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Guias e Dicas
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Como montar uma Brinquedoteca na Escola, Notas de estudo de Pedagogia

Educação Infantil

Tipologia: Notas de estudo

2014
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Compartilhado em 12/07/2014

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jaqueline-costa-33 🇧🇷

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Baixe Como montar uma Brinquedoteca na Escola e outras Notas de estudo em PDF para Pedagogia, somente na Docsity! O QUE É BRINQUEDOTECA? É um espaço preparado para estimular a criança a brincar, possibilidade o acesso a uma grande variedade de brinquedos, dentro de um ambiente especialmente lúdico. É um lugar onde tudo convida a explorar, a sentir, a experimentar. Quando uma criança entra na brinquedoteca deve ser tocada pela expressividade da decoração, porque a alegria, o afeto e a magia devem ser palpáveis. Se a atmosfera não for encantadora não será uma brinquedoteca. Sendo um ambiente para estimular a criatividade, deve ser preparado da forma criativa, com espaços que incentivem a brincadeira de “faz de conta”, a dramatização, a construção, a solução de problemas, a socialização e a vontade de inventar, um camarim com fantasias e maquiagem, os bichinhos, jogos de montar, local para os quebra-cabeças e os jogos. E a sucatoteca, aquele acervo de ex-lixo, reciclado e transformado em matéria prima para que a criatividade fique solta e novos brinquedos possam ser inventados. OBJETIVOS DA BRINQUEDOTECA • Valorizar os brinquedos e as atividades lúdicas e criativas • Possibilitar o acesso à variedade de brinquedos • Emprestar brinquedos • Estimular o desenvolvimento global das crianças • Enriquecer as relações familiares • Desenvolver hábitos de responsabilidade e trabalho • Dar condições para que as crianças brinquem espontaneamente • Despertar o interesse por uma nova forma de animação cultural que pode diminuir a distância entre as gerações. • Criar um espaço de convivência que propicie interações espontâneas e desprovidas de preconceitos. • Provocar um tipo de relacionamento que respeite as preferências das crianças e assegure seus direitos. • Oferecer às crianças a oportunidade de experimentar os jogos antes de comprá- los • Favorecer o encontro daqueles que apreciam as trocas afetivas, as brincadeiras e a convivência alegre e descontraída. • Desvincular o valor lúdico do brinquedo do seu valor monetário ou afetivo, possibilitando à criança a aprendizagem de que não precisa possuir com exclusividade, pode usufruir partilhando com outros. • Dar oportunidade as crianças de se relacionarem com adultos de forma agradável e prazerosa, livre do formalismo decorrente das situações estruturadas em escolas ou outro tipo de instituições. A brinquedoteca é um território onde são defendidos os direitos da criança á infância. Foi criada para a criança que não tem condições para brincar, que só trabalha ou estuda, que só vê televisão que precisa ter sucesso na escola, para a criança ansiosa de tanto jogar videogame, para aquela criança tratada como adulto em miniatura, em fim a brinquedoteca foi criada para as crianças que, em nome do progresso de nossa civilização, perderam o espaço e o tempo para brincar. A brinquedoteca é um esforço no sentido de salvaguardar a infância nutrindo-a com elementos indispensáveis ao crescimento saudável da alma e da inteligência da criança. Não representa apenas oportunidade de acesso a brinquedos. Mas do que isso, expressa um filosofia de educação voltada para o respeito ao “eu” de criança e as potencialidades que precisam de espaço para se manifestar. Fonte: formacaodobrinquedista.blogspot.com.br Como monta uma Brinquedoteca na Escola. Uma Brinquedoteca poderá iniciar-se com a aquisição de brinquedos educativos por exemplo. Esse tipo de empreendimento tem ganhado força pelo fato de que muitas escolas, empresas e mesmo clientes particulares tem apostado nesse tipo de investimento. A um tempo atrás a procura era somente por livros de educação infantil e com o tempo se estendeu para os brinquedos, jogos e agora até equipamentos para desenvolvimento das crianças. Acreditamos que esse empreendimento tenha um crescimento maior com o tempo, pois hoje em dia as famílias não têm muito espaço para armazenar brinquedos em suas casas e com isso o papel da brinquedoteca é esse: Aluguel de brinquedos disponibilizando para levar para casa ou escola e com o sistema de devolução. Ou brinquedotecas montadas onde disponibilizam de uma área em que as crianças podem permanecer sob a orientação de profissionais geralmente instaladas em grandes centros como shoppings, centro comerciais, supermercados e outros. Muitas empresas montam brinquedotecas para a integração família /trabalho gerando assim mais conforto. É importante salientar que brincadeiras ativam o cérebro da criança, desenvolvimento motor, criatividade, capacidade de concentração e socialização. Os cuidados para a montagem de uma brinquedoteca geralmente são: Aquisição de brinquedos de qualidade; Segurança; Orientação pedagógica; Higiene; Ambiente arejado; Área atrativa aos olhos das crianças com decoração de acordo; que o educador tenha essa possibilidade de organização em sua sala, ou de um espaço coletivo na instituição. Para concretizar o plano de uma brinquedoteca, o professor precisa ou utilizar materiais como sucatas, que precisam de reformas constantes, ou de parcerias com a comunidade e comércios locais. Ou seja, infelizmente a construção desse importante espaço educativo, dependendo da realidade em que a instituição encontra-se, implica muitas dificuldades e desafios. Uma brinquedoteca deve contar com atrativos que estimulem a criança brincar, possibilitando o acesso a uma grande variedade de brinquedos, dentro de um ambiente especialmente lúdico. Existem opções para todos os bolsos e gostos. Porém quanto melhor ficar o ambiente mais interessante ficara para as crianças e mais valor agregado para o condomínio. É um espaço aonde as crianças podem usar o ano inteiro é interessante fazer uma decoração atrativa e com elementos confortáveis, mas também duráveis e resistentes à garotada. A brinquedoteca nada mais é que um lugar encantado, um espaço dedicado especificamente a estimular crianças e jovens a desenvolverem sua criatividade e coordenação motora enquanto estão rodeados por um ambiente colorido, alegre e repleto de brinquedos e atividades. Pode-se dizer que a brinquedoteca é um substituição ao playground, em um espaço indoor com mais oportunidade de brincadeiras e interação com outros jovens e até adultos, já que possibilita brincar com diversos tipos de brinquedos e experimentar os mais variados jogos. Um decoração atrativa, colorida e divertida faz com que a criança e jovens possam se sentir livres para brincar a vontade enquanto exploram com segurança e apoio pedagógico, um mundo lúdico só deles. Algumas dicas para você montar sua brinquedoteca: 1. Montar um piso de E.V.A. com intuito de amortecer a queda do pequenos; 2. Escolher um ambiente arejado com iluminação do sol e janelas; 3. Decorar o local com temas infantis, colorindo parede com adesivos e desenhos animados; 4. Elaborar um cercadinho simples para os bebes de 2 anos que são ainda pequenos e possuem brinquedos destinados a sua idade; 5. Disponibilizar diversos tipos e modelos de brinquedos como: piscina de bolinha, casinha de boneca, escorregador e balanço, baú para armazenar os brinquedos, fantoches e bonecos, lousas para a criança pintar a vontade, mesinha e cadeiras para descanso e assento dos pequenos entre muitos outros brinquedos. 6. Interessante colocar uma sapateira e banco na entrada do local para a criança deixar o sapato e os pais poderem sentar enquanto aguardam e assistem os filhos se divertem em sua brinquedoteca. Módulo 1: .O que é uma Brinquedoteca? Os diferentes tipos de brinquedoteca e seus diferentes objetivos. Assim como outros espaços da escola a brinquedoteca também tem suas caracterisitcas e as suas diferenças, nesse modulo vamos conhecer duas das mais utilizadas. vejamos então, antes vamos conhecer as caracterisitcas de uma brinquedoteca. A importância da brinquedoteca escolar para o processo de aprendizagem Introdução Percebe-se atualmente que as crianças não têm mais tempo para as brincadeiras de forma livre. Se junta a isso a falta de tempo dos pais que trabalharam em tempo integral, sendo os filhos deixados aos cuidados de outros que não tem a preocupação com o que os mesmos estão preenchendo o seu tempo livre. As crianças passam muitas vezes o período que não estão na escola na frente da TV, games, computadores, etc. Ao chegarem à escola, normalmente se deparam com salas de aula numerosas, na qual a professora tem que dividir seu precioso tempo em 30 ou mais alunos. Voltando se para essa realidade comum do dia a dia destas crianças, nota se que estão carregadas de energia que precisam ser extravasadas. No recreio elas não sabem se tomam o lanche ou se brincam (15 a 30 minutos) e retornam para a sala mais agitadas ainda porque não tiveram tempo hábil para brincar. No momento de recreação em sala, os brinquedos ficam em um canto da mesma que não comporta todos os alunos porque a sala está abarrotada de carteiras. Frente à ordem de ficarem sentados e brincarem somente naquele local vindo pela professora, torna se inviável. O dia da recreação no parque em horário determinado, também se torna muito complicado em função de ser um espaço pequeno, onde se torna palco de disputa entre os poucos brinquedos oferecidos e a demanda. É importante salientar aqui que o brincar é essencial para promover o desenvolvimento da capacidade simbólica das crianças, possibilitando lhes a compreensão das regras sociais, a cooperação etc. Diante de tais observações, acredita se na importância de uma brinquedoteca escolar oferecendo um espaço adequado que atenda as faixas etárias diversas contribuindo assim, para o desenvolvimento acadêmico com qualidade. O interesse em elaborar esse projeto, partiu da observação e percepção da realidade das crianças que vivem nas proximidades. Crianças "impedidas" de criarem seus próprios brinquedos, fazendo uso de coisas prontas e objetos tecnológicos de ponta que mediante comandos fazem bravuras. Crianças que passam suas preciosas horas de recreação, sentadas na frente do vídeo game, TV e outros joguinhos eletrônicos que limitam a criatividade e embotam a Inteligência. Crianças que vão para a sala de aula, exaustas de ficarem sentadas fazendo essas atividades, sem condições de enfrentarem um período de 5 horas na mesma posição se tornado inquietas, dispersas, sonolentas e irritadiças e sem controle. Na hora do recreio que nem entendo porque recebe esse nome, porque não dá tempo para quase nada a não ser tomar o lanche. Onde as crianças não sabem se comem ou se brincam e repetidas vezes fazem os dois ao mesmo tempo de forma incompleta, voltando para fila e até para sala, muitas vezes comendo. Ao retornar a sala estão eufóricas e inquietas mais do que antes porque só aguçaram o desejo de brincar, conversar com os colegas, "trocar figurinhas" e o pior, não descarregaram a energia acumulada já mencionada. A intenção com a brinquedoteca escolar é proporcionar um espaço de qualidade para que o lúdico faça parte do desenvolvimento dessa criança. A questão que norteia esse artigo é: Qual a importância da Brinquedoteca escolar para o processo de aprendizagem? Para elucidar tal questão este artigo tem como objetivo analisar a importância da brinquedoteca escolar para o processo de aprendizagem. A metodologia deste artigo é a pesquisa bibliográfica. Brinquedoteca escolar conceituada por diferentes autores Para discorrer sobre o assunto fez se necessário enriquecer o conhecimento com contribuições teóricas de diversos autores que norteassem a pesquisa. É importante frisar que existe uma gama de material teórico bastante rico e diversificado de autores que defenderam a importância da Brinquedoteca e consequentemente o lúdico na vida da criança. A brinquedoteca como o próprio nome sugere está relacionado ao brincar, ao lúdico como já mencionado. Para falar sobre a mesma não se pode deixar de falar da precursora da Brinquedoteca no Brasil que afirma: A "Brinquedoteca é um espaço criado para favorecer a brincadeira" (CUNHA, 2007, p.13). Sendo um espaço que facilita a brincadeira porque favorece o desenvolvimento; propiciando a troca, o respeito mútuo, convívio com regras, a