio de exame detalhado da literatura e comparando os achados ou observações com aqueles da litera- tura. Outra maneira é utilizar a triangulação, isto é, empregar métodos diferentes de co- leta dos mesmos dados e comparar os resultados [Glazier, 1992]. (validade e confiabili- dade são medidas de consistência). Vários autores defendem a idéia de combinar métodos quantitativos e qualitati- vos com intuito de proporcionar uma base contextual mais rica para interpretação e va- lidação dos resultados [Kaplan & Duchon, 1988]. Em pesquisas qualitativas, as grandes massas de dados são quebradas em unida- des menores e, em seguida, reagrupadas em categorias que se relacionam entre si de forma a ressaltar padrões, temas e conceitos [Bradley, 1993]. Análise é o processo de 72 ordenação dos dados, organizando-os em padrões, categorias e unidades básicas descri- tivas; Interpretação envolve a atribuição de significado à análise, explicando os padrões encontrados e procurando por relacionamentos entre as dimensões descritivas [Patton, 1980]. A análise dos dados em pesquisas qualitativas consiste em três atividades iterati- vas e contínuas [Miles & Huberman, 1984]: - redução dos dados - processo contínuo de seleção, simplificação, abstração e transformação dos dados originais provenientes das observações de campo. Na verdade a redução dos dados já se inicia antes da coleta de dados propri- amente dita; - apresentação dos dados - organização dos dados de tal forma que o pesqui- sador consiga tomar decisões e tirar conclusões a partir dos dados (textos narrativos, matrizes, gráficos, esquemas etc.); - delineamento e verificação da conclusão - identificação de padrões, possíveis explicações, configurações e fluxos de causa e efeito, seguida de verificação, retornando às anotações de campo e à literatura, ou ainda replicando o acha- do em outro conjunto de dados. 10.3. Comparação entre pesquisa qualitativa e quantitativa A pesquisa ou método científico normalmente é definido como quantitativo ou qualitativo em função do tipo de dados coletados (quantitativos ou qualitativos). A pes- quisa qualitativa é indutiva, isto é, o pesquisador desenvolve conceitos, idéias e enten- dimentos a partir de padrões encontrados nos dados, ao invés de coletar dados para comprovar teorias, hipóteses e modelos preconcebidos [Reneker, 1993]. A pesquisa quantitativa normalmente se mostra apropriada quando existe a pos- sibilidade de medidas quantificáveis de variáveis e inferências a partir de amostras de uma população. Esse tipo de pesquisa usa medidas numéricas para testar constructos ci- entíficos e hipóteses, ou busca padrões numéricos relacionados a conceitos cotidianos. Em contrapartida, a pesquisa qualitativa se caracteriza, principalmente, pela ausência de medidas numéricas e análises estatísticas, examinando aspectos mais profundos e sub- jetivos do tema em estudo. [Dias, 1999]. De uma forma geral, os métodos qualitativos são menos estruturados, proporcio- nam um relacionamento mais longo e flexível entre o pesquisador e os entrevistados, e lidam com informações mais subjetivas, amplas e com maior riqueza de detalhes do que os métodos quantitativos [Dias, 1999]. Os métodos qualitativos geralmente empregam procedimentos interpretativos, pressupostos relativistas e representação verbal dos da- dos, em contraposição à representação numérica [Sutton, 1993]. A pesquisa qualitativa é geralmente associada à pesquisa exploratória interpreta- tiva, enquanto a pesquisa quantitativa é associada a estudos positivistas confirmatórios [Wildemuth, 1993]. Normalmente a pesquisa qualitativa é associada a dados qualitati- vos, abordagem interpretativa e não experimental, análise de caso ou conteúdo, en- quanto a pesquisa quantitativa é associada a dados quantitativos, abordagem positivista e experimental e análise estatística [Patton, 1980]. As Pesquisas Quantitativas e Qualitativas oferecem perspectivas diferentes, mas não necessariamente pólos opostos. De fato, elementos de ambas as abordagens podem ser usados conjuntamente em estudos mistos, para fornecer mais informações do que 75 11. O Projeto de Pesquisa (Qualificação) - Identificar os elementos de um projeto de pesquisa; - Esclarecer como elaborar um projeto de pesquisa. 