Docsity
Docsity

Prepare-se para as provas
Prepare-se para as provas

Estude fácil! Tem muito documento disponível na Docsity


Ganhe pontos para baixar
Ganhe pontos para baixar

Ganhe pontos ajudando outros esrudantes ou compre um plano Premium


Guias e Dicas
Guias e Dicas

Resumos do XIII Congresso Brasileiro de Ornitologia, Resumos de Ciências Biologicas

Resumo so XIII Congresso Brasileiro de Ornitologia.

Tipologia: Resumos

2010

Compartilhado em 22/07/2010

valdemir-de-sousa-12
valdemir-de-sousa-12 🇧🇷

5

(1)

4 documentos

1 / 249

Documentos relacionados


Pré-visualização parcial do texto

Baixe Resumos do XIII Congresso Brasileiro de Ornitologia e outras Resumos em PDF para Ciências Biologicas, somente na Docsity! XI [ ] Congresso Brasileiro de Ornitologia = sema Ornitologia na Amazônia: ciência aplicada ao conhecimento e à conservação da biodiversidade” Livro de Resumos MUSEU PARAENSE EMÍLIO GOELDI COMISSÃO DE EDITORAÇÃO Presidente Nilson Gabas Júnior Editora Assistente Angela Botelho Designer Andréa Pinheiro Estagiárias Karla Barros e Sídeia Reis Capa Tomas Sigrist Editoração Eletrônica Norberto T. Ferreira GOVERNO DO BRASIL Presidenete da República Luis Inácio Lula da Si lva UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ Reitor Alex Fiúza de Mello Diretor do Centro de Ciências Biológicas Ricardo Ishak MUSEU PARAENSE EMÍLIO GOELDI Diretora Ima Célia Guimarães Vieira Coordenador de Pesquisa e Pós-Graduação Nilson Gabas Júnior Coordenadora de Comunicação e Extensão Lúcia Hussak van Velthem Ministro da Ciência e Tecnologia Sérgio Machado Rezende Ministro da Educação Fernando Haddad Congresso Brasileiro de Ornitologia (13.: 2005: Belém, PA) Ornitologia na Amazônia: ciência aplicada ao conhecimento e à conservação da biodiversidade – Belém: MPEG/UFPA, 2005. 246 p. 1.Ornitologia – Brasil - Amazônia. 2. Biodiversidade - Conservação I . Título. CDD 598.09811  Direitos de cópia / Copyright 2005 por/by MCT/Museu Goeldi XIII Congresso Brasileiro de Ornitologia 5 Coordenador Geral Dr. Alexandre Aleixo - MPEG Vice-Coordenadora Geral Dra. Maria Paula Schneider - UFPA Coordenadora Geral de infra-estrutura Dra. Maria Cristina Espósito - UFPA Comissão de Secretaria Msc. Renata Valente (Coordenadora) - MPEG/UFPA Tesouraria Msc. Fabíola Poletto - MPEG Comissão Científica Prof. Dr. Marcos Pérsio Dantas Santos - UFPI/MPEG (Coordenador) Prof. Dr. Antônio Augusto Ferreira Rodrigues - UFMA Prof. Dr. Caio Graco Machado Santos - UEFS Profa. Dra. Cristina Yumi Miyaki - IBUSP Prof. Dr. Evonnildo Costa Gonçalves - UFPA Dr. Fábio Olmos - BirdLife. Msc. Iury Almeida Accordi - UFRGS MSc. José Fernando Pacheco - CBRO Prof. Dr. Luis dos Anjos - UEL Prof. Dr. Luis Fabio da Silveira - IB-USP/MZUSP Dr. Marcelo Soares dos Santos - UFPA Prof. Dr. Marco Aurélio Pizo Ferreira - UNISINOS Dr. Marcos Raposo - MNRJ Prof. Dr. Marcos Rodrigues - UFMG Profa. Dra. Maria Alice do S. Alves - UERJ Dra. Maria Luiza Videira Marceliano - MPEG Prof. Dr. Mauro Galetti - UNESP MSc. Renata Valente - UFPA/MPEG Prof. Msc. Rudi Ricardo Laps - FURB Dr. Sérgio Henrique Borges - FVA Prof. Dr. Wesley Rodrigues Silva - UNICAMP COMISSÃO ORGANIZADORA XIII Congresso Brasileiro de Ornitologia6 Comissão Livro de Resumos Marcos Pérsio Dantas Santos - UFPI/MPEG Comissão cultural Renata Valente – MPEG/UFPA Fagner Ramos - UFPA Comissão de monitoria Carla Caroline Alves Bedran – CESUPA/MPEG Comissão de transporte Marcelo de Castro Silva – CESUPA/MPEG Comissão de Alojamento Eduardo Portes PG-ZOO - MPEG Comissão de Alimentação Edson Guilherme - UFAC Comissão de Divulgação Michael Richard M. Ferreira Comissão de Sala VIP Maria de Fátima C. Lima XIII Congresso Brasileiro de Ornitologia 7 APRESENTAÇÃO Em julho de 1991, com a promoção da Sociedade Brasileira de Ornito- logia e realização do Museu Paraense Emílio Goeldi, acontecia em Belém o primeiro Congresso Brasileiro de Ornitologia da história: o I CBO. Quatorze anos depois, o CBO está de volta a Belém, desta vez na sua 13ª versão. O retorno do CBO a Belém reveste-se de simbolismo, uma vez que se constata facilmente que no período de 14 anos que separam os dois CBOs realizados nesta cidade, a ornitologia Brasileira completou um importante ciclo na sua história. O crescimento da disciplina no Brasil ao longo destes 14 anos não pode ser medido unicamente pelo número de trabalhos apre- sentados a cada CBO (que pulou de 71 em 1991 para mais de 200 a partir de 2000, com uma clara tendência de aumento a partir de então), mas especialmente pelo caráter multidisciplinar das linhas de pesquisa pratica- das hoje pela comunidade ornitológica Brasileira, que inclui desde enfoques clássicos em história natural até algumas das mais recentes abordagens no campo da biologia molecular. Toda essa diversidade de enfoques disciplinares da ornitologia Brasilei- ra moderna é amplamente ilustrada no presente livro de resumos, cujo prin- cipal idealizador e realizador é o coordenador científico do XIII CBO, meu colega Marcos Pérsio Dantas Santos. Recaiu principalmente sobre Marcos o ônus de coordenar todo o processo de confecção deste livro de resumos, desde o recebimento e revisão das contribuições (em número total de 206, provenientes de 21 Estados Brasileiros e do Distrito Federal), até a editoração e impressão do livro em seu formato final. Contribuição igualmente impor- tante foi recebida do talentoso artista Tomas Sigrist (Avisbrasilis), responsável pela arte da capa, bem como dos generosos patrocinadores do XIII CBO, sem cujo apoio o evento simplesmente não teria condições adequadas de reali- zação. Os congressistas mais curiosos que tenham o interesse em folhear o livro de resumos do I CBO, vão reconhecer vários nomes hoje consagrados na ornitologia nacional e internacional, mas que em 1991 ainda eram alu- nos de graduação ou pós-graduação em pleno processo de formação profis- sional, muitos deles participando pela primeira vez de uma reunião científi- ca nacional. Foram justamente estes profissionais, que eu batizo aqui de “geração pós Sick”, os principais responsáveis pelo grande “salto para frente” que a ornitologia Brasileira deu nestes 14 anos que separam os dois CBOs realizados em Belém. XIII Congresso Brasileiro de Ornitologia10 NOTAS SOBRE OS FILHOTES DE TUCANO-DE-BICO-PRETO RAMPHASTOS VITELLINUS ARIEL (AVES: RAMPHASTIDAE) NO JARDIM BOTÂNICO DO RIO DE JANEIRO .................... 40 Eduardo Maciel ESTIMATIVA DO SUCESSO REPRODUTIVO DAS ARARAS-AZUIS-DE-LEAR ANODORHYNCHUS LEARI (BONAPARTE, 1856) PSITTACIDAE, NA ESTAÇÃO REPRODUTIVA 2004/2005 ........................................................................... 41 Joaquim Rocha dos Santos Neto, Débora Malta Gomes, Eurivaldo Macedo Alves e Tânia Maria Macedo Alves FIDELIDADE DE CALIDRIS PUSILLA (AVES: SCOLOPACIDAE) AOS SÍTIOS DE INVERNADA NA COSTA AMAZÔNICA BRASILEIRA. .......................................... 42 Antonio Augusto Ferreira Rodrigues Ana Tereza Lyra Lopes, Maria Paula Cruz Schneider, Evonnildo Costa Gonçalves e Artur Silva CONSERVAÇÃO E EDUCAÇÃO AMBIENTAL ANALISE HISTÓRICA DOS CONTEÚDOS GÁSTRICOS DE AVES MARINHAS EM RELA- ÇÃO A MATERIAL NÃO ALIMENTAR NO SUL DO BRASIL .................................. 45 Ana Paula Bertoldi Carneiro; Aurelea Mader; Tatiana Coelho Balbão; Nicolas Eugênio Mascarello; Maria Virgínia Petry e Martin Sander PROPOSTA DE DIRETRIZES DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE ORNITOLOGIA PARA A DESTINAÇÃO DE AVES SILVESTRES PROVENIENTES DO TRÁFICO E CATIVEIRO. ....... 46 Márcio Amorim Efe; Claiton Martins-Ferreira; Fabio Olmos; Leonardo Vianna Mohr e Luís Fábio Silveira AVALIAÇÃO DO STATUS DE CONSERVAÇÃO DO TRINTA-RÉIS-DE-BICO-AMARELO, THALASSEUS SANDVICENSIS NO BRASIL. ........................................................ 47 Márcio Amorim Efe; João Luiz Xavier do Nascimento e Inês de Lima Serrano FORMAÇÃO DE GRUPOS DE OBSERVADORES DE AVES E MAMÍFEROS COMO ESTRATÉGIA DE CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE DO CERRADO .............. 48 Maristela Benites da Silva e Simone Mamede CAÇA DESPORTIVA E MANEJO DE ÁREAS ÚMIDAS NO RIO GRANDE DO SUL ........ 49 Luís Fernando Carvalho Perelló e Demétrio Luis Guadagnin A INTERAÇÃO COM AVES TAXIDERMIZADAS COMO FERRAMENTA PARA A EDUCA- ÇÃO NAS EXPOSIÇÕES DO MUSEU ............................................................... 50 Letícia Guimarães, Cristiane Cäsar e Bruno Machado Kraemer PRESENÇA DE SALMONELLA SP. EM ESPÉCIES DE AVES DA ANTÁRTICA .................. 51 André Felipe Streck, Martin Sander, Erli Schneider Costa, Mariângela da Costa Allgayer, Marisa Ribeiro de Itapema Cardoso e Cláudio Wageck Canal TEORES DE MERCÚRIO TOTAL EM PENAS DE CASMERODIUS ALBUS (AVES:ARDEIDAE) NO MUNICIPIO DE BELÉM/PA ...................................................................... 52 Andreza de Lourdes Souza Gomes, Maria da Conceição Nascimento Pinheiro, Daniele Regina Gomes Ribeiro e José Luiz Fernandes Vieira CORREDOR DE BIODIVERSIDADE DO NORDESTE E A CONSERVAÇAO DAS AVES ENDÊMICAS E AMEAÇADAS DO CENTRO PERNAMBUCO ............................... 53 Sônia Aline Roda AVIFAUNA COMO INSTRUMENTO PARA IDENTICAÇÃO DE ÁREAS PROTEGIDAS NO CERRADO .................................................................................................... 54 Maristela Benites da Silva, Claudenice Faxina Zucca, Cleide Resende de Souza, Simone Mamede, Patrick Inácio Pina, Inês Oliveira dos Reis, Edivaldo Pereira e Daniel Darbello XIII Congresso Brasileiro de Ornitologia 11 PROCEDIMENTO DE RESGATE E TRANSLOCAÇÃO DE UMA POPULAÇÃO DO BICUDINHO-DO-BREJO-PAULISTA STYMPHALORNIS SP. NOV. (THAMNOPHILIDAE) NA BARRAGEM DO PARAITINGA, SALESÓPOLIS, SÃO PAULO ........................... 55 Bianca Luiza Reinert; Marcos Ricardo Bornschein; Ricardo Belmonte-Lopes; Érika Machado Costa Lima; Carlos Otávio Araujo Gussoni; Giulyana Althmann Benedicto; Fábio Schunck; Patrícia Lopes e Luís Fábio Silveira ÁREAS ABERTAS SÃO BARREIRAS QUE BLOQUEIAM O FLUXO DE BASILEUTERUS CULICIVORUS ENTRE FRAGMENTOS FLORESTAIS? COMPREENDENDO COMO ESTA ESPÉCIE PERCEBE A PAISAGEM .............................................................. 56 Marcelo Awade, Pedro F. Develey e Jean Paul Metzger CARACTERÍSTICAS DE LOS BOSQUES DE POLYLEPIS QUE DETERMINAN EL TAMAÑO POBLACIONAL DE ANAIRETES ALPINUS EN LA CORDILLERA REAL DE BOLIVIA ......... 57 M. Isabel Gómez; Daniel Hagaman, Mauricio Ocampo, Carolina Garcia, y Kazuya Naoki A IMPORTÂNCIA DE INGA EDULIS PARA CONSERVAÇÃO DOS TROQUILÍDEOS DA SERRA DO CURRAL, BELO HORIZONTE, MG. .................................................. 58 Augusto C.F. Alves, Claudia M. Jacobi, Rogério P. Martins O USO DE BASE DE DADOS DE BIODIVERSIDADE COMO FERRAMENTA PARA ANÁLISE E TOMADA DE DECISÕES ................................................................ 59 EvanioTrivilim Scopel, Carlos Eduardo Scardua, Marcos Aires Pereira, Auro Campi Almeida e Paulo de Tarso Zuquim Antas OCORRÊNCIA DA CHOQUINHA-OLIVÁCEA (DYSITHAMNUS MENTALIS) (PASSERIFORMES: THAMNOPHILIDAE) EM FRAGMENTOS FLORESTAIS NA REGIÃO DE MARIANA - MG ....................................................................................... 60 Flávia Cappuccio de Resende, Samila Rafaela Pereira Nardy e Rômulo Ribon ÁREAS-CHAVE PARA A CONSERVAÇÃO DE AVES MIGRATÓRIAS E RESIDENTES NA COSTA AMAZÔNICA BRASILEIRA. ................................................................... 61 Antonio Augusto Ferreira Rodrigues MÉTODO PARA REABILITAÇÃO DE FILHOTES DE ANTHRACOTORAX NIGRICOLLIS (AVES: TROCHILIDAE) UTILIZADO NO PARQUE MANGAL DAS GARÇAS – BELÉM – PA ......... 62 Igor Chamon Seligmann; Roberto Lima da Silva e Juvenal Amaral Filho COMPORTAMENTO EFEITOS DO TAMANHO DO BANDO NA VIGILÂNCIA DE COLUMBINA SQUAMMATA (AVES: COLUMBIDAE) DURANTE FORRAGEAMENTO EM ÁREA URBANA NO DISTRITO FEDERAL ....................................................................................... 65 Raphael Igor da Silva Corrêa Dias DIETA DE AVES E DISPERSÃO DE SEMENTES NA REGIÃO DE TERESÓPOLIS, RJ ....... 66 Ana de Carvalho Rudge, Juliana Silveira Corrêa, Samantha Dias de Sousa, Augusto Piratelli e Fátima Piña-Rodrigues ESTUDO COMPORTAMENTAL DE RAMPHASTOS DICOLORUS LINNAEUS (PICIFORMES: RAMPHASTIDAE) EM CATIVEIRO .................................................................... 67 Rafaela Dias Antonini, Rafael Prezzi Indicatti e Augusto João Piratelli AVES CONSUMIDORAS DE FRUTOS DE DENDÊ (ELAEIS GUINEENSIS JACQ.) (ARECACEAE) NA COSTA DO DENDÊ, VALENÇA, BAHIA, BRASIL. ...................... 68 Diego M. Lima, Edinaldo Luz das Neves e Caio Graco Machado XIII Congresso Brasileiro de Ornitologia12 VARIAÇÃO SAZONAL DA DIETA DE SUINDARA (TYTO ALBA: TYTONIDAE) NA ESTA- ÇÃO ECOLÓGICA DE ÁGUAS EMENDADAS, DISTRITO FEDERAL. .................... 69 Ana Claudia Negret-Scalia, Daniel Louzada-Silva, Geraldo Freire Junior, Raphael Igor da Silva Corrêa Dias e Stelamar Romminger ANÁLISE DE CONTEÚDO ESTOMACAL DO ALBATROZ DE SOBRANCELHA, THALASSARCHE MELANOPHRIS, NA COSTA DO RIO GRANDE DO SUL, BRASIL .. 70 Maria Virginia Petry, Vanda Simone da Silva Fonseca e Angelo Luís Scherer INTERAÇÃO DE AVES ASSOCIADAS A ECOSSISTEMAS MARINHOS COM A PESCA NO LITORAL CENTRO-SUL PARANAENSE .............................................................. 71 Viviane Lorenzi Carniel e Ricardo Krul A GAIVOTA, LARUS DOMINICANUS NO AMBIENTE DE ENTRE-MARÉS: INFLUÊNCIA DA SAZONALIDADE PESQUEIRA NOS PADRÕES DE INTERAÇÃO COM A PESCA. ........... 72 Viviane Lorenzi Carniel e Ricardo Krul ASPECTOS COMPORTAMENTAIS DE CARACARA PLANCUS (FALCONIDAE) EM DUAS ÁREAS NO PANTANAL DA SUB-REGIÃO DO MIRANDA/ABOBRAL, CORUMBÁ - MS. ............. 73 Maikel da S. Ferreira Luiz, Esther Campagna Bertazzoni, Jaqueline Cabral Vilas Boas, Paulo Eduardo Dall’Acqua e Lidiamar Barbosa de Albuquerque ESTUDO COMPARATIVO ENTRE MATERIAL ANTRÓPICO DO CONTEÚDO ESTOMACAL DE AVES PROCELLARIIFORMES E SPHENISCIFORMES NO RIO GRANDE DO SUL .......... 74 Aurélea Mäder; Tatiana Coelho Balbão; Ana Paula Bertoldi Carneiro e Martin Sander COMPORTAMENTO DE DRYOCOPUS LINEATUS (PICIDAE) DURANTE CONFECÇÃO DE CAVIDADE ............................................................................................. 75 Marco Aurélio-Silva ESTUDO PRELIMINAR SOBRE ESTRUTURA E COMPOSIÇÃO DE BANDOS MISTOS DE AVES NO PARQUE ESTADUAL DA CANTAREIRA, ESTADO DE SÃO PAULO. ......... 76 Andre Cordeiro De Luca, Carlos Campos Gonçalves Jr., Édson Aparecido da Silva e Flavio de Barros Molina ABUNDÂNCIA DE AVES FRUGÍVORAS E GRANÍVORAS EM FLORESTAS PRIMÁRIAS, SECUNDÁRIAS E PLANTAÇÕES DE EUCALIPTO NA AMAZÔNIA ORIENTAL – NORTE DO PARÁ .......................................................................................... 77 Luiz Mestre e Jos Barlow HIGH DENSITIES OF FRUGIVORES BIRDS DO NOT ALWAYS MEAN HIGH SEED DISPERSAL RATES .......................................................................................... 78 Rodrigo Ferreira Fadini and Mauro Galetti PREDAÇÃO DE ARARA-CANINDÉ (ARA ARARAUNA) POR MACACO-PREGO (CEBUS APELLA) NO PARQUE ESTADUAL DO LAJEADO, PALMAS, TOCANTINS .............. 79 Pedro Heber Estevam Ribeiro, Advaldo Dias do Prado, Sandra Wilke, Jefferson Barros de Oliveira, Meriele Cristina Costa Rodrigues, Elba Araújo de Miranda, Karoliny da Silva Batista, Leandra Batista Pimentel e Volnei Marcos Martinovski A AREA GIGANTO CELLULARIS EM PITANGUS SULPHURATUS, MYIOZETETES CAYANENSIS E PHAEOMYIAS MURINA (AVES: TYRANNIDAE) ............................ 80 João Paulo Coimbra, Maria Luiza Videira Marceliano, Belmira Lara da Silveira Andrade da Costa e Elizabeth Sumi Yamada O SISTEMA DE MIGRAÇÃO DE CALIDRIS PUSILLA (AVES: SCOLOPACIDAE) NA COSTA AMAZÔNICA DA AMÉRICA DO SUL. .............................................................. 81 Antonio Augusto Ferreira Rodrigues Ana Tereza Lyra Lopes, Maria Paula Cruz Schneider, Evonnildo Costa Gonçalves e Artur Silva XIII Congresso Brasileiro de Ornitologia 15 LEVANTAMENTO PRELIMINAR DA AVIFAUNA DE UM FRAGMENTO FLORESTAL DA ALUMAR, SÃO LUÍS-MA, BRASIL .................................................................... 113 Adriana Sousa Pereira, Myrcea Carole Araújo Muniz, Denes Wenen Pavão da Silva e Antônio Augusto Ferreira Rodrigues PRIMEIRO REGISTRO DE NOTHURA MACULOSA (AVES: TINAMIDAE) NO MUNICÍPIO DE ARMAÇÃO DOS BÚZIOS, REGIÃO DOS LAGOS, ESTADO DO RIO DE JANEIRO ...... 114 Salvatore Siciliano e Jorge B. Nacinovic SOBRE LARUS CIRROCEPHALUS (AVES: LARIDAE) NA REGIÃO DOS LAGOS E NORTE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO ............................................................... 115 Salvatore Siciliano, Jorge B. Nacinovic, Daniel H. Firme e Luciano M. Lima AVIFAUNA DE 10 PARQUES MUNICIPAIS DE SÃO PAULO (SÃO PAULO, BRASIL) ..... 116 Marina Somenzari e Anelisa Ferreira de Almeida CARACTERIZAÇÃO DA AVIFAUNA DO PARQUE IBIRAPUERA ................................ 117 Anelisa Ferreira de Almeida e Marina Somenzari MONITORAMENTO DA ORNITOFAUNA, UHE –IRAPÉ / CEMIG, 2004 “VALE DO JEQUITINHONHA, MINAS GERAIS, BRASIL”. .................................................. 118 Victor Augusto Duarte Bergamaschi e Bruno Garzon de Oliveira Câmara FALCONIFORMES NO LITORAL NORTE DO RIO GRANDE DO SUL, BRASIL ........... 119 Erli Schneider Costa, Martin Sander, Alexandre Guimarães Só de Castro e Maria Virginia Petry REGISTRO DO TRINTA-RÉIS-ANÃO STERNULA SUPERCILIARIS NO RESERVATÓRIO GUARAPIRANGA, LOCALIZADO NO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO - SP. ............ 120 Fabio Schunck AVANÇO NA ELABORAÇÃO DA LISTA DAS AVES DO RIO GRANDE DO NORTE E ILHAS DAS ÁGUAS TERRITORIAIS ........................................................................... 121 Francisco Sagot Martin, Jorge Bañuelos Irusta e Marcelo da Silva AVIFAUNA DO JARDIM BOTÂNICO DO MUNICÍPIO DE DIADEMA – SP ............... 122 Fernanda Barletta Martins e José Luís Laporta COMPOSIÇÃO E DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL DAS AVES NA LAGOA ITATIAIA, CAMPO GRANDE-MS. ............................................................................................. 