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Apostila de educação financeira, Notas de estudo de Comércio Exterior

COMO DESENVOLVER A EDUCAÇÃO FINANCEIRA

Tipologia: Notas de estudo

2013
Em oferta
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Compartilhado em 24/03/2013

diego-de-sousa-carneiro-1
diego-de-sousa-carneiro-1 🇧🇷

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Baixe Apostila de educação financeira e outras Notas de estudo em PDF para Comércio Exterior, somente na Docsity! Curso Educação Financeira I Módulo 1 | Planejamento Financeiro Abertura Bem-vindo(a) ao curso de Educação Financeira! Lembre-se: você é o principal agente de sua aprendizagem. Assim, planeje suas atividades. Siga algumas dicas:  Reserve um período do seu dia para se dedicar ao curso.  Evite intervalos superiores a dois dias entre os acessos ao curso.  Faça todas as atividades propostas.  Leia mais de uma vez o conteúdo que não ficou claro. A CVM busca, com essa iniciativa, capacitá-lo para gerenciar melhor as suas finanças, visando ajudá-lo na construção de um caminho de vida bem-sucedido. Para facilitar seu aprendizado, o curso foi estruturado em 2 módulos, vamos estudar primeiramente o módulo 1. Neste primeiro módulo, vamos ver o que é um orçamento, a importância do planejamento e a diferença entre poupar e investir. Além disso, vamos entender como a inflação e os juros podem afetar o nosso investimento. É importante que você estude regularmente. Durante cada módulo, você vai encontrar exemplos e aplicações dos conceitos estudados. Ao final, poderá conferir os conhecimentos adquiridos nos exercícios de autoavaliação. A carga horária prevista para este curso é de 16 horas e deve ser administrada conforme sua disponibilidade. Módulo 1 - Planejamento Financeiro Introdução Você já pensou que, daqui a 10 ou 15 anos, a expectativa de vida das pessoas vai chegar próxima dos 100 anos? Vamos viver cada vez mais por causa dos avanços da medicina, da pesquisa, da biotecnologia, da biomedicina, do uso de células-tronco no tratamento de doenças etc. É claro que isso é muito bom. No entanto, porque vamos viver mais, precisamos ter um plano para o nosso futuro, que permita uma vida de qualidade na terceira idade. Além de nos preocuparmos com a aposentadoria, formar reservas financeiras nos ajuda a prevenir riscos e a lidar com as incertezas do futuro, pois ninguém está livre de momentos difíceis, como a perda do emprego ou a necessidade de realizar gastos extras, caso surja uma situação imprevista. Portanto, cada vez mais, os jovens deveriam pensar em formar um patrimônio desde cedo. Acumular e saber administrar uma poupança financeira são fatores importantes para ajudar na construção de um caminho bem-sucedido e na realização dos objetivos de vida. Possuir reservas financeiras não apenas permite que você lide melhor com dificuldades naturais e imprevistos, como também potencializa as oportunidades de melhorar sua condição social e econômica. Para que isso ocorra, é necessário: ESFORÇO + ORGANIZAÇÃO + DISCIPLINA Quando falamos em dinheiro, logo pensamos em como seria bom se ganhássemos na Mega-Sena ou recebêssemos uma herança, que permitisse uma vida confortável. Grande parte das pessoas gostaria de ter dinheiro suficiente para poder comprar casas, apartamentos, carros luxuosos, iates, viajar pelo mundo... Mesmo os afortunados que recebem uma “bolada”, como um prêmio de loteria por exemplo, podem desperdiçar rapidamente essa riqueza com padrões inadequados e Se não temos nenhuma reserva, ficaremos em maus lençóis. Bate um desespero e então pensamos: “como faço para sair dessa situação?”. Portanto, é muito importante possuir recursos que possam ser usados em uma situação de emergência. O ideal é que cada um avalie qual seria o tamanho mais adequado dessa reserva. Porém, alguns especialistas em finanças pessoais sugerem que essa reserva contemple o gasto (despesas) que costumamos ter em um período entre seis e oito meses. As chamadas intempéries da vida não desestabilizam apenas as finanças. Elas podem ter reflexos sociais e pessoais graves. As situações de maior estresse financeiro também estressam os envolvidos, afetando a autoestima e desencadeando reflexos na própria saúde. Estabelecer metas Ao se iniciar um planejamento é preciso, em primeiro lugar, traçar o prazo disponível para tal. Costuma se dizer que, quando se é jovem, o tempo é um aliado, pois há disponibilidade de prazos mais longos. Essa