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TEOLOGIA SISTEMÁTICA II, Notas de estudo de Teologia

O Velho Testamento encerra-se com os filhos de Israel sob a dominação dos persas. No Novo Testamento, a Palestina é subserviente aos romanos. A história política que denota esta mudança incide em quatro partes: o período persa, o período grego, o período macabeu ou hasmoneu (o período da independência) e o período romano.

Tipologia: Notas de estudo

2017

Compartilhado em 23/03/2017

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Baixe TEOLOGIA SISTEMÁTICA II e outras Notas de estudo em PDF para Teologia, somente na Docsity! TEOLOGIA SISTEMÁTICA Autoria1 INTRODUÇÃO HISTÓRIA O Velho Testamento encerra-se com os filhos de Israel sob a dominação dos persas. No Novo Testamento, a Palestina é subserviente aos romanos. A história política que denota esta mudança incide em quatro partes: o período persa, o período grego, o período macabeu ou hasmoneu (o período da independência) e o período romano. O PERÍODO PERSA (538-331 a.C.) O reino do norte de Israel havia sido conquistado pelos assírios em 722 a.C. sob a liderança de Sargão. Seus habitantes foram então deportados para a Assíria (II Reis 17:6) e para outras terras conquistadas. Por sua vez, os povos de outras nações conquistadas foram então importados, para povoarem a área conhecida como Samaria. A política dos assírios foi tentar destruir todo vestígio de linhagem nacional e, assim, unir todos os povos num só. Em 612 a.C., os babilônios, liderados por Nabopolassar, destruíram Nínive e conquistaram os assírios. O reino do sul, Judá, caiu nas mãos dos babilônios, sob Nabucodonozor, em 605 a.C., e alguns da família real e líderes abastados foram levados cativos para a Babilônia. 1 ROCHA LIMA, Nilton. Administrador. Especialista do Ensino superior. MBA Gestão do conhecimento. Mestrando em Educação eclesiástica Entre estes, estavam Daniel e os três jovens de Daniel. Uma curta rebelião em 597 a.C. foi suprimida, servindo de pretexto para outra deportação (incluindo Ezequiel). Uma revolta ainda posterior, conduzida por Zedequias, foi suprimida em 587 a.C., com a destruição completa do Templo e deportação de todos, exceto algumas poucas pessoas pobres, para evitar que o país se tornasse um deserto. Durante esse período o nome judeus entrou em uso. Ele denotava o povo da nação conquistada de Judá. Os outros termos usados no Velho Testamento para referência aos descendentes de Abraão e Isaque tornaram-se menos usados, e o termo judeu entrou em uso quase que exclusivamente. Estando tão longe de Jerusalém, e sem ter o Templo de Salomão e o Tabernáculo para cultuar, o povo exigiu dos sacerdotes um modo temporário de retenção do conhecimento de Jeová. Assim, surgiram os grupos de adoradores que se reuniam regularmente para ouvir a lei lida, uma palavra de exortação ou explicação, o cântico de salmos e a recitação das orações. Foi durante essa época e através desses grupos que Ezequiel realizou seu maravilhoso ministério. De seu trabalho e profecias, os cativos foram ensinados que a calamidade veio sobre eles por causa da idolatria. Na sinagoga surgiu a importante função de mestre. O mestre podia, ou não, ter sido da linhagem sacerdotal. O ensino regular da Torah levou a uma ênfase renovada sobre o sábado, a circuncisão e o jejum. Ciro, tendo unido as nações da Média, Lídia e Pérsia, capturou a Babilônia em 538 a.C. e confirmou muitos dos judeus em suas posições ,de autoridade governamental (ver Dan. 6:1 e ss.). A política oficial dos persas era permitir o povo deslocado voltar para as terras de seus pais. Cerca de 50.000 retornaram, sob a liderança de três homens, em três épocas diferentes. Os que ficaram os apoiaram com doações. Zorobabel um príncipe da linhagem real de Davi, conduziu a primeira volta em 535 a.C. Após alguma consolidação do poder, foi iniciada a reconstrução do Templo. Sob a pregação de Ageu e Zacarias, o Templo de Zorobabel foi terminado e dedicado em 516 a.C. Inferior em esplendor ao de Salomão. A política dos Ptolomeus era conceder aos judeus direitos civis iguais aos dos macedônios. →Os Selêucidas e a Síria (198-167 a.C.) — Durante todo o tempo da dominação ptolomaica na Palestina, os reis selêucidas da Síria estiveram olhando gananciosamente a