123 Lúcia Maria Oliveira Monteiro, Suelem Dávalos Guibu, Milene Martins e Elaine Aparecida dos Anjos Aquino LEVANTAMENTO PRELIMINAR DA AVIFAUNA DA AREA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL DO RIO CURIAÚ, MACAPÁ, AMAPÁ. ............................................................ 124 Kurazo Mateus Okada Aguiar, Rafael Homobono Naiff, Andréa Soares de Araújo, Carlos Eduardo Costa Campos e Luiz A. Coltro Jr AVIFAUNA DE UM FRAGMENTO DE FLORESTA ATLÂNTICA NO MUNICÍPIO DE ITUPORANGA – SANTA CATARINA ............................................................... 125 Juliano Bittencourt e Carlos Eduardo Zimmermann AVES DA BAIXADA DE JACAREPAGUÁ, MUNICIPIO DO RIO DE JANEIRO, RJ ........ 126 Vania Soares Alves, Maria Luisa Marinho de Noronha, Francisco Mallet-Rodrigues, Ana Beatriz Aroeira Soares, Gilberto Soares do Couto, Eduardo Maciel, Sérgio Madeira e Júlia Draghi COMUNIDADES DE AVES DO PARQUE NATURAL MUNICIPAL CHICO MENDES, RIO DE JANEIRO - RJ. ........................................................................................ 127 Maria Luisa Marinho de Noronha, Vania Soares Alves, Ana Beatriz Aroeira Soares, Gilberto Soares do Couto, Sérgio Madeira, Júlia Draghi Eduardo Maciel e Francisco Mallet-Rodrigues XIII Congresso Brasileiro de Ornitologia16 COMUNIDADES DE AVES EM REMANESCENTES FLORESTAIS NA REGIÃO DE TERESÓPOLIS,RJ. ........................................................................................128 Juliana Silveira Corrêa, Samantha Dias de Sousa e Augusto Piratelli AVIFAUNA DE REGIÃO DE MÉDIA ALTITUDE (1200M) DO PARQUE NACIONAL DA SERRA DOS ÓRGÃOS, TERESÓPOLIS (RJ). ...................................................... 129 Viviane Alves de Andrade, Juliana Silveira Corrêa, Samantha Dias de Sousa , Luiza Helena da Silva Avelar, Ramira Yuri Ribeiro e Augusto Piratelli AMOSTRAGEM DA AVIFAUNA DA CHAPADA DIAMANTINA PELO MÉTODO DE AVALIAÇÃO ECOLÓGICA RÁPIDA ................................................................. 130 Caio Graco Machado, Cristiane E. C. Nunes e Maria da Conceição B. Gomes ESTUDO PRELINAR DA AVIFAUNA DO CAMPUS DA UNIVERSIDADE LUTERANA BRASIL – CENTRO UNIVERSITARIO LUTERANO DE JI-PARANÁ (CEULJI/ULBRA) RONDÔNIA BRASIL ....................................................................................131 Roberto Rodrigues Ribeiro, Marta Rosa dos Santos Luna, Valdeir Vieira da Cunha e Cleide Rezende de Souza AVIFAUNA DO PARQUE MUNICIPAL LAGOA DO BURITIS, JI-PARANÁ RO: DADOS PRELIMINARES ...........................................................................................132 Roberto Ribeiro Rodrigues, Marta Rosa dos Santos Luna, Valdeir Vieira da Cunha e Cleide Rezende de Souza CAPTURA E MONITORAMENTO DE QUATRO ESPÉCIES DE STERNA SPP NO TERMI- NAL AQUAVIÁRIO DA PETROBRÁS/SÃO SEBASTIÃO/SP ................................. 133 Fausto Rosa de Campos, Fausto Pires de Campos, Juliana Saviolli, Patrícia de Jesus Faria e Silvana Aseredo COMPOSIÇÃO DA AVIFAUNA DA RESERVA PARTICULAR DO PATRIMONIO NATURAL SENADOR ANTONIO FARIAS, MATA ESTRELA, BAIA FORMOSA, RIO GRANDE DO NORTE, BRASIL .......................................................................................... 134 Aretha Brilhante Freitas, Erica Patrícia Galvão do Nascimento, Marcelo da Silva e Miguel Rocha Neto INVENTÁRIO PRELIMINAR DA AVIFAUNA DO PARQUE ESTADUAL DA PEDRA BRANCA (PEPB), RIO DE JANEIRO ............................................................................. 135 Fernando Pacheco e Eduardo Maciel OBSERVAÇÃO DE FALCONIFORMES NOS MACIÇOS DA ILHA DE SANTA CATARINA. ...... 136 Elsimar Silveira da Silva, Jorge Luiz Berger Albuquerque e Maurício Eduardo Graipel NOVO REGISTRO DO MACUQUINHO SCYTALOPUS INDIGOTICUS NA CIDADE DE SÃO PAULO, APÓS 106 ANOS ..................................................................... 137 Fabio Schunck e Luís Fábio Silveira AVES AQUÁTICAS DA APA CARSTE DE LAGOA SANTA: PASSADO E PRESENTE........138 Túlio Dornas de Oliveira e José Eugênio Cortês Figueira LEVANTAMENTO PRELIMINAR DA AVIFAUNA DA ESTAÇÃO ECOLÓGICA MATA DO CEDRO, CARMÓPOLIS DE MINAS-MG.......................................................... 139 Túlio Dornas de Oliveira, Edson Luiz Ribeiro e Maria Aparecida Faleiro NOVA ESPÉCIE, O JOÃO-PINTO ICTERUS CROCONOTUS (WAGLER, 1829), PARA O ESTADO DE SÃO PAULO. ............................................................................140 Júlio César da Costa e Gustavo Sigrist Betini COMUNIDADE DE AVES EM SEIS PARCELAS DE FLORESTA DE TERRA FIRME NA AMAZÔNIA CENTRAL ................................................................................. 141 Luiz Mestre, Christian Andretti, Claudeir Vargas, Thiago Costa e Mario Cohn-Haft XIII Congresso Brasileiro de Ornitologia 17 LEVANTAMENTO DA AVIFAUNA DO PARQUE ESTADUAL DO LAJEADO/PALMAS/ TOCANTINS ............................................................................................... 142 Advaldo Dias do Prado, Pedro Heber Estevam Ribeiro, Sandra Wilke, Jefferson Barros de Oliveira, Meriele Cristina Costa Rodrigues, Elba Araújo de Miranda, Karoliny da Silva Batista, Leandra Batista Pimentel e Volnei Marcos Martinovski ENDEMISMOS DE MATA ATLÂNTICA NA COMPOSIÇÃO DA AVIFAUNA DE UMA ÁREA PARTICULAR DE FLORESTA OMBRÓFILA DENSA DE ENCOSTA EM GASPAR (SC) ...... 143 Cláudia Sabrine Brandt, Carlos Eduardo Zimmermann, Rudi Ricardo Laps, Célio Testoni, Cíntia Gisele Grüener, Fabiana Dallacorte, Guilherme Adolfo Martins Vegini, Luciana Cordeiro e Mario Júnior Saviato LISTAGEM PRELIMINAR DA AVIFAUNA DA UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO .............................................................................................. 144 Ildemar Ferreira, Pedro Ernesto Correia Ventura e Hermes Ribeiro Luz ATAQUE DE ARARAS-AZUIS-DE-LEAR, ANODORHYNCHUS LEARI (BONAPARTE, 1856) PSITTACIDAE, A MILHARAIS. ........................................................................ 145 Joaquim Rocha dos Santos Neto AVES DA RESERVA BIOLÓGICA DO LAGO PIRATUBA E ENTORNO, AMAPÁ, BRASIL. ....... 146 Antonio Augusto Ferreira Rodrigues UMA LISTA PRELIMINAR COMENTADA DO PARQUE ESTADUAL DAS DUNAS DE NATAL, RN. ................................................................................................ 147 Francisco Sagot Martin e Jorge Bañuelos Irusta LEVANTAMENTO PRELIMINAR DA AVIFAUNA DA ESTAÇÃO ECOLÓGICA MATA DO CEDRO, CARMÓPOLIS DE MINAS-MG.......................................................... 148 Túlio Dornas de Oliveira, Edson Ribeiro Luiz e Maria Aparecida Faleiro AVIFAUNA DO PARQUE ZOOLÓGICO MUNICIPAL DE BAURU (SP) ....................... 149 Flávio Kulaif Ubaid, Daniel Ventura Dias e Luis Antônio da Silva Pires ANÁLISE DOS INCIDENTES AÉREOS COM AVES NO AEROPORTO DE ILHÉUS E PRINCIPAIS AEROPORTOS DO NORDESTE DO BRASIL ................................... 150 Weber Galvão Novaes, Elcimar Dias Maciel e Martin R. Alvarez PADRÕES DE DISTRIBUIÇÃO DE PASSERIFORMES NA CAATINGA......................... 151 Manuella Andrade de Souza e José Maria Cardoso da Silva ANÁLISE DE LACUNAS DOS PASSERIFORMES ENDÊMICOS E AMEACADOS DA CAATINGA ................................................................................................. 152 Manuella Andrade de Souza e José Maria Cardoso da Silva MONITORAMENTO DE AVES COM POTENCIAL CINEGÉTICO NO RIO GRANDE DO SUL: RESULTADOS DAS EXPEDIÇÕES 2004-2005 .......................................... 153 Raquel Caroline Alves Lacerda; Simone Fraga Tenório Pereira Linares e Scherezino Barbosa Scherer HISTÓRIA NATURAL PRESAS E PREDADORES EM COLÔNIAS DE ARRIBAÇÃS ZENAIDA AURICULATA (AVES, COLUMBIDAE) NO SEMI-ÁRIDO NORDESTINO ............................................ 157 Elivan Arantes de Souza DESLOCAMENTOS DE EUDOCIMUS RUBER (CICONIIFORMES: THRESKIORNITHIDAE) ENTRE DUAS ÁREAS NO LITORAL DE SÃO PAULO ......................................... 158 Robson Silva e Silva XIII Congresso Brasileiro de Ornitologia20 DADOS BIOMETRICOS DE GLAUCIS HIRSUTA (TROCHILIDAE) NA ÁREA DE PROTECÃO AMBIENTAL DO RIO CURIAÚ, MACAPÁ, AMAPÁ. ......................... 189 Rafael Homobono Naiff, Kurazo Mateus Okada Aguiar, Carlos Eduardo Costa Campos, Andréa Soares de Araújo e Luiz A. Coltro-Jr DADOS BIOMETRICOS DE LEPTOTILA RUFAXILLA E LEPTOTILA VERREAUXI ÁREA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL DO RIO CURIAÚ, MACAPÁ, AMAPÁ, BRASIL. ............. 190 Rafael Homobono Naiff, Kurazo Mateus Okada Aguiar, Andréa Soares de Araújo, Carlos Eduardo Costa Campos e Luiz A. Coltro Jr ESTRUTURA POPULACIONAL DE LARUS DOMINICANUS NA COSTA BRASILEIRA ....191 Gisele Pires de Mendonça Dantas, Fausto Pires Campos, Joaquim Branco Olinto e João Stenghel Morgante RIQUEZA E DESLOCAMENTO DE AVES EM FRAGMENTOS DE MATA MESOFITICA DO BIOMA CERRADO ...................................................................................... 192 Nathália M,achado e Sousa; Anamaria Achtschin Ferreira AVIFAUNA EM ÁREAS DE CAMPO COM DIFERENTES ESTÁGIOS DE SUCESSÃO DA VEGETAÇÃO NA REGIÃO DO PLANALTO DAS ARAUCÁRIAS – RS ....................193 Maria Virginia Petry, Roberta da Cruz Piuco e Jaqueline Brummelhaus DIVERSIDADE DE AVES DE ÁREAS ÚMIDAS COM DIFERENTES TAMANHOS NA REGIÃO DO PLANALTO, RS. ......................................................................... 194 Maria Virginia Petry, Jaqueline Brummelhaus e Roberta da Cruz Piuco ÁREA DE VIDA E USO DE HÁBITAT POR SUIRIRI AFFINIS E S. ISLERORUM NA ESTAÇÃO ECOLÓGICA DE ÁGUAS EMENDADAS, BRASÍLIA, DF ....................................195 Leonardo Esteves Lopes e Miguel Ângelo Marini AVES CAPTURADAS EM ÁREAS DE DIFERENTES TAMANHOS NO PARQUE NACIONAL DOS APARADOS DA SERRA, RS. ....................................................................196 Eliara Solange Müller e Maria Virginia Petry FRUGIVORIA POR AVES EM SEIS ÁREAS DO PARQUE NACIONAL APARADOS DA SERRA/RS ...................................................................................................197 Eliara Solange Muller e Maria Virginia Petry ATUALIZAÇÃO DOS DADOS SOBRE A OCORRÊNCIA E REPRODUÇÃO DO GUARÁ- VERMELHO EUDOCIMUS RUBER NO COMPLEXO LAGUNAR IGUAPE-CANANÉIA- ILHA COMPRIDA, SÃO PAULO, BRASIL .......................................................... 198 Danielle Paludo; Fausto Pires de Campos e Paulo Martuscelli RIQUEZA E ABUNDÂNCIA DE AVES EM LAVOURAS DE ARROZ E ÁREAS NATURAIS NA PLANÍCIE COSTEIRA, LITORAL MÉDIO, RS. ....................................................199 Ângela Schmitz Peter, Demetrio Luis Guadagnin, Rafael Altenhofen e Leonardo Maltchik GRUPOS FUNCIONAIS DE AVES AQUÁTICAS EM ÁREAS ÚMIDAS NO RIO GRANDE DO SUL. ....................................................................................................200 Ângela Schmitz Peter, Demetrio Luis Guadagnin, Luís Fernando Carvalho Perelló e Leonardo Maltchik COMUNIDADES DE AVES AVALIADAS PELO MÉTODO CAPTURA-RECAPTURA EM AMBIENTES FLORESTAIS COM DIFERENTE ESTRUTURAÇÃO ...........................201 Nêmora Pauletti Prestes e Jaime Martinez VARIAÇÃO TEMPORAL NA DETECÇÃO DE ESPÉCIES DE AVES NA ÁREA DO CAMPUS DA UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIÁS ....................................................202 Thiago Orsi Laranjeiras, Nárgila Gomes de Moura, Adriana Rosa Carvalho e Carlos Eduardo Ramos de Sant’Ana XIII Congresso Brasileiro de Ornitologia 21 SOBRE A DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA, CARACTERIZAÇÃO DOS AMBIENTES DE OCORRÊNCIA E CONSERVAÇÃO DO BICUDINHO-DO-BREJO STYMPHALORNIS ACUTIROSTRIS (THAMNOPHILIDAE) ............................................................. 203 Bianca Luiza Reinert; Marcos Ricardo Bornschein e Carlos Firkowski IDENTIFICAÇÃO DE AVES EM LEVANTAMENTO QUANTITATIVO POR PONTOS EM DIFERENTES FITOFISIONOMIAS DE CERRADO. ............................................ 204 Thiago Orsi Laranjeiras, Nárgila Gomes de Moura, Adriana Rosa Carvalho e Carlos Eduardo Ramos de Sant’Ana DADOS PRELIMINARES DO MONITORAMENTO DE UMA POPULAÇÃO TRANSLOCADA DO BICUDINHO-DO-BREJO-PAULISTA, STYMPHALORNIS SP. NOV. (THAMNOPHILIDAE) ................................................................................... 205 Érika Machado Costa Lima; Luís Fábio Silveira; Bianca Luiza Reinert e Marcos Ricardo Bornschein USO DE AEROMODELOS NA AUTOMAÇÃO DA INSTALAÇÃO DE REDES DE NEBLINA PARA ESTUDOS DE DOSSÉIS FLORESTAIS ...................................................... 206 Sandro Von Matter TESTE DO EFEITO DE BORDA NA PREDAÇÃO DE NINHOS NATURAIS E ARTIFICIAIS NO CERRADO DO DISTRITO FEDERAL ......................................................... 207 Letice Câmara França e Miguel Ângelo Marini RIQUEZA E ABUNDÂNCIA DE MAÇARICOS MIGRATÓRIOS DE ORIGEM HOLÁRTICA EM LAVOURAS DE ARROZ IRRIGADO NO SUL DO RIO GRANDE DO SUL, BRASIL. ....... 208 Christian Borges Andretti, Maycon Sanyvan Sigales Gonçalves, Maximiano Pinheiro Cirne e Rafael Antunes Dias ANÁLISE DA ESTRUTURA POPULACIONAL DO SOLDADINHO-DO-ARARIPE ANTILOPHIA BOKERMANNI (AVES: PIPRIDAE) ATRAVÉS DE MARCADORES MOLECULARES ........................................................................................... 209 Péricles Sena do Rêgo, Juliana Araripe Gomes da Silva, Maria Iracilda da Cunha Sampaio, Weber Andrade de Girão e Silva, Ciro Albano, Paulo Thieres Pinto de Brito e Alberto Alves Campos ESTUDO DA PREVALENCIA DE ECTOPARASITAS EM AVES APREENDIDAS NO RIO DE JANEIRO .................................................................................................... 210 Hermes Ribeiro Luz, Ildemar Ferreira e Pedro Ernesto Ventura ABUNDÂNCIA DE PRESAS DE INVERTEBRADOS BENTÔNICOS PARA AVES LIMÍCOLAS MIGRATÓRIAS NA COSTA NORTE DO BRASIL. ............................................... 211 Ana Tereza Lyra Lopes e Antonio Augusto Ferreira Rodrigues NOTA SOBRE A SITUAÇÃO ATUAL DA POPULAÇÃO DE ARARAS-AZUIS-DE-LEAR ANODORHYNCHUS LEARI EM UAUÁ, SENTO SÉ E CAMPO FORMOSO/BA ..... 212 Andreza Clarinda Araújo do Amaral; Joaquim Rocha dos Santos Neto; Ana Cristina de Menezes; Helder Farias Pereira de Araújo; Eurivaldo Macedo Alves e Dorivaldo Macedo Alves COMPOSIÇÃO DA AVIFAUNA EM CLAREIRAS NATURAIS E ANTROPIZADAS PARA EXPLORAÇÃO PETROLÍFERA ........................................................................ 213 Fabíola Poletto, Alexandre Aleixo e Maria Luiza Videira Marceliano ESTIMATIVA POPULACIONAL DO ELEOTHREPTUS CANDICANS (AVES: CAPRIMULGIDAE) NO PARQUE NACIONAL DAS EMAS – GOIÁS .................... 214 Fabrício Mendes Queiroga, Maximiliano Niedfield Rodriguez, Leonardo Milhomem Rezende; Flávio Henrique Guimarães Rodrigues e Adriani Hass XIII Congresso Brasileiro de Ornitologia22 SISTEMÁTICA, EVOLUÇÃO E BIOGEOGRAFIA DESCRIÇÃO ANATÔMICA DA SIRINGE DO GÊNERO RAMPHASTOS (AVES: PICIFORMES), COM CONSIDERAÇÕES FILOGENÉTICAS ................................. 217 Talitha da Cunha Pires e Elizabeth Höfling RE-IDENTIFICAÇÃO DE ALBATROZES DO GÊNERO DIOMEDEA DAS COLEÇÕES DO MUSEU DE ZOOLOGIA DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO (MZUSP), DA FUNDA- ÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE (FURG) E DO MUSEU OCEANO- GRÁFICO DO VALE DO ITAJAÍ (MOVI) .......................................................... 218 Francisco Voeroes Dénes, Caio José Carlos e Luís Fábio Silveira FILOGEOGRAFIA DE CONOPOPHAGA LINEATA (PASSERIFORMES: CONOPOPHAGIDAE): FRAGMENTAÇÃO HISTÓRICA NO SUDESTE NA MATA ATLÂNTICA ................................................................................................219 Rodrigo Oliveira Pessoa, Gustavo Sebastián Cabanne, Luis Fábio Silveira e Cristina Yumi Miyaki MORFOMETRIA CRANIANA DE ALBATROZES DOS GÊNEROS DIOMEDEA E THALASSARCHE .......................................................................................... 220 Francisco Voeroes Dénes e Luís Fábio Silveira FILOGENIA MOLECULAR E CARACTERIZAÇÃO DA REGIÃO CONTROLADORA DO DNA MITOCONDRIAL DAS ESPÉCIES DOS GÊNEROS ARA E PRIMOLIUS (PSITTACIFORMES, AVES) ............................................................................. 221 Adriana Ribeiro de Oliveira-Marques e Cristina Yumi Miyaki FILOGEOGRAFIA E ESTRUTURA POPULACIONAL EM ATOBÁS DA COSTA BRASILEIRA .... 222 Melina Marta Baumgarten, Adriana Barzotti Kohlrausch; Allan Baker e Cristina Yumi Miyaki FILOGEOGRAFIA COMPARADA DE DOIS PASSERIFORMES DA MATA ATLÂNTICA: CONOPOPHAGA LINEATA E TRICHOTHRAUPIS MELANOPS ...........................223 Eloisa Helena Reis Sari, Sibelle Torres Vilaça, Mariana de Queiroz Bertelli, Daniela Rodrigues Lacerda, Miguel Ângelo Marini e Fabrício Rodrigues dos Santos DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA E MORFOMETRIA DOS JACAMINS-DE-COSTAS-VERDES (PSOPHIA VIRIDIS SSP.) ................................................................................224 Marina Oppenheimer e Luís Fábio Silveira OSTEOLOGIA CRANIANA E ASPECTOS EVOLUTIVOS DE NYCTIBIIDAE (AVES, CAPRIMULGIFORMES) ................................................................................225 Thiago Vernaschi Vieira da Costa e Reginaldo José Donatelli O PAPEL DO RIO BRANCO COMO BARREIRA BIOGEOGRÁFICA NA DISTRIBUIÇÃO DE AVES AMAZÔNICAS ....................................................................................226 Luciano Nicolás Naka e Mario Cohn-Haft VALIDAÇÃO DE TANGARA CYANOMELAENA (WIED, 1830) (PASSERIFORMES: EMBERIZIDAE) ...........................................................................................227 Claydson Pinto de Assis, Liliane Seixas e Marcos André Raposo VARIAÇÃO NA PLUMAGEM DE DENDROCOLAPTES PLATYROSTRIS (AVES: DENDROCOLAPTIDAE) COMO PRODUTO DE SELEÇÃO NATUAL. .................. 