Docsity
Docsity

Prepare-se para as provas
Prepare-se para as provas

Estude fácil! Tem muito documento disponível na Docsity


Ganhe pontos para baixar
Ganhe pontos para baixar

Ganhe pontos ajudando outros esrudantes ou compre um plano Premium


Guias e Dicas
Guias e Dicas

apostila aco inox conformaca, Notas de estudo de Engenharia Mecânica

Descrição

Tipologia: Notas de estudo

Antes de 2010

Compartilhado em 08/10/2007

giuliano-perez-7
giuliano-perez-7 🇧🇷

4.5

(2)

3 documentos

Pré-visualização parcial do texto

Baixe apostila aco inox conformaca e outras Notas de estudo em PDF para Engenharia Mecânica, somente na Docsity! Conformação dos aços inoxidáveis Eduardo Luiz Alvares Mesquita Engº Mecânico - ACESITA Léo Lucas Rugani Engº de Minas e Metalurgista - ACESITA Consultoria: Engenheiro Ademar Kagê - Dir. da GRAPAIX Ind. e Com. Ltda Engenheiro Roberto Mendes Borges - Diretor da KPB Ind. e Com. Ltda Engenheiro Léo Loureiro Parolo - Diretor da KPB Ind. e Com. Ltda DEZEMBRO - 1997 ÍNDICE 1. INTRODUÇÃO.........................................................................................................5 2. O AÇO INOX E SUA CONFORMAÇÃO......................................................................5 3. TRAÇAGEM.............................................................................................................8 4. PROCESSOS DE CONFORMAÇÃO...........................................................................10 4.1 - CONCEITOS BÁSICOS .................................................................................................10 4.2 - PROCESSOS DE CORTE................................................................................................13 4.3 - PROCESSOS DE FURAÇÃO...........................................................................................22 4.4 - PROCESSOS DE DOBRAMENTO ...................................................................................28 4.5 - PROCESSO DE CURVAMENTO......................................................................................32 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS.......................................................................................39 6. BIBLIOGRAFIA ......................................................................................................41 Etapas Cuidados 1. Recebimento, manuseio • Evitar amassados e arranhões oriundos de grampos, correntes e dispositivos de fixação para manuseio. É recomendado revestir estes elementos com feltro ou plásticos. 2. Estocagem de bobinas e chapas • Estocar sempre em lugar limpo, seco e longe de aços carbono. O ideal é que o inox seja estocado em galpões sem goteiras e com piso de borracha. • Usar equipamentos de estocagem e movimentação protegidos por plástico, madeira ou feltro, evitando marcar a superfície do aço. 3 . Manuseio • Evitar danos à superfície do material. • Usar luvas limpas durante o manuseio. • Evitar contato com substâncias externas, graxas, óleos e gorduras. • Evitar o contato com aço carbono ou outros aços para evitar contaminação do aço inox. 4. Fabricação • Sempre que possível, utilizar ferramentas e equipamentos exclusivos para trabalhar o aço inox. • Não sendo possível, todos os equipamentos e ferramentas deverão ser limpos antes de sua utilização para trabalhos com o aço inox. Estocagem de chapas Estocagem de bobinas Fig (1) 7Conformação dos aços inoxidáveis Todos os aços inoxidáveis podem ser conformados. Define-se a conformação como um conjunto de técnicas/procedimentos necessários para transformar uma superfície plana - chapa, por exemplo - em produtos de formas e utilização definidas, como: cantoneiras, perfis, tubos, pias, cubas, mesas de fogão, etc. De uma maneira geral, os aços inoxidáveis podem ser conformados pelos mesmos processos utilizados para se trabalhar o aço carbono. Pequenas adaptações no processo são necessárias em função de peculiaridades nas propriedades mecânicas dos aços inoxidáveis, conforme será detalhado no item 4.1. Neste manual, serão abordados as operações de traçagem e os processos de corte, furação, dobramento, calandragem de chapas e dobramento de tubos. 