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Guias e Dicas
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A Segurança do Trabalho com as Instalações Elétricas em uma Construção Civil, Trabalhos de Engenharia Elétrica

Monografia de conclusão do curso de Engenharia de Segurança do Trabalho

Tipologia: Trabalhos

2013

Compartilhado em 01/01/2013

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Baixe A Segurança do Trabalho com as Instalações Elétricas em uma Construção Civil e outras Trabalhos em PDF para Engenharia Elétrica, somente na Docsity! FACULDADES INTEGRADAS DE JARACAREPAGUÁ ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO MONOGRAFIA A SEGURANÇA DO TRABALHO COM AS INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM UMA CONSTRUÇÃO CIVIL JOCÉLIO HÉRCULES CORNEAU Ibotirama – Bahia – Brasil 2012 2 JOCÉLIO HÉRCULES CORNEAU A SEGURANÇA DO TRABALHO COM AS INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM UMA CONSTRUÇÃO CIVIL Monografia apresentada ao corpo docente da Faculdade Integrada de Jacarepaguá, em cumprimento às exigências e requisitos para a conclusão do Curso de Pós-Graduação em Engenharia de Segurança do Trabalho. Área de Concentração: Construção, Segurança e Instalações Elétricas. Profª. Thereza Christina Imbuzeiro Horta Galhardo Orientadora Ibotirama – Bahia – Brasil 2012 5 AGRADECIMENTOS A Deus, o nosso Grande Arquiteto Do Universo, pela paz interior. A minha esposa Leila, pela eterna compreensão e momentos marcantes. Ao meu filho Henrique, pelo novo sentido em minha vida. Aos meus pais, Julio Henrique e Maria do Carmo, que sempre colocaram a educação em primeiro plano. Às minhas irmãs, Jussara, Jeovana, Joselita e Poliana, pelo eterno companheirismo familiar. Aos meus sogros, Sr Carlos Guanais e D. Nilta Macedo, pela nova forma de enxergar o mundo. Às minhas queridas cunhadas, Carla, Gilka e Luana, pela compreensão e recepção em sua família. Ao meu caro amigo e concunhado Fabio Kadis, por sua prestatividade e pelos estudos sobre astronomia. Ao meu estimado amigo Daniel Paes, pelas longas conversas, prosas e cantigas sobre diversos temas, “então diga que valeu”. Aos nobres colegas de profissão, Eng. Anselmo, Eng, Wilson e Eng. João Kleber, por compartilhar comigo as arestas da engenharia. Ao pessoal da COELBA – Companhia de Eletricidade do Estado da Bahia, na pessoa do Gerente Regional Janilson Bomfim, por compartilhar informações sobre normas e procedimentos. Aos clientes e colaboradores da JHC ENGENHARIA, que servem como base para colocar em prática todos os ensinamentos sobre a segurança das instalações elétricas. A todos aqueles que direta ou indiretamente me proporcionou a galgar meus objetivos, contribuindo para o meu conhecimento e minha formação profissional, pessoal e espiritual. Muito obrigado. 6 PARA MEDITAR “O verdadeiro sinal de inteligência não é o conhecimento, e sim a imaginação” Albert Einstein 7 RESUMO Todo e qualquer assunto que diz respeito à segurança do trabalho, analisa não somente os aspectos que envolvem o trabalhador e sua relação com o trabalho, mas também como isso influencia na sua relação com as demais atividades, por menor ou mais complexa que ela seja. Mas, quando este tema trata da construção civil, além dessas relações, há uma integração com várias outras atividades e segmentos de uma sociedade, pois é através de uma obra civil que as demais atividades se pronunciam. Ou seja, uma família para ter uma casa como moradia, teve que primeiramente alguém construir essa moradia, um prédio com escritórios e vários profissionais exercendo varias atividades distintas, para exercê-las, vários outros profissionais tiveram que dar sua contribuição para que isso fosse uma realidade, e isto se aplica a vários outros exemplos. Porém independemente do tipo de obra que foi executado, com certeza a energia elétrica esteve presente no decorrer da construção de tal empreendimento, e com mais certeza ainda, fará parte eternamente entre seus usuários. E neste caso, tratar com a segurança do trabalho com as instalações elétricas, é não somente pensar na segurança do profissional que estará utilizando a energia elétrica no momento da execução da obra, mas como também, garantir que essas instalações estejam conformes os padrões estabelecidos para a segurança de seus usuários no futuro. Este trabalho faz uma abordagem sobre como manter os parâmetros para este tipo de segurança no trabalho, durante e após a execução de uma atividade que envolve eletricidade. PALAVRAS-CHAVE: Segurança; Eletricidade; Construção Civil. 10 RELAÇÃO DE TABELAS Tabela 1 - Classificação de Tensão .............................................................................. 34 Tabela 2 - Tensão de Contato x Tempo de Duração - CA .......................................... 35 Tabela 3 - Tensão de Contato x Tempo de Duração - CC .......................................... 36 Tabela 4 - Efeitos da Duração de Contato.................................................................... 38 Tabela 5 - Freqüência - Limiar de Sensação................................................................ 39 Tabela 6 - Chances de Salvamento .............................................................................. 40 11 SUMARIO 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................ 14 1.1 JUSTIFICATIVA .............................................................................................. 19 1.2 OBJETIVOS .................................................................................................... 20 1.2.1 Objetivo Geral ................................................................................................ 20 1.2.2 Objetivos Específicos ................................................................................... 20 1.3 METODOLOGIA APLICADA E ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO ................. 21 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ...................................................................... 22 2.1 SEGURANÇA NO TRABALHO ...................................................................... 22 2.1.1 Acidentes mais comuns nas atividades de elétrica relacionados à área predial: ........................................................................................................... 25 2.2 RISCOS DA ELETRICIDADE ......................................................................... 27 2.3 CHOQUE ELÉTRICO ..................................................................................... 29 2.3.1 Choque produzido por contato com circuito energizado ........................... 29 2.3.2 Choque produzido por contato com corpo eletrizado ................................ 30 2.3.3 Choque produzido por raio (Descarga Atmosférica) .................................. 30 2.3.4 Avaliação da Corrente Elétrica Produzida por Contato com Circuito Energizado ..................................................................................................... 30 2.3.5 Efeitos da Eletricidade no Corpo Humano .................................................. 