228 Fernando Mendonça d’Horta e José Maria Cardoso da Silva XIII Congresso Brasileiro de Ornitologia 25 RESUMOS BIOLOGIA REPRODUTIVA XIII Congresso Brasileiro de Ornitologia26 XIII Congresso Brasileiro de Ornitologia 27 BIOLOGIA DA NIDIFICAÇÃO E SUCESSO REPRODUTIVO DE AVES EM QUATRO AMBIENTES FLORESTAIS DO PANTANAL DE POCONÉ – MT ¹ João Batista de Pinho; ²Miguel Ângelo Marini ¹ Instituto de Biociências – NEPA - UFMT pinho@cpd.ufmt.br; ² UNB – Marini@unb.br A coleta de informações sobre biologia reprodutiva é um importante aspecto nos estudos de ecologia de populações de aves, sendo essencial na identificação efetiva de medidas de conservação de espécies em declínio ou ameaçadas. A virtual inexistência de informações básicas sobre a biolo- gia reprodutiva de aves no Pantanal prejudica a elaboração de propostas de manejo e conservação para região. Este estudo teve como objetivo descre- ver aspectos da biologia reprodutiva e da história de vida de aves no Panta- nal de Poconé – MT. O trabalho foi realizado em dois tipos de florestas sempre verde (Cambará e Landi) e duas florestas secas (Cordilheira e Carvo- eiro). A procura e monitoramento dos ninhos foram realizados em duas esta- ções reprodutivas consecutivas, entre julho de 2001 e janeiro de 2002 e entre agosto de 2002 e janeiro de 2003. Estimamos o sucesso reprodutivo de aves pelo método de simples porcentagem e avaliamos as diferentes causas de perdas de ninhada. Foram encontrados 220 ninhos de 44 espé- cies de aves, 101 na estação reprodutiva de 2001 e 119 na de 2002. A simples porcentagem de sucesso reprodutivo foi, em média, de 28% ao longo das duas estações reprodutivas. Este resultado é baixo quando com- parado com o sucesso reprodutivo de espécies de regiões temperadas, entre 50% a 80%. Aos eventos de predação foi atribuído o maior número de per- das de ninhos, com uma taxa de 72%. Foram identificados importantes predadores de ninhos na região de Pirizal, dentre as serpentes destacamos Drymarchon corais, Leptoshi sp. e Philodryas sp., entre os mamíferos estão os macacos Cebus apella, Callithrix argentata e o gambá Didelphis albiventris. Dentre as aves o tucano (Ramphastos toco), o gavião-preto (Buteogallus urubitinga) e a gralha-do-Pantanal (Cyanocorax cyanomelas). A estação reprodutiva no Pantanal se estende de setembro a dezembro e está condici- onada ao final da estação seca e início da cheia. A identificação do Cambará como hábitat chave para a nidificação de diversas espécies de aves e o conhecimento sobre padrões de seleção de hábitat destas espécies na re- gião pode auxiliar na tomada de decisões de manejo e conservação destas unidades de paisagens do Pantanal. Palavras chave: Biologia de nidificação, sucesso reprodutivo, estação reprodutiva. Fonte financiadora: Programa Ecologia do Pantanal II; Birders’Exchange. XIII Congresso Brasileiro de Ornitologia30 MANEJO REPRODUTIVO E INCUBAÇÃO ARTIFICIAL DE SPIZAETUS ORNATUS (FALCONIFORMES–ACCIPITRIDAE) NA FUNDAÇÃO PARQUE ZOOLÓGICO DE SÃO PAULO -FPZSP. Érica Cristina Pacífico de Assis; Fernanda Junqueira Vaz1; Ricardo José Pereira Garcia; Luana Paola do Amaral Carvalho1; Cibele Sabino Lisboa1 e Maristela Leiva1. 1FPZSP, E-mail: aveszoo@zoologico.sp.gov.br, ericapacifico@yahoo.com.br. O gavião-de-penacho, Spizaetus ornatus é uma espécie rara em criti- camente ameaçada de extinção, no Estado de São Paulo. Partindo de prin- cípios conservacionistas, a FPZSP vem concentrando esforços para reprodu- zir aves de rapina ameaçadas. O objetivo deste trabalho é descrever o ma- nejo reprodutivo e registrar o primeiro nascimento desta espécie em cativeiro no Brasil. Em 1992, uma fêmea de S. ornatus veio compor o plantel da instituição apresentando alteração de comportamento na presença de pes- soas, dificultando seu manejo. Em 2002 a FPZSP passou a utilizar técnicas de falcoaria para amansar esta fêmea, alterando positivamente seu compor- tamento e em 2004, em parceria com a SOS Falconiformes, tomou como empréstimo um macho também condicionado. Em março de 2005, iniciou- se o pareamento em três fases: Pareamento auditivo; Pareamento visual; Pareamento definitivo, com inserção da fêmea no recinto do macho. Após 21 dias o casal iniciou as atividades de cópula, com maior freqüência ao amanhecer e no crepúsculo, e após 30 dias, houve três posturas, com inter- valo de 34 dias. A primeira postura, feita no chão, foi incubada artificialmen- te, não apresentando desenvolvimento do embrião. A segunda postura, realizada no ninho sem material, foi incubada artificialmente com sucesso. Permitiu-se que a fêmea incubasse o terceiro ovo para avaliar a capacidade de cria dos pais, porém após 20 dias, o ovo foi encontrado quebrado. O segundo ovo, retirado do ninho após dois dias, foi incubado por 46 dias a 37,2°C e umidade 55%. O filhote pesando 56,4g foi mantido em incubado- ra a 35°C e umidade 60%, recebeu alimentação cinco vezes até o quarto dia de vida e até o décimo quinto dia foi alimentado quatro vezes ao dia. A alimentação consistiu de neonato de rato picado acrescido de fosfato bicálcico. Considerando que as posturas foram imediatamente incubadas pela fêmea, com o macho protegendo o ninho, os resultados preliminares apresentados neste trabalho nos levam a concluir que as técnicas de falcoaria utilizadas neste casal em nada interferiram no seu comportamento natural, fazendo-se necessárias para lhes proporcionar uma melhor qualidade de vida, possibilitando, portanto estimular o comportamento reprodutivo de uma ave de rapina, a mais de dez anos em cativeiro, com sucesso. Palavras chave: aves-de-rapina, reprodução, cativeiro. XIII Congresso Brasileiro de Ornitologia 31 ESTUDO SOBRE O COMPORTAMENTO REPRODUTIVO DE ANODORHYNCHUS LEARI EM CATIVEIRO. Monalyssa Camandaroba ¹ ¹ Fundação Lymington, Caixa Postal 50, CEP: 06950-996 – Juquitiba – SP, Brasil. E-mail: monalyssa_c@yahoo.com.br. A arara-azui-de-lear (Anodorhynchus leari) é uma das aves mais ameaçadas do Brasil e sua ocorrência é restrita ao Raso da Catarina, Sertão Bahiano (IBAMA 2004). Os estudos sobre o comportamento reprodutivo for- necem mais uma ferramenta para auxiliar futuras pesquisas que visem a conservação da espécie. Este estudo tem por objetivo elucidar alguns as- pectos do comportamento reprodutivo de A. leari em cativeiro, apresentan- do resultados preliminares. Foi observado um casal de A. leari em cativeiro na Fundação Lymington, Juquitiba, São Paulo, no período de 28 de Junho a 10 de Agosto de 2005. Os animais estavam acomodados em recintos suspensos (medindo 6m x 2m x 2m e cambeamento com 80cm x 80cm). Durante as observações foi possível realizar gravações de vídeo e áudio. Os indícios do comportamento reprodutivo foram notados através de vocalizações diferentes das usuais, precedidas de tentativas de cópula. Inicialmente, este comportamento foi observado apenas em um dos indivíduos. Observou-se a constante permanência de um dos animais dentro do ninho e a presença de alterações na entrada do ninho e em seu substrato interno. Este compor- tamento se tornou mais intenso com ambos os animais demonstrando inte- resse. Nesta ocasião observou-se alteração na coloração do anel perioftálmico do casal apresentando um amarelo mais vivo. As cópulas tornaram-se fre- qüentes sendo observadas pelo menos três vezes ao dia e sempre precedi- das da vocalização diferenciada. Os dois animais passaram a fazer altera- ções na entrada e no substrato interno do ninho. Após esta fase os animais continuaram a copular com menos freqüência e os cuidados com o ninho tornaram-se maiores. Notou-se que na ocorrência de qualquer sinal de ame- aça, o casal se refugiava no ninho. O fato do casal de A. leari ter apresenta- do todo o repertório de comportamento reprodutivo fora da época esperada, pode ser devido às condições do cativeiro em que se encontram e às altera- ções climáticas, como o calor intenso e as pancadas de chuva incomuns nesta época. Estes aspectos climáticos e de manejo podem ter sido um “start” para este comportamento reprodutivo. Palavras chave: Comportamento reprodutivo, Anodorhynchus leari, oLymington. XIII Congresso Brasileiro de Ornitologia32 REGISTRO DE REPRODUÇÃO DE JABIRU MYCTERIA (AVES: CICONIIDAE) NO PLANALTO CENTRAL DO BRASIL Gislaine Disconzi1, João Batista Pinho2, Fernando Lima3, Arcanjo Daniel3, Luis Carlos Pinagé4 1 Coordenadora do Censo Neotropical de Aves Aquáticas-Região Centro-Oeste, Brasília-DF, e-mail: gdisconzi@yahoo.com 2Doutor em Ecologia, Conservação e Manejo de Vida Silvestre pela Universidade de Minas Gerais, Docente da UFMT, Cuiabá-MT, e-mail: pinho@cpd.ufmt.br 3 FUNATURA, Brasília-DF, e-mail: arcanjo@funatura.org.br; f.lima@funatura.org.br 4 PROBIO, e-mail: pinage@funbio.org.br Jabiru mycteria é conhecida como ave símbolo do Pantanal, mas pode ser encontrada em áreas úmidas distribuídas desde ao sul do México até o norte da Argentina (Antas e Nascimento, 1996). Essa espécie não é comum nos ecossistemas do Cerrado, porém vêm sendo encontrada na região do Vale do rio Paranã. Nessa área encontram-se lagoas marginais formadas pelos antigos meandros do rio e populações de aves aquáticas que, em riqueza e abundância, assemelham-se às observadas no rio Araguaia, na Ilha do Bananal e no Pantanal. No ano de 2004 e 2005, a equipe de volun- tários do Censo Neotropical de Aves Aquáticas, descobriu um ninho de Jabiru mycteria, no município de Flores de Goiás/GO. Este ninho encontrava-se ativo com a presença de um casal de adultos e de quatro filhotes. Para a caracterização da árvore onde foi encontrado o ninho, foram registrados os seguintes dados, conforme Oliveira (1977): espécie, Astronium fraxinifolium Schott.; altura da árvore estimada em 18 metros, com circunferência na altura do peito de aproximadamente 15 m; localização do ninho a uma altura média de 13 metros do solo e situado na borda lateral inferior da árvore; ninho localizado em um galho com ângulo de 20º em relação ao tronco; o estado fenológico da árvore, nas duas épocas reprodutivas, era de perenidade, sem flor e sem frutos, sem presença de ninhos de outras aves. A biologia e ecologia desta espécie, fora do Pantanal e da América Central, são pouco conhecidas. O monitoramento efetuado demonstrou que o perí- odo de reprodução na região do Vale do rio Paranã ocorreu no início do mês de julho e o mesmo ninho foi utilizado nos dois anos consecutivamen- te, com a presença do mesmo número de filhotes. O local do ninho está situado em uma região que possui muitas lagoas e alagadiços estacionais que propiciam ambientes para forrageamento garantindo assim um maior sucesso reprodutivo. A expansão dos estudos que descrevam aspectos rela- cionados à dinâmica reprodutiva e a movimentação dessa espécie no Pla- nalto do Brasil Central, principalmente ao longo do rio Paranã e afluentes, deverá considerar às possíveis modificações ambientais advindas da im- plantação do programa de produção de arroz irrigado, desenvolvido com técnicas agrícolas e agricultores importados do Rio Grande do Sul. Palavras chave: Jabiru mycteria, ninho, biologia reprodutiva Órgão Financiador: FUNATURA – Fundação Pró-Natureza XIII Congresso Brasileiro de Ornitologia 35 ASPECTOS DA BIOLOGIA REPRODUTIVA DE SYRIGMA SIBILATRIX (TEMMINCK, 1824) (ARDEIDAE, AVES) Carlos Otávio Araujo Gussoni1, André de Camargo Guaraldo2 e Vanessa Graziele Staggemeier2. 1 Graduação em Ciências Biológicas, Universidade Estadual Paulista “Julio de Mesquita Filho” (UNESP, Campus de Rio Claro, SP) e Centro de Estudos Ornitológicos. cogussoni@yahoo.com.br. 2 Graduação em Ciências Biológicas, Universidade Estadual Paulista “Julio de Mesquita Filho” (UNESP, Campus de Rio Claro, SP). bioguaraldo@yahoo.com.br. A maria-faceira (Syrigma sibilatrix) é uma ave da família Ardeidae que se distribui em diversos países da América do Sul. Estudos sobre essa ave são escassos, residindo nesse ponto a importância desse trabalho que, ao des- crever alguns aspectos da sua biologia reprodutiva, contribui para o conhe- cimento dessa espécie. O estudo foi realizado no campus da UNESP (Rio Claro, SP) de 13 de setembro a 1º de novembro de 2004 (103 h de observa- ção). Foram realizadas observações focais com binóculos 10x50 associadas a imagens de uma micro-câmera colorida. O ninho foi localizado em início de construção no dia 13 de setembro, a 12,7 m de altura, em uma forquilha de Machaerium nyctitans. A construção do ninho durou 37 dias, com 30,7 h de atividade de construção (média±DP) (n=23 dias; 0,98±0,69h/dia). Am- bos os indivíduos participaram da construção, a qual ocorreu entre as 5 h e as 11 h (pico entre as 5 h e as 8 h), coletando 5,7±3,4 gravetos/h. Houve 2 eventos de coleta de material durante o período de incubação. A partir do 18º dia de construção, os indivíduos passaram a pernoitar no local de nidificação, sendo que um deles permanecia sobre o ninho e o outro em um poleiro próximo. Observaram-se padrões comportamentais típicos de cada sexo (usando cópulas ocorridas sobre o ninho como referências para a sexagem dos indivíduos), tal como o fato do macho freqüentemente se posicionar por cima da fêmea, pisando em seu dorso para chegar ao outro lado do ninho. Além disso, o macho coletou a maior parte do material para o ninho, sendo que a fêmea geralmente retirava o graveto do seu bico para ajeitá-lo no ninho. O ninho possuía 197 gravetos, consistindo em uma pla- taforma achatada com 75 cm de diâmetro e 13,5 cm de altura. Os gravetos tinham, em média, 35,7 cm de comprimento e 0,24 cm de espessura, a maioria deles coletada em talhões de eucaliptos (Eucalyptus spp) existentes nos arredores do local, pertencentes à Floresta Estadual “Edmundo Navarro de Andrade”. Entre 15 h 45 min de 15 de outubro e 6 h de 16 de outubro foi posto o único ovo, incubado pelo casal. Em 72 h 33 min de observações, o tempo efetivo de incubação foi de 66 h 57 min (92,3% do total) e o ovo foi movido 97 vezes (1,34 vezes/h). Outras informações a respeito do ovo não puderam ser coletadas, uma vez que um temporal provocou sua queda. Palavras-chave: Syrigma sibilatrix, biologia reprodutiva, ninho. XIII Congresso Brasileiro de Ornitologia36 ANÁLISE DO COMPORTAMENTO REPRODUTIVO DO PAPAGAIO-DE-CARA- ROXA (AMAZONA BRASILIENSIS) COM BASE EM LOCOS DE MICROSSATÉLITE Renato Caparroz1, Elenise Angelotti Bastos Sipinski2, Cristina Yumi Miyaki3 1Pós-Graduação em Ciências Genômicas e Biotecnologia, Universidade Católica de Brasília, DF, Brasil. E-mail: renatocz@yahoo.com.br; 2“Projeto de Conservação do Papagaio-de-cara- roxa”, SPVS, Brasil. E-mail: papagaio@spvs.org.br; 3Departamento de Genética e Biologia Evolutiva, IB/USP, Brasil. E-mail: cymiyaki@usp.br Os papagaios, assim como a maioria dos psitacídeos, são considerados como espécies estritamente monogâmicas. As bases que sustentam esta afirmação são quase que exclusivamente, constituídas de observações do comportamento de casais durante o período reprodutivo. Os métodos de observação direta, muitas vezes, não são eficientes para identificar a ocor- rência de acasalamentos extra-par esporádicos. Com o advento do desen- volvimento dos marcadores moleculares, em especial dos microssatélites, altas taxas de acasalamento extra-par têm sido identificadas em diversas espécies de aves antes consideradas estritamente monogâmicas. No pre- sente trabalho, estimamos o grau de parentesco entre ninhegos de Amazo- na brasiliensis encontrados no mesmo ninho em diversas ilhas da Baia de Paranaguá, no Paraná, pela análise de oito locos de microssatélite, visando com isso obter subsídios para avaliar a hipótese de monogamia estrita para esta espécie. Nós também estimamos o grau de parentesco entre ninhegos encontrados no mesmo ninho, mas em estações reprodutivas consecutivas, visando com isso avaliar a fidelidade do casal ao ninho. Dos oitos locos utilizados, sete foram desenvolvidos para Amazona guildingii e um para Ara ararauna. O grau de parentesco entre os filhotes e a análise da significância estatística desta estimativa foi feito com o auxílio do programa Kinship 1.2. Dos 16 ninhos com dois ou três filhotes estudados, em dez deles (62%) os valores observados foram estatisticamente significantes (p > 0,05), indican- do que os filhotes encontrados no mesmo ninho devem ser irmãos. Nos demais ninhos estudados, a não rejeição da hipótese nula (H o = os filhotes não são aparentados) pode ser decorrente do número de locos analisados e do número e da freqüência dos alelos identificados. Em apenas três ninhos, foi possível analisar os filhotes de estações reprodutivas consecutivas, sendo que em ambos, os resultados obtidos indicam que o ninho foi utilizado pelo mesmo casal em anos diferentes. Portanto, os resultados obtidos corroboram a hipótese de monogamia estrita para esta espécie de papagaio e ressaltam o grande potencial de aplicação dos marcadores utilizados neste trabalho para auxiliar na melhor compreensão do comportamento reprodutivo do papagaio-de-cara-roxa. Palavras chave: Amazona brasiliensis, comportamento reprodutivo. microssatélite Órgão Financiador: FAPESP, CNPq e CAPES XIII Congresso Brasileiro de Ornitologia 37 BIOLOGIA E COMPORTAMENTO DA TESOURA-DO-BREJO (GUBERNETES YETAPA,TYRANNIDAE) EM UMA ÁREA ABERTA ANTROPIZADA Ricardo Belmonte-Lopes1 e Carlos Otávio Araujo Gussoni2 1Graduação em Ciências Biológicas, Universidade Federal do Paraná. E-mail: rbelmonte_lopes@yahoo.com.br 2Graduação em Ciências Biológicas, Universidade Estadual Paulista “Julio de Mesquita Filho” (UNESP Rio Claro) e Centro de Estudos Ornitológicos. E- mail: cogussoni@yahoo.com.br Pouco é conhecido sobre a biologia da tesoura-do-brejo, o que moti- vou a realização do presente estudo. A coleta de dados se iniciou em feve- reiro de 2005 e tem seu final previsto para dezembro do corrente. Foram realizadas 27 h de observações de uma família, inicialmente com 5 indiví- duos (2 adultos e 3 jovens), nos períodos considerados de maior atividade alimentar (início da manhã e fim da tarde), em uma área aberta antropizada e brejo adjacentes ao ribeirão Claro, município de Rio Claro, São Paulo. A área antropizada é dominada por Brachiaria sp. Registraram-se as observa- ções em um gravador, para posterior transcrição. A área utilizada pela famí- lia foi delimitada a partir dos pontos extremos nos quais os indivíduos foram encontrados, e o seu tamanho foi calculado com o uso de um GPS. Para o estudo do forrageamento, foram anotados: manobra utilizada, manipula- ção da presa, características do poleiro, retorno ou não ao poleiro de partida, distância do novo poleiro, local de captura e tipo de presa. Foram realizados testes com playback para determinar a função dos indivíduos na defesa do território. Foi observado o comportamento de sentinela por parte dos adul- tos, principalmente quando os jovens ainda apresentavam reduzido poten- cial de vôo. A área utilizada pela família foi de c. 48,5 ha, sendo 3,89% de brejo, que foi utilizado como