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Guias e Dicas
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Técnicas desencarceramento e estricação, Notas de estudo de Enfermagem

Técnicas desencarceramento e estricação

Tipologia: Notas de estudo

2013

Compartilhado em 10/02/2013

santiago-amaro-1
santiago-amaro-1 🇧🇷

4.7

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Baixe Técnicas desencarceramento e estricação e outras Notas de estudo em PDF para Enfermagem, somente na Docsity! Um guia para o uso de ferramentas de resgate e técnicas de resgate TÉCNICAS DE EXTRACCIÓN VEHICULAR TÉCNICAS DE RESGATE EM VEÍCULO Por : B. Morris Elaborado por Holmatro Departamento Tecnico de Treino de Resgate © Copyright 04-2006 Holmatro Rescue Equipment, Holanda Todos os direiros reservados RCS Lille 378 607 964 T É C N I C A S D E R E S G A T E E M V E Í C U L O S Um guia para o uso de ferramentas de resgate e técnicas de extracção SEGURANÇA p.8 - Segurança pessoal p.9 - Utilização do equipamento p.10 DESENHO E CONSTRUÇÃO DO VEÍCULODISEÑO p.14 - Tecnologia dos novos veículos p.15 - Veículos híbridos Gasolina – Electricidade p.18 - Sistemas de segurança passiva p.19 - Localizações da bateria p.22 - Energia cinética na colisão dos veículos p.23 - Perigos específicos nos veículos novos p.27 - Terminologia na construção dos veículos p.28 FERRAMENTAS PARA RESGATE p.30 - Tesouras p.31 - Expansores p.32 - Ferramentas multiusos p.33 - Macacos de separação p.34 - Bombas hidráulicas p.35 - Ferramentas autónomas p.37 - Equipamento para estabilização p.38 - Cuidado do equipamento p.40 Conteúdo 6 T É C N I C A S D E R E S G A T E E M V E Í C U L O S Um guia para o uso de ferramentas de resgate e técnicas de extracção O PROCESSO p.42 - Organização do grupo de trabalho p.43 - Segurança na zona de trabalho p.45 - Visão geral p.46 TÉCNICAS DE RESGATE EM VEÍCULOS p.50 - Introdução p.51 - Estabilização p.52 - Retirar portas p.57 - Retirar um lateral p.62 - Criação de uma terceira porta p.66 - Retirar tecto p.68 - Afastamento do tablier p.80 - Acesso aos pedais p.82 - Elevação do tablier p 84 TÉCNICAS PARA VEÍCULOS PESADOS p.86 - Veículos pesados de carga p.87 - Autocarros p.91 AGRADECIMENTOS p.95 NOTAS p.96 Conteúdo 7 T É C N I C A S D E R E S G A T E E M V E Í C U L O S Um guia para o uso de ferramentas de resgate e técnicas de extracção 8 T É C N I C A S D E R E S G A T E E M V E Í C U L O S Um guia para o uso de ferramentas de resgate e técnicas de extracção A - Expansores O Expansor é uma ferramenta muito poderosa e quando se utiliza bem, pode ser altamente eficiente num processo de resgate de veículos. Os expansores repre- sentam um significativo perigo quando se usam sem cuidado. Quando utilizar um separador deverá ter em conta as seguintes indicações. O aspecto principal que deve ser considerado é a sua correcta colocação numa zona estável para poder separar. Uma vez que a ferramenta começa a separar, ela supor ta todo ou quase todo o seu próprio peso e é só num ponto onde é necessário supor tar a ferramenta e operar o comando. Aspectos a recordarem: - Trate sempre de usar a superfície total das pontas de separação. - Se ao iniciar a separação, as pontas perdem aderência, suspenda e reposicione. - Assegure-se que a posição da ferramenta seja tal que o material seja empurrado até fora do veículo. - Você não pode evitar o movimento natural da ferramenta durante a operação. - Suspenda a acção e reposicione o expansor antes que o movimento da ferra- menta ou partes do seu corpo comecem a ser apertadas contra componentes do veículo. - Nunca coloque as suas mãos nas hastes ou nas pontas do expansor. - Depois de trabalhar com o expansor é importante que coloque a ferramenta em posição “segura” (ver página 41). Utilização do equipamento Usou-se a superfície total das pontas. Posição correcta do expansor. Transporte correcto do expansor. 11 T É C N I C A S D E R E S G A T E E M V E Í C U L O S Um guia para o uso de ferramentas de resgate e técnicas de extracção Utilização do Equipamento B - Tesouras As tesouras jogam um papel importante no cenário de um acidente devido aos desenvolvimentos tecnológicos no desenho e construção dos veículos e as melhoras na tecnologia do processo de corte. A enorme força disponível nestas ferramentas represen- ta um perigo significativo de cortes ou esmagamento quando se utilizam sem cuidado. Pontos a recordarem: - Trate sempre de colocar a tesoura num ângulo de 90º em relação à super fície de cor te. - Assegure-se que o material que vai ser cortado se encontre colocado tão próximo quanto possível da parte posterior (entalhadura) da lâmina. Evite cortar com as pontas. - Se a tesoura começa a girar excessivamente ou se observar que as lâminas se separam, suspenda o corte e reposicione a ferramenta. - Evite cor tar directamente qualquer sistema oculto de enchimento de airbag ou outro perigo potencial. - Nunca coloque as suas mãos nas lâminas de nenhuma tesoura. - Não contrarie o movimento natural da ferramenta durante a operação. Suspenda a acção e reposicione a tesoura antes que o movimento da ferramenta ou partes do seu corpo comecem a ser apertadas contra os componentes do veículo. Cortar em ângulo de 90º. Tenha uma boa visão do que está a cortar. Corte o mais próximo da entalhadura. Evite cortar com as pontas. 12 T É C N I C A S D E R E S G A T E E M V E Í C U L O S Um guia para o uso de ferramentas de resgate e técnicas de extracção Utilização do Equipamento C - Macacos separadores Os macacos separadores são uma ferramenta essencial no conjunto de equipamentos hidráulicos de resgate. É possível que nem sempre seja necessária a sua utilização quando se tem uma tesoura e um expansor, mas são muito valiosos em situações onde o frontal do veículo está causando um aprisionamento dos ocupantes. Devido ao peso que os macacos de sepa- ração podem levantar e suportar, o seu principal perigo é deslizar repentinamente devido à perda de aderência da superfície onde está apoiado. Pontos a recordarem: - Coloque sempre o macaco de separação de tal forma que o comando de operação seja de fácil acesso, mas que não interfira com a extracção dos ocupantes. - Se em qualquer momento a operação de elevação ou afastamento é suspensa, preste uma especial atenção quando começar de novo, à forma como funciona o comando de operação. Evite que acidentalmente ao fechá-lo não comece a diminuir ou a libertar a pressão no macaco. - Preste sempre atenção aos dois pontos de apoio do macaco. Se necessário utilize um supor te para macacos de separação para assegurar uma boa plataforma de apoio. - Realize uma estabilização do ponto mais baixo antes de aplicar pressão. Acesso fácil ao comando de operação. Bom ponto de apoio. Utilize um suporte de macaco. Corte antes para facilitar a separação. 