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sistema - brasileiro - de - classificação - dos - solos2006, Notas de estudo de Engenharia Agrícola

classificaçao dos solos

Tipologia: Notas de estudo

2014

Compartilhado em 08/07/2014

marcelo-mamedio-9
marcelo-mamedio-9 🇧🇷

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Baixe sistema - brasileiro - de - classificação - dos - solos2006 e outras Notas de estudo em PDF para Engenharia Agrícola, somente na Docsity! Brasília, DF 2006 Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária Embrapa Solos Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento Sistema Brasileiro de Classificação de Solos 2a edição Exemplares desta publicação podem ser adquiridos na: Embrapa Informação Tecnológica Parque Estação Biológica, PqEB, Av.W3 Norte (final) Caixa Postal 040315 CEP70770-901 Brasília, DF Tel: 0 xx 61 448-4162 / 448-4155 Fax: 0 xx 61 272-4168 E-mail: sac@sct.embrapa.br ou webmaster@sct.embrapa.br Embrapa Solos Rua Jardim Botânico, 1024 CEP 22460-000 Rio de Janeiro, RJ Tel: 0 xx 21 2274-4999 Fax: 0 xx 21 2274-5291 http://www.cnps.embrapa.br E-mail: sac@cnps.embrapa.br Supervisão editorial: Jacqueline Silva Rezende Mattos Revisão de texto: André Luiz da Silva Lopes Normalização bibliográfica: Cláudia Regina Delaia Capa: Eduardo Guedes de Godoy Editoração eletrônica: Pedro Coelho Mendes Jardim 2ª edição 1ª impressão (2006): 1000 exemplares Todos os direitos reservados. A reprodução não autorizada desta publicação, no todo ou em parte, constitui violação dos direitos autorais (Lei nº 9.610). CIP-Brasil. Catalogação-na-publicação Embrapa Informação Tecnológica EMBRAPA. Centro Nacional de Pesquisa de Solos (Rio de Janeiro, RJ). Sistema brasileiro de classificação de solos. 2. ed. – Rio de Janeiro : EMBRAPA-SPI, 2006. 306 p.: il. ISBN 85-85864-19-2 Inclui apêndices. 1. Solos - Classificação - Brasil. I. Título. I. Série. CDD 631.44  Embrapa - 2006 Alfredo Melhem Baruqui Embrapa Solos Amaury de Carvalho Filho Embrapa Solos Antonio Ramalho Filho Embrapa Solos Braz Calderano Filho Embrapa Solos Celso Gutemberg Souza IBGE Celso Vainer Manzatto Embrapa Solos César da Silva Chagas Embrapa Solos Doracy Pessoa Ramos UENF Edgar Shinzato CPRM Eduardo Leandro da Rosa Macedo IBGE Ênio Fraga da Silva Embrapa Solos Fernando César do Amaral Embrapa Solos Francesco Palmieri Embrapa Solos Humberto Gonçalves dos Santos Embrapa Solos Idarê Azevedo Gomes Embrapa Solos João Souza Martins Embrapa Solos José Francisco Lumbreras Embrapa Solos Lúcia Helena Cunha dos Anjos UFRRJ Marcos Gervasio Pereira UFRRJ Maria de Lourdes Mendonça-Santos Brefin Embrapa Solos Maria José Zaroni Embrapa Solos Nilson Rendeiro Pereira Embrapa Solos Marie Elisabeth Christine Claessen Embrapa Solos Maurício Rizzato Coelho Embrapa Solos Mauro da Conceição Embrapa Solos Paulo Emílio Ferreira da Motta Embrapa Solos Raphael David dos Santos Embrapa Solos Sebastião Barreiros Calderano Embrapa Solos Tony Jarbas Ferreira Cunha Embrapa Semi-Árido Uebi Jorge Naime Embrapa Solos Vinícius de Melo Benites Embrapa Solos Vilmar de Oliveira IBGE Waldir de Carvalho Junior Embrapa Solos Núcleos de Discussão e Colaboração Vinculados aos Comitês Regionais Rio de Janeiro Américo Pereira de Carvalho Aposentado Gustavo Ribas Cúrcio Embrapa Florestas Valmiqui Costa Lima UFPR Marcos Fernando Gluck Rachwal Embrapa Florestas Pedro Jorge Fasolo Aposentado Reinaldo Oscar Pötter Aposentado Hélio Olympio da Rocha UFPR Nadja Lídia Bertoni Ghani UNICENTRO - PR Itamar Bognola Embrapa Florestas Neyde F. B. Giarola UEPG - PR Antônio Cabral Cavalcanti Aposentado Fernando Barreto Rodrigues e Silva Aposentado José Coelho de Araújo Filho Embrapa Solos (UEP - Recife) Luiz Bezerra de Oliveira Aposentado Nivaldo Burgos Aposentado Marcelo Metri Corrêa UFRPE Mateus Rosas Ribeiro UFRPE Paulo Klinger Tito Jacomine Prof.Visitante UFRPE Mauro Carneiro dos Santos Aposentado João Marcos Lima e Silva Embrapa Amazônia Oriental José Raimundo Natividade Ferreira Gama Embrapa Amazônia Oriental Roberto das Chagas Silva IBGE Tarcísio Ewerton Rodrigues Embrapa Amazônia Oriental Paraná Pernambuco Pará José Luiz Ioriatti Demattê ESALQ- USP Pablo Vidal Torrado ESALQ - USP Wolmar Aparecida Carvalho UNESP Carlos Roberto Espíndola UNICAMP Fernando Cesar Bertolani CTC João Bertoldo de Oliveira Pesquisador Voluntário – IAC Márcio Rossi Instituto Florestal Ricardo Marques Coelho Pesquisador – IAC Itamar Andreolli UNESP Jairo Roberto Jimenez Rueda UNESP Gustavo Souza Valladares Embrapa Monitoramento por Satélite São Paulo Francisco de Assis Bezerra Leite FUNCEME Francisco Roberto Bezerra Leite FUNCEME Lucedino Paixão Ribeiro UFBA André Rodrigues Netto UFBA Nelson Lara da Costa IBGE Glailson Barreto Silva IBGE Francisco Ferreira Fortunato IBGE Antônio Gladstone Carvalho Fraga IBGE Antônio José Wilman Rios IBGE Antônio Santos Silva Novaes IBGE Geraldo César de Oliveira UFG Huberto José Kliemann UFG Maria Eloísa Cardoso da Rosa UCG Virlei Álvaro de Oliveira IBGE Eduardo Couto UFMT Nilton Tocicazu Higa UFMT Emílio Carlos de Azevedo UFMT João Carlos Ker UFV João Luis Lani UFV Cristiane Valéria de Oliveira UFMG João Herbert Moreira Viana Embrapa Milho e Sorgo Ceará Bahia Goiás Mato Grosso Minas Gerais Rio Grande do Sul Carlos Alberto Flores Embrapa Clima Temperado Egon Klamt Aposentado Élvio Giasson UFRGS Nestor Kämpf UFRGS Ari Zago UFSM Paulo Schneider Sílvio Túlio Spera UFRGS Embrapa Trigo In Memoriam Marcelo Nunes Camargo Engenheiro Agrônomo pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), Doutor Livre Docente em Formação e Classificação de Solos pela UFRRJ, Diplomado em Morfologia e Gênese de Solos pela Universidade Estadual da Carolina do Norte, Estados Unidos da América, Pesquisador do Serviço Nacional de Levantamento e Conservação de Solos (atual Centro Nacional de Pesquisa de Solos) da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), ex- Professor-Adjunto da UFRRJ, agraciado em 1994 com o prêmio Moinho Santista na área de Ciências Agrárias (categoria Solos Agrícolas), dedicou toda a sua vida aos estudos de morfologia, classificação, correlação e cartografia de solos. Vindo a se tornar o maior expoente da pedologia de solos tropicais, coordenou os trabalhos que culminaram com a publicação do Mapa de Solos do Brasil, em 1981. Esta página é uma homenagem e, ao mesmo tempo, uma manifestação pública de reconhecimento pelos inestimáveis serviços prestados ao Brasil, no campo da pedologia, ao inesquecível companheiro que dedicou-se até os últimos dias de sua vida à tarefa de contribuir para a consolidação do Sistema Brasileiro de Classificação de Solos. Nota do Comitê Executivo Na presente edição, o Sistema Brasileiro de Classificação de Solos (SiBCS) mantém a mesma esrutura geral, incorpora mudanças, redefinições, correções e está libera- do para o uso e pode ser citado e correlacionado com outros sistemas. Constitui edição que será aperfeiçoada ao longo de anos futuros, conforme de- terminado pelo uso efetivo em levantamentos de solos, estudos de correlação de solos e em pesquisas na área de Ciência do Solo. Nesta 2a edição, alterações conceituais e reestruturações ocorreram praticamen- te em todas as Ordens. Quanto à reestruturação de classes, as mudanças incluem altera- ções em nível Ordem, Subordem, Grande Grupo, bem como exclusões e inclusões de novos Subgrupos. As mudanças mais significativas foram: extinção da Ordem Alissolos, reestruturação de Argissolos e Nitossolos (incorporando parte dos Alissolos e inclusão de Argissolos Bruno-Acinzentados), inclusão de Alíticos e Alumínicos nas Ordens dos Argissolos, Nitossolos, Cambissolos, Planossolos e Gleissolos. Exclusão de Cambissolos Hísticos e inclusão de Cambissolos Flúvicos; Espodossolos (alteração na nomenclatura de subordens); Nitossolos (inclusão de Nitossolos Brunos e parte dos extintos Alissolos); Organossolos (exclusão de Mésicos); Planossolos (exclusão de Hidromórficos); Luvissolos (exclusão de Hipocrômicos, substituídos por Háplicos) e Plintossolos (reestruturação de 3o e 4o níveis categóricos com inclusão de Grandes Grupos Litoplínticos e Concrecionários). Ajustes, correções e redefinições de conceitos básicos (atributos e horizontes diagnósticos), também ocorreram, destacando-se, as definições de material orgânico, hori- zontes hístico, húmico, espódico, plíntico, glei, nítico, plácico, plânico e substituição de horizonte petroplíntico por concrecionário e inclusão de caráter rúbrico e subgrupo úmbrico na ordem Latossolos. Outras modificações e correções relevantes, em relação à 1a edição, ocorreram, destacando-se a transformação das unidades de medida para o sistema internacional (SI) ao longo do texto. Para dar mais autonomia aos usuários do SiBCS, o Comitê Executivo de Classi- ficação de Solos (CE) deliberou que novas classes em nível de subgrupo podem ser inseridas nas chaves de 4o nível categórico, devendo ser enviada ao CE uma cópia do perfil corres- pondente, para que esta nova classe possa ser incorporada oficialmente ao sistema. É também deliberação do CE, por consenso, com base em sugestões de colaboradores e usuários, que subgrupos existentes e já definidos, podem ser utilizados em outros Gran- des Grupos, onde não constem suas ocorrências. Ao classificar um determinado solo é permitida ao classificador a autonomia de fazer as possíveis combinações para o quarto nível, logicamente utilizando subgrupos já relacionados no SiBCS, listados em ordem de importância taxonômica (hísticos, salinos, solódicos, por exemplo). Esta edição substitui a classificação de solos que vinha sendo utilizada na Embrapa Solos (Camargo et al. 1987), (Embrapa 1999) e todas as aproximações anteriores, em 1980, 1981, 1988 e 1997. Sugestões, críticas e propostas para modificações desta edição deverão ser en- caminhadas ao Comitê de Classificação de Solos, endereçadas ao pesquisador Humberto Gonçalves dos Santos (humberto@cnps.embrapa.br) Doravante, as atualizações, correções e alterações, mais urgentes, sempre que necessárias, poderão ser acessadas, permanentemente, no endereço eletrônico www.cnps.embrapa.br/sibcs do por Lemos et al. (1967) no Rio Grande do Sul; Latossolo Variação Una de constatação a partir de 1963 no sul da Bahia (Embrapa (1977-1979); e Latossolo Ferrífero como conceituado por Camargo (1982). A propósito da distinção de Latossolos, Camargo et al. (1988) presta conta da classificação desses solos no país. Areias Quartzosas constituem classe de solos reconhecida desde o início da década de sessenta (Brasil, 1969) para formar grupo independente, desmembrado dos Regossolos – classe tornada menos abrangente pela exclusão daqueles solos quartzosos - definidos como solos pouco desenvolvidos em virtude da própria natureza refratária do material quartzoso, resultante em pouca evolução pedogenética. Modificação de conceito no início da década de setenta, induzida pela realidade de solos identificados em diversas verificações de campo, tornaram efetivada a classe So- los Litólicos (Brasil, 1971a; Brasil, 1972a). No levantamento pedológico do Ceará, foram constatados Solos Podzólicos com características peculiares e atípicas em relação a concepções originais de classes estabelecidas destes solos e motivaram o reconhecimento da classe Podzólico Acinzentado (Brasil, 1973b). Similarmente, outros solos podzólicos atípicos, formados em cobertura atinente à Formação Barreiras (e congêneres), como contraparte de Latossolos Amarelos, motivaram a proposta de estabelecimento da classe Podzólico Amarelo (Reunião..., 1979). Solos de identificação problemática, visualizados como similares de Terra Roxa Estruturada – contudo diferenciados pela cor relacionada aos constituintes oxídicos – têm sido encontrados na região Sul e sua discriminação vem sendo contemplada com a formu- lação da classe Terra Bruna Estruturada (Embrapa, 1979; Carvalho, 1982). Plintossolo constitui classe firmada no término da década de setenta (Brasil, 1980c), como resultado de anos de reflexão sobre a validade da conceituação dos atuais Plintossolos como classe individualizada no sistema referencial. Grande parte dessa classe é integrada pelos vários solos da antiga classe Laterita Hidromórfica, com agregação de parte dos solos de algumas outras classes, conceituadas antes do Plintossolo. O último acréscimo importante no sistema referencial foi a classe Podzólico Ver- melho-Escuro (Camargo et al., 1982), provendo grupo à parte de solos distintos da tradi- cional classe Podzólico Vermelho-Amarelo. O posicionamento dessa nova classe é homólogo ao dos demais podzólicos e se coloca em contraparte a Latossolo Vermelho-Escuro. A classe estabelecida inclui parte desmembrada de Podzólico Vermelho-Amarelo e engloba a totalidade da extinta Terra Roxa Estruturada Similar. Estas foram importantes mudanças que incidiram na trajetória da classificação de solos no sentido de sua nacionalização ora efetivada através das quatro aproximações elaboradas de 1980 a 1997 e da publicação do Sistema Brasileiro de Classificação de Solos (Embrapa, 1998 e 1999). Nesta 2a edição do SiBCS mudanças relevantes ocorreram, desde o nível de Ordem até o nível de Subgrupo, com redefinição, reestruturação, extinção e inclusão de classes, conforme discutido e aprovado no Comitê Excutivo de Classificação de Solos (Santos et al., 2003). Siglas e Abreviaturas CE - Comitê Executivo de Classificação de Solos CNEPA - Centro Nacional de Ensino e Pesquisas Agronômicas (Ministério da Agricultura) CTC – Centro de Tecnologia Canavieira Embrapa - Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária Embrapa Amazônia Oriental - Centro de Pesquisa Agroflorestal da Amazônia Oriental (CPATU) Embrapa Cerrados - Centro de Pesquisa Agropecuária dos Cerrados (CPAC) Embrapa Clima Temperado - Centro de Pesquisa Agropecuária de Clima Temperado (CPACT) Embrapa Florestas - Centro Nacional de Pesquisa de Florestas (CNPF) Embrapa Milho e Sorgo - Centro Nacional de Pesquisa de Milho e Sorgo (CNPMS) Embrapa Monitoramento por Satélite – Centro Nacional de Pesquisa de Monitoramento Ambiental e de Recursos Naturais por Satélite (CNPM) Embrapa Semi – Árido - Centro de Pesquisa Agropecuária do Trópico Semi-Árido (CPATSA) Embrapa Solos - Centro Nacional de Pesquisa de Solos (CNPS) Embrapa Tabuleiros Costeiros – Centro de Pesquisa Agropecuária dos Tabuleiros Costeiros (CPATC) EPAGRI - Empresa de Pesquisa Agropecuária e Difusão de Tecnologia do Estado de Santa Catarina ESALQ - Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz - USP FAO - Food and Agriculture Organization FUNCEME - Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos IAC - Instituto Agronômico de Campinas IBGE - Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística NRCS - Natural Resources Conservation Service (ex-SCS/USDA) PESAGRO-RJ - Empresa de Pesquisa Agropecuária do Estado do Rio de Janeiro RCC - Reunião de Classificação e Correlação SCS - Soil Conservation Service SBCS – Sociedade Brasileira de Ciência do Solo SiBCS – Sistema Brasileiro de Classificação de Solos SNLCS - Serviço Nacional de Levantamento e Conservação de Solos (atual Embrapa Solos) TFSA - Terra Fina Seca ao Ar UDESC - Universidade do Estado de Santa Catarina UEP - Unidade de Execução de Pesquisa e Desenvolvimento de Recife (UEP Recife). UEPG - Universidade Estadual de Ponta Grossa UENF - Universidade Estadual do Norte Fluminense UFBA - Universidade Federal da Bahia UFRRJ - Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro UFLA - Universidade Federal de Lavras UFMT - Universidade Federal de Mato Grosso UFPR - Universidade Federal do Paraná UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul UFRPE - Universidade Federal Rural de Pernambuco UFSM - Universidade Federal de Santa Maria UFG - Universidade Federal de Goiás UCG - Universidade Católica de Goiás UFU - Universidade Federal de Uberlândia UFV - Universidade Federal de Viçosa UnB - Universidade de Brasília UNESP - Universidade Estadual Paulista Júlio Mesquita Filho UNICAMP - Universidade Estadual de Campinas UNICENTRO - Universidade Estadual do Centro - Oeste do Paraná USDA - United States Department of Agriculture Níveis Categóricos do Sistema ...........................................................67 Classes do 1o nível categórico (ordens)...................................................................... 67 Classes do 2o nível categórico (subordens) ............................................................... 68 Classes do 3o nível categórico (grandes grupos) ....................................................... 68 Classes do 4o nível categórico (subgrupos) ............................................................... 