percepção pode ser prejudicial, pois pode adiar a decisão de planejar financeiramente o futuro, aumentando o esforço necessário para alcançar os objetivos de vida. Se a lista de objetivos for muito extensa, é necessário avaliar a ordem de prioridade e planejar o melhor momento para iniciar o esforço em atingi-los. Exemplos de objetivos de vida...  cursar uma faculdade  aprender um novo idioma  realizar cursos profissionalizantes  comprar um carro  morar sozinho  fazer um intercâmbio internacional O planejamento permite refletir sem precipitação. É fundamental planejar o que será necessário acumular e como gerir esses recursos para alcançar cada objetivo. Ou seja, traçar um plano de voo para chegar ao destino. Mesmo que mudanças ocorram, e elas sempre surgirão, será muito difícil chegar a algum lugar se você não souber para onde quer ir. Há um ditado que diz: quando não se sabe para onde se deseja ir, qualquer caminho serve. Mas sem um plano de voo, o caminho pode ser muito longo e o combustível pode terminar antes. Para chegar a um destino, é importante formar reservas próprias e, para isso, é essencial gastar menos do que se ganha. A situação oposta, gastar mais do que se ganha, deixa uma conta que será paga em algum momento, pois será necessário cobrir o saldo negativo (déficit). Fazemos isso recorrendo a recursos de terceiros, poupadores ou superavitários em condições de financiar os deficitários. Em certa medida, é o que faz uma instituição financeira, como um banco comercial, ao canalizar recursos de correntistas ou investidores para outras pessoas e empresas que deles precisam. Pesquisas mostram que, no Brasil, é muito comum as famílias solicitarem ajuda a algum parente ou amigo, pedindo dinheiro emprestado. Porém, de uma forma geral, as pessoas recorrem a bancos e financeiras para atender às suas necessidades de crédito e financiamento. Acontece que o dinheiro emprestado tem custos associados, como juros e outros encargos. O ideal é que tenhamos um orçamento não deficitário. Daí a importância do planejamento. Crédito e Endividamento Quando se recebe algum dinheiro há dois caminhos: gastar ou guardar. Quando se gasta, é porque se deseja consumir imediatamente. Quando se guarda, o objetivo é consumir no futuro. E quando se deseja consumir hoje, mas não há dinheiro suficiente? Nesse caso, a solução é recorrer aos empréstimos. Os empréstimos são operações nas quais o emprestador (bancos e financeiras) antecipa os recursos desejados e recebe como pagamento o valor emprestado mais os juros. Os juros representam a remuneração do capital emprestado. Embora, seja bastante sedutor recorrer a um financiamento para adquirir um bem desejado, essa solução pode se tornar cara. Vejamos um exemplo... Um jovem deseja comprar um aparelho de videogame que custa, à vista, R$ 1.200,00. Para pagar parcelado, a loja oferece o plano de 10 prestações de R$ 133,52, totalizando R$ 1.335,20 (nesse caso, a loja cobra juros de 1,99% ao mês). Se o jovem decidir depositar mensalmente o valor da prestação em uma aplicação que renda 0.5% ao mês, ao final de nove meses, ele terá o dinheiro suficiente para comprar o aparelho à vista. Comprar o aparelho à vista No exemplo, utilizamos a rentabilidade de 0.5% ao mês. Porém, não se trata de uma conta de poupança (popularmente conhecida como caderneta de poupança), pois além da taxa de juros de 0.5% ao mês (ou 6.17% ao ano) também está embutida a atualização monetária pela TR (taxa referencial). Ao analisar o exemplo, é muito comum avaliar a decisão da seguinte forma: vale a pena pagar uma prestação a mais, referente a juros, para usufruir do bem antecipadamente (sem ter de esperar nove meses para ter o dinheiro acumulado). De fato, pode ser a decisão acertada. Porém, pouco tempo depois, pode surgir outra necessidade ou desejo de consumo. É nesse processo que surge o endividamento. Geralmente, as pessoas que não controlam suas contas começam a assumir o pagamento de várias prestações ao mesmo tempo e não ficam atentas ao total a ser pago. Importante! Muitas vezes somos seduzidos por anúncios que oferecem a venda de um bem parcelado, sem juros. Em geral, isso é enganoso. Na verdade, o vendedor embute no preço um valor maior, referente ao “financiamento sem juros”. Em uma situação como essa, tente comprar à vista. Peça desconto! Voltando ao orçamento como ferramenta de controle... Muitas pessoas focam no valor da prestação para saber se ela cabe no salário mensal. As reservas