3. TRAÇAGEM São operações que normalmente precedem as operações de conformação. Trata-se de marcação de curvas, retas ou pontos sobre a chapa para visualização dos locais a serem cortados, furados, dobrados, etc. Os equipamentos e instrumentos de traçagem mais utilizados são: bancada de trabalho, riscador, compasso, punção, régua, esquadro, graminho, transferidor e suta. Os instrumentos de traçagem devem ser guardados em local adequado, sempre limpos e nunca em contato com aço carbono. Quando em uso, nunca devem estar espalhados sobre a chapa a ser traçada, para evitar acidentes e riscos desnecessários à chapa. à Bancada de trabalho É a mesa de trabalho onde serão executadas as operações de traçagem. Ela deve estar sempre limpa, ser plana e estar forrada com feltro ou borracha. Suas dimensões devem ser adequadas ao operário e superiores às dimensões das chapas que serão traçadas. Após o uso, a bancada sempre deve ser limpa e coberta para evitar qualquer tipo de contaminação. Desta forma, estará sempre pronta para o uso futuro. à Riscador e compasso Devem ser de aço inox temperado ou no mínimo ter a ponta em aço inox. Em traçagens que não necessitem de precisão, podem ser substituídos por lápis. 8 Conformação dos aços inoxidáveis Compasso Fig. (2) à Punção O punção poderá ser de aço liga temperável, facilmente encontrado no mercado, pois o local onde é feita a marcação será eliminado pelo furo. Deve-se evitar o encruamento da zona a ser perfurada, quando do puncionamento do furo, que não deve ser muito profundo. É preferível utilizar punção com ponta em pirâmide triangular em vez do punção cônico. Punção de ponta piramidal Fig. (3) 9Conformação dos aços inoxidáveis O ponto C determina o fim do ramo plástico e é definido como limite de resistência (LR). A curva tensão-deformação é típica para cada aço. O LE dos aços carbono (1008) são ligeiramente mais elevados do que os aços inox (tipos 430 e 304) para a condição de aços recozidos. Porém, o LR dos aços inoxidáveis são superiores aos dos aços carbono. Aí reside uma diferença básica que vai influir em todos os processos de conformação onde ocorrem deformações permanentes: o ramo plástico B-C para os aços inoxidáveis é muito maior do que para os aços carbono. Isto significa que eles suportam deformações maiores sem ocorrer falha do componente. Dentre os aços inoxidáveis, os aços austeníticos (por exemplo o 304) apresentam este ramo plástico maior do que os aços ferríticos (por exemplo o 430) sendo especificados para conformações profundas. Nas operações de conformação onde ocorrem corte e, no caso de dimensionamento de parafusos, rebites e pinos de fixação, que são submetidos a esforços cortantes, a tensão para a qual ocorre a ruptura é chamada de tensão de cisalhamento. Esta tensão é cerca de 65 a 70% do LR para os aços inox e de 55 a 60% para os aços carbono. Uma das diferenças marcantes de comportamento às solicitações entre os vários tipos de aço é o encruamento - aumento das características (dureza, limites de escoamento, de resistência e de cisalhamento) pelo efeito de trabalho mecânico. Veja abaixo comparação dos encruamentos de aços austenítico (301), ferríticos (430 e 409) e baixo carbono (1008) Fig (6) 12 Conformação dos aços inoxidáveis Essas diferenças de comportamento ao trabalho mecânico a frio, fig (6), demonstram que os esforços necessários para a conformação dos aços inoxidáveis são consideravelmente maiores que os exigidos para os aços carbono. Além dos aços inox apresentarem o LR superior aos dos aços carbono em condições equivalentes, tanto o LE quanto seu LR crescem a uma taxa maior que o crescimento dos aços baixo carbono. 