69 5o nível categórico (famílias ) ....................................................................................... 69 6o nível categórico (séries) ........................................................................................... 69 Nomenclatura das Classes .................................................................70 Classes de 1o, 2o, 3o e 4o níveis categóricos ............................................................... 70 5o nível categórico (famílias) ........................................................................................ 71 6o nível categórico (séries) .................................................................... 71 Bases e Critérios ................................................................................72 Argissolos ...................................................................................................................... 72 Cambissolos .................................................................................................................. 72 Chernossolos ................................................................................................................ 73 Espodossolos ................................................................................................................ 73 Gleissolos ...................................................................................................................... 73 Latossolos ...................................................................................................................... 74 Luvissolos ...................................................................................................................... 74 Neossolos ...................................................................................................................... 74 Nitossolos ...................................................................................................................... 74 Organossolos ................................................................................................................ 75 Planossolos ................................................................................................................... 75 Plintossolos ................................................................................................................... 75 Vertissolos ..................................................................................................................... 76 Conceito e Definição das Classes de 1o Nível ....................................76 Argissolos ...................................................................................................................... 76 Cambissolos .................................................................................................................. 77 Chernossolos ................................................................................................................ 78 Espodossolos ................................................................................................................ 79 Gleissolos ...................................................................................................................... 80 Latossolos ...................................................................................................................... 82 Luvissolos ...................................................................................................................... 83 Neossolos ...................................................................................................................... 84 Nitossolos ...................................................................................................................... 85 Organossolos ................................................................................................................ 86 Planossolos ................................................................................................................... 87 Plintossolos ................................................................................................................... 89 Vertissolos ..................................................................................................................... 90 CAPÍTULO 3 Níveis Categóricos do Sistema Nomeclatura das Classes Bases e Critérios Conceito e Definição das Classes de 1º Nível (Ordens) Classificação dos Solos até o 4o Nível Categórico ..............................93 Chave para a identificação das classes de solos ....................................................... 96 Chave para as ordens .................................................................................................. 97 Luvissolos ........................................................................................177 CAPÍTULO 4 CLASSIFICAÇÃO DOS SOLOS ATÉ O 4º Nível Categórico CAPÍTULO 5 CAPÍTULO 6 ARGISSOLOS CAMBISSOLOS CAPÍTULO 7 CHERNOSSOLOS CAPÍTULO 8 ESPODOSSOLOS CAPÍTULO 9 GLEISSOLOS CAPÍTULO 10 LATOSSOLOS Argissolos ....................................................................................... 101 Cambissolos ....................................................................................119 Chernossolos ...................................................................................131 Espodossolos ...................................................................................137 Gleissolos ........................................................................................147 CAPÍTULO 11 LUVISSOLOS Latossolos ........................................................................................161 CAPÍTULO 12 NEOSSOLOS CAPÍTULO 13 NITOSSOLOS CAPÍTULO 14 ORGANOSSOLOS CAPÍTULO 15 PLANOSSOLOS CAPÍTULO 16 PLINTOSSOLOS CAPÍTULO 17 Vertissolos Neossolos ........................................................................................181 Nitossolos ........................................................................................193 Organossolos ...................................................................................201 Planossolos ......................................................................................209 Plintossolos ......................................................................................215 Vertissolos .......................................................................................225 Definições Provisórias de 5o e 6o Níveis Categóricos .......................231 Classes do 5o nível categórico (famílias)................................................................... 231 Classes do 6o nível categórico (séries) ...................................................................... 237 CAPÍTULO 18 DEFINIÇÕES PROVISÓRIAS DE 5º E 6º NÍVEIS CATEGÓRICOS Introdução O Sistema Brasileiro de Classificação de Solos é uma prioridade nacional compar- tilhada com várias instituições de ensino e pesquisa do Brasil, desde as primeiras tentativas de organização, a partir da década de 70, conhecidas como aproximações sucessivas, buscando definir um sistema hierárquico, multicategórico e aberto, que permita a inclusão de novas classes e que torne possível a classificação de todos os solos existentes no território nacional. No período entre 1978 e 1997 foram elaboradas: a 1ª aproximação (Embrapa, 1980g), a 2ª aproximação (Embrapa, 1981), a 3ª aproximação (Embrapa, 1988c) e a 4ª aproximação (Embrapa, 1997b), compreendendo discussões, organização, circulação de documentos para críticas e sugestões, assim como a divulgação, de início restrita, entre participantes e membros da comunidade científica, culminando com a publicação da 1a edição do Sistema Brasileiro de Classificação de Solos-SiBCS (Embrapa, 1999), ampla- mente divulgada, nacional e internacionalmente e adotada no Brasil como o sistema oficial de classificação de solos no país. O aperfeiçoamento permanente do SiBCS é um projeto nacional, de interesse e responsabilidade da comunidade de Ciência do Solo no país e é coordenado pelo Centro Nacional de Pesquisa de Solos da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa Solos). Tem como fundamento as parcerias institucionais, os estudos anteriores e a evolu- ção recente dos conhecimentos na área de Ciência do Solo. O ponto de referência inicial para a 1a edição foi a 3ª aproximação do sistema (Embrapa, 1988c) e as seguintes publicações: Mapa mundial de suelos (FAO, 1990), Référentiel pédologique français e Référentiel pédologique (Association Française pour L’Étude du Sol, 1990 e 1995), Keys to soil taxonomy (Estados Unidos, 1994 e 1998) e World reference base for soil resources (FAO, 1994 e 1998). Esta 2a edição do sistema de classificação é, à luz de conhecimentos e pesquisas geradas no país e no exterior (Soil Taxonomy, Estados Unidos, 1999; The Australian Soil Classification, Isbell, 1996), o resultado de uma revisão e atualização dos parâmetros e critérios utilizados na 1ª edição (Embrapa, 1999) e aproximações anteriores, bem como da incorporação de sugestões e contribuições enviadas pela comunidade científica. O projeto de desenvolvimento e validação do Sistema Brasileiro de Classificação de Solos está gerando ações em três instâncias de discussão e decisão, compreendendo grupos organizados e atuantes em nível nacional, regional e local. As discussões e deci- sões passam pelos grupos organizados, em nível interinstitucional, abrangendo as diversas regiões do Brasil que contam com equipes nas universidades, em instituições públicas estaduais ou federais e/ou instituições privadas, que têm trabalhado na execução de levan- tamentos de solos, elaboração de dissertações e teses, e em outras atividades relacionadas a este tema. Quatro níveis de estudo de classificação de solos foram estabelecidos em escala hierárquica de decisões, a saber: um Comitê Assessor Nacional, um Comitê Executivo, cinco Comitês Regionais e vários núcleos estaduais de discussão e colaboração. Na 1a edição foram mantidas as 14 classes do 1º nível categórico da 4ª aproxi- mação do sistema. Todavia, grande parte dos parâmetros e critérios utilizados na 4ª apro- ximação passaram por muitas mudanças em seus conceitos e definições. Na presente 2a edição constam somente 13 classes de 1o nível categórico (Ordem), em conseqüência da extinção da Ordem Alissolos, de acordo com proposta de usuários do sistema, membros do Comitê Assessor Nacional e Comitês Regionais, discutidas e aprovadas pelo Comitê Executivo. As classes de solos foram estruturadas até o 4º nível categórico, porém só foram incor- poradas nesta edição aquelas que foram objeto de discussões e aprovação do Comitê Executivo. Os problemas de nomenclatura e das chaves para identificação das classes do 1º nível categórico até o 4º nível só foram discutidos no Comitê Executivo, embora tenham sido recebidas sugestões de membros do Comitê Assessor Nacional e dos Comitês Regionais. Na 1a edição do sistema, as definições das classes no 1º e 2º níveis categóricos (ordens e subordens) foram aperfeiçoadas e foram definidas as classes no 3º e 4º níveis categóricos (grandes grupos e subgrupos), mas não se procedeu a uma discussão mais apurada dessas definições. Na 2a edição, com base em propostas e experiência de uso do sistema, algumas modificações foram introduzidas. As classes do 1º nível categórico (ordens) estão em ordem alfabética no capítulo 3 (Conceito e Definição das Classes de 1o Nível) e do capítulo 5 ao 17. Nos capítulos 3 e 18 constam, temporariamente, critérios e atributos taxonômicos para definição de classes do 5º nível categórico (famílias) e de 6º nível categórico (séries), em processo de discussão e até o momento sem avanços relevantes. Para estes níveis, é importante a validação das propostas através de pesquisas direcionadas para este fim. Os critérios recomendados devem ser testados nas distintas classes de solos, verificando metodologias apropriadas e respostas em termos de importâncias agronômica, geotécnica e para fins diversos. Este é um campo que deve ser estimulado nas ações de pesquisas nas instituições diversas. A maioria dos apêndices foi mantida de acordo com a 1ª edição, mas alguns foram atualizados, tais como, simbologia das classes, padronização das cores para mapas de solos com opções de utilização do sistema Pantone, CMYK e RGB e HSV para ArcView (até o 2o nível categórico), correlação entre classes dos sistemas de classificação SiBCS, FAO-WRB e Soil Taxonomy. São utilizadas as definições e notações de horizontes e camadas de solo de acordo com a EMBRAPA (1988a) e os conhecimentos básicos de características morfológicas contidos na Reunião Técnica de Levantamento de Solos (1979) e no Manual de descrição e coleta de solos no campo (Lemos & Santos, 1996; Santos et al., 2005; IBGE, 2005). Em todo o texto seguiram-se as designações do sistema internacional de medidas, confor- me Guide for the use of the international system of units (SI) (Taylor, 1995). Definição de Solo O solo que classificamos é uma coleção de corpos naturais, constituídos por partes sólidas, líquidas e gasosas, tridimensionais, dinâmicos, formados por materiais mi- nerais e orgânicos que ocupam a maior parte do manto superficial das extensões continen- tais do nosso planeta, contém matéria viva e podem ser vegetados na natureza onde ocor- rem e, eventualmente, terem sido modificados por interferências antrópicas. Quando examinados a partir da superfície consistem de seções aproximadamen- te paralelas, organizadas em camadas e, ou, horizontes que se distinguem do material de origem inicial, como resultado de adições, perdas, translocações e transformações de ener- gia e matéria, que ocorrem ao longo do tempo e sob a influência dos fatores clima, organis- mos e relevo. As alterações pedológicas de que são dotados os horizontes do solo revelam contraste com o substrato rochoso ou seu resíduo pouco alterado ou ainda sedimentos de natureza diversa, expressando diferenciação pedológica em relação aos materiais pré-exis- tentes em função de processos pedogenéticos. As camadas são pouco ou nada afetadas pelos processos pedológicos. O solo tem como limite superior a atmosfera. Os limites laterais são os contatos com corpos d’água superficiais, rochas, gelo, áreas com coberturas de materiais detríticos inconsolidados, aterros ou com terrenos sob espelhos d’água permanentes. O limite inferior do solo é difícil de ser definido. Em geral, o solo passa gradualmente no seu limite inferior, em profundidade, para rocha dura ou materiais saprolíticos ou sedimentos que não apresen- tam sinais da influência de atividade biológica. O material subjacente (não-solo) contrasta com o solo, pelo decréscimo nítido de constituintes orgânicos, decréscimo de alteração e decomposição dos constituintes minerais, enfim, pelo predomínio de propriedades mais relacionadas ao substrato rochoso ou ao material de origem não consolidado. O corpo tridimensional que representa o solo é chamado de pedon. A face do pedon que vai da superfície ao contato com o material de origem, constituindo a unidade básica de estudo do Sistema Brasileiro de Classificação, é o perfil de solo, sendo avaliado em duas dimensões e perfazendo uma área mínima que possibilite estudar a variabilidade dos atributos, propriedades e características dos horizontes ou camadas do solo. Nas condições de clima tropical úmido, prevalecentes no Brasil, a expressão da atividade biológica e os processos pedogenéticos comumente ultrapassam profundidades maiores que 200cm. Nestes casos, por questões práticas de execução de trabalhos de campo, principalmente, o limite inferior do solo que classificamos é arbitrariamente fixado em 200cm, exceto quando: a) o horizonte A exceder a 150cm de espessura. Neste caso, o limite arbitrado é de 300cm; ou b) no sequum estiver presente o horizonte E, cuja espessura somada a do A seja igual ou maior que 200cm. Neste caso o limite arbitrado é de 400cm. 35Atributos Diagnósticos Caráter Êutrico Usado para distinguir solos que apresentam pH (em H 2O) ≥ 5,7, conjugado com valor S (soma de bases) ≥ 2,0 cmolc/kg de solo dentro da seção de controle que defina a classe. Caráter Sódico O caráter sódico é usado para distinguir horizontes ou camadas que apresentem satu- ração por sódio (100Na+/T) ≥ 15%, em alguma parte da seção de controle que defina a classe Critério derivado de Estados Unidos (1954). Caráter Solódico O caráter solódico é usado para distinguir horizontes ou camadas que apresen- tem saturação por sódio (100Na+/T) variando de 6% a < 15%, em alguma parte da seção de controle que defina a classe. Critério derivado de FAO (1974). Caráter Salino3 Propriedade referente à presença de sais mais solúveis em água fria que o sulfato de cálcio (gesso), em quantidade que interfere no desenvolvimento da maioria das culturas, indicada por condutividade elétrica do extrato de saturação igual ou maior que 4dS/m e menor que 7dS/m (a 25° C), em alguma época do ano. Critério derivado de Estados Unidos (1951; 1954). Caráter Sálico3 Propriedade referente à presença de sais mais solúveis em água fria que o sulfato de cálcio (gesso), em quantidade tóxica à maioria das culturas, indicada por condutividade elétrica no extrato de saturação maior que ou igual a 7dS/m (a 25° C), em alguma época do ano. Caráter Carbonático Propriedade referente à presença de 150g/kg de solo ou mais de CaCO3 equiva- lente sob qualquer forma de segregação, inclusive concreções, desde que não satisfaça os requisitos estabelecidos para horizonte cálcico. Critério derivado de Estados Unidos (1975). 