13 T É C N I C A S D E R E S G A T E E M V E Í C U L O S Um guia para o uso de ferramentas de resgate e técnicas de extracção Tecnología dos novos veículos 4 - As ligas leves e o aço boro são utilizados para incrementar a relação resis- tência peso. A eliminação de portas será mais difícil se as barras de protecção lateral estiverem dentro da estrutura do veículo devido ao impacto. 5 - A localização de alguns sistemas de airbag no volante e no tablier representa muitos desa- fios, estando agora além disso em combinação com portas, assentos, perfis do tecto e inclu- sivamente com sistemas de cintos de segurança. Os sistemas de airbag não activados e ocultos podem causar problemas durante o seu corte ao colocar-se o dito material entre as lâminas de uma tesoura obsoleta que não possa cortá-los, mas tão só deformá-los. É crítico conhecermos que projectos são activados electrónica ou mecanicamente. Os perigos incluem a dificuldade em identificar a localização das bolsas, os sensores, e o módulo de controlo, assim como a activação acidental durante os trabalhos de resgate, exposição acidental dos cabos eléctricos ou a presença de agentes químicos. A diferença do conhecimento e da anatomia humana, compreender a anatomia dos desenvolvimentos em segurança, é um processo que nunca acaba. Os desenvolvimentos em segurança variam amplamente no seu desenho e colocação ano após ano, inclusive entre os diferentes modelos e fabricantes de veículos. Por esta razão é essencial para o pessoal de resgate conhecer como podem afectar estes desenvolvimentos em segurança nos seus métodos de resgate no dia a dia. 1 - Em caso de um impacto frontal os sistemas de reforço na parte posterior dos guarda-lamas e do motor, fazem com que as rodas dianteiras se desviem e não entrem na área dos pedais e que o motor caia para que não entre no compartimento dos ocupantes. Cortar esta área para afastar o tablier de ins- trumentos pode ser difícil. 2 - Zonas que se deformam para absorver a energia do impacto e que fazem que seja possível que os ocupantes do vei- culo sobrevivam a colisões nas quais em anos anteriores teriam falecido. 3 - O tablier de instrumentos reforçado foi desenvolvido para proteger em caso de um impacto frontal ou lateral o condutor e passageiro. Os procedimentos convencionais de separar o tablier por um só lado podem apresentar mais dificuldade. 1 3 4 4 5 5 5 66 6 2 1 16 T É C N I C A S D E R E S G A T E E M V E Í C U L O S Um guia para o uso de ferramentas de resgate e técnicas de extracção 9 - Materiais da estrutura. Para compensar o acréscimo de peso devido à quantidade de elementos de segurança que foram adicionados, os fabricantes de carros usam para reforçar as estruturas do tecto e dos pilares, aços de Alta Resistência – Liga Leve (HSLA) e de Ultra Resistência – Liga Leve (UHSLA). 8 - Vidros laterais e posterior. Os vidros laterais e posterior que em alguns casos são temperados estão a substituírem-se por vidros laminados ou plásticos rígidos, os quais em relação aos temperados, são altamente resistentes a “quebrar-se” no sentido natural da palavra e apresentam uma formidável barreira para conseguir o acesso aos pacientes. 7 - Materiais da carroçaria: Plástico de grande impac- to, fibra de carbono, alumínio e outros tipos de materiais compostos estão substituindo as chapas metálicas em todas ou em algumas par tes exteriores da carroçaria. O plástico enruga-se ou estilhaça em vez de se dobrar, tornando difícil encontrar uma boa super fície estável. Os ma- teriais compostos podem ser difíceis de cor tar. A fibra de carbono é também difícil de cor tar e tanto as par tículas de pó como os produtos da sua com- bustão são perigosos. 6 - Os pré-tensores de cintos e limitadores de força G estão desenhados para evitar o movimento dos ocupantes e reduzir o impacto com os airbag. Os pré-tensores de cintos podem ser activados por um mecanismo de mola ou por uma carga explosiva. A sua activação acidental durante os trabalhos de resgate pode causar sérios danos ao pessoal de resgate e aos pacientes. 5 5 5 6 6 6 8 9 5 Ilustração : H. Vincent 8 7 17 T É C N I C A S D E R E S G A T E E M V E Í C U L O S Um guia para o uso de ferramentas de resgate e técnicas de extracção Veículos Híbridos: Gasolina – Electricidade Os veículos híbridos usam para a sua propulsão tanto motores eléctricos como motores a gasolina. O motor eléctrico é usado para baixa velocidade de movimento e é accionado por um conjunto de baterias de alta voltagem, normalmente localizado na parte posterior do veículo. Nos veículos híbridos, os cabos de alta voltagem identificam-se por uma cobertura alaranjada e pelos ligadores. Com a finalidade de estarem protegidos, estes cabos encon- tram-se situados na parte inferior e dentro do reforço do solo, num sítio que geralmente não é acessível ao pessoal de resgate. É importante anotar que os veículos híbridos podem parecer que estão desligados quando o seu motor de gasolina não está em funcionamento, mas poderá em qualquer momento poder mover-se ao usar o motor eléctrico que está em estado activo. Para evitar que isto suceda, além de desligar a bateria de 12 volts, o pessoal de resgate deverá revisar e assegurar-se também que o interruptor principal de ignição se encontra na posição desli- gado e retirar a chave, com a finalidade de desligar o sistema electrónico. Nunca toque, corte o abra nenhum cabo nem componentes de alto voltagem. Excepto pelas precauções anotadas anteriormente, os veículos híbridos podem ser abordados utilizando as técnicas e princípios básicos de resgate de um automóvel convencional. Pode obter-se informação adicional nos guias para o pessoal de resgate publicados pelos diferentes construtores de veículos. Sistema electrónico de controlo do Toyota “Prius” Sistema de baterías do Honda “ Insight” Motor a gasolina Motor eléctrico Cabos de alta voltagem As baterias de 12V podem estar no compartimento do motor ou na mala Bateria de alta voltagem Tanque de combustível Linha de combustível 18 T É C N I C A S D E R E S G A T E E M V E Í C U L O S Um guia para o uso de ferramentas de resgate e técnicas de extracção D - Zonas de absorção de impactos Estas zonas situadas na estrutura do automóvel e no chassis, estão desen- volvidas para absorver a energia do impacto de uma colisão e evitar que essa energia seja transferida ao compartimento de passageiros e portanto aos ocupantes do veículo. A utilização destas zonas de absorção de impactos incrementou enormemente a possibilidade dos ocupantes de um veículo sobreviverem a múltiplos impactos. Ironicamente estas zonas que aumentaram a sobrevivência dos ocupantes podem complicar as tarefas do seu resgate devido à robustez das estruturas de metal deformado. Sistemas de segurança passiva Prova de choque frontal. Impacto frontal total. Impacto frontal parcial. Deformação devido às zonas de absorção de impactos. 