31 2.3.5.1 Limiar de Sensação (Percepção) ................................................................. 31 2.3.5.2 Limiar de Não Largar .................................................................................... 31 2.3.5.3 Limiar de Fibrilação Ventricular ................................................................... 32 O choque elétrico pode variar em função de fatores que interferem na intensidade da corrente e nos efeitos provocados no organismo, os fatores que interferem são: .......................................................................... 32 2.3.6 Trajeto da corrente elétrica no corpo humano ............................................ 33 2.3.7 Tipo da corrente elétrica ............................................................................... 34 2.3.8 Tensão nominal ............................................................................................. 34 12 2.3.9 Intensidade da corrente ................................................................................ 36 2.3.10 Duração do choque ....................................................................................... 38 2.3.11 Resistência do circuito ................................................................................. 38 2.3.12 Freqüência da corrente ................................................................................. 38 2.3.13 Primeiros Socorros à Vítima de Choque Elétrico ....................................... 39 2.3.14 Método da respiração artificial "Hoger e Nielsen", para reanimação de vítimas de choque elétrico. .......................................................................... 40 2.3.15 Método de salvamento artificial "Hoger e Nielsen", para reanimação de vítimas de choque elétrico. .......................................................................... 42 2.3.16 Método da respiração artificial Boca-a-Boca .............................................. 42 2.4 PREVENÇÃO DE ACIDENTES COM ELETRICIDADE .................................. 44 2.5 REGRAS BÁSICAS ........................................................................................ 45 2.6 ATERRAMENTOS .......................................................................................... 45 3 ACIDENTE DO TRABALHO........................................................................... 46 3.1 ESTUDO DOS ACIDENTES E INCIDENTES ................................................. 47 3.2 MODELO CAUSAL DE PERDAS ................................................................... 48 3.3 RESPONSABILIDADE CIVIL E CRIMINAL NO ACIDENTE DO TRABALHO 52 3.4 LOCALIZAÇÃO DOS RISCOS ELÉTRICOS .................................................. 53 3.4.1 Quadros de distribuição ............................................................................... 53 3.4.2 Quadro principal de distribuição ................................................................. 54 3.4.3 Quadros terminais: fixos ou móveis ............................................................ 55 3.4.4 Chaves elétricas ............................................................................................ 57 3.4.5 Plugs e tomadas ............................................................................................ 57 3.4.6 Iluminação provisória ................................................................................... 58 3.4.7 Máquinas e equipamentos............................................................................ 59 3.5 EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL – EPI ................................. 60 3.6 Gráfico de acidentes de origem elétrica em 2011 ....................................... 64 15 Em serviços de construção civil, muitos pedreiros, serventes, eletricistas, carpinteiros, pintores, são operários que não possuem formação técnica, e muitos provem do meio rural, e ao adentrarem em uma obra onde existem inúmeras atividades que devem ser conciliadas, esses trabalhadores se deparam um mundo totalmente adverso do que anteriormente freqüentavam, e associado ao também não conhecimento dos riscos a que estão sujeitos, o contratante também ignora as possíveis causas de acidentes. Seja utilizando de uma ferramenta inadequada, ou mesmo executando uma atividade próxima de uma rede elétrica, sem o devido EPI, a possibilidade de ocorrência de uma situação de risco é muito grande, e nestes casos as normas de segurança principalmente na área de eletricidade são desconhecidas, ou mesmo não são aplicadas. A NR 10 - Instalações e serviços em eletricidade, trata das diretrizes básicas para a implementação de medidas de controle e sistemas preventivos, destinados a garantir a segurança e a saúde dos trabalhadores que direta ou indiretamente interajam em instalações elétricas e serviços com eletricidade. Já a NR18 – Condições e meio ambiente de trabalho na indústria da construção, é uma Norma para aplicação nos processos, nas condições e ambientes de trabalho da construção civil, incluindo instalações elétricas provisórias. 18.21 – Instalações elétricas (18.21.1 a 18.21.20) e ainda a NBR-5410 – Instalações elétricas de baixa tensão é um a norma técnica específica em baixa tensão (50 Vca ou 120 Vcc até – 1000 Vca ou 1500 Vcc) para garantir segurança das pessoas. O que muitos dos usuários de uma instalação elétrica também desconhecem, é o tipo de riscos em potenciais em eletricidade, que são os dos tipos diretos e dos tipos indiretos, sendo este segundo tipo o mais perigoso, pois ao desconhecer onde está energizado os acidentes que ocorrem pode causar impactos, queimaduras, ou mesmo incêndios ou explosões. Muitas medidas podem ser tomadas para evitar os riscos de acidentes causados pela eletricidade, na qual sempre começa por um 16 planejamento e avaliação dos riscos, passando por uma contratação de um profissional habilitado, e utilizando os EPI´s adequado para cada atividade específica. Procedimentos de execução das atividades também devem ser adotados, e evidenciados através de instruções de serviços e controle das ações de trabalho, sejam elas de forma individual ou mesmo coletivas. Outro agravante na ocorrência de acidentes, principalmente em cidades de menor porte, é o descaso com que o poder público tem diante de uma atividade na área da construção civil, pois mesmo sendo necessário um alvará para iniciar uma obra ou serviços de qualquer natureza, seja na área urbana ou na área rural, tais atividades são iniciadas sem a devida fiscalização das condições de trabalho, sem um planejamento adequado, sem projeto, e sem cumprir as etapas necessárias a uma execução com menor risco de acidentes, e no estagio atual do crescimento da construção civil, as moradias estão crescendo verticalmente, onde as redes de eletrificação, instaladas a muitos anos de forma desordenada, essas edificações ao alcançarem o termino do pavimento térreo, muitas das vezes os serviços são interrompidos por estar muito próximo a rede elétrica, o que geralmente ocorrem, quando não, a negligencia é observada a todo instante, devido ao operário