3 Caráter salino e sálico – saliente-se que só a condutividade elétrica não é suficiente para determinar a presença ou não desses caracteres; há necessidade de se analisar os sais solúveis presentes, pois, o horizonte sulfúrico pode apresentar valores 4,0 e 3,5 dS/m, como ocorreu em determinados solos da Usina Coruripe em Alagoas. 36 Sistema Brasileiro de Classificação de Solos Caráter com Carbonato Propriedade referente à presença de CaCO3 equivalente sob qualquer forma de segregação, inclusive concreções, igual ou superior a 50g/kg de solo e inferior a 150g/kg de solo; esta propriedade discrimina solos sem caráter carbonático, mas que possuem CaCO3 em algum horizonte. Critério conforme o suplemento do Soil Survey Manual (Estados Unidos, 1951). Mudança Textural Abrupta Mudança textural abrupta consiste em um considerável aumento no teor de argi- la dentro de pequena distância na zona de transição entre o horizonte A ou E e o horizonte subjacente B. Quando o horizonte A ou E tiver menos que 200g de argila/kg de solo, o teor de argila do horizonte subjacente B, determinado em uma distância vertical ≤ 7,5cm, deve ser pelo menos o dobro do conteúdo do horizonte A ou E. Quando o horizonte A ou E tiver 200g/kg de solo ou mais de argila, o incremento de argila no horizonte subjacente B, determinado em uma distância vertical ≤ 7,5cm, deve ser pelo menos de 200g/kg a mais em valor absoluto na fração terra fina (por exemplo: de 300g/kg para 500g/kg, de 220g/ kg para 420g/kg). Critério derivado de FAO (1974). Caráter Flúvico Usado para solos formados sob forte influência de sedimentos de natureza aluvionar, que apresentam um dos seguintes requisitos: 1) distribuição irregular (errática) do conteúdo de carbono orgânico em profundi- dade, não relacionada a processos pedogenéticos; e/ou 2) camadas estratificadas em 25% ou mais do volume do solo. Plintita É uma formação constituída da mistura de argila, pobre em carbono orgânico e rica em ferro, ou ferro e alumínio, com grãos de quartzo e outros minerais. Ocorre comumente sob a forma de mosqueados vermelhos, vermelho-amarelados e vermelho-escuros, com padrões usualmente laminares, poligonais ou reticulados. Quanto à gênese, a plintita se forma em ambiente úmido, pela segregação de ferro, importando em mobilização, transpor- te e concentração final dos compostos de ferro, que pode se processar em qualquer solo onde o teor de ferro for suficiente para permitir a segregação do mesmo, sob a forma de manchas vermelhas brandas. A plintita não endurece irreversivelmente como resultado de um único ciclo de umedecimento e secagem. No solo úmido a plintita é macia, podendo ser cortada com a pá. A plintita é um corpo distinto de material rico em óxido de ferro, e pode ser separada dos nódulos ou concreções ferruginosas consolidadas (petroplintita) que são ex- tremamente firmes ou extremamente duras, sendo que a plintita é firme quando úmida e 37Atributos Diagnósticos dura ou muito dura quando seca, tendo diâmetro > 2mm e podendo ser separada da matriz do solo, isto é, do material envolvente. Ela suporta amassamento e rolamento moderado entre o polegar e o indicador, podendo ser quebrada com a mão. A plintita quando submersa em água, por período de duas horas, não esboroa, mesmo submetida a suaves agitações periódicas, mas pode ser quebrada ou amassada após ter sido submersa em água por mais de duas horas. As cores da plintita situam-se nos matizes de 10R a 7,5YR, com cromas altos, e está comumente associada a mosqueados que não são considerados como plintita, de cores bruno-amareladas, vermelho-amareladas, ou corpos que são quebradiços ou friáveis ou firmes, mas desintegram-se quando pressionados pelo polegar e o indicador, e esboroam na água. A plintita pode ocorrer em forma laminar, nodular, esferoidal ou irregular. Critério derivado de Estados Unidos (1975) e Daniels et al. (1978). Petroplintita Material normalmente proveniente da plintita, que sob efeito de ciclos repetitivos de umedecimento seguidos de ressecamento acentuado, sofre consolidação vigorosa, dan- do lugar à formação de nódulos ou de concreções ferruginosas (“ironstone”, concreções lateríticas, canga, tapanhoacanga) de dimensões e formas variadas (laminar, nodular, esferoidal ou em forma alongada, posicionadas na vertical ou irregularmente) individualiza- das ou aglomeradas. Critério derivado de Sys (1967) e Daniels et al. (1978). Caráter Plíntico Usado para distinguir solos que apresentam plintita em quantidade ou espessura insuficientes para caracterizar horizonte plíntico, em um ou mais horizontes, em alguma parte da seção de controle que defina a classe. É requerida plintita em quantidade mínima de 5% por volume. Caráter Concrecionário Termo usado para definir solos que apresentam petroplintita na forma de nódu- los ou concreções em um ou mais horizontes dentro da seção de controle que defina a classe em quantidade e/ou com espessura insuficientes para caracterizar horizonte concrecionário. É requerida petroplintita em quantidade mínima de 5% por volume. Caráter Litoplíntico Usado para definir solos que apresentam petroplintita na forma contínua e conso- lidada em um ou mais horizontes em alguma parte da seção de controle que defina a classe, cuja espessura do material ferruginoso é insuficiente para caracterizar horizonte litoplíntico. 40 Sistema Brasileiro de Classificação de Solos quase sempre, cores de croma 1 ou menor (cores neutras N). Por outro lado, materiais de solo orgânico sulfídrico comumente têm croma mais alto (2 ou maior). Os valores são 5 ou menores, mais comumente 4 ou menor. Os matizes são 10YR ou mais amarelos, ocasional- mente com matizes esverdeados ou azulados. Materiais sulfídricos geralmente não têm mosqueados, exceto por diferentes graus de cinza ou preto, a não ser que estejam iniciando um processo de oxidação, o qual pode ser evidenciado pela precipitação de óxidos de ferro em fendas ou canais. Critério derivado de Estados Unidos (1994), Fanning et al. (1993) e Kämpf et al. (1997). Caráter Epiáquico Este caráter ocorre em solos que apresentam lençol freático superficial temporá- rio resultante da má condutividade hidráulica de alguns horizontes do solo. Esta condição de saturação com água permite que ocorram os processos de redução e segregação de ferro nos horizontes que antecedem ao B e, ou, no topo deste. Um solo apresenta caráter epiáquico se ele é, temporariamente, saturado com água na parte superficial, a menos que tenha sido drenado, por um período suficientemente longo para possibilitar o aparecimento de condições de redução (isto pode variar de alguns dias nos trópicos há algumas semanas em outras regiões), exibindo padrões de cores associados à estagnação de água na parte superficial do solo. O solo apresenta coloração variegada, ou mosqueados, no mínimo comuns e distintos, devido aos processos de redução e oxidação. O croma aumenta sua expressão, com cores mais vívidas, em profundidade. O padrão de mosqueado pode ocorrer abaixo do horizonte A ou da camada arável (horizonte Ap), ou imediatamente abaixo de um horizonte E, topo do horizonte B, ou no próprio horizonte E. O padrão de distribuição das características de redução e oxidação, com concen- trações de óxidos de ferro e/ou manganês no interior dos elementos estruturais (ou na matriz do solo se a estrutura não apresenta agregação), constitui uma boa indicação do caráter epiáquico. Critério derivado de FAO (1998). Caráter Crômico4 Refere-se à predominância, na maior parte do horizonte B, excluído o BC, de cores (amostra úmida) conforme definido a seguir: 1) matiz 5YR ou mais vermelho, com valores iguais ou maiores que 3 e cromas iguais ou maiores que 4; ou 4Alguns exemplos de solos com caráter crômico e não-crômico: Luvissolos: Bruno Não Cálcico (crômico) - perfil 26 (Brasil, 1971b, p.241); Podzólico Bruno-Acinzentado (não- crômico) - perfil 5 (amostra de laboratório nº 80.1496/1502 - Embrapa, 1980e); 41Atributos Diagnósticos 2) matiz mais amarelo que 5YR, valores 4 a 5 e cromas 3 a 6. Caráter Ebânico5 Diz respeito à dominância de cores escuras, quase pretas, na maior parte do hori- zonte diagnóstico subsuperficial com predominância de cores conforme definido a seguir: 1) para matiz 7,5 YR ou mais amarelo: a) cor úmida: valor <4 e croma < 3 b) cor seca: valor <6 2) para matiz mais vermelho que 7,5YR: a) cor úmida: preto ou cinzento muito escuro (Munsell) b) cor seca: valor <5 Caráter Rúbrico Caráter utilizado para solos das subordens Latossolos Brunos e Nitossolos Brunos, que apresentam em alguma parte da seção de controle que define a classe, cor úmida amassada com matiz mais vermelho que 5YR, valor na amostra úmida menor que 4 e na amostra seca, com apenas uma unidade a mais. Teor de Óxidos de Ferro O emprego do teor de óxidos de ferro (expresso na forma Fe2O3 e obtido por extração com ataque sulfúrico) possibilita uma melhor separação das classes de solo. Con- siderando-se os teores de óxidos de ferro, pode-se separar: 1) solos com baixo teor de óxidos de ferro: teores < 80g/kg de solo (hipoférrico); 2) solos com médio teor de óxidos de ferro: teores variando de 80 a < 180g/ kg de solo (mesoférrico); 3) solos com alto teor de óxidos de ferro: teores de 180g/kg a < 360g/kg de solo (férrico); o termo férrico é aplicado também na classe dos NITOSSOLOS para solos que apresentem teores de Fe2O3 (pelo H2SO4) ≥ 150g/kg e menor que 360g/kg de solo; e 4) solos com muito alto teor de óxidos de ferro: teores ≥ 360g/kg de solo (perférrico). 5Exemplos de solos com caráter ebânico e não-ebânico: Chernossolos: com cor escura (ebânico) - perfil 5 (amostra de laboratório nº 80.1528/33 - Embrapa, 1980e);cor menos escura (não-ebânico) - perfil 70 (Embrapa, 1984, tomo 2, p.565). 42 Sistema Brasileiro de Classificação de Solos Grau de Decomposição do Material Orgânico Os seguintes atributos são utilizados nos ORGANOSSOLOS: 1) material orgânico-fíbrico - material orgânico, constituído de fibras6, facilmen- te identificável como de origem vegetal. Tem 40% ou mais de fibras esfregadas7, por volume, e índice do pirofosfato igual a 5 ou maior. Se o volume de fibras for 75% ou mais, por volume, o critério do pirofosfato não se aplica. O material fíbrico é usualmente classificado na escala de decomposição de von Post nas classes 1 a 4 (Apêndice E). Apresenta cores, pelo pirofosfato de sódio, com valores e cromas de 7/1, 7/2, 8/1, 8/2 ou 8/3 (Munsell soil color charts, 1994, p.10YR); 2) material orgânico-hêmico - material orgânico em estágio de decomposição intermediário entre fíbrico e sáprico. O material é parcialmente alterado por ação física e bioquímica. Não satisfaz os requisitos para material fíbrico ou sáprico. O teor de fibra esfregada varia de 17 a 40%, por volume. O material hêmico é usualmente classificado na escala de decomposição de von Post na classe 5 ou 6 (Apêndice E); 3) material orgânico-sáprico - material orgânico em estágio avançado de decom- posição. Normalmente, tem o menor teor de fibras, a mais alta densidade e a mais baixa capacidade de retenção de água no estado de saturação, dentre os três tipos de matériais orgânicos. É muito estável, física e quimicamente, alteran- do-se muito pouco no decorrer do tempo, a menos que drenado. O teor de fibra esfregada é menor que 17%, por volume, e o índice do pirofosfato é igual a 3 ou menor. O material sáprico é usualmente classificado na escala de decomposição de von Post, na classe 7 ou mais alta (Apêndice E). Apresenta cores, pelo pirofosfato de sódio, com valores menores que 7, exceto as combinações de valor e croma de 5/1, 6/1, 6/2, 7/1, 7/2, ou 7/3 (Munsell soil color charts, 1994, p.10YR). Critério derivado de Estados Unidos (1998). 6 Fibra - é definida como o material orgânico que mostra evidências de restos de plantas, excluídas as partes vivas, retido em peneira de abertura 100 mesh (0,149mm de diâmetro). Excetuam-se os fragmentos lenhosos que não podem ser amassados com os dedos e são maiores que 2cm na menor dimensão. 7 Fibra esfregada - refere-se à fibra que permanece na peneira de 100 mesh após esfregar, cerca de 10 vezes, uma amostra de material orgânico entre o polegar e o indicador. 2 C ap ítu lo Horizontes Diagnósticos Superficiais Horizontes Diagnósticos Subsuperficiais Embrapa Solos Colaboradores Horizontes Diagnósticos Superficiais Horizonte Hístico É um tipo de horizonte constituído predominantemente de material orgânico, contendo 80g/kg ou mais de carbono orgânico (C-org)1 , resultante de acumulações de resíduos vegetais depositados superficialmente, ainda que, no presente, possa encontrar- se recoberto por horizontes ou depósitos minerais e mesmo camadas orgânicas mais recen- tes. Mesmo após revolvimento da parte superficial do solo (ex: por aração), os teores de matéria orgânica, após mesclagem com material mineral, mantêm-se elevados. Compreende materiais depositados nos solos sob condições de excesso de água (horizonte H), por longos períodos ou todo o ano, ainda que no presente tenham sido artifi- cialmente drenados, e materiais depositados em condições de drenagem livre (horizonte O), sem estagnação de água, condicionados pelo clima úmido, como em ambiente altimontano. O horizonte hístico pode ocorrer à superfície ou estar soterrado por material mineral e deve atender a um dos seguintes requisitos: a) espessura maior ou igual a 20 cm; b) espessura maior ou igual a 40 cm quando 75% (expresso em volume) ou mais do horizonte for constituído de tecido vegetal na forma de restos de ramos finos, raízes finas, cascas de árvores, excluindo as partes vivas; c) espessura de 10 cm ou mais quando sobrejacente a um contato lítico; ou sobrejacente a material fragmentar constituído por 90% ou mais (em volume) de fragmentos de rocha (cascalho, calhaus e matacões). 1 Contribuição de Valladares (2003), Tese de Doutorado UFRRJ, título: Caracterização de Organossolos, auxílio à sua classificação. 46 Sistema Brasileiro de Classificação de Solos Horizonte A Chernozêmico É um horizonte mineral superficial, relativamente espesso, de cor escura, com alta saturação por bases, que, mesmo após revolvimento superficial (ex.: por aração), aten- da às seguintes características: a) estrutura do solo suficientemente desenvolvida, com agregação e grau de desenvolvimento moderado ou forte, não sendo admitida, simultaneamente, es- trutura maciça e consistência quando seco, dura ou mais (muito dura e extrema- mente dura). Prismas sem estrutura secundária, com dimensão superior a 30cm também não são admitidos, à semelhança de estrutura maciça; b) a cor do solo, em ambas as amostras, indeformada e amassada, é de croma igual ou inferior a 3 quando úmido, e valores iguais ou mais escuros que 3 quando úmido e que 5 quando seco. Se o horizonte superficial apresentar 400g/ kg de solo ou mais de carbonato de cálcio equivalente, os limites de valor quan- do seco são relegados; quanto ao valor quando úmido, o limite passa a ser de 5 ou menos; c) a saturação por bases (V%) é de 65% ou mais, com predomínio do íon cálcio e/ou magnésio; d) o conteúdo de carbono orgânico é de 6g/kg de solo ou mais em todo o horizonte, conforme o critério de espessura no item seguinte. Se, devido à pre- sença de 400g/kg de solo ou mais de carbonato de cálcio equivalente, os requi- sitos de cor são diferenciados do usual, o conteúdo de carbono orgânico é de 25g/kg de solo ou mais nos 18cm superficiais. O limite superior do teor de carbono orgânico, para caracterizar o horizonte A chernozêmico, é o limite infe- rior excludente do horizonte hístico; e) a espessura, incluindo horizontes transicionais, tais como AB, AE ou AC, mesmo quando revolvido o material de solo, deve atender a um dos seguintes requisitos: 1) 10cm ou mais, se o horizonte A é seguido de contato com a rocha; ou 2) 18cm no mínimo e mais que um terço da espessura do solum, ou mais que um terço da espessura dos horizontes A+C caso não ocorra B, se estas forem inferiores a 75cm; ou 3) 25cm no mínimo, se o solo tiver 75cm ou mais de espessura. Horizonte A Proeminente As características do horizonte A proeminente são comparáveis àquelas do A chernozêmico, no que se refere a cor, teor de carbono orgânico, consistência, estrutura e espessura; diferindo, essencialmente, por apresentar saturação por bases (V%) inferior a 65%. 