21 T É C N I C A S D E R E S G A T E E M V E Í C U L O S Um guia para o uso de ferramentas de resgate e técnicas de extracção A situação mais frequente da bateria na maioria dos veículos de passageiros é no compartimento do motor. Contudo, é importante saber que alguns dos desenhos de novos veículos utilizam diferentes localizações. Estas localizações alternativas incluem, mas não se limitam às seguintes zonas: • Debaixo do assento posterior dos passageiros. • No porta-bagagem (foto esquerda). • Na parte dianteira do guarda-lamas (foto da direita). Recorde que em alguns veículos mais largos (como camionetas ou veículos multi- familiares) pode haver a possibilidade de ter mais do que uma bateria. Alguns fabricantes podem usar um mecanismo que desliga a bateria automatica- mente em caso de uma colisão. Localizações da bateria Sistema automático de desconexão. 22 T É C N I C A S D E R E S G A T E E M V E Í C U L O S Um guia para o uso de ferramentas de resgate e técnicas de extracção Energia cinética na colisão de veículos A - Tensão, flexão, torção O metal que se dobra (flexão), se estira (tensão) ou se torce (torção) requere precauções quando se corta ou se separa, já que podem surgir movimentos rápidos e inesperados do mesmo. O pessoal de resgate deverá conhecer as reacções mecânicas potenciais que se produzem na estrutura de um veículo devido às deformações depois de uma colisão. Quando mencionamos a reacção mecânica (o impacto durante a colisão que modifica a estrutura do automóvel) queremos dizer pontos estáveis e pontos instáveis ou elásticos. Para trabalhar eficazmente, é necessário eliminar todos os pontos instáveis ou elásticos potenciais com a finalidade de evitar que durante o corte ou a separação provoque um retorno não apropriado do material. È necessário encontrar os pontos estáveis que servirão como base sólida sobre a qual as ferramentas de separação possam ser colocadas. Nos casos onde não existam pontos sólidos deverão criar-se instalando um suporte. Tensão Torção Flexão 23 Energia cinética na colisão de veículos E - Choques debaixo da carroçaria e por capotamento sobre outro veículo Estes acidentes geram um espaço de trabalho extremamente confinado e em muitos casos o resgate é complicado para poder manejar de forma segura. Deve-se recordar que uma boa estabilização é importantíssima num acidente com encravamento de carga e que possi- velmente requeira realizar tarefas de elevação de cargas pesadas. Quando se tenham que rea- lizar resgates por baixo de um veículo pesado tenha cuidado com as cargas sujeitas a pressão, como se descreve no capítulo de Veículos Pesados deste livro. As actividades de resgate podem afectar a estabilização. Por esta razão, a estabili- zação deve ser continuamente revista conforme se vai avançando no processo de extracção. Os sistemas de suporte podem complementar os esforços de estabilização. T É C N I C A S D E R E S G A T E E M V E Í C U L O S Um guia para o uso de ferramentas de resgate e técnicas de extracção Ph ot o : Y ve s Eb el 26 T É C N I C A S D E R E S G A T E E M V E Í C U L O S Um guia para o uso de ferramentas de resgate e técnicas de extracção Perigos específicos nos novos veículos A - Cortando os assentos Muitos dos novos desenhos de veículos têm componentes de airbag colocados sob as coberturas dos assentos. Os sensores das bolsas de ar, pequenos cilindros de gás e em alguns casos bolsas de ar no seu interior, não permitem que os assentos sejam cortados. Para evitar isto, primeiro levante sempre a cobertura com uma faca para investigar possíveis perigos antes de cortar o assento com uma tesoura hidráulica. B - Cortando os pilares Alguns pilares contém componentes que devem ser evitados. Tratar de cortar o reforço da monta- gem dos cintos de segurança pode danificar as lâminas das tesouras. O mesmo, ao tratar de cortar os sistemas de pré-tensores de cintos podem também danificar as tesouras hidráulicas. Contudo, o perigo maior é cortar o sistema de enchimento de um airbag. É muito perigoso ao libertar-se o gás sob pressão que se encontra na gar- rafa, ou também por fragmentos da mesma garrafa que podem causar ferimentos graves. Por estas razões, é importante que sempre exponhamos e investiguemos os pilares antes de pretender cortá-los. É recomendável quando se está a fazer o corte usar qual- quer sistema flexível de protecção da vítima, como uma manta ou um plástico resistente. Assim a protegerá caso as ferramentas deslizem e também dará alguma protecção contra a explosão das mencionadas garrafas no caso de não terem sido vistas. C - Sistemas de protecção automática do tecto contra capotamento (R.O.P.S.) Estes sistemas activam-se quando um automóvel descapotável começa a girar sobre si mesmo. Estes sistemas encontram-se colocados normal- mente detrás dos assentos, sobre o sistema de apoios de cabeça. Isto representa um sério risco para o pessoal de resgate e paramédico se ocorre uma activação aci- dental durante os trabalhos de resgate. Os passos para controlar este perigo são desligar a bateria quando seja possível e evitar permanecer na área de activação. 