de baixa qualificação profissional ignorar os riscos que está sendo submetido. Umas das providencias a ser tomadas, para reduzir o número acidentes com as instalações elétricas, e sob quaisquer circunstancias, é a aplicação ao que determina a NR 10, pois é uma norma que existe desde 1974, e poucos conhecem sua importância ou possui conhecimento do seu conteúdo. Embora em vigor desde o final de 2004, a mesma foi revisada e alguns prazos de implementação da NR foram estendidos, devido às dificuldades de interpretação que as empresas vêm encontrando, principalmente quanto aos os itens que vêm gerando mais dúvidas são os itens: 10.8 que diz respeito sobre a capacitação dos profissionais, o anexo II referente aos treinamentos, o item 10.2.4 que estabelece o prontuário de 17 instalações elétricas e o item 10.2.9 que trata sobre vestimentas de proteção. Devido ser os serviços de instalações elétricas em uma construção, uma das atividades que possui melhor remuneração, menos concorrente entre os diversos profissionais e com menor esforço físico, em relação aos serviços, o eletricista prático, geralmente inicia esta atividade como um simples ajudante, que logo se intitula como um profissional habilitado, porém sem nunca ter freqüentado um curso de capacitação profissional, e quando existe certa complexidade nas instalações elétricas, esse profissional, que até então era um ajudante de outro profissional também sem grande conhecimento sobre eletricidade, ao se deparar com tais tipos de instalações, não consegue dimensionar as implicações e conseqüências de uma prática sem os devidos cuidados e precauções quanto à sua segurança e a de terceiros, onde muitas vezes se submetem a realizar sua atividade praticando vários atos inseguros, e com isso aumentando a possibilidade de um acidente. Constantemente assistimos ou lemos nos noticiários acidentes que ocorrem devido à eletricidade, e isto ocorre das mais diversas formas, seja pelo contato direto ou indireto, seja com profissionais já habituados a lidar com a energia elétrica ou mesmo quem nunca trabalhou ou lida diretamente com ela. O fato é que constantemente pessoas perdem a vida ou fica com seqüelas quando ocorre um acidente envolvendo eletricidade, e muitos desse acidentes por ter a sua ocorrência em locais fora do ambiente de trabalho, eles não são registrados como acidentes de trabalho, então as estatísticas sobre este tipo de ocorrência não reflete em sua totalidade a abrangência dos perigos que envolvem esta atividade. Como por exemplo: Morre homem que recebeu descarga elétrica em Petrolina, Sertão de PE Morreu, na madrugada desta terça-feira (29), um homem que estava internado no Hospital de Urgências e Traumas de Petrolina, no Sertão de Pernambuco, após sofrer uma descarga elétrica na última segunda-feira (28). Durante o incidente, o tio dele morreu no local e outros dois homens ficaram feridos – o 20 conseqüências sob condições inadequadas de aplicação é muito visível e geralmente com grandes prejuízos, seja físico, ambiental ou mesmo patrimonial, neste caso vale a premissa de que é melhor prevenir do que remediar. 1.2 OBJETIVOS 1.2.1 Objetivo Geral Demonstrar a importância da segurança no trabalho com as instalações elétricas, no decorrer de uma obra civil, evidenciando a necessidade da utilização de equipamentos de proteção individual (EPI) para a sua obtenção, e a aplicação das normas pertinentes em vigor. 1.2.2 Objetivos Específicos • Identificar as causas de acidentes com eletricidade em uma obra civil; • Verificar a aplicação da legislação vigente para a prevenção deste tipo de acidente; • Analisar os riscos e perigos decorrentes do trabalho com máquinas e equipamentos que fazem uso de eletricidade; • Apresentar os requisitos mínimos para proteção destas máquinas e equipamentos; • Apresentar recomendações de segurança para trabalhos com máquinas e equipamentos; • Apresentar a importância de um projeto elétrico como forma de reduzir custos e evitar acidentes. 21 1.3 METODOLOGIA APLICADA E ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO A metodologia adotada é do tipo descritiva, pois se constitui de um estudo sobre diversos trabalhos publicados sobre o tema, e observações em campo na execução das atividades de operários da construção civil, os quais foram analisados com a finalidade de buscar elementos que se mostra a realidade da segurança no trabalho em construção civil, principalmente quanto às instalações elétricas. Os dados aqui apresentados são evidenciados como bases para a descrição de alternativas para a elaboração de um plano de trabalho para a proteção com as instalações elétricas em uma construção civil. Para isso, mediante ao objetivo de organizar metodologicamente este trabalho, foi adotada a seguinte estrutura: - Item 1, constituído por Introdução, Objetivo Geral e Objetivos Específicos, Justificativa e Metodologia e Organização do Trabalho; - Item 2, apresenta primeiramente uma fundamentação teórica sobre a Segurança no Trabalho, abrangendo os conceitos, tipos de acidentes de trabalho com a eletricidade, e o estado atual da segurança na Construção Civil. Após é demonstrado as normas regulamentadoras (NR-18 e NR-06 e NR-10). E então são enfatizadas as necessidades do profissional eletricista e seus equipamentos de proteção individual para uso adequado. - No item 3, apresenta uma proposta de um plano de proteção contra acidentes de trabalho com a eletricidade, seja através do uso dos equipamentos de proteção individual, seja através da proteção das máquinas e equipamentos que fazem uso de energia Elétrica, ou mesmo, seja através da importância da elaboração de um projeto elétrico. - No item 4, serão apresentadas as conclusões, recomendações e observações sobre os dados demonstrados. E por último, suas referências bibliográficas. 22 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 2.1 SEGURANÇA NO TRABALHO A segurança no trabalho precisa ser entendida como um instrumento indispensável na vida dos colaboradores e não só como um programa obrigatório. Portanto ela propõe o uso de técnicas para prevenir os incidentes, evitando que aconteça uma ocorrência não programada e precavendo as doenças profissionais. “O problema de segurança no trabalho no Brasil é muito mais sério do que aquele que as estatísticas mostram (...) e os desafios que se apresentam são, por conseguinte, enormes” (PINHEIRO; ARRUDA, 2001, p.2). A construção civil já se diferenciou muito dos outros setores industriais por possuir características próprias, pois até recentemente era dada pouca importância as máquinas e tecnologias para a obtenção da qualidade do produto, pois dependia quase que exclusivamente, da mão-de- obra utilizada, no entanto essa grande dependência que a construção civil tinha até então somente com a mão-de-obra utilizada, está se tornando coisa do passado, pois também depende agora de máquinas e equipamentos mais aperfeiçoados e conseqüentemente também dependentes da eletricidade, porém o que ainda se nota é que este setor continua sendo um dos setores industriais com