dormitório. Observou-se um total de 74 even- tos de forrageamento. A principal manobra utilizada, para tal, foi aerial hawking (n=34), e os principais tipos de manipulação foram segurar breve- mente com o bico (n=12) e/ou bater contra um substrato duro (n=12). A altura média dos poleiros de caça foi de 4,2 m (n=74), sendo utilizados preferencialmente arbustos (n=30) com altura média de 1,3 m. Observou-se utilização de poleiros inclinados em 83,8% das observações (n=62). O retor- no ao poleiro de partida (n=23) foi de 37,1% e a distancia média deste ao novo poleiro foi de 9,6 m (n=32). O principal local de captura da presa foi o ar (n= 34), seguido pela vegetação não rasteira (n=18) e solo (n= 15). Foram registradas capturas de coleópteros e lepidópteros (adultos e larvas), além de frutos de Miconia chamissois (n=4). A partir dos testes de playback, cons- tatou-se que o display realizado pela espécie tem função de defesa de terri- tório. Palavras-chave: Gubernetes yetapa, forrageamento, área de vida. XIII Congresso Brasileiro de Ornitologia40 NOTAS SOBRE OS FILHOTES DE TUCANO-DE-BICO-PRETO RAMPHASTOS VITELLINUS ARIEL (AVES: RAMPHASTIDAE) NO JARDIM BOTÂNICO DO RIO DE JANEIRO Eduardo Maciel¹ ¹ Fundação Instituto Estadual de Florestas- IEF/RJ. Divisão de Conservação de Recursos Ambientais (DICRAM). Av. Presidente Vargas 670, 19º andar, CEP 20071-001, Rio de Janeiro, RJ. E-mail: e-maciel-silva@uol.com.br Em outubro de 2001 no Jardim Botânico/RJ, foram encontrados dois ninhos ativos da espécie em questão, sendo um deles acompanhado, em duas estações reprodutivas de setembro/dezembro de 2001/2002. Este ni- nho localiza-se à 215 cm do solo em uma árvore de cânfora (Cinnamomum camphora). Os filhotes com um e dois dias apresentam olhos fechados, bico de coloração alaranjada, prognata, com seis calos no tarso-metatarso e os canhões das retrizes em desenvolvimento. Em 27/10/2001 da postura de quatro ovos apenas três filhotes foram observados, ainda implumes, com a pele de coloração rosada, bico triangular acinzentado e olhos fechados. No dia 09/11/2001 foram observados os mesmos filhotes, já com os olhos aber- tos, canhões das asas e coberteiras do corpo nascendo e bico ainda triangu- lar. Os filhotes abandonaram o ninho em 03/12/2001, com a plumagem muito semelhante a dos adultos, mas com a plumagem do papo e peito mais desbotados e o bico proporcionalmente menor. Em 12/12/2001 foram observados dois filhotes completamente emplumados, diferindo apenas no tamanho do bico e na coloração desbotada do corpo, próximos à árvore- ninho. O período de desenvolvimento estimado dos filhotes, foi de 38 a 43 dias até abandonarem o ninho, este resultado aproxima-se com o citado na literatura para Trinidad com mínimo de 44-45 dias e no máximo de 50-51 dias. Na estação reprodutiva de 2002, os filhotes que foram observados no ninho, possuíam idade mínima de 28 a 29 dias. Infelizmente os filhotes não foram observados abandonando o ninho, na última vistoria em 27/11/02, o ninho encontrava-se vazio com algumas penas dentro, pode ter sido predado? Em 28/09/2004, foi observada uma possível cópula, onde um indivíduo ofereceu a outro, um pequeno fruto na ponta do bico, por cinco vezes segui- das. Posteriormente o exemplar que oferecia alimento subiu nas costas do outro e alinharam suas cloacas. Este processo durou aproximadamente 8 segundos. Provavelmente a abundância constante de frutos, filhotes e ovos de outras aves associadas com a quantidade de abrigos naturais contribui significativamente para o sucesso reprodutivo da espécie no Jardim Botâni- co/RJ. É importante salientar que este é o primeiro registro na natureza, sobre a reprodução de Ramphastos vitellinus ariel no Sudeste do Brasil. Palavras chave: Jardim Botânico do Rio de Janeiro, Ramphastos vitellinus, filhotes XIII Congresso Brasileiro de Ornitologia 41 ESTIMATIVA DO SUCESSO REPRODUTIVO DAS ARARAS-AZUIS-DE-LEAR ANODORHYNCHUS LEARI (BONAPARTE, 1856) PSITTACIDAE, NA ESTA- ÇÃO REPRODUTIVA 2004/2005 Joaquim Rocha dos Santos Neto¹, Débora Malta Gomes², Eurivaldo Macedo Alves³, Tânia Maria Macedo Alves³. ¹ CEMAVE/IBAMA, e-mail: Joaquim.santos-neto@ibama.gov.br; ² PNUD, e-mail: dmatalg@yahoo.com.br; ³Fundação Biodiversitas, e-mail: tânia@biodiversitas.org.br O período reprodutivo das araras-azuis-de-Lear Anodorhynchus leari, está compreendido entre setembro e maio. Essa espécie utiliza cavidades em paredões de arenito localizados na Serra Branca, Jeremoabo e Toca Ve- lha, Canudos. O presente trabalho objetivou verificar a quantidade de ni- nhos e estimar o número de filhotes produzidos na estação reprodutiva 2004/ 2005. Na Serra Branca, no início do período reprodutivo, foram verificadas as cavidades que apresentavam visitação e manutenção pelas araras, tais cavi- dades foram marcadas em fotografias. Posteriormente os mesmos locais fo- ram percorridos para se verificar a permanência das aves nestas cavidades, sugerindo uma ocupação efetiva. Das cavidades ocupadas na Serra Branca, nove foram monitoradas durante toda a estação reprodutiva até que se verificasse a saída de filhotes ou o abandono das mesmas. Das cavidades exploradas pelas araras na Serra Branca, 77,7% (n = 56) foram ocupadas, durante a estação reprodutiva. Na Toca Velha, houve ocupação de 11 cavi- dades. A Serra Branca comportou a maioria das cavidades com movimenta- ção intensa durante o período reprodutivo (83,5%). Entre as nove cavidades monitoradas na Serra Branca, 66, 6% (n=6) tiveram sucesso, com saída de 11 filhotes, o que nos leva a um sucesso reprodutivo estimado em 1,22 filhotes / cavidade ocupada. Considerando que nos dois sítios reprodutivos, um total de 67 cavidades tiveram ocupação durante o período, o número estimado do acréscimo populacional na estação reprodutiva 2004/2005 foi de 81 filhotes. O maior número de cavidades monitoradas, o monitoramento de cavidades na Toca Velha e a utilização de técnicas de escalagem e rappel para se alcançar as cavidades devem ser utilizados para se obter mais infor- mações nas próximas estações reprodutivas. Palavras chave: Arara-azul-de-Lear, Psittacidae, Reprodução. Òrgão Financiador: FNMA, PROAVES, CEMAVE/IBAMA XIII Congresso Brasileiro de Ornitologia42 FIDELIDADE DE CALIDRIS PUSILLA (AVES: SCOLOPACIDAE) AOS SÍTIOS DE INVERNADA NA COSTA AMAZÔNICA BRASILEIRA. Antonio Augusto Ferreira Rodrigues1 Ana Tereza Lyra Lopes2, Maria Paula Cruz Schneider3, Evonnildo Costa Gonçalves4, Artur Silva5. 1, 2 - Depto. de Biología, UFMA. Av. dos Portugueses, S/N. CEP 65080-040. São Luís, MA. augusto@ufma.br; 3, 4, 5 – Depto. De Genética, Laboratório de Polimorfismo de DNA, UFPA. 66000-000 Paula@ufpa.br A costa amazônica brasileira é uma das áreas de invernada mais im- portantes para Calidris pusilla na América do Sul. Há um grande volume de informações sobre a filopatria de C. pusilla nas áreas de reprodução na Amé- rica do Norte, entretanto, na América do Sul, essas informações são escas- sas. Foram analisados resultados a longo prazo (1992-2000) da fidelidade de C. pusilla em cinco áreas de invernada na costa amazônica brasileira. Todas as aves capturadas nesse período foram anilhadas e as taxas de recaptura foram calculadas entre estações do mesmo ano e entre estações de anos diferentes. Foi capturado um total de 2192 indivíduos (81% adultos e 19% jovens). As taxas de recaptura variaram entre 0,2 a 9,3%, sendo que não houve recapturas entre áreas, mesmo quando alguns sítios estavam separa- dos por menos de 50 km. Muitos indivíduos retornaram para a mesma área após 1 , 2 , 3 e 6 anos da primeira captura. Aves capturadas juntas em uma estação e recapturadas juntas em outra estação no mesmo ano e entre anos, evidenciam uma alta fidelidade às áreas de invernada. São discutidas as hipóteses para a explicação do comportamento filopátrico de C. pusilla em áreas de invernada. Órgãos financiadores - Petrobrás/PIATAM mar; PROBIO/MMA/CNPq/BIRD XIII Congresso Brasileiro de Ornitologia 45 ANALISE HISTÓRICA DOS CONTEÚDOS GÁSTRICOS DE AVES MARINHAS EM RELAÇÃO A MATERIAL NÃO ALIMENTAR NO SUL DO BRASIL Ana Paula Bertoldi Carneiro1; Aurelea Mader; Tatiana Coelho Balbão; Nicolas Eugênio Mascarello1; Maria Virgínia Petry²; Martin Sander² 1 Bolsista de iniciação científica do CNPq, Universidade do Vale do Rio dos Sinos, E-mail: ana_bertoldi@terra.com.br e nicolasmascarello@yahoo.com.br 2 Laboratório de Ornitologia e Animais Marinhos, www.saude.unisinos.br/loam, Universidade do Vale do Rio dos Sinos, E-mail: sander@unisinos.br. O litoral do sul do Brasil propicia uma área de alimentação ou de passagem para diversas aves marinhas provenientes de hemisfério norte e do sul da América do Sul. Muitas destas aves acabam se tornando vítimas de efeitos antrópicos. As principais causas mortes evidenciadas são os efeitos da interação das aves marinhas com a pesca, a contaminação por petróleo e a ingestão de materiais estranhos à nutrição das aves. Vários trabalhos visando o acompanhamento das aves marinhas na costa do Rio Grande do Sul, através da identificação, registro de ocorrência, causa morte e conteú- do estomacal, já vêm sendo realizados durante as últimas décadas. As aná- lises dos dados históricos de conteúdos gástricos coletados durante o perío- do de 1994 evidenciam uma média da freqüência de 66,7 % de materiais sintéticos no quadro geral das aves, para o período de 1997/98 se encon- trou 58,35 %, para o período de 1999, 46,3 % e para o período de 2002, 37,8 % dos estômagos encontrados continham material antrópico. Todos os materiais trabalhados foram adquiridos através da fauna morta encontrada na beira da praia. Os materiais mais comuns de se encontrar são diversas variedades de plásticos, nylon proveniente de redes de pesca, borracha, corda, além de outros. O plástico e o nylon foram para os três períodos os itens mais abundantes, representando aproximadamente 67 % para o perí- odo de 1994, 62 % para o período de 1999 e 58 % para o período de 2002, nos dados referentes ao período de 1997/98 não se obteve o percentual de ocorrência destes itens, só se sabe que aparecem como os mais freqüentes e abundantes. Para o período de 1994, outro item bastante significativo foi corda (33,33 %), enquanto que para 1999 e 2002 apareceu também de maneira bastante significativa o item borracha com 10,26 % e 12,5 % res- pectivamente. A conscientização através da Educação Ambiental parece se tornar cada vez mais essencial. Além é claro, da necessidade de monitoramentos contínuos ao longo da costa. Somente através destes, será possível acompanhar os impactos das atividades humanas sobre as comuni- dades de aves que ocorrem no litoral sul do Brasil. Palavras chave: aves marinhas, litoral sul do Brasil, materiais antrópicos Órgãos financiadores: CNPq XIII Congresso Brasileiro de Ornitologia46 PROPOSTA DE DIRETRIZES DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE ORNITOLO- GIA PARA A DESTINAÇÃO DE AVES SILVESTRES PROVENIENTES DO TRÁFICO E CATIVEIRO. Márcio Amorim Efe1,2; Claiton Martins-Ferreira1,3; Fabio Olmos1,4; Leonardo Vianna Mohr 1,5 e Luís Fábio Silveira1,6 1 Grupo de estudos sobre destinação de aves silvestres da Sociedade Brasileira de Ornitolo- gia (instituído na Assembléia Geral Ordinária de 25/11/2004). 2 Programa de Pós-gradua- ção em Zoologia – PUCRS. marcio_efe@yahoo.com.br 3 Laboratório de Mastozoologia e Ornitologia. Departamento de Zoologia - Instituto de Biociências – UFRGS. claiton.ferreira@ufrgs.br 4 BirdLife International – Programa do Brasil. f-olmos@uol.com.br 5 leovmohr@portoweb.com.br 6 Departamento de Zoologia e Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo. lfsilvei@usp.br O tráfico de animais silvestres é o terceiro maior comércio ilegal do mundo perdendo apenas para o tráfico de drogas e de armas. De acordo com a Declaração de Princípio da IUCN, quando animais selvagens são confiscados por autoridades governamentais, as mesmas são responsáveis pela sua destinação, de forma apropri- ada. Em um contexto conservacionista e de leis nacionais e internacionais, a decisão máxima sobre a disposição de animais confiscados deve atingir três pontos: 1) maximizar o valor conservacionista dos animais, sem qualquer prejuízo para sua saúde, compor- tamento e características genéticas, ao status de conservação de populações das espécies selvagens ou de cativeiro ou à biota nativa; 2) não incentivar o comércio ilegal ou irregular e 3) fornecer uma solução clara para o problema, mesmo que esta envol- va a manutenção de animais em cativeiro, a sua reintrodução à natureza ou o empre- go da eutanásia. A devolução dos animais à natureza é freqüentemente a solução escolhida pelos órgãos de fiscalização e gestão de fauna e tem grande simpatia e apoio popular. Entretanto, tal ação tem um alto potencial de risco aos ambientes e às popu- lações naturais e geralmente traz poucos benefícios à conservação. Preocupada com a falta e o cumprimento de diretrizes técnicas definidas para destinação de fauna silvestre e como forma de contribuir para a padronização destas, de modo a conduzir o processo de destinação por uma via conservacionista eficiente, a Sociedade Brasilei- ra de Ornitologia, reunida durante a Assembléia Geral Ordinária ocorrida no XII Con- gresso Brasileiro de Ornitologia, em novembro de 2004, instituiu um Grupo de Estudo para analisar o tema e propor diretrizes que venham a nortear o processo de destinação de aves silvestres provenientes do tráfico e cativeiro, visando a conservação das espé- cies e suas populações naturais. Assim, os membros deste grupo elaboraram um texto e um organograma de decisões, nos quais são apresentados e discutidos passos para a destinação de animais com problemas de conservação, animais excedentes em cativeiros, animais menos comuns de interesse para cativeiro e animais acidentados/ debilitados. Estas diretrizes serão apresentadas e discutidas durante este XIII CBO, para que venha a ser o parecer oficial da SBO em relação ao tema. Palavras chave: Destinação, Cativeiro, Tráfico de Aves silvestres. XIII Congresso Brasileiro de Ornitologia 47 AVALIAÇÃO DO STATUS DE CONSERVAÇÃO DO TRINTA-RÉIS-DE-BICO- AMARELO, THALASSEUS SANDVICENSIS NO BRASIL. Márcio Amorim Efe1; João Luiz Xavier do Nascimento2 e Inês de Lima Serrano2. 1 Programa de Pós-graduação em Zoologia – PUCRS. marcio_efe@yahoo.com.br 2 CEMAVE/IBAMA. joao.nascimento@ibama.gov.br e ines.serrano@ibama.gov.br Este artigo avalia o status de conservação de Thalasseus sandvicensis no Brasil e discute sua condição de ameaça. A avaliação seguiu os critérios e categorias adotadas pela IUCN. Neste sentido, vários parâmetros foram analisados para a definição do status de conservação, tais como o nível taxonômico abordado, as principais ameaças, a extensão e ocupação de ocorrência e o tamanho e condição populacional. Nesta análise, assim como a maioria dos autores recentes, S. eurygnatha é tratada como espécie e chamada de Thalasseus sandvicensis. A coleta de ovos e os distúrbios hu- manos no sítio reprodutivo são os principais problemas que afetam a repro- dução. Apesar de extensa área de ocorrência a espécie não a ocupa com- pletamente e sabe-se que grande parte das ilhas costeiras do litoral brasilei- ro ainda é alvo de degradação constante de seus ecossistemas. Atualmen- te, as ilhas do RJ, SP, PR e SC não vêm sendo utilizadas por subpopulações representativas da espécie estando a maioria da subpopulação brasileira confinada na costa do Espírito Santo a qual reúne entre 50 e 65% da popu- lação mundial. Analisando a subpopulação no país verifica-se que T. sandvicensis, felizmente ainda não atende as premissas de nenhuma cate- goria de ameaça. No entanto, mesmo com a tendência aparentemente crescente do tamanho populacional da espécie na principal área reprodutiva da América do Sul, a qual está sob os cuidados de um programa de conser- vação, o recente passado de desaparecimento da mesma em outras áreas da costa brasileira é motivo de alarme. Nesse sentido, consideramos que a espécie deva ser tratada nacionalmente como “Quase Ameaçada - NT”. Re- gionalmente é possível que possa ser incluída, dependendo de sua área de ocupação, na categoria “Vulnerável” com base no critério “B2ab(ii+iii+iv)”, pois, em alguns casos, existem menos de dez localidades representativas e verifica-se declínio contínuo em sua área de ocupação, na qualidade de habitat e no número de localidades ou subpopulações. Além disso sugere- se que sejam mantidos e ampliados os esforços para a continuidade dos programas de pesquisa e conservação da subpopulação reprodutiva do lito- ral do Espírito Santo e que sejam implementadas medidas conservacionistas para as demais subpopulações nidificantes na costa brasileira. Palavras chave: Status, Ameaças, Trinta-réis-de-bico-amarelo. Órgão Financiador: CEMAVE/IBAMA; PNUD XIII Congresso Brasileiro de Ornitologia50 A INTERAÇÃO COM AVES TAXIDERMIZADAS COMO FERRAMENTA PARA A EDUCAÇÃO NAS EXPOSIÇÕES DO MUSEU Letícia Guimarães, Cristiane Cäsar e Bruno Machado Kraemer Museu de Ciências Naturais PUC Minas E-mail: leticiag@pucminas.br; criscasar@pucminas.br; bruno@pucminas.br O Museu de Ciências Naturais PUC Minas busca através da educação não-formal, popularizar a ciência, oferecendo aos seus visitantes a possibili- dade de interagir com suas exposições. A utilização do toque como forma interativa de exploração de parte das exposições promove o maior interesse e envolvimento dos visitantes. Utilizando-se a exposição do diorama do cer- rado, diferentes espécies de aves taxidermizadas foram dispostas em banca- das próximas à exposição. A partir da interação dos visitantes com as aves foram discutidos temas como, as adaptações locomotoras e alimentares dos animais e a importância da conservação das espécies para a manutenção do equilíbrio ambiental. O público alvo constitui-se por grupos escolares do ensino médio e fundamental da região metropolitana de Belo Horizonte, além de portadores de necessidades especiais, como pacientes de alguma deficiência física e alunos com deficiência visual. Os grupos foram acompa- nhados por monitores do museu que trabalhavam as informações sobre cada exposição enquanto os visitantes manipulavam os animais em busca do reconhecimento das características morfológicas e adaptações ecológi- cas e ambientais. A partir desta experiência, observou-se que a proximidade com os animais despertou grande interesse e curiosidade dos visitantes, principalmente quanto à textura das penas e aos diferentes formatos de bicos, além de ter propiciado uma maior interação social que facilitou o entendimento e a troca de experiências. A utilização deste tipo de atividade é de grande importância como vivência pessoal, complementação das ativi- dades curriculares e inclusão social. A partir da utilização de outras peças e espécies animais será possível apresentar e discutir diversos assuntos, possi- bilitando um maior entendimento e interação dos visitantes com os temas científicos. Palavras-chave: educação, museus, inclusão XIII Congresso Brasileiro de Ornitologia 51 PRESENÇA DE SALMONELLA SP. EM ESPÉCIES DE AVES DA ANTÁRTICA* André Felipe Streck1, Martin Sander2, Erli Schneider Costa2 (**), Mariângela da Costa Allgayer3, Marisa Ribeiro de Itapema Cardoso4, Cláudio Wageck Canal1. 