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Enxertia: Histórico, Importância e Descrição, Notas de estudo de Agronomia

Documento sobre Enxertia

Tipologia: Notas de estudo

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Baixe Enxertia: Histórico, Importância e Descrição e outras Notas de estudo em PDF para Agronomia, somente na Docsity! ENXERTIA PROF. CELSO LOPES DE ALBUQUERQUE JUNIOR Tubarão - SC Julho de 2009 UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA CAMPUS DE TUBARÃO CURSO DE AGRONOMIA DISCIPLINA DE FRUTICULTURA RESUMO A reprodução assexuada nos vegetais pode ocorrer por propagação vegetativa através de caules, folhas ou raízes. Os mecanismos de desenvolvimento de novas plantas podem ocorrer espontaneamente na natureza ou podem ser provocadas pelo homem, principalmente para cultivo econômico de certas plantas. A enxertia é um método de obtenção de novas plantas pelo processo assexuado de multiplicação vegetativa, com a intervenção humana. A enxertia é a união dos tecidos de plantas, geralmente de diferentes espécies, passando a formar uma planta com duas partes: o enxerto (garfo) e o porta-enxerto (cavalo). O garfo, cavaleiro ou enxerto é a parte de cima, que vai produzir os frutos da cultivar desejada. E o cavalo ou porta-enxerto é a parte de baixo, que vai formar o sistema radicular, o qual tem como funções básicas o suporte da planta, fornecimento de água e nutrientes e a adaptação da planta às condições do solo, clima e doenças. Essa técnica só é possível porque as células vegetais são totipotentes. Os meristemas secundários iniciam uma grande produção de novas células através de sucessivas mitoses, que posteriormente sofrerão diferenciação celular para a formação de novos tecidos, ocasionando, assim, a união (soldadura) dos tecidos das partes enxertadas. A enxertia pode ser realizada por vários métodos, sendo os mais comuns a encostia, a borbulhia e a garfagem com suas variações. Essa técnica possui inúmeras vantagens como, por exemplo, a união de várias características desejáveis em uma única planta, a não necessdade de a planta passar pelo período de juvenilidade para entrar em produção, a formação de plantas de menor porte e a garantia genética do material. O painel terá como objetivo discutir os fatores morfofisiológicos relacionados com a técnica da enxertia. Palavras-chave: propagação, morfogênese, totipotência, incompatibilidade, conexão, tecido vegetal, fenóis, garfo, borbulha.  Pela enxertia, as plantas tornam-se mais produtivas, os produtos melhoram em qualidade gustativas, em aspecto, etc.  Pela enxertia pode-se transformar plantas estéreis em produtivas, inoculando-lhes ramos ou gemas frutíferas.  Pela enxertia, consegue-se cultivar certas plantas em solos que lhe são completamente impróprios, como o caso da cultura da pereira enxertada sobre marmeleiro- em terras úmidas, assim como a do marmeleiro sobre o pilriteiro em solos pedregueiros.  Assegurar as características da planta matriz (a nova planta produzirá flores e frutos igual ou melhor como a que deu origem);  Assegurar a precocidade na frutificação (arvores frutíferas enxertadas produzem muito mais cedo do que aquelas cultivadas a partir de sementes, devido que a parte enxertada provém de um adulto que já está em sua fase reprodutiva);  Maior ganho genético no melhoramento de plantas perenes propagadas vegetativamente: toda a variância genética pode ser aproveitada, incluindo a aditiva, dominante e epistática. A partir da obtenção de um genótipo superior, geralmente heterozigótico, estas características favoráveis seriam transmitidas vegetativamente para as gerações posteriores, resultando em ganho de seleção anual (GSa) maior do que as propagadas por sementes, devido a herdabilidade (h2) maior e ao número de gerações de seleção necessárias para obtenção de cultivares ser igual a 1,0 (DESTRO.et al, 1999). 