maior percentual de acidentes. As normas existentes para a segurança das instalações elétricas em uma construção civil descrevem os procedimentos e serem seguidos e são elas: - NR 10 Instalações e serviços em eletricidade - Trata das diretrizes básicas para a implementação de medidas de controle e sistemas preventivos, destinados a garantir a segurança e a saúde dos trabalhadores que direta ou indiretamente interajam em instalações elétricas e serviços com eletricidade. - NR18 – Condições e meio ambiente de trabalho na indústria da construção - É uma Norma para aplicação nos processos, nas condições e 25 precauções a tomar no sentido de evitar acidentes de trabalho ou doenças ocupacionais. III – adotar medidas que lhes sejam determinadas pelo órgão regional competente IV – facilitar o exercício da fiscalização pela autoridade competente. Também são considerados como acidentes de trabalho: - acidente ocorrido no trajeto entre a residência e o local de trabalho do segurado. - a doença profissional, assim entendida, produzida ou desencadeada pelo exercício do trabalho peculiar a determinada atividade. - doença do trabalho adquirida ou desencadeada em função de condições especiais em que o trabalho é realizado e com ele se relacione diretamente a doença proveniente de contaminação acidental do empregado no exercício de sua atividade se equipara a acidente de trabalho. 2.1.1 Acidentes mais comuns nas atividades de elétrica relacionados à área predial: Antena de TV: Ao instalar a antena de TV, fique longe da rede elétrica. Se encostar-se aos fios, o choque pode ser mortal. Eletrodomésticos X Água: Nunca mexam em aparelhos elétricos, plugues e tomadas em lugares molhados ou úmidos, nem com as mãos ou pés molhados. Com água, o risco de choque é muito maior. Lâmpadas: Antes de trocar uma lâmpada, o interruptor deve ser desligado. Na hora da troca, a lâmpada não deve ser segurada pela parte metálica. Postes e torres: Não suba nas torres e postes da rede, só a concessionária local pode executar tal serviço. 26 Pipas/papagaios: Fique longe da rede elétrica ao soltar pipas, papagaios ou pandorgas. Se enroscarem nos fios, não tente retirá-los. Você poderá levar um choque mortal. Cerca eletrificada: Não toque em fios de cercas eletrificadas, pois o choque elétrico pode causar ferimentos graves e até a morte. Poda e corte de árvore: A poda ou o corte de árvores perto das redes de energia elétrica exigem cuidados. Adultos devem pedir orientação à concessionária. Construção Civil: Ao construir ou reformar, não se deve encostar andaimes, escadas, barras de ferro e outros materiais nos fios elétricos, podem ocorrer graves acidentes. Fios elétricos caídos: Fios elétricos caídos podem estar energizados. As pessoas devem ficar bem longe e chamar a concessionária local imediatamente. Balões: Soltar balões pode provocar muitos acidentes, principalmente se eles caírem sobre redes elétricas ou residências. Furto de energia elétrica (“gato”): Roubar e/ou furtar cabos elétricos e energia é perigoso e prejudica a todos. Se suspeitar de alguém fazendo ligação direta (“gato”) ou mexendo na rede, comunique imediatamente sua concessionária local Sempre lembrando que as fatalidades no manuseio da energia elétrica as vezes pode ser causado por queimaduras ou por quedas em alturas ao se levar um choque elétrico. (Fonte: Construção Civil e os Acidentes com Instalações Elétricas - Por Alexandre Fracchetta) 27 2.2 RISCOS DA ELETRICIDADE A eletricidade é vital na vida moderna é desnecessário ressaltar sua importância, quer propiciando conforto aos nossos lares quer atuando como insumo nos diversos segmentos da economia. Por outro lado o uso da eletricidade exige do consumidor a aplicação de algumas precauções em virtude do risco que a eletricidade representa, muitos não sabem, desconhece ou desconsideram este risco. Os acidentes ocorridos com eletricidade, no lar e no trabalho, são os que ocorrem com maior freqüência e comprovadamente os que trazem as mais graves conseqüências. As normas de segurança estabelecem que pessoas devam ser informadas sobre os riscos a que se expõem, assim como conhecer os seus efeitos e as medidas de segurança aplicáveis para evitar casos como exemplo abaixo: Quarta-feira, 14 de dezembro de 2011 Família perde quase tudo em incêndio no Santa Maria Uma família de Santa Maria, na Zona Noroeste de Santos, perdeu quase tudo em um incêndio que destruiu a residência na noite desta terça-feira. Os moradores acreditam que as chamas começaram com um curto circuito na caixa de energia. Ninguém se feriu. Duas pessoas estavam dentro da casa quando o fogo começou, por volta das 19h30. As duas mulheres conseguiram sair e chamaram os bombeiros. O imóvel foi tomado pelo fogo em poucos minutos. De acordo com o Corpo de Bombeiros, o fogo se espalhou muito rápido devido à parte da estrutura da casa feita de madeira. Os bombeiros tiveram dificuldade para conter as chamas e foi necessário fazer o resfriamento do que sobrou. Uma das moradoras passou mal e precisou ser atendida por uma equipe médica quando viu o estado da casa. O Corpo de Bombeiros ainda investiga o que pode ter causado o incêndio. Fonte: A tribuna 13/12 POSTADO POR EDSON MARTINHO ÀS 16:51 30 2.3.2 Choque produzido por contato com corpo eletrizado Neste caso analisaremos o choque produzido por eletricidade estática, a duração desse tipo de choque é muito pequena, o suficiente para descarregar a carga da eletricidade contida no elemento energizado. Na maioria das vezes este tipo de choque elétrico não provoca efeitos danosos ao corpo, devido à curtíssima duração. 2.3.3 Choque produzido por raio (Descarga Atmosférica) Aqui o choque surge quando acontece uma descarga atmosférica e esta entra em contato direto ou indireto com uma pessoa, os efeitos desse tipo de choque são terríveis e imediatos, ocorre casos de queimaduras graves e até a morte imediata. 2.3.4 Avaliação da Corrente Elétrica Produzida por Contato com Circuito Energizado Para avaliação da corrente elétrica que circula num circuito vamos utilizar a Lei de Ohm, que estabelece o seguinte: I = V/R, onde: I = Corrente em Ampéres V = Voltagem em Volts R = Resistência em Ohms A Lei de Ohm estabelece que a intensidade da corrente elétrica que circula numa carga é tão maior quanto maior for a tensão, ou menor quanto menor for a tensão. No caso do choque elétrico o corpo humano participa como sendo uma carga, o corpo humano ou animal é condutor de corrente elétrica, não só pela natureza de seus tecidos como pela grande quantidade de água que contém. O valor a resistência em Ohms do corpo humano varia de individuo para individuo, e também varia em função do trajeto percorrido pela corrente elétrica. A resistência média do corpo humano medida da palma de uma das mãos à palma da outra, ou até a planta do pé é da ordem de 1300 a 3000 Ohms, de acordo com a Lei de Ohm, e com base no valor da resistência do corpo humano podemos avaliar a intensidade da corrente 31 elétrica produzida por um choque elétrico, isso serve de análise dos efeitos provocados pela corrente elétrica em função de sua intensidade. 