correspondem aos recursos que se deseja guardar em segurança e que devem estar disponíveis a qualquer momento. Elas constituem uma parte da poupança e o processo de formá-la é denominado poupar. Podemos, de forma simplificada, apresentar a seguinte definição... Poupar é separar uma parcela da renda ou receita obtida (seja através de mesada, salário, prêmio, aluguel etc.) e guardá-la, em segurança, para ser utilizada a qualquer momento no futuro. Mas poupar, em si, não é suficiente. Lembre-se de que se você guardar dinheiro “embaixo do colchão”, sem remuneração ou atualização monetária, os recursos perdem o poder de compra. Embora a inflação esteja sob controle há muitos anos, ela existe e o seu efeito, no longo prazo, não é desprezível. Algo que é possível ser adquirido hoje pode não ser daqui a um ano, com a mesma quantia. Já o investimento tem por objetivo aumentar a riqueza, envolvendo uma busca por rentabilidade, que está sujeita a riscos de não se concretizar. Se poupar forma reservas, investir tais reservas é o que pode permitir que essa poupança recompense o esforço atual na limitação do consumo. Quanto mais bem-sucedida a estratégia de investimento, maior será a remuneração por ter optado em não gastar no presente. Além disso, quando se investe, o resultado pode ser de longo prazo. Nem sempre o recurso está disponível a qualquer momento. Um outro conceito importante é o de liquidez. Você sabe o que significa? Liquidez é a velocidade com que um ativo ou bem é transformado em dinheiro. Por exemplo: o dinheiro que está na conta-corrente do banco é líquido, pois pode ser liberado a qualquer tempo – até nos fins de semana, por meio dos saques em caixas eletrônicos. Por outro lado, se o bem possuído é um imóvel, a liquidez é bem menor, já que nem sempre se consegue um comprador com rapidez que concorde com o preço pedido pelo vendedor. Além disso, também há o procedimento próprio para compra e venda que, em benefício da segurança jurídica da transação, é mais demorado. Moeda e Inflação Orçamento do governo Como vimos, é muito importante que você e a sua família façam orçamentos. Porém, as empresas e os governos também precisam se planejar. Assim como nas famílias, os orçamentos do governo podem ser equilibrados, superavitários e deficitários. No caso do governo, assim como acontece nas famílias, se o orçamento for deficitário ele precisará ser coberto. O déficit é o excesso de despesa sobre a receita, quer na previsão, quer na realização. O Tesouro Nacional promove a busca permanente do equilíbrio entre receitas e despesas públicas, além de buscar a transparência no gasto público. Ainda assim, podem ocorrer déficits, que exigem sempre uma necessidade de financiamento. Existem diversos tipos de déficits  financeiro,  nominal,  operacional,  orçamentário,  patrimonial,  ou primário. Para mais informações, consulte a Secretaria do Tesouro Nacional (www.tesouro.fazenda.gov.br), que é responsável pela gestão da dívida pública. Veja alguns conceitos importantes disponíveis no site do Tesouro... Déficit de Caixa do Tesouro Nacional É a diferença entre receitas e despesas efetivas realizadas em um determinado período de tempo, decorrendo da execução financeira do orçamento da União, no regime de caixa. Déficit Nominal Representa a necessidade de Financiamento do Setor Público (NFSP), incluindo os efeitos da correção monetária e cambial nas despesas e nas receitas. E como o governo se endivida? Vendendo títulos públicos, que representam uma dívida governamental. Quem compra esses títulos? Aquelas pessoas que possuem poupança e querem aplicar esse dinheiro, remunerar o seu capital. Essa é uma das inúmeras opções que existem no mercado financeiro. Isso ocorre via fundos de renda fixa, cujas carteiras são compostas por esses títulos emitidos pelo governo, ou diretamente pelo site www.tesourodireto.gov.br. Porém, quando alguém “empresta” dinheiro para o governo, ele recebe uma remuneração. Ou seja, ganha juros pelo empréstimo, que são pagos pelo governo. Dependendo das características das necessidades de financiamento do governo, bem como da disponibilidade de recursos dos investidores, entre outros fatores estruturais e do momento da operação, poderá ser necessário oferecer uma remuneração mais elevada, com juros mais atraentes para os financiadores. Mas além da remuneração pela aplicação, o investidor deve ter atenção a uma variável importante, que é a inflação. Mas antes de entender o que é inflação, vamos