socialização e pode tirar a criança nem que seja por instantes diários, dessa "letargia", comodismo e tempo ocioso. A brinquedoteca na escola pode ajudar a criança desenvolver um bom conceito de mundo, um mundo onde ela é respeitada em sua individualidade e suas potencialidades, local onde o afeto a aconchego é levado em conta e onde a criatividade é estimulada. Na sociedade atual há valorização excessiva do conteúdo pedagógico formal por acreditar ser o mais importante e o que vai promover formação adequada para a criança crescer e galgar posições de confiança no mundo dos negócios na vida adulta. Ignora se o fato de que o lúdico é de fundamental importância para que a criança viva seus sonhos e fantasias que lhe dará segurança para enfrentar a realidade posteriormente. Isto é, experimentou no mundo do "faz de conta" (onde tudo é possível) a construir, ganhar, se desiludir, vencer obstáculos e superar frustrações; atributos que fortalecem a personalidade e na vida adulta, no mundo dos negócios, tomar decisões e resolver conflitos com mais tranquilidade. Capacidade de discernir! Faz-se necessário compreender a importância do brincar e para isso destaca se Piaget (apud, VECTORE e KISHIMOTO, 2001, p.8) que "entende o brincar como fator de desenvolvimento cognitivo e forma de adequação ao mundo externo, um aspecto ativo, agradável e interativo do desenvolvimento intelectual". Cunha (2007, p.9) propõe a brinquedoteca com o objetivo de "Alimentar a vida interior das crianças". É brincando que a criança explora o "ambiente" e enriquece o conhecimento, aprende discernir entre o certo e o errado. O que pode realizar no plano fantasioso e como se comportar em relação aos aspectos formais (inclusive no plano acadêmico); respeitando regras e imposições da sociedade onde está inserida. Lima e Delmônico (2010, p. 1), também defendem. Brinquedoteca como um espaço que privilegia o brincar e o lúdico como aspectos importantes para a construção da aprendizagem bem como para a construção da identidade e alcance de autonomia. Um ambiente que acolhe e promove estímulo adequado para o desenvolvimento de habilidades e capacidades da criança em seu contexto histórico-social e cultural. Contribuindo com os aspectos conceituais do lúdico, (VIGOTSKY, 1984, apud REGO, 2011, p.80) afirma que "o brinquedo é uma importante fonte de promoção do desenvolvimento da criança". Para Meira (2003, p. 5), "é comum os pais assistirem como espectadores ao espetáculo cotidiano que as crianças revelam em sua infância". E parafraseando a autora acima; tais pais sem julgamento, proibições ou interferências, somente se preocupam em oferecer aos filhos em demasia tudo que lhe são mostrados virtualmente. Porque o questionamento aqui pode ser ultrapassado e não fazer parte da vida de "famílias modernas". Tudo isso se torna mais caótico porque quanto mais oferecem mais as crianças exigem os lançamentos; o moderno, o de tecnologia de ponta. E o brincar criativo vai perdendo seu espaço naturalmente da vida dessas crianças. E Cunha (2007, p.12) alerta sobre esse aspecto, afirmando que "todas as crianças precisam brincar, mas nem todas têm essa oportunidade". A segunda classe de crianças em discussão aqui são aquelas, as quais seu tempo é preenchido pelos pais, com outras atividades como o inglês, francês, kumom, música (dois ou mais instrumentos), computação, algum tipo de esporte, com a justificativa de prepará-las para o mercado de trabalho e o mundo dos negócios, onde só vence o melhor. São crianças transformadas em adultos precocemente. Nesse contexto Burghardt, (1998); Smith, (1982); Smith, Cowie & Blades, (1998) (apud MAGALHÃES E PONTES, 2002, p. 4) salientam que uma supervalorização da escolarização para responder às exigências mercadológicas da industrialização propiciou a saturação do tempo da criança com deveres e afazeres, restando muito pouco para as atividades lúdicas criativas espontâneas. As brincadeiras criativas, o mundo do faz de conta, importantes para o desenvolvimento completo perdem terreno para os citados acima. Segundo Cunha (2007, p.12) os brinquedos são parceiros silenciosos que desafiam a criança possibilitando descobertas e estimulando a expressividade. É preciso haver tempo para eles e espaço que assegure o sossego para que brinquem e soltem sua imaginação, inventando sem medo de desgostar alguém ou ser punida. Brinquedoteca é um espaço criado para favorecer a brincadeira. É um espaço onde se brinca livremente, com todo o estímulo à manifestação de suas potencialidades e necessidades lúdicas. Diferentemente de Cunha (2007, op. Cit.) para Vygotsky (apud, REGO 2011, p.80) "brinquedo não é o objeto em si, mas sim o ato de brincar". Ou seja, não adianta encher a criança de brinquedos, dos mais sofisticados e diversos possíveis, se a mesma não tem oportunidade de criar seus próprios brinquedos, usando sua imaginação, fantasias e explorar suas potencialidades que é o que promove ao desenvolvimento cognitivo saudável. Refletindo sobre crianças durante o chamado recreio (que de recreativo nada tem), ou melhor, hora do lanche onde as crianças se apresentam agitadas, pois não sabem se tomam o lanche ou se brincam. É notável a necessidade de brincar, conversar que persiste entre elas. Justifica se pelo fato de chegarem à escola com energia acumulada por tempo ocioso ou cansada devido à rotina do período fora da escola por excesso de atividades como foi dito e também não encontram um espaço para as brincadeiras, para o lúdico. Um momento onde possam extravasar suas energias de forma livre; sem cobranças e obrigatoriedade. As salas de aula tornam-se locais estressantes, barulhentos, com crianças irrequietas, sem limites e com dificuldades de concentração. O aprendizado torna se um fardo, sem motivação; não prazeroso. Regras e mais regras, deveres a serem realizados com perfeição e tempo cronometrado para as diversas atividades. Sem falar que a sala de aula muitas vezes é vista pela criança como o local das proibições; não pode conversar, não pode levantar, não pode sair, não pode virar pra traz. O brincar é sempre colocado em ultimo plano, Sem contar as ameaças e punições que as crianças ouvem e recebem como: Só vai sair para brincar quem for mais comportado ou quem fizer todas as atividades. É importante ressaltar que o brincar deve fazer parte do cotidiano da criança e ser algo prazeroso sempre e não ser usado como recompensa para bom comportamento. Cunha (2007, p. 17) descreve a Brinquedoteca como "responsável por mediar à construção do saber, em situações de prazer, com gosto de aventura, na busca pelo conhecimento espontâneo e prazeroso", e ainda, incentiva extravasar sentimentos, conhecimentos e emoções. O professor com a difícil tarefa de dar o conteúdo exigido pela instituição, o número excessivo de alunos em sala, alunos com necessidades especiais, sem professor auxiliar A tarefa torna se árdua e muitas vezes incompleta pelo fato de não conseguir trabalhar o lado emocional, afetivo e social com qualidade visto que, o que se prioriza é "dar conta do conteúdo" exigido e cobrado com veemência pela coordenação que por sua vez é cobrada pelos familiares que também não tem conhecimento da importância do brincar na vida de uma criança. Faz-se necessário a conscientização por parte da instituição escolar sobre a necessidade do brincar de forma espontânea, para o desenvolvimento intelectual, emocional e social da criança. Quando a instituição tiver essa cultura incorporada torna se mais natural conscientizar aos pais sobre essa importância. Puga e Silva (2008, p.1, apud, LIMA & DELMÔNICO, 2010, p. 5), afirmam que a Brinquedoteca contempla os seguintes objetivos educacionais: [...] resgatar para o âmbito da escola o caráter lúdico das atividades pedagógicas; oferecer para a criança no seu espaço escolar uma variedade de brinquedos; estimular a interação entre pais e filhos por meio dos jogos; valorizar o ato de brincar, respeitando a liberdade, a criatividade e a autonomia, possibilitando assim a formação do autoconceito positivo da criança; resgatar a brincadeira na vida do educando para a salvaguarda infantil; permitir a liberdade e conscientizar pais e professores sobre a importância do brinquedo para a criança e o significado que ele tem para o seu desenvolvimento afetivo, social, cognitivo e físico. Para Denzin, 1975 (apud BOMTEMPO, 1999, p. 3) "a atividade lúdica é um meio de ensinar a criança a se colocar na perspectiva do outro". Ou seja, se as crianças se predispusessem dos recursos de uma brinquedoteca com tempo hábil para brincar, aprenderiam a aceitar a sala de aula como um espaço para adquirir conhecimentos, respeitando aos colegas e professores. Cumpririam suas tarefas com mais dedicação e consequentemente com mais qualidade porque teriam um tempo maior para as atividades lúdicas, sem cobrança, sem imposição, sem certo ou errado e com extravasamento das energias acumuladas. As salas de aulas provavelmente seriam espaços mais tranquilos, com crianças mais concentradas, mais alegre e estimulante. Rego (1995 apud BOIKO & ZAMBERLAN, 2001, p.11)afirma que é importante que: As crianças tenham espaço para brincar, assim como opção de mexer no mobiliário, como montar casinhas, cabanas, tendas, etc. Complementa que o tempo que as crianças têm à disposição para brincar também deva ser considerado: ele deve ser suficiente para que as brincadeiras surjam, desenvolvam-se e se encerrem. A brincadeira faz parte das culturas que vem se repassando ente os povos e entre esses de geração a geração. O brincar trás felicidade e torna o ambiente alegre. O brincar é inerente ao ser humano, pois é uma das primeiras coisas que a criança desde muito pequena faz. Na fase da descoberta, o bebê elege como brinquedo partes do seu corpo (pés, mão) e depois os brinquedos. Vygotsky (1982,1988 apud VICTORE & KYSHIMOT, 2001, p.4) ressalta que "o brincar é a etapa mais importante da vida infantil e propicia a criação da situação imaginária, o desenvolvimento da representação, o símbolo". É nesse processo que a criança elabora, planeja, cria fantasia, erra e toma iniciativa para fazer novamente. Desta forma a criança vai criando segurança, independência e aprendendo que ela é capaz de resolver seus próprios conflitos sem a interferência de um adulto. Crianças que se tornarão adultos capazes de analisar situações e tomarem decisões assertivas com mais facilidade. O lúdico promove a aprendizagem de forma gostosa, tranquila e descontraída, o que por sua vez constrói o conhecimento, sem cobranças, imposições, avaliações e restrições. A criança nas palavras de Kishimoto, (1997, p.3) [...] ao brincar, desenvolve, ao mesmo tempo, a saúde, socializa-se por meio de interações com os pares, explora o ambiente que a rodeia, expressa seus pensamentos e cria formas próprias de expressão. Olhando para importância da brinquedoteca como provedora de apoio para o desenvolvimento acadêmico qualitativo da criança em seus vários aspetos, justificado teoricamente por autores preocupados com essa questão, o passo a seguir é propor de forma clara e objetiva o que deve ser feito para que ocorra uma mudança, partindo primeiramente da instituição (escola) que de forma gradativa fortalecerá essa questão junto aos pais e/ou responsáveis. Estratégias para o psicopedagogo orientar a implantação de uma brinquedoteca Refletindo sobre a atuação do psicopedagogo junto à instituição escolar, como mediador entre o sujeito aprendente e as diversas esferas onde se insere (família, círculo social, proposta pedagógica, professores, coordenação e etc.). É um trabalho amplo e vai muito além do que simplesmente atuar junto à criança com dificuldades de aprendizagem, que é um dos focos, mas não o principal. Sua atuação na instituição deve ser de caráter preventivo no sentido de identificar os focos geradores de "problemas" que podem derivar se de diversos meios e não só do sujeito isoladamente. A criança muitas vezes acaba carregando o estigma "dificuldade" ou "problema" de aprendizagem porque alguém está nomeando isso nela, ou melhor, ela está sendo reflexo dessa imposição. São questões que podem surgir em função de excesso de cobrança por parte dos familiares, advinda de uma expectativa em relação ao filho que não está sendo correspondida ou até mesmo da escola porque não acredita e não explora as potencialidades da criança de forma adequada levando em conta a subjetividade de cada um ou porque tem uma tarefa a cumprir em relação aos aspectos formais da instituição. Pensando se na implantação de uma brinquedoteca na instituição escolar, a presença do psicopedagogo é de fundamental importância, fazendo parte da equipe de profissionais que compõem o corpo docente trabalhando com os mesmos no sentido de elucidar dúvidas quanto a real importância da brinquedoteca e seus benefícios para um bom desempenho da criança em seus diversos aspectos. Atuando também junto à família e responsáveis com argumentos consistentes e convincentes, com respaldo teórico que comprovam a importância do lúdico, do brincar livre e criativo na vida da criança. Ressaltando que deve ser valorizado da mesma maneira que o conteúdo formal da escola. www.psicopedagogia.com.br/opiniao/opiniao.asp?entrID=132. Acesso no dia 24/07/ 20012 MEIRA, Ana Marta. Benjamin, os brinquedos e a infância contemporânea. Psicol. Soc. [online].2003,vol.15, n.2, pp. 74-87. ISSN 1807-0310. http://dx.doi.org/10.1590/ S0102-71822003000200006. REGO, Teresa Cristina. Vygotsky: uma perspectiva histórico-cultural da educação/ Teresa Cristina Rego. 22 ed.