27 T É C N I C A S D E R E S G A T E E M V E Í C U L O S Um guia para o uso de ferramentas de resgate e técnicas de extracção © éditions ICONE GRAPHIC reproduction interdite Com o fim de garantir que todas as pessoas num cenário de um acidente de via- ção entendam as ordens deve-se usar a mesma terminologia. Por exemplo, não deveria falar de “direito” ou “esquerdo” mas sim de “lado do condutor” e “lado do acompanhante”. Seguidamente, indicam-se os termos mais comuns utilizados para descrever a anatomia de um veículo: Terminologia na construção de automóveis Tecto Pilar A Parede de protecçao Zonas de absorção de impactos Área da jante dianteira Dobradiças Tampa do motor Parte superior Parte media Parte baixa Parte superior Parte media Parte baixa 28 T É C N I C A S D E R E S G A T E E M V E Í C U L O S Um guia para o uso de ferramentas de resgate e técnicas de extracção As tesouras empregam-se para cortar totalmente os componentes dos veículos com a finalidade de retirar certas zonas do mesmo. Adicionalmente, podem ser empregues para realizar cortes de alívio que permitem o afastamento de alguns componentes do veículo como o tablier ou em operações de levantamento do tecto. Há uma grande variedade de desenhos de lâminas para diferentes aplicações. As lâminas das tesouras têm uma grande variedade de formas tal como abaixo se mostra.As diversas classes de lâminas permitem cortar de diferentes formas de materiais num veículo. Tesouras Comando de operação Botão de controlo Mangueras hidráulicas Mangueras hidráulicas Pega de transporte Lâminas Lâminas 31 Os expansores têm três funções principais: separar, comprimir e traccionar. Os expansores podem apertar ou comprimir o metal para criar pontos de franzido débeis ou áreas para corte, além disso podem separar componentes que não estejam unidos. A terceira função realiza-se usando umas pontas com adaptadores para correntes os quais permitem que o expansor aproxime objectos até ao seu ponto de força. As diferentes formas de pontas para o expansor usam-se para diferentes aplicações. T É C N I C A S D E R E S G A T E E M V E Í C U L O S Um guia para o uso de ferramentas de resgate e técnicas de extracção Comando de operação Mangueiras hidráulicas Pega de transporte Braços Expansores Pontas Separando uma porta do veículo. Comprimindo/Apertando o guarda-lamas. 32 T É C N I C A S D E R E S G A T E E M V E Í C U L O S Um guia para o uso de ferramentas de resgate e técnicas de extracção Comando de operacões Mangueiras hidráulicas Pega de transporte Lâminas Pontas de separação Estas ferramentas versáteis combinam um expansor e uma tesoura numa só fer- ramenta. Contudo, devido a esta combinação de funções, diminuem-se ou sacrificam-se algumas potencialidades de separação e de corte quando comparadas com ferramentas individuais. De igual como os separadores, podem-se utilizar com estas ferramentas acessórios de tracção. Ferramentas Multiuso Levantando o tablier com um multiuso. Cortando o pilar C. Multiuso usado por cima do sistema de fechadura. Separando uma porta de um veículo. 33 T É C N I C A S D E R E S G A T E E M V E Í C U L O S Um guia para o uso de ferramentas de resgate e técnicas de extracção Válvula de selecção Carretel com mangueiras C - Bombas Múltiplas As bombas hidráulicas podem ser accionadas com motores a gasolina, eléctricos ou diesel. Têm a capacidade de operar simultaneamente duas ou mais ferramentas. Devido ao seu peso, geralmente encontram-se instaladas no veículo de resgate apesar de também poderem ser transportadas para fora do veículo. Estas bombas podem dispor de carretéis já colocados na mesma estrutura da bomba ou em conjunto à parte com compridas mangueiras. Motor 4 tempos a gazolina Bombas hidráulicas Bomba para 3 ferramentas silmultâneo. Bomba ligeira e simultânea Pode ser transportada por uma só pessoa. 36 T É C N I C A S D E R E S G A T E E M V E Í C U L O S Um guia para o uso de ferramentas de resgate e técnicas de extracção Estas ferramentas para resgate permitem operar em lugares remotos e difíceis tais como ribanceiras, vertentes de montanha e espaços confinados. Estas ferramentas têm múltiplas aplicações e a sua potência desenvolvem-na através de baterias recarregáveis ou com potência manual. Porta de separação Lâmina Comando de operação Pega de transporte Bateria Ferramentas autónomas para resgate Botão de arranque Acesso a lugares remotos. Ferramenta operada manualmente. Comando da bomba Modelo de tesoura 37 T É C N I C A S D E R E S G A T E E M V E Í C U L O S Um guia para o uso de ferramentas de resgate e técnicas de extracção A - Blocos e cunhas Existem de várias formas e podem ser fabricados de madeira ou de polietileno reci- clado. Pelas suas diversas formas podem ser utilizados em quase todas as situações. Ao coloca-los entre o espaço de um veículo e o terreno ajudam-nos a incrementar a estabilidade dos veículos. Equipamento para estabilização B - Almofadas levadoraes As almofadas elevadoras não podem ser conside- radas como um sistema primário de estabilização. A sua capacidade de elevação pode ser muito útil num processo de estabilização. Contudo, é importante escorar com blocos e cunhas quando se fizer o levantamento. Almofadas de baixa pressão. Almofadas de alta pressão. Tipo Polietileno reciclado Tipo madeira 38 T É C N I C A S D E R E S G A T E E M V E Í C U L O S Um guia para o uso de ferramentas de resgate e técnicas de extracção C - Ferramentas Depois de cada uso, faça as seguintes verificaçõs: 1. Inspecção visual para detectar eventuais danos: a. Lâminas da tesoura, pontas do expansor, cabeças de agarre do macaco de separação. 2. Funcionamento do comando de operação. 3. Mangueiras curtas: a. Cortes, abrasão ou qualquer outro dano na capa externa da mangueira; b. Vincos. 4. As uniões devem estar limpas e funcionar correctamente. Limpe os tampões e coloque-os nas uniões. 5. A ferramenta deve ficar em posição de segurança (não sob pressão): a. Expansores e multiusos: Pontas ligeramente abertas: b. Macacos de separação: Êmbolos ligeramente estendidos: c. Tesouras: Pontas ligeramente soubrepostas. 