2.3.5 Efeitos da Eletricidade no Corpo Humano Ao passar pelo corpo humano a corrente elétrica danifica os tecidos e lesa os tecidos nervosos e cerebral, provoca coágulos nos vasos sanguíneos e pode paralisar a respiração e os músculos cardíacos. A corrente elétrica pode matar imediatamente ou pode colocar a pessoa inconsciente, a corrente faz os músculos se contraírem a 60 ciclos por segundo, que é a freqüência da corrente alternada. A sensibilidade do organismo a passagem de corrente elétrica inicia em um ponto conhecido como Limiar de Sensação e que ocorre com uma intensidade de corrente de 1 mA para corrente alternada e 5 mA para corrente contínua. Pesquisadores definiram 3 tipos de efeitos manifestados pelo corpo humano quando da presença de eletricidade: 2.3.5.1 Limiar de Sensação (Percepção) O corpo humano começa a perceber a passagem de corrente elétrica a partir de 1 mA. 2.3.5.2 Limiar de Não Largar Está associado às contrações musculares provocadas pela corrente elétrica no corpo humano, a corrente alternada a partir de determinado valor, excita os nervos provocando contrações musculares permanentes, com isso cria se o efeito de agarramento que impede a vítima de se soltar do circuito, a intensidade de corrente para esse limiar varia entre 9 e 23 mA para os homens e 6 a 14 mA para as mulheres. 32 2.3.5.3 Limiar de Fibrilação Ventricular O choque elétrico pode variar em função de fatores que interferem na intensidade da corrente e nos efeitos provocados no organismo, os fatores que interferem são: - Trajeto da corrente elétrica no corpo humano - Tipo da corrente elétrica - Tensão nominal - Intensidade da corrente - Duração do choque elétrico - Resistência do circuito - Freqüência da corrente Figura 3 - Efeitos da Corrente Elétrica 35 que não existem valores de tensões que não sejam perigosas. Para condições normais de influências externas, considera-se perigosa uma tensão superior a 50 Volts, em corrente alternada e 120 Volts em corrente continua, o corpo humano possui em média uma resistência na faixa de 1300 a 3000 Ohms, assim uma tensão de contato no valor de 50 V, resultará numa corrente de : I = 50 / 1300 = 38,5 mA O valor de 38,5 mA em geral não é perigoso ao organismo humano, abaixo apresentamos o valor de duração máxima de uma tensão em contato com o corpo humano, os valores indicados baseiam se em valores limites de corrente de choque e correspondem a condições nas quais a corrente passa pelo corpo humano de uma mão para outra ou de uma mão para a planta do pé, sendo que a superfície de contato é considerada a pele relativamente úmida : Duração máxima da tensão de contato CA Tensão de Contato (V) Duração Máxima (Seg.) <50 infinito 50 5 75 0,60 90 0,45 110 0,36 150 0,27 220 0,17 280 0,12 Tabela 2 - Tensão de Contato x Tempo de Duração - CA 36 Duração máxima da tensão de contato CC Tensão de Contato (V) Duração Máxima (Seg.) <120 infinito 120 5 140 1 160 0,5 175 0,2 200 0,1 250 0,05 310 0,03 Tabela 3 - Tensão de Contato x Tempo de Duração - CC 2.3.9 Intensidade da corrente As perturbações produzidas pelo choque elétrico dependem da intensidade da corrente que atravessa o corpo humano, e não da tensão do circuito responsável por essa corrente. Até o limiar de sensação, a corrente que atravessa o corpo humano é praticamente inócua, qualquer que seja sua duração, a partir desse valor, à medida que a corrente cresce, a contração muscular vai se tornando mais desagradável. Para as freqüências industriais (50 - 60 Hz), desde que a intensidade não exceda o valor de 9 mA, o choque não produz alterações de conseqüências graves, quando a corrente ultrapassa 9 mA, as contrações musculares tornam se mais violentas e podem chegar ao ponto de impedir que a vítima se liberte do contato com o circuito, se a zona torácica for atingida poderão ocorrer asfixia e morte aparente, caso em que a vítima morre se não for socorrida a tempo. Correntes maiores que 20 mA são muito perigosas, mesmo quando atuam durante curto espaço de tempo, as correntes da ordem de 100 mA, quando atingem a zona do coração, produzem fibrilação ventricular em apenas 2 ou 37 3 segundos, e a morte é praticamente certa. Correntes de alguns Ampéres, além de asfixia pela paralisação do sistema nervoso, produzem queimaduras extremamente graves, com necrose dos tecidos, nesta faixa de corrente não é possível o salvamento, a morte é instantânea. Duração máxima da tensão de contato CC Intensidade (mA) Perturbações prováveis Estado após o choque Salvamento Resultado Final 1 Nenhuma Normal ----- Normal 1 - 9 Sensação cada vez mais desagradável à medida que a intensidade aumenta. Contrações musculares. Normal Desnecessário Normal 9 - 20 Sensação dolorosa, contrações violentas, perturbações circulatórias Morte aparente Respiração artificial Restabelecimento 20 - 100 Sensação insuportável, contrações violentas, asfixia perturbações circulatórias Morte aparente Respiração artificial Restabelecimento ou morte 40 Chances de Salvamento Tempo após o choque p/ iniciar respiração artificial Chances de reanimação da vítima 1 minuto 95 % 2 minutos 90 % 3 minutos 75 % 4 minutos 50 % 5 minutos 25 % 6 minutos 1 % 8 minutos 0,5 % Tabela 6 - Chances de Salvamento 2.3.14 Método da respiração artificial "Hoger e Nielsen", para reanimação de vítimas de choque elétrico. A respiração artificial é empregada em todos os casos em que a respiração natural é interrompida. O método de "Holger e Nielsen" consiste em um conjunto de manobras mecânicas por meio das quais o ar, em certo e determinado ritmo, é forçado a entrar e sair alternadamente dos pulmões. As instruções gerais referentes à aplicação desse método são as seguintes: Antes de tocar o corpo da vítima, procure livrá-la da corrente elétrica, com a máxima segurança possível e a máxima rapidez, nunca use as mãos ou qualquer objeto metálico ou molhado para interromper um circuito ou afastar um fio. Não mova a vítima mais do que o necessário à sua segurança. Antes de aplicar o método, examine a vítima para verificar se respira, em caso negativo, inicie a respiração artificial. Quanto mais rapidamente for socorrida a vítima, maior será a probabilidade de êxito no salvamento. 