- Petrópolis, RJ: Vozes, 2011. . VECTORE, Célia e KISHIMOTO, Tizuko M.. Por trás do imaginário infantil: explorando a brinquedoteca. Psicol. Esc. Educ. (Impr.) [online]. 2001, vol.5, n.2, pp. 59-65. ISSN 1413-8557. http://dx.doi.org/10.1590/S1413-85572001000200007. Autor do artigo. Edna Amaral Simon – Fonte: http://www.artigonal.com. Características de uma brinquedoteca A Brinquedoteca prepara o espaço do "faz de conta" para que seu ambiente seja impregnado de criatividade, de manifestações de afeto e de apreciação pela infância, a tal ponto que a criança se sinta esperada e bem-vinda. A ideia principal é valorizar os brinquedos e atividades lúdicas e criativas; estimular o desenvolvimento global das crianças; despertar o interesse por uma nova forma de animação cultural que pode diminuir a distância entre as gerações; oferecer às crianças a oportunidade de experimentar os jogos antes de comprá-los. Desvincular o valor lúdico do brinquedo do seu valor monetário ou afetivo, possibilitando à criança a aprendizagem de que não precisa possuir com exclusividade e pode usufruir partilhando com os outros; dar oportunidade às crianças de se relacionarem com adultos de forma agradável e prazerosa, livre do formalismo decorrente das situações estruturadas em escolas ou outro tipo de instituições. Brinquedoteca como lugar de experimentação prévia do brinquedo, o que a tornaria um local típico de lojas, de centros de compras, onde as crianças poderiam brincar com os brinquedos, experimentando-os antes mesmo de comprá-los nas lojas. Tipos de brinquedoteca. A Brinquedoteca, como a biblioteca, atende públicos diversificados. Sendo uma instituição voltada para o público infanto-juvenil, observa-se que ela atua em situações ou lugares diferentes, cumprindo diferentes papéis em escolas, creches, universidades, hospitais, museus, clubes, favelas, presídios, etc. Nos hospitais, as brinquedotecas têm como objetivo tornar a estada hospitalar da criança um pouco mais alegre e menos traumatizante, o que, segundo pesquisas atuais na área médica, divulgadas pela mídia, contribuem de forma positiva para a recuperação dos pacientes. A criança encontra no brinquedo uma forma de distração e divertimento, passando até mesmo a compreender melhor seu tratamento. Brinquedoteca Escolar. A Brinquedoteca Escolar, que se encontra dentro da instituição de ensino na maior parte das escolas brasileiras, busca assegurar o desenvolvimento integral da criança, com cantos. Ex: canto do faz de conta, do construtor, da leitura é importante reconhecermos que não é apenas um lugar cheio de brinquedos e jogos, mais do que isso, é um setor pedagógico na qual se preocupa em privilegiar o brincar como principal método na construção de identidade e autonomia das crianças pequenas. Pois enquanto a criança brinca, naquele prazeroso momento ela estará adquirindo varias habilidades, expressando seus sentimentos, exercendo a linguagem, trocando informações e experiências com os demais companheiros e assim desenvolvendo sua aprendizagem. Brinquedoteca Hospitalar. Brinquedoteca, hospitalar não e muito diferente da escolar, pois apresenta requisitos de interação e também prioriza o brincar da criança. As crianças que residem em hospitais, certamente tem um lado emocional mais afetado, uma carência talvez maior e um desejo de brincar tão bem mais aguçado do que as que estão do lado de fora, com suas famílias. Por isso é importantíssimo que esse espaço ofereça prazer, comodidade e segurança para as crianças. Em relação ao espaço físico: Deve apresentar muita iluminação e ventilação adequada; Deve também apresentar condições de segurança, como por exemplo: tomada altas, janelas com grades e trancas de segurança em armários, os mobiliários devem ter cantos arredondados, os espaços devem possuir lavatórios e pias atendendo as necessidades e tamanhos dos pequenos, o formato e disposição da brinquedoteca deve respeitar os objetivos da determinada instituição. Em relação ao atendimento: É relevante que a brinquedoteca do hospital seja um setor reconhecido e respeitado por todos, com objetivo de estabelecer relações de um bem-estar e acolhimento para com a criança. Sendo um espaço de bem-estar, este local deve priorizar o brincar livre e espontâneo, fazendo com que as crianças se sintam felizes e relaxadas. Problemas de comportamentos inadequados deverão ser tratados com especialistas. É importante frisar que os profissionais de recreação, os brinquedistas e educadores devem ser capacitados para exercer essas atividades. Na Brinquedoteca a criança vivencia diversas atividades lúdicas, na verdade a criança passa a se conhecer melhor, a dominar suas angústias e a representar o mundo exterior, usando para isso o brinquedo. Fonte: http://pt.wikipedia.org. Módulo 1: .O que é uma Brinquedoteca? Material para Brinquedoteca Hospitalar. Material para Brinquedoteca Hospitalar Brinquedos de berço • Chocalhos; Bichinhos de plástico e borracha; • Brinquedos de diferentes tamanhos, pesos, texturas, ruídos; • Brinquedos de plástico que quando manuseados levantem a tampa, façam som, apareçam bonecos ou bichos; • Cubos mágicos de plástico de tamanhos variados; • Tapete das descobertas (sensações) Crianças de 2 a 6 anos • Feirinha, barraca de madeira, frutas e vegetais plásticos, fogão, geladeira. • Bonecas com roupas laváveis; • Bercinhos, caminhas (algumas pintadas de branco) • Bonecos de madeiras envernizadas; • Conjunto de animais; • Bolas; jogos de boliche; • Legos; • Livros; • Velocípedes; • Quebra-cabeças; • Fantoches e máscaras; • Fantasias; • Casa de Boneca; • Utensílios da casa. Crianças de 7 a 10 anos • Blocos de construção de madeira; • Ligue tudo; Quebra-cabeças; • Brinquedos musicais; • Piano, violão, bumbo, bateria, xilofone; • Jogos de dominó, dominó de animais, tamanhos, memória; • Fantasias; • Fantoches; • Livros; • Casa de Boneca; • Carrinhos. Brinquedos: Cubos de encaixes de madeira: quadrados, triângulos; Numerais de pinos; Passa figuras; Jogos de fontes - encaixe; Pinos coloridos - encaixe; Dominó de metades; Quebra cabeça; Esquema corporal; Livros infantis; xadrez; dama; trilha. Critérios para escolha dos brinquedos: Material plástico; Borracha; Fórmica; Madeira com verniz; Cores vivas; Segurança; Durabilidade. Kit hospital infantil: Maca para centro cirúrgico; Mesa de exame; Carrinho de curativo; Suporte de soro; Aventais / máscaras; Mesa do médico; Berço com grande; Seringas; Estetoscópio. fonte: www.unopar.com.br. fantasioso e como se comportar em relação aos aspectos formais (inclusive no plano acadêmico); respeitando regras e imposições da sociedade onde está inserida. Lima e Delmônico (2010, p. 1), também defendem. Brinquedoteca como um espaço que privilegia o brincar e o lúdico como aspectos importantes para a construção da aprendizagem bem como para a construção da identidade e alcance de autonomia. Um ambiente que acolhe e promove estímulo adequado para o desenvolvimento de habilidades e capacidades da criança em seu contexto histórico-social e cultural. Contribuindo com os aspectos conceituais do lúdico, (VIGOTSKY, 1984, apud REGO, 2011, p.80) afirma que "o brinquedo é uma importante fonte de promoção do desenvolvimento da criança". A seguir destaca se também para essa explanação o apoio de Winnicott (1975, p. 80 apud FRANCO, 2003, p. 13) dizendo que: "O brincar é essencial, porque é através dele que se manifesta a criatividade". Criatividade, embotada na sociedade atual! Afinal criar exige ação, raciocínio, objetos, exploração do meio e isso já não são tão práticos como dar o comando de um jogo eletrônico, por exemplo, ou simplesmente assistir algo pronto nos meios de comunicação. A brinquedoteca na escola proporcionará espaço para esse tipo de brincadeiras como Cunha (2007, p. 17) salienta que a brinquedoteca é: {...} "responsável por mediar à construção do saber, em situações de prazer, com gosto de aventura, na busca pelo conhecimento espontâneo e prazeroso". Portanto, incentiva extravasar sentimentos, explorar conhecimentos e experimentar emoções. Vectore e Kyshimoto (2001, p. 9) complementam as definições anteriores falando que a "brinquedoteca propicia a vivência de diferentes situações: é o espaço dedicado às fantasias, às brincadeiras de casinha, ao consultório médico, à leitura, etc.". Lima e Delmônico (2010, p. 1) também afirmam que "no ambiente da brinquedoteca, o brincar supri algumas necessidades da criança, tais como: expressar, participar, transformar, desenvolver, aprender e atuar com subjetividade no cotidiano escolar, na sociedade e na sua cultura". Percebe se que é se faz necessário o resgate do brincar "inteligente" e criativo; o brincar espontâneo e natural. O brincar que acrescenta, humaniza, valoriza, enobrece e torna crianças em sujeitos capazes de encarar as diversas situações da vida até a fase adulta porque fortalece o intelecto. Segundo Cunha (2007, p.30,) "Brincando a criança pode aprender a gostar de trabalhar porque, na atividade descobre o prazer de estar ocupada". [...] E para encerrar esse tópico, outra citação importantíssima de Cunha (2007, p.31) quando diz que: "A criança que participa de muitos jogos e brincadeiras, aprende a trabalhar em grupo; por ter aprendido a aceitar as regras dos jogos saberá, também respeitar as normas sociais". Referenciada se por esses autores e outros que se fizerem necessário relacionar se há pressupostos, de que forma o brincar influencia a aprendizagem. Influência do brincar na aprendizagem Quando se fala em Brinquedoteca se pensa em brincar e pensando nessa palavra, em aprendizagem, lúdico; obviamente pensa se em criança. Embora não sejam aspectos relevantes somente às mesmas; pois adultos também brincam, aprendem e se divertem ou pelo menos deveriam. Mas, deve se ressaltar que nesse discurso em específico o raciocínio volta se para as crianças. Para este trabalho destaca se duas classes de crianças. Aquelas que são prisioneiras em seu próprio lar no período inverso a escola que preenchem seu tempo com jogos eletrônicos, videogames, TV, computador ou qualquer outra atividade que independe de comunicação. Crianças que passam horas de forma passiva, ouvindo e assimilando conteúdos que não lhes acrescentam nada positivo. Ao contrário, são crianças que apenas reproduzem coisas sem sentido, sem afeto, sem emoção. São crianças com pouca ou quase sem criatividade, com embotamento da capacidade. Não que não sejam inteligentes, mas sim, porque não ousam, porque não foram estimuladas a brincar, criar, fazer de conta, interagir e se comunicar com os outros. Essa é parte de um grupo de crianças que vivem nas grandes metrópoles na era da tecnologia onde a um simples comando tudo se torna mágico e radiante. Pais que trabalham tempo integral delegando suas responsabilidades quanto à educação dos filhos a terceiros (babá, creche, escola integral, avós e outros familiares) que desempenham tal função dentro dos seus limites e interesse. "Os games, jogos virtuais, não tem a mesma dimensão simbólica de uma brincadeira com carrinhos ou bonecas". (MEIRA, 2003, p.2). Mas infelizmente, são eles que têm ocupado a mente e o precioso tempo das crianças da sociedade moderna. São perfeitos, porque calam, impedem a comunicação entre pais e filhos, entre amigos, tiram as crianças dos parques, dos bosques, dos clubes, das praças. Promovem mais tempo para quem não quer "perder o tempo" (quem acompanha a criança no dia a dia) dando atenção para as famosas "tagarelices" de crianças que