11.1. Introdução Agora que você já conhece as etapas de uma pesquisa, é necessário aprender a elaborar um Projeto de Pesquisa. O Projeto de Pesquisa é um documento que tem por finalidade antever e metodizar as etapas operacionais de um trabalho de pesquisa. Nele, você irá traçar os caminhos que deverão ser trilhados para alcançar seus objetivos. O documento permitirá a avaliação da pesquisa pela comunidade científica e será apre- sentado para se obter aprovação e/ou financiamento para sua execução (GIL, 1991). Um projeto deve trazer elementos que contemplem respostas às seguintes ques- tões: - o que será pesquisado? O que se vai fazer?; - por que se deseja fazer a pesquisa?; - para que se deseja fazer a pesquisa?; - como será realizada a pesquisa?; - quais recursos serão necessários para sua execução?; - quanto vai custar, quanto tempo vai se levar para executá-la e quem serão os responsáveis pela sua execução? 11.2. Roteiro para Qualificação O projeto de pesquisa deve seguir a seqüência de itens que serão comuns a to- dos os tipos de trabalho conforme segue: Capa Resumo 1. Introdução 1.1. Tema 1.2. Revisão de Literatura 1.3. Relevância do estudo ou justificativa 1.4. Formulação do problema 1.5. Objetivos (geral e específicos) 2. Referencial Teórico 3. Metodologia 76 3.1. Classificação da pesquisa 3.2. Hipóteses ou Suposições 3.3. Definição dos termos (se for o caso) 3.4. Coleta e análise dos dados 3.5. Delimitação do estudo 3.6. Resultados esperados 4. Viabilidade da Pesquisa 4.1. Cronograma 4.2. Recursos Tecnológicos 4.3. Restrições 5. Bibliografia Apêndices (opcional) Anexos (opcional) 11.3. Elementos constitutivos do projeto de qualificação Capa A capa deve conter: - Instituição onde o trabalho foi executado (na margem superior); - Título do trabalho (mais ou menos centralizado na folha); - Nome do autor (mais ou menos centralizado na folha); - Cidade e ano de conclusão do trabalho (na margem inferior) OBS.: A Associação Brasileira de Normas Técnicas não determina a disposição destes dados na folha. Esta distribuição deve ser definida pela Instituição, para unifor- mização de seus trabalhos acadêmicos. 77 UNIVERSIDADE CATÓLICA DE BRASÍLIA PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO SENSU EM GESTÃO DO CONHECIMENTO E DA TECNOLOGIA DA INFORMA- ÇÃO Autor Título do Projeto Qualificação de Mestrado Brasília Ano Configurações de páginas Tamanho do papel.............................A4 Margens: superior...........................3 cm Lateral esquerda.............................3 cm Lateral direita..................................2 cm Inferior.............................................2 cm Alinhamento do texto:.............justificado Entrelinhas.................................................1,5 Tipo de letra:.................Times New Roman Tamanho das letras: Corpo do trabalho......12 Notas de rodapé.......................................... 10 Título dos capítulos.....................................16 Subtítulo dos capítulos................................14 Número de páginas: até 12, excluindo Apêndices e Anexos 80 quadro teórico e com as hipóteses (se for o caso). Em qualquer tipo de pesquisa, a fim de obter dados o mais possível coerentes, "livre" de erros introduzidos por entrevistadores, observadores e outras pessoas, é ne- cessário orientar e preparar a equipe dos que trabalham na coleta a fim de se obter dados o mais possível controlados, honestos, completos, coerentes e precisos. Os erros mais comuns no processo de coleta são oriundos das distorções, ênfases que cada entrevistador faz ao fazer a pergunta: voz diferente, acentuação, aparência, ex- pressão facial. Há também, erros