ver o conceito de moeda. A moeda é um ativo, emitido pelos governos, para que possamos fazer as compras do dia a dia, pagar as contas, receber nossos salários etc. Como qualquer ativo, a moeda tem um preço, que são as taxas de juros. Todavia, existem outras formas de definirmos as taxas de juros, não somente como o preço da moeda. Como citado anteriormente, os juros representam a remuneração do capital. Se o capital for depositado em uma aplicação financeira, os juros representam a rentabilidade da aplicação. Se for um empréstimo, os juros representam o custo (preço) pela utilização do capital, cobrado pelo banco ou financeira. Quando uma economia apresenta inflação, ou seja, aumento de preços dos bens e serviços que consumimos, as pessoas querem proteger seu dinheiro de algum modo. Uma das formas mais usadas é a aplicação financeira. O objetivo é que a rentabilidade compense o nível de inflação. Vejamos um exemplo... Suponha que você vá ao supermercado, no início do mês, é gaste R$ 100,00, comprando 30 itens como carne, pão, legumes, sabonete, sabão em pó, creme dental, biscoitos etc. Daqui a um mês, você volta no supermercado para comprar os mesmos produtos do mês anterior. Só que agora, para comprá-los, você terá de gastar não mais R$ 100,00 porém R$ 102,00. Se desejo maior tranquilidade nessa área, sem possibilidades de perda do meu capital, devo procurar investir em produtos de baixo risco. De maneira geral, risco e retorno caminham nas mesmas direções. Importante! Qual é o investimento dos sonhos, o ideal? O que traz alto retorno, com baixo risco. Ele existe? Difícil, muito raro. Portanto, desconfie se lhe oferecerem algo assim. A história está repleta de exemplos de investimentos que ofereciam ganhos extraordinários, que resultaram em enormes perdas para os investidores que acreditaram neles. Não há mágicas! Tipos Os produtos para investimento oferecidos pelos bancos e corretoras podem ser divididos em dois grandes grupos: Renda fixa Os ativos de renda fixa são aqueles cuja remuneração ou retorno de capital pode ser dimensionado ou estipulado no momento em que ocorre a aplicação (leia mais no site da Receita Federal: www.receita.fazenda.gov.br). Esses ativos podem ser emitidos pelo governo (títulos públicos, como as Notas do Tesouro Nacional - NTN) ou por empresas e entidades não governamentais (títulos privados, como os Certificados de Depósito Bancário - CDB). Na renda fixa, além da classificação como públicos e privados, temos dois tipos de títulos: - Pré-fixado: O investidor sabe, na hora em que está aplicando os recursos, o quanto vai receber de remuneração. - Pós-Fixado: O investidor sabe a composição da remuneração, mas não sabe quanto efetivamente vai receber de remuneração. Renda variável Na renda variável, a remuneração do ativo não pode ser definida no momento em que ocorre o investimento. Esse é o caso, por exemplo, das ações de companhias abertas negociadas em bolsa de valores, cuja cotação varia conforme as negociações de mercado. O conceito de renda variável decorre das incertezas em relação a esse tipo de investimento, pois se pode ganhar ou perder com eles. O principal investimento de renda variável são as ações. Seja qual for o investimento que você faça, você estará sujeito, salvo hipóteses excepcionais, ao recolhimento de tributos. Procure obter informações sobre a tributação antes de fazer uma aplicação. No caso do Imposto de Renda, por exemplo, há incidência em caso de ganhos. O Imposto de Renda é apurado sobre o ganho de capital. Na renda fixa, são os juros recebidos. Na renda variável, é calculado pelo lucro obtido pelo preço de venda menos preço de compra, caso esse valor seja positivo (não existe IR sobre prejuízos). No caso de renda fixa: - Aplicações até 180 dias: 22,5% - Aplicações de 181 a 360 dias: 20% - Aplicações de 361 a 720 dias: 17,5% - Aplicações acima de 720 dias: 15% No caso de renda variável A alíquota será de 15% sobre o ganho de capital. As informações acima tem como base a legislação vigente em outubro de 2010. Para informações atualizadas sobre o imposto de renda em relação a aplicações no mercado de capitais, verifique junto à Receita Federal. A CVM é responsável pela regulação da estrutura e do funcionamento do mercado de valores mobiliários, não por normas tributárias. No caso brasileiro, a distribuição da maior parte dos investimentos de renda fixa, que estão à disposição do público, é feito pela rede bancária, normalmente por meio de