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Resenha da tese, Notas de estudo de Educação Física

Politica, educação e sociedade: A atualidade da pedagogia freireana na superação dos estigmas autoritários nas relações escolares no Brasil

Tipologia: Notas de estudo

2016

Compartilhado em 20/06/2016

fagner-pegoraro-12
fagner-pegoraro-12 🇧🇷

6 documentos

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Baixe Resenha da tese e outras Notas de estudo em PDF para Educação Física, somente na Docsity! Resenha: Política, educação e sociedade: A atualidade da pedagogia freireana na superação dos estigmas autoritários nas relações escolares no Brasil Historicamente a educação brasileira sempre buscou atender as necessidades egoístas e excludentes da elite e do grupo que se encontrava no poder. Na época do Brasil colônia os responsáveis pela educação eram os Jesuítas. O seu sistema educacional visava o interesse português que, por sua vez, tinha o modo de colonização de exploração. Sendo assim, precisavam da ignorância do povo para que pudessem tirarproveito da terra em questão com a submissão e ausência de questionamento dos explorados. Os jesuítas nos forneciam uma educação básica, ou seja, apenas nos ensinavam a ler e escrever. Com isso, foi possível a criação e manutenção de uma educação na qual formavam-se corpos obedientes ao sistema político. A educação mais aprofundada era voltada para os filhos dos nobres, pois desse modoaqueles que estavam no poder permaneciam com o mesmo. Porém, os jesuítas foram expulsos de nosso país em 1759 com as chamadas reformas pombalinas e, oque estava ruim ficou ainda pior, pois houve um total abandono com a educação brasileira percorrendo um tempo em que ela ficou refém dos interesseseconômicos extrativistas e, mesmo com várias tentativas superficiais de reformas, a educação ficou a mercê dos tiranos. Somente em 1930-1945 na chamada "Era Vargas" que o país demonstrou alguma mudança no campo educacional. Mas mesmo atingindo 50% dos brasileiros, esse sistema revelou grandes problemas. Foireproduzido "currículos europeus oriundos das matrizes educacionais de italianos e franceses, ou seja, os alunos eram submetidos a avaliações como meio de avaliar o conhecimento", como ocorre atualmente e sofriam com as sabatinas. Logo chegou-se a conclusão de que "promover a educação emancipatória independe da construção de mais escolas, da ampliação do quadro de professores, do aumento da carga horária e dos anos eletivos" se a base educacional é repressora e excludente. Posteriormente houve um terceiro período importante para o entendimento da atualidade da educação brasileira, o Golpe Militar de 1964-1985. Nesse período os militares basearam seu sistema político no capitalismo norte-americano, portanto precisavam de um povo politicamente alienado para desencadear um consumismo e entretenimento desenfreado na sociedade. Com isso, estabeleceu-se uma tirania que forçou toda a sociedade a se tornar submissa aos governantes para que não questionassem a desigualdade social em desenvolvimento. Dessa forma a educação autoritarista corroborava para a “crescente do espírito individualista dos sujeitos”, pois a individualização, ignorância, desigualdade etc., beneficiam tal sistema capitalista. Em meio a um cenário precário e desumano eis que surge uma das figuras mais importantes para a educação: Paulo Reglus Neves Freire. “Formado em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco, é um dos pensadores brasileiro mais notável na educação mundial. Suas obras pedagógicas foram traduzidas em diversas línguas e o seu método de alfabetizar adultos, adotado em vários países”. Nascido em 19 de setembro de 1921, Recife – Pernambuco, veio de uma família de classe média, mas isso não impediu para que ele importasse com a dor da realidade da pobreza marginalizada pelo Estado. Em 1963 no Rio Grande do Norte ele teve sua primeira experiência com o método de alfabetização de adultos. “Num período de quarenta e cinco dias, ensinou a ler e escrever um grupo de trezentos adultos pobres”. Posteriormente seu método serviu de exemplo para países da América Latina e da África. “A luta pela erradicação do analfabetismo no Brasil contou também com a participação de vários movimentos liderados pelo Estado e pelas instituições sociais como a Igreja, as Universidades e as Associações Sociais” sendo capazes de reduzir os níveis de analfabetismo dos brasileiros. Em 1964 seu método foi interrompido pelo golpe militar sendo perseguido e preso por setenta e dois dias acusado de ser subversivo a tal regime. Posteriormente ele refugiou- se no Chile, onde passou dezesseis anos de sua vida, retornando em 1980 ao Brasil. No período em que ficou no Chile, “Paulo Freire recebeu o convite do Presidente chileno Eduardo Frei para implantar o Programa da Educação de Adultos, e por cinco anos trabalhou no Instituto Chileno para a Reforma Agrária (ICIRA)”, sendo o período em que escreveu a Pedagogia do Oprimido (1968). Nela ele evidencia a opressão dos governantes para com os sujeitos marginalizados, abrindo a mente de todos para que busquem a liberdade e a democracia para um mundo justo e realmente humanizado. Outras de suas obras seguindo esta linha de pensamento foi Pedagogia da autonomia (1996) - sua última obra em vida – trazendo uma crítica aos professores autoritários evidenciando os valores essenciais de uma prática docente libertadora. Outra importante obra foi Pedagogia da Esperança (1992), onde ele mesmo considerou como uma re-escritura da Pedagogia do Oprimido, sendo a libertação dos oprimidos sua prioridade. Em 1980 quando retornou ao país, lecionou na Universidade de Campinas (Unicamp) e na Pontifica Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) e em 1989 assumiu a Secretaria Municipal de São Paulo, porém, logo deixou o cargo para permanecer na sua luta por uma educação emancipatória e cidadã para todos. Paulo Freire casou-se duas vezes em sua vida, a primeira foi “em 1944 com a professora primária Elza Maia Costa Oliveira, mãe dos seus cinco filhos. Após a morte da Elza, conheceu, se apaixonou e casou com Ana Maria Araújo Freire, ex-aluna e mulher com que ele conviveu os últimos anos de sua vida. Freire morreu aos setenta e cinco anos, falecendo em 02 de maio de 1997.” Paulo Freire lutava por um educação democrática e humanizadora, rompendo com as práticas pedagógicas autoritárias, pois a autoridade inibe a criticidade dos sujeitos em questão e o conhecimento se torna algo inquestionável sem a possibilidade de ser produzido. Para o educador as pessoas devem estar cientes de sua história e receber uma educação integral para que possa ir de encontro com o que está preestabelecido pelos governantes de forma consciente, pois “não há revolução com verbalismos, nem tampouco com ativismo, mas com práxis, portanto, com reflexão e ação indicando sobre as estruturas a serem transformadas” (FREIRE, 2005, p. 142). Os que estão no poder jamais cederão seu status para que os demais tenham a oportunidade de não serem mais oprimidos, ou seja, o choque de classes torna-se algo necessário para que a igualdade seja conquistada, afirma o Paulo Reglus Neves Feire. A educação sempre esteve atrelada a interesses políticos e econômicos do país. É necessário um povo ignorante e alienado para que a elite permaneça no poder oprimindo os menos favorecidos, ou seja, a educação é um grande meio para que isso tenha a eficácia esperada. Portanto, torna-se necessário a luta por uma educação íntegra na qual os sujeitos tenham a possibilidade de desenvolver sua capacidade crítica para que a opressão seja rompida, fazendo com que o pensamento de uma sociedade igualitária deixe de ser utópico.
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