amam conversar, interagir e aprender, criar e recriar nesse relacionamento saudável que está quase em extinção. Carneiro (2008, apud LIMA & DELMÔNICO, 2010, p.) descreve que, "as brincadeiras voltam-se para o individualismo e a competitividade, o uso dos brinquedos eletrônicos, a televisão passaram a disputar a atenção das crianças", acarretando problemas de sociabilização, integração e interação entre as pessoas, e principalmente entre as crianças. É comum ouvir as crianças quando estão juntas, que a conversa está sempre voltado para quem tem o melhor game, o celular top, em que fase de um determinado jogo se encontra e quem tem o melhor computador dando preferencia à marca, quem tem o melhor pacote de serviço de dados, quem tem mais canais de TV por assinatura, e assim sucessivamente. A lista é gigantesca. É explicita aqui a competitividade que Carneiro (2008) fala. Enquanto o lúdico está cada vez mais sendo esquecido e fora de "moda". E Kyshimoto (2008, p. 3) também afirma que "ninguém nasce sabendo brincar, o brincar pressupõe aprendizagem social". Daí a importância de resgatar o lúdico na sociedade, em que as crianças e principalmente as que vivem nas grandes metrópoles, não tem espaço adequado para brincar de pega-pega, jogar bola, brincar de esconde-esconde, brincadeiras de rodas, polícia e ladrão etc. Restringindo se na maioria das vezes o "brincar", ao espaço que tem dentro de suas casas e apartamentos com cômodos pequenos nos quais os games e jogos eletrônicos ganham campo porque se tornam mais interessantes atraentes. Cunha (2001, p.14 apud MALUF, 2003) já afirmava que "atualmente as crianças não têm um pátio para brincar". São notáveis entre as crianças que moram em condomínio as desaprovações quantas regras rígidas quanto ao espaço disponível. Habita se em um lugar que "nada pode". Não pode andar de bicicleta, de patinetes de esqueites, patins alegando não ser o local apropriado, mas não oferecem o mesmo. E quando oferecem não atendem a demanda. Percebe se que o lúdico vai sendo banido da vida das crianças por tudo e por todos. Entende se a partir de Bomtempo (1999, p. 3), que "o jogo ou brinquedo são fatores de comunicação mais amplos do que a linguagem em si, pois propiciam o diálogo entre pessoas de culturas diferentes". Portanto, se a criança não se relaciona com outras através do brincar como se forma laços sociais e culturais? Entende se que se isso não ocorre, as crianças estão crescendo e se desenvolvendo, voltadas para seu "mundinho" tornado se egocêntricas, introvertidas, intolerantes incomunicáveis, etc. As famílias, por comodismo ou por falta de esclarecimentos parecem se neutralizarem frente a tais circunstâncias. Para Meira (2003, p. 5), "é comum os pais assistirem como espectadores ao espetáculo cotidiano que as crianças revelam em sua infância". E parafraseando a autora acima; tais pais sem julgamento, proibições ou interferências, somente se preocupam em oferecer aos filhos em demasia tudo que lhe são mostrados virtualmente. Porque o questionamento aqui pode ser ultrapassado e não fazer parte da vida de "famílias modernas". Tudo isso se torna mais caótico porque quanto mais oferecem mais as crianças exigem os lançamentos; o moderno, o de tecnologia de ponta. E o brincar criativo vai perdendo seu espaço naturalmente da vida dessas crianças. E Cunha (2007, p.12) alerta sobre esse aspecto, afirmando que "todas as crianças precisam brincar, mas nem todas têm essa oportunidade". A segunda classe de crianças em discussão aqui são aquelas, as quais seu tempo é preenchido pelos pais, com outras atividades como o inglês, francês, kumom, música (dois ou mais instrumentos), computação, algum tipo de esporte, com a justificativa de prepará-las para o mercado de trabalho e o mundo dos negócios, onde só vence o melhor. São crianças transformadas em adultos precocemente. Nesse contexto Burghardt, (1998); Smith, (1982); Smith, Cowie & Blades, (1998) (apud MAGALHÃES E PONTES, 2002, p. 4) salientam que uma supervalorização da escolarização para responder às exigências mercadológicas da industrialização propiciou a saturação do tempo da criança com deveres e afazeres, restando muito pouco para as atividades lúdicas criativas espontâneas. sem a interferência de um adulto. Crianças que se tornarão adultos capazes de analisar situações e tomarem decisões assertivas com mais facilidade. O lúdico promove a aprendizagem de forma gostosa, tranquila e descontraída, o que por sua vez constrói o conhecimento, sem cobranças, imposições, avaliações e restrições. A criança nas palavras de Kishimoto, (1997, p.3) [...] ao brincar, desenvolve, ao mesmo tempo, a saúde, socializa-se por meio de interações com os pares, explora o ambiente que a rodeia, expressa seus pensamentos e cria formas próprias de expressão. Olhando para importância da brinquedoteca como provedora de apoio para o desenvolvimento acadêmico qualitativo da criança em seus vários aspetos, justificado teoricamente por autores preocupados com essa questão, o passo a seguir é propor de forma clara e objetiva o que deve ser feito para que ocorra uma mudança, partindo primeiramente da instituição (escola) que de forma gradativa fortalecerá essa questão junto aos pais e/ou responsáveis. Estratégias para o psicopedagogo orientar a implantação de uma brinquedoteca Refletindo sobre a atuação do psicopedagogo junto à instituição escolar, como mediador entre o sujeito aprendente e as diversas esferas onde se insere (família, círculo social, proposta pedagógica, professores, coordenação e etc.). É um trabalho amplo e vai muito além do que simplesmente atuar junto à criança com dificuldades de aprendizagem, que é um dos focos, mas não o principal. Sua atuação na instituição deve ser de caráter preventivo no sentido de identificar os focos geradores de "problemas" que podem derivar se de diversos meios e não só do sujeito isoladamente. A criança muitas vezes acaba carregando o estigma "dificuldade" ou "problema" de aprendizagem porque alguém está nomeando isso nela, ou melhor, ela está sendo reflexo dessa imposição. São questões que podem surgir em função de excesso de cobrança por parte dos familiares, advinda de uma expectativa em relação ao filho que não está sendo correspondida ou até mesmo da escola porque não acredita e não explora as potencialidades da criança de forma adequada levando em conta a subjetividade de cada um ou porque tem uma tarefa a cumprir em relação aos aspectos formais da instituição. Pensando se na implantação de uma brinquedoteca na instituição escolar, a presença do psicopedagogo é de fundamental importância, fazendo parte da equipe de profissionais que compõem o corpo docente trabalhando com os mesmos no sentido de elucidar dúvidas quanto a real importância da brinquedoteca e seus benefícios para um bom desempenho da criança em seus diversos aspectos. Atuando também junto à família e responsáveis com argumentos consistentes e convincentes, com respaldo teórico que comprovam a importância do lúdico, do brincar livre e criativo na vida da criança. Ressaltando que deve ser valorizado da mesma maneira que o conteúdo formal da escola. Destacou se alguns pontos importantes para que a brinquedoteca escolar alcance seus objetivos na instituição. Agora chega se ao ponto crucial para que essa seja uma realidade, que é primeiramente a escolha do local adequado para a instalação da mesma. Salienta se aqui a importância desse trabalho ser feito em forma de equipe principalmente os professores e orientadores (pedagógico e educacional); entendendo com o psicopedagogo cada detalhe. Esses profissionais devem ser preparados com cursos específicos, para sentirem se motivados, fazendo bom uso e permitirem aos alunos explorarem esse espaço. O espaço para implantação da brinquedoteca deve ser amplo, claro, climatizado e composto por diferentes ambientes onde a criança tenha liberdade para escolher e brincar de acordo com a sua faixa etária e desejo; quer no individual ou no coletivo. É função do psicopedagogo também esclarecer junto à equipe multidisciplinar que é importante que se tenha um funcionário que seja o mediador na brinquedoteca chamado de brinquedotecário. É importante que tenha uma formação específica para o cargo (curso oferecido pela ABBRI- Associação Brasileira de Brinquedotecas) e que acima de tudo, tenha afinidade com crianças e seja aprovado pelos professores os quais estarão sempre em contato. Magalhães e Pontes (2002 p. 17) afirmam que existem critérios para escolha do Brinquedotecário que são: "Receptividade, Criatividade,Iniciativa,Autoconfiança,Tolerância e capacidade de negociação". Frisa se também que a figura do brinquedotecário não é o de tolher as brincadeiras e sim o de fazer "ponte" para que a criatividade seja explorada livremente. Sobre essa questão Barreto (2008 apud Lima & Delmônico 2010, p. 1) afirma que: Brinquedoteca não pode ser utilizada como algo confinador, com princípios e regras rígidas adotadas pelos adultos para ocupar o tempo, de confirmar e disciplinar ao invés de emancipar a criança, com uso errôneo do mesmo como complemento de atividades da sala de aula de forma direcionada, restringindo a liberdade de escolha dos objetos lúdicos do educando. Refletindo sobre os aspectos abordados e principalmente no último que se refere à figura do brinquedotecário; é papel também do psicopedagogo e estar atento aos possíveis deslizes sobre cobranças e punições inadequadas quanto ao uso da brinquedoteca pelos educandos. Deixando sempre claro que o brincar deve ser livre; instruindo os a respeitar e preservar o espaço, mantendo o organizado, mas sem cobrança quanto ao que deve ser feito como complemento e exigência acadêmica. Pois entende se que o brincar livre como já discorrido nesse artigo trás benefícios no aprendizado, obtenção de conhecimento e crescimento intelectual, emocional, social e afetivo. Metodologia A pesquisa foi realizada sob a perspectiva qualitativa, ou seja, com base em levantamento bibliográfico com identificação de fontes e documentos que pudessem elucidar a problemática. Considerações finais O objetivo aqui foi contribuir através da pesquisa sobre a importância da brinquedoteca no ambiente escolar como espaço mediador de aprendizagens. Ajudando a psicopedagogia e profissionais educadores refletirem e se conscientizarem pela brinquedoteca em tal contexto. A implantação de uma brinquedoteca no âmbito escolar beneficiará diretamente as crianças do ensino fundamental, principalmente nos anos iniciais, não sendo restritos a esses, podendo se estender sua importância aos anos subsequentes. Alguns aspectos são desenvolvidos através do lúdico ou do brincar; sociais, culturais, cognitivos, físicos e emocionais. O benefício da brinquedoteca escolar também é extensivo à família em função dessa criança estar praticando na escola aquilo que não faz em casa por falta de "tempo" dos pais que trabalham em tempo integral. E também de favorecer a formação dessa cultura na criança que poderá dividir com seus pais os resultados positivos do ato de brincar, levando os a entenderem a importância do mesmo. Além de a criança estar vivenciando isso na escola e dividindo com os pais, a própria escola poderá promover encontros entre pais e filhos na brinquedoteca da escola como uma atividade de datas comemorativas (dia dos pais, das mães, do estudante, dia da criança etc.). E finalizando esses encontros um breve "bate papo" de forma descontraída e informal, o psicopedagogo poderá fixar nos mesmos, essa nova cultura na escola e o seu grau de importância na vida dos alunos, da família e consequentemente do aprendizado como um todo. Referências Bibliográficas BOMTEMPO, Edda. Brinquedo e educação: na escola e no lar. Psicol. Esc. Educ. (Impr.), Campinas. 3, n. 1, 1999. Disponível em <http://www.scielo.br/ scielo.php? script=sci_arttext&pid=S1413-85571999000100007&lng=pt&nrm=iso>. acessos em 28 fev. 2012. BOIKO, Vanessa Alessandra Thomaz and ZAMBERLAN, Maria Aparecida Trevisan. A perspectiva sócia construtivista na psicologia e na educação: o brincar na pré-escola. Psicol. estud. [online]. 2001, vol.6, n.1, pp. 51-58. ISSN 1413-73. Acesso no dia 20/07/ 2012 CUNHA, Nylse Helena Silva. Brinquedoteca: um mergulho no brincar/Nylse Helena Silva cunha. – 4ª. ed. – São Paulo: Aquariana, 2007 FRANCO, Sérgio de Gouvêa. O brincar e a experiência analítica. Ágora (Rio J.) [online]. 2003, vol.6, n.1, pp. 45-59. ISSN 1516-1498. http://dx.doi.org/10.1590/ S1516-14982003000100003. KISHIMOTO, Tizuko Morchida. Brinquedo e brincadeira na educação infantil japonesa: proposta curricular dos anos 90. Educ. Soc. [online]. 