1Laboratório de Virologia, Faculdade de Veterinária, Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), e-mail: afstreck@hotmail.com.; 2Laboratório de Ornitologia e Animais Marinhos, Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS); 3Laboratório de Análises Clínicas do Hospital Veterinário, Universidade Luterana do Brasil (ULBRA); 4Laboratório de Medicina Preventiva, Faculdade de Veterinária, Universidade Federal do Rio grande do Sul (UFRGS). O continente antártico sempre foi considerado um dos últimos redu- tos de ecossistemas intactos a ação do homem. Com o aumento de explora- ções científicas e turísticas, o isolamento geográfico da Antártida hoje não representa mais uma barreira contra a entrada de potenciais patógenos que infectem os animais que habitam a região. A migração de algumas aves antárticas para regiões próximas ao nosso litoral também representa outro fato crítico para que ocorra esta contaminação. Entre os potenciais patógenos que poderiam contaminar os animais nestas condições, destacam-se as bac- térias do gênero Salmonella, que, além de serem as principais causadoras de infecções alimentares em humanos, possuem sorovares adaptados a aves. Este gênero possui ainda a capacidade de utilizar animais silvestres como reservatórios e vetores com alto poder de disseminação. No presente traba- lho, avaliamos a presença de Salmonella sp. através do isolamento bacterio- lógico e Reação em Cadeia da Polimerase (PCR) em amostras oriundas de aves coletadas nas proximidades da Baia do Almirantado, Ilha Rei George, Antártica. As amostras coletadas foram compostas por um intestino de Daption capense, estômagos de Pygoscelis antarctica e pools de fezes de Catharacta maccormicki, Macronectes giganteus, Pygoscelis antarctica, Pygoscelis papua e Phalacrocorax bransfieldenses. O isolamento bacteriológico seguiu proce- dimento padrão preconizado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abas- tecimento e a PCR foi realizada utilizando-se iniciadores específicos para a detecção do gênero Salmonella. Os dois métodos de análise de todas as amostras resultaram negativos. Conclui-se que os animais analisados não apresentavam Salmonella sp. em concentrações detectáveis através das téc- nicas utilizadas. Contudo, esta bactéria pode permanecer de forma não detectável em animais silvestres e apenas em situações de estresse se mul- tiplicar. Desta forma, destaca-se a necessidade de incluir um maior número de amostras de outras espécies de aves da região para obter um quadro mais realista do estado de contaminação por Salmonella. Palavras chave (key-words): Salmonella sp., Antártica, ornitologia. Órgão Financiador (sponsor): CNPq-PIBIC * CNPq/UNISINOS 550371/2002-8 ** IC/CNPq: 180305/2003-4 XIII Congresso Brasileiro de Ornitologia52 TEORES DE MERCÚRIO TOTAL EM PENAS DE CASMERODIUS ALBUS (AVES:ARDEIDAE) NO MUNICIPIO DE BELÉM/PA Andreza de Lourdes Souza Gomes¹, Maria da Conceição Nascimento Pinheiro,Daniele Regina Gomes Ribeiro, José Luiz Fernandes Vieira¹ ¹Universidade Federal do Pará, Laboratório de Mercúrio do Núcleo de Medicina Tropical , E-mail: Jvieira@ufpa.br A contaminação dos compartimentos ambientais da região amazôni- ca pelo mercúrio e seus compostos é fato comprovado na literatura. Neste sentido, os ecossistemas aquáticos são vulneráveis a ação deste metal, que possui elevado potencial de bioconcentração, com os maiores teores presen- tes nos níveis tróficos superiores, como as garças, Casmerodius albus, que se alimentam, principalmente, de peixes. Pela elevada afinidade por radicais sulfidrilas da queratina, cerca de 70% do mercúrio nas aves se deposita nas penas, na forma de metilmercúrio, as quais podem ser utilizadas como bioindicadores da contaminação pelo metal, cujo valor de 5mg/g é consi- derado o limite de segurança. Foi monitorado, no período de março a ju- nho de 2005, um bando, com cerca de 100 indivíduos, que utilizam como poleiro noturno a praça Batista Campos, na região central da cidade de Belém, migrando, ao amanhecer, para os ecossistema aquáticos vizinhos. Foram coletadas 30 penas para avaliar a exposição ao mercúrio. A metodologia analítica utilizada foi à espectrofotometria de absorção atômica com amalgamação em lâminas de ouro. Os resultados demonstraram teor médio de mercúrio de 2,0 ± 1,43 mg/g com intervalo de concentrações de 0,17 a 6,02 mg/g. Destes, 7,4% se encontravam acima do limite de segu- rança. Tais valores caracterizam a presença de mercúrio nas aves piscívoras, provavelmente via cadeia alimentar, o que torna indispensável o acompa- nhamento regular das concentrações do metal nesta espécie. Palavras chave: Casmerodius Albus, penas , mercúrio. XIII Congresso Brasileiro de Ornitologia 55 PROCEDIMENTO DE RESGATE E TRANSLOCAÇÃO DE UMA POPULAÇÃO DO BICUDINHO-DO-BREJO-PAULISTA STYMPHALORNIS SP. NOV. (THAMNOPHILIDAE) NA BARRAGEM DO PARAITINGA, SALESÓPOLIS, SÃO PAULO Bianca Luiza Reinert 1; Marcos Ricardo Bornschein 2; Ricardo Belmonte-Lopes 3; Érika Machado Costa Lima 4; Carlos Otávio Araujo Gussoni 5; Giulyana Althmann Benedicto 6; Fábio Schunck 7; Patrícia Lopes 8 e Luís Fábio Silveira 9 1. Pós-Graduação em Ciências Biológicas, Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, Rio Claro, SP, E-mail: biancareinert@yahoo.com.br; 2. Comitê Brasileiro de Registros Ornitológicos, E-mail: mbr@bbs2.sul.com.br; 3. Graduação em Ciências Biológicas, Universi- dade Federal do Paraná, Curitiba, PR, E-mail: rbelmonte_lopes@yahoo.com.br; 5. Gradua- ção em Ciências Biológicas, Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, Rio Claro, SP, E-mail: cogussoni@yahoo.com.br; 4, 6, 7, 8, 9. Departamento de Zoologia, Instituto de Biociências, e Museu de Zoologia, Universidade de São Paulo, São Paulo, SP, E-mails: erikamcl79@yahoo.com.br; giulyanasp@yahoo.com.br; fabio_schunck@yahoo.com.br; pattylopes4@gmail.com e lfsilei@usp.br. Em fevereiro de 2005 foi descoberta uma população de Stymphalornis sp. nov. na área de alagamento da Barragem do Paraitinga, município de Salesópolis, São Paulo. Por tratar-se de ave com pequeno potencial de vôo, foi necessário retirar indiví- duos da área de alagamento. O resgate e translocação da espécie foram realizados, durante o enchimento da represa, em três campanhas entre março e abril de 2005, num total de 14 dias de campo. A espécie habitava Formação Pioneira de Influência Fluvial em estágio herbáceo (brejo) dominada por Typha domingensis, Polygonum sp., Panicum sp. cf. P. mertensii ou Scirpus californicus. No transcurso do alagamento, brejos foram encobertos pela água ou arrancados do solo em pequenas porções, que flutuaram na represa. Efetuou-se playback de vocalizações da espécie nova para auxiliar na detecção de indivíduos. Quando localizados, uma rede ornitológica era armada e efetuava-se playback novamente. Capturou-se 72 aves, que foram marcadas com anilhas e mensuradas, além de se ter retirado algumas amostras de sangue. Após esta etapa, os indivíduos eram colocados em pequenas caixas de contenção, que permitiam pouca passagem de luz, de modo a minimizar o estresse. Os casais captu- rados juntos foram colocados na mesma caixa. Foram oferecidas larvas de Tenebrio molitor e água. O alimento foi bem recebido, mas não a água que era colocada em recipientes. Entre a captura e a soltura passaram-se, em média, 6 h. Indivíduos captu- rados no final do período da tarde eram soltos no dia seguinte. Nenhum indivíduo morreu até o momento da soltura. Foram feitas solturas em 12 dentre 33 áreas avali- adas, todas na mesma bacia hidrográfica. Na estimativa da quantidade de indivíduos passíveis de soltura por área, avaliou-se a presença ou não da espécie no local e com que densidade, o tamanho da área e a qualidade do ambiente (e.g. presença de capins invasores). A estimativa de densidade foi amparada em resultados sobre Stymphalornis acutirostris obtidos por parte dos autores no Paraná. Palavras chave: Thamnophilidae, barragem, translocação. Órgão Financiador: DAEE. XIII Congresso Brasileiro de Ornitologia56 ÁREAS ABERTAS SÃO BARREIRAS QUE BLOQUEIAM O FLUXO DE BASILEUTERUS CULICIVORUS ENTRE FRAGMENTOS FLORESTAIS? COM- PREENDENDO COMO ESTA ESPÉCIE PERCEBE A PAISAGEM Marcelo Awade1, Pedro F. Develey2 e Jean Paul Metzger3 1 Instituto de Biociências – USP, e-mail: marceloawade@yahoo.com.br 2 BirdLife/SAVE-Brasil; e-mail: pdeveley@uol.com.br 3 LEPaC, Depto. Ecologia, IB-USP, e-mail: jpm@ib.usp.br A Mata Atlântica é um dos biomas mais ameaçados do planeta, repre- sentado principalmente por fragmentos florestais pequenos e isolados. Com- preender como as espécies percebem a paisagem ao redor de seu habitat é essencial para a biologia da conservação. No entanto, a conectividade fun- cional é um aspecto pouco explorado, visto que vários fatores dificultam seu estudo. Neste trabalho, verificamos (1) se existe uma relação entre a ocor- rência de deslocamentos entre fragmentos florestais, isolados por pastos ou agricultura, e a distância a ser percorrida entre eles, para a espécie Basileuterus culicivorus e (2) se a abundância desta espécie é melhor explicada se considerarmos a área dos fragmentos florestais nos quais ela foi amostrada num contexto de isolamento ou num contexto de conectividade. Utilizamos a técnica de playback para averiguar a ocorrência de desloca- mentos entre fragmentos e ponto fixo para as amostragens de abundância. Além disso, geramos um mapa de conectividade baseado na teoria dos grafos. Esta espécie foi capaz de atravessar áreas abertas, sendo que este comportamento esteve relacionado com a distância a ser percorrida. A partir de 41 m estes deslocamentos foram pouco freqüentes. Observamos, tam- bém, que sua abundância foi melhor explicada considerando a área dos fragmentos numa situação de conectividade (consideramos conectados frag- mentos situados até uma distância de 40 m). Esta espécie se beneficia com a fragmentação, tornando-se mais abundante quanto menor for o fragmen- to florestal. Assim, mostramos que, áreas abertas (pastos e agricultura) não são uma barreira intransponível para esta espécie e que B. culicivorus é capaz de perceber a paisagem de maneira mais ampla, considerando como parte de seu território fragmentos ao redor daquele em que se encontra. Portanto, estudos abordando a conectividade funcional são indispensáveis para termos uma visão mais abrangente das consequências da fragmenta- ção do habitat na avifauna, visto que pelo menos o comportamento e a abundância das espécies de aves florestais podem não estar limitados a fatores internos dos fragmentos florestais. Palavras chave: Basileuterus culicivorus, conectividade funcional, fragmentação florestal Órgão financiador: CNPq (bolsa DTI) XIII Congresso Brasileiro de Ornitologia 57 CARACTERÍSTICAS DE LOS BOSQUES DE POLYLEPIS QUE DETERMINAN EL TAMAÑO POBLACIONAL DE ANAIRETES ALPINUS EN LA CORDILLERA REAL DE BOLIVIA M. Isabel Gómez1,2; Daniel Hagaman3, Mauricio Ocampo4, Carolina Garcia2, y Kazuya Naoki5 1Museo Nacional de Historia Natural, Casilla 6394, Correo Central, La Paz, Bolivia. 2Asociación Armonia, Casilla 3566, Santa Cruz de la Sierra, Bolivia E-mail: isabelgomez@entelnet.bo 3University of Wisconsin-Madison, Land Resources Graduate Program, 84 Science Hall. USA 4Carrera de Biología, Universidad Mayor de San Andrés, La Paz, Bolivia 5Instituto de Ecología, Universidad Mayor de San Andrés, Casilla 6394, Correo Central, La Paz, Bolivia En Bolivia, los bosques de Polylepis pepei albergan poblaciones de Anairetes alpinus, una especie amenazada según la lista roja de la UICN. Actualmente se conoce 29 parches de P. pepei en la Cordillera Real, donde se encuentran entre 0 y 12 individuos de A. alpinus. No se sabe de los factores que determinan su presencia y tamaño poblacional de A. alpinus. El objetivo de este estudio es investigar las características de los bosques de P. pepei que determinan el tamaño poblacional de A. alpinus. Se evaluaron las siguientes características: el tamaño de bosque, porcentaje de vegetación, porcentaje de P. pepei, altura de los árboles de P. pepei, porcentaje de roca y exposición del bosque. El modelo lineal general demostró que el tamaño del bosque explicó el 50 % de la variación en el tamaño poblacional de A. alpinus. En promedio cada individuo de A. alpinus requiere una hectárea del bosque y los bosques pequeños de menos de 1 ha tiende a no tener ningún individuo de A. alpinus. Ya que el tamaño del bosque es crucial, es urgente establecer medidas de conservación que eviten la disminución del tamaño de los bosques ya sea por tala, presencia de ganado o quema. De manera paralela también son necesarias medidas que apoyen a programas de reforestación que ayuden al incremento del hábitat. Palabras clave: conservación, Financiadores: BP Conservation Programme XIII Congresso Brasileiro de Ornitologia60 OCORRÊNCIA DA CHOQUINHA-OLIVÁCEA (DYSITHAMNUS MENTALIS) (PASSERIFORMES: THAMNOPHILIDAE) EM FRAGMENTOS FLORESTAIS NA REGIÃO DE MARIANA - MG Flávia Cappuccio de Resende1, Samila Rafaela Pereira Nardy2 e Rômulo Ribon3 1Graduanda em Ciências Biológicas na Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), E- mail: flaviacappuccio@yahoo.com.br. 2Graduanda em Ciências Biológicas na UFOP, E-mail: samilaufop@yahoo.com.br. 3Professor do Departamento de Ciências Biológicas da UFOP, E- mail: ribon@iceb.ufop.br. A Mata Atlântica é o bioma brasileiro que apresenta os maiores índices de endemismo e é considerado um dos 36 hotspots de biodiversidade do mundo. Atualmente o bioma apresenta-se fragmentado, está reduzido a menos de 8% de sua extensão original. O bioma possui uma das mais elevadas riquezas de aves do planeta: são 1.020 espécies, sendo 188 endêmicas e 112 ameaçadas. O estudo da fragmentação florestal e de seus efeitos sobre as espécies é um dos maiores desafios da Biologia da Conserva- ção para traçar estratégias visando à atenuação da ação humana sobre a perda da diversidade biológica. Este trabalho analisa a influência da área de fragmentos de Mata Atlântica sobre a incidência da choquinha-olivácea (Dysithamnus mentalis) (Passeriformes: Thamnophilidae), espécie insetívora do sub-bosque florestal, na região de Mariana, MG. A pesquisa teve a dura- ção de um ano e os dados foram coletados em 15 fragmentos florestais nos meses de janeiro a maio de 2005. O tamanho dos mesmos variou entre 5,5 e 44,2 hectares. Os fragmentos eram isolados, circundados por pastagens, capoeiras e plantações. A presença da espécie nos mesmos foi verificada a partir de chamas-eletrônicas, determinando-se, arbitrariamente, um núme- ro de até 30 chamas em cada fragmento, feitas em intervalos de cerca de 50 metros. Esse número foi menor quando a espécie foi encontrada com menos de 30 chamas ou quando o pequeno tamanho dos fragmentos não permitia a realização de tal montante. Assim o número de chamas por frag- mento variou em função da resposta das aves e do tamanho dos mesmos. Em cinco fragmentos florestais foi constatada a presença de Dysithamnus mentalis. Os resultados foram analisados através de regressão logística, que mostrou haver uma relação positiva e marginalmente significativa entre a presença da espécie e a área do fragmento (Qui-quadrado = 3,31; p = 0,068; beta = 0,0918). Portanto, a ocorrência da choquinha-olivácea na região de Mariana parece ser determinada pela área do remanescente, como verifica- do em outro estudo na região de Viçosa (MG), onde a incidência da espé- cie é positivamente relacionada à área dos fragmentos e negativamente relacionada ao seu isolamento. Assim, tendo em vista a sustentação da espécie, é prioritária a conservação de grandes fragmentos de Mata Atlânti- ca. Palavras chave: Dysithamnus mentalis, fragmentação florestal, Mata Atlântica. Órgão Financiador: PIBIC (CNPq/UFOP) XIII Congresso Brasileiro de Ornitologia 61 ÁREAS-CHAVE PARA A CONSERVAÇÃO DE AVES MIGRATÓRIAS E RESIDEN- TES NA COSTA AMAZÔNICA BRASILEIRA. Antonio Augusto Ferreira Rodrigues Depto. de Biología, UFMA. Av. dos Portugueses, S/N. CEP 65080-040. São Luís, MA. augusto@ufma.br Considerando a grande extensão do litoral amazônico brasileiro e a sua importância para várias espécies de aves migratórias e residentes, estu- dos que visem o conhecimento detalhado atual da distribuição espacial e abundância, são fundamentais para se traçar planos de conservação. O principal objetivo desse trabalho foi georeferenciar e gerar mapas de áreas- chave importantes para a conservação da avifauna migratória e residente ao longo da costa amazônica brasileira. A base de dados se refere a censos populacionais realizados entre 1998 e 2005 em 44 localidades, bem como dados de literatura. Todas as áreas foram percorridas utilizando-se embarca- ções a motor e os censos feitos através de binóculos (9x35). Os censos ocor- reram durante a preamar ou pelo menos 2 horas antes ou depois. Três estra- tégias de censos foram utilizadas: 1) Baixas e moderadas concentrações de indivíduos (entre 01 e 500), o observador realizava o censo de dentro do barco a uma velocidade média de 5km/h e distância entre 50 e 100m do bando de aves. 2) Concentrações superiores a 500 indivíduos o observador realizava o censo no solo para uma maior precisão do número de indivíduos presentes por espécie. 