47Horizontes Diagnósticos Superficiais Horizonte A Húmico É um horizonte mineral superficial, com valor e croma (cor do solo úmido) igual ou inferior a 4 e saturação por bases (V%) inferior a 65%, apresentando espessura e conteúdo de carbono orgânico (C-org) dentro de limites específicos, conforme os seguintes critérios: a) espessura mínima como a descrita para o horizonte A chernozêmico; b) teor de carbono orgânico inferior ao limite mínimo para caracterizar o horizon- te hístico; c) teor total de carbono igual ou maior ao valor obtido pela seguinte equação: ∑ (C-org, em g/kg, de suborizontes A x espessura do suborizonte, em dm) ≥ 60 + (0,1 x média ponderada de argila, em g/kg, do horizonte superficial, incluindo AB ou AC)2. Assim, deve-se proceder aos seguintes cálculos para avaliar se o horizonte pode ser qualificado como húmico. Inicialmente, multiplica-se o teor de carbono orgânico (g/kg) de cada suborizonte pela espessura do mesmo suborizonte, em dm [C-org (g/kg) de cada suborizonte A x espessura do mesmo suborizonte (dm)]. O somatório dos produtos dos teores de C-org pela espessura dos suborizontes, é o teor de C-org total do horizonte A (C- org total). A seguir, calcula-se a média ponderada de argila do horizonte A, a qual é obtida multiplicando-se o teor de argila (g/kg) do suborizonte pela espessura do mesmo suborizonte (dm) e dividindo-se o resultado pela espessura total do horizonte A, em dm (teor de argila dos suborizontes A em g/kg x espessura dos mesmos suborizontes em dm / espessura total do horizonte A em dm). O valor de C-org total requerido para um horizonte qualificar-se como húmico deve ser maior ou igual aos resultados obtidos pela seguinte equação: • C-org total ≥ 60 + (0,1 x média ponderada de argila do horizonte A) Para facilitar a compreensão dos procedimentos acima, é apresentado, a seguir, um exemplo prático dos cálculos realizados em um horizonte A, descrito e coletado em campo. 2 Para solos que apresentam apenas um horizonte superficial, ou seja, não apresentam suborizontes, o cálculo é efetua- do considerando-se o teor de carbono desse horizonte multiplicado pela sua espessura. Procedimento semelhante deve ser seguido para cálculo da média ponderada de argila. Subho- rizonte Prof. (cm) C-org Argila Cálculo da média ponderada da argila Cálculo do C-org total -------------------------g/kg---------------------- A1 0- 31 20,6 200 200 x 3,1dm/6,8dm=91,18 20,6x3,1dm= 63,86 A2 - 53 10,6 230 230 x 2,2 dm/6,8dm=74,41 10,6x2,2dm = 23,32 AB - 68 8,4 250 250 x 1,5 dm/6,8dm=55,15 8,4x1,5dm = 12,60 Total = 220,74 Total = 99,78 50 Sistema Brasileiro de Classificação de Solos a) ter pelo menos 10% da soma das espessuras dos horizontes sobrejacentes e no mínimo 7,5cm; ou b) ter 15cm ou mais, se os horizontes A e B somarem mais que 150cm; ou c) ter 15cm ou mais, se a textura do horizonte E ou A for areia franca ou areia; ou d) se o horizonte B for inteiramente constituído por lamelas, estas devem ter, em conjunto, espessura superior a 15cm; ou e) se a textura for média ou argilosa, o horizonte B textural deve ter espessura de pelo menos 7,5cm. Em adição a isto, para caracterização de um horizonte B textural devem ocorrer uma ou mais das seguintes características: f) presença de horizonte E no sequum, acima do horizonte B considerado, desde que o B não satisfaça os requisitos para horizonte B espódico, plíntico ou plânico; g) grande aumento de argila total do horizonte A para o B, o suficiente para caracterizar uma mudança textural abrupta3 ; ou h) incremento de argila total do horizonte A para B, dentro de uma seção de controle definida em função da espessura do horizonte A, suficiente para que a relação textural B/A4 satisfaça uma das alternativas abaixo: 1) nos solos com mais de 400g de argila/kg de solo no horizonte A, relação maior que 1,50; ou 2) nos solos com 150 a 400g de argila/kg de solo no horizonte A, relação maior que 1,70; ou 3) nos solos com menos de 150g de argila/kg de solo no horizonte A, relação maior que 1,80. i) quando o incremento de argila total do horizonte A para o B for inferior ao especificado no item h, o horizonte B textural deve satisfazer a uma das seguin- tes condições: 1) solos de textura média ou arenosa/média, com ausência de macroagregados devem apresentar argila iluvial, representada por cerosidade moderada, sob forma de revestimentos nos grãos individuais de areia, orientada de acordo com a superfície dos mesmos ou formando pontes ligando os grãos. 3 O incremento de argila aqui considerado não deve ser exclusivamente por descontinuidade litológica. 4 Calculada pela divisão da média aritmética do teor de argila total do horizonte B (excluído o BC) pela média de argila total de A, de conformidade com os itens que se seguem: a) se o horizonte A tem menos que 15cm de espessura, considerar uma espessura máxima de 30cm a partir do topo do horizonte B (inclusive BA) para o cálculo da média de argila no B (exclusive BC); b) se o horizonte A tem 15cm ou mais, considerar uma espessura, a partir do topo do horizonte B (inclusive BA), que seja o dobro da espessura de A para cálculo da média de argila no B (exclusive BC). 51Horizontes Diagnósticos Subsuperficiais 2) solos com horizonte B de textura média e com estrutura prismática ou em blocos moderada ou mais desenvolvida devem apresentar cerosidade no míni- mo moderada em um ou mais suborizontes, da parte superior do B. 3) solos com horizonte B de textura argilosa ou muito argilosa e com estrutu- ra prismática ou em blocos devem apresentar cerosidade no mínimo comum e moderada em um ou mais suohorizontes, da parte superior do B. 4) solos com relação textural B/A igual ou maior que 1,4, conjugado com presença de fragipã dentro de 200cm da superfície desde que não satisfaça os requisitos para B espódico. j) se o perfil apresentar descontinuidade de material originário entre os horizontes A ou E e o B textural (principalmente solos desenvolvidos de materiais recentes, como sedimentos aluviais) ou se somente uma camada arada encontra-se acima do B textural, este necessita satisfazer um dos requisitos especificados nos itens h e/ou i. Derivado de “argillic horizon” (Estados Unidos, 1975). Nota: os horizontes B textural e B nítico não são mutuamente exclusivos. A distinção entre ARGISSOLOS e NITOSSOLOS é feita pelos teores de argila, pelo gradiente textural e pela diferenciação de cor no solo (policromia), conforme critérios constantes na definição de NITOSSOLOS. Horizonte B Latossólico É um horizonte mineral subsuperficial, cujos constituintes evidenciam avançado estágio de intemperização, explícita pela alteração quase completa dos minerais primários menos resistentes ao intemperismo e/ou de minerais de argila 2:1, seguida de intensa dessilicificação, lixiviação de bases e concentração residual de sesquióxidos, argila do tipo 1:1 e minerais primários resistentes ao intemperismo. Em geral, é constituído por quantida- des variáveis de óxidos de ferro e de alumínio, minerais de argila 1:1, quartzo e outros minerais mais resistentes ao intemperismo, podendo haver a predominância de quaisquer desses materiais. Na constituição do horizonte B latossólico não deve restar mais do que 4% de minerais primários alteráveis (pouco resistentes ao intemperismo) ou 6% no caso de muscovita, determinados na fração areia e recalculados em relação à fração terra fina. A fração menor que 0,05mm (silte + argila) poderá apresentar pequenas quantidades de argilominerais interestratificados ou ilitas, mas não deve conter mais do que traços de argilominerais do grupo das esmectitas. Não deve ter mais de 5% do volume da massa do horizonte B latossólico que mostre estrutura da rocha original, como estratificações finas, ou saprólito, ou fragmentos de rochas pouco resistentes ao intemperismo. O horizonte B latossólico deve apresentar espessura mínima de 50cm, textura franco arenosa ou mais fina e baixos teores de silte, de maneira que a relação silte/argila seja inferior a 0,7 nos solos de textura média e inferior a 0,6 nos solos de textura argilosa, na maioria dos suborizontes do B até a profundidade de 200cm (ou 300cm se o horizonte A exceder a 150cm de espessura). 52 Sistema Brasileiro de Classificação de Solos O horizonte B latossólico pode apresentar cerosidade pouca e fraca. Pode conter mais argila do que o horizonte sobrejacente, porém o incremento da fração argila com o aumento da profundidade é pequeno, de maneira que comparações feitas a intervalos de 30cm ou menos entre os horizontes A e B, ou dentro da seção de controle para cálculo da relação textural, apresentam diferenças menores que aquelas necessárias para caracterizar um horizonte B textural. Alguns horizontes B latossólicos apresentam valores de pH determinados em so- lução de KCl 1mol. L-1 mais elevados que os determinados em H2O, evidenciando saldo de cargas positivas, características condizentes com estágio de intemperização muito avançado. A capacidade de troca de cátions no horizonte B latossólico deve ser menor do que 17 cmolc/kg de argila, sem correção para carbono. A relação molecular SiO2/Al2O3 (Ki) no horizonte B latossólico é menor do que 2,2, sendo normalmente inferior a 2,0. O horizonte B latossólico apresenta diferenciação pouco nítida entre os seus suborizontes, com transição, de maneira geral, difusa. O limite superior do horizonte B latossólico, em alguns casos, é difícil de ser identificado no campo, por apresentar muito pouco contraste de transição com o horizonte que o precede, verificando-se nitidez de contraste quase que somente de cor e de estrutura entre a parte inferior do horizonte A e o horizonte B latossólico. A estrutura neste horizonte pode ser fortemente desenvolvida, quando os ele- mentos de estrutura forem granulares, de tamanho muito pequeno e pequeno, ou fraca e mais raramente de desenvolvimento moderado, quando se tratar de estrutura em blocos subangulares. A consistência do material do horizonte B, quando seco, varia de macia a muito dura e de firme a muito friável quando úmido. Usualmente, apresenta alto grau de floculação nos subhorizontes mais afastados da superfície e com menor teor de matéria orgânica, o que evidencia a pouca mobilidade das argilas e a alta resistência à dispersão. Muitos solos de textura média, principalmente aque- les com mais baixos teores de argila e os muito intemperizados com saldo de cargas posi- tivas, podem não apresentar um alto grau de floculação. Em síntese, o horizonte B latossólico é um horizonte subsuperficial que não apresenta características diagnósticas de horizonte glei, B textural, B nítico e horizonte plíntico, encontra-se presente abaixo de qualquer horizonte diagnóstico superficial, exceto o hístico, e deve atender a todas as características abaixo relacionadas: a) estrutura forte muito pequena a pequena granular (microestrutura), ou blocos subangulares fracos ou moderados; b) espessura mínima de 50cm; c) menos de 5% do volume que mostre estrutura da rocha original, como estratificações finas, ou saprólito, ou fragmentos de rocha semi ou não intemperizada; 55Horizontes Diagnósticos Subsuperficiais àquelas do horizonte B incipiente, porém o citado horizonte transicional não é considerado um horizonte B incipiente em razão de sua posição em seqüência a um horizonte de maior expressão de desenvolvimento pedogenético. Corresponde, em parte, ao “cambic horizon”, conforme Estados Unidos (1994). Horizonte B Nítico Horizonte mineral subsuperficial, não hidromórfico, de textura argilosa ou muito argilosa, sem incremento de argila do horizonte superficial para o subsuperficial ou com peque- no incremento, traduzido em relação textural B/A sempre inferior a 1,5. Apresentam ordinaria- mente argila de atividade baixa ou caráter alítico. A estrutura, de grau de desenvolvimento moderado ou forte, é em blocos subangulares e, ou, angulares, ou prismática, que pode ser composta de blocos. Apresenta superfícies normalmente reluzentes dos agregados, caracterís- tica esta descrita no campo como cerosidade de quantidade e grau de desenvolvimento no mínimo comum e moderada. Apresentam transição gradual ou difusa entre os suborizontes do horizonte B. Este horizonte pode ser encontrado à superfície se o solo foi erodido. O horizonte para ser identificado como B nítico deve atender aos seguintes requisitos: a) espessura de 30cm ou mais, a não ser que o solo apresente contato lítico nos primeiros 50cm de profundidade, quando deve apresentar 15cm ou mais de es- pessura; e b) textura argilosa ou muito argilosa; c) estrutura em blocos ou prismática de grau de desenvolvimento moderado ou forte, associada a cerosidade em quantidade no mínimo comum e com grau forte ou moderado; ou d) no caso de horizonte B nítico em solos Nitossolos Brunos, a estrutura é prismática composta de blocos subangulares e angulares, de grau moderado ou fortemente desenvolvido, e admite-se que a superfície dos agregados seja pouco reluzente (superfícies de compressão). Neste caso observam-se nos cortes de estrada aspecto característico de fendilhamento, indicativo de alta expansão e contração pelo umedecimento e secagem do material de solo, decorrente dos altos teores de argila. Nota: os horizontes B textural e B nítico não são mutuamente exclusivos. A distinção entre ARGISSOLOS e NITOSSOLOS é feita pelos teores de argila, pelo gradiente textural e pela diferenciação de cor no solo (policromia), conforme critérios constantes na definição de NITOSSOLOS. Horizonte B Espódico Horizonte mineral subsuperficial, com espessura mínima de 2,5cm, que apresen- ta acumulação iluvial de matéria orgânica, associada a complexos de sílica-alumínio ou húmus-alumínio, podendo ou não conter ferro. Ocorre, normalmente, sob qualquer tipo de horizonte A ou sob um horizonte E (álbico ou não) que pode ser precedido de horizonte A ou horizonte hístico. 