4.2 - PROCESSOS DE CORTE Basicamente, os processos de corte são operações que envolvem: à Cisalhamento - guilhotinas, tesouras e discos rotativos de vários tipos; à Abrasão - discos de corte, serras de vários tipos e corte por jato d’água; à Fusão - plasma e corte a laser. à Corte por cisalhamento O corte por cisalhamento é executado colocando-se a chapa e/ou o material a ser cortado entre duas facas de corte de aço especial. A faca inferior é fixa e a superior é dotada de movimento ascendente/descendente. O esforço cortante é produzido pelo movimento descendente da faca superior que, ao penetrar no material a ser cortado, cria: ã uma zona de deformação; ã o corte por cisalhamento; ã uma região fraturada com ruptura por tração; ã uma rebarba. Fig ( 7 ) 13Conformação dos aços inoxidáveis A profundidade de penetração depende da ductilidade e espessura do material a ser cortado. Quanto mais dúctil o metal a ser cortado, maior a penetração da faca. Contudo, metais dúcteis e muito macios (especialmente chapas finas) tendem a curvar-se na operação de corte por cisalhamento resultando em grande volume de rebarba. A qualidade do corte por cisalhamento depende fundamentalmente da qualidade das facas de corte e da regulagem das folgas entre as facas. É importante observar: à Qualidade das facas Tipo de Serviço Faca Dureza(Rockwell C) Corte em material fino (até 4,8 mm) Aço AISI D-2 60 Corte em material médio (entre 4,8 e 6,4 mm) Aço AISI A-2 60 Serviços pesados Aço AISI S-5 57 à Folgas (função da espessura a ser cortada) Espessura da chapa a ser cortada (mm) Folga (% da espessura a ser cortada) e > 1,57 5% e ≤ 1,57 3% Para cortes por cisalhamento com facas circulares (slitting) devem ser ajustadas folgas horizontais e verticais. As folgas horizontais variam de uma montagem para outra. Uma boa prática é adotar-se, inicialmente, uma folga igual a 8% da espessura da chapa a ser cortada. As folgas verticais dependem da dureza do material. Materiais duros exigem folgas menores que os materiais mais macios. A folga vertical é positiva para cortes em materiais de até 1,15 mm de espessura, devendo ser mínima para manter as bordas livres de rebarbas. Para espessuras maiores, as facas são separadas por folga vertical negativas. Fig. (8) 14 Conformação dos aços inoxidáveis à Tesouras Tipo Descrição Capacidades Manual Ferramenta manual que executa os mesmos movimentos de uma tesoura de costura. Largamente empregada em caldeirarias e serralherias, na execução de corte em chapas finas (e ≤ 1,2 mm) e de pequenas dimensões (até 300 mm). Para se evitar a formação excessiva de rebarbas deve-se sempre manter ajustada a folga entre as facas de corte (3% da espessura da chapa). Executa corte retilíneo com acabamento uniforme , com tempo e custo de operação reduzidos. Não deve ser utilizada em corte de barras e tubos. Espessuras inferiores a 1,20 mm Vibratória manual Ferramenta elétrica ou pneumática manual que executa os mesmos movimentos de uma tesoura de costura. É adequada a cortes de chapas finas (e ≤ 1,2 mm) de pequenas dimensões (até 300 mm). É uma máquina versátil, podendo cortar peças planas em vários formatos, permitindo a execução de peças especiais. Ela não exige esforço físico do operador, sendo necessários cuidado e habilidade para não sair fora do traçado. Espessuras inferiores a 1,20 mm Vibratória universal Máquina tipo “pescoço de cisne” para cortes em chapas finas (e ≤ 3,0 mm). Corta de maneira semelhante à tesoura de uso doméstico, com movimentos alternativos automáticos de vai e vem da faca superior. Executa cortes pequenos ou grandes, circulares ou retilíneos em qualquer ponto da chapa. Espessuras inferiores ou iguais a 3,0 mm à Corte por abrasão O corte por abrasão é executado pela fricção de uma ferramenta de corte no material a ser cortado. Neste tipo de corte, são