área rica em ferro e outros metais. Devido a casamentos mistos e complicações políticas, Antíoco III (o Grande) marchou contra Ptolomeu Epifânio, em 198 a.C. Na Batalha de Panéias, o exército egípcio, sob a liderança de Escopas, foi derrotado. Os judeus parecem ter recebido Antíoco de braços abertos. Em 192 a.C., ocorreu um evento que iria ter implicações políticas de longo alcance. As duas grandes ligas gregas, sempre em guerra uma com a outra, convidaram os sírios e os romanos a tomarem partido. Seleuco IV herdou o trono e a grande dívida de seu pai. Ele seguiu uma política mal orientada em seu tratamento com os judeus. Como resultado, seu tesoureiro, Heliodoro, assassinou-o em 175 a.C. e tentou tomar o trono. Antíoco IV (Epifânio) passara doze anos em Roma como refém. Ele foi saturado com a cultura grega e o legalismo romano. Ao voltar, determinou unificar o Império, estabelecendo o politeísmo grego como religião estatal. Ele não iria tolerar nenhuma oposição aos seus planos. Através do sumo sacerdócio corrupto, em Jerusalém, os judeus mais influentes a princípio estavam bem simpáticos à helenização. Forçado a deixar o Egito em vergonha e ignomínia, Antíoco voltou para casa através da Palestina. Ele culpou os judeus por sua falha em tomar o Egito. Qualquer observância do sábado foi declarada ilegal. No mês de dezembro de 168 a.C.,o sacrifício do Templo cessou. A "abominação da desolação" referida em Daniel 9:27 ocorrera. A princípio a resistência dos judeus foi somente passiva. A medida que a perseguição aumentava em intensidade e os fogos da adoração de Deus queimavam cada vez mais baixo, iniciou-se a resistência ativa. A liderança para a organização da resistência ativa começou com um sacerdote, na cidade de Modin, situada entre Jerusalém e Jope. Matatias era da linhagem de certo Asamoneu ou Chasmon (Hasmon). É deste último nome que a família tirou seu nome, hasmoneu. Estando avançado em idade, Matatias teve cinco filhos: João, Simão, Judas, Eleazar e Jonatã. Judeus de toda a Palestina, insatisfeitos com as políticas de helenização de Antíoco Epifânio e o sacerdócio corrupto, vieram a responder à chamada às armas. Não contente com simplesmente uma forma de liberdade religiosa em Jerusalém, Judas quis conseguir a liberdade política igualmente. Seus seguidores devotos (os hasidim), contudo, se opuseram a este plano ambicioso e o abandonaram. Com apenas 600 em seu exército, Judas foi morto na Batalha de Elasa, em 161 a.C. Muitos judeus sentiram-se ofendidos quando Judas apelara a Roma por ajuda (I Mac. 8:17-32). De 142 a.C. a 63 a.C., a nação judaica esteve mais uma vez independente. Os príncipes que se seguiram a João Hircano I (filho de Simão) não tinham o espírito de patriotismo corajoso e autosacrificial que havia marcado os antigos macabeus, e eles se degeneraram em procuradores de posição e intriga política dentro da família. INSTITUIÇÕES RELIGIOSAS ›A Sinagoga - Uma sinagoga pode ser um prédio ou sala reservada para a prece. Mesmo assim, em toda a literatura rabínica, apenas uma vez (Gitin 39b) foi mencionada como uma Casa de Prece (Beit Tefilá). Desde seu início, após a destruição do Primeiro Templo em 596 AEC, até os dias de hoje, tem sido geralmente chamada de Beit Knesset, que significa literalmente Casa de Assembleia, ou Casa de Reunião. Na Babilônia, a instrução religiosa foi prosseguida pelos sacerdotes e levitas, numa tentativa de conservar o conhecimento de Jeová vivo. ›O Templo - Por mais de um século, o povo judeu vinha sofrendo a humilhação de estar sob a dominação romana. Ao entrar triunfante em Jerusalém, em 63 a.C., o general Pompeu teve o atrevimento de penetrar no Templo, iniciando um período de profanação que acentuou ainda mais a perda de independência da nação judaica. Do ponto de vista de Roma, o judaísmo era uma autonomia insuportável, só tolerada para manter o nacionalismo judaico sob controle. Entretanto, se os ideais religiosos desencadeassem os sentimentos nacionalistas, Roma estaria pronta para intervir. ›SINÉDRIO - A palavra Sinédrio, significa: conselho. Era esse o nome do supremo tribunal dos judeus em Jerusalém nos tempos do Novo Testamento. Não há referencias exatas sobre o Sinédrio até o tempo de Antíoco, o Grande (246-226 a.C.), sendo então chamada GEROUSIA OU SENADO. Sabe-se