fundos de investimentos. Neles, os administradores ou gestores do fundo aplicam os recursos dos investidores (que adquirem cotas representativas de seu investimento) em diversos ativos permitidos pela legislação. Os títulos emitidos pelo governo a determinado valor possuem também um preço no mercado. Ou seja, o preço que o mercado está disposto a negociar um título público já emitido ou em circulação. Para representar adequadamente o valor de cada fundo, as cotas do fundo são calculadas pelo que se chama de “marcação a mercado”, ou seja, pelo preço deles a cada dia. É importante ressaltar que os fundos de investimento podem ser classificados em diversas categorias, conforme a composição de sua carteira (ativos investidos), tais como:  fundos de ações;  fundos de curto prazo;  fundos de renda fixa;  entre outros. Importante! Mesmo um fundo classificado como “renda fixa” pela CVM (ou seja, aquele cujo principal fator de risco da carteira é a variação da taxa de juros doméstica ou de índice de preços) pode sofrer perdas parciais e, desse modo, não é assegurada uma remuneração ou rentabilidade fixa. Mercado de Valores – conceitos Principais investimentos em valores mobiliários O que são valores mobiliários? Por definição, valores mobiliários são títulos ou contratos de investimento coletivo que geram direito de participação, de parceria ou de remuneração, cujos rendimentos resultam do esforço do empreendedor ou de terceiros, quando ofertados publicamente. A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) fiscaliza todos os investimentos considerados como valores mobiliários. Saiba mais sobre a CVM... A Comissão de Valores Mobiliários é uma autarquia federal, indispensável para o bom funcionamento do mercado. Seu papel é de órgão regulador e fiscalizador do mercado de capitais. Todas as operações realizadas no mercado de valores mobiliários estão sujeitas aos questionamentos da CVM, caso esta suspeite de alguma irregularidade. A lisura das operações no mercado é um dos principais objetivos da CVM. Se existirem suspeitas de irregularidades em algum negócio, a CVM agirá, podendo impor sanções aos responsáveis. E quais são os principais valores mobiliários? Ações e debêntures Em função dessas características, vamos nos concentrar mais nas ações, antes de falar dos investimentos coletivos, como os clubes e fundos. Como vimos, a ação é uma fração da empresa, uma parcela do capital social. Para que uma empresa emita ações, ela precisa se tornar uma Sociedade Anônima ou Sociedade por Ações (S.A.). As ações podem ser de dois tipos:  Ordinárias: dão ao dono o direito de votar sobre os negócios da empresa.  Preferenciais: o dono pode não ter o direito de voto ou sofrer restrições nesse direito. Ele é compensado com alguma vantagem ou preferência, como a prioridade na distribuição de dividendos, o direito de voto restrito, preferências aos seus detentores, etc. Importante! Quando uma empresa torna-se uma S.A., ela está sujeita a uma legislação específica (Lei das S.A.). A partir de então, a empresa possui uma série de deveres e obrigações juntos aos seus acionistas. Para mais informações, consulte o Caderno CVM nº 8 (Principais Direitos dos Acionistas Minoritários), disponível no site da CVM (www.cvm.gov.br). Agora, vamos estudar o mercado de ações... O que é Bolsa de Valores? A Bolsa de Valores é uma instituição financeira, onde os investidores “se encontram” (não fisicamente) com o objetivo de comprar e vender ações. No Brasil, a mais importante é a de São Paulo (BM&FBOVESPA), que também é a maior da América Latina e uma das maiores do mundo. Lá são negociadas ações de empresas brasileiras e alguns recibos de ações de empresas estrangeiras. Toda a base de negociação da BM&FBOVESPA funciona eletronicamente, via sistemas de computadores, o que permite mais agilidade e menores chances de erros. É importante dizer que, para uma economia, o papel desempenhado pela Bolsa de Valores é fundamental, pois permite que várias empresas financiem seus crescimentos, democratizando o capital. É o chamado MERCADO DE CAPITAIS. O que é um índice de ações? Muitas vezes você já deve ter ouvido que “a bolsa subiu 2%”, ou a “bolsa caiu 0,5%”. Mas o que isso significa? Na Bolsa de São Paulo, existem mais de 500 empresas com ações cadastradas, que podem ser negociadas. O problema é que nem todas essas ações possuem negócios diários. Algumas empresas despertam maior interesse do que outras, portanto apresentam maior volume