arrancadas partículas do material a ser cortado (“cavacos”) com conseqüente aumento de temperatura da zona cortada. Quando a espessura da peça a ser cortada é muito grande, existe a necessidade de serem utilizados fluidos de refrigeração. Este tipo de corte pode ser executado por dois tipos de equipamentos: Serras e discos abrasivos. à Corte por serras Os aços inoxidáveis podem ser cortados por todos os tipos de serras, manuais e mecanizadas. Recomenda-se o uso de lâminas de corte de aço - rápido para qualquer tipo de equipamento. O corte é efetuado em movimentos de vai e vem com amplitude e velocidade adequadas, com o retorno em vazio para evitar um rápido endurecimento da superfície a ser cortada. Recomenda-se o uso de lubrificante (óleo para serviços pesados solúvel em água, dentre outros) para qualquer tipo de serra utilizada, exceto para o caso de serra de fita de fricção de alta velocidade. 17Conformação dos aços inoxidáveis São os seguintes os tipos de serra disponíveis no mercado: à Serras Tipo Descrição Serra manual Utilizada para corte de peças finas e serviços não repetitivos. Recomenda-se lâminas de 32 dentes por polegada para peças com até 1,60 mm de espessura e de 24 dentes por polegada para material com espessura compreendida ente 1,60 e 6,35 mm de espessura. Para espessuras maiores, recomenda-se utilizar lâminas de dentes grossos para facilitar a remoção dos cavacos e prevenir entupimento. Para um corte suave é necessário manter pelo menos dois dentes em contato constante com a peça a ser cortada. Serra mecânica Utilizada para cortes de seções relativamente grossas em trabalhos repetitivos ou não. O emprego de equipamento motorizado permite cortes mais profundos por amplitude de curso e requer o emprego de lâminas com dentes mais largos, usualmente de 8 a 12 dentes por polegada. A velocidade de corte varia de 15 a 30 m/min, dependendo da potência disponível e do tipo de lâmina. A lâmina deve ser resfriada por mistura de óleos para serviços pesados solúveis em água. Serra de fita Largamente utilizada para corte de aços inoxidáveis austeníticos. Executa cortes retos ou com contorno irregular tanto em chapas quanto em barras e tubos. O emprego de lâminas de aços rápidos possibilita maior durabilidade e a utilização de velocidades de corte maiores.Nos modelos mais recentes, operam-se velocidades de corte de 18 a 30 m/min para materiais acima de 1,60 mm de espessura e de 30 a 58 m/min para materiais mais finos. O corte em materiais trabalhados a frio, deverá ser executado em velocidades menores. 18 Conformação dos aços inoxidáveis ca eim (3 acesirtA Serra de Fita Serra de Fita Vertical Conformação dos aços inoxidáveis 19 A Fig (10) apresenta as velocidades de corte típicas para corte por arco de plasma em aço carbono e inox, utilizando 6,8 m3/h de ar a 345 kPa, em um equipamento simples. Estas informações representam o comportamento esperado em equipamentos em bom estado de manutenção e utilizando-se práticas recomendadas. Outros fatores como desgaste de peças, qualidade do ar, flutuação da tensão da linha e a experiência do operador, deverão afetar a performance do sistema. O gás de plasma é uma mistura de gases argônio-hidrogênio; argônio -hidrogênio-nitrogênio ou nitrogênio-hidrogênio. Existem quatro sistemas de corte por plasma: plasma de gás; plasma com fluxo de gás secundário (dióxido de carbono); plasma com injeção de água e plasma sobre ou sob água. Para maiores detalhes, consultar a apostila “Curso de Aços Inoxidáveis” editada para o projeto: REDE - Redirecionamento Educacional parceria Sistema FIEMG - ACESITA 4.3 - PROCESSOS DE FURAÇÃO Os processos de furação consistem em operações que envolvem os mesmos conceitos básicos dos processos de corte: à Cisalhamento - puncionadeiras à Usinagem - furadeiras de brocas à Fusão - plasma A escolha de um determinado processo está diretamente relacionada a ã volume de produção (seriada ou artesanal); ã repetitividade desejada; ã forma e dimensão da peça; ã disponibilidade de recursos. 