1997, vol.18, n. 60, pp. 64-88. ISSN 0101-7330. http://dx.doi.org/10.1590/ S0101-73301997000300005. KISHIMOTO, Tizuko Morchida e ONO, Andréia Tiemi. Brinquedo, gênero e educação na brinquedoteca. Pro-Posições [online]. 2008, vol.19, n.3, pp. 209-223. ISSN 0103-7307. http://dx.doi.org/10.1590/ S0103-73072008000300011. e Delmônico Luccas Rosiane. Estudo Sobre a Importância da Brinquedoteca no Ambiente Escolar como Espaço Mediador de Aprendizagens, 2010. Disponível em: http://www.pedagogia.com.br/artigos/importanciadabrinquedoteca1/. Acesso em 22/07/2012. MAGALHAES, Celina Maria Colino e PONTES, Fernando Augusto Ramos. Criação e manutenção de brinquedotecas: reflexões acerca do desenvolvimento ed. parcerias. Psicol. Reflex. Crit. [online]. 2002, vol.15, n.1 [citado 2012-02-28], A brinquedoteca na escola pode ajudar a criança desenvolver um bom conceito de mundo, um mundo onde ela é respeitada em sua individualidade e suas potencialidades, local onde o afeto a aconchego é levado em conta e onde a criatividade é estimulada. Na sociedade atual há valorização excessiva do conteúdo pedagógico formal por acreditar ser o mais importante e o que vai promover formação adequada para a criança crescer e galgar posições de confiança no mundo dos negócios na vida adulta. Ignora se o fato de que o lúdico é de fundamental importância para que a criança viva seus sonhos e fantasias que lhe dará segurança para enfrentar a realidade posteriormente. Isto é, experimentou no mundo do "faz de conta" (onde tudo é possível) a construir, ganhar, se desiludir, vencer obstáculos e superar frustrações; atributos que fortalecem a personalidade e na vida adulta, no mundo dos negócios, tomar decisões e resolver conflitos com mais tranquilidade. Capacidade de discernir! Faz-se necessário compreender a importância do brincar e para isso destaca se Piaget (apud, VECTORE e KISHIMOTO, 2001, p.8) que "entende o brincar como fator de desenvolvimento cognitivo e forma de adequação ao mundo externo, um aspecto ativo, agradável e interativo do desenvolvimento intelectual". Cunha (2007, p.9) propõe a brinquedoteca com o objetivo de "Alimentar a vida interior das crianças". É brincando que a criança explora o "ambiente" e enriquece o conhecimento, aprende discernir entre o certo e o errado. O que pode realizar no plano fantasioso e como se comportar em relação aos aspectos formais (inclusive no plano acadêmico); respeitando regras e imposições da sociedade onde está inserida. Lima e Delmônico (2010, p. 1), também defendem. Brinquedoteca como um espaço que privilegia o brincar e o lúdico como aspectos importantes para a construção da aprendizagem bem como para a construção da identidade e alcance de autonomia. Um ambiente que acolhe e promove estímulo adequado para o desenvolvimento de habilidades e capacidades da criança em seu contexto histórico-social e cultural. Contribuindo com os aspectos conceituais do lúdico, (VIGOTSKY, 1984, apud REGO, 2011, p.80) afirma que "o brinquedo é uma importante fonte de promoção do desenvolvimento da criança". A seguir destaca se também para essa explanação o apoio de Winnicott (1975, p. 80 apud FRANCO, 2003, p. 13) dizendo que: "O brincar é essencial, porque é através dele que se manifesta a criatividade". Criatividade, embotada na sociedade atual! Afinal criar exige ação, raciocínio, objetos, exploração do meio e isso já não são tão práticos como dar o comando de um jogo eletrônico, por exemplo, ou simplesmente assistir algo pronto nos meios de comunicação. A brinquedoteca na escola proporcionará espaço para esse tipo de brincadeiras como Cunha (2007, p. 17) salienta que a brinquedoteca é: {...} "responsável por mediar à construção do saber, em situações de prazer, com gosto de aventura, na busca pelo conhecimento espontâneo e prazeroso". Portanto, incentiva extravasar sentimentos, explorar conhecimentos e experimentar emoções. Vectore e Kyshimoto (2001, p. 9) complementam as definições anteriores falando que a "brinquedoteca propicia a vivência de diferentes situações: é o espaço dedicado às fantasias, às brincadeiras de casinha, ao consultório médico, à leitura, etc.". Lima e Delmônico (2010, p. 1) também afirmam que "no ambiente da brinquedoteca, o brincar supri algumas necessidades da criança, tais como: expressar, participar, transformar, desenvolver, aprender e atuar com subjetividade no cotidiano escolar, na sociedade e na sua cultura". Percebe se que é se faz necessário o resgate do brincar "inteligente" e criativo; o brincar espontâneo e natural. O brincar que acrescenta, humaniza, valoriza, enobrece e torna crianças em sujeitos capazes de encarar as diversas situações da vida até a fase adulta porque fortalece o intelecto. Segundo Cunha (2007, p.30,) "Brincando a criança pode aprender a gostar de trabalhar porque, na atividade descobre o prazer de estar ocupada". [...] E para encerrar esse tópico, outra citação importantíssima de Cunha (2007, p.31) quando diz que: "A criança que participa de muitos jogos e brincadeiras, aprende a trabalhar em grupo; por ter aprendido a aceitar as regras dos jogos saberá, também respeitar as normas sociais". Referenciada se por esses autores e outros que se fizerem necessário relacionar se há pressupostos, de que forma o brincar influencia a aprendizagem. Influência do brincar na aprendizagem Quando se fala em Brinquedoteca se pensa em brincar e pensando nessa palavra, em aprendizagem, lúdico; obviamente pensa se em criança. Embora não sejam aspectos relevantes somente às mesmas; pois adultos também brincam, aprendem e se divertem ou pelo menos deveriam. Mas, deve se ressaltar que nesse discurso em específico o raciocínio volta se para as crianças. Para este trabalho destaca se duas classes de crianças. Aquelas que são prisioneiras em seu próprio lar no período inverso a escola que preenchem seu tempo com jogos eletrônicos, videogames, TV, computador ou qualquer outra atividade que independe de comunicação. Crianças que passam horas de forma passiva, ouvindo e assimilando conteúdos que não lhes acrescentam nada positivo. Ao contrário, são crianças que apenas reproduzem coisas sem sentido, sem afeto, sem emoção. São crianças com pouca ou quase sem criatividade, com embotamento da capacidade. Não que não sejam inteligentes, mas sim, porque não ousam, porque não foram estimuladas a brincar, criar, fazer de conta, interagir e se comunicar com os outros. Essa é parte de um grupo de crianças que vivem nas grandes metrópoles na era da tecnologia onde a um simples comando tudo se torna mágico e radiante. Pais que trabalham tempo integral delegando suas responsabilidades quanto à educação dos filhos a terceiros (babá, creche, escola integral, avós e outros familiares) que desempenham tal função dentro dos seus limites e interesse. "Os games, jogos virtuais, não tem a mesma dimensão simbólica de uma brincadeira com carrinhos ou bonecas". (MEIRA, 2003, p.2). Mas infelizmente, são eles que têm ocupado a mente e o precioso tempo das crianças da sociedade moderna. São perfeitos, porque calam, impedem a comunicação entre pais e filhos, entre amigos, tiram as crianças dos parques, dos bosques, dos clubes, das praças. Promovem mais tempo para quem não quer "perder o tempo" (quem acompanha a criança no dia a dia) dando atenção para as famosas "tagarelices" de crianças que amam conversar, interagir e aprender, criar e recriar nesse relacionamento saudável que está quase em extinção. Carneiro (2008, apud LIMA & DELMÔNICO, 2010, p.) descreve que, "as brincadeiras voltam-se para o individualismo e a competitividade, o uso dos brinquedos eletrônicos, a televisão passaram a disputar a atenção das crianças", acarretando problemas de sociabilização, integração e interação entre as pessoas, e principalmente entre as crianças. É comum ouvir as crianças quando estão juntas, que a conversa está sempre voltado para quem tem o melhor game, o celular top, em que fase de um determinado jogo se encontra e quem tem o melhor computador dando preferencia à marca, quem tem o melhor pacote de serviço de dados, quem tem mais canais de TV por assinatura, e assim sucessivamente. A lista é gigantesca. É explicita aqui a competitividade que Carneiro (2008) fala. Enquanto o lúdico está cada vez mais sendo esquecido e fora de "moda". E Kyshimoto (2008, p. 3) também afirma que "ninguém nasce sabendo brincar, o brincar pressupõe aprendizagem social". Daí a importância de resgatar o lúdico na sociedade, em que as crianças e principalmente as que vivem nas grandes metrópoles, não tem espaço adequado para brincar de pega-pega, jogar bola, brincar de esconde-esconde, brincadeiras de rodas, polícia e ladrão etc. Restringindo se na maioria das vezes o "brincar", ao espaço que tem dentro de suas casas e apartamentos com cômodos pequenos nos quais os games e jogos eletrônicos ganham campo porque se tornam mais interessantes atraentes. Cunha (2001, p.14 apud MALUF, 2003) já afirmava que "atualmente as crianças não têm um pátio para brincar". São notáveis entre as crianças que moram em condomínio as desaprovações quantas regras rígidas quanto ao espaço disponível. Habita se em um lugar que "nada pode". Não pode andar de bicicleta, de patinetes de esqueites, patins alegando não ser o local apropriado, mas não oferecem o mesmo. E quando oferecem não atendem a demanda. Percebe se que o lúdico vai sendo banido da vida das crianças por tudo e por todos. Entende se a partir de Bomtempo (1999, p. 3), que "o jogo ou brinquedo são fatores de comunicação mais amplos do que a linguagem em si, pois propiciam o diálogo entre pessoas de culturas diferentes". Portanto, se a criança não se relaciona com outras através do brincar como se forma laços sociais e culturais? Entende se que se isso não ocorre, as crianças estão crescendo e se desenvolvendo, voltadas para seu "mundinho" tornado se egocêntricas, introvertidas, intolerantes incomunicáveis, etc. Ou seja, se as crianças se predispusessem dos recursos de uma brinquedoteca com tempo hábil para brincar, aprenderiam a aceitar a sala de aula como um espaço para adquirir conhecimentos, respeitando aos colegas e professores. Cumpririam suas tarefas com mais dedicação e consequentemente com mais qualidade porque teriam um tempo maior para as atividades lúdicas, sem cobrança, sem imposição, sem certo ou errado e com extravasamento das energias acumuladas. As salas de aulas provavelmente seriam espaços mais tranquilos, com crianças mais concentradas, mais alegre e estimulante. Rego (1995 apud BOIKO & ZAMBERLAN, 2001, p.11)afirma que é importante que: As crianças tenham espaço para brincar, assim como opção de mexer no mobiliário, como montar casinhas, cabanas, tendas, etc. Complementa que o tempo que as crianças têm à disposição para brincar também deva ser considerado: ele deve ser suficiente para que as brincadeiras surjam, desenvolvam-se e se encerrem. A brincadeira faz parte das culturas que vem se repassando ente os povos e entre esses de geração a geração. O brincar trás felicidade e torna o ambiente alegre. O brincar é inerente ao ser humano, pois é uma das primeiras coisas que a criança desde muito pequena faz. Na fase da descoberta, o bebê elege como brinquedo partes do seu corpo (pés, mão) e depois os brinquedos. Vygotsky (1982,1988 apud VICTORE & KYSHIMOT, 2001, p.4) ressalta que "o brincar é a etapa mais importante da vida infantil e propicia a criação da situação imaginária, o desenvolvimento da representação, o símbolo". É nesse processo que a criança elabora, planeja, cria fantasia, erra e toma iniciativa para fazer novamente. Desta forma a criança vai criando segurança, independência e aprendendo que ela é capaz de resolver seus próprios conflitos sem a interferência de um adulto. Crianças que se tornarão adultos capazes de analisar situações e tomarem decisões assertivas com mais facilidade. O lúdico promove a aprendizagem de forma gostosa, tranquila e descontraída, o que por sua vez constrói o conhecimento, sem cobranças, imposições, avaliações e restrições. A criança nas palavras de Kishimoto, (1997, p.3) [...] ao brincar, desenvolve, ao mesmo tempo, a saúde, socializa-se por meio de interações com os pares, explora o ambiente que a rodeia, expressa seus pensamentos e cria formas próprias de expressão. Olhando para importância da brinquedoteca como provedora de apoio para o desenvolvimento acadêmico qualitativo da criança em seus vários aspetos, justificado