Baixe [Sistemas de Transmissao] Aula 04 - Caixa Automática - Conversor de Torque e outras Notas de aula em PDF para Cultura, somente na Docsity!
Prof. Brenno Ferreira de
Souza
Sistemas de Transmissão:
Aula 04: Transmissão Automática — Conversor de
Torque
Eng. Brenno Ferreira de Souza Introdução Com o objetivo de dar maior comodidade ao motorista e aumentar a suavidade na transmissão de potência e torque do motor às rodas motrizes, foi criado na Inglaterra, na década de 30, um sistema de embreagem hidráulica, e mais tarde nos Estados Unidos, um câmbio totalmente automático, que vem sendo ainda mais desenvolvido ao longo dos últimos anos. 2 Eng. Brenno Ferreira de Souza Conversor de Torque Sabe-se que em um veículo equipado com transmissão mecânica, quem transfere torque do motor para a transmissão é o sistema de embreagem. Ela é um componente que acopla e desacopla mecanicamente o motor da transmissão, por meio de um sistema de garfo e rolamento, agindo como uma alavanca, acionada pelo pé do motorista. 5 Eng. Brenno Ferreira de Souza Conversor de Torque Num veículo equipado com transmissão automática, quem realiza esta tarefa de transferir e ampliar o torque do motor é o conversor de torque, com um acoplamento fluido. 6 Eng. Brenno Ferreira de Souza Conversor de Torque Um conversor de torque é um tipo de acoplamento hidráulico que permite que o motor gire, algo independentemente do câmbio. 7 Eng. Brenno Ferreira de Souza Componentes Ele é composto pelo: • Impulsor da Bomba • Impelido ou turbina • Estator • Embreagem unidirecional 10 Eng. Brenno Ferreira de Souza Componentes Ele é preenchido com fluido de transmissão automática, fornecido sob pressão pela bomba da transmissão, que é ejetado pelo impulsor da bomba do conversor, num fluxo muito forte que movimenta a turbina. 11 Eng. Brenno Ferreira de Souza Componentes 12 Eng. Brenno Ferreira de Souza Bomba A bomba impulsora é integrada com a caixa do conversor e possui em seu interior inúmeras palhetas curvas montadas radialmente. Um anel guia é instalado nas bordas internas das palhetas, formando um caminho para que o óleo tenha um fluxo laminar. A carcaça do conversor é conectada ao virabrequim, pela placa de arrasto ou flexplate. Importante: A bomba impulsora está conectada ao virabrequim, e gira junto com ele 15 Eng. Brenno Ferreira de Souza Bomba À medida que ela gira, o fluido é arremessado para fora, num sistema muito parecido com a forma que o ciclo de secagem de uma máquina de lavar roupas que arremessa água e roupas para a parede da bacia de lavagem. 16 Eng. Brenno Ferreira de Souza Bomba A bomba dentro do conversor de torque é um tipo de bomba centrífuga. 17 Eng. Brenno Ferreira de Souza Estator Para alterar a direção de um objeto em movimento, é preciso aplicar uma força a esse objeto - não importa se o objeto é um carro ou uma gota de fluido. Seja o que for que aplique a força para fazer algo girar, sente a mesma força, porém em sentido contrário. Assim, à medida que a turbina faz com que o fluido mude de direção, o fluido faz com que a turbina gire. 20 Eng. Brenno Ferreira de Souza Estator O fluido deixa o centro da turbina, movendo-se em uma direção diferente daquela que entrou. Se você observar as setas na figura acima, verá que o fluido sai da turbina movendo-se em direção oposta àquela que a bomba (e o motor) está girando. Se o fluido pudesse atingir a bomba, diminuiria a rotação do motor, desperdiçando energia. 21 Eng. Brenno Ferreira de Souza Estator É por isso que um conversor de torque possui um estator. 22 Eng. Brenno Ferreira de Souza Estator O estator envia o fluido que está retornando da turbina à bomba. Isso melhora a eficiência do conversor. Observe as ranhuras, que estão conectadas a uma embreagem unidirecional dentro do estator. 25 Eng. Brenno Ferreira de Souza Estator A roda livre permite que nesta fase, quando o rotor da turbina está quase parado e o veículo iniciando seu movimento, o estator permaneça travado na carcaça, forçando, por meio de suas pás, o óleo na direção do giro do motor. Porém, na medida em que o rotor da turbina aumenta sua velocidade, o fluido já é direcionado, por meio da força centrífuga, no sentido certo de giro (giro do motor) e nesta ocasião, a roda livre libera a rotação do estator, impedindo que seja um obstáculo ao óleo. 26 Eng. Brenno Ferreira de Souza Estator Portanto, o estator é girado ou bloqueado, conforme a direção do fluido incidente em suas pás, embora sua pista interna esteja sempre travada na carcaça da transmissão. 27 Eng. Brenno Ferreira de Souza Benefícios Além da importante função de permitir que o carro pare completamente sem que o motor morra, o conversor de torque na verdade dá ao veículo mais torque na aceleração da imobilidade. Conversores de torque modernos são capazes de multiplicar o torque do motor duas ou três vezes. Esse efeito acontece apenas quando o motor estiver girando muito mais rápido que o câmbio. 30 Eng. Brenno Ferreira de Souza Desvantagem Em velocidades mais altas, o câmbio alcança o motor, eventualmente movendo-se quase na mesma rotação. O ideal, no entanto, seria que a transmissão se movesse exatamente na mesma rotação do motor, pois essa diferença de rotação desperdiça energia. Isso é parte da razão pela qual carros com câmbio automático consomem mais combustível do que carros com câmbio manual. 31 Eng. Brenno Ferreira de Souza Desvantagem Para rebater esse efeito, muitos carros possuem hoje conversor de torque com um sistema de bloqueio (Lock-up) Este trava as duas metades do conversor de torque quando ganham rotação, eliminando a patinagem e reduzindo o consumo. Em geral, o bloqueio do conversor de torque só ocorre na última marcha, mas de uns anos para cá ele foi estendido a mais marchas, até mesmo à primeira. É o caso do câmbio automático 7G-Tronic, de sete marchas, de alguns automóveis Mercedes-Benz. 32 Eng. Brenno Ferreira de Souza Lock-Up 35 Eng. Brenno Ferreira de Souza Lock-Up Quando as condições do veículo são apropriadas (certa velocidade, temperatura da transmissão e marcha selecionada, entre outras) para a aplicação do Lock-up, o fluido circulante dentro do conversor sofre uma inversão em seu fluxo e pressiona a parte traseira da placa, que é movida contra a carcaça do conversor, criando uma ligação mecânica entre o motor e a transmissão, como se os dois ventiladores indicados anteriormente fossem empurrados um contra o outro. 36 Eng. Brenno Ferreira de Souza Vantagens do Lock-Up Este acoplamento mecânico oferece uma transferência de torque mais eficiente porque elimina o pequeno deslizamento gerado por um acoplamento fluido. Adicionalmente, o acoplamento mecânico contribui para a diminuição do calor dentro do conversor, que normalmente acontece em um acoplamento fluido. 37 Eng. Brenno Ferreira de Souza Lock- Up 40 Eng. Brenno Ferreira de Souza Lock- Up 41 Eng. Brenno Ferreira de Souza OBRIGADO! Crixás, 2013. brenno.senai@sistemafieg.org.br 42