que o Sinédrio era composto de 71 membros, escolhidos entre varões eminentes, entre os quais estava o sumo sacerdote, pertencendo também ao grupo, pessoas de relações deste. O Sinédrio era comandado por um presidente que era o sumo sacerdote. Normalmente os sumo sacerdotes eram do partido dos Saduceus, e eram os homens mais poderosos do Sinédrio. Os principais grupos religiosos existentes no judaísmo da época de Jesus: O Novo Testamento observa a presença de partidos religiosos que eram desconhecidos no Velho Testamento. A fonte principal de informação é encontrada nas obras de Flávio Josefo. Em dois de seus livros, As Guerras dos Judeus (II, viii, 1-4) e As Antiguidades dos Judeus (XIII, v. 9), ele escreve acerca de quatro desses partidos: fariseus, saduceus, zelotes e essênios. Para nossos propósitos, os herodianos e os zadoqueus devem ser acrescentados. »Escribas: Grupo de letrados que possuía autoridade e prestígio diante da função que exercia na sociedade. Eram os doutores da Lei; aqueles que cuidavam da reflexão moral e do direito. Eram guias espirituais do povo, influenciando e determinando até as regras que dirigiam o culto. Seu grande poder residia no saber, pois eram especialistas na interpretação da Sagrada Escritura. Como a Escritura era a base da vida do povo judaico, os escribas acabavam se tornando especialistas em direito, administração e educação. » Fariseus: Grupo dos separados, dos opositores, daqueles que prezavam pela observância da lei, pela santificação e pela pureza ritual. Tal apocalípticas do judaísmo padrão. O autor faz uso de Enoque Etiópico, Eclesiástico, Baruque e outras literaturas apócrifas, bem como do VelhoTestamento canônico. »O Segundo Livro de Baruque — Reflete o ponto de vista religioso do judaísmo do primeiro século. Discussão farisaica da queda de Jerusalém em 70 d.C. A última tentativa de o judaísmo interpretar-se como um modo de vida dinâmico. É a resposta do judaísmo a Paulo. »IV Esdras — O autor diz que foi escrito este livro trinta anos após a destruição do Templo de Salomão. Mais provavelmente escrito em seguida à destruição do Templo de Herodes. Escrito para responder à pergunta acerca do sofrimento humano e dos problemas fundamentais na relação do homem com Deus. Seguindo-se ao Enoque Etiópico, este é o mais importante para os estudos do Novo Testamento. »Os Livros de Adão e Eva — Escrito durante o primeiro quartel do primeiro século da era cristã. Farisaico e nacionalista em seu panorama, prevê a vinda do Messias para breve, quando todo o Israel se arrependeria. Judas 9 é uma referência a este livro. Reflete o fariseu do "centro do caminho", o judeu ortodoxo. O estímulo teológico à lista dos canônicos: Visto que toda escritura é útil para a doutrina (2 Tm. 3:16-17), tornou-se necessário definir os limites do que era a escritura, qual era o legado doutrinário dos apóstolos. Por causa da multiplicação dos livros heréticos (cânon de Marcião), foi de extrema urgência e importância definir quais livros seriam aplicados para o ensino da doutrina dos apóstolos. As duas forças anteriores culminaram na pressão política sobre a Igreja para que se definissem os livros que eram realmente inspirados. Houve também a perseguição aos cristãos e a ordem para queimar quaisquer escritos dos mesmos. Evidências neotestamentárias de um cânon crescente O Novo testamento foi escrito na segunda metade do século I. A maior parte dos livros foi escrita para alguma igreja em particular (a maior parte das cartas de Paulo) e outras foram redigidas para pessoas em particular (Filemon, 2 e 3 João). Outros livros tinham o objetivo de atingir regiões inteiras: Ásia Oriental (1 Pedro), Ásia Ocidental (Apocalipse) e até mesmo Europa (Romanos). Algumas dessas cartas tiveram origem em várias regiões distintas: Jerusalém (Tiago); Roma, nos confins do Ocidente (1 Pedro). Desta forma é compreensível que a Igreja não tivesse todos os livros à sua disposição de imediato. Junte-se a isso a dificuldade com transporte e comunicação, e veremos que seria preciso algum tempo até que houvesse a coleção completa destes livros e a consequente canonização dos mesmos. Porém, apesar destas dificuldades a Igreja começou de imediato a coleção de todos estes escritos apostólicos. (Alexandre Milhoranza). O testemunho dos