teoricamente por autores preocupados com essa questão, o passo a seguir é propor de forma clara e objetiva o que deve ser feito para que ocorra uma mudança, partindo primeiramente da instituição (escola) que de forma gradativa fortalecerá essa questão junto aos pais e/ou responsáveis. Estratégias para o psicopedagogo orientar a implantação de uma brinquedoteca Refletindo sobre a atuação do psicopedagogo junto à instituição escolar, como mediador entre o sujeito aprendente e as diversas esferas onde se insere (família, círculo social, proposta pedagógica, professores, coordenação e etc.). É um trabalho amplo e vai muito além do que simplesmente atuar junto à criança com dificuldades de aprendizagem, que é um dos focos, mas não o principal. Sua atuação na instituição deve ser de caráter preventivo no sentido de identificar os focos geradores de "problemas" que podem derivar se de diversos meios e não só do sujeito isoladamente. A criança muitas vezes acaba carregando o estigma "dificuldade" ou "problema" de aprendizagem porque alguém está nomeando isso nela, ou melhor, ela está sendo reflexo dessa imposição. São questões que podem surgir em função de excesso de cobrança por parte dos familiares, advinda de uma expectativa em relação ao filho que não está sendo correspondida ou até mesmo da escola porque não acredita e não explora as potencialidades da criança de forma adequada levando em conta a subjetividade de cada um ou porque tem uma tarefa a cumprir em relação aos aspectos formais da instituição. Pensando se na implantação de uma brinquedoteca na instituição escolar, a presença do psicopedagogo é de fundamental importância, fazendo parte da equipe de profissionais que compõem o corpo docente trabalhando com os mesmos no sentido de elucidar dúvidas quanto a real importância da brinquedoteca e seus benefícios para um bom desempenho da criança em seus diversos aspectos. Atuando também junto à família e responsáveis com argumentos consistentes e convincentes, com respaldo teórico que comprovam a importância do lúdico, do brincar livre e criativo na vida da criança. Ressaltando que deve ser valorizado da mesma maneira que o conteúdo formal da escola. Destacou se alguns pontos importantes para que a brinquedoteca escolar alcance seus objetivos na instituição. Agora chega se ao ponto crucial para que essa seja uma realidade, que é primeiramente a escolha do local adequado para a instalação da mesma. Salienta se aqui a importância desse trabalho ser feito em forma de equipe principalmente os professores e orientadores (pedagógico e educacional); entendendo com o psicopedagogo cada detalhe. Esses profissionais devem ser preparados com cursos específicos, para sentirem se motivados, fazendo bom uso e permitirem aos alunos explorarem esse espaço. O espaço para implantação da brinquedoteca deve ser amplo, claro, climatizado e composto por diferentes ambientes onde a criança tenha liberdade para escolher e brincar de acordo com a sua faixa etária e desejo; quer no individual ou no coletivo. É função do psicopedagogo também esclarecer junto à equipe multidisciplinar que é importante que se tenha um funcionário que seja o mediador na brinquedoteca chamado de brinquedotecário. É importante que tenha uma formação específica para o cargo (curso oferecido pela ABBRI- Associação Brasileira de Brinquedotecas) e que acima de tudo, tenha afinidade com crianças e seja aprovado pelos professores os quais estarão sempre em contato. Magalhães e Pontes (2002 p. 17) afirmam que existem critérios para escolha do Brinquedotecário que são: "Receptividade, Criatividade,Iniciativa,Autoconfiança,Tolerância e capacidade de negociação". Frisa se também que a figura do brinquedotecário não é o de tolher as brincadeiras e sim o de fazer "ponte" para que a criatividade seja explorada livremente. Sobre essa questão Barreto (2008 apud Lima & Delmônico 2010, p. 1) afirma que: Brinquedoteca não pode ser utilizada como algo confinador, com princípios e regras rígidas adotadas pelos adultos para ocupar o tempo, de confirmar e disciplinar ao invés de emancipar a criança, com uso errôneo do mesmo como complemento de atividades da sala de aula de forma direcionada, restringindo a liberdade de escolha dos objetos lúdicos do educando. Refletindo sobre os aspectos abordados e principalmente no último que se refere à figura do brinquedotecário; é papel também do psicopedagogo e estar atento aos possíveis deslizes sobre cobranças e punições inadequadas quanto ao uso da brinquedoteca pelos educandos. Deixando sempre claro que o brincar deve ser livre; instruindo os a respeitar e preservar o espaço, mantendo o organizado, mas sem cobrança quanto ao que deve ser feito como complemento e exigência acadêmica. Pois entende se que o brincar livre como já discorrido nesse artigo trás benefícios no aprendizado, obtenção de conhecimento e crescimento intelectual, emocional, social e afetivo. Metodologia A pesquisa foi realizada sob a perspectiva qualitativa, ou seja, com base em levantamento bibliográfico com identificação de fontes e documentos que pudessem elucidar a problemática. Considerações finais O objetivo aqui foi contribuir através da pesquisa sobre a importância da brinquedoteca no ambiente escolar como espaço mediador de aprendizagens. Ajudando a psicopedagogia e profissionais educadores refletirem e se conscientizarem pela brinquedoteca em tal contexto. A implantação de uma brinquedoteca no âmbito escolar beneficiará diretamente as crianças do ensino fundamental, principalmente nos anos iniciais, não sendo restritos a esses, podendo se estender sua importância aos anos subsequentes. Alguns aspectos são desenvolvidos através do lúdico ou do brincar; sociais, culturais, cognitivos, físicos e emocionais. O benefício da brinquedoteca escolar também é extensivo à família em função dessa criança estar praticando na escola aquilo que não faz em casa por falta de "tempo" dos pais que trabalham em tempo integral. E também de favorecer a formação dessa cultura na criança que poderá dividir com seus pais os resultados positivos do ato de brincar, levando os a entenderem a importância do mesmo. Além de a criança estar vivenciando isso na escola e dividindo com os pais, a própria escola poderá promover encontros entre pais e filhos na brinquedoteca da escola como uma atividade de datas comemorativas (dia dos pais, das mães, do estudante, dia da criança etc.). E finalizando esses encontros um breve "bate papo" de forma descontraída e informal, o psicopedagogo poderá fixar nos mesmos, essa nova cultura na escola e o seu grau de importância na vida dos alunos, da família e consequentemente do aprendizado como um todo. o Desenvolvimento segundo Piaget. um tema que é bastante debatido principalmente nos cursos de Pedagogia é contribuição do Bilogo Suiço Jean Piaget para o desenvolvimento da criança e do adolescente. em relação ao brincar ele deixou muitas contribuição para sejam usadas na construção e na organziação de uma brinquedoteca. leiam com atenção. Sensório Motor (0 a 2 anos) É o período que vai do recém-nascido até os dois anos de idade da criança, antes do surgimento da fala, sendo marcado pelo desenvolvimento mental. Representa a evolução psíquica através da percepção e dos movimentos de todo o universo que cerca a criança que, a partir de reflexos neurológicos básicos, começa a construir esquemas de ações para assimilar mentalmente o meio. A assimilação sensório-motora do mundo exterior inicia-se com o desenvolvimento de noções de objeto, em que o bebê traz tudo para perto de seu corpo. A inteligência é essencialmente prática, baseando-se em exercícios de aparelhos reflexos: coordenações sensoriais e motoras de fundo hereditário, que correspondem a tendências instintivas, como a nutrição. O desenvolvimento da inteligência e da vida afetiva apresenta três estágios: o dos reflexos, o da organização das percepções e hábitos e o da inteligência sensório-motora propriamente dita. O recém-nascido assimila uma parte de seu universo aos reflexos de sucção, que melhoram com o exercício: o recém-nascido mama melhor no decorrer dos dias. Esses reflexos conduzem à uma generalização da atividade: o lactente passa a sugar tudo o que está ao seu alcance, não somente a mama, mas também o polegar e objetos. Seus movimentos dos braços são coordenados com a sucção (já sendo o segundo estágio). Estes exercícios reflexos vão tornando-se mais complexos por interação nos hábitos e percepções organizadas, surgindo novas condutas com a ajuda da experiência. Da quinta semana em diante, iniciam-se os gestos de virar a cabeça na direção de um ruído, seguir um objeto em movimento, reconhecer pessoas são alguns deles. Entre três a seis meses, o bebê começa a pegar o que vê e esta capacidade de preensão, seguida de manipulação, aumenta a formação de hábitos novos. O lactente passa a reproduzir movimentos novos a partir da assimilação dos movimentos anteriores (reação circular), formando um esquema sensório-motor unindo os hábitos motores novos e os perceptivos, representando a forma mais evoluída de assimilação. O terceiro estágio é o mais importante no desenvolvimento da criança: o da inteligência prática ou sensório-motora, que aparece bem antes da linguagem –pensamento interior com emprego verbal (linguagem interiorizada). É uma inteligência totalmente prática, que se refere à manipulação de objetos e que só utiliza percepções e movimentos organizados em “esquemas de ação”, ao invés de palavras e conceitos. Exemplo: pegar objetos como suporte para puxar outro objeto, que ocorre por volta dos 18 meses. A criança passa a coordenar suas ações com um objetivo previsto, como o uso de um instrumento para alcançar o objeto, que necessita compreender antecipadamente a relação entre ela e o objeto, para descobrir o instrumento como meio. Outro exemplo é aproximar o objeto puxando a cobertura ou o suporte sobre o qual está colocado, por volta do fim do 1º ano. Existem dois tipos de fatores que constroem estes atos de inteligência. Primeiro, as condutas que se diferenciam até atingir uma maleabilidade suficiente para registrar os resultados da experiência. “É assim que nas ‘reações circulares’ o bebê não se contenta mais apenas em reproduzir os movimentos e gestos que o conduziram a um efeito interessante, mas os varia intencionalmente para estudar os resultados destas variações, entregando-se a verdadeiras explorações ou ‘experiências para viver’” (PIAGET, p.18, 1990). Um bom exemplo é analisar crianças de 12 meses, que jogam objetos no chão, analisando sua trajetória. Uma ação capaz de ser repetida e generalizada para situações novas pode-se comparar à uma espécie de conceito sensório-motor: compreende-se o objeto através do uso, que será mais tarde uma assimilação por meio das noções e do pensamento. Estes ‘esquemas de ação’ se coordenam entre si, de maneira que uns determinam o fim da ação total e outros lhe sirvam de instrumentos, começando a inteligência propriamente dita. A finalidade deste desenvolvimento intelectual é transformar a representação das coisas, invertendo a posição inicial da criança em relação aos objetos e o universo à sua volta, pois no inicio do desenvolvimento mental, a criança não diferencia seu corpo e o mundo exterior, as experiências vividas por ela não são relacionadas nem à consciência pessoal “eu” nem à objetos entendidos como “exteriores”. “São simplesmente dados em um bloco indissociado, [...] tudo que é percebido é centralizado sobre a própria atividade.” (PIAGET, p.19, 1990). A consciência começa por um egocentrismo inconsciente e integral, em que a criança constrói uma realidade interna ou subjetiva, vendo-se no centro, até que o desenvolvimento da inteligência levem-na à construção de um universo objetivo: o próprio corpo aparece como elemento entre os outros, opondo-se à vida interior. Durante os dois primeiros anos de vida, este desenvolvimento intelectual caracteriza-se por quatro processos fundamentais: construções de categorias do objeto e do espaço, da causalidade e do tempo, sendo estas categorias práticas ou de ação pura e não ainda como noções do pensamento. O esquema prático do objeto é a capacidade de mantê-lo na memória mesmo quando não o temos mais ao alcance de nossa vista. Durante os primeiros meses, o lactente não percebe os objetos situando-os no espaço, reconhecem apenas certos quadros sensoriais familiares, mas não os situam quando fora do campo perceptivo. Não atribuem um corpo no espaço quando não o vê mais. Só