41 Chame imediatamente um médico e alguém que possa auxiliá-lo nas demais tarefas, sem prejuízo da respiração artificial, bem como, para possibilitar o revezamento de operadores. Procure abrir e examinar a boca da vítima ao ser iniciada a respiração artificial, a fim de retirar possíveis objetos estranhos (dentadura, palito, alimentos, etc.), examine também narinas e garganta. Desenrole a língua caso esteja enrolada, em caso de haver dificuldade em abrir a boca da vítima, não perca tempo, inicie o método imediatamente e deixe essa tarefa a cargo de outra pessoa. Desaperte punhos, cinta, colarinho, ou quaisquer peças de roupas que por acaso apertem o pescoço, peito e abdômen da vítima. Agasalhe a vítima, a fim de aquecê-la, outra pessoa deve cuidar dessa tarefa de modo a não prejudicar a aplicação da respiração artificial. Não faça qualquer interrupção por menor que seja, na aplicação da respiração artificial. Não faça qualquer interrupção por menor que seja, na aplicação do método, mesmo no caso de se tornar necessário o transporte da vítima a aplicação deve continuar. Não distraia sua atenção com outros auxílios suplementares que a vitima necessita, enquanto estiver aplicando o método, outras pessoas devem ocupar se deles. O tempo de aplicação é indeterminado, podendo atingir 5 horas ou mais, enquanto houver calor no corpo da vítima e esta não apresentar rigidez cadavérica há possibilidade de salvamento. O revezamento de pessoas, durante a aplicação deve ser feito de modo a não alterar o ritmo da respiração artificial. Ao ter reinício a respiração natural, sintonize o ritmo da respiração artificial com a natural. Depois de recuperada a vítima, mantenha a em repouso e agasalhada, não permitindo que se levante ou se sente, mesmo que para isso precise usar força, não lhe de beber, a fim de evitar que se engasgue, após a recuperação total da vítima, pode dar lhe então café ou chá quente. 42 Não aplique injeção alguma, até que a vítima respire normalmente. Este caso aplica se em qualquer caso de colapso respiratório, como no caso de pessoas intoxicadas por gases venenosos ou que sofram afogamentos. Na maioria dos casos de acidente por choque elétrico, a MORTE é apenas APARENTE, por isso socorra a vítima rapidamente sem perda de tempo. 2.3.15 Método de salvamento artificial "Hoger e Nielsen", para reanimação de vítimas de choque elétrico.  Deite a vítima de bruços com a cabeça voltada para um dos lados e a face apoiada sobre uma das mãos tendo o cuidado de manter a boca da vítima sempre livre.  Ajoelhe se junto à cabeça da vítima e coloque as palmas das mãos exatamente nas costas abaixo dos ombros com os polegares se tocando ligeiramente.  Em seguida lentamente transfira o peso do seu corpo para os braços esticados, até que estes fiquem em posição vertical, exercendo pressão firme sobre i tórax.  Deite o corpo para trás, deixando as mãos escorregarem pelos braços da vítima até um pouco acima dos seus cotovelos; segure os com firmeza e continue jogando o corpo para trás, levante os braços da vítima até que sinta resistência: abaixe os então até a posição inicial, completando o ciclo, repita a operação no ritmo de 10 a 12 vezes por minuto. 2.3.16 Método da respiração artificial Boca-a-Boca  Deite a vítima de costas com os braços estendidos.  Restabeleça a respiração: coloque a mão na nuca do acidentado e a outra na testa, incline a cabeça da vítima para trás. 45 2.5 REGRAS BÁSICAS a) Utilizar materiais, ferramentas e equipamentos dentro das normas técnicas. b) Para medição dos circuitos, utilizar apenas os instrumentos adequados, como Multímetros, Voltímetros e Amperímetros, evitando as improvisações, que costumam ser danosas. c) Para trabalhar em segurança é necessário primeiro saber a maneira correta de funcionamento da máquina, qual o tipo de serviço a ser realizado, observar bem o local de trabalho levantando as possíveis interferências que poderão causar algum dano. d) Trabalhar sempre com o circuito elétrico desligado, utilizar placas de sinalização indicando que o circuito ou a máquina estão em manutenção, evitar o uso de anéis, aliança, pulseiras, braceletes e correntes. e) Ao abrir chaves, não permanecer muito próximo para evitar o efeito do arco voltaico, sempre que realizar manobras em chaves seccionadoras ou disjuntores pelo punho próprio de acionamento, utilizar luvas de PVC com isolamento de acordo com a classe de tensão do circuito a operar. f) Na alta tensão, além de fazê-lo com o circuito desligado deve-se providenciar um aterramento múltiplo das 3 fases do circuito. g) E nunca é demais lembrar: EM SE TRATANDO DE ELETRICIDADE A GRANDE ARMA DA PREVENÇÃO DE ACIDENTES É O PLANEJAMENTO. h) A eletricidade não admite improvisações, ela não tem cheiro, não tem cor, não é quente nem fria, ela é fatal. 2.6 ATERRAMENTOS Denomina-se aterramento a ligação com a massa condutora da terra, os aterramentos devem assegurar de modo eficaz a fuga de corrente para a 46 terra, propiciando as necessidades de segurança e de funcionamento de uma instalação elétrica. O valor da resistência de aterramento deve satisfazer às condições de proteção e funcionamento da instalação elétrica, de acordo com os esquemas de aterramento. E em se tratando de segurança de uma instalação elétrica, esse procedimento é de suma importância. 3 ACIDENTE DO TRABALHO Acidente do trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da empresa ou pelo exercício do trabalho, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte, ou a perda ou redução, permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho. A incidência do acidente do trabalho ocorre em 3 hipóteses: • Quando ocorrer lesão corporal; • Quando ocorrer perturbação funcional ou; • Quando ocorrer doença. Consideram-se acidente do trabalho, as seguintes entidades mórbidas: • Doença Profissional – É desencadeada pelo exercício do trabalho peculiar a determinada atividade e constante da relação elaborada pelo Ministério do Trabalho e da Previdência Social; • Doença do Trabalho – É desencadeada em função de condições especiais em que o trabalho é realizado e com ele se relacione diretamente, constante da relação elaborada pelo Ministério do Trabalho e da Previdência Social. Não são consideradas como doença do trabalho: • A doença degenerativa; • A inerente a grupo etário; • A que não produza incapacidade laborativa; 47 • A doença endêmica adquirida por segurado habitante de região em que ela se desenvolva, salvo comprovação de que é resultante de exposição ou contato direto determinado pela natureza do trabalho. 3.1 ESTUDO DOS ACIDENTES E INCIDENTES Conhecer a proporção e gravidade em que ocorrem os acidentes é importante, pois mostra-nos a dimensão desses acontecimentos. Na figura abaixo se encontram os dados de um estudo realizado sobre acidentes industriais e que revelou os seguintes dados: Figura 5 - Pirâmide de Acidentes 1. LESÃO GRAVE OU FATAL • Inclui lesões sérias e incapacitantes. 10. LESÕES MENORES • Qualquer lesão relatada que não for séria. 30. ACIDENTES COM DANOS À PROPRIEDADE • Todos os tipos. 600. INCIDENTES SEM LESÃO OU DANO VISÍVEL • Quase-acidentes. 50 Causas básicas As causas básicas são as razões de ocorrerem os atos e condições abaixo do padrão. Também são chamadas de causas raízes, causas reais, causas indiretas, causas fundamentais ou de contribuição de um acidente ou incidente. Geralmente são bem evidentes, mas para se ter um controle administrativo eficiente, faz-se necessário um pouco mais de investigação sobre elas. Com este conhecimento pode-se explicar porque as pessoas cometem práticas abaixo dos padrões e porque essas condições existem. É importante considerarmos também, duas categorias de causas imediatas, os fatores pessoais e os fatores de trabalho (ambiente de trabalho), que são exemplificadas a seguir: Fatores pessoais • Capacidade física/fisiológica inadequada; • Capacidade mental/psicológica inadequada; • Tensão física/fisiológica; • Tensão mental/psicológica; • Falta de conhecimento; • Falta de habilidade; • Motivação deficiente. Fatores de trabalho (ambiente de trabalho) • Liderança e/ou supervisão inadequada; • Engenharia inadequada; • Compra inadequada; • Manutenção inadequada; • Ferramentas, equipamentos e materiais inadequados; • Padrões de trabalho inadequados; • Uso e desgaste; • Abuso e maltrato. 