56 Sistema Brasileiro de Classificação de Solos É possível que o horizonte B espódico ocorra na superfície se o solo foi trunca- do, ou devido à mistura da parte superficial do solo pelo uso agrícola. De um modo geral, o horizonte B espódico não apresenta organização estrutural definida, apresentando tipos de estrutura na forma de grãos simples ou maciça, podendo, eventualmente, ocorrer outros tipos de estrutura com fraco grau de desenvolvimento. No horizonte B espódico podem ocorrer partículas de areia e silte, com revestimentos parciais de matéria orgânica, material amorfo e sesquióxidos livres, ou preenchimento de poros por esses materiais, bem como grânulos de matéria orgânica e sesquióxidos de diâmetro entre 20 e 50m. Em função dos compostos iluviais dominantes, e do grau de cimentação, no horizonte espódico podem ser identificados os seguintes sufixos aplicados aos símbolos de horizontes, associados ou não no perfil de solo: Bs – usualmente apresenta cores vivas de croma alto, indicando que os compos- tos de ferro são dominantes ou co-dominantes e que há pouca evidência de maté- ria orgânica iluvial, exceto por padrões descontínuos na transição entre os hori- zontes A ou E para o B espódico. Em geral, os horizontes identificados como Bs tem matiz de 5YR, 7,5YR ou 10YR, valor 4 ou 5 (no máximo 6), e croma 4 a 8. Bhs – identificado pela iluviação expressiva de ferro e matéria orgânica, sendo os compostos orgânicos distribuídos em faixas, ou como mosqueados, ou aglo- merados, ou estrias, formando padrões heterogêneos dos compostos iluviais de ferro, alumínio e matéria orgânica. Horizontes Bhs contêm quantidades significa- tivas de ferro e alumínio extraíveis por oxalato (Feo e Alo), entretanto, os limites ainda precisam ser estabelecidos para solos brasileiros. Em geral, os horizontes identificados como Bhs tem matiz de 2,5YR a 10YR, valor/croma de 3/4, 3/6, 4/3 ou 4/4. Bh – iluviação dominante de complexos matéria orgânica-alumínio, com pouca ou nenhuma evidência de ferro iluvial. O horizonte é relativamente uniforme lateralmente e apenas o conteúdo de matéria orgânica e de alumínio decrescem em profundidade. No horizonte Bh, em geral, os grãos de areia não estão reves- tidos por material iluvial, que ocorre como grânulos ou precipitados de matéria orgânica e sesquióxidos de alumínio. Dominam nos horizontes identificados como Bh cores escuras, com valor <4 e croma <3. O horizonte B espódico também pode se apresentar sob a forma consolidada, denominada “ortstein” (Bsm, Bhsm ou Bhm). Este apresenta-se contínuo ou praticamente contínuo, fortemente cimentado por complexos organometálicos e/ou aluminossilicatos amorfos e/ou compostos amorfos constituídos por diversas proporções de Al, Si e Fe. A consistência muito firme ou extremamente firme é geralmente independente do teor de umidade do solo. Combinações dos horizontes acima podem ocorrer ao longo do perfil, como Bh – Bhs, Bh – Bs, ou Bh – Bs – Bsm etc., com variações de transição, espessura, padrões de cor e outras propriedades morfológicas. Outro horizonte que pode ocorrer associado ou como variação do B espódico é o Plácico (do grego plax, pedra chata, significando um fino pã cimentado). Constitui um 57Horizontes Diagnósticos Subsuperficiais horizonte fino, de cor preta a vermelho escura que é cimentado por ferro (ou ferro e manganês), com ou sem matéria orgânica. Este horizonte constitui um impedimento à pas- sagem da água e ao desenvolvimento das raízes das plantas. Existem poucos registros da ocorrência deste horizonte e, portanto, da variabilidade de atributos tais como espessura. Em vista do conhecimento atual, o horizonte plácico deve atender aos seguintes requisitos: a) o horizonte é cimentado ou endurecido por ferro ou ferro e manganês, com ou sem matéria orgânica, acompanhados ou não de outros agentes cimentantes; b) o horizonte é contínuo lateralmente, exceto por fendas verticais espaçadas de, pelo menos, 10cm através das quais pode haver penetração do sistema radicular; e c) o horizonte tem uma espessura variável entre 0,5cm (mínimo) e 2,5cm (máximo). Em síntese, o horizonte B espódico é aquele que tem espessura mínima de 2,5cm, com acumulação iluvial de matéria orgânica, associada a complexos de sílica-alumínio ou húmus- alumínio, podendo ou não conter ferro, ou acumulação apenas de ferro, com pouca evidência de matéria orgânica iluvial e que apresenta uma ou mais das seguintes características: a) um horizonte E (álbico ou não) sobrejacente e cores úmidas de acordo com um dos itens a seguir: 1) matiz 5YR ou mais vermelho; 2) matiz 7,5YR com valor 5 ou menor e croma 4 ou menor; 3) matiz 10YR, com valor e croma 3 ou menor; 4) cores neutras com valor 3 ou menor (N 3/ ). b) uma das cores do item anterior ou matiz 7,5YR com valor 5 ou menor e croma 5 ou 6, ou matiz 10YR com valor 5 ou menor e croma menor que 6 e apresentando uma ou mais das seguintes características: 1) cimentação por matéria orgânica e alumínio, com ou sem ferro, em 50% ou mais do horizonte e consistência firme ou muito firme nas partes cimentadas; 2) quando de textura arenosa ou média, os grãos de areia não cobertos por películas de ferro ou matéria orgânica apresentam fissuras ou presença de grânulos pretos do tamanho da fração silte, ou ambos; 3) percentagem de alumínio mais metade da percentagem de ferro (determina- dos pelo oxalato de amônio) com valor 0,50 ou maior, sendo este valor pelo menos o dobro do encontrado no horizonte sobrejacente, seja A ou E. 4) qualquer cor se o horizonte é continuamente cimentado por uma combinação de matéria orgânica e alumínio com ou sem ferro, apresentando consistência quando úmido muito firme ou extremamente firme. Critérios derivado de Estados Unidos (1999); FAO (1994), Isbell (1996). 60 Sistema Brasileiro de Classificação de Solos quando molhado, a consistência varia de ligeiramente plástica a muito plástica e de ligeira- mente pegajosa a muito pegajosa. O horizonte plíntico comumente apresenta argila de atividade baixa, com relação molecular Ki entre 1,20 e 2,20, entretanto tem sido constatada também argila de atividade alta neste horizonte (Anjos et al., 1995). O horizonte plíntico se forma em terrenos com lençol freático alto ou que pelo menos apresente restrição temporária à percolação da água. Regiões de clima quente e úmido, com relevo plano a suave ondulado, de áreas baixas como depressões, baixadas, terços inferiores de encostas e áreas de surgente das regiões quente e úmidas favorecem o desenvolvimento de horizonte plíntico, por permitir que o terreno permaneça saturado com água, pelo menos, uma parte do ano e sujeito a flutuações do lençol freático. A presença de concreções e nódulos de ferro imediatamente acima da zona do horizonte plíntico pode ser uma comprovação de plintita no perfil, evidenciando, desse modo, uma acentuada influência do processo de umedecimento e secagem nestas seções. Este processo é acelerado quando o material é exposto em trincheiras, valas ou cortes antigos de estrada. Quando um mesmo horizonte satisfizer, simultaneamente, os requisitos para ser identificado como horizonte plíntico e também como qualquer um dos seguintes horizon- tes: B textural, B latossólico, B nítico, B incipiente, B plânico (excetuando-se B plânico de caráter sódico), ou horizonte glei, será identificado como horizonte plíntico, sendo a ele conferida a precedência taxonômica sobre os demais horizontes citados. Horizonte Concrecionário Horizonte constituído de 50% ou mais, por volume, de material grosseiro com predomínio de petroplintita, do tipo nódulos ou concreções de ferro ou de ferro e alumínio, numa matriz terrosa de textura variada ou matriz de material mais grosseiro. É identificado como qualquer um dos seguintes horizontes: Ac, Ec, Bc ou Cc. O horizonte concrecionário, para ser diagnóstico, deve apresentar no mínimo 30cm de espessura. Quando um mesmo horizonte satisfizer, coincidentemente, os requisitos para horizonte concrecionário e para qualquer um dos seguintes horizontes: B textural, B latossólico, B nítico, B incipiente, horizonte plânico (excetuando B plânico de caráter sódico), horizonte glei ou qualquer tipo de horizonte A, será a ele conferida precedência taxonômica. Critério derivado de Reunião ... (1979), FAO (1990; 1994) e Embrapa (1988a). Horizonte Litoplíntico O horizonte litoplíntico é constituído por petroplintita contínua ou praticamente contínua. Este horizonte pode englobar uma seção do perfil muito fraturada mas em que existe predomínio de blocos de petroplintita com tamanho mínimo de 20cm, ou as fendas 61Horizontes Diagnósticos Subsuperficiais que aparecem são poucas e separadas umas das outras por 10cm ou mais. Para ser diagnóstico, o horizonte litoplíntico deve ter uma espessura de 10cm ou mais. Este horizonte constitui um sério impedimento à penetração das raízes e ao livre fluxo da água. O horizonte litoplíntico difere de um horizonte B espódico cimentado (“ortstein”) por conter pouca ou nenhuma matéria orgânica. Derivado de horizonte litoplíntico, conforme Smith et al. (1977), Embrapa (1988a), FAO (1994; 1998). Horizonte Glei É um horizonte mineral subsuperficial ou eventualmente superficial, com espes- sura de 15cm ou mais, caracterizado por redução de ferro e prevalência do estado reduzido, no todo ou em parte, devido principalmente à água estagnada, como evidenciado por cores neutras ou próximas de neutras na matriz do horizonte, com ou sem mosqueados de cores mais vivas. Trata-se de horizonte fortemente influenciado pelo lençol freático e regime de umidade redutor, virtualmente livre de oxigênio dissolvido em razão da saturação por água durante todo o ano, ou pelo menos por um longo período, associado à demanda de oxigê- nio pela atividade biológica. Esse horizonte pode ser constituído por material de qualquer classe textural e suas cores são de cromas bastante baixos, próximas de neutras ou realmente neutras, tornando-se, porém, mais brunadas ou amareladas por exposição do material ao ar. Quando existe estrutura com agregação, as faces dos elementos estruturais apresentam cor acinzentada ou azulada ou esverdeada ou neutra como uma fase contínua e podem ter mosqueamento de cores mais vivas; o interior dos elementos de estrutura pode ter mosqueado de contraste proeminente, mas usualmente há uma trama de lineamentos ou bandas de croma baixo contornando os mosqueados. Quando da inexistência de elementos estrutu- rais, a matriz do horizonte (fundo) mais tipicamente apresenta croma 1 ou menor, com ou sem mosqueados. O horizonte sendo saturado com água periodicamente, ou o solo tendo sido drena- do, deve apresentar algum mosqueado, de croma alto e cores amareladas ou avermelhadas, resultantes de segregação de ferro e precipitação na forma de óxidos. Pode apresentar acumu- lações sob a forma de mosqueados pretos ou preto-avermelhados, brandos ou semiconsolidados, ou ainda de nódulos ou concreções, de manganês ou de ferro e manganês. Quando presente, o teor de plintita é menor que 15%. O horizonte glei pode ser um horizonte C, B, E ou hístico ou A, exceto o fraco. Pode, ou não, ser coincidente com aumento de teor de argila no solo, mas, em qualquer caso, deve apresentar evidências de expressiva redução. Em síntese, o horizonte glei é um horizonte mineral, com espessura mínima de 15cm, com menos de 15% de plintita e é saturado com água por influência do lençol freático durante algum período ou o ano todo, a não ser que tenha sido artificialmente drenado, apresentando evidências de processos de redução, com ou sem segregação de 62 Sistema Brasileiro de Classificação de Solos ferro, caracterizadas por um ou mais dos seguintes requisitos: a) dominância de cores, em solo úmido, nas faces dos elementos da estrutura, ou na matriz (fundo) do horizonte, quando sem elementos estruturais, de acordo com um dos seguintes itens: 1) cores neutras (N1/ a N8/) ou mais azul que 10Y; ou 2) para matizes mais vermelhos que 5YR e valores maiores ou iguais a 4, os cromas devem ser iguais ou menores que 1; ou 3) para matizes 5YR ou mais amarelos e valores maiores ou iguais a 4, os cromas devem ser menores ou iguais a 2, admitindo-se para solos de matiz dominante 10YR ou mais amarelo, croma 3, que deverá diminuir no horizonte subjacente; ou 4) para todos os matizes e quaisquer valores, os cromas podem ser menores ou iguais a 2, desde que ocorram mosqueados de redução. b) Coloração variegada com pelo menos uma das cores de acordo com um dos ítens anteriores; ou c) Presença de ferro reduzido, indicada em testes realizados no campo, pela cor desenvolvida mediante aplicação de indicadores químicos: como por exemplo a cor azul escura desenvolvida pelo ferricianeto de potássio a 1% em solução aquo- sa, ou a cor vermelha intensa desenvolvida pelo alfa, alfa dipiridil (Childs, 1981). Em qualquer dos casos, as cores de matiz: neutro, azulado, esverdeado ou de croma 3 ou menos, variam no seu matiz com a secagem5 por exposição do material ao ar. Quando um horizonte satisfizer, coincidentemente, os requisitos para ser identi- ficado como horizonte glei e também como qualquer dos horizontes diagnósticos sulfúrico, B incipiente, B textural, B nítico e B latossólico, será identificado como horizonte glei, atribuindo-se à condição de gleização importância mais decisiva para identificação de hori- zonte diagnóstico que aos demais atributos que ocorrem simultaneamente no horizonte. Derivado de horizonte G, conforme Estados Unidos (1951), parcialmente de “hydromorphic properties” (FAO, 1974), de “gleyic properties” (FAO, 1998) e de “cambic horizon” (Estados Unidos, 1975; FAO, 1994). Horizonte Cálcico Horizonte cálcico é formado pela acumulação de carbonato de cálcio. Esta acu- mulação normalmente está no horizonte C, mas pode ocorrer no horizonte B ou A. 5Modificações da cor são comumente perceptíveis em alguns minutos, após expor o torrão úmido à secagem, partindo- o e comparando a cor da superfície externa seca com a da parte interna úmida. 65Horizontes Diagnósticos Subsuperficiais Duripã É um horizonte mineral subsuperficial, cimentado, contínuo ou presente em 50% ou mais do volume de outro horizonte com grau variável de cimentação por sílica e poden- do ainda conter óxido de ferro e carbonato de cálcio. Como resultado disto, os duripãs variam de aparência, porém todos apresentam consistência, quando úmidos, muito firme ou extremamente firme e são sempre quebradiços, mesmo após prolongado umedecimento. É um horizonte no qual: a) a cimentação é suficientemente forte, de modo que fragmentos secos não se esboroam, mesmo durante prolongado período de umedecimento; b) revestimentos de sílica, presentes em alguns poros e em algumas faces estru- turais, são insolúveis em solução de HCl 1mol. L-1, mesmo durante prolongado tempo de saturação, mas são solúveis em solução concentrada e aquecida de KOH ou diante da adição alternada de ácido e álcali; c) a cimentação não é destruída em mais da metade de qualquer capeamento laminar que possa estar presente, ou em algum outro horizonte contínuo ou imbricado, quando o material de solo é saturado com ácido, mas é completamen- te destruída pela solução concentrada e aquecida de KOH por tratamento único ou alternado com ácido; d) as raízes e a água não penetram na parte cimentada, a não ser ao longo de fraturas verticais que se distanciam de 10cm ou mais. Corresponde à parte de conceito de “indurated pans”, segundo Estados Unidos (1951; 1994). 3 C ap ítu lo Níveis Categóricos do Sistema Nomenclatura das Classes Bases e Critérios Conceito e Definição das Classes de 1º Nível (Ordens) Embrapa Solos Colaboradores Níveis Categóricos do Sistema Nível categórico de um sistema de classificação de solos é um conjunto de classes definidas segundo atributos diagnósticos em um mesmo nível de generalização ou abstração e incluindo todos os solos que satisfizerem a essa definição. As características ou proprieda- des usadas para a definição de um nível categórico devem ser propriedades dos solos que possam ser identificadas no campo ou que possam ser inferidas de outras propriedades que são reconhecidas no campo ou a partir de conhecimentos da ciência do solo e de outras disciplinas correlatas. As características diferenciais para os níveis categóricos mais elevados da classificação de solos devem ser propriedades dos solos que resultam diretamente dos processos de gênese do solo ou que afetam, diretamente, a gênese do mesmo, porque estas propriedades apresentam um maior número de características acessórias. Os níveis categóricos aplicados para o Sistema Brasileiro de Classificação de Solos são seis: 1º nível categórico (ordens), 2º nível categórico (subordens), 3º nível categórico (grandes grupos), 4º nível categórico (subgrupos), 5º nível categórico (famílias) e 6º nível categórico (séries). Classes do 1º nível categórico (ordens) No caso das ordens, no SiBCS, em algumas classes estão agrupados solos que, na classificação anterior, constituíam classes individualizadas nos levantamentos de solos no país. É o caso dos NEOSSOLOS, a qual agrupa no 2º nível categórico os solos antes chamados de Regossolos, Solos Litólicos, Litossolos, Solos Aluviais e Areias Quartzosas. As diversas classes no 1º nível categórico são separadas pela presença ou au- sência de determinados atributos, horizontes diagnósticos ou propriedades que são passí- veis de serem identificadas no campo mostrando diferenças no tipo e grau de desenvolvi- mento dos processos que atuaram na formação do solo. Assim, a separação das classes no 1º nível categórico teve como base os sinais deixados no solo, pela atuação de um conjun- to de processos que foram considerados os dominantes no desenvolvimento do solo. Ressalte-se que a ausência dessas características no solo também foi empregada como critério para separação de classes neste 1º nível categórico. 