por volta do final do 1º ano que os objetos são procurados depois que saem do campo de percepção, iniciando a exteriorização do mundo material. A elaboração do espaço ocorre devido à coordenação de movimentos, estando relacionado ao desenvolvimento da inteligência sensório-motora e à construção de objetos, compreendido a partir das ações. A causalidade está ligada à atividade em seu egocentrismo, entre um resultado empírico e uma ação qualquer que o atraiu. Une-se a causa de uma ação sobre o efeito gerado. Exemplo: o lactente descobre a agitação de brinquedos pela causalidade de puxar um cordão. A construção do espaço é paralela à causalidade, que permite à inteligência sensório- motora sair do egocentrismo inconsciente radical para se situar num universo. A evolução da afetividade durante os dois primeiros anos pode ser dividida em: sentimentos e pensamento. O elemento mais importante para se analisar a vida mental é a conduta, que integra movimentos e inteligência. Mas toda conduta implica modificações e valores dos fins: os sentimentos. Dessa forma, afetividade e inteligência passam a ser indissociáveis e constituem os dois aspectos complementares de toda conduta humana. Sendo assim, o 1º estágio corresponde a reflexos afetivos (emoções primárias) relacionando com o sistema fisiológico das atitudes ou posturas. O 2° estágio (percepções e hábitos) corresponde aos afetos perceptivos ligados às atividades próprias: o agradável, o prazeroso, o sucesso ou fracasso, que dependem da própria ação. Resulta um egocentrismo geral: o lactente passa a se interessar por seu corpo e seus movimentos. É um narcisismo sem consciência pessoal. O 3° nível de afetividade é caracterizado pela escolha do objeto, através da elaboração de um universo exterior. Objetivando os sentimentos e projetando-os sobre as outras atividades que não apenas a do “eu”. Surge o sentimento ligado aos atos intencionais. A escolha do objeto refere-se primeiro à pessoa da mãe, depois à pessoa do pai e dos próximos. Começa o desenvolvimento das empatias. Pré-operatório (2 à 7 anos) É nesta fase que surge, na criança, a capacidade de substituir um objeto ou acontecimento por uma representação (PIAGET e INHELDER, 1982), e esta substituição é possível, conforme PIAGET, graças à função simbólica. Assim este estágio é também muito conhecido como o estágio da Inteligência Simbólica. Inteligência Simbólica - dos 2 anos aos 4 anos, aproximadamente. Neste período surge a função semiótica que permite o surgimento da linguagem, do desenho, da imitação, da dramatização, etc.. Podendo criar imagens mentais na ausência do objeto ou da ação é o período da fantasia, do faz de conta, do jogo simbólico. Com a capacidade de formar imagens mentais pode transformar o objeto numa satisfação de seu prazer (uma caixa de fósforo em carrinho, por exemplo). É também o período em que o indivíduo “dá alma” (animismo) aos objetos ("o carro do papai foi 'dormir' na garagem"). A linguagem está a nível de monólogo coletivo, ou seja, todos falam ao mesmo tempo sem que respondam as argumentações dos outros. Duas crianças “conversando” dizem frases que não têm relação com a frase que o outro está dizendo. Sua socialização é vivida de forma isolada, mas dentro do coletivo. Não há liderança e os pares são constantemente trocados. Existem outras características do pensamento simbólico como, por exemplo, o nominalismo (dar nomes às coisas das quais não sabe o nome ainda), superdeterminação (“teimosia”), egocentrismo (tudo é “meu”, não consegue se colocar, abstratamente, no lugar do outro), etc. Inteligência Intuitiva - dos 4 anos aos 7 anos, aproximadamente. Neste período já existe um desejo de explicação dos fenômenos. É a “idade dos porquês”, pois o indíviduo pergunta o tempo todo, não aceita a idéia do acaso e tudo deve ter uma explicação. Distingue a fantasia do real, podendo dramatizar a fantasia sem que acredite nela. Seu pensamento continua centrado no seu próprio ponto de vista. Já é capaz de organizar coleções e conjuntos sem, no entanto incluir conjuntos menores em conjuntos maiores (rosas no conjunto de flores, por exemplo). Quanto à linguagem não mantém uma conversação longa, mas já é capaz de adaptar sua resposta às palavras do companheiro. A Inteligência Simbólica e Intuitiva são também comumente apresentados como Período Pré-Operatório. Operatório-concreto (7 a 11 anos) As crianças estão desenvolvendo conceitos de número, relações, processos e assim por diante. Elas estão se tornando capazes de pensar através de problemas, mentalmente, que um brinquedo realmente signifique desafio, deve estar adequado ao interesse e ao nível de desempenho da criança. A orientação para escolha de brinquedos, não pode basear-se simplesmente no critério de indicação por faixa etária. Isto seria um grande erro, especialmente em um pais como o Brasil, com tantas diferenças sociais e culturais. Cada criança tem um ritmo próprio de desenvolvimento e características pessoais que a diferenciam das demais. Abaixo indicação de brinquedos para cada fase do desenvolvimento infantil. PERÍODO SENSÓRIO MOTOR (0 a 2 ANOS) De 0 a 4 meses Brinquedos sugeridos: · móbiles coloridos · móbiles que se movimentam · móbiles sonoros · móbiles improvisados (como um pano vermelho, um objeto ou brinquedinho pendurado em lugar bem visível) Dos quatro aos oito meses Brinquedos sugeridos: · móbiles colocados ao alcance da mão da criança · chocalhos pequenos · brinquedos para morder · bichinhos de vinil · bola-bebê, de diferente texturas · martelos de borracha Dos oito aos doze meses Brinquedos sugeridos: · brinquedos de puxar e de empurrar · livros de pano · argolas de plástico para encaixar · cubos de pano · bichos de pelúcia · "João Bobo" · caixa com vários objetos para por e tirar · caixa de música · vasilhas para encaixar umas nas outras · bonecas de pano · "cavalinho de pau " · brinquedos que possam ser manipulados sem oferecer perigo e que estimulem a criança a interagir Dos doze aos dezoito meses Brinquedos sugeridos: · brinquedos pedagógicos (aqueles que oferecem oportunidade de manipulação realizando alguma proposta, como encaixar argolas, empilhar peças etc.) · bate-bola (a criança coloca uma bola num orifício e bate para que ela penetre e role saindo por outro lugar) · brinquedos nos quais se apertam botões que fazem saltar peças ou abrir portinhas Dos dezoito aos vinte e quatro meses Brinquedos sugeridos: · brinquedos de empurrar · carrinhos ou outros brinquedos de puxar · blocos de construção · bate-estacas · brinquedos de desmontar (grandes) · degraus e pequenos escorregadores · túneis para passar por dentro · "cavalinho de pau" · carro ou bicicleta sem pedal, que a criança movimente com os pés no chão PERÍODO DAS OPERAÇÕES CONCRETAS ( 2 a 12 anos ) Dos 2 aos 4 anos Brinquedos sugeridos: · livros de pano com figuras · telefone · panelinhas e todo tipo de utensílios de cozinha · mobílias miniatura e objetos domésticos · bonecas · máscaras, chapéus, fantasias e capas · fantoches · bichinhos de plástico e de pelúcia · massa para modelar · quebra-cabeças simples · tambor, pandeiro e corneta · carros, caminhões, trenzinhos e aviões · pianinho ou xilofone · cabanas e casinhas · balde e pá · triciclo · material para fazer bolhas de sabão Dos quatro aos sete anos, Brinquedos sugeridos: · blocos de construção · material para pintura e desenho · jogos de dominó, loto, etc. · jogos de circuito · carrinho de boneca · livros de história · jogo de damas Dos sete aos doze anos Brinquedos sugeridos: · bolas e raquetes · boliche · futebol de botão · peteca · jogos de montar que sejam desafiantes · jogos de construção · jogos de circuito · jogos de perguntas e respostas · mini-laboratórios · quebra-cabeças mais difíceis · ferramentas para construção de brinquedos · jogo de damas · jogo de xadrez Fonte: http://www.brinquedoteca.org.br Aqui vamos conhecer como surgiu a ideia e como esta indo nos dias de hoje a existência das Brinquedoteca. Origem das Brinquedotecas um brinquedo ou brincadeira uma função didática é importante termos o cuidado de preservar sua essência lúdica; se não, corremos o risco de ouvir outra vez de uma criança: "Ai, ai, ai, já virou brincadeira de escola!", explicitando o momento em que já não tinha mais graça. Algumas vezes atribuímos ao brincar poderes mágicos que ele não tem. Não é porque agregamos a ele conteúdos ou valores, como a cooperação, que a criança vai incorporá-los. Precisamos nos lembrar que crianças aprendem o mundo menos pelos seus brinquedos e jogos e mais pelas relações humanas que a cercam. Muitas vezes, uma proposta instigante de um professor pode ser mais interessante para as crianças do que uma brincadeira, aprender é tão rico e prazeroso quanto brincar, há uma paixão em conhecer. Na área do lazer - e também da educação - o lúdico encontra-se muitas vezes centrado no acervo. Os brinquedos e jogos são importantes por aquilo que possibilitam. A supervalorização do objeto, em uma inversão de valores, acaba trazendo muita ansiedade às crianças e aos seus educadores. O acervo é importante por tudo o que pode oferecer, mas quando ele ganha exagerada importância em si mesmo, instala-se uma neurose de cuidados, que inviabiliza seu uso. O acervo diz muito de uma proposta lúdica tanto pelos itens incluídos, como por aqueles excluídos, tanto por sua qualidade e quantidade, quanto pela maneira como está disposto. Mas, do mesmo jeito que não se constrói uma escola apenas com quadro-negro, giz, cadernos e lápis; não se constrói um espaço lúdico apenas com uma sala de jogos e brinquedos. Ele, como a escola, não existe sem adultos e crianças envolvidos em uma proposta. Na área da cultura, o lúdico aparece com muita freqüência no "resgate das brincadeiras tradicionais" do mês de agosto - Mês do Folclore - em uma ótica de cultura, memória e história estáticas. Podemos enxergá-las melhor com os olhos de Sônia Kramer (3)para quem a formação cultural é "direito de todos se considerarmos que todos (crianças, jovens e adultos) somos indivíduos sociais, sujeitos históricos, cidadãos e cidadãs que tem direitos sociais, que são produzidos na cultura e produtores de cultura." A infância integra os adultos que somos hoje, não é coisa do passado. Por esta razão, buscar o brincar e a infância é estar com o adulto de hoje e não a criança de ontem. E as evocações têm o sentido que lhes dá Madalena Freire (4): "Histórias que entram em cena mediadas por suas lembranças. Tais lembranças necessitam ser faladas, escritas, lidas, assumidas, afirmadas, escutadas, para poderem assim ganhar 'status' de memória, serem lapidadas. (...) Outra descoberta é conhecer a si próprio e aos outros, não só como sujeito cognitivo, mas também afetivo. Emocionar-se com as próprias lembranças e com as dos outros, avermelhar e chorar (...) Todos esses instantes de nossas lembranças quando coletivizados nos comprovam que não temos só memória, mas 'somos memória', somos autores de nossa história pedagógica e política." Ainda que a prática não acompanhe a evolução do discurso, ainda que o brincar aconteça, na maioria das vezes, no tempo de espera, no descanso, no tempo que sobra ou entremeando "atividades produtivas", a mudança do discurso sinaliza o desejo de uma outra prática, que precisa ser colocada em lugar e tempo concretos, reais. Valorizar a brincadeira não é apenas permiti-la, é suscitá-la. E para que isto aconteça, precisamos perceber o brincar como ato de descoberta, de investigação, de criação. Se no plano das idéias a importância de brincar é consenso, o que o coloca tão distante do cotidiano? Esses olhares críticos sobre as intervenções existentes estão longe de ser uma crítica aos professores, ao contrário, a intenção é compreender a razão destas práticas e defender o direito do professor a uma formação lúdica acerca do lúdico. Uma formação que lhe permita experimentar, descobrir, conhecer as possibilidades para si próprio, na perspectiva de que esta seja uma experiência transformadora, que contribua para a construção de uma outra concepção do lúdico e para uma intervenção de melhor qualidade junto aos seus alunos, independentemente da idade que eles tenham. Acreditamos que a ampliação e a diversidade de experiências oferecidas às crianças lhes fornecem mais elementos para o seu processo de construção de conhecimento e para o desenvolvimento da sua imaginação, da sua capacidade criadora. Não deveríamos acreditar também que a experiência acumulada do professor está relacionada à sua imaginação, à sua capacidade de criar? Quando pensamos nos adultos vemos, quase sempre, sua criação como inspiração, como um dom - que se tem ou não se tem. Não consideramos que a experiência cultural do adulto pode favorecer sua imaginação. E, provavelmente por isso, a contemplamos pouco nos cursos para educadores. Criação e ludicidade têm muitas semelhanças e são essenciais no processo de formação do ser humano. Muitas vezes, na fase inicial da formação, os adultos só se permitem brincar fazendo de conta que são crianças, imitando comportamentos que depreciam, ironizando, debochando, e, obviamente, explicitando seu olhar sobre o brincar. Nestes casos, infantilizar é sinônimo de reduzir, de diminuir não apenas o brincar, mas a criança que brinca. As concepções de criança, brincar e infância não aparecem de forma dissociada. Elas se entrelaçam no discurso, explicitam-se na prática e nos desafiam na coerência. Coerência que não cai do céu, mas que se busca, que se conquista. Módulo 3: Criação de Brinquedos reciclados. O que é um Brinquedista? OS BRINQUEDISTAS Certamente, não se constrói uma brinquedoteca sem otimismo. É preciso tê-lo em relação ao projeto e comunicá-lo aos outros. O sentimento de esperança faz parte do contexto e a capacidade de amar a humanidade é indispensável. Mas estas não podem ser apenas afirmações românticas, pois, como disse Jeal Vial, esta profissão não suporta amadorismo. O que se exige de fato é que o nível de participação de um brinquedista requer qualidades pessoais específicas. As qualidades essenciais para um brinquedista incluem: 1. Sensibilidade: É preciso ser sensível o bastante para respeitar a criança e perceber todas as nuances de seus pensamentos e sentimentos, para agir sem ferir suscetibilidades, limitar seu desempenho ou dirigir processos que devem ser espontâneos. 