22 Conformação dos aços inoxidáveis à Furação por cisalhamento O mecanismo de furação por cisalhamento é idêntico ao do corte por cisalhamento, substituindo-se a faca superior por um punção com o formato do furo que se quer produzir e a faca inferior por uma matriz fixa. As folgas entre punção e matriz não devem superar 10% da espessura (5% por face) para impedir um escoamento excessivo do material para dentro da matriz. Para espessuras abaixo de 1,00 mm a folga deve estar situada ente 0,03 e 0,04 mm por face. Com o objetivo de se reduzir a força de cisalhamento necessária ao corte usa-se o artifício de usinar, no punção, uma inclinação em um ângulo tal que a distância entre a ponta do punção e a sua parte reta seja próxima da espessura da chapa. Esta inclinação no punção tem também a finalidade de concentrar a região de deformação na parte que vai ser descartada (parte central), mantendo a parte externa sem deformação. Fig.(11) Fig.(11) A geometria da superfície furada varia de acordo com as folgas entre a matriz e o punção. Com o aumento das folgas, aumenta-se o ângulo de fratura e a rebarba formada pelo corte, e diminui a parte polida (cisalhada). De acordo com as folgas adotadas, definem-se 5 tipos de furos mostrados na fig.(12). 23Conformação dos aços inoxidáveis Punção afiado para perfuração Punção Espessura da chapa Efeito das folgas na geometria da superfície furada Fig. (12) Para o aço inox, a folga especificada produz uma superfície furada do tipo 4. Na operação de uma seqüência de furos adjacentes, deve-se levar em conta a distância mínima entre furos, que não deve ser inferior à metade do diâmetro do furo. Caso a chapa se deforme após o processo de furação, deve-se adotar algumas destas providências: ã substituir aço inox recozido por aço inox ¼ duro; ã utilizar punção plano ou; ã reduzir a folga matriz - punção. É importante salientar que este tipo de furação é recomendado para furos de boa qualidade em peças seriadas onde o custo do equipamento pode ser uma limitante. 24 Conformação dos aços inoxidáveis Tipo 1 Folga 23% Tipo 2 Folga 12,5 a 13,5% Tipo 3 Folga 9-11% Tipo 4 Folga 3-5% Tipo 5 Folga 1 a 2% Características do Perímetro de Corte Tipo 1 Tipo 2 Tipo 3 Tipo 4 Tipo 5 Ângulo de Fratura ........................ Deformação ................................ Corte.......................................... Fratura........................................ Rebarba ..................................... 14-16° 10-20% t 10-20% t(b) 70-80% t Grande, Tensão + Distorção 8-11° 8-10% 15-25% 60-75% Normal, Somente Tensão 7-11° 6-8% 25-40% 50-60% Normal, Somente Tensão 6-11% 4-7% 35-55% 35-50% Média, Tensão + Compressão . . . 2-5% 50-70% t(d) 25-45% t(f) Grande, Tensão + Compressão Equipamentos e ferramentas que furam por abrasão à Furadeiras Tipo Descrição Capacidades Furadeira portátil Apresenta alta velocidade de corte. Não é indicada para furos acima de 7 mm de diâmetro em aços inoxidáveis. Motor ≤ 1400W Furadeira de bancada Máquina utilizada para furação de peças pequenas com furos de até 16 mm de diâmetro e com curso de até 75 mm, dependendo do fabricante. Motor ≤ 2100W Furadeira de coluna Empregada para execução de furos de tamanho médio com até 25 mm de diâmetro, com curso de até 250 mm, dependendo do fabricante, com até 9 velocidades diferentes. Motor ≤ 3500W Furadeira radial Para peças de grande porte com furos de até 100 mm de diâmetro, com curso de até 500 mm, com mais de 9 velocidades diferentes e com avanço automático da broca. Motor ≤ 15000 W 27Conformação dos aços inoxidáveis à Brocas Broca afiação convencional Serra tipo copo 28 Conformação dos aços inoxidáveis à Furação por fusão A furação por plasma tem todos os seus parâmetros idênticos ao corte por plasma já discutido. Esse processo é utilizado para fazer furos com formatos e tamanhos diversos em locais de difícil acesso. É particularmente recomendado para chapas espessas. O custo do equipamento e a geração de rebarbas ao longo do perímetro de corte tornam-se limitantes do processo. 