pais da Igreja sobre o cânon Logo após a primeira geração de cristãos, todos os livros do Novo Testamento já haviam sido citados nas obras dos primeiros pais da Igreja. Esta geração havia convivido com os apóstolos diretamente. O importante a ser destacado é que todos os livros do Novo Testamento, já no segundo século, havia sido citado por todos os pais da Igreja na época. A seleção dos livros fidedignos Desde o início da era cristã houveram vários escritos falsos, ou não condizentes com os verdadeiros fatos sobre a vida de Cristo. Compreendemos isso lendo os primeiros versos do livro de Lucas (Lc. 1:1-4). Paulo advertiu os tessalonicenses sobre falsas cartas atribuídas a ele (2 Ts. 2:20). Paulo sempre assinava suas cartas de modo particular (2 Ts. 3:17). Diante disso concluímos que na igreja primitiva já havia um processo de seleção canônica em operação. Quaisquer palavras, fossem orais ou escritas, eram submetidas ao ensino apostólico. Se tal palavra não pudesse ser comprovada pelas testemunhas oculares (Lc. 1:2;At. 1:21-22), era rejeitada. Os apóstolos eram o tribunal pelo qual os ensinos eram testados e confrontados (1 Jo. 1:3; 2 Pe. 1:16). O próprio Deus deu testemunho aos apóstolos (Hb. 2:3-4). A circulação e a compilação dos livros No início da Igreja nenhuma comunidade cristã tinha a coleção completa dos escritos apostólicos, mas a coleção foi crescendo à medida que as igrejas iam recebendo as cartas e fazendo cópias autenticadas pela assinatura dos apóstolos ou seus emissários. Conforme foram crescendo as igrejas cristãs, novas cópias eram necessárias para que fossem lidas e estudadas nestas novas comunidades. Conforme vemos em Colossenses já havia o costume da circulação das cartas. O apóstolo João foi orientado a escrever seu ultimo livro, o Apocalipse, e envia-lo às sete igrejas pela Ásia Menor (Atual Turquia). Ou seja, teria de haver a circulação deste livro entre estas igrejas (Ap. 1:11). Existe evidência no Novo Testamento desta coleção crescente dos escritos. Basta analisarmos o texto de 2 Pe. 3:15-16. Pedro possuía um conjunto dos escritos de Paulo, que colocava ao lado ―das outras escrituras‖. Desta forma, notamos que desde o início da Igreja a formação do cânon do Novo Testamento estava em pleno andamento. No final do século I, todos os escritos apostólicos já haviam sido recebidos pelas igrejas. O testemunho das listas primitivas e das traduções do cânon Outras confirmações sobre o cânon do Novo Testamento estão claras em algumas traduções mais antigas e listas canônicas entre os séculos II e IV. Não poderia haver uma lista, ou uma tradução, sem antes reconhecer-se serem estes livros dotados de autoridade divina. ›Antiga tradução Siríaca (Síria) – Uma antiga tradução circulou na Síria no fim do século IV. Continha todos os livros do Novo Testamento exceto: 2 Pedro, 2 e 3 João, Judas e Apocalipse. Isto é explicada pelo fato dos livros omitidos serem dirigidos a igrejas no Ocidente, a igreja siríaca ficava no Oriente. ›Antiga Latina – O Novo Testamento já havia sido traduzido para o latim antes do ano 200. Continha todos os livros do Novo Testamento exceto: Hebreus, Tiago, 1 e 2 Pedro. A omissão a estes livros são o oposto da tradução siríaca. então devido aos mesmos problemas relatados anteriormente, demorou até que as igrejas no Ocidente tivessem o reconhecimento destes livros. ›Cânon Muratório (170 d.C.) – Além do cânon herético de Marcião, a Contudo, nos primeiros anos havia geralmente dois estilos: uncial (letras maiúsculas grandes; também chamado o estilo literário), e cursivo (letras maiúsculas menores escritas em mão fluente; também chamado o estilo não- literário). Com o rolo, o uncial era a maneira preferida. Com letras maiúsculas grandes e quadradas, separadas umas das outras, frequentemente com curvas delicadas, o manuscrito uncial formava uma bela página. A maior parte dos manuscritos de papiro tem letras unciais. Os grandes manuscritos do quarto século são códices com letras unciais. As pessoas que faziam a cópia propriamente dita eram chamadas escribas. Havia uma classe profissional de homens que se davam a esse tipo de trabalho. Em algumas das cidades maiores, havia scriptoriums, muito parecidos com os escritórios de hoje. Mas deve ser lembrado que a imprensa não foi inventada