de negócios realizados. Isso se chama LIQUIDEZ. Uma forma que as bolsas encontraram para mostrar aos investidores o desempenho do mercado foi construir um índice de referência com as ações que possuem maior liquidez. No caso da Bolsa de São Paulo, foi criado, em 1968, o índice Ibovespa, que é composto das empresas com maior liquidez no mercado acionário brasileiro. O Ibovespa é formado pela média ponderada de pouco mais de 60 empresas cujas ações são as mais negociadas no pregão . Essa composição muda a cada quadrimestre. Atualmente, existem os chamados ETFs (exchange-traded fund - fundos de índices), um ativo negociado na Bolsa de SP que reflete o comportamento de diferentes índices calculados pela Bolsa, inclusive o Ibovespa. Essa é uma maneira interessante de investir na Bolsa, pois você não precisa comprar dezenas de ações e sim um único ativo. Mercado de Valores – funcionamento Como funciona o mercado de valores mobiliários? No primeiro momento, a empresa, que deseja captar recursos, realiza um processo que se chama ABERTURA DE CAPITAL (em inglês IPO), momento em que ela venderá as ações para o mercado. Os compradores dessas ações se tornam sócios da empresa (acionistas). Eles investem na empresa, evidentemente, porque acreditam que seja um bom negócio (afinal, ninguém investe em algo que não espera que seja bom). Se realmente for, a empresa poderá gerar lucros ao longo de sua vida e os acionistas participarão desses resultados positivos, que serão distribuídos. A distribuição dos lucros aos acionistas das empresas chama-se DIVIDENDOS, mas existem outras formas de remunerar os investidores, como o pagamento de juros sobre o capital próprio. No Brasil, pela Lei das Sociedades Anônimas (S.A.), as empresas que não especificam a parcela a distribuir dos dividendos deverão distribuir pelo menos 25% do seu lucro líquido. Como comprar e vender ações? É importante destacar que um investidor, para comprar ou vender ações, precisa fazê-lo por meio de uma corretora de valores ou outra entidade que tenha acesso ao mercado de bolsa como, por exemplo, um banco de investimentos. Ou seja, você precisa ter conta em uma corretora (ser um cliente da mesma). Existem muitas corretoras em nosso mercado (no site da Bolsa de São Paulo você encontra a lista de todas), que prestam uma série de serviços em troca de uma remuneração, chamada CORRETAGEM. Há alguns anos, as corretoras oferecem aos seus clientes o acesso ao sistema de compra e venda de ações por meio de uma plataforma de operações, conhecida como home broker, com acesso disponível pela internet. Aquele que não possui um computador pessoal, ou não se sente confortável em usá-lo, pode acessá-la com ajuda dos funcionários da corretora, profissionais qualificados que executarão sua ordem de compra ou venda. Os agentes autônomos são outros profissionais que podem atendê-lo, recebendo e transmitindo ordens de compra e venda. Eles são, como o nome mesmo diz, autônomos, mas devem ter vínculo com uma corretora (contrato). É importante verificar se o profissional está autorizado a desempenhar essa função. Além disso, ele possui várias restrições, pois não pode administrar seus recursos, nem receber dinheiro do investidor, por exemplo. Como faço para pagar ou receber a compra ou venda de ações? Quando você compra ou vende uma ação, a liquidação financeira ocorrerá 3 dias úteis após (chamado D+3), direto na sua conta corrente, junto à corretora que você possui conta. Ou seja, se você compra a ação da EMPRESA X em uma segunda-feira, pagará (débito na sua conta) na próxima quinta-feira (supondo que não haja feriado). Isso vale também para a venda (crédito na conta). Atualmente, como as ações são escriturais (não existem mais cautelas), a liquidação física ocorre via Câmara Brasileira de Liquidação e Custódia (CBLC), responsável por transferir as mesmas do vendedor para o comprador. Quando você investe através de um clube ou fundo, você estará comprando uma fatia dele, as cotas, e entregando seu dinheiro a uma instituição que, teoricamente, possui capacidade e experiência para administrar recursos. Em outras palavras, você delega a gestão do seu dinheiro. Evidentemente, que essa instituição enviará relatórios para que você possa acompanhar o desempenho do gestor e decidir sobre a continuidade ou não de permanecer com seu dinheiro ali. Quais são as vantagens dos Fundos ou Clubes de Investimento para o investidor? 