3) Aves empoleiradas na vegetação de mangue du- rante a preamar foram censadas de dentro do barco. Um total de 56.453 aves costeiras foram censadas. Os municípios de Cururupu (MA), Viseu (PA) e Maracanã (PA) apresentaram as maiores concentrações de aves costeiras com 75% do total e foram consideradas como as principais áreas-chave na costa amazônica. Maior concentração em Cururupu (35% do total) pode ser devido ao maior número de ilhas ao longo de todo o trecho estudado e consequentemente uma maior disponibilidade de áreas. Concentrações importantes em Cururupu foram verificadas na Crôa Criminosa para Pluvialis squatarola (1200 indivíduos) e Calidris canutus (2000 indivíduos). Na Ilha de Carauaçu, Viseu, foram registradas as maiores concentrações de Larus atricilla (3000 indivíduos). Em Vila do Penha, na margem direita da baía do Maracanã, foram observadas uma das maiores concentrações do maçariquinho Calidris pusilla (6000 indivíduos). Esses dados indicam a ex- cepcional importância da zona costeira amazônica como um sítio hemisférico e a necessidade urgente de conservação dessas áreas-chave. Palavras chave: Áreas-chave, conservação, aves migratórias, aves residentes, costa amazônica. Órgão Financiador: The Nature Conservancy, PROBIO/MMA/CNPq/BIRD; Petrobrás/ PIATAM mar. XIII Congresso Brasileiro de Ornitologia62 MÉTODO PARA REABILITAÇÃO DE FILHOTES DE ANTHRACOTORAX NIGRICOLLIS (AVES: TROCHILIDAE) UTILIZADO NO PARQUE MANGAL DAS GARÇAS – BELÉM – PA Igor Chamon Seligmann; Roberto Lima da Silva; Juvenal Amaral Filho. Parque Mangal das Garças, E-mail: seligmannic@email.com Anthracotorax nigricollis, animal pertencente à família Trochilidae e conhecido regionalmente como beija-flor-preto, encontra-se presente em quase todo o Brasil e do Panamá à Bolívia e Argentina. Na cidade de Belém é uma das poucas espécies ainda residentes no centro urbano, sendo fre- qüentes os acidentes envolvendo adultos e filhotes. O objetivo deste traba- lho é descrever o método de reabilitação de filhotes de Anthracotorax nigricollis desenvolvido no Parque Mangal das Garças e utilizado com êxito em dois exemplares. Atendo-se ao filhote menor, o qual foi recebido por doação provavelmente entre 8 e 12 dias de vida, o procedimento foi o se- guinte: O animal foi primeiramente acondicionado em uma gaiola de meio metro cúbico tipo mosquiteiro. Recebeu então, por meio de sonda, alimen- tação constituída de néctar artificial acrescido de vitaminas e moscas do gênero Drosophila. O horário de alimentação foi invariavelmente de 6:30h às 18:15h, sendo administrados entre 10 e 25 moscas a cada 25 ou 30 minutos. A quantidade inicial de moscas foi de 120 por dia, subindo rapida- mente para 300 no quarto dia de cativeiro, ficando este índice estável. Até então o animal pegava sol diariamente por 30 minutos e, no 15º dia de cativeiro passou, dentro da gaiola, a receber chuva em um viveiro auxiliar de 25 m², onde se encontrava uma fêmea adulta da mesma espécie. No 17º dia foi solto sozinho no viveiro e no 19º dia recebeu companhia da mesma fêmea adulta, posteriormente dominando território no 26º dia. Du- rante o 20º dia observou-se o animal, que já bebia no bebedouro sem auxí- lio, caçando moscas, e a quantidade das mesmas oferecidas por alimenta- ção induzida foi diminuída a 150 por dia. Esta quantidade foi reduzida (75 moscas por dia) novamente somente no 31º dia, quando o beija-flor já se mostrou totalmente apto à caça, sendo o mesmo solto no viveiro principal, de 1400 m², após dois meses. Tal metodologia mostrou-se de grande valia na preservação da vida de filhotes de beija-flores que possam estar em situ- ação de risco, principalmente em centros urbanos, devendo a mesma ser testada e adaptada a outras espécies, assim como, futuramente testes de reintrodução poderão ser efetivados. Palavras chave: Anthracotorax nigricollis, filhote, desenvolvimento. XIII Congresso Brasileiro de Ornitologia 65 EFEITOS DO TAMANHO DO BANDO NA VIGILÂNCIA DE COLUMBINA SQUAMMATA (AVES: COLUMBIDAE) DURANTE FORRAGEAMENTO EM ÁREA URBANA NO DISTRITO FEDERAL Raphael Igor da Silva Corrêa Dias PG em Biologia Animal, Universidade de Brasília, UnB, Brasília-DF, E-mail: raphaeligor@unb.br A permanência em bandos aumenta a chance de se evitar predação tanto pelo efeito de diluição, como por uma detecção antecipada do preda- dor, resultado da vigilância dividida entre os membros do grupo. Columbina squammata é uma ave comum e abundante com ampla distribuição no Brasil, principalmente em áreas antropizadas. Entretanto, pouco se sabe so- bre a ecologia comportamental dessa espécie. O objetivo desse trabalho foi analisar o efeito do tamanho do bando e do posicionamento individual no mesmo sobre o comportamento de vigilância. Por meio de busca ativa foram encontrados bandos de C. squammata, sempre forrageando no chão. As observações foram feitas com binóculos de 10x25 usando o método animal focal. Os animais amostrados eram selecionados de forma aleatória sendo, quando possível, um da borda e um do centro do bando. Foram anotados dados referentes a tamanho do bando, taxa e tempo de vigilância, maior e menor distância entre os indivíduos, mudança de posição no bando, substrato, ocorrência de forrageamento, limpeza de pena, comportamentos agressivos e repouso. Para evitar pseudoreplicação, uma vez que as aves não foram marcadas, o mesmo indivíduo foi amostrado apenas uma vez por dia. Foi observado um total de 841 indivíduos distribuídos em 150 bandos, sendo destes, oito bandos mistos com Columbina talpacoti ou Molothrus bonariensis. O tamanho variou desde um único indivíduo a 19 indivíduos por bando, com uma média aproximada de 6 indivíduos. As médias da taxa e do tempo de vigilância foram, respectivamente, de aproximadamente 9 e 16 segundos.. A distância média observada entre os indivíduos foi de cerca de 150cm. O comportamento mais freqüente foi o de forrageamento, ocu- pando 93% do tempo, seguido da vigilância com 5%, os outros comporta- mentos foram agrupados somando cerca de 2% do tempo de observação. Estatisticamente não houve uma tendência de mudança de posição no bando. Também demonstrou-se uma correlação negativa entre vigilância e tamanho do grupo, sugerindo que o comportamento de vigilância em C. squammata é afetado pelo tamanho do bando, com níveis de vigilância individual diminuindo conforme o número de indivíduos do bando aumen- ta. O efeito inverso pode ser observado na correlação positiva entre tempo de forrageamento e tamanho de grupo. Palavras chave: Vigilância, tamanho de grupo, comportamento anti-predação. Órgão Financiador: bolsa CAPES XIII Congresso Brasileiro de Ornitologia66 DIETA DE AVES E DISPERSÃO DE SEMENTES NA REGIÃO DE TERESÓPOLIS, RJ Ana de Carvalho Rudge1, Juliana Silveira Corrêa1, Samantha Dias de Sousa2, Augusto Piratelli3 & Fátima Piña-Rodrigues4. 1. Graduação em Ciências Biológicas, IB/Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Laboratório de Ornitologia, BR 465, km 07, Seropédica, RJ, CEP 23890-000 (anarudge@hotmail.com); 2. Mestrado em Biologia Animal, IB/UFRRJ; 3. DBA, IB/UFRRJ; 4. DS, IF/UFRRJ. Estudos relativos à dieta de aves têm ajudado a explicar a dinâmica das populações de plantas e aves em diversos habitats. Os objetivos deste trabalho foram analisar a dieta de aves e o potencial das frugívoras como dispersoras de sementes na região de Teresópolis (RJ). As coletas foram rea- lizadas de fevereiro de 2004 a junho de 2005 em quatro fragmentos flores- tais com dimensões de 4, 9, 23 e 60, além do Parque Nacional da Serra dos Órgãos (60 mil hectares). As aves capturadas com redes ornitológicas foram acondicionadas em sacos de pano para coleta e análise de fezes. As semen- tes triadas e separadas das amostras de fezes foram identificadas e submeti- das a testes de germinação com contagens semanais. Foram analisadas 214 amostras de 42 espécies (21 famílias). As espécies mais abundantes foram as insetívoras (42%; n=28), seguidas das onívoras (40%; n=27) e frugívoras (18%; n=12). Três representantes da família Formicariidae [lato sensu] em que obteve-se maior quantidade de amostras (n>5) foram prefe- rencialmente insetívoros, com algum consumo de frutos em Pyriglena leucoptera (10 amostras; 10% de frutos) e Thamnophilus caerulescens (6 amostras; 16,7% de frutos). Conopophaga lineata apresentou-se essencial- mente insetívora, com todas as amostras (n=10) contendo somente insetos. Foram encontradas diferenças significativas (c2=8,67; P=0,013) na variação sazonal das proporções das guildas; a insetivoria aumentou sensivelmente (24%) na estação chuvosa. Foram obtidas cerca de 1601 sementes em 76 amostras, tendo sido agrupadas em 30 morfotipos. Os morfotipos mais abun- dantes foram os da família Melastomataceae (Miconia sp. e Leandra sp.). Palavras chaves: dispersão de sementes, fragmentos florestais, Mata Atlântica. Órgãos financiadores: Projeto BLUMEN/CNPq/BMBF. XIII Congresso Brasileiro de Ornitologia 67 ESTUDO COMPORTAMENTAL DE RAMPHASTOS DICOLORUS LINNAEUS (PICIFORMES: RAMPHASTIDAE) EM CATIVEIRO Rafaela Dias Antonini1, Rafael Prezzi Indicatti1 e Augusto João Piratelli3 1- PG em Biologia Animal, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, e-mail: rdantonini@gmail.com; 2- Depto de Zoologia, UFRRJ, Seropédica, RJ, e-mail: pirateli@ufrrj.br Os tucanos são aves arborícolas restritas aos Neotrópicos, com distri- buição do México à Argentina. Ramphastos dicolorus ocorre desde o Espírito Santo e Goiás até o nordeste da Argentina. O objetivo deste trabalho foi estudar o comportamento em cativeiro de R. dicolorus, elaborando seu etograma. Um casal de R. dicolorus cativos foi observado no Jardim Zoológi- co do Rio de Janeiro, entre maio e junho de 2005. As observações foram feitas à distância de um metro, entre 9:00 e 16:00 h, em sessões de 30 min., num total de 17 horas e meia. O recinto que abrigava o casal media 4,2m x 4,4m x 3,1m e era revestido de tela de arame. No interior havia arbustos, um tronco que servia de apoio para um poleiro e deste projetava-se outro poleiro até a bandeja de alimento, que ficava presa à parede. A alimentação era com frutas e ração. Foram identificadas e descritas 38 condutas comportamentais, sendo 36 visuais e duas sonoras As visuais foram agrupa- das em sete categorias: manutenção, locomoção, alimentação, contato so- cial, alerta e alarme e miscelânea. Como o trabalho não foi realizado duran- te a época reprodutiva, não foi visto nenhum tipo de comportamento nupcial ou de cópula entre o casal. A primeira categoria sonora é descrita como sendo comum entre os ranfastídeos. Alguns autores classificam como uma categoria vocal apesar de o som assemelhar-se ao bater de mandíbulas. Comparando este estudo a informações da biologia de R. dicolorus, as con- dições de cativeiro aparentemente não alteraram o comportamento das aves, porém, como os ranfastídeos são aves bem ativas e com grande capacidade de vôo, as dimensões do viveiro não são adequadas, pois restringem a mo- vimentação das aves. Palavras-chave: etograma, Ramphastidae, comportamento Órgão financiador: CAPES XIII Congresso Brasileiro de Ornitologia70 ANÁLISE DE CONTEÚDO ESTOMACAL DO ALBATROZ DE SOBRANCELHA, THALASSARCHE MELANOPHRIS, NA COSTA DO RIO GRANDE DO SUL, BRASIL Maria Virginia Petry1, Vanda Simone da Silva Fonseca2 e Angelo Luís Scherer1,3 1 Laboratório de Ornitologia e Animais Marinhos, Universidade do Vale do Rio dos Sinos. Email: vpetry@unisinos.br; 2 Biológa formada pela Unisinos; 1,3 Graduando de Ciências Biológicas, Unisinos. O albatroz de sobrancelha, Thalassarche melanophris, é abundante no litoral meridional do Brasil, para onde migra durante o período não reprodutivo. O presente trabalho tem por objetivo determinar os itens en- contrados em 35 estômagos de T. melanophris mortos nas praias do litoral do Rio Grande do Sul, Brasil. Durante o período de julho de 1997 a julho de 1998 foram realizados 13 levantamentos, um a cada mês, num trecho de 150 km, na faixa de praia entre Pinhal (30º15’S; 50º15’W) e a barra da lagoa do Parque Nacional da Lagoa do Peixe (31º20’S; 51º05’W). Dois desses monitoramentos tiveram abrangência de 622 km, de Torres (29º20S’; 49º44’W) à barra do arroio Chuí (33º45’S; 53º22’W). No total foram percorridos 3.000 km de praia. De 85 T. melanophris mortos, 35 tiveram seus estômagos coletados e seus conteúdos analisados. Muitas destas aves encontradas não apresentavam estômago devido ao seu estado avançado de decompo- sição. Na análise dos 35 conteúdos, verificou-se a presença de peixes em 65,7% destes, através de vértebras, escamas, otólitos, cristalinos ou peixes inteiros. Cefalópodes foram encontrados em 31,5% e crustáceos em 8,6% deles. Houve a presença de penas de aves em 20 % dos estômagos e ocor- rência esporádica de insetos e sementes (2,9% e 5,7% respectivamente), e 14,3% dos estômagos (n=5) estavam vazios. Constatou-se a presença de endoparasitas como nematoda e nematomorpha em 68,6% dos estômagos, sendo 223 nematomorpha, o maior número encontrado em um único estô- mago e 182 nematoda em outro. Como material de origem antropogênica, verificou-se a presença de sintéticos em 28,6% dos conteúdos analisados, sendo composto por termoplásticos, nylon, borracha, e chumaço de fio me- tálico (n=3).Verificamos que esta espécie assim como outras aves marinhas, também é afetada pela contaminação do plástico nos mares. Palavras chaves: Aves marinhas, peixes, plásticos XIII Congresso Brasileiro de Ornitologia 71 INTERAÇÃO DE AVES ASSOCIADAS A ECOSSISTEMAS MARINHOS COM A PESCA NO LITORAL CENTRO-SUL PARANAENSE Viviane Lorenzi Carniel1 e Ricardo Krul1 E-mail: viviane_carniel@yahoo.com.br e rkrul@ufpr.br 1Laboratório de Ornitologia – Centro de Estudos do Mar - UFPR Os recursos alimentares presentes na superfície dos oceanos, desde zooplâncton até lulas e peixes, sustentam populações de aves que ao longo da evolução adaptaram-se para explorar de muitas maneiras esse ecossistema. Contudo, com a crescente exploração do meio marinho pelo homem, novas situações ecológicas são impostas nestas áreas, propiciando novas fontes de alimento. Numa avaliação da pesca comercial verifica-se que é prática co- mum o descarte de parte da captura, tanto na forma de peixes inteiros sem valor comercial como seus derivados. Muitos estudos têm destacado a im- portância dos descartes da pesca na alimentação de aves marinhas, ressal- tando inclusive a possibilidade de dependência das mesmas. A grande questão das pesquisas nessa área, tem sido: qual o papel que os descartes vem assumindo atualmente em relação a avifauna?. Diante disso o presen- te estudo que foi realizado no litoral do Paraná, sul do Brasil, objetivou a avaliação da interação de aves associadas a ecossistemas marinhos com atividades de pesca realizadas em ambiente de praia, nos balneários de Pontal do Sul, Barrancos e Shangrilá. As interações foram avaliadas sema- nalmente, totalizando 84 amostragens durante os meses de Janeiro a Julho de 2005. Sendo que as mesmas foram monitoradas por meio de registros visuais, com o auxílio de binóculos avaliando-se quais espécies interagiram, bem como suas estratégias de captura e duração das interações. Ao longo do estudo foram registradas 16 espécies de aves, das quais oito interagiram efetivamente: Larus dominicanus, Phalacrocorax brasilianus, Fregata magnifiscens, Egretta thula, Coragyps atratus, Sterna eurygnatha, Cathartes aura e Casmerodius alba. A gaivota, Larus dominicanus, foi a espécie mais abundante nos censos por tempo e a mais freqüente nos censos gerais, apresentando índices de 91,6% e 97,61%, respectivamente. Em relação à interação das aves com os descartes, registrou-se seis espécies para os Balne- ários de Barrancos e Shangrilá e cinco espécies para o Balneário de Pontal do Sul. Dados referentes à interação das aves com a pesca por área especí- fica, apontam Shangrilá como a localidade onde ocorreu o maior número de contatos, 55,26% do total, com destaque para Larus. dominicanus que individualmente contribuiu com 88,64% destes registros. Palavras-chaves: Aves marinhas, interação, descartes. XIII Congresso Brasileiro de Ornitologia72 A GAIVOTA, LARUS DOMINICANUS NO AMBIENTE DE ENTRE-MARÉS: INFLUÊNCIA DA SAZONALIDADE PESQUEIRA NOS PADRÕES DE INTERAÇÃO COM A PESCA. Viviane Lorenzi Carniel1 e Ricardo Krul1 E-mail: viviane_carniel@yahoo.com.br e rkrul@ufpr.br 1Laboratório de Ornitologia – Centro de Estudos do Mar – UFPR. Os descartes da pesca podem constituir uma fonte adicional de ali- mento para aves ictiófagas e, dessa forma, influenciar tanto a abundância quanto a distribuição destas aves. No litoral paranaense, várias artes de pesca descartam parte da captura, mas uma delas, o arrasto dirigido ao camarão se destaca. Esta pesca é alvo de uma regulamentação que proíbe esta atividade durante um período do ano, normalmente durante os meses de Março a Maio, chamado de defeso, o que gera uma sazonalidade na oferta de descartes, principalmente em alto-mar.Diante disso, o presente estudo objetivou avaliar as respostas da comunidade de aves que interagem com a pesca no ambiente de praia, em relação a sazonalidade pesqueira no litoral centro-sul paranaense, durante os meses de janeiro a julho de 2005. Para a coleta dos dados referentes à utilização dos descartes das pesca no ambiente de entre-marés, foram efetuados censos acompanhando os des- cartes promovidos pelos pescadores Durante a condução dos censos regis- trou-se as espécies de aves que utilizaram os descartes e o número destas. Ao longo do estudo foram observadas oito espécies de aves interagindo com a pesca no ambiente de entre-marés, que são Larus dominicanus, Phalacrocorax brasilianus, Fregata magnifiscens, Egretta thula, Coragyps atratus, Sterna eurygnatha, Cathartes aura e Casmerodius alba. Destas, Larus dominicanus, foi a espécie mais abundante nos censos por tempo e a mais freqüente nos censos gerais, apresentando índices de 91,6% e 