51 Causas imediatas As causas imediatas são as circunstâncias que precedem imediatamente o contato e que podem ser vistas ou sentidas. Atualmente, utiliza-se os termos abaixo dos padrões e condições abaixo dos padrões. As práticas e condições abaixo dos padrões manifestam-se dos seguintes modos: Atos ou práticas abaixo dos padrões • Operar equipamentos sem autorização; • Não sinalizar ou advertir; • Falhar ao bloquear/resguardar; • Operar em velocidade inadequada; • Tornar os dispositivos de segurança inoperáveis; • Remover os dispositivos de segurança; • Usar equipamento defeituoso; • Usar equipamentos de maneira incorreta; • Não usar adequadamente o EPI; • Carregar de maneira incorreta; • Armazenar de maneira incorreta; • Levantar objetos de forma incorreta; • Adotar uma posição inadequada para o trabalho; • Realizar manutenção de equipamentos em operação; • Fazer brincadeiras; • Trabalhar sob a influência de álcool e/ou outras drogas. Condições abaixo dos padrões • Proteções e barreiras inadequadas; • Equipamentos de proteção inadequados ou insuficientes; • Ferramentas, equipamentos ou materiais defeituosos; • Espaço restrito ou congestionado; • Sistemas de advertência inadequados; 52 • Perigos de explosão e incêndio; • Ordem e limpeza deficientes, desordem; • Condições ambientais perigosas: gases, poeira, fumaça, vapores; • Exposições a ruídos; • Exposições a radiações; • Exposições a temperaturas extremas; • Iluminação excessiva ou inadequada; • Ventilação inadequada. 3.3 RESPONSABILIDADE CIVIL E CRIMINAL NO ACIDENTE DO TRABALHO No que tange a responsabilidade civil e criminal no acidente de trabalho não se pretende despertar para os cuidados para com a segurança apenas porque há o risco de uma penalização ao infrator, mas que se tenha essa obrigação porque se está lidando com o homem, com o cidadão que deve ter seus direitos individuais respeitados. Cada trabalhador deve ser exemplo no trato dessa questão, zelando não só pela sua saúde física e mental, mas também pela de seus colegas, pautando por atitudes prevencionistas, que considerem o homem, na prática, como o "verdadeiro patrimônio" da empresa. O legislador, ao definir as conseqüências aos responsáveis pelo acidente do trabalho, não teve outro intuito senão o de impor a obrigação de exercer as atividades com o senso de responsabilidade mínima para não expor integridade física e mental do próprio trabalhador e daqueles que o cercam. 55 3.4.3 Quadros terminais: fixos ou móveis São aqueles destinados a alimentar exclusivamente circuitos terminais, isto é, diretamente máquinas e equipamentos. As ligações nos quadros de distribuição devem ser feitas por trás, dotando- os ainda de fundo falso, de modo que a fiação fique embutida. Figura 10 - Quadros Fixos e Moveis A distribuição de energia nos diversos pavimentos da edificação deve ser feita através de prumadas, sendo a fiação protegida por eletrodutos, que devem estar localizados de forma a garantir uma perfeita disposição dos quadros elétricos. 56 Figura 11 - Exemplos de Quadro de Distribuição Quando da manutenção das instalações elétricas, deve ser impedida a energização acidental do circuito através de dispositivos de segurança adequados. É recomendável dotar os quadros de distribuição de cadeados, estando a chave sob responsabilidade do eletricista que realiza o reparo na instalação, bem como a utilização de sinalização indicativa da execução do trabalho. Figura 12 - Tipos de Proteção para Quadro de Distribuição 57 3.4.4 Chaves elétricas As chaves elétricas mais utilizadas nos canteiros de obras da indústria da construção são as chaves elétricas blindadas, os disjuntores e as chaves magnéticas. As chaves elétricas blindadas e os disjuntores devem ser dotados de cadeados ou dispositivos que permitam o acesso somente de trabalhadores autorizados. Figura 13 - Chaves Blindadas 3.4.5 Plugs e tomadas Os plugs e as tomadas devem ser protegidos contra penetração de umidade ou água. É obrigatório o uso do conjunto plug/tomada para a ligação dos equipamentos elétricos ao circuito de alimentação. Não ligar mais de um equipamento à mesma tomada, a menos que o circuito de derivação tenha sido projetado para tal. Obs.: Nas ligações com plug / tomada, a parte energizada deve ser a tomada, a fim de se evitar a exposição de trabalhadores às parte vivas 60 Figura 16 - Distância de Segurança entre Veículos e Rede Elétrica 3.5 EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL – EPI Botina de couro, solado isolante Para proteção dos pés contra agentes agressivos e choques elétricos. Não deverá possuir componentes metálicos. Figura 17 - Bota de Segurança Luvas isolantes para eletricista Para o uso em serviços com risco de choque elétrico em equipamentos energizados e passíveis de energização. 61 Obs.: As luvas isolantes não devem ser utilizadas isoladamente, isto é, sem as luvas de cobertura. Figura 18 - Luvas Isolantes Luvas de cobertura em vaqueta Figura 19 - Luvas de Coberta em Vaqueta Utilizadas para proteção das luvas isolantes. Óculos de segurança Destina-se à proteção dos olhos contra impactos mecânicos e efeitos decorrentes da irradiação solar ou do arco elétrico. Figura 20 - Óculos de Segurança 62 Capacete de segurança Destina-se a proteger a cabeça contra impactos, quedas de objetos, contato acidental com circuitos elétricos energizados. Constituído de material isolante. Figura 21 - Capacete de Segurança Cinto de segurança / tabalarte Cinto de segurança do tipo subabdominal é destinado a equilibrar/sustentar o trabalhador em postes/ torres para prevenir quedas por altura. Talabarte é complemento do cinto de segurança. Figura 22 - Cinto de Segurança 65 deixa locais apagados, ou equipamentos sem funcionar, como o Elevador Lacerda em Salvador-BA ou no metro do RJ ou SP. .  