até cerca de 1450, e todos os livros tinham que ser escritos a mão (daí a palavra "manuscrito", do latim manuscriptum: escrito a mão) e todas as cópias eram feitas do mesmo modo. Por estas razões, muitos erros de transcrição poderiam entrar na última cópia de um livro. Contudo, no caso de uma igreja pobre, as cópias eram feitas apressadamente e sem o benefício de uma revisão por miúdo. Certamente entravam erros, e mais enganos podiam ser acrescentados, à medida que as cópias das cópias eram feitas. Há dois tipos distintos de erros que poderiam ser feitos. O primeiro é o da mão, olho e ouvido, a simples mecânica da transcrição. Seria fácil o copista errar ao formar uma letra, especialmente quando as orações e palavras eram escritas juntas, sem uma pausa ou espaço entre elas. Frequentemente, algumas letras eram deixadas fora sem intenção. O segundo tipo de erro é a mudança intencional. Deve ser lembrado que na própria igreja primitiva os vinte e sete livros não eram tratados como escritos sagrados. Ã medida que o conceito da autoridade apostólica aumentava, a veneração desses manuscritos geralmente os protegia de maiores erros. Mas, nos anos iniciais, um escriba, ou leitor, intencionalmente alteraria um texto, por várias razões. Poderia ser para mudanças linguísticas ou retóricas; para "refinar" o texto gramaticalmente. Certas vezes um escriba iria desejar esclarecer alguma dificuldade histórica ou fazer um texto harmonizar-se com outro. Naturalmente, poderia haver alterações doutrinárias (conforme evidenciado pelas mutações no cânon de Marcião). A CLASSIFICAÇÃO DOS MANUSCRITOS - Mediante uma leitura e estudo cuidadosos destes manuscritos, pode-se observar que certos manuscritos têm semelhanças e diferem grandemente dos outros. Estes manuscritos, que são bem semelhantes, são ditos terem um ancestral comum. Ou seja, se vários manuscritos concordam substancialmente uns com os outros, crê-se que foram copiados de um manuscrito mais antigo. Devido ao seu zelo, os estudiosos judeus (escribas, zugot, tanaítas etc.) conseguiram preservar inacreditavelmente suas tradições textuais. Os milhares de manuscritos hebraicos, com sua confirmação pela Septuaginta e pelo Pentateuco samaritano, e as várias outras comparações de fora e de dentro do texto, dão apoio surpreendente à confiabilidade do texto do Antigo Testamento. De acordo com Nataniel dos Santos Gomes (UNESA). Textos locais Mesmo na mesma região era praticamente impossível que houvesse dois textos exatamente iguais; todavia alguns textos poderiam se tornar mistos, quando os manuscritos podiam ser comparados a outras cópias de outros lugares e corrigidos por elas. A tendência era de não misturar os textos. Texto Alexandrino A Alexandria superou Atenas, no período helenístico, tornando-se o centro de mais importante de cultura do mediterrâneo. Quem nunca ouviu falar na Biblioteca de Alexandria, com seus 700.000 volumes? Foi lá que os textos de Homero passaram pela primeira tentativa de edição crítica. De qualquer forma, o texto alexandrino é considerado o melhor texto, com pouquíssimas modificações gramaticais ou estilísticas, cerca de 2% ou 3%. Texto ocidental Nas regiões dominadas por Roma, desenvolveu-se outro tipo de texto, o chamado texto ocidental, bem diferente nos evangelhos e principalmente em Atos, onde é quase 10% mais longo que a forma original, o que já fez supor a existência de duas edições desse livro. O motivo disso parece ter sido a harmonização, principalmente no caso dos evangelhos sinóticos, ou mesmo, o enriquecimento da narrativa com a inclusão de alguma tradição, envolvendo umas poucas declarações e incidentes da vida de Jesus e os apóstolos. Texto Cesareense - Provavelmente tem origem no Egito, assim como o texto alexandrino, de onde teria sido levado para Cesaréia por Orígenes. Texto Bizantino - Possivelmente, resultado da revisão de antigos textos locais feita por Luciano de Antioquia, pouco do seu martírio no ano de 312. Unificação textual - Com a conversão de Constantino, em 312, entramos numa nova fase na história do Novo Testamento, principalmente com Edito de Milão, no ano seguinte, colocando o Cristianismo no mesmo patamar que qualquer outra religião do Império Romano. Os textos locais foram pouco a pouco cedendo lugar a único texto. Possivelmente, o