2. Entusiasmo: A alegria é fundamental para favorecer o lúdico. Por outro lado, sem entusiasmo não é possível contaminar o ambiente de forma estimuladora, necessária para novas tentativas e para propagação da criatividade. 3. Determinação: É preciso não desistir, apesar das dificuldades e imprimir um ritmo determinado ao trabalho, caso contrário ele não se desenvolverá a contento. Mesmo que, por vezes, pareça desnecessário cumprir o combinado, abrir em um certo dia ou organizar certas atividades, é preciso manter o ritmo estabelecido. Algumas coisas parecem não ser importantes se forem consideradas isoladamente, porém, com visão do conjunto, constataremos que até um pequeno elo partido pode quebrar a corrente. É preciso determinação para trabalhar mesmo quando parece não valer a pena: um dia veremos que valeu. 4. Competência: As boas intenções não asseguram bons resultados. Se não estudarmos, não refletirmos profundamente sobre o que estudamos, o que observamos e o que fazemos, poderemos errar muito. Uma tarefa bem feita precisa de preparação. É indispensável conhecer como a criança pensa, se desenvolve e quais são suas necessidades nas diferentes etapas do seu desenvolvimento. O brinquedista é um educador e, como tal, precisa de formação acadêmica. O conhecimento sobre o desenvolvimento infantil é tão importante que a equipe da brinquedoteca deve manter reuniões de estudo e discussão de casos. Faz parte também da capacitação do brinquedista o conhecimento sobre brinquedos e jogos. Para essa finalidade são muito importantes as sessões de análise de brinquedos e experimentação dos jogos e de suas regras. De maneira geral, o brinquedista deve ser uma pessoa capaz de rir facilmente, mesmo nos dias mais cansativos; possuir boa capacidade de se comunicar e paciência para lidar com a inquietude das crianças e com as exigências de certos pais. Alguém que tenha disponibilidade afetiva para brincar muitas vezes; que não se apavore com a desordem e encare bem ter que arrumar tudo várias vezes. Acima de tudo, que goste muito de brincar. Será que existem pessoas com todas essas qualidades? Existem sim: são aquelas que se solidarizam com as crianças e que, por amor a elas, querem proporcionar-lhes horas felizes na brinquedoteca. Brincar com uma criança é uma forma de demonstrar amor por ela, mas... somente quando tivermos certeza de que isto é o que ela deseja. Algumas vezes, os adultos interferem sem necessidade, só para dar sua opinião ou para tentar dirigir a brincadeira, não respeitando, assim, o tempo da criança nem seu jeito de brincar. Não se deve interromper a concentração de uma criança que está brincando. O momento em que ela está totalmente absorvida pelo seu brinquedo é muito especial, um momento mágico e precioso, onde ela exercita uma capacidade da maior importância e da qual dependerá sua eficiência profissional quando for adulta, a capacidade de observar e de manter a atenção concentrada. Brincar junto reforça os laços afetivos. Geralmente, as crianças gostam que um adulto brinque com elas, pois a presença dele dá mais importância ao jogo. Somente com humildade e sensibilidade se pode perceber se é hora ou não de intervir, entretanto, se não houver um convite por parte da criança, a interferência do adulto deve se limitar a uma sugestão, um estímulo, um esclarecimento ou uma participação de igual para igual, para não haver restrição à iniciativa das crianças. Os brinquedos educativos da brinquedoteca básica tem um total de 21 itens coloridos e divertidos. • Cantinho da Leitura • Teatro da Hora • Tapete Numerais e Quantidades c/ Borda • Mesa de Fórmica c/ 4 Cadeiras • Prateleira Colorida • Mapa • Fantoche • Pequeno Engenheiro • Tangram E.V.A. • Dominó • Memória • Quebra-Cabeça M.D.F. • Dado Pequeno • Loto Leitura E.V.A. • Numerais e Quantidades • Fazendo Cálculos • Jogo de Xadrez e Damas • Alfabeto Móvel • Jogo de Trilha • Ábaco Aberto • Rola-Rola Mini Tipos de brincadeira A brincadeira deve ser uma das principais ocupações das crianças. É o laboratório onde as crianças aprendem como funciona o mundo, quem são, quem poderiam ser e o que podem ou não fazer. Mas nem todas as brincadeiras são iguais, nem pelo seu estilo nem pelos seus efeitos. Se observar atentamente os diferentes tipos de brincadeiras do seu filho, verá como enfrenta o mundo. Brincadeira simbólica Brincadeira paralela Brincadeira de imaginação Brincadeira de colaboração Brincadeira simbólica Para um bebé ou uma criança pequena, um lego é um lego. Se lhe derem mais do que um, pode acontecer que faça uma coluna ou que puxe um de cada lado. Mas quando estiver perto de fazer dois anos, começará a fazer muitas mais coisas com os legos: uma casa, um carro ou qualquer outra coisa. Os brinquedos convertem-se em símbolos de outros objectos. Uma menina pode tentar alimentar a sua boneca como se fosse outro bebé. Se a observar atentamente, pode acontecer que a veja a pegar na boneca ou no ursinho de peluche do mesmo modo que você pega nela. Este tipo de representação simbólica demonstra o complexo que começa a ser o seu cérebro. Também lhe permite preparar-se para enfrentar os acontecimentos que a rodeiam e que por vezes a assustam. Por exemplo, se o pediatra tiver que examinar os ouvidos da menina para ver se existe uma infecção, e a menina for sensível ao choro, pode começar por olhar para os ouvidos da boneca que ela tiver trazido. Deste modo, a pequena sabe de antemão o que lhe vão fazer, o que contribui para eliminar a sua ansiedade. Brincadeira paralela As crianças pequenas necessitam de companheiros de brincadeiras, embora brinquem com eles de forma bastante diferente do que o fazem as crianças mais velhas. Deixe dois bebés de 18 meses com brinquedos parecidos no mesmo quarto e verá que não parecem prestar muita atenção um ao outro. Mas se os observar atentamente, em breve notará que se um pega num camião, o outro faz o mesmo. Se o primeiro bebé olhar para esse camião e disser 'não' (uma das palavras preferidas de uma criança desta idade), é provável que o segundo o imite e grite igualmente 'não!'. Se os bebés já forem suficientemente grandes para emitir palavras, talvez os ouça a manter o que parece ser uma conversa sem sentido. 'Cãozinho vai carro'. 'Esse camião grande!' 'Tem fome cãozinho?' 'Camião meu. ¡Brum, brummmm!' Este é um exemplo de brincadeira paralela. De forma diferente à que acontece com as crianças mais velhas, que se relacionam e comunicam directamente, as crianças pequenas brincam em paralelo. Embora possa parecer que brincam de forma independente, as crianças desta idade não deixam de observar a conduta do outro. A brincadeira paralela costuma ser o primeiro passo para estabelecer vínculos sociais fortes dentro e fora da família. Os companheiros de brincadeiras paralelas são os primeiros amigos da criança. Brincadeira de imaginação Entre as crianças pequenas, a linha entre a fantasia e a realidade é maravilhosamente difusa. As crianças em idade pré-escolar ou um pouco mais pequenas podem lutar com dragões ou voar até à lua, tudo isto sem sair do quarto. Se quiser construir um forte para uma criança desta idade, não necessita de mais do que duas cadeiras e uma manta para as cobrir. As brincadeiras de simulação são muito recomendáveis uma vez que superam os limites dos acontecimentos da vida real, e permitem à criança explorar novas ideias e experimentar a vida a partir de uma perspectiva diferente. A partir dos três anos de idade, as brincadeiras de simulação costumam incluir amigos imaginários. Estes amigos simulados costumam fazer coisas que a criança não pode ou que não se atreve a fazer. Um amigo imaginário pode ser muito exigente ou grosseiro com os adultos e com as crianças mais velhas. Pode ter poderes mágicos ou uma imensa força ou sabedoria. Desta maneira, a criança experimenta a vida de uma perspectiva diferente e brinca com a noção do poder. Também é uma forma de culpar outro quando a criança entorna sumo no tapete. Embora o aparecimento de um companheiro imaginário preocupe por vezes os pais, não há motivo para isso. De facto, deveria ser motivo de alegria. Os estudos realizados pelo Dr. Jerome Singer na Universidade de Yale demonstram que os pré-escolares que tiveram amigos imaginários tendem a mostrar maior imaginação e um vocabulário mais rico do que o resto dos seus companheiros. Além disso, costumam ser mais felizes e dar-se melhor com os seus companheiros. É interessante observar que algumas destas crianças nunca revelaram aos pais a existência do amigo imaginário. Brincadeira de colaboração Os pré-escolares passam da brincadeira solitária e em paralelo para a brincadeira de colaboração. É neste momento que a criança aprende a dominar importantes aptidões sociais, como a linguagem falada, a partilhar, a respeitar a sua vez, a obedecer a normas e a negociar. Todas estas condutas são muito difíceis para uma criança aprender. Ao fim e ao cabo, nesta idade a criança acredita que é o centro do universo. Partilhar Quando um pré-escolar quer alguma coisa, a ideia de deixar que outra pessoa a tenha é quase insuportável. Aprender a partilhar é todavia mais complexo devido ao facto desta palavra se utilizar de forma confusa. (Se pedirmos a uma criança que partilhe os seus brinquedos, em breve ser-lhe-ão devolvidos, mas se lhe pedirmos que partilhe as bolachas, nunca as voltará a ver.) É mais fácil para os pré-escolares partilharem se estiverem acostumados a brincar com os pais a dar- lhes coisas que lhe são devolvidas depois. Respeitar a sua vez Os desejos de um pré-escolar são urgentes e imediatos. Quando quer alguma coisa, quere-a AGORA! A vez obrigam-no a exercitar a paciência ao atrasar a gratificação ao ser obrigado a imaginar como estarão a passar as crianças que estão a brincar. Por isso ser-lhe-á muito útil a capacidade de empatia que tenha adquirido em casa e durante a brincadeira paralela. Cumprir as regras Todas as crianças querem ganhar. A maior parte delas fará tudo o que puder para o conseguir, mesmo que tenha que fazer algumas batota. Embora os adultos o possam permitir, os companheiros delas, especialmente na escola ou no infantário, não o farão, o que os obrigará a aprender uma boa (e dura) lição sobre a importância de cumprir as regras. Negociar Quem é o primeiro? Como se decide a que se brinca? Quem é o polícia e quem é o ladrão? A brincadeira em colaboração obriga a criança a dar além de receber, a arranjar um compromisso sobre o que quer: algo difícil de aceitar quando se é o centro do universo. Mas quando a criança souber negociar, partilhar, brincar por turnos e cumprir regras, terá percorrido uma boa parte do caminho para se saber
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