68 Sistema Brasileiro de Classificação de Solos Os atributos diagnósticos que refletem a natureza do meio ambiente e os efeitos (sinais) dos processos de formação do solo, dominantes na sua gênese, são os que devem ter maior peso para o 1º nível categórico, pois têm o maior número de características acessórias. No caso específico dos ORGANOSSOLOS, os atributos diagnósticos tiveram por objetivo diferenciá-los dos solos constituídos por material mineral. Assim, as proprieda- des a serem utilizadas devem contribuir para: a) diferenciá-los dos solos minerais; b)indicar seu potencial de modificação quando drenados e/ou cultivados; c) prever ou identificar a qualidade do substrato mineral e/ou resíduo mineral; d) selecionar características diferenciais que mudem pouco ou mudem muito lentamente com o uso e manejo, além de permitir a predição do seu comporta- mento e do potencial agrícola (diferenciais com grande número de características acessórias). Classes do 2º nível categórico (subordens) As classes são separadas por propriedades ou características diferenciais que: a) refletem a atuação de outros processos de formação que agiram conjuntamen- te ou afetaram os processos dominantes e cujas características foram utilizadas para separar os solos no 1º nível categórico; ou, b) ressaltam as características responsáveis pela ausência de diferenciação de horizontes diagnósticos; ou, c) envolvem propriedades resultantes da gênese do solo e que são extremamen- te importantes para o desenvolvimento das plantas e/ou para usos não agrícolas e que tenham grande número de propriedades acessórias; ou, d) ressaltam propriedades ou características diferenciais que representam varia- ções importantes dentro das classes do 1º nível categórico. Classes do 3º Nível Categórico (grandes grupos) As classes são separadas por uma ou mais das seguintes características: a) tipo e arranjamento dos horizontes; b) atividade da fração argila; condição de saturação do complexo sortivo por bases ou por alumínio, ou por sódio e/ou a presença de sais solúveis; c) presença de horizontes ou propriedades que restringem o desenvolvimento das raízes e afetam o livre movimento da água no solo. 71Nomeclatura das Classes NEOSSOLOS FLÚVICOS Ta Eutróficos vérticos 1º e 2º níveis categóricos 3º nível categórico 4º nível categórico Em textos corridos de livros, artigos em revistas, tabelas e semelhantes, as clas- ses de 1o, 2o e 3o níveis categóricos podem ser escritas em caixa baixa com as primeiras letras maiúsculas e no 4o nível categórico, com todas as letras minúsculas (Neossolos Flúvicos Ta Eutróficos vérticos, por exemplo). Todas as classes do 3º e do 4º níveis categóricos devem ter o sufixo “ico” no fim do nome, como no exemplo acima. 5º Nível Categórico (famílias, em discussão) Para haver uma certa coerência na nomenclatura do 5O nível categórico, sugere- se a seguinte seqüência na designação da classe: grupamento textural, distribuição de cascalho e concreções no perfil, constituição esquelética do solo, tipo de horizonte A (que não tenha sido utilizado em outros níveis categóricos), saturação por bases (especificação do estado de saturação, como hiper, meso, epi, etc), saturação por alumínio, teor de ferro, caráter alofânico, características especiais pedogenéticas ou decorrentes do uso, profundi- dade e reação do solo. Critérios especiais devem ser adotados para a classe dos ORGANOSSOLOS, que privilegiem a natureza da matéria orgânica do solo. O nome do solo no 5O nível categórico (família), é formado adicionando-se ao nome de subgrupo, os qualificativos pertinentes, com letras minúsculas, separados por vírgula, por exemplo: Latossolo Amarelo Ácrico petroplíntico, textura argilosa cascalhenta, endoconcrecionário, A moderado, gibbsítico – oxídico, aniônico 6º Nível Categórico (séries, não definidas no país) Para identificação das séries, sugerem-se, nomes de acidentes geográficos, cida- des, distritos, regiões, rios, pessoas ou termos geográficos que se destaquem na paisagem. A criação, definição e conceituação de séries requer intenso trabalho de correlação de solos em nível nacional e interinstitucional, controle rígido de nomes de séries e suas definições, conceituações e descrições. Reconhece-se que não há condições econômicas, institucionais, experiência e pessoal capacitado suficiente para lidar com os procedimentos normais de correlação e controle de populações de séries oficiais de solos no país. A série é um nível categórico do sistema de classificação e deve ter os limites da classe definidos, da mesma forma que as Ordens, Subordens, Grandes Grupos, Subgrupos e Famílias. As séries estão relacionadas às famílias. Uma família pode conter uma ou mais séries. 72 Sistema Brasileiro de Classificação de Solos No Brasil, a série de solos nunca foi utilizada formalmente, isto é, definida, conceituada, correlacionada e designada por nome próprio, em nível nacional. Ainda que alguns trabalhos identifiquem classes de solos por nomes próprios ou referentes a termos regionais e locais, como no Levantamento de solos do Estado do Rio Grande do Sul (Brasil, 1973a) e no Levantamento detalhado de solos da área da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (Ramos, 1970). Não obstante, para fins de levantamento pedológico detalhado de uma área res- trita, o sistema permite atingir a este nível taxonômico, a partir da subdivisão de famílias segundo critérios estabelecidos para definição e conceituação de série. Bases e Critérios As bases1 e critérios2 envolvidos na conceituação e definição das classes ora reconhecidas são: Argissolos Grupamento de solos com B textural, com argila de atividade baixa ou alta conjugada com saturação por bases baixa ou caráter alítico. • Base - evolução avançada com atuação incompleta de processo de ferralitização, em conexão com paragênese caulinítica-oxidíca ou virtualmente caulinítica, ou com hidroxi-Al entre camadas, na vigência de mobilização de argila da parte mais superficial do solo, com concentração ou acumulação em horizonte subsuperficial. • Critério - desenvolvimento (expressão) de horizonte diagnóstico B textural em vinculação com atributos que evidenciam a baixa atividade da fração argila ou o caráter alítico. Cambissolos Grupamento de solos pouco desenvolvidos com horizonte B incipiente. • Base - pedogênese pouco avançada evidenciada pelo desenvolvimento da estrutura do solo, alteração do material de origem expressa pela quase ausên- cia da estrutura da rocha ou da estratificação dos sedimentos, croma mais alto, matizes mais vermelhos ou conteúdo de argila mais elevados que os horizontes subjacentes. 1 Bases - ordem de considerações que governam a formação das classes (Cline,1963). 2 Critérios - elementos pelos quais as classes são diferenciadas na aplicação do sistema aos solos (Cline, 1963); isto é, atributos que distinguem as classes das demais de mesmo nível categórico. Constituem as características diferen- ciais da classe. 73Bases e Critérios • Critério - desenvolvimento de horizonte B incipiente em seqüência a horizon- te superficial de qualquer natureza, inclusive o horizonte A chernozêmico, quando o B incipiente deverá apresentar argila de atividade baixa e, ou, satu- ração por bases baixa. Chernossolos Grupamento dos solos com horizonte A chernozêmico, com argila de atividade alta e alta saturação por base, com ou sem acumulação de carbonato de cálcio. • Base - evolução, não muito avançada, segundo atuação expressiva de pro- cesso de bissialitização, manutenção de cátions básicos divalentes, principal- mente cálcio, conferindo alto grau de saturação dos colóides e eventual acu- mulação de carbonato de cálcio, promovendo reação aproximadamente neutra com enriquecimento em matéria orgânica, favorecendo a complexação e floculação de colóides minerais e orgânicos. • Critério - desenvolvimento de horizonte superficial, diagnóstico, A chernozêmico, seguido de horizonte C, desde que cálcico ou carbonático, ou conjugado com horizonte B textural ou B incipiente, com ou sem horizonte cálcico ou caráter carbonático, sempre com argila de atividade alta e saturação por bases alta. Espodossolos Grupamento de solos com B espódico. • Base - atuação de processo de podzolização com eluviação de compostos de alumínio com ou sem ferro em presença de húmus ácido e conseqüente acu- mulação iluvial desses constituintes. • Critério - desenvolvimento de horizonte diagnóstico B espódico em seqüên- cia a horizonte E (álbico ou não) ou A. Gleissolos Grupamento de solos com expressiva gleização. • Base - hidromorfia expressa por forte gleização, resultante de processos de intensa redução de compostos de ferro, em presença de matéria orgânica, com ou sem alternância de oxidação, por efeito de flutuação de nível do lençol freático, em condições de regime de excesso de umidade permanente ou peri- ódico. • Critério - preponderância e profundidade de manifestação de atributos que evidenciam gleização, conjugada à identificação de horizonte glei. 76 Sistema Brasileiro de Classificação de Solos Vertissolos Grupamento dos Vertissolos. • Base - desenvolvimento restrito pela grande capacidade de movimentação do material constitutivo do solo em conseqüência dos fenômenos de expan- são e contração, em geral associados à alta atividade das argilas. • Critério - expressão e profundidade de ocorrência dos atributos resultantes dos fenômenos de expansão e contração do material argiloso constitutivo do solo. Conceito e Definição das Classes de 1º Nível (ordens)3 Argissolos Conceito - Compreende solos constituídos por material mineral, que têm como características diferenciais a presença de horizonte B textural de argila de atividade baixa, ou alta conjugada com saturação por bases baixa ou caráter alítico. O horizonte B textural (Bt) encontra-se imediatamente abaixo de qualquer tipo de horizonte superficial, exceto o hístico, sem apresentar, contudo, os requisitos estabelecidos para serem enquadrados nas classes dos Luvissolos, Planossolos, Plintossolos ou Gleissolos. Grande parte dos solos desta classe apresenta um evidente incremento no teor de argila do horizonte superficial para o horizonte B, com ou sem decréscimo nos horizontes subjacentes. A transição entre os horizontes A e Bt é usualmente clara, abrupta ou gradual. São de profundidade variável, desde forte a imperfeitamente drenados, de cores avermelhadas ou amareladas, e mais raramente, brunadas ou acinzentadas. A textura varia de arenosa a argilosa no horizonte A e de média a muito argilosa no horizonte Bt, sempre havendo aumento de argila daquele para este. São forte a moderadamente ácidos, com saturação por bases alta ou baixa, pre- dominantemente cauliníticos e com relação molecular Ki, em geral, variando de 1,0 a 3,3. Definição - Solos constituídos por material mineral com argila de ativi- dade baixa ou alta conjugada com saturação por bases baixa ou cará- ter alítico e horizonte B textural imediatamente abaixo de horizonte A ou E, e apresentando, ainda, os seguintes requisitos: a) horizonte plíntico, se presente, não está acima e nem é coincidente com a parte superficial do horizonte B textural; 3 Designações empregadas por Cline (1949), e assim utilizadas em todo o texto. 77Conceito e Definição das Classes de 1º Nível (ordens)3 b) horizonte glei, se presente, não está acima e nem é coincidente com a parte superficial do horizonte B textural. Abrangência - nesta classe estão incluídos os solos que foram classi- ficados anteriormente como Podzólico Vermelho-Amarelo argila de ati- vidade baixa ou alta, pequena parte de Terra Roxa Estruturada, de Terra Roxa Estruturada Similar, de Terra Bruna Estruturada e de Terra Bruna Estruturada Similar, na maioria com gradiente textural necessá- rio para B textural, em qualquer caso Eutróficos, Distróficos ou Álicos, Podzólico Bruno-Acinzentado, Podzólico Vermelho-Escuro, Podzólico Amarelo, Podzólico Acinzentado e mais recentemente solos que foram classificados como Alissolos com B textural. Cambissolos Conceito - compreende solos constituídos por material mineral, com horizonte B incipiente subjacente a qualquer tipo de horizonte superfi- cial, desde que em qualquer dos casos não satisfaçam os requisitos estabelecidos para serem enquadrados nas classes Vertissolos, Chernossolos, Plintossolos, Organossolos. Têm seqüência de hori- zontes A ou hístico, Bi, C, com ou sem R. Devido à heterogeneidade do material de origem, das formas de relevo e das condições climáticas, as características destes solos variam muito de um local para outro. Assim, a classe comporta desde solos fortemente até imperfeitamente drenados, de rasos a profundos, de cor bruna ou bruno-amarelada até vermelho escuro, e de alta a baixa satura- ção por bases e atividade química da fração argila. O horizonte B incipiente (Bi) tem textura franco-arenosa ou mais argilosa, e o solum, geralmente, apresenta teores uniformes de argila, podendo ocorrer ligeiro decrésci- mo ou um pequeno incremento de argila do A para o Bi. Admite-se diferença marcante de granulometria do A para o Bi, em casos de solos desenvolvidos de sedimentos aluviais ou outros casos em que há descontinuidade litológica ou estratificação do material de origem. A estrutura do horizonte Bi pode ser em blocos, granular ou prismática, havendo casos, também, de solos com ausência de agregados, com estrutura em grãos simples ou maciça. Horizonte com presença de plintita ou com gleização pode estar presente em solos desta classe, desde que não satisfaça os requisitos exigidos para ser incluído nas classes dos Plintossolos ou Gleissolos. Alguns solos desta classe possuem características morfológicas similares às dos solos da classe dos Latossolos, mas distinguem-se destes por apresentarem, no horizonte B, uma ou mais das características abaixo especificadas, não compatíveis com solos muito evoluídos: a) capacidade de troca de cátions, sem correção para carbono, ³ 17 cmolc/kg de argila; e/ou b) 4% ou mais de minerais primários alteráveis ou 6% ou mais de muscovita, determinados na fração areia, porém referidos à TFSA; e/ou 78 Sistema Brasileiro de Classificação de Solos c) relação molar SiO2/Al2O3 (Ki), determinada na ou correspondendo à fração argila, maior que 2,2; e/ou d) relação silte/argila igual ou maior que 0,7 quando a textura for média, sendo igual ou maior que 0,6 quando for argilosa ou muito argilosa; este critério é aplicado a solos cujo material de origem é relacionado ao embasamento cristali- no, como as rochas graníticas e gnáissicas; e/ou e) 5% ou mais do volume do solo apresenta estrutura da rocha original, como estratificações finas, ou saprólito, ou fragmentos de rocha semi ou não intemperizada. Definição - solos constituídos por material mineral, que apresentam horizonte A ou hístico com espessura insuficiente para definir a classe dos Organossolos, seguido de horizonte B incipiente e satisfazendo os seguintes requisitos: a) B incipiente não coincidente com horizonte glei dentro de 50cm da superfície do solo; b) B incipiente não coincidente com horizonte plíntico; c) B incipiente não coincidente com horizonte vértico dentro de 100cm da superfície do solo; e d) não apresente a conjugação de horizonte A chernozêmico e horizon- te B incipiente com alta saturação por bases e argila de atividade alta. Abrangência - esta classe compreende os solos anteriormente classifi- cados como Cambissolos, inclusive os desenvolvidos em sedimentos aluviais. São excluídos dessa classe os solos com horizonte A chernozêmico e horizonte B incipiente com alta saturação por bases e argila de atividade alta. Chernossolos Conceito - Compreende solos constituídos por material mineral que têm como características diferenciais: alta saturação por bases e hori- zonte A chernozêmico sobrejacente a horizonte B textural ou B incipiente com argila de atividade alta, ou sobre horizonte C carbonático ou horizonte cálcico, ou ainda sobre a rocha, quando o horizonte A apresentar concentração de carbonato de cálcio. O horizonte A chernozêmico pode ser menos espesso (com 10 cm ou mais) de es- pessura quando seguido de horizonte B com caráter ebânico. São solos normalmente pouco coloridos (escuros ou com tonalidades pouco cromadas e de matizes pouco avermelhados), bem a imperfeitamente drenados, tendo se- qüências de horizontes A-Bt-C ou A-Bi-C, com ou sem horizonte cálcico, e A-C ou A-R, desde que apresentando caráter carbonático ou horizonte cálcico. 