primeiro tipo de texto a circular em Constantinopla talvez não tenha sido o bizantino. Eusébio, em 331, foi encarregado por Constantino de preparar 50 cópias das Escrituras em pergaminho para as igrejas da nova capital. No século XVI, com a invenção da imprensa, os editores preocuparam- se com a publicação do Novo Testamento grego, e o texto que utilizado o bizantino, e continuou, com pequenas modificações, até o final do século XIX. Os Evangelhos Marcos Sobre a autoria desse evangelho, Papias (115 d. C.) afirmou: ―Marcos, tendo-se tornado intérprete de Pedro, escreveu acuradamente tudo quanto lembrou‖. Irineu (185 d. C.) disse: ―Agora, depois da morte de Pedro e Paulo, Marcos, o discípulo e intérprete de Pedro, também transmitiu-nos em escrito, o que Pedro pregou.‖Marcos apresenta o Evangelho de Jesus Cristo, no cap. 1: 15, como ―o tempo está cumprido e o reino de Deus está próximo‖. A extensão incomunmente ampla de vocabulário, a excelência da gramática e a alta qualidade do estilo mostram que a obra de Lucas é digna de ocupar um lugar respeitável entre os gigantes literários de todos os tempos. Informações do segundo século indicam que se acreditava firmemente que Lucas, o companheiro de Paulo (II Tim. 4:11) e "médico amado" (Col. 4:14), escreveu o Evangelho e Atos. Dentro do último século, esta tradição foi desafiada principalmente por aqueles que não puderam aceitar Lucas como o autor 'final' de Atos. É admitido, contudo, que ambos os volumes foram escritos por uma única mão, mas alguns críticos não podem aceitar Lucas como o autor. E, contudo, o nome Lucas não aparece em Atos. É somente pelo processo de eliminação dos companheiros de Paulo que se pode dar um nome ao autor das passagens com o pronome "nós". Vê-se, em Atos 27:1-28:16, que o autor estava com Paulo no caminho para Roma. De Roma, Paulo escreveu as "Epístolas da Prisão" (Efésios, Filipenses, Colossenses, Filemom). Nestas epístolas, pode-se encontrar informações acerca dos companheiros de Paulo: Epafras, Epafrodito, Timóteo, Tíquico, Aristarco, Marcos, Jesus — chamado Justo, Demas e Lucas. São mencionados como tendo estado com Paulo durante parte de todo o tempo de seu encarceramento lá.O ministério público de Jesus revela a sua perfeita compaixão e perdão através das narrativas do filho pródigo, do homem rico e Lázaro e do Bom Samaritano. Enquanto muitos acreditam nesse amor sem preconceitos que ultrapassa todos os limites humanos, muitos outros especialmente os líderes religiosos desafiam e opõem-se às reivindicações de Jesus. Os seguidores de Cristo são incentivados a contar o custo do discipulado, enquanto que seus inimigos buscam a Sua morte na cruz. Por fim, Jesus é traído, julgado, condenado e crucificado. Entretanto, a sepultura não pode prendê-lo! Sua ressurreição garante a continuação do seu ministério de buscar e salvar o perdido.Os estudantes do Novo Testamento, contudo, sentem que a relação é mais profunda que o fato de os dois livros serem escritos pelo mesmo autor. É geralmente reconhecido que os dois livros formam volumes geminados de uma única obra sobre a história do cristianismo: seu início e desenvolvimento. O primeiro volume relata os princípios; o segundo conta acerca do surgimento e progresso da igreja. Juntos, os dois relatam os dois estágios do cristianismo, conforme apresentado em Lucas 24:46 um cumprido na vida e ministério de Jesus (o Evangelho) e o outro, na missão e expansão da igreja (Atos dos Apóstolos). O Evangelho relata o que "Jesus começou a fazer e ensinar" (At. 1:1), e os Atos descrevem o desenvolvimento lógico dos elementos básicos naquele ministério que se iniciava. Foi sugerido, por alguns estudiosos, que Atos foi escrito enquanto Paulo estava ainda no "primeiro encarceramento romano". O argumento é que Lucas, como historiador, dificilmente iria terminar Atos, sabendo que Paulo havia sido solto, e, certamente, se Paulo tivesse sofrido martírio, Lucas teria mencionado este fato totalmente importante. Com propósito, Basta somente uma consulta rápida a uma lista de livros atuais dos estudiosos do Novo Testamento, para se observar o interesse que está sendo dados ao estudo de Lucas-Atos. Enquanto é impossível dar-se uma resposta completa quanto à razão para este interesse, parece haver amplo. Acordo que