6. As etiquetas de segurança e de operação devem estar no seu lugar e ser legíveis. Cuidados com o equipamento Êmbolos ligeramente estendidos Pontas ligeramente abertas Pountas soprepostas 41 T É C N I C A S D E R E S G A T E E M V E Í C U L O S Um guia para o uso de ferramentas de resgate e técnicas de extracção 42 T É C N I C A S D E R E S G A T E E M V E Í C U L O S Um guia para o uso de ferramentas de resgate e técnicas de extracção Organização do grupo de trabalho Um procedimento sistemático dos trabalhos de resgate em veículos é a melhor maneira de garantir que todas as tarefas sejam rápidas e eficazmente realizadas. A única maneira de desenvolver efectivamente um resgate sistemático é através do trabalho em equipa. Para conseguir que um grupo trabalhe em perfeita harmonia, os seus integrantes devem saber exactamente o que se espera deles e que nível de confiança se tem da sua habilidade e capacidade para levar a cabo as suas tarefas específicas. O número ideal de resgatadores para um acidente com uma pessoa encarcerada diz-se que seja aproximadamente de cinco a seis pessoas. Apesar de o número variar em diferentes grupos de resgate de acordo com o processo. Quando normalmente se toma o número de cinco pessoas por grupo, assinalamos seguidamente os papéis que enumera- mos. O nome de cada um desses papéis pode variar de acordo com a entidade ou o país. 1. Oficial de comando ou chefe de equipa Esta pessoa é a responsável da coordenação das operações do grupo de resgate. Deverá estar colocado num sítio tal que possa visualizar toda a área do incidente, pensando acerca de quais serão as próximas acções a desenvolver. Em grupos pequenos esta função poderá ser levada a cabo enquanto funcionam outras actividades. O chefe de equipa é também o ponto fulcral para comunicações com outras entidades ou grupos de resgate que estejam a trabalhar no mesmo cenário. Na maioria dos casos será a pessoa com maior hierarquia ou com maior experiência em lidar com este tipo de incidentes. Em muitos casos o chefe de equipa também mantém o papel de oficial de segurança. Isto é sem dúvida considerado um papel completo na maioria dos grupos e que deve ser executado por uma só pessoa quando exista pessoal suficiente. 43 T É C N I C A S D E R E S G A T E E M V E Í C U L O S Um guia para o uso de ferramentas de resgate e técnicas de extracção ATENÇÃO À SEGURANÇA Tenha à mão um sistema de protecção contra incêndios Aproximação inicial: Sempre que seja possível, a aproximação deve ser como seguidamente se indica : Objetivo: Avaliação no cenário de qualquer perigo oculto para permitir uma área de trabalho segura, à volta e dentro dos veículos. Estes são os procedimentos que deverão ser realizados antes das operações de resgate. Sempre que seja possível, a aproximação do grupo de resgate deverá fazer-se pela frente do veículo acidentado. Isto assegura que qual- quer sinistrado consciente não trate de girar o pescoço para ter contacto com o pessoal. Uma vez que o contacto se tenha realizado com qualquer das vítimas do interior, não poderá suspender-se até que o paramédico ou o socorrista controle a situação. Os membros do grupo técnico poderão mover- se à volta dos veículos acidentados, fazendo avaliações por cima, por baixo e à volta do veí- culo acerca de qualquer perigo oculto tal como cabos eléctricos, derrames de líquidos ou outras vítimas. Reportam ao Oficial do sinistro que determinará se é necessário realizar algu- ma tarefa de redução de riscos. Visão Geral 46 T É C N I C A S D E R E S G A T E E M V E Í C U L O S Um guia para o uso de ferramentas de resgate e técnicas de extracção Uma vez que se tenha realizado a avaliação do veículo e que todos os perigos tenham sido controlados, pode-se proceder à estabilização. Isto será tratado com mais pomenor no capítulo de Estabilização deste livro. O sistema de ignição do veículo deverá ser colo- cado na posição “off” (apagado) e a batería deverá ser desconectada. É importante que o terminal negativo seja desligado primeiro com o fim de evitar a possibilidade de gerar chispas causadas por colocar inadvertidamente o ter- minal positivo em terra. Recorde fazer funcionar os espelhos eléctricos, fechos de portas e opções do assento antes de desligar a batería completamente. Quando seja possivel, o travão de emergência deverá ser accionado. Qualquer ocupante do veículo deverá ser protegido antes de cortar os vidros. Pode ser necessário ter um resgatador no interior do veículo para ajudar nesta protecção. Visão Geral Quando não se puder desligar a bateria, deixe as luzes de aviso ligadas como chamada de atenção para os socorristas. 47 T É C N I C A S D E R E S G A T E E M V E Í C U L O S Um guia para o uso de ferramentas de resgate e técnicas de extracção Deve-se realizar o trabalho sobre os vidros. Recorde que todos os que possam partir duran- te as tarefas de resgate devem ser retirados neste momento. Isto pode ser levado a cabo com o uso de um punção quebra vidros ou se necessário, com um cortador de vidros. Alguns automóveis modernos estão equipados com vidros de protecção avançada (EPG) que não permite retirar o vidro pelos sistemas tradicionais de rotura e será necessario deixar o vidro no seu lugar. Depois de usar um punção quebra vidros, a eli- minação do vidro deve realizar-se de dentro para fora. Em alguns casos é possivel baixar a janela para que esta fique dentro da porta antes de ser quebrada. Contudo poderá necessitar da batería conectada para realizar esta tarefa. Se o tamanho da equipa de resgate o permite, os pequenos fragmentos de vidro deverão ser recolhidos e colocados dentro do veículo ou fora do círculo de acção. Visão Geral 48 T É C N I C A S D E R E S G A T E E M V E Í C U L O S Um guia para o uso de ferramentas de resgate e técnicas de extracção A maioria das colisões de veículos com pessoas encarceradas corresponde a veí- culos ligeiros. O termo de veículos ligeiros é difícil de definir. Quando usamos este termo estamo-nos a referir à maioria de veículos privados de passageiros como por exemplo os automóveis familiares. A grande ironia é que este termo de veículo “ligeiro”agora inclui desenhos avançados de construção e materiais que por sua vez permitem uma grande capa- cidade de sobrevivência aos ocupantes, e como resultado uma maior dificuldade para o pes- soal de resgate. Cada choque é diferente. Variáveis tais como o tipo e o número de veículos envolvidos, suas posições, número e condição dos pacientes assim como os perigos externos, jogam um papel importante em determinar as acções apropriadas e a sua sequência. Como qualquer outra, estas técnicas requerem ser praticadas. Esta secção cobrirá técnicas básicas que podem ser usadas para conseguir um resgate seguro, depois de as haver aprendido e repetido, irá realizá-las de forma quase mecânica. Introdução 51 T É C N I C A S D E R E S G A T E E M V E Í C U L O S Um guia para o uso de ferramentas de resgate e técnicas de extracção Estabilização © éditions ICONE GRAPHIC reproduction interdite OBJETIVO: Minimizar o el movimento de veículo, jyáa que este movimento poderá afectar negativamente os passageros encarcerado. ATENÇÃO: Esta parte do resgate deverá ser adequadamente desenvolvida antes que seja iniciada qualquer tarefa de extracção. A - Veículo sobre as suas rodas Requer um mínimo de três pontos de estabilização, mas se é possível usar quatro pontos, é muito melhor. Os blocos de estabilização deverão ser colocados estrategicamente para assegurar a máxima estabilidade, como se vê no diagrama de cima. Sistema de 3 pontos Sistema de 4 pontos 52 T É C N I C A S D E R E S G A T E E M V E Í C U L O S Um guia para o uso de ferramentas de resgate e técnicas de extracção Estabilização O PROCEDIMENTO: Em primeiro bloquear uma ou duas jantes com cunhas. Os blocos de estabilização deverão ser colocados em sítio com a suficiente pressão sobre o veículo para que se garan- ta que fique bem colocados e suportando o automóvel. Quando utilizar blocos escalonados uma cunha pode ser utilizada para garantir que o bloco fique seguro. Também se usa o bloco escalonado invertido, que actua como uma grande cunha, obtendo-se bons resultados. 