resultantes de expectativas dos entrevistadores com respeito à resposta dos entrevistadores. Erros na transcrição das respostas ou nas situa- ções em que não é possível fazer anotações, a memória do entrevistador poderá ficar sobrecarregada ocorrendo omissões, consequentemente surgindo aspectos tendenciosos. O tratamento dos dados supondo sua re/organização varia segundo a natureza do objeto, o modelo da pesquisa e os instrumentos utilizados. No caso de pesquisa quanti- tativa deve-se observar o tratamento estatístico adequado. Supõe-se que os dados re/organizados estarão sendo re/construídos no sentido da busca da compreensão- análi- se e interpretação. Portanto, o pesquisador fazer a previsão de quais os recursos manuais ou com- putacionais que serão empregados para analisar, tabular e apresentar os dados obtidos na pesquisa de campo. Atualmente, com o advento da informática, é natural a escolha de recursos computacionais para dar suporte à elaboração de índices e cálculos estatísti- cos, tabelas, quadros e gráficos. 3.5. Delimitação do Estudo Delimitação do estudo refere-se à moldura que o autor coloca em seu estudo. É o momento em que se explicita para o leitor o que fica dentro do estudo e o que fica fora. Já que a realidade é extremamente complexa, por um lado, e história por outro, não se pode analisá-la em seu todo; logo, cuida-se apenas de parte dessa realidade (Vergara, 1997:30). 3.6. Resultados esperados Detalhe quais os resultados você espera alcançar ao final do processo de execu- ção do projeto de pesquisa. 4. Viabilidade da pesquisa 4.1. Cronograma Coloque as principais atividades que serão realizadas, e as datas em que tais eventos acontecerão. Por exemplo: Semana ou meses 1 2 3 4 5 ... Atividades Revisão da bibliogra- fia X X X X X ... Redação, etc. X X ... 81 ... 4.2. Recursos Tecnológicos Citar os recursos necessários para o desenvolvimento da pesquisa, especificando as necessidades em hardware e software. 4.3. Restrições Neste item, o aluno deverá fazer uma análise sintética confrontando a sua pro- posta de pesquisa com a necessidade de apoio e/ou autorização de sua organização para obtenção de dados e informações. Esta análise é importante, porque a não obtenção de tal apoio e/ou autorização pode inviabilizar a pesquisa. 5. Bibliografia Na bibliografia, deve-se inventariar as fontes bibliográficas que viabilizem o desenvolvimento da monografia. Este levantamento pode ser feito em bibliotecas e acervos técnicos, assim como através da Internet. Um indício de que um tema é viável para ser desenvolvido na forma de disserta- ção é a grande quantidade de livros, artigos e outros tipos de fontes existentes. Se o contrário acontecer, ou seja, a quantidade de fontes de consulta/bibliografia for muito pequena ou inexistente, significa que o assunto/tema será provavelmente inviável de ser desenvolvido no momento atual. Não confundir a inexistência de bibliografia com o momento inicial dos traba- lhos de pesquisa, quando tal situação pode ser encarada como normal. Ou seja, inicial- mente a bibliografia é sempre pobre ou inexistente. Neste caso, a sugestão, tão logo seja descoberta alguma obra relacionada ao tema da monografia, é que o aluno consulte a página final da obra inicialmente identificada, para daí extrair outras obras consulta- das/utilizadas pelo autor daquela. No caso de a bibliografia identificada se mostrar insuficiente, o aluno deve re- pensar e, eventualmente, alterar o tema da monografia. 82 12. Elaboração e Apresentação do Relatório de Pesquisa (Dis- sertação/Tese) - Elaborar e apresentar um relatório de pesquisa. 