a Crítica da Redação foi, pelo menos em parte, responsável. Assim como os outros dois evangelhos sinóticos, Mateus e Marcos, o propósito deste livro é revelar o Senhor Jesus Cristo e tudo o que Ele "começou a fazer e a ensinar até ao dia em que... foi elevado às alturas" (Atos 1:1-2). João - Conforme se diz, o Evangelho de Lucas é a mais bela obra literária da Bíblia. Neste caso, o quarto Evangelho é a mais sublime. Não é sobrepujado devido às suas duas qualidades: a devocional e a teológica. Nenhum outro livro levou tantas pessoas a Cristo e inspirou tantos a segui-lo e servi-lo. Ao mesmo tempo, anos de intenso estudo teológico crítico leva a se reconhecer que há ainda profundezas não exploradas de pensamento que sempre chamarão o estudioso à contínua admiração diante do profundo conteúdo deste Evangelho. João 21:20-24 descreve o autor como sendo "o discípulo que Jesus amava" e por razões tanto históricas quanto internas, acredita-se que esse seja o apóstolo João, um dos filhos de Zebedeu (Lucas 5:10). O Evangelho de João apresenta Cristo, não de Seu nascimento, mas do "princípio" como "o Verbo" (Logos), o qual, como Divindade, está envolvido em cada aspecto da criação (1:1-3) e mais tarde torna-se carne (1:14) a fim tirar os nossos pecados como o Cordeiro de Deus imaculado (João 1:29). João seleciona conversas espirituais que mostram que Jesus é o Messias (4:26) e para explicar como alguém pode ser salvo através de Sua morte vicária na cruz (3:14-16). Ele repetidamente irrita os líderes judeus ao corrigi-los (2:13-16), curar no sábado e alegar para Si características que pertencem a Deus (5:18; 8:56-59; 9:6,16; 10:33). Aqui a teologia foi colocada em termos tais, que até uma criança pode compreender a visão da grandeza do amor de Deus, como mostrado em Jesus. Ao mesmo tempo, estes termos simples são usados para expressar um dos quadros mais empolgantes da realidade última encontrada em toda esta literatura. Ê devido a suas qualidades devocionais e profundezas teológicas que mais livros foram escritos sobre o quarto Evangelho do que acerca de qualquer outro livro do Novo Testamento. Além destas qualidades, há o problema da investigação crítica moderna. Mesmo uma leitura casual dos Evangelhos mostrará que existem muitas diferenças entre os Sinópticos e João. Por mais de um século, os críticos tentaram ressaltar que Marcos, sendo o mais velho dos quatro, é o mais digno de confiança dos Evangelhos historicamente, e João, sendo o último dos quatro, é o mais interpretativo. É por esta razão que o quarto Evangelho foi referido como o "Evangelho da fé". Sobre a identidade do autor, Os estudiosos modernos estão longe de concordarem acerca da identidade do autor do quarto Evangelho. Na realidade, em sua incapacidade de aceitar qualquer identificação do autor, eles advogariam que a autoria deste Evangelho importa muito pouco. Por causa de falta de evidência determinativa, diz-se que a coisa de maior importância não é tanto quem escreveu, mas o que foi escrito. Embora O 1º Livro de Esdras; 2) O 2º Livro de Esdras; (Na versão Vulgata: O Esdra Canônico é chamado de 1º Esdras e Neemias de 2º Esdras; enquanto o 1º Livro de Esdras apócrifo é chamado de 3º Esdras). 3) Tobias; 4) Judite; 5) Adições ao Livro de Ester; 6) A Sabedoria de Salomão; 7) A Sabedoria de Jesus o filho de Sisaque, ou Eclesiástico; 8) Baruque; 9) A Carta de Jeremias; 10) A oração de Azarias e o Canto das Três Jovens; 11) Susana; 12) Bel e o Dragão; 13) A oração de Manasses; 14) O 1º Livro de Macabeus; 15) O 2º Livro de Macabeus; As epístolas Joaninas Considerando John Stott, autor de vários livros, que tem contribuído muito com seus escritos para a formação de pensamentos e conhecimento da palavra de Deus. Propõe em seu comentário das epistolas de João dirimir todas as dúvidas com relação a essas cartas, apresentando através de acurada investigação sobre os escritos Joaninos, assim denominados. Percebe-se que as epístolas Joaninas são diferentes de outros livros, exceto Hebreus, visto que essas cartas não revelam o nome de seu autor. Observa-se que quem escreveu a primeira carta denominada de I João, também, não fez nenhuma saudação introdutória. Quanto a localização, o quarto Evangelho, a outra literatura joanina saiu da área da Ásia Menor, que tinha Éfeso