81Conceito e Definição das Classes de 1º Nível (ordens)3 São solos mal ou muito mal drenados, em condições naturais, que apresentam seqüência de horizontes A-Cg, A-Big-Cg, A-Btg-Cg, A-E-Btg-Cg, A-Eg-Bt-Cg, Ag-Cg, H- Cg, tendo o horizonte superficial cores desde cinzentas até pretas, espessura normalmente entre 10 e 50cm e teores médios a altos de carbono orgânico. O horizonte glei, que pode ser um horizonte C, B, E ou A, possui cores dominan- temente mais azuis que 10Y, de cromas bastante baixos, próximos do neutro. São solos que ocasionalmente podem ter textura arenosa (areia ou areia franca) somente nos horizontes superficiais, desde que seguidos de horizonte glei de textura fran- co arenosa ou mais fina. Afora os horizontes A, H ou E que estejam presentes, no horizonte C, a estrutura é em geral maciça, podendo apresentar fendas e aspecto semelhante ao da estrutura prismática quando seco ou depois de exposta a parede da trincheira por alguns dias. No horizonte B, quando este ocorre, a estrutura é em blocos ou prismática composta ou não de blocos angulares e subangulares. Podem apresentar horizonte sulfúrico, cálcico, propriedade solódica, sódica, caráter sálico, ou plintita em quantidade ou posição não diagnóstica para enquadramento na classe dos Plintossolos. São solos formados principalmente a partir de sedimentos, estratificados ou não, e sujeitos a constante ou periódico excesso d’água, o que pode ocorrer em diversas situa- ções. Comumente, desenvolvem-se em sedimentos recentes nas proximidades dos cursos d’água e em materiais colúvio-aluviais sujeitos a condições de hidromorfia, podendo for- mar-se também em áreas de relevo plano de terraços fluviais, lacustres ou marinhos, como também em materiais residuais em áreas abaciadas e depressões. São eventualmente forma- dos em áreas inclinadas sob influência do afloramento de água subterrânea (surgentes). São solos que ocorrem sob vegetação hidrófila ou higrófila herbácea, arbustiva ou arbórea. Definição - Solos constituídos por material mineral, com horizonte glei dentro dos primeiros 150 cm da superfície, imediatamente abaixo de horizonte A ou E, ou de horizonte H (hístico) com espessura insufici- ente para definir a classe dos Organossolos, satisfazendo ainda os seguintes requisitos: a) ausência de qualquer tipo de horizonte B diagnóstico acima do horizonte glei; b) ausência de horizonte vértico, plíntico, ou B textural com mudança textural abrupta, coincidente com o horizonte glei; c) ausência de horizonte plíntico dentro de 200 cm a partir da super- fície do solo. Abrangência - esta classe abrange os solos que foram classificados anteriormente como Glei Pouco Húmico, Glei Húmico, parte do Hidromórfico Cinzento (sem mudança textural abrupta), Glei Tiomórfico e Solonchak com horizonte glei. 82 Sistema Brasileiro de Classificação de Solos Latossolos Conceito - compreende solos constituídos por material mineral, com horizonte B latossólico imediatamente abaixo de qualquer um dos ti- pos de horizonte diagnóstico superficial, exceto hístico. São solos em avançado estágio de intemperização, muito evoluídos, como resul- tado de enérgicas transformações no material constitutivo. Os solos são virtualmente des- tituídos de minerais primários ou secundários menos resistentes ao intemperismo, e têm capacidade de troca de cátions da fração argila baixa, inferior a 17cmolc/kg de argila sem correção para carbono, comportando variações desde solos predominantemente cauliníticos, com valores de Ki mais altos, em torno de 2,0, admitindo o máximo de 2,2, até solos oxídicos de Ki extremamente baixo. Variam de fortemente a bem drenados, embora ocorram solos que têm cores pálidas, de drenagem moderada ou até mesmo imperfeitamente drenada, indicativa de for- mação em condições, atuais ou pretéritas, com um certo grau de gleização. São normalmente muito profundos, sendo a espessura do solum raramente infe- rior a um metro. Têm seqüência de horizontes A, B, C, com pouca diferenciação de suborizontes, e transições usualmente difusas ou graduais. Em distinção às cores mais escuras do A, o horizonte B tem cores mais vivas, variando desde amarelas ou mesmo bruno-acinzentadas até vermelho-escuro-acinzentadas, nos matizes 2,5YR a 10YR, depen- dendo da natureza, forma e quantidade dos constituintes minerais - mormente dos óxidos e hidróxidos de ferro - segundo condicionamento de regime hídrico e drenagem do solo, dos teores de ferro no material de origem e se a hematita é herdada ou não. No horizonte C, comparativamente menos colorido, a expressão cromática é bem variável, mesmo heterogê- nea, dada a sua natureza mais saprolítica. O incremento de argila do A para o B é pouco expressivo ou inexistente e a relação textural B/A não satisfaz os requisitos para B textural. De um modo geral, os teores da fração argila no solum aumentam gradativamente com a profundidade, ou permanecem constantes ao longo do perfil. A cerosidade, se presente, é pouca e fraca. Tipicamente, é baixa a mobilidade das argilas no horizonte B, ressalvados comportamentos atípicos, de solos desenvolvidos de material com textura mais leve, de composição areno–quartzosa, de interações com constituintes orgânicos de alta atividade, ou solos com DpH positivo ou nulo. São, em geral, solos fortemente ácidos, com baixa saturação por bases, distróficos ou alumínicos. Ocorrem, todavia, solos com saturação por bases média e até mesmo alta; encontrados geralmente em zonas que apresentam estação seca pronunciada, semi-áridas ou não, ou ainda por influência de rochas básicas ou calcarias. São típicos das regiões equatoriais e tropicais, ocorrendo também em zonas subtropicais, distribuídos, sobretudo, por amplas e antigas superfícies de erosão, pedimentos ou terraços fluviais antigos, normalmente em relevo plano e suave ondulado, embora pos- sam ocorrer em áreas mais acidentadas, inclusive em relevo montanhoso. São originados a partir das mais diversas espécies de rochas e sedimentos, sob condições de clima e tipos de vegetação os mais diversos. Definição - solos constituídos por material mineral, apresentando hori- zonte B latossólico, imediatamente abaixo de qualquer tipo de horizonte 83Conceito e Definição das Classes de 1º Nível (ordens)3 A, dentro de 200cm da superfície do solo ou dentro de 300cm, se o horizonte A apresenta mais que 150cm de espessura. Abrangência - nesta classe estão incluídos todos os antigos Latossolos, excetuadas algumas modalidades anteriormente identificadas como Latossolos plínticos. Luvissolos Conceito - compreende solos minerais, não hidromórficos, com hori- zonte B textural com argila de atividade alta e saturação por bases alta, imediatamente abaixo de horizonte A ou horizonte E. Estes solos variam de bem a imperfeitamente drenados, sendo normalmente pou- co profundos (60 a 120cm), com seqüência de horizontes A, Bt e C, e nítida diferenciação entre os horizontes A e Bt, devido ao contraste de textura, cor e/ou estrutura entre eles. A transição para o horizonte B textural é clara ou abrupta, e grande parte dos solos desta classe possui mudança textural abrupta. Podem ou não apresentar pedregosidade na parte superficial e o caráter solódico ou sódico, na parte subsuperficial. O horizonte Bt é de coloração avermelhada, amarelada e menos freqüentemente, brunada ou acinzentada. A estrutura é usualmente em blocos, moderada ou fortemente desenvolvida, ou prismática, composta de blocos angulares e subangulares. São moderadamente ácidos a ligeiramente alcalinos, com teores de alumínio extraível baixo ou nulo, e com valores elevados para a relação molecular Ki no horizonte Bt, normalmente entre 2,4 e 4,0, denotando presença, em quantidade variável, mas expressi- va, de argilominerais do tipo 2:1. Definição - solos constituídos por material mineral, apresentando horizonte B textural, com argila de atividade alta e alta saturação por bases, imediata- mente abaixo de qualquer tipo de horizonte A, exceto A chernozêmico, ou sob horizonte E, e satisfazendo os seguintes requisitos: a) horizonte plíntico, vértico e plânico, se presentes, não estão acima ou não são coincidentes com a parte superficial do horizonte B textural. b) horizonte glei, se ocorrer, deve estar abaixo do horizonte B textural e se inicia após 50cm de profundidade, não coincidindo com a parte superficial deste horizonte. Abrangência - nesta classe estão incluídos os solos que foram classi- ficados pela Embrapa Solos como Bruno Não Cálcicos, Podzólico Ver- melho-Amarelo Eutrófico argila de atividade alta e Podzólico Bruno- Acinzentado Eutrófico e alguns Podzólicos Vermelho-Escuro Eutróficos com argila de atividade alta. 86 Sistema Brasileiro de Classificação de Solos (*) admite-se variação de uma unidade a mais que a indicada, para solos interme- diários (latossólicos, rúbricos, etc), ou quando a diferença ocorrer entre o horizonte A mais superficial e horizonte(s) da parte inferior do perfil, situado(s) a mais de 100 cm da super- fície do solo. Abrangência - nesta classe se enquadram solos que eram classificados, na maioria, como Terra Roxa Estruturada, Terra Roxa Estruturada Simi- lar, Terra Bruna Estruturada, Terra Bruna Estruturada Similar e alguns Podzólicos Vermelho-Escuros e Podzólicos Vermelho-Amarelos. Organossolos Conceito - Compreende solos pouco evoluídos, com preponderância de características devidas ao material orgânico, de coloração preta, cinzenta muito escura ou brunada, resultantes de acumulação de res- tos vegetais, em graus variáveis de decomposição, em condições de drenagem restrita (ambientes mal a muito mal drenados), ou em ambi- entes úmidos de altitudes elevadas, saturados com água por apenas poucos dias durante o período chuvoso. Em ambientes sujeitos a forte hidromorfismo, devido ao lençol freático permane- cer elevado grande parte do ano, as condições anaeróbicas restringem os processos de mineralização da matéria orgânica e limitam o desenvolvimento pedogenético, conduzindo à acumulação expressiva de restos vegetais. Em ambientes úmidos altimontanos, as condições de baixa temperatura favore- cem o acúmulo de material orgânico pela redução da atividade biológica. Nesses ambientes, as condições de distrofismo e elevada acidez, podem também restringir a transformação da matéria orgânica. Esta classe engloba solos com horizontes de constituição orgânica (H ou O), com grande proporção de resíduos vegetais em grau variado de decomposição, que podem se sobrepor ou estarem entremeados por horizontes ou camadas minerais de espessuras variáveis. Usualmente são solos fortemente ácidos, apresentando alta capacidade de troca de cátions e baixa saturação por bases, com esporádicas ocorrências de saturação média ou alta. Podem apresentar horizonte sulfúrico, materiais sulfídricos, caráter sálico, propriedade sódica ou solódica, podendo estar recobertos por deposição pouco espessa (<40cm de espessura) de camadas de material mineral. Ocorrem normalmente em áreas baixas de várzeas, depressões e locais de surgentes, sob vegetação hidrófila ou higrófila, quer do tipo campestre ou florestal. Ocor- rem também em áreas que estão saturadas com água por poucos dias (menos de 30 dias consecutivos) no período das chuvas, situadas em regiões de altitudes elevadas e úmidas durante todo o ano, neste caso estando normalmente assentes diretamente sobre rochas não fraturadas. Definição5 – solos constituídos por material orgânico em mistura com maior ou menor proporção de material mineral e que satisfazem um dos seguintes requisitos: 87Conceito e Definição das Classes de 1º Nível (ordens)3 1) 60cm ou mais de espessura se 75% (expresso em volume) ou mais do material orgânico consiste de tecido vegetal na forma de res- tos de ramos finos, fragmentos de troncos, raízes finas, cascas de árvores, excluindo as partes vivas; 2) solos que estão saturados com água no máximo por 30 dias con- secutivos por ano, durante o período mais chuvoso, com horizonte O hístico, apresentando as seguintes espessuras: a) 20cm ou mais, quando sobrejacente a um contato lítico ou a material fragmentar constituído por 90% ou mais (em volume) de fragmentos de rocha (cascalhos, calhaus e matacões); ou b) 40cm ou mais quando sobrejacente a horizontes A, B ou C; ou 3) solos saturados com água durante a maior parte do ano, na maioria dos anos, a menos que artificialmente drenados, apresentando horizonte H hístico com espessura de 40cm ou mais, quer se estendendo em seção única a partir da superfície, quer tomado, cumulativamente, dentro dos 80cm superficiais; Abrangência - nesta classe estão incluídos os Solos Orgânicos, Semi- Orgânicos, Solos Tiomórficos de constituição orgânica ou semi-orgâ- nica e parte dos Solos Litólicos com horizonte O hístico com 20cm ou mais de espessura. Planossolos Conceito - compreende a solos minerais imperfeitamente ou mal drena- dos, com horizonte superficial ou subsuperficial eluvial, de textura mais leve, que contrasta abruptamente com o horizonte B ou com transição abrupta conjugada com acentuada diferença de textura do A para o horizonte B imediatamente subjacente, adensado, geralmente de acentuada concentração de argila, permeabilidade lenta ou muito lenta, constituindo, por vezes, um horizonte pã, responsável pela for- mação de lençol d’água sobreposto (suspenso), de existência periódi- ca e presença variável durante o ano. Podem apresentar qualquer tipo de horizonte A ou E, e nem sempre horizonte E álbico, seguidos de B plânico, tendo seqüência de horizonte A, AB ou A, E (álbico ou não) ou Eg, seguidos de Bt, Btg, Btn ou Btng. Característica distintiva marcante é a diferenciação bem acentuada entre os hori- zontes A ou E e o B, devido à mudança textural normalmente abrupta, ou com transição abrupta conjugada com acentuada diferença de textura do A para o horizonte B. Decorrência 5 No capítulo 1 empregou-se uma nova definição para material orgânico utilizando-se apenas um limite para o teor de C orgânico (maior ou igual que 80 g/kg), avaliado na fração TFSA, tendo por base método adotado pela Embrapa Solos, e segundo contribuição de Valladares (2003). 88 Sistema Brasileiro de Classificação de Solos bastante notável, nos solos quando secos, é a exposição de um contato paralelo à disposi- ção dos horizontes, formando limite drástico, que configura um fraturamento muito nítido entre o horizonte A ou E e o B. Tipicamente, um ou mais horizontes subsuperficiais apresentam-se adensados, com teores elevados em argila dispersa, constituindo, por vezes, um horizonte pã, condi- ção essa que responde pela restrição à percolação de água, independente da posição do lençol freático, ocasionando retenção de água por algum tempo acima do horizonte B, o que se reflete em feições associadas com excesso de umidade. É típica do horizonte B a presença de estrutura forte grande em blocos angulares, freqüentemente com aspecto cúbico, ou então estrutura prismática ou colunar, pelo menos na parte superior do referido horizonte. Por efeito da vigência cíclica de excesso de umidade, ainda que por períodos curtos, as cores no horizonte B, e mesmo na parte inferior do horizonte sobrejacente, são predominantemente pouco vivas, tendendo a acinzentadas ou escurecidas, podendo ou não haver ocorrências e até predomínio de cores neutras de redução, com ou sem mosqueados, conforme especificado para o horizonte B plânico. Solos desta classe podem ou não ter horizonte cálcico, caráter carbonático, duripã, propriedade sódica, solódica, caráter salino ou sálico. Podem apresentar plintita, desde que em quantidade ou em posição não diagnóstica para enquadramento na classe dos Plintossolos. Os solos desta classe ocorrem preferencialmente em áreas de relevo plano ou suave ondulado, onde as condições ambientais e do próprio solo favorecem vigência peri- ódica anual de excesso de água, mesmo que de curta duração, especialmente em regiões sujeitas à estiagem prolongada, e até mesmo sob condições de clima semi-árido. Nas baixadas, várzeas e depressões, sob condições de clima úmido, estes solos são verdadeiramente solos hidromórficos, com horizonte plânico que apresenta coincidentemente características de horizonte glei. Embora, em zonas semi-áridas e, mesmo em áreas onde o solo está sujeito apenas a um excesso d’água por curto período, principalmente sob condições de relevo suave ondulado, não chegam a ser propriamente solos hidromórficos. Entretanto, é difícil distinguir, sem observações continuadas e em períodos de seca e chuvosos, se as cores pálidas do solo resultam ou não da expressão de processos atuais de redução. Definição - solos constituídos por material mineral com horizonte A ou E seguido de horizonte B plânico e satisfazendo, ainda, os se- guintes requisitos: a) horizonte plíntico, se presente, não satisfaz os requisitos para Plintossolo; b) horizonte glei, se presente, não satisfaz os requisitos para Gleissolo. Abrangência - esta classe inclui os solos que foram classificados como Planossolos, Solonetz-Solodizado e Hidromórficos Cinzentos que apre- sentam mudança textural abrupta. 