97,61%, respectivamente. Portanto, as considerações mais refinadas foram efetuadas com base nesta espécie.Os dados obtidos em relação ao número médio de L. dominicanus utilizando os descartes da pesca no ambiente de entre- marés se mostraram significativamente diferentes (p < 0,05) ao se avaliar os períodos com defeso, média de 92,56% das interações e sem defeso, de 21,29%. Estes dados indicam que durante o período de defeso, situação em que a oferta de descartes em alto-mar diminui consideravelmente, algu- mas espécies de aves que interagem com a pesca intensificam a interação no ambiente de entre-marés, especialmente a gaivota, L. dominicanus. O mesmo reflete-se para Fregata magnifiscens, com registros das interações predominantemente durante o período de defeso. Palavras-chaves: Aves marinhas, sazonalidade pesqueira, interação. XIII Congresso Brasileiro de Ornitologia 75 COMPORTAMENTO DE DRYOCOPUS LINEATUS (PICIDAE) DURANTE CONFECÇÃO DE CAVIDADE Marco Aurélio-Silva Museu de Ciências Naturais UFPR; Mulleriana: Sociedade.Fritz Müller de Ciências Natu- rais.; E-mail: marcobiol@yahoo.com.br Dryocopus lineatus, picídeo de grande porte e ampla distribuição no Brasil, confecciona cavidades em troncos mortos, utilizando-os como dormi- tórios e ou ninhos, onde chocam de 2 a 4 ovos. Um casal foi observado produzindo cavidade em tronco morto de Araucaria angustifolia, localizado na borda de reflorestamento com A.angustifolia e Pinus sp., no Parque Esta- dual de Vila Velha (25°14’S 49°59’W), Ponta Grossa, Paraná, em setembro de 2004, num total de 12h de atividades. Toda atividade apresentada pelas aves na área próxima ao tronco, foi considerada como atividade de produ- ção da cavidade. O tempo dispensado por ambos os sexos durante as ativi- dades foi de (macho52% n=372min; fêmea 48% n=345min). Foram identificadas seis diferentes atividades durante a produção da cavidade (Cin- zelar, Limpar, Vigiar, Vocalizar, Tamborilar e Defender). Cinzelar foi a ativida- de mais comum (macho=35,3%; fêmea=32,1% do total de atividades). Ape- nas a fêmea apresentou a atividade de limpeza da cavidade (26,8% do total de atividades). O macho dedicou-se mais as atividades vigiar (29,4%) e vocalizar (32,3%) que a fêmea (17,9% e 19,6% respectivamente). O tam- borilar, comportamento de alerta ou chamado, foi apresentado pela fêmea uma vez após repetição de chamados vocais. A fêmea apresentou defesa de território inter-específica quando um indivíduo de Colaptes melanochloros forrageava a 10 m da cavidade em construção. O macho apresentou defesa intra-específica quando outro macho aproximou-se 20 m do tronco. Em am- bos os encontros agonísticos foram evidentes o eriçamento do topete e vocalização seguida de perseguição. O Vigiar mais prolongada pela fêmea ocorreu quando sobrevoaram a área dois indivíduos de Rupornis magnirostris, enquanto que a presença de grupos com até 10 indivíduos, de Cyanocorax chrysops a cerca de 2 m da cavidade não provocaram nenhum tipo de reação dos Pica-paus. Não houve nenhuma evidência de atividade reprodutiva ou uso da cavidade como dormitório, após o período de obser- vação. Palavras chave: Dyocopus lineatus; Picidae; Comportamento Apoio: Lesley University XIII Congresso Brasileiro de Ornitologia76 ESTUDO PRELIMINAR SOBRE ESTRUTURA E COMPOSIÇÃO DE BANDOS MISTOS DE AVES NO PARQUE ESTADUAL DA CANTAREIRA, ESTADO DE SÃO PAULO. Andre Cordeiro De Luca, Carlos Campos Gonçalves Jr., Édson Aparecido da Silva e Flavio de Barros Molina. Unib - Universidade Ibirapuera, São Paulo, SP, alcardel@terra.com.br . Bandos mistos de aves são caracterizados pela associação de duas ou mais espécies, cuja formação deve-se, principalmente, à maximização do forrageio e detecção de predadores, sendo que sua coesão está ligada dire- tamente ao tipo de interação entre elas. O presente estudo realizou-se no Parque Estadual da Cantareira (23º22' S e 46º36' W), que abriga a maior floresta urbana do planeta, um fragmento de Mata Atlântica caracterizado por floresta ombrófila densa. As observações foram realizadas no Núcleo da Pedra Grande, situado nos municípios de São Paulo e Mairiporã (SP), no período entre Fevereiro e Agosto de 2005. Quatro vezes ao mês, as trilhas existentes no local eram percorridas, totalizando-se 140 horas de campo. Os bandos mistos eram seguidos até sua dissipação (exceto quando o afasta- mento das trilhas impedia o seu acompanhamento), registrando-se sua es- trutura e composição com o auxílio de binóculo (8 x 42). Foram identificadas 84 espécies compondo os 134 bandos mistos observados durante o período. Nove espécies tiveram presença regular nos bandos, sendo as mais freqüen- tes, Basileuterus culicivorus (69,40%), Dysithamnus mentalis (64,18%), Sittasomus griseicapillus (59,70%) e Basileuterus leucoblepharus (51,49%). Os bandos eram formados por duas até 26 espécies. As famílias que repre- sentaram o maior número de espécies participantes foram Tyrannidae (17,85%) e Furnariidae (13,09%). Apesar de Habia rubica aparecer em apenas 23,88% dos bandos, sua presença os tornava mais coesos, garantindo sua manu- tenção por, em média, mais de 35,32 minutos, enquanto bandos em que a espécie estava ausente tiveram duração de, em média, 22,52 minutos. Esta foi a única espécie nuclear identificada nos bandos. Foram considerados dois bandos mistos que acompanhavam formigas em correição, sendo Pyriglena leucoptera a espécie mais ativa nestes casos. O período de feverei- ro abril apresentou intensa atividade dos bandos mistos, enquanto Agosto foi o mês com menor número de bandos observados. Dentre os estratos florestais utilizados, o sub-bosque mostrou-se a área de maior atividade dos bandos; em alguns casos, algumas aves que compõem bandos mistos de dossel, como Tangara desmaresti e Tangara seledon, chegavam a descer e participar daqueles formados nos estratos inferiores. Palavras chave: bandos mistos de aves, Parque Estadual da Cantareira, estrutura e composição. XIII Congresso Brasileiro de Ornitologia 77 ABUNDÂNCIA DE AVES FRUGÍVORAS E GRANÍVORAS EM FLORESTAS PRIMÁRIAS, SECUNDÁRIAS E PLANTAÇÕES DE EUCALIPTO NA AMAZÔ- NIA ORIENTAL – NORTE DO PARÁ Luiz Mestre1 e Jos Barlow2 1Universidade Federal do Paraná / lmestre@hotmail.com 2 University of East Anglia – UK / j.barlow@uea.ac.uk Neste estudo apresentamos dados de abundância de aves frugívoras e insetívoras em áreas de florestas primárias, secundárias e em plantações de Eucaliptos em Monte Dourado, Rio Jari - Norte do Pará. Este projeto foi conduzido em uma área de 1.7Mha administrada pela Jarí Celulose, locali- zada a nordeste da Amazônia brasileira, no estado do Pará. Esta grande área é um mosaico de plantações de Eucalipto (>50,000ha), florestas secun- dárias (>70,000ha), rodeadas por mais de 1.3 Mha de florestas primárias. As amostragens por ponto foram realizadas de Janeiro a Abril de 2005 entre 6:30 e 9:30 h, amostrando cinco replicas de cada tipo de habitat. Um único observador (LM) registrou as aves em transectos de 2km, passando dez mi- nutos em cada um dos dez pontos separados de 200m em 200m. Observa- mos um total de 4774 aves em 300 pontos de amostragem em um raio de 50 metros do observador; incluindo 1111 indivíduos de 39 espécies que comem exclusivamente frutas e/ou sementes (5 Tinamidae, 2 Cracidae, 1 Psophidae, 8 Pipridae, 9 Psittacidae, 5 Pipridae, 4 Cotingidae e 5 Emberizidae). Amostramos 655 frugívoros/granívoros em florestas primárias (50,5% Psittacidae, 26,4% Cotingidae), 273 em floresta secundárias (36,6% Pipridae, 23,4% Pipridae), e 183 em monoculturas de Eucalipto (78,1% Emberizidae). Registramos significativamente mais indivíduos frugívoros em florestas primárias que em outros ambientes, quase não havendo sobreposição de espécies entres os três habitats. Estes resultados demonstram a sensibili- dade de determinadas espécies frugívoras a distúrbios ambientais e reafir- mam a pobreza das monoculturas e das áreas de florestas secundárias na Amazônia. Palavras-chave: frugívoros, granívoros, florestas primárias, florestas secundárias, plantações de Eucalipto. XIII Congresso Brasileiro de Ornitologia80 A AREA GIGANTO CELLULARIS EM PITANGUS SULPHURATUS, MYIOZETETES CAYANENSIS E PHAEOMYIAS MURINA (AVES: TYRANNIDAE) João Paulo Coimbra1, Maria Luiza Videira Marceliano2, Belmira Lara da Silveira Andrade da Costa3, Elizabeth Sumi Yamada4 1,4 Laboratório de Neuropatologia Experimental, Departamento de Fisiologia, UFPA (joaopco@terra.com.br / esyamada@ufpa.br); 2 Seção de Ornitologia, Departamento de Zoologia, MPEG (mlvideira@museu-goeldi.br); 3 Laboratório de Neurofisiologia, Departa- mento de Fisiologia e Farmacologia, UFPE (bl@ufpe.br). Os membros da família Tyrannidae são essencialmente insetívoros e exibem um repertório bastante diverso de estratégias de forrageamento. Pitangus sulphuratus é uma espécie generalista que se alimenta de insetos e outros itens alimentares. A espécie Myiozetetes cayanensis captura insetos no ar, mas pode eventualmente se alimentar de frutos. Já Phaeomyias murina captura insetos na folhagem e também pode se alimentar de frutos. As células ganglionares retinianas transportam ao encéfalo informações sobre diversos aspectos do mundo visual tais como forma, cor e movimento. As células ganglionares de tamanho grande, encontradas na periferia retiniana, participam de uma via associada ao processamento de informação de movi- mento. Uma vez que estas espécies se alimentam basicamente de presas móveis, objetivou-se analisar a distribuição espacial de células ganglionares gigantes a fim de testar a hipótese de que estas espécies possuem uma Area Giganto Cellularis. Para tanto, utilizaram-se retinas fixadas em paraformaldeído a 4 % e coradas pelo método de Nissl. A topografia da densidade de células ganglionares com corpo celular > 300 mm2 foi analisa- da em intervalos de 0,5 mm na periferia temporal e a 1 mm no restante da retina utilizando-se microscópio de luz. A análise topográfica revelou a pre- sença de uma Area Giganto Cellularis na periferia temporal em retinas de P. sulphuratus, M. cayanensis e P. murina com densidades máximas em torno de 781 células/mm2 em todas as espécies. Do ponto de vista funcional, a Area Giganto Cellularis não estaria associada com uma elevada acuidade visual, mas estaria envolvida com a detecção de presas móveis e incremen- to da visão de profundidade favorecendo a captura de insetos pelos tiranídeos estudados. Além das espécies de tiranídeos estudadas, esta especialização retiniana foi descrita previamente apenas para albatrozes e duas espécies de pingüins. A ocorrência da Area Giganto Cellularis em táxons de aves filogeneticamente distantes sugere que esta especialização representa um caráter homoplástico que surgiu pelo menos em três momentos da história evolucionária de aves. Palavras chave: Retina, Tyrannidae, Area Giganto Cellularis Órgãos financiadores: PRONEX, CAPES,CNPq, UFPA XIII Congresso Brasileiro de Ornitologia 81 O SISTEMA DE MIGRAÇÃO DE CALIDRIS PUSILLA (AVES: SCOLOPACIDAE) NA COSTA AMAZÔNICA DA AMÉRICA DO SUL. Antonio Augusto Ferreira Rodrigues1 Ana Tereza Lyra Lopes2, Maria Paula Cruz Schneider3, Evonnildo Costa Gonçalves4, Artur Silva5. 1, 2 - Depto. de Biología, UFMA. Av. dos Portugueses, S/N. CEP 65080-040. São Luís, MA. augusto@ufma.br; 3, 4, 5 – Depto. De Genética, Laboratório de Polimorfismo de DNA, UFPA. 66000-000 paula@ufpa.br O sistema de migração de Calidris pusilla na América do Norte é bem conhecido, entretanto, há uma escassez de informações na América do Sul. A base de dados desse trabalho refere-se a aves censadas, capturadas e anilhadas na costa amazônica brasileira entre os anos de 1992 e 2000. A população invernante variou de 2000 indivíduos nas praias do Maçarico (PA) e Panaquatira (MA) a 4500 indivíduos na Ilha de Maiaú (MA) e praia de Goiabal (AP). Os dados sugerem que na migração de C. pusilla em direção à América do Sul a maior parte da população parece parar primeiro nas áreas mais ao norte (Guianas e Suriname) e de lá seguem até o norte do Brasil. Dados de peso de C. pusilla em setembro no Suriname indicam que a população teria um potencial médio de vôo de 1400km (Gratto-Trevor, 1992), permitindo vôos diretos até a costa norte do Brasil (Pará, Maranhão). A po- pulação do centro do Ártico parece migrar em vôo direto até os setores mais ao norte da América do Sul (Guianas e Suriname), invernando nesse local. A população do oeste (Alasca), migra pelo interior da América do Norte, passando por Quill Lakes, Canadá e invernando na costa norte da América do Sul (Venezuela, Guianas e Suriname), e em setores mais a oeste (Gratto- Trevor, 1994). Os dados de comprimentos de cúlmens sugerem que a popu- lação do oeste não inverna nas costas do Pará e Maranhão. Durante a migração de retorno, dados de peso mostraram que alguns indivíduos de C. pusilla que permaneceram na área até meados de maio ganharam peso até a partida migratória, com potenciais de capacidade de vôo variando entre 2160 a 4539km. Os vôos migratórios partindo da costa norte do Brasil, são apoiados pelo fato de não serem encontrados indivíduos nas costas das Guianas e Suriname com comprimentos de cúlmen semelhantes aos do Pará e Maranhão. As populações que invernam nas Guianas e Suriname apresentam potencial máximo de capacidade de vôo de aproximadamente 2.200km (McNeil, 1970), sustentando a hipótese da diferença de rotas, ou seja, essas populações seguem uma rota mais central, via Mississipi, passan- do por Quill Lakes, Canadá, até as áreas de reprodução no Alasca e região central do Ártico. Essa rota é provavelmente a mesma utilizada por indivídu- os que invernam na Venezuela e nos setores mais a oeste da América do Sul. Palavras chave: Sistema de migração, Calidris pusilla, Costa amazônica. Órgãos financiadores - PROBIO/MMA/CNPq/BIRD; Petrobrás/PIATAM mar. 82 XIII Congresso Brasileiro de Ornitologia XIII Congresso Brasileiro de Ornitologia 85 COMPOSIÇÃO E DISTRIBUIÇÃO DA AVIFAUNA POR AMBIENTES NA APA DA PRAIA MOLE – SERRA – ESPÍRITO SANTO Ricardo Luiz Cazotto1 e Maria Madalena Tedesco2 1Instituto Goiamum Vitória ES, E-mail: Luizcazotto@hotmail.com 2Instituto Goiamum Vitória ES, E-mail: madatedesco@hotmail.com A avifauna capixaba é relativamente bem conhecida. Entretanto, a necessidade de se conhecer melhor a avifauna do estado levou-nos a direcionar nossos trabalhos a áreas com influências antrópicas em uma re- gião onde a vegetação e complexos lagunares estão entrelaçados com resi- dências, praças, estradas e escolas. O objetivo deste trabalho foi levantar o número de espécies e associá-las aos ambientes da APA da Praia Mole, loca- lizada na Serra no estado do Espírito Santo, contendo nesta área um com- plexo lagunar margeado por uma cobertura vegetal em adiantado estagio de regeneração. O levantamento das espécies foi feito através da observa- ção com auxilio de binóculo 40X5 e a armação de redes de neblina como metodologia complementar, em excursões diurnas e noturnas realizadas nos picos de atividades das aves. Com base nos trabalhos de campo um total de 100 espécies, distribuídas em 31 famílias foram registradas na área. Deste total 17% (nº17) das espécies são exclusivamente encontradas em áreas antrópicas, como jardins, quintais, pomares, capinzais etc; 13% (nº13) são exclusivas de áreas úmidas como lagoas e brejos; 19% (nº19) são exclu- sivas de Capoeiras; e 1% (nº01) são exclusiva de restinga (é interessante ressaltar que este tipo de vegetação na área de estudo compõe-se de uma área muito pequena). As espécies que compartilham mais de um tipo ambi- ente foram: área antrópica e úmida com 3 espécies (3% do total); área antrópica e capoeira com 40 espécies (40% do total); área antrópica e restinga com 2 espécies (2% do total); área úmida e capoeira com 2 espécies (2% do total); e área antrópica, capoeira e restinga com 3 espécies (3% do total). O maior numero de espécies em áreas antrópicas e capoeiras nos dá uma idéia de que a composição avifaunistica da área de estudo, compreende-se de uma avifauna composta basicamente por espécies plásticas e versáteis no que diz respeito a sobrevivência, pois toleram ambientes conturbados e modificados como a área em questão, outra prova disso é a ausência de famílias inteiras como: Tinamidae, Cotingidae, Ramphastidae, Phasianidae, Formicariidae e outras. Os resultados deste inventário servirão como base nas análises preliminares da avifauna e seu nível de conservação para o plano de manejo da APA de Praia Mole. Palavras chave: Inventário, avifauna, ambientes. Órgão Financiador: Instituto Goiamum – Vitória – ES Av. Central, Balneário Carapebus , Serra - ES Tel. (27) 32387219 - www.institutogoiamum.org.br XIII Congresso Brasileiro de Ornitologia86 REGISTROS POUCO COMUNS DE AVES EM PRAÇAS E PARQUES DAS CIDADES DE RECIFE E OLINDA, PERNAMBUCO. Sidnei de Melo Dantas¹, Manoel Toscano de Brito¹, Glauco Alves Pereira¹, Alice Carvalho de A. Araripe¹, Elisângela da Silva Guimarães¹ e Maurício Cabral Periquito¹. ¹ Associação dos Observadores de Aves de Pernambuco – OAP, E-mail: oap@oap.org.br Desde a década de noventa a Associação dos Observadores de Aves de Pernambuco - OAP vem realizando atividades de observações e inventá- rios de aves na Região Metropolitana do Recife. As praças e parques das cidades de Recife e Olinda são os principais alvos de tais atividades, sendo assinaladas até o momento 68 espécies distintas para esses ambientes. Du- rante essas pesquisas, algumas aves pouco comuns para esses locais foram registradas, tendo destaque as seguintes espécies: 1) Piaya cayana: um exemplar dessa espécie foi visualizada na Praça Vitoriano Regueira (Olinda), em 2005; 2) Galbula ruficauda: espécie observada apenas no Parque Arraial Velho do Bom Jesus (Recife), em 1993; 3) Nystalus maculatus: Bucconidae também visto no mesmo local em que a espécie anterior, em 1993; 4) Picumnus exillis: pequeno pica-pau observado também no Parque Arraial Velho do Bom Jesus, em 1993; 5) Colaptes melanochloros: Picidae avantaja- do, visualizado apenas na Praça do Carmo (Olinda), em 2005; 6) Taraba major: observado na Praça Euclides da Cunha (Recife), em 2003; 7) Thamnophilus