53 T É C N I C A S D E R E S G A T E E M V E Í C U L O S Um guia para o uso de ferramentas de resgate e técnicas de extracção O PROCEDIMENTO: O bloco escalonado coloca-se no espaço entre o tecto do veículo e o piso. Agregue blocos adicionais ao espaço com- preendido entre o compartimento do motor e o pára-brisas para garantir uma estabili- zação adicional. Estabilização C - Veículo invertido sobre o tecto 56 T É C N I C A S D E R E S G A T E E M V E Í C U L O S Um guia para o uso de ferramentas de resgate e técnicas de extracção OBJETIVO: Conseguir accesso à vítima para lhe dar um melhor cuidado durante a sua extracção. Esta abertura pode ser usada também para uma imediata libertaçã se as condições forem apropriadas. AVALIAÇÃO DA SITUAÇÃO: A técnica mais apropriada de retirar a porta dependerá do tipo e da natureza estrutural do veículo. Recorde que, se for possível o primeiro passo deverá ser destrancar a porta e abri-la normalmente. Retirar porta A - Veículo sobre as suas rodas O PROCEDIMENTO: Quando não há um ponto de inserção para o expansor e o guarda-lamas dianteiro é acessível, comprima primeiro este painel no ponto mais alto da zona da roda. Assim criará uma aber- tura sobre as dobradiças da porta. 57 T É C N I C A S D E R E S G A T E E M V E Í C U L O S Um guia para o uso de ferramentas de resgate e técnicas de extracção Retirar porta O PROCEDIMENTO: Se o guarda-lamas necessitar ser retirado, proceda à realização de um corte de alívio onde foi comprimido. A cava da roda agora pode ser retirada com a ajuda do expansor. Tenha cuidado enquanto separa o painel já que pode sol- tar-se repentinamente da carroçaría. Fazendo uso de um ponto estável de sepa- ração, por cima da dobradiça superior, a porta pode ser agora retirada do veículo. Para um melhor controlo da separação tra- balhe apenas numa dobradiça de cada vez. Não comece a separar entre as dobradiças. Se o ponto de apoio comença a ceder, suspenda o processo e reposicione o expansor ou corte as dobradiças. 58 T É C N I C A S D E R E S G A T E E M V E Í C U L O S Um guia para o uso de ferramentas de resgate e técnicas de extracção Retirar porta Separe a porta para fora da sua estructura. Uma vez que a porta está aberta e depois de reben- tar a fechadura, proceda a cortar ou separar as dobradiças para retirar a porta. ALTERNATIVA: Comece pela porta traseira, utilizando as pontas para apertar, criando uma abertura no sitio da fechadura. Utilize o expansor para rebentar o mecanismo de fecho, separando a porta da sua estrutura e continue com a retirada como se explicou anteriormente. Controle sempre o movimento da porta, assegurando-se que não vá golpear o operador ou pressionar contra o chão fazendo com que o veículo se mova. 61 T É C N I C A S D E R E S G A T E E M V E Í C U L O S Um guia para o uso de ferramentas de resgate e técnicas de extracção O PROCEDIMENTO: Primero retire a porta dianteira usando uma das técnicas mostradas anteriormente. Retire a porta traseira cortando ou separando as dobradiças expostas. Retirar lateral OBJETIVO: Criar uma abertura maior num dos lados do veículo que possa ser usada para um melhor manejo da vítima ou para uma liberatação imediata, dependendo da circunstancia. PENSE PRIMEIRO: Poderá não ser possível utilizar esta técnica, se é necessário poste- riormente afastar o tablier. 62 T É C N I C A S D E R E S G A T E E M V E Í C U L O S Um guia para o uso de ferramentas de resgate e técnicas de extracção Retirar lateral ALTERNATIVA: Començando na parte posterior, aperte a porta com a finalidade de criar um ponto de inserção para as pontas. Agora separe a porta até que a fechadura ceda e a porta se abra. Controle sempre o movimento da porta, assegurando que não golpear o operador ou pressionar contra o solo, fazendo com que o veículo se mova. Corte as partes superior e inferior do pilar B e retire-o. Recorde colocar uma protecção contra as arestas cortantes que se produziram. Explore e investigue todos os pilares ou perfis ou tecto antes de corta-los. 63 T É C N I C A S D E R E S G A T E E M V E Í C U L O S Um guia para o uso de ferramentas de resgate e técnicas de extracção O PROCEDIMENTO: Retire primeiro a porta dianteira utilizando uma das técnicas mencionadas anteriormente. Faça um corte de alívio profundo na base do pilar B. Se necessário aperte primero esta área para ajudar a realizar o corte. Criar terceria porta OBJETIVO: Criar uma abertura lateral num veículo de duas portas que possa ser usada para o acesso à vítima ou para sua libertação imediata. PENSE PRIMEIRO: Poderá não ser possível esta técnica, se é necessário posteriormente afastar o tablier. Explore e investigue todos os pilares ou perfis do tecto antes de os cortar. 66 T É C N I C A S D E R E S G A T E E M V E Í C U L O S Um guia para o uso de ferramentas de resgate e técnicas de extracção Criar terceira porta Se o pilar B se prolonga até ao tecto, faça um corte na parte superior do mesmo. Poderá ser mais seguro retirar completamente o pilar B. Realize um cor te de alívio ver tical diante do poste C. Coloque as pontas do separador entre o corte de alívio realizado na base do pilar B. Abra o expansor para afastar o painel para fora criando uma terceira porta. Este é o espaço criado com esta técnica depois de lhe colocar uma boa protecção em todas as arestas cor tantes. 