4.4 - PROCESSOS DE DOBRAMENTO O dobramento é uma operação onde ocorre uma deformação por flexão. Quando um metal é dobrado, a sua superfície externa fica tracionada e a interna comprimida. Essas tensões aumentam a partir de uma linha interna neutra, chegando a valores máximos nas camadas externa e interna. Em outras palavras, em um dobramento a tensão varia de um máximo negativo na camada interna para zero na linha neutra e daí sobe a um máximo positivo na camada externa (fig. (13). Desta forma, uma parte da tensões atuantes na seção dobrada estará abaixo do limite de escoamento (LE) e a outra parte supera este limite, conferindo à peça uma deformação plástica permanente. Uma vez cessado o esforço de dobramento, a parte da seção que ficou submetida a tensões inferiores ao LE por ter permanecido no domínio elástico, tende a retornar à posição anterior ao dobramento. Como resultado, o corpo dobrado apresenta um pequeno “retorno elástico” (springback) que deve ser compensado durante a operação de dobramento. Fig (13) O retorno elástico (efeito mola) é uma função da resistência do material, do raio e ângulo de dobra e da espessura do material a ser dobrado. A tabela da figura 14 ilustra a relação entre o raio de dobra e o retorno elástico para diferentes tipos de aços inoxidáveis austeníticos. Os aços ferríticos normalmente apresentam menor retorno elástico que os aços austeníticos 29Conformação dos aços inoxidáveis R = Raio do Punção r = Raio da Matriz S = Abertura da Matriz e = Espessura da Chapa à Dobramento em vazio O material é dobrado em três pontos: o raio do punção e os dois cantos da abertura da matriz. O material nunca entra em contato com o fundo da abertura em V da matriz. O raio interno de uma dobra em vazio é função da abertura da matriz: quanto maior for a abertura, maior será o raio interno resultante. O curso do punção determina o ângulo da dobra final. Neste tipo de dobramento, é possível produzir, com um único conjunto de ferramentas, virtualmente qualquer ângulo de dobra, de 180° até o ângulo da matriz. Detalhes da fixação do punção e da matriz em prensa viradeira Fig (16) Para fazer o “set-up” da prensa viradeira, parte-se da espessura do material a ser dobrado. Ela vai definir a abertura apropriada da matriz (8 vezes a espessura). Fixa-se a matriz na prensa, nivelando-se o centro do punção com o fundo da abertura da matriz. Calibra-se o curso do punção que vai definir o ângulo da dobra a ser obtida a partir de testes preliminares, levando-se em conta o retorno elástico do material. A dobra é muito sensível à abertura em V da matriz e ao curso do punção no dobramento em vazio. A figura 17 mostra, como exemplo, as variações de ângulo resultantes de pequenas variações no curso do punção para matrizes com aberturas em V de 4 mm e de 32 mm. Para um dobramento de 90° em uma chapa # 20, uma variação de curso do punção de 0,05 mm, acarreta uma variação de 4,67° no ângulo de dobra na matriz com abertura de 4 mm e 32 Conformação dos aços inoxidáveis uma variação de apenas 0,28° no ângulo de dobra obtido com uma matriz com abertura de 32 mm. Variação do ângulo de dobra com o curso do punção Fig (17) Como sugestão para uma boa prática, as chapas de inox a serem dobradas devem estar revestidas com a película de polietileno ou PVC como prevenção de possível contaminação e as ferramentas, se possível, devem ser revestidas de cromo duro. 4.5 - PROCESSO DE CURVAMENTO O processo de curvamento consiste em operações que conferem à peça uma deformação permanente em raios previamente especificados. Por ser levado a efeito no regime