12.1. Introdução Um trabalho científico é um texto escrito para apresentar os resultados de uma pesquisa. Os cursos de pós–graduação têm por objetivo aprimorar a formação científica e cultural do estudante visando a produção de conhecimentos. Nos cursos de pós–gra- duação stricto sensu, mestrado e doutorado, os relatórios de pesquisa são chamados de dissertação e tese, respectivamente. Dissertação de mestrado é o relatório final da pesquisa realizada no curso de pós–graduação para a obtenção do título de mestre. Tese de doutorado é o relatório final de pesquisa realizada no curso de pós–graduação para a obtenção do título de doutor. A dissertação de mestrado e a tese de doutorado são trabalhos científicos. As diferenças entre elas não se resumem à extensão do trabalho, mas se referem ao nível da aborda- gem. Da tese de doutorado os cursos exigem da pesquisa realizada uma contribuição original, e da dissertação de mestrado as exigências nesse aspecto são menores. A dis- sertação de mestrado representa o primeiro passo de inserção do pesquisador no mundo da ciência. Para Salvador (1978), a contribuição que se espera da dissertação é a sistemati- zação dos conhecimentos; a contribuição que se deseja da tese é uma nova descoberta ou uma nova consideração de um tema velho: uma real contribuição para o progresso da ciência. Quanto à estrutura física do trabalho científico você adotará o modelo abaixo que está baseado na NBR14724 – Informação e Documentação – Trabalhos Acadêmi- cos – Apresentações (2001). O relatório de pesquisa (dissertação ou tese) deve conter: - Elementos Pré-Textuais Capa ....................................................................................................(obrigatório) Folha de rosto .....................................................................................(obrigatório) Errata ......................................................................................................(opcional) Folha de aprovação..............................................................................(obrigatório) Dedicatória..............................................................................................(opcional) Agradecimentos.......................................................................................(opcional) Epígrafe...................................................................................................(opcional) Resumo e Abstract ..............................................................................(obrigatório) Sumário ..............................................................................................(obrigatório) Listas de ilustrações, abreviaturas e siglas, símbolos .............................(opcional) - Elementos Textuais Introdução Revisão de Literatura 85 13. Como Apresentar Graficamente seu Relatório de Pesquisa (Dissertação ou Tese) Definir parâmetros para apresentação gráfica das dissertações e teses de acordo com as normas da ABNT. 13.1. Introdução A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) recomenda a utilização das seguintes normas na apresentação de trabalhos escritos: - Sumário - NBR6027:1989-NB85:1987 - Numeração progressiva das seções de um documento - NBR6024:1989- NB69:1987 - Resumos (errata, julho 1991) - NBR6028:1990-NB88:1987 - Citações em documento - NBR10520:2001 - Referências - NBR6023:2000 - Trabalhos acadêmicos - NBR14724:2001 - Títulos de lombada - NBR12225:1992 13.2. Como normalizar a apresentação gráfica de teses e dissertações No caso do Programa de Pós-Graduação em Gestão do Conhecimento e da Tec- nologia da Informação da UCB, será mostrado, passo a passo, como será o emprego das normas para a apresentação gráfica das dissertações com referência aos elementos pré- textuais, textuais, complementares e pós-textuais. Os itens devem estar apresentados na seqüência apresentada a seguir. Capa Devem constar os elementos essenciais necessários à identificação do docu- mento. A capa deve ser preta e dura em vulcapel com letras douradas. Dorso ou Lombada Deve constar na parte superior a sigla da Universidade Católica de Brasília (UCB) e do Programa de Pós-Graduação em Gestão do Conhecimento e da Tecnologia da Informa- ção (MGCTI). No meio, de cima para baixo, o título da dissertação, o nome do autor, e na parte inferior o ano da defesa. 