palliatus, registrado no Parque Arraial Velho do Bom Jesus (de 1993 a 2005) e para o Parque da Jaqueira (Recife), em 2004; 8) Tolmomyias flaviventris: um registro, no Parque Arraial Velho do Bom Jesus, em 2005; 9) Zimmerius gracilipes: assinalado para o Parque Arraial Velho do Bom Jesus, Parque da Jaqueira e Praça de Casa Forte (Recife), e na Praça do Carmo (Olinda), em 2004 e 2005; 10) Machetornis rixosa: observado um casal com dois filhotes, no Parque 13 de Maio (Recife), em 2004; 11) Conirostrum speciosum: pequeno pássaro visto apenas no Parque Arraial Velho do Bom Jesus, em 1993; 12) Carduelis yarrellii: um casal foi assinalado na Praça de Jardim São Paulo (Recife), em 2003. Palavras chave: Avifauna, Praças e Parques, Associação dos Observadores de Aves de Pernambuco. XIII Congresso Brasileiro de Ornitologia 87 REGISTROS INÉDITOS DE ESPÉCIES DE AVES PARA O ESTADO DE PERNAMBUCO, BRASIL. Sidnei de Melo Dantas¹; Glauco Alves Pereira¹; Gilmar Beserra de Farias¹; Manoel Toscano de Brito¹; Maurício Cabral Periquito¹; Eduardo Tenório Vasconcelos¹ e Gustavo Luis Pacheco¹. ¹Associação dos Observadores de Aves de Pernambuco – OAP, E-mail: oap@oap.org.br Recentemente a Associação dos Observadores de Aves de Pernambuco -OAP, vem realizando diversas atividades de observação de aves no Estado de Pernambuco. Nesses trabalhos diversas espécies de aves com poucos registros para a região vem sendo documentadas, além de alguns registros inéditos para o Estado. Como novos registros para Pernambuco, temos: 1) Nyctanassa violacea, Ardeidae que vem sendo observado constantemente nos manguezais da cidade do Recife, desde o ano de 2002; 2) Ciconia maguari, esse Ciconidae foi observado sobrevoando o bairro do Engenho do Meio em 02.10.2003, posteriormente foi visto um exemplar pousado no gramado da Universidade Federal de Pernambuco, em 12.08.2004, ambos os locais são bastante próximos e localizam-se na cidade do Recife (8°;03’S; 34°52’O); 3) Platalea ajaja, um indivíduo dessa espécie foi observado sobre- voando o rio Capibaribe, no centro do Recife, em 21.08.2005. Existe a possi- bilidade de que essa e a espécie anterior provenham de soltura de algum cativeiro na cidade; 4) Amaurolimnas concolor, esse Rallidae foi gravado em duas localidades distintas, primeiro na Mata de Aldeia (7°54’S; 35°03’O), em Camaragibe, no dia 09.10.2004, e posteriormente no Parque Estadual de Dois Irmãos, no Recife, em 13.03.2005; 5) Rhynchops niger, foi observado sobrevoando a Bacia do Pina, no Recife, durante a maré alta, em 11.02.2005; 6) Elaenia chiriquensis, Tyrannidae assinalado para a RPPN de Carnijó, município de Moreno(8°07’S; 35°05’O), na borda de um fragmento de mata Atlântica, em 22.01.2004. Adicionalmente, foi registrado em Itambé (7°24’S; 35°06’O), na Casa de Campo, em uma capoeira rala, em 27.11.2004, e no Parque Estadual de Dois Irmãos, também na borda da mata, em 22.01.2005. Em todas as ocasiões a vocalização da E. chiriquensis foi documentada. Palavras chave: Observadores de Aves de Pernambuco, novos registros, Pernambuco. XIII Congresso Brasileiro de Ornitologia90 NOVOS REGISTROS DE AVES PARA O PARQUE NACIONAL DO JAÚ, AMAZONAS - BRASIL Ricardo Afonso M. de Almeida Fundação Vitória Amazônica, Rua R/S, casa 07, quadra Q, Conjunto Morada do Sol - Aleixo, CEP: 69060-080, Manaus, AM - Brasil. E-mail: almeida@fva.org.br. O Parque Nacional do Jaú (PNJ) têm uma área de 2.272.000 ha, está localizado a aproximadamente 200 km a noroeste de Manaus. Em alguns casos os novos registros incluem extensão de distribuição. Myrmotherula klagesi. Foi registrado por audição numa ilha fluvial do rio Negro chamada Jussara (S 1Ú52’27” WO 61Ú22’ 09”) nos dias 09/09/2000 e 15/10/2000, uma documentação foi feita da espécie. Iodopleura isabellae. Foi observado no dia 13 e 14/05/2004 na trilha da Sumaúma (S 01Ú 54' 22.2'’ WO 61Ú 25' 53.0'’), numa capoeira alta. O indivíduo observado estava pousado numa árvore emergente, e copa desprovida de folhas. Estava forrageando, favore- cendo um bom contato visual. As observações marcantes são três regiões faciais sendo a do meio indo até o ventre e uma faixa branca na região uropigiana, lembrando Chaethura spinicauda. Psarocolius viridis. Foi regis- trado no dia 28/01/2002 na comunidade do Seringalzinho (S 01Ú 50’28.5” WO 61Ú 35’35.3”) numa mata de capoeira, pousados num pé de bananeira brava (Ravenala guyanensis - Musaceae). Leucoptermis melanops. Foi ob- servado pela primeira vez no dia 07/08/2003 na trilha do Vista Alegre (S 01Ú 49' 56.8'’ WO 61Ú 35' 55.9'’), uma mata de terra firme. Documenta- ções foram feitas dessa espécie. Tinamus guttatus. Foram registrados nos dias 11 e 13/01/2005 nas trilhas Nazaré 01 e Kiko (S 01° 54’22” WO 61° 25’53” e S 01° 50’04” WO 61° 35’30”) numa mata de terra firme. Veniliornis cassini e Pteroglossus viridis. Foram registrados no dia 16/01/2005 por vocalização e gravados na ilha juçara (S 1Ú52’27” WO 61Ú22’ 09”), uma ilha fluvial do rio Negro. Apesar da avifauna do PNJ ser considerada um dos grupos biológicos melhor estudados, os novos registros sugerem que há no parque lugares mal amostrados como as ilhas fluviais no rio Negro, onde foram feitos novos registros, há espécies pouco conhecidas podendo ser subestimadas, podem ocorrer em baixa densidade ou estão relacionadas a uma variação temporal e espacial no PNJ. A continuidade dos estudos em lugares ainda poucos amostrados poderão trazer novos registros para a re- gião do PNJ. Palavras chaves: Parque Nacional do Jaú, novos registros e rio Negro. Órgãos financiadores: Fundação Vitória Amazônica, Colgate-Palmolive, WWF do Brasil e Fundação Moore. XIII Congresso Brasileiro de Ornitologia 91 COMUNIDADE DE AVES E RESULTADOS PRELIMINARES SOBRE MANEJO E CONSERVAÇÃO DO PARQUE MUNICIPAL DO MINDU, MANAUS - AMAZO- NAS Ricardo Afonso M. de Almeida Fundação Vitória Amazônica, Rua R/S, casa 07, quadra Q, Conjunto Morada do Sol - Aleixo, CEP: 69060-080, Manaus, AM - Brasil. E-mail: almeida@fva.org.br. O Parque Municipal do Mindu (PMM), é um parque urbano com uma área de 30 ha. Estima-se que o PMM até o início da década de 60 do século passado começou a fragmenta-se com o surgimento do conjunto Castelo Branco. Os desmatamentos de florestas têm ocasionado a fragmentação de hábitats o que é considerado a maior causa dos problemas atuais para a Biologia da Conservação. Vários estudos têm documentado a redução ou extinção de populações de aves em matas fragmentadas na Amazônia. O objetivo geral foi verificar preliminarmente o grau de isolamento sofrido na avifauna do PMM. Visitas mensais foram realizadas percorrendo uma trilha de 3 km. no período de janeiro a dezembro de 1995. Foram registradas 146 espécies de aves, 90 espécies são residentes, e 69 espécies são de matas primárias ou parcialmente primárias. Onze espécies de aves estão ameaçadas de extinção local, sendo a maior ameaça a descaracterização da floresta, tamanho e isolamento da área. A redução e o isolamento do PMM pode ter contribuído pela ausência de certas espécies de aves de médio e grande porte que precisam de grandes áreas para a sustentação de suas popula- ções como Ramphastidae, Psittacidae, Accipitridae, Falconidae e certos Cotingidae. Estudos revelam que os frugívoros de copa, especialmente os de maior porte como Cotingídeos e Psitacídeos, parecem ser sensíveis a perturbações do ambiente, várias espécies desses grupos são extintas de fragmentos isolados de mata. Apesar da fragmentação do PMM, ele não está totalmente isolado, há um corredor verde que o conecta a outro frag- mento, o Oásis. Observações revelaram que as aves da família Psittacidae registradas nessa área deslocam-se para o PMM para forragear, e muitas outras espécies utilizam o corredor verde que conecta essas duas áreas. Uma estratégia de conservação muito difundida para diminuir os efeitos da fragmentação é manter fragmentos conectados ente si por corredores ver- des e ligados às áreas de floresta, sendo uma relevante estratégia de preser- vação para a Biologia da Conservação. A conservação do PMM e do corre- dor verde, portanto, tornam relevante nesse contexto. O corredor verde entre o PMM a outras áreas verdes foram determinantes na riqueza de espécies do PMM, diminuindo significativamente os efeitos de isolamento. Palavras chaves: Parque do Mindu, extinção local, corredor verde. XIII Congresso Brasileiro de Ornitologia92 VISITANTES FLORAIS DE PLATONIA INSIGNIS MART. (CLUSIACEAE) Adriano Kid Azambuja1 e Paulo Sergio Figueiredo2 1Graduado em Ciências Biológicas, UFMA, E-mail: adrianokid@hotmail.com 2Depto. de Biologia, UFMA, São Luís-MA, E-mail: paulosfigueiredo@uol.com.br O Bacuri, Platonia insignis Mart. (Clusiaceae), é uma espécie arbórea de ocorrência natural na Amazônia Oriental, expandindo-se através da zona de transição para o semi-árido, nos cerrados marginais do Nordeste, no Maranhão e Piauí. A flor do bacurizeiro apresenta várias características típi- cas da síndrome de ornitofilia, possuindo uma flor grande, hermafrodita, com coloração rosada, sem odor, com heterostilia e grande produção de néctar (com baixa concentração de açúcares) e pólen. No cerrado sua floração ocorre durante os meses de junho, julho e agosto, estando as flores total- mente abertas às 4:00 horas. O objetivo deste trabalho é identificar os visi- tantes florais de P. insignis em uma região de cerrado marginal no nordeste do Maranhão, verificando o recurso explorado e os prováveis agentes polinizadores. A observação de visitantes foi efetuada nos Municípios de Urbano Santos e Santa Quitéria (MA) durante o período de pico da floração (21/07/2004 à 04/08/2004). A observação da ação de insetos foi feita duran- te três dias, em contagens efetuadas em amostras de 30 flores abertas em intervalos de 2 horas das 4:00 h às 18:00 h, período que corresponde à antese das flores até a senescência. As visitas de aves foram registradas em dois bacurizais com 7 e 8 indivíduos cada um. A observação foi feita a partir de um andaime de 9 metros de altura, do amanhecer (às 6:00 h) até as 10:30 h, durante cinco dias em cada bacurizal. Dentre os insetos (n=129), os apídeos (68%) foram os visitantes florais mais abundantes, procurando néctar e pólen, entretanto a morfologia floral e a baixa freqüência no perío- do de maior receptividade do estigma inviabilizam sua atuação como polinizadores efetivos. Dentre as aves (n=205) os Passeriformes, principal- mente traupídeos: Thraupis palmarum (39%), Nemosia pileata (16%), Ramphocelus carbo (8%), Thraupis episcopus (4%), Hemithraupis guira (2%) e Piranga flava (0,5%); e os psitacídeos: Diopsittaca nobilis (7%) e Aratinga aurea (3%); foram observados consumindo néctar e pólen, sendo conside- rados prováveis polinizadores de P. insignis. Os troquilídeos (6%) e Coereba flaveola (13%) foram considerados pilhadores de néctar. Palavras chaves: Platonia insignis, polinização, ornitofilia. XIII Congresso Brasileiro de Ornitologia 95 LEVANTAMENTO DA AVIFAUNA DO CAMPUS UNIVERSITÁRIO DO SOCOPO NO MUNICÍPIO DE TERESINA PIAUÍ Douglas Danilo dos Santos Sousa¹ (douglasdanilobio@yahoo.com.br), Adão Pereira da Silva² (adaorei@yahoo.com.br), Maria Elzely Lopes Ferreira² (elzely-lopes@yahoo.com.br) e Janete Diane Nogueira Paranhos³ (jparanhos@ufpi.br). ¹Laboratório de Zoologia Antonio João Dumbra, UFPI ²Ciências Biológicas, UFPI ³Professora, Departamento de Biologia, UFPI. O campus universitário do Socopo está situado na zona leste de Teresina, capital do Estado do Piauí (05º 02’S-042º 47’W). Compreende uma área de 226 hectares com vegetação do tipo floresta estacional semidecidual com babaçu, seguido por manchas de cerrrado, pastagens e uma vegeta- ção ciliar ao rio Poty e à lagoa. Os trabalhos de campo foram realizados no período de março a julho de 2005, totalizando 14 dias de capturas e obser- vações. Os processos metodológicos para análise da ornitofauna foram à captura de espécies com rede de neblina (36 mm 2,5x12m) reconhecimen- to e observação direta através de binóculos (8 x 40, 10 x 50). Quanto aos resultados, foram identificadas até o momento 78 espécies distribuídas em 28 famílias, sendo as mais representativas Tyrannidae (11), Columbidae (5) e Cuculidae (4). Dentre as espécies capturadas e observadas Columbina talpacoti, Columbina squammata, Aratinga solstitialis, Crotophaga ani, Pitangus sulphuratus e Estrilda astrild foram as mais freqüentes. Os resulta- dos obtidos até o momento indicam uma redução no número de espécies da avifauna devido, provavelmente, ao aumento da área urbana com a conseqüente diminuição das áreas verdes de Teresina, principalmente a vegetação ciliar ao rio Poty, destacando-se um importante papel das matas de galerias dessa região na manutenção de espécies de aves como tam- bém outros representantes da fauna da região. Palavras chave: levantamento, socopo, Teresina. XIII Congresso Brasileiro de Ornitologia96 OCORRÊNCIA DAS ESPÉCIES DE BATUÍRAS (CHARADRIIDAE) NO ESTADO DE SÃO PAULO Giulyana Althmann Benedicto ¹ e Luís Fábio Silveira ² ¹ Departamento de Zoologia – USP, E-mail: giulyanasp@yahoo.com.br ² Departamento de Zoologia – USP, E-mail: lfsilvei@usp.br As batuíras são aves aquáticas cosmopolitas pertencentes à família Charadriidae. Onze espécies ocorrem no Brasil, sendo 3 destas residentes. Dentre as oito espécies visitantes, cinco são originárias do Hemisfério Norte e três se originam do sul do Hemisfério Sul. Diversas áreas no Brasil são utilizadas como áreas de descanso e forrageio por estas espécies migratóri- as. A maioria dos estudos sobre a migração destas aves está concentrada nas regiões Norte, Nordeste e Sul do país. Poucos estudos foram realizados no estado de São Paulo, e nenhum destes procurou analisar séries tempo- rais mais longas, bem como a distribuição destas aves no estado. Através da análise da coleção de aves do Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo (MZUSP), que cobre um período entre os anos de 1893 e 2001 e de registros publicados, foi possível indicar áreas de ocorrência de aves limícolas no estado de São Paulo. Além disso, foi possível também estimar os períodos de permanência de cada uma delas em São Paulo. Das onze espécies de batuíras que ocorrem no Brasil, nove foram registradas no Estado de São Paulo. As espécies residentes, Vanellus chilensis, Vanellus cayanus e Charadrius collaris, apresentaram ampla distribuição por SP; porém, os dois últimos sempre aparecem ao longo de cursos d‘água; Charadrius falklandicus e Charadrius wilsonia não apresentaram um número de registros suficiente para serem incluídos nesta análise. As espécies visitantes Charadrius semipalmatus e Pluvialis squatarola restringem-se à costa do estado; Pluvialis dominica apesar de possuir registros para o interior, concentra-se principal- mente na região costeira. As espécies com maior número de registros obti- dos foram V. chilensis (340), Charadrius collaris (153) e C. semipalmatus (136). As espécies foram registradas ao longo de todas as estações do ano com exceção de C. wilsonia, porém, surpreendentemente, o maior número de registros para todas as espécies foi durante o inverno (jun-ago), época na qual as migratórias voltam para suas regiões de origem para a reprodução. Palavras-chave: Charadriidae, São Paulo, distribuição, batuíras, migração. XIII Congresso Brasileiro de Ornitologia 97 REGISTRO DAS ESPÉCIES DE MAÇARICOS (SCOLOPACIDAE) NO ESTADO DE SÃO PAULO Giulyana Althmann Benedicto ¹ e Luís Fábio Silveira ² ¹ Departamento de Zoologia – USP, E-mail: giulyanasp@yahoo.com.br ² Departamento de Zoologia – USP, E-mail: lfsilvei@usp.br Os maçaricos são aves cosmopolitas e, das 26 espécies com registros confirmados para o Brasil, 24 são migrantes setentrionais e as outras duas são residentes. Diversas áreas no Brasil são utilizadas por estas espécies mi- gratórias como áreas de descanso e/ou de forrageio. A maioria dos estudos sobre a migração destas aves está concentrada nas regiões Norte, Nordeste e Sul do país. Poucos estudos foram realizados no estado de São Paulo, e nenhum destes procurou analisar séries temporais mais longas. Através de levantamentos nas coleções do Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo (MZUSP), compreendendo o período entre os anos de 1896 a 1998, e de registros publicados, foi possível indicar áreas de ocorrência de aves limícolas no estado de São Paulo para cada uma das espécies que ocorrem no estado. Das 26 espécies de maçaricos que ocorrem no Brasil, 18 foram registradas no estado de São Paulo, sendo que 16 delas são migrantes. As duas espécies residentes, Gallinago paraguaiae e Gallinago undulata, apre- sentaram ampla distribuição, mas apenas a primeira possui registros para a região litorânea; Calidris alba e Calidris canutus distribuem-se quase que exclusivamente ao longo da costa, com preferência notável por áreas de restinga; Calidris melanotos, Calidris fuscicollis e Actitis macularius distribu- em-se no leste de SP, principalmente ao longo da costa litorânea; Bartramia longicauda apresentou 190 registros para o interior e apenas um para o litoral; Tringa solitaria possui ampla distribuição pelo interior, enquanto que Tringa flavipes e Tringa melanoleuca distribuem-se por duas rotas bem defini- das no interior do estado, chegando também até a costa; Tryngites subruficolis, Phalaropus tricolor, Calidris pusilla, Numenius phaeopus, Numenius borealis, Limosa haemastica e Arenaria interpres não possuíram registros suficientes para serem incluídos nesta análise. As espécies visitantes com maior número de registros obtidos foram B. longicauda (190), T. flavipes (315) e T. solitaria (523). Estas espécies obtiveram registros ao longo de todas as estações, po- rém em maior número na primavera (set-nov) e menor no verão (dez-fev). Um número significativo de registros dessas espécies durante o inverno (jun- ago), época de reprodução, sugere que muitos indivíduos permanecem no Estado até a próxima migração. Palavras-chave: Scolopacidae, São Paulo, maçaricos, migração, distribuição.
Docsity logo



Copyright © 2024 Ladybird Srl - Via Leonardo da Vinci 16, 10126, Torino, Italy - VAT 10816460017 - All rights reserved