plástico, a exemplo do dobramento, também neste processo observa-se o fenômeno de retorno elástico. Basicamente, este processo é adequado para o curvamento de chapas, placas, barras, perfis e tubos, com o emprego de equipamentos específicos. Neste manual, trataremos de: à Curvamento de chapas à Curvamento de tubos à Curvamento de chapas As operações de curvamento de chapas e placas são levadas a efeito em calandras. Pela calandragem, podem ser obtidas chapas curvas com raios de curvamento pré- determinados como cilindros, cones, tronco de cones, bem como qualquer outra superfície de revolução. Dois tipos de calandras estão disponíveis no mercado: a calandra de passo e a calandra piramidal. 33Conformação dos aços inoxidáveis Tipos de Calandra Fig (18) Na calandra de passo (fig 18-a), a folga entre os rolos alinhados é ajustável para várias espessuras e o rolo de trabalho pode se deslocar para a obtenção de diferentes diâmetros. O diâmetro mínimo que pode ser obtido é o do rolo superior acrescido de 50 mm. Este tipo de calandra é adequado para grandes volumes de produção de peças de diâmetros (raios) menores. São mais precisas que as calandras piramidais. Na calandra piramidal, o rolo superior pode ser ajustado para exercer maior ou menor pressão, obtendo-se peças de diâmetros e/ou raios menores ou maiores. O diâmetro/raio mínimo obtido é de cerca de duas vezes o diâmetro do rolo superior para os aços inoxidáveis e de uma vez e meia para os aços carbono. O diâmetro máximo da peça é limitado pela estabilidade da peça dobrada. Para evitar contaminação, é prudente a limpeza dos rolos da calandra antes de curvar aços inoxidáveis que devem estar protegidos pela película de polietileno ou PVC. 34 Conformação dos aços inoxidáveis Tanto neste equipamento quanto no anterior, a relação D/t vai determinar a estabilidade e a conseqüente tendência ao achatamento. Para minimizar este fenômeno, utiliza-se o artifício de encher os tubos com material suporte. Os materiais suporte mais utilizados são: ã areia; ã madeira; ã resinas. Recomenda-se compactar convenientemente o material suporte dentro do tubo e tampar suas extremidades para evitar fuga durante a operação de curvamento. Tanto no curvamento por compressão quanto no curvamento por rolos, recomenda-se um raio mínimo de cerca de seis vezes o diâmetro para curvamentos sem materiais de enchimento e de quatro vezes com enchimento de material suporte. O ângulo mínimo de dobra é de 120°. ã Curvamento por matriz rotativa O dobramento por matriz rotativa é obtido fazendo com que o tubo seja dobrado em torno de uma matriz que pode assumir duas configurações: ã o mordente solidário à matriz fixa o tubo. O conjunto mordente-matriz gira em torno do seu eixo, conformando o tubo (Fig 21). ã mordente e matriz ficam estáticos e a guia conforma o tubo em volta da matriz. Neste processo, se necessário, utiliza-se um mandril interno ao tubo para evitar sua deformação durante a operação de curvamento (Fig.21). Fig.(21) Nos dois casos, uma análise prévia no ábaco da figura 22 define a necessidade da utilização ou não do mandril interno. 37Conformação dos aços inoxidáveis Normógrafos para determinar onde um mandril é necessário e o tipo correto a usar Fig. (22) A parte (A) do ábaco correlaciona a relação D/t com o raio de dobramento com a finalidade de se definir o tipo de mandril a ser utilizado. A parte (B) do ábaco correlaciona a relação D/t com o raio de curvatura para se definir a quantidade de esferas ou segmentos do mandril articulado. Tipos de mandril Fig (23) 38 Conformação dos aços inoxidáveis ca eim (O acesitA Equipamentos para curvamento de tubos Máquina de Curvamento por Matriz Rotativa Máquina de Curvamento por Rolos Conformação dos aços inoxidáveis 39
Docsity logo



Copyright © 2024 Ladybird Srl - Via Leonardo da Vinci 16, 10126, Torino, Italy - VAT 10816460017 - All rights reserved