86 ANO Dissertação UCB PRPG MGCTI N om e do A utor Universidade Católica de Brasília Mestrado em Gestão do Conhecimento e da Tecnologia da Informação Nome do Autor TÍTULO DA DISSERTAÇÃO Dissertação de Mestrado Brasília Ano Elementos pré-textuais Folha de rosto Folha obrigatória onde aparecem todos os elementos para identificação da dis- sertação. TÍTULO DA DISSERTAÇÃO Nome do Autor Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação da Universidade Católica de Brasília como requisito parcial para obtenção do grau de Mestre em Gestão do Conhecimento e da Tecnologia da Informação Orientador: Prof. Dr. Nome Brasília Ano 87 Verso da folha de rosto Deve conter a ficha catalográfica de açordo com o Código de Catalogação An- gloamericano – CCAA2. Consulte um bibliotecário para a sua elaboração. Folha de aprovação Folha obrigatória na qual consta o nome e a instituição dos membros da banca (em duas colunas, com espaço para assinatura) a data da defesa e o título obtido. Essas páginas são contadas contudo a numeração não aparecerá grafada, somente a partir da introdução. Esta folha será fornecida pela UCB. Dedicatória Folha opcional em que o autor presta homenagem ou dedica a dissertação a al- guém. 90 Abstract (obrigatório) Tradução do resumo para o inglês que, nas teses e dissertações, aparece logo após o resumo em português. Sumário Elemento obrigatório que enumera as principais divisões, seções e outras partes do trabalho, na mesma ordem e grafia em que a matéria nele se sucede. 91 Lista de figuras Fotografias, gráficos, organogramas, fluxogramas, esquemas, etc.). Lista de quadros Lista de tabelas Informações tratadas estatisticamente. Recebem numeração consecutiva no tex- to. 92 Lista de abreviaturas, siglas e símbolos Elemento opcional com a relação alfabética das abreviaturas, siglas usados no texto, seguido das expressões correspondentes grafadas por extenso. Lista própria para cada tipo de redução. Elementos textuais (Corpo do trabalho) Página em que começa a aparecer a numeração das páginas. 95 As transcrições (citações diretas) de mais de três linhas apare- cem recuadas em 4 cm, a partir da margem esquerda. As figuras, os quadros e as tabelas devem aparecer no texto, segundo a NBR14724:2001, de forma padronizada: - Figuras são gráficos, diagramas, desenhos, fotografias, mapas, etc. que complementam visualmente o texto; - Tabelas apresentam informações tratadas estatisticamente; - Quadros contêm informações textuais agrupadas em colunas. As tabelas e quadros têm numeração independente e consecutiva; o título é colo- cado na parte superior precedido da palavra “tabela” ou “quadro” e de seu número de ordem. A fonte, ou seja, a indicação da autoria do quadro ou tabela se esta não for a mesma da dissertação ou tese, deve aparecer na parte inferior do quadro ou tabela, veja a seguir: 96 As figuras aparecem acompanhadas da palavra “figura” na parte inferior, segui- da de seu número de ordem de ocorrência no texto em algarismos arábicos e a fonte (in- dicação do autor da figura ou da publicação de onde ela foi retirada) também na parte inferior caso não tenha sido elaborada pelo autor da dissertação ou tese. 97 Exem plo As equações e as fórmulas (expressões matemáticas ou químicas) aparecem destacadas e na seqüência normal do texto. Exemplo Elementos pós-textuais Referências Lista de elementos descritivos de um documento, que permite a sua identifica- ção. Aparecem em ordem alfabética de sobrenome de autor, quando o sistema de cita- ção adotado for autor-data e em ordem numérica quando as citações forem feitas pelo sistema numérico. Listam-se as obras citadas para fundamentação teórica do trabalho ou que forneceram algum subsídio a sua elaboração. Se necessário pode-se subdividir esta lista em: obras citadas, consultadas e indicadas.
Docsity logo



Copyright © 2024 Ladybird Srl - Via Leonardo da Vinci 16, 10126, Torino, Italy - VAT 10816460017 - All rights reserved