como um centro. As tradições mais antigas associam a literatura com Éfeso. Policarpo, um seguidor do apóstolo João, disse que João viveu e morreu em Éfeso (preservado por Irineu, Ad. Haereses, III, 3,4). Polícrates, Bispo de Éfeso, na última parte do segundo século, disse que João foi sepultado em Éfeso (Eusébio, H.E., V, 24). Irineu escreveu que o apóstolo João viveu em Éfeso até o tempo de Trajano (Eusébio, H.E., III, 1,3,4). Está também claro, de outros escritores do Novo Testamento (Paulo nas Epístolas aos Colossenses e Timóteo; Pedro em II Pedro; Judas), que a heresia gnóstica estava infiltrando-se na área da Ásia Menor cedo. Portanto, não há razão adequada para pôr-se de lado a tradição antiga de que Éfeso foi o centro do qual a correspondência joanina saiu. CONCLUSÃO Antes de adentrar no estudo do novo testamento, é importante conhecer o contexto cultural, social, político e, sobretudo, religioso no qual estava inserido o nascer da nova religião. Alias, não podemos esquecer que a igreja nascente recebeu a missão do próprio filho de Deus de anunciar o evangelho a toda criatura, sendo, portanto, necessário um conhecimento amplo das demais religiões existentes na época de Jesus e da origem do cristianismo. Nota-se claramente a partir desse estudo que o cristianismo precisou ―dialogar‖ seriamente com o judaísmo e com o paganismo. Visto que, essas duas religiões influenciavam de forma decisiva a vida das pessoas da época de Jesus. Essa não foi uma relação tão fácil de ser posta em prática, até porque, pensemos em religiões que não nasceram da noite para o dia, mas que tinham séculos e séculos de história, uma baseada no Antigo Testamento, mais propriamente na Torá, outra alicerçada no pensamento grego que durante muito tempo perdurou na história da humanidade. Sendo assim, o objetivo deste trabalho foi oferecer, em linhas gerais, um conhecimento sobre o contexto no qual surgiu o cristianismo e a situação religiosa das regiões habitadas pelo povo de Deus e pelos greco-romanos. Todavia, não se abordou todos os aspectos com profundidade, mas preocupou- se apenas em dar uma pincelada, de modo a suscitar na mente dos leitores o desejo de aprofundar tal conteúdo. Outro fator importante, presente na cultura pagã, era o culto imperial destinado aos imperadores. Partindo do pressuposto de que toda autoridade provinha dos deuses, o povo pagão obedecia e reverenciava cegamente ao representante do império. O que nos leva a pensar em quantas barbaridades foram cometidas, utilizando-se deste elemento como forma de legitimação do poder. Quanto aos evangelhos, Marcos deve ter escrito particularmente para encorajar os cristãos romanos perseguidos, pois apresenta Cristo como um servo em ação, 10: 45, identificando-o com “o servo do Senhor” de Is. 42: 1. Os verbos e as narrativas mostram sempre Jesus agindo, fazendo milagres, curando, viajando, pregando, enfim, servindo. O Evangelho de Mateus é uma excelente introdução aos ensinamentos fundamentais do Cristianismo. O estilo lógico do esquema facilita a localização das discussões de vários temas. Mateus é especialmente útil para a compreensão de como a vida de Cristo foi o cumprimento das profecias do Antigo Testamento. Lucas nos dá um belo retrato do nosso Salvador compassivo. Jesus não se sentia "incomodado" pelos pobres e necessitados, na verdade, eles eram o foco principal de Seu ministério. Nos tempos de Jesus, Israel era uma sociedade muito consciente de suas classes sociais. Os fracos e oprimidos eram literalmente impotentes para melhorar sua sorte na vida e estavam especialmente abertos à mensagem de que "a vós outros está próximo o reino de Deus" (Lucas 10:9). O evangelho de João continua a cumprir o seu objetivo de conter informações muito úteis para a evangelização (João 3:16 é provavelmente o versículo mais conhecido, mesmo se não devidamente compreendido por muitos) e é frequentemente utilizado em estudos bíblicos evangelísticos. Nos registrados encontros entre Jesus e Nicodemos e a mulher no poço (capítulos 3- 4), Apócrifos do Antigo Testamento Os apócrifos do Antigo Testamento podem ser facilmente identificados comparando os livros das Bíblias utilizadas pela maioria das ―Sociedades Bíblicas‖ com uma Bíblia Católica.
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