4- ENXERTIA De acordo com VIEIRA JÚNIOR & MELO (2008), o verbo enxertar, vem do latim insertare, e significa inserir, introduzir. Para HARTMANN et al., (1997), a enxertia é uma forma de propagação assexuada de vegetais superiores, na qual se colocam em contato duas porções de tecido vegetal, de tal forma que se unam e, posteriormente, se desenvolvam, originando uma nova planta. De acordo com VIEIRA JÚNIOR & MELO (2008), enxertia é a operação que consiste em se justapor um ramo ou fragmento de ramo com uma ou mais gemas sobre outro vegetal, de modo que ambos se unam e passem a constituir um único indivíduo. PAIVA & GOMES (1993), citam que o princípio fundamental da enxeria baseia-se na faculdade que possuem as plantas de unirem suas partes, graças a atividade do câmbio (tecido delgado situado entre o floema e o xilema e composto por células meristemáticas capazes de se dividirem e formarem novas células). Segundo FACHINELLO et al. (2005), uma planta propagada por enxertia é composta por duas partes: O porta-enxerto ou cavalo e o enxerto ou garfo. Para planta receptora (porta-enxerto) dá-se o nome de hipobioto, enquanto o enxerto (órgão doado) é denominado epibioto (PAIVA & GOMES, 1993). O enxerto é a parte representada por um fragmento da planta, contendo uma ou mais gemas, responsáveis pela formação da parte aérea da nova planta (FACHINELLO et al., 2005). O porta-enxerto é responsável pela formação do sistema radicular (FACHINELLO et al., 2005) e geralmente é representado por uma planta jovem, proveniente de sementes ou de estaca, bastante rústica e resistente às pragas e moléstias (CÉSAR, 1968). Para (FACHINELLO, et al.,1994), a enxertia é uma forma de propagação assexuada dos vegetais na qual se colocam em contato duas porções de tecido vegetal, de tal maneira que se unam e posteriormente se desenvolvam, originando em uma nova planta. Ou ainda, constitui um dos processos de propagação dos vegetais superiores, que consiste em se fazer fragmentos de uma planta- capaz de se desenvolver num rebento ou broto- se solde em um a outra planta, de modo que o conjunto constitua um único indivíduo vegetal em que ambas as partes que o compõem passem a viver em auxílio mútuo ou recíproco, constituindo uma verdadeira dibiose. Daí os termos indivíduo dibioto, tribioto, quando mais de 3, polibioto (CABEL, 2003). Hoje há algumas técnicas principais que são mais viáveis e fáceis de serem realizadas, para a formação de mudas e para a substituição de copas, que são empregadas dependendo a época do ano, tipo de espécie a ser utilizada e que apresente um melhor resultado na parte cicatrizada. A enxertia consiste na justaposição do porta-enxerto ou "cavalo", responsável pela formação do sistema radicular cujas funções são retirar os nutrientes do solo e servir de suporte mecânico a planta, com o enxerto (gema ou garfo), que é responsável por assegurar as funções de fotossíntese, transpiração, respiração e produção da planta. Conforme (CAÑIZARES,et al, 2003), enxertar é unir duas porções de tecido vegetal vivo, visando ao crescimento e desenvolvimento de uma única planta, e seu sucesso é representado pela união morfológica e fisiológica dessas duas partes. Para tal efeito, é fundamental que o câmbio do enxerto fique em contato estreito com o câmbio do porta-enxerto. Entretanto, por várias razões, alguns elementos vasculares podem não formar ou não iniciar atividade do câmbio vascular, levando ao fracasso desta. O tecido recém-cortado do enxerto com capacidade de atividade meristemática se coloca em contato seguro e íntimo com o tecido similar, recém- cortado