91Conceito e Definição das Classes de 1º Nível (ordens)3 do tipo cuneiforme, inclinadas e formando ângulo com a superfície horizontal. Estas características resultam da grande movimentação da massa do solo que se contrai e fendilha quando seca e se expande quando úmida. São de consistência muito plástica e muito pegajosa, devido à presença comum de argilas expansíveis ou mistura destas com outros argilominerais. Apresentam seqüência de horizonte A-Cv ou A-Biv-C. Variam de pouco profun- dos a profundos, embora ocorram também solos rasos. Em termos de drenagem, variam de imperfeitamente a mal drenados, ocasionalmente moderadamente drenados. Quanto à cor, podem ser escuros, acinzentados, amarelados ou avermelhados. Fisicamente, quando úmi- dos, têm permeabilidade à água muito lenta. São solos de alta capacidade de troca de cátions, alta saturação por bases (>50%) com teores elevados de cálcio e magnésio, e alta relação Ki (>2,0). A reação de pH mais freqüente situa-se da faixa neutra para alcalina, podendo, menos freqüentemente, ocorrer na faixa moderadamente ácida. A parte correspondente ao horizonte subsuperficial, que já sofreu transformação suficiente para não ser considerada como saprólito, quando de seqüência ACv, e o horizon- te Biv possuem estrutura prismática composta de blocos ou estrutura em blocos angulares e subangulares ou cuneiformes e/ou paralelepipédicas. A textura é normalmente argilosa ou muito argilosa, embora possa ser média (com um mínimo de 300g de argila por kg de solo) nos horizontes superficiais; quanto à consistência, varia de muito duro a extremamente duro quando seco, sendo firme a extremamente firme quando úmido, e muito plástico e muito pegajoso quando molhado. São solos desenvolvidos normalmente em ambientes de bacias sedimentares ou a partir de sedimentos com predomínio de materiais de granulometria fina e com altos teores de cálcio e magnésio, ou ainda diretamente de rochas básicas ricas em cálcio e magnésio. Ocorrem distribuídos em diversos tipos de clima, dos mais úmidos (mas com estação seca definida) aos mais secos, tendo grande expressão nas bacias sedimentares da região semi- árida do Nordeste brasileiro. Quanto ao relevo, estes solos distribuem-se em áreas planas ou suave-onduladas e, menos freqüentemente, em áreas movimentadas, tais como encos- tas e topos de serras ou serrotes. Prevalecem na taxonomia às características do horizonte vértico, mesmo que os solos apresentem horizonte glei, cálcico, duripã, caráter solódico, sódico, salino ou sálico. São considerados intermediários para Vertissolos aqueles solos com presença de horizonte vértico, mas que não atendem à definição desta classe ou solos cujos atributos identificadores da classe (fendas, “slickensides”, estruturas cuneiformes e/ou paralelepipédicas) manifestam-se em quantidade e expressão insuficientes para caracterizar horizonte vértico. Tais solos intermediários serão adjetivados de “vérticos” no 4° nível. Definição - solos constituídos por material mineral com horizonte vértico dentro de 100cm de profundidade e relação textural insuficiente para carac- terizar um B textural, e apresentando, além disso, os seguintes requisitos: a) teor de argila, após mistura e homogeneização do material de solo, nos 20 cm superficiais, de no mínimo 300 g/kg de solo; 92 Sistema Brasileiro de Classificação de Solos b) fendas verticais no período seco, com pelo menos 1cm de largura, atingindo, no mínimo, 50cm de profundidade, exceto no caso de so- los rasos, onde o limite mínimo é de 30cm de profundidade; c) ausência de material com contato lítico, ou horizonte petrocálcico, ou duripã dentro dos primeiros 30cm de profundidade; d) em áreas irrigadas ou mal drenadas (sem fendas aparentes), o coe- ficiente de expansão linear (COLE) deve ser igual ou superior a 0,06 ou a expansibilidade linear é de 6cm ou mais; e) ausência de qualquer tipo de horizonte B diagnóstico acima do horizonte vértico. Abrangência - nesta classe estão incluídos todos os Vertissolos, inclu- sive os hidromórficos. 4 C ap ítu lo Classificação dos Solos Até o 4o Nível Categórico Embrapa Solos Colaboradores Classificação dos Solos Até o 4o Nível Categórico A classificação de um solo é obtida a partir da avaliação dos dados morfológicos, físicos, químicos e mineralógicos do perfil que o representa. Aspectos ambientais do local do perfil, tais como clima, vegetação, relevo, material originário, condições hídricas, carac- terísticas externas ao solo e relações solo-paisagem, são também utilizadas. A classificação de um solo se inicia no momento da descrição morfológica do perfil e na coleta de material no campo, que devem ser conduzidas conforme critérios estabelecidos nos manuais (Lemos & Santos, 1996; Santos et al., 2005; IBGE, 2005), observando-se o máximo de zelo, paciência e critério na descrição do perfil e da paisagem que ele ocupa no ecossistema. As características morfológicas observadas em campo necessitam ser descritas de forma completa, conforme os referidos manuais, recomendando-se os cuidados necessários para registrar com exatidão a designação dos horizontes do perfil (Embrapa, 1988b; Santos et al., 2005) e todas as características morfológicas usuais e extraordinárias. São muito relevantes às anotações quanto ao fendilhamento do solo, microrrelevo (gilgai), cores indicativas de oxidação e redução, altura e flutuação do lençol freático, horizontes ou camadas coesas ou compactadas, profundidade das raízes no perfil, atividade biológica ao longo do perfil e quaisquer ocorrências pouco usuais ou extraordinárias. É importante que as características morfológicas estejam relacionadas à profundidade de ocorrência, para fins de definição da secção de controle estabelecida para diferentes classes nos diversos níveis categóricos. Todas as características morfológicas são relevantes para a caracterização e a clas- sificação do solo, mas, algumas são particularmente indispensáveis, como a cor úmida e seca dos horizontes superficiais (H ou O, A e AB) e as cores úmidas dos subsuperficiais, conforme a caderneta de cores Munsell (Munsell Soil Color Charts, 1994), textura, estrutura, cerosidade, consistência, transição e características como cerosidade, nódulos, concreções, “slickensides”, superfícies de compressão e outras. Estas características são indispensáveis para definir os horizontes diagnósticos no Sistema Brasileiro de Classificação de Solos. A classificação defi- nitiva de um solo é concluída somente após o recebimento e interpretação de todas as análi- ses laboratoriais referentes ao perfil. A partir destas, é muito importante um reajuste (se necessário) nas designações dos horizontes e sufixos atribuídas no campo. 96 Sistema Brasileiro de Classificação de Solos Notas: A Embrapa Solos será a instituição que deverá validar todas as novas classes propostas para o Sistema Brasileiro de Classificação de Solos, que deverão passar por análise e aprovação do Comitê Executivo de Classificação de Solos. É de se esperar que o uso efetivo e continuado do sistema de classificação venha a revelar vários solos que não se enquadram nas classes até agora definidas. Nestes casos, se o solo é geograficamente representativo (área estimada superior a 200ha), pede-se que uma descrição morfológica criteriosa, dados analíticos completos e indicações da impossibili- dade de classificá-lo sejam enviados ao Comitê Executivo de Classificação de Solos, para o endereço fornecido nesta publicação. Recomenda-se a regra padrão de arredondamento numérico quando se utilizar deci- mais provenientes de cálculos e de dados analíticos, arredondando para cima os deci- mais superiores a 0,5 e para baixo aqueles iguais a 0,5 ou menores. Chave para a Identificação das Classes de Solos A utilização da chave para o 1º nível categórico (ordens) requer que alguns pressupostos sejam observados: a) considerar a prevalência dos horizontes, assim se na chave aparecer solo com horizonte B textural implica que o mesmo não é coincidente com horizonte glei ou plíntico, pois ambos têm precedência sobre ele, ou se aparecer solo com horizonte B plânico de caráter solódico, implica que o horizonte B pode ser coincidente com plíntico, glei e assim por diante; b) considerar que o primeiro horizonte diagnóstico de subsuperfície, a contar da superfície, tem prevalência sobre outros que possam ocorrer. Por exemplo, nas classes Argissolos e Nitossolos pode ocorrer, abaixo do horizonte B textural e do B nítico respectivamente, o horizonte B latossólico. Este, quando situado após aqueles, não tem significado taxonômico no primeiro nível categórico, não obstante possa ser utilizado como discriminante em níveis categóricos mais baixos. Nas condições de clima tropical úmido, prevalecentes no Brasil, a expressão da atividade biológica e os processos pedogenéticos comumente ultrapassam profundidades maiores que 200cm. Nestes casos, por questões práticas de execução de trabalhos de campo, principalmente, o limite inferior do solo que classificamos é arbitrariamente fixado em 200cm, exceto quando: a) o horizonte A exceder a 150cm de espessura, como em certos Latossolos com A húmico espesso, para os quais o limite arbitrado é de 300cm; ou b) no sequum estiver presente o horizonte E, cuja espessura somada à do horizon- te A seja igual ou maior que 200cm, para os quais o limite arbitrado é de 400cm. 97Classificação dos Solos Até o 4o Nível Categórico Chave para as Ordens A chave apresenta definições simplificadas das Ordens, permitindo que sejam distinguidas entre si. A definição completa está incluída no texto desta publicação, no capítulo 3 (p.67), e o usuário deve se reportar ao texto completo para o perfeito entendi- mento e classificação da ordem identificada na chave. No 1o nível categórico (ordem) os solos são classificados de acordo com a se- guinte seqüência: • solos que apresentam horizonte hístico que atenda um dos seguintes critéri- os de espessuras: a) 20cm ou mais, quando sobrejacente a um contato lítico ou a fragmentos de rocha, cascalhos, calhaus e matacões (90% ou mais em volume); ou b) 40cm ou mais, contínuo ou cumulativo nos primeiros 80cm da superfície do solo; ou c) 60cm ou mais se 75% (expresso em volume) ou mais do horizonte for constituído de tecido vegetal na forma de restos de ramos finos, raízes finas, cascas de árvores etc., excluindo as partes vivas. ORGANOSSOLOS (capítulo 14, p.201) • outros solos sem horizonte B diagnóstico e satisfazendo os seguintes requisitos: a) ausência de horizonte glei dentro de 50cm da superfície do solo, exceto no caso de solos de textura areia e areia franca; b) ausência de horizonte plíntico dentro de 40cm da superfície do solo; c) ausência de horizonte vértico imediatamente abaixo de horizonte A; d) A chernozêmico, se presente não deve estar conjugado com o caráter carbonático e/ou horizonte cálcico. NEOSSOLOS (capítulo 12, p.181) • outros solos com relação textural insuficiente para identificar um B textural e que apresentam horizonte vértico entre 25 e 100 cm de profundidade e satisfazendo os seguintes requisitos: a) teor de argila, após mistura e homogeneização do material de solo, nos 20cm superficiais, de no mínimo 300g/kg de solo; 98 Sistema Brasileiro de Classificação de Solos b) fendas verticais no período seco com pelo menos 1cm de largura, atingin- do, no mínimo, 50cm de profundidade, exceto nos solos rasos, nos quais o limite mínimo é 30cm; 1) ausência de material com contato lítico, ou horizonte petrocálcico, ou duripã dentro dos primeiros 30cm de profundidade; 2) em áreas irrigadas ou mal drenadas (sem fendas aparentes), o coefici- ente de expansão linear (COLE) do solo deve ser igual ou superior a 0,06. VERTISSOLOS (capítulo 17, p.225) • outros solos que apresentam horizonte B espódico imediatamente abaixo dos horizontes E ou A. ESPODOSSOLOS (capítulo 8, p.137) • outros solos apresentando horizonte B plânico não coincidente com o hori- zonte plíntico, imediatamente abaixo de horizonte A ou E. PLANOSSOLOS (capítulo 15, p.209) • outros solos, apresentando horizonte glei iniciando-se dentro de até 150cm da superfície do solo, imediatamente subjacente a horizontes A ou E ou horizon- te hístico com menos de 40cm de espessura, sem horizonte plíntico dentro de 200cm da superfície, ou outro horizonte diagnóstico acima do horizonte glei. GLEISSOLOS (capítulo 9, p.147) • outros solos que apresentam horizonte B latossólico imediatamente abaixo do horizonte A. LATOSSOLOS (capítulo 10, p.161) • outros solos que apresentam horizonte A chernozêmico seguido de: horizonte B incipiente ou B textural ou horizonte com caráter argilúvico, todos com argila de atividade alta e saturação por bases alta; ou de horizonte B incipiente < 10cm de espessura ou horizonte C, ambos cálcicos ou carbonáticos; ou apresentando hori- zonte cálcico ou caráter carbonático no horizonte A, seguido de um contato lítico. CHERNOSSOLOS (capítulo 7, p.131) • outros solos que apresentam horizonte B incipiente imediatamente abaixo do horizonte A ou de horizonte hístico com espessura inferior a 40cm; plintita e petroplintita, se presentes, não satisfazem os requisitos para Plintossolos. CAMBISSOLOS (capítulo 6, p.119) 102 Sistema Brasileiro de Classificação de Solos 4 ARGISSOLOS VERMELHOS Solos com matiz 2,5YR ou mais vermelho ou com matiz 5YR e valores e cromas iguais ou menores que 4, na maior parte dos primeiros 100cm do horizonte B. 5 ARGISSOLOS VERMELHO-AMARELOS Outros solos de cores vermelho-amareladas e amarelo-avermelhadas que não se enquadram nas classes anteriores. Classes do 3º nível categórico (grandes grupos) 1 ARGISSOLOS BRUNO Acinzentados 1.1 ARGISSOLOS BRUNO-ACINZENTADOS Alíticos Solos com caráter alítico na maior parte dos primeiros 100cm do horizonte B (inclusive BA) 2 ARGISSOLOS ACINZENTADOS 2.1 ARGISSOLOS ACINZENTADOS Distrocoesos Solos com caráter coeso e distróficos (saturação por bases < 50%), na maior parte dos primeiros 100cm do horizonte B (inclusive BA) 2.2 ARGISSOLOS ACINZENTADOS Distróficos Solos Distróficos (saturação por bases < 50%) na maior parte dos primeiros 100cm do horizonte B (inclusive BA). 2.3 ARGISSOLOS ACINZENTADOS Eutróficos Solos eutróficos (saturação por bases ≥ 50%) na maior parte dos primeiros 100cm do horizonte B (inclusive BA) 3 ARGISSOLOS AMARELOS 3.1 ARGISSOLOS AMARELOS Alíticos Solos com caráter alítico na maior parte dos primeiros 100cm do horizonte B (inclusive BA). 3.2 ARGISSOLOS AMARELOS Alumínicos Solos com caráter alumínico na maior parte dos primeiros 100cm do horizon- te B (inclusive BA). 3.3 ARGISSOLOS AMARELOS Distrocoesos Solos com caráter coeso e distrófico (saturação por bases < 50%) na maior parte dos primeiros 100cm do B (inclusive BA). 103Argissolos 3.4 ARGISSOLOS AMARELOS Distróficos Solos distróficos (saturação por bases < 50%) na maior parte dos primeiros 100cm do horizonte B (inclusive BA). 3.5 ARGISSOLOS AMARELOS Eutrocoesos Solos com caráter coeso e eutróficos (saturação por bases ≥ 50%), na maior parte dos primeiros 100cm do horizonte B (inclusive BA). 3.6 ARGISSOLOS AMARELOS Eutróficos Solos eutróficos (saturação por bases ≥ 50%) na maior parte dos primeiros 100cm do horizonte B (inclusive BA). 4 ARGISSOLOS VERMELHOS 4.1 ARGISSOLOS VERMELHOS Alíticos Solos com caráter alítico na maior parte dos primeiros 100cm do horizonte B (inclusive BA). 4.2 ARGISSOLOS VERMELHOS Alumínicos Solos com caráter alumínico na maior parte dos primeiros 100cm do horizon- te B (inclusive BA). 4.3 ARGISSOLOS VERMELHOS Ta Distróficos Outros solos com argila de atividade alta e distróficos (saturação por bases < 50%), na maior parte dos primeiros 100cm do horizonte B (inclusive BA). 4.4 ARGISSOLOS VERMELHOS Distróficos Solos distróficos (saturação por bases < 50%), na maior parte dos primeiros 100cm do horizonte B (inclusive BA). 4.5 ARGISSOLOS VERMELHOS Eutroférricos Solos eutróficos (saturação por bases ≥ 50%) e com teores de Fe2O3 (pelo H2SO4) de 18% a 36% na maior parte dos primeiros 100cm do horizonte B (inclusive BA). 4.6 ARGISSOLOS VERMELHOS Eutróficos Outros solos eutróficos (saturação por bases ≥ 50%) na maior parte dos primeiros 100 cm do horizonte B (inclusive BA). 104 Sistema Brasileiro de Classificação de Solos 5 ARGISSOLOS VERMELHO-AMARELOS 5.1 ARGISSOLOS VERMELHO-AMARELOS Alíticos Solos com caráter alítico na maior parte dos primeiros 100cm do horizonte B (inclusive BA). 5.2 ARGISSOLOS VERMELHO-AMARELOS Alumínicos Solos com caráter alumínico na maior parte dos primeiros 100cm do hori- zonte B (inclusive BA). 5.3 ARGISSOLOS VERMELHO-AMARELOS Ta Distróficos Solos com argila de atividade alta e distróficos (saturação por bases < 50%) na maior parte dos primeiros 100cm do horizonte B (inclusive BA). 5.4 ARGISSOLOS VERMELHO-AMARELOS Distróficos Solos distróficos (saturação por bases < 50%) na maior parte dos primeiros 100cm do horizonte B (inclusive BA). 5.5 ARGISSOLOS VERMELHO-AMARELOS Eutróficos Solos Eutróficos (saturação por bases ≥ 50%) na maior parte dos primeiros 100 cm do horizonte B (inclusive BA). Classes do 4º nível categórico (sub-grupos) 1.1 ARGISSOOLOS BRUNO-ACINZENTADOS Alíticos 1.1.1 ARGISSOOLOS BRUNO-ACINZENTADOS Alíticos abrúpticos Solos com mudança textural abrupta. 1.1.2 ARGISSOOLOS BRUNO-ACINZENTADOS Alíticos úmbricos Solos com horizonte A proeminente. 1.1.3 ARGISSOOLOS BRUNO-ACINZENTADOS Alíticos típicos Outros solos que não se enquadram nas classes anteriores 2.1 ARGISSOLOS ACINZENTADOS Distrocoesos 2.1.1 ARGISSOLOS ACINZENTADOS Distrocoesos arênicos Solos com textura arenosa desde a superfície do solo até no mínimo 50cm e no máximo 100cm de profundidade e horizonte B textural dentro de 200cm da superfície do solo (Embrapa, 1986a, perfil 82)
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