67 T É C N I C A S D E R E S G A T E E M V E Í C U L O S Um guia para o uso de ferramentas de resgate e técnicas de extracção OBJETIVO: Retirar a estrutura do tecto, com a finalidade de criar um maior acesso ao paciente e poder retirá-lo do veículo quando for apropriado. AVALIAÇÃO DA SITUAÇÃO: A técnica de retirar do tecto dependerá da importância e do tipo de danos estruturais que tenha o veículo. Dependendo da natureza do impacto e da situação do acidente, nem sempre é necessário retirar completamente o tecto. Outras formas de trabalhar com o tecto são: - Dobrar para diante do tecto. - Dobrar para tras o tecto. - Dobrar parcialmente o tecto. - Dobrar lateralmente o tecto. - Dobragem invertida do tecto. Cada uma destas técnicas têm as suas próprias vantagens e desvanta- gens que têm de ser avaliadas quando se está a decidir qual a melhor a utilizar numa determinada situação. Retirar tecto 68 T É C N I C A S D E R E S G A T E E M V E Í C U L O S Um guia para o uso de ferramentas de resgate e técnicas de extracção Retirar tecto O PROCEDIMENTO: Primeiro corte os pilares B e C. Isto pode realizar-se enquanto os outros operadores suportam o tecto. Depois de assegurar que existe uma pro- tecção adequada do vidro , realize um corte de alívio em ambos os lados do tecto, jus- tamente detrás do pára-brisas. B - Dobre para diante o tecto. 71 T É C N I C A S D E R E S G A T E E M V E Í C U L O S Um guia para o uso de ferramentas de resgate e técnicas de extracção Retirar tecto Agora os resgatadores poderão dobrar o tecto para diante. Pode ser necesário utili- zar uma barra ou uma estructura rígida para ajudar no processo de dobragem. Deverá utilizar uma cinta para segurar o tecto na posição dobrada. As arestas cortantes deverão ser cobertas. 72 T É C N I C A S D E R E S G A T E E M V E Í C U L O S Um guia para o uso de ferramentas de resgate e técnicas de extracção Retirar tecto Faça uma abertura no pilar A. O PROCEDIMENTO: C - Dobragem lateral do tecto Antes de começar qualquer processo de extracção dever-se-á realizar a estabilização do veículo. Isto é especialmente impor- tante quando o veículo se encontra numa posição lateral instável. 73 Devemos mencionar que este método requer uma equipa de resgate muito bem treinada que tenha practicado esta técnica. Esta técnica é também comummente conhecida como a técnica da “ostra”. T É C N I C A S D E R E S G A T E E M V E Í C U L O S Um guia para o uso de ferramentas de resgate e técnicas de extracção O PROCEDIMENTO: Estabilize o veículo utilizando blocos, tal como se mencionou anteriormente. Recorde que o veículo mostrado neste exercício tem o peso do motor na parte dianteira. Outros veículos com motor na parte traseira, requerem ser tratados de outra forma diferente. Depois da estabilização deverá realizar o trabalho standard com os vidros. Retirar tecto D - Dobragem invertida do tecto. 76 T É C N I C A S D E R E S G A T E E M V E Í C U L O S Um guia para o uso de ferramentas de resgate e técnicas de extracção Retirar tecto Abra a parte posterior do veículo, retirando se possível a porta da mala. Escore ou suporte a parte posterior do veí- culo e coloque as escoras sob tensão. Retire os assentos traseiros do veículo no caso em que os ocupantes encarcerados estejam na frente, isto permitirá um melhor acesso aos sinistrados. Em algumas situações, isto não seria possível sem antes criar um maior espaço de trabalho. Se pretender dobrar o tecto para baixo, reti- re os blocos. Se não, continue com o pro- cesso com os blocos no sitio. 77 T É C N I C A S D E R E S G A T E E M V E Í C U L O S Um guia para o uso de ferramentas de resgate e técnicas de extracção Retirar tecto Coloque um macaco de elevação num ponto de suporte estável do tecto e coloque-o sob pressão entre o tecto e o solo do veículo. Agora corte os pilares B e C de ambos lados, tomando todas as precauções necessárias. Quando os pilares se cortam, pode ser necessário ajustar um macaco de separação para assegurar que se mantém no seu síitio sob pressão. Deve empregar-se um sistema de ataque combinado ao logo do processo de corte, elevação e estabilização. Dependendo da estratégia utilizada, o veículo pode ser elevado ou retirar o tecto utilizando um macaco separador. 78 T É C N I C A S D E R E S G A T E E M V E Í C U L O S Um guia para o uso de ferramentas de resgate e técnicas de extracção Coloque o macaco e assegure-se que está bem posicionado realizando uma pequena pressão. Isto evitará que o tablier ceda quando se realizar o cor te de alívio. Verifique que a posição do comando de ope- ração da ferramenta se encontra para fora e não para cima. Realize um corte de alívio na base do pilar A. Quando o espaço é limitado, pode ser necessário realizar este corte antes de colocar o macaco. Neste momento pode-se começar a extensão do macaco. Assegure-se de vigiar ambos os pontos de apoio durante esta ope- ração. Recorde revisar a estabilização duran- te todo o procedimento, realizando qualquer ajuste necessário. Utilize blocos em forma de cunha na abertura do corte de alívio. Durante esta operação, preste muita atenção e cuidado com o movimento da tesoura para assegurar-se de que não vai haver contacto com o paciente, o assento ou o macaco. Se em qualquer momento a operação é suspensa, quando começar de novo tenha muita atenção na orientação do comando de operação da ferramenta para que não comece acidentalmente a fechar o macaco. 81 Afastamento do tablier T É C N I C A S D E R E S G A T E E M V E Í C U L O S Um guia para o uso de ferramentas de resgate e técnicas de extracção OBJETIVO: Criar um maior acesso à área dos pés para ajudar a libertá-los ou para um melhor manejo do paciente. AVALIAÇÃO DA SITUAÇÃO: Em colisões frontais severas quando o impacto é no lado do condutor, com esta técnica possivelmente não se conseguirá um bom acesso à zona dos pés. Faça dois cortes de alívio de aproximada- mente 30 centímetros de separação na base do pilar A. Preste muita atenção e cuidado com o movimento da tesoura durante esta operação para assegurar que não haja contacto com o paciente ou com o assento. Accesso à área dos pés 82 T É C N I C A S D E R E S G A T E E M V E Í C U L O S Um guia para o uso de ferramentas de resgate e técnicas de extracção Accesso à área dos pés Com o expansor, comprima a secção que foi cor tada. Dobre esta secção para fora com o expansor. Agora que o acesso à área dos pés foi criado, pode trabalhar-se de forma segura nesta área. ALTERNATIVA: Em alguns casos, também é possível puxar os pedais para fora libertando os pés do paciente utilizando uma cinta ou correia para dobrar os pedais a um lado. Como se vê na fotografía, a por ta pode ajudar como alavanca para fixar a correia. 