1) Acesso a modalidades de investimento que, pelo volume de recursos envolvidos, não estariam ao alcance dos investidores individuais. Especialmente os de menor capacidade financeira, aumentando, assim, a quantidade de alternativas de investimentos disponíveis. A formação de uma carteira diversificada de ações e outros ativos requer um volume de recursos que, na maioria das vezes, é superior às disponibilidades do pequeno investidor. 2) Diluição, entre os participantes, dos custos de administração da carteira que, normalmente, não são acessíveis aos investidores individuais. A participação de vários investidores em um Fundo permite que essas economias possam ser canalizadas coletivamente para o mercado de valores mobiliários, viabilizando, portanto, a participação do pequeno investidor nesse segmento de investimentos. 3) Assegurar ao investidor a comodidade de ter os seus investimentos administrados profissionalmente, sem que ele tenha de dominar o sofisticado instrumental de análise e acessar diferentes fontes de informação, requeridas para a administração profissional de uma carteira de investimentos. Os Fundos agem em nome de uma coletividade, substituindo grande número de investidores e oferecendo as vantagens decorrentes dessa concentração, além da conveniência da aplicação em condições técnicas mais favoráveis do que as que seriam possíveis para cada um de seus participantes, caso operassem por conta própria nos mercados financeiros. Por operarem com os recursos de grande número de investidores, podem obter condições mais favoráveis do que se os investidores procurassem realizar seus investimentos isoladamente. Antes de escolher um fundo ou um clube de ações, você deve analisar o histórico e a competência da instituição que o administra, para que não tenha surpresas desagradáveis no futuro. O melhor investimento Até agora, estudamos diversos tipos de investimentos ao longo do curso. Então, vamos a uma importante questão... Quais são os melhores investimentos para mim? Depende. Depende de quando você vai precisar do dinheiro, quais são seus objetivos e se você será capaz de dormir tranquilamente após optar por um investimento de risco. Quais são os melhores investimentos para mim? Se você estiver economizando, pensando, por exemplo, na aposentadoria ou em outro projeto de longo prazo, poderá escolher investimentos que tenham maior oscilação nos preços ou cotações no mercado secundário. Caso tenha necessidade imediata dos recursos, provocada por um fato imprevisto, e não tiver uma reserva para tanto, pode ser obrigado a se desfazer dos seus investimentos de longo prazo em um momento desfavorável de mercado. Quem pode esperar mais, fica em melhores condições para atravessar um momento de baixa nas cotações, que pode ser provocado por uma crise econômica. Por isso, muitos combinam aplicações em investimentos de maior risco e de menor risco. O maior erro que as pessoas podem cometer é aplicar uma determinada quantia, que elas certamente não vão precisar sacar por um longo período de tempo, em investimentos de baixa rentabilidade (que rendem juros baixos). Mas, se você estiver economizando para um objetivo de curto prazo, não deve escolher investimentos de risco porque, no momento de vender, pode ter prejuízo. Como o valor de alguns investimentos sobe e desce rapidamente, você deve ter certeza de que poderá esperar o melhor momento para vender. Final do Curso Parabéns! Chegamos ao fim do nosso curso. Destacamos que trata-se de um curso introdutório. Você pode aprofundar os assuntos abordados em diversas fontes de informação... ... como entidades reguladoras com responsabilidades pela supervisão de títulos de investimento (CVM, BACEN e SUSEP) e autorreguladoras (BM&FBOVESPA e ANBIMA, por exemplo). As corretoras também orientam os seus clientes. Sempre que tiver dúvidas ou problemas no mercado de valores mobiliários procure a CVM, que dispõe do Programa de Proteção e Defesa do Investidor (PRODIN). Esse programa oferece atendimento para consultas, reclamações e denúncias, bem como realiza programas de educação de investidores. Comissão de Valores Mobiliários - http://www.cvm.gov.br/ Banco Central do Brasil - http://www.bcb.gov.br/ SUSEP (Superintendência de Negócios Privados) - http://www.susep.gov.br BM&FBOVESPA - http://www.bmfbovespa.com.br ANBIMA (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais)- http://www.anbima.com.br Até o próximo curso! E desejamos SUCESSO em seus investimentos.
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