O item raio faz o acompanhamento de acidentes causados por descarga atmosférica, com ou sem vítimas. Figura 23 - Gráfico de Acidentes de Origem Elétrica 66 3.7 A IMPORTANCIA DE UM PROJETO ELÉTRICO Em uma obra civil, conforme normas construtivas, acima de determinada área a ser construída, além do projeto arquitetônico e civil, também se faz necessário o projeto das instalações elétricas, independentemente do porte da obra, e até mesmo uma moradia popular suas instalações elétricas tem que estarem constando do layout da planta baixa a ser edificada, e, portanto deverá ser executada pelo profissional da área. Em médias e grandes construções, isso é evidenciado no momento da aprovação, por parte do poder público, onde solicita todos os dados necessários para a emissão do alvará do empreendimento, isto para o caso do município que possuir esse procedimento em seu PDU – Plano Diretor Urbano e conseqüentemente estabelecido em sua Lei do Código de Obras. Além desta necessidade para a emissão do alvará, em se tratando de uma solicitação de uma nova ligação de energia elétrica, e conforme norma da cada concessionária de energia e a característica da carga elétrica solicitada, para o fornecimento deste tipo de serviço, se faz necessário a apresentação de um projeto elétrico, como se isso não fosse o suficiente para tal necessidade, o CREA – Conselho Regional de Engenharia, ao fiscalizar uma determinada obra, em função de seu porte, também solicita do proprietário o responsável técnico pelo projeto e execução das instalações elétricas. Dessa forma, o projeto elétrico é de suma importância para o registro e legalização de uma obra civil, mas muito mais do que isso, ele garante que as instalações internas, nas quais em sua maioria estão embutidas, estão em perfeito estado de funcionamento para atender de forma segura seus usuários. A NBR 5410/2004 abrange todas as etapas das instalações elétricas de baixa tensão, desde o Projeto que trata do dimensionamento de condutores, dispositivos de proteção, formas de instalação, influências externas, aspectos de segurança, sua Execução, que diz respeito sobre as recomendações e referências às normas de fabricação de dispositivos e 67 equipamentos; a Verificação final, que inclui inspeção visual e ensaios específicos; sua Manutenção, que trata dos procedimentos para manutenção das instalações elétricas e o seu campo de aplicação que abrange as edificações residenciais, comerciais, públicas, industriais, de serviços, agropecuários, canteiros de obras e outras instalações temporárias. Outras normas também tratam do projeto elétrico, tais como a NBR 5419:2005 – Proteção de estruturas contra descargas atmosféricas, estabelece as condições exigíveis ao projeto, instalação e manutenção de sistemas de proteção contra descargas atmosféricas (SPDA) de estruturas, bem como de pessoas e instalações no seu aspecto físico dentro do volume protegido já a NBR 14039:2003 – Instalações elétricas de média tensão de 1,0 kV a 36,2 kV, visa estabelecer um sistema para o projeto e execução de instalações elétricas de média tensão, com tensão nominal de 1,0 kV a 36,2 kV, à freqüência industrial (60 Hz), de modo a garantir segurança e continuidade do serviço e a NR-10 abrange as instalações e serviços em eletricidade superiores a 50 V CA ou 120 V CC, e é suportada pela NBR 5410 a partir dessas tensões até 1000 V CA e freqüência menor que 400 Hz ou 1500 V CC, e pela NBR 14039 para tensões superiores a 1000 V CA ou 1500 V CC até a tensão de 36,2 kV, onde é apoiada e suportada por algumas NBRs, conforme demonstrada na figura abaixo: 70 Trabalho e que apesar da existência de normas e dispositivos legais que garantam a segurança das instalações elétricas, não existem mecanismos de certificação e fiscalização compulsória das mesmas (Simões – 2008). Segundo o engenheiro eletricista e de segurança do trabalho Ricardo Pereira de Mattos (2008), “..as normas técnicas são de aplicação voluntária e só podem ser exigidas caso haja algum dispositivo legal que as invoque. É o que acontece aqui com a NR-10, embora não obedeça exatamente o ritual de uma certificação compulsória. Buscando tornar essa exigência mais clara, o Comitê Brasileiro de Eletricidade (COBEI) da ABNT já apresentou proposta para que os serviços de instalações elétricas em baixa tensão passem a integrar a relação de serviços de certificação compulsória, tendo por referência normativa a norma técnica de instalações elétricas de baixa tensão (NBR 5410) que, por sua vez, está baseada nas normas da IEC. Para que isso ocorra, é necessário uma decisão de algum órgão governamental regulamentador, neste caso o INMETRO ou até mesmo a ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica, uma vez que a entrega de energia ao consumidor final está sob a responsabilidade das concessionárias de energia elétrica que são fiscalizadas por essa agência”. (apud Simões – 2008) O que vemos na prática, e principalmente em municípios onde não se adota um Código de Obras, é o verdadeiro descaso com a segurança na construção civil e principalmente com as instalações elétricas, isto se evidencia, não só por parte da responsabilidade do poder público, mas também dos procedimentos adotados pela iniciativa privada, a exemplo disso a tabela abaixo mostra que uma das principais atuações do Ministério do Trabalho quanto ao cumprimento ao que determina a NR-10 é justamente a falta de projeto elétrico das instalações. 71 Figura 25 - Relação de Irregularidades NR -10 Fonte: Apresentação Eng. Eng. Joaquim Gomes Pereira MTE / SRTE / SP - Segurança em Instalações Elétricas na construção civil. 72 3.8 EXEMPLOS DE NÃO APLICAÇÃO DAS NORMAS DE SEGURANÇA COM AS INSTALAÇÕES ELÉTRICAS Figura 26 - Fios expostos e sem proteção Figura 27 - Condutor sem isolamento e em contato direto com a parede 75 Figura 31 - Situação de risco por imprudência Figura 32 - Instalações com risco de curto circuito 76 Figura 33 - Negligência no uso da eletricidade Fonte: Apresentação Eng. Eng. Joaquim Gomes Pereira MTE / SRTE / SP - Segurança em Instalações Elétricas na construção civil. 77 4 CONCLUSÀO Com base nas informações apresentadas, uma das características da eletricidade é que sem ela num mundo moderno em que estamos vivenciando não conseguimos viver sem ela, pois desde o momento em que acordamos até mesmo quando estamos dormindo, fazemos o uso dela. Ao utilizarmos a energia elétrica para a realização de qualquer atividade, a segurança quanto à sua instalação é de suma importância, pois ao ser negligenciado as conseqüências são desastrosas. Não existe tensão alta ou tensão baixa que pode provocar um maior ou menor dano em caso de um acidente, a sua conseqüência irá depender do tempo de exposição, percurso da corrente elétrica, dentre outras. As formas de proteção para uma melhor segurança no uso de equipamentos elétricos, vão desde o uso correto de epi‟s até a utilização de instalações eficientes e sem improvisos. As maiores causas de acidentes com a eletricidade é a negligencia, imprudência ou mesmo a imperícia, pois os cuidados não são devidamente tomados e as precauções e o planejamento anterior das ações são sempre ignorados. Toda e qualquer obra civil depende de forma direta ou indiretamente da eletricidade, e as medidas corretas quanto a segurança na realização de um trabalho, devem ser estabelecidas para garantir a segurança não somente de quem está lidando diretamente com ela, mas também e principalmente de terceiros. Em uma instalação elétrica as NBR‟s e NR‟s em vigor devem ser aplicadas desde a concepção do projeto até a sua execução para garantir que a sua utilização não seja comprometida aos seus usuários. No mais, um acidente com o uso da energia elétrica pode ser evitado simplesmente fazendo o uso dos procedimentos legais de segurança e nunca negligenciá-la, pois a eletricidade não tem cheiro, não tem cor e não tem forma.
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