83 T É C N I C A S D E R E S G A T E E M V E Í C U L O S Um guia para o uso de ferramentas de resgate e técnicas de extracção 86 T É C N I C A S D E R E S G A T E E M V E Í C U L O S Um guia para o uso de ferramentas de resgate e técnicas de extracção OBJETIVO: Permitir um conhecimento dos aspectos importantes e as complicações associadas com os resgates em veículos de carga. Nesta edição de Técnicas de Resgate em Veículos não se vai desenvolver em detalhe o resgate em veículos. Esperamos cobrir este tema com maior profundidade numa edição futura. AVALIAÇÃO DA SITUAÇÃO: Devido a estes veículos serem desenhados para transportar cargas pesadas, o seu desenho e construção diferem significativa- mente dos veículos ligeiros a motor. O que devemos recordar é que os veículos pesados de carga são desenhados com essa finalidade e não só para levar alguns passageiros. Isto significa que muito fre- quentemente vamos encontrar uma forte construção que poderia requerer ferramentas para resgate de maior capacidade. O grande tamanho e peso destes veículos podem apresentar problemas complicados na sua estabilização. Os grandes espaços entre o solo e o veículo, o afastamento do centro de carga, mercadorias perigosas e formas estranhas são algumas das complicações. É também importante entender a diferença que existe entre estabilizar um peso suportado por um sistema de amortecedores do camião e outro peso que não está sobre amortecedores num veículo pesado de carga. Quando um veículo deste tipo tem todas as suas jantas sobre o nível do solo não é complicado. No caso em que o veículo tenha uma parte fora do solo, o terreno seja instável ou existam outros obstáculos, a estabilização converte-se em algo altamente técnico. Veículos pesados de carga 87 T É C N I C A S D E R E S G A T E E M V E Í C U L O S Um guia para o uso de ferramentas de resgate e técnicas de extracção Estrutura de uma cabine de um camião Podemos encontrar diferentes modelos de cabines: Cabine frontal curta/Sobre-cabine convencional Cabinea semi-frontal com cabine posterior para dormir/Convencional com dormitório Cabinea frontal curta com cabine posterior para dormir. Cabinea elevada com dormitório Cabine semi frontal/Cabine Veículos pesados de carga Uma dificuldade adicional é a altura da cabi- ne, sendo necessário que se trabalhe com escadas ou sobre plataformas. Trabalhar de forma segura numa plataforma requer prática e um claro entendimento entre os membros do grupo de resgate sobre o que mais apro- priado em termos de passar as ferramentas e a eventual extração do paciente sobre esta plataforma. 88 T É C N I C A S D E R E S G A T E E M V E Í C U L O S Um guia para o uso de ferramentas de resgate e técnicas de extracção © di tio ns IC ON E GR AP HI C re pr od uc tio n in te rd ite IC O d ti i t it RA PH IC re pr od uc tio n in te rd ite © ditions ICONE GRAPHIC reproduction interdite Construcção entrecruzada dos autocarros de turismo, de um e de dois pisos. ph ot o Y. Eb el Autocarros OBJETIVO: Permitir um conhecimento dos aspectos importantes e as compli- cações associadas com o resgate dos vítimas encarceradas em choques de autocarros. AVALIAÇÃO DA SITUAÇÃO: Os autocarros são por vezes colocados na categoria veículos pesados, apesar de terem uma construcção diferente comparada com os camiões. O compartimento de passageiros do autocarro é muito vulnerável em caso de acidente. Está colocado num chassis consistente de vigas longitudionais e um sistema entrecruzado de tubos soldados entre si nos quais a coberta exterior (chapa de aço ou fibra de vidro) é fixada. Esta construção por vezes não pode aguentar as for- ças geradas em caso de um choque. Isto produz um potencial encarceramento de elevado número de vítimas. Os acentos no interior do autocarro por vezes falham devido às forças do impacto gerando também um elevado número de vítimas encarce- radas. A altura da estructura pode gerar dificultade nas necessidades de estabilização nestes acidentes. 91 T É C N I C A S D E R E S G A T E E M V E Í C U L O S Um guia para o uso de ferramentas de resgate e técnicas de extracção Os autocarros normalmente não têm muita resistência estructural. ph ot o : Y. E be l Autocarros CONSEGUINDO ACESSO: Depois de realizar o trabalho de estabilização, a tarefa é conseguir acesso dentro do autocarro. Isto pode ser realizado de várias maneiras, a mais simples de todas poderá ser usando as portas, janelas laterais ou saídas de emergência no tecto. Uma vez que tenha conseguido o acesso, terá imediatamente uma melhor perspectiva da magnitude do incidente, assím como poderá determinar a quantidade e a classe de ferimentos dos passageiros envol- vidos no acidente. Não esqueça revisar os compartimentos de bagagem assím como as camas e sanitários se existirem no autocarros. Detallhe das saídas de emergência. © éditions ICONE GRAPHIC reproduction interdite 92 T É C N I C A S D E R E S G A T E E M V E Í C U L O S Um guia para o uso de ferramentas de resgate e técnicas de extracção DIRIGIR O CENÁRIO: Devido a que na maioría dos acidentes de autocarros existe uma grande quantidade de vítimas, é importante definir claramente o papel de cada elemento do grupo de resgate, assím como definir as zonas de trabalho. Pode ser também necessário designar áreas de chegada dos veículos de emergência para facilitar o transporte rápido de vítimas. Em certos casos pode ser necessário dividir os grupos de resgate em pequenas equipas que trabalham em diferentes áreas. AS OPERAÇÕES DE EXTRACÇÃO: As operações de extracção num aci- dente de autocarro, normalmente consistem em criar espaço para o acesso inicial e para a retirada dos pacientes. Uma vez que o acesso foi conquistado, pode começar a libertar os pacientes encarcerados entre os assentos. A condução estratégica das operações dentro de um autocarro devería estar centrada na manutenção de uma rota de acesso e de saída para pacientes em maca durante todo o processo do sinistro. Desenvolver uma comunicação clara entre aqueles que operam as ferramentas no interior e os que operam as bombas no exterior permitindo um melhor desenvolvimento da operação. Este problema também poderá ser resolvido com o uso de ferramentas de resgate autónomas no interior do autocarro. Resgatadores trabalhando em diferentes sectores. As ferramentas de resgate autónomas trabalham bem nos espaços confinados de um autocarro. Autocarros 93
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