do porta- enxerto, de forma que o câmbio de ambas as partes ficam em contato estreito. Um conjunto de células externas da região do câmbio produz células de parênquima que logo após se misturaram e se entrelaçam formando o tecido do calo. Nas combinações da formação dos plasmodesmos secundários entra as células, próximo dos feixes vasculares formados. Algumas células do calo se diferenciam em novas células do câmbio, que produzem novo tecido vascular, xilema no interior e floema no exterior, estabelecendo assim a conexão vascular entre enxerto e porta-enxerto. Com frequência, no início da união, formam-se pontes entre feixes vasculares, e o câmbio só é restituído completamente ao final da segunda semana. (CAÑIZARES, et al, 2003). 6- ÉPOCA PARA REALIZAÇÃO DA ENXERTIA A época certa mais adequada para a realização da enxertia depende da biologia e do tipo de enxerto a ser realizado. Para caducifólias, a época indicada é no inverno enquanto para perenifólia, a primavera/verão são mais adequadas. A época propicia para a execução dos enxertos depende da técnica que vai ser utilizada. Nos enxertos por borbulha a época mais indicada é quando a planta esta no período de vegetação ativa, devido a grande quantidade de seiva que esta em circulação, geralmente a casca se desloca facilmente do lenho tornando fácil a introdução da gema sob a casca. Já nos enxertos por garfagem a época indicada para a execução é quando a planta esta em repouso vegetativo, que geralmente ocorre no inverno. A técnica por encostia pode ser executada durante todo o ano, sendo melhor ser utilizada nos meses da primavera (ASSUMPÇAO, et al, 2005). TABELA 2: Espécies, tipo de enxerto e época de realizada indicada para a enxertia. ESPÉCIE TIPO DE ENXERTO ÉPOCA Citrus Borbulhia Primavera Macieira, Videira, Pereira, Ameixeira, Caquizeiro e Nogueira pecan Garfagem Inverno Pessegueiro Borbulhia Primavera/Verão Abacateiro Garfagem /Borbulhia Outono/Primavera Mangueira Garfagem/Borbulhia Inverno Marmeleiro Garfgem/Borbulhia Primavera/Final Inverno Jaboticabeira Gargfagem Outono (Adaptado de MURAYAMA, 1980). 7- FATORES QUE INFLUENCIAM O PEGAMENTO DO ENXERTO É comum obter excelente porcentagem de sobrevivência de mudas por enxertia, porém também é comum obter resultados desalentadores. O sucesso ou insucesso estão relacionados estreitamente com diversos fatores que podem influenciar a cicatrização da união do enxerto,(CANIZARES, et al,2003). Incompatibilidade da enxertia: Duas plantas são incompatíveis quando, por motivos intrínsecos a elas, não são capazes de formar uma união perfeita, impossibilitando o desenvolvimento normal da nova planta, (CABEL, 2003). Para uma união eficiente o cavalo e cavaleiro, além de ser preparados e encaixados adequadamente. Os enxertos não são feitos apenas entre plantas da mesma espécie, como nas frutas que tem "caroço", ameixas, pêssegos, damasco, nectanna, cereja, que podem ser enxertadas umas nas outras, mas não é possível enxertá-las numa macieira ou num carvalho , (CÉSAR, 1982). Conforme FACHINELLO et al. (2005), a incompatibilidade pode ser dividida em dois grupos: a) Incompatibilidade Localizada. É aquela que surge em decorrência do contato entre enxerto e porta-enxerto, geralmente apresentando uma união frágil e com interrupções nos tecidos vasculares e no câmbio. Fazendo que haja diminuição na passagem de seiva do porta-enxerto para o enxerto, e vice-versa. Essa incompatibilidade pode ser superada pelo uso de um enxerto intermediário, que seja compatível com ambas as partes. Exemplos: Pera ‘Bartlett’ enxertada sobre marmeleiro; Laranja ‘Pera’ enxertada sobre P. trifoliata, limão rugoro e limão Volkameriano; Vitis vinifera enxertada sobre Vitis rotundifolia. Figura 3- Modo de ação da incompatibilidade localizada. Fonte: Biasi, 2009. b) Incompatibilidade Translocada. Essa incompatibilidade causa degeneração do floema (casca), caracterizada pela formação de uma linha escura ou de uma zona necrotica na região do córtex. Isso dificulta o transporte de carboidratos, que se acumulam acima da região degenerada, com conseqüente redução do teor abaixo dessa região. Esse tipo de incompatibilidade não pode ser superado com o uso de um enxerto intermediário. Exemplos: Ex: - Pêssego enxertado sobre ameixeira ‘Mariana’ - (Se enxertar ‘Mariana’ sobre pessegueiro é compatível). Figura 4- Modo de ação da incompatibilidade translocada. Fonte: Biasi, 2009. Os principais sintomas de incompatibilidade são:  Falta de união entre as partes enxertadas, que pode induzir ao rompimento no local de enxertia;  Diferenças no crescimento ou no vigor das partes enxertadas e do porta- enxerto, resultando em diferenças entre os diâmetros dos mesmos, com desenvolvimento excessivo abaixo, acima ou no ponto de união;  Diferença entre enxerto e porta- enxerto com relação ao início e final do período vegetativo;  Amarelecimento das folhas, seguido de desfolhamento precoce;  Crescimento vegetativo reduzido;  Morte prematura da copa enxertada; A capacidade de uma planta enxertada em outra em conseguir com êxito uma união e desenvolver-se como uma planta única pode ser considerada como compatibilidade. Por outro lado, a falta total ou parcial de sobrevivência de mudas 8- CONDIÇÕES AMBIENTAIS Temperatura: A temperatura durante e após a enxertia tem um grande efeito sobre a produção do tecido do calo. A formação do calo é essencial para a cicatrização da união do enxerto. Durante essa formação, nas hortaliças, é recomendado manter os enxertos em torno dos 26°C a 28°C, dependendo da espécie, pois quanto mais próximo dessa temperatura ficarem as mudas em processo de enxertia, maior será a taxa de formação de calo. Temperaturas inferiores a 15°C ou superiores a 32°C são prejudiciais. Em temperaturas baixas, o desenvolvimento do calo é lento e escasso. Já em altas temperaturas, ocorre atraso na formação do calo, chegando à morte quando a temperatura ficar perto de 40°C. Após a enxertia, o ideal é manter as mudas numa temperatura entre 20° e 25°C para solanánoas principalmente nos primeiros três dias. Porém, mudas recém enxertadas toleram temperaturas compreendidas entre 15°e 3ü°C,(CAÑlZARES, et al, 2003). Umidade: A umidade do ar durante e principalmente após a enxertia deve ser cuidadosamente observada. Os enxertos devem ser mantidos em umidade relativa elevada. Oxigênio: Durante a divisão e alongamento das células, há uma intensa atividade respiratória. O material utilizado para proteger o enxerto (fitas plásticas ou outras) deverá permitir as trocas gasosas. Luminosidade: Se intensa pode causar dessecação rápida do enxerto. Recomenda-: se fazer enxertia em dias de baixa luminosidade, (CABEL, 2003). Vento: Pode provocar a ruptura do enxerto no ponto da união, além de acelerar o processo de desidratação. 9- INFLUÊNCIA DO PORTA- ENXERTO Mudas usadas como porta-enxertos cultivadas a partir de sementes poderão produzir árvores com tamanhos diferentes, pois são mudas com constituição genética diferente, apresentando diferentes fenótipos no sistema radicular, influenciados pelo ambiente; podem influenciar também no sabor dos frutos e no tempo de amadurecimento. Plantas obtidas por enxertia de mudas produzidas a partir de estacas enraizadas são mais precoces, pois tanto o cavaleiro como o porta-enxerto são partes de plantas adultas e já passaram pela fase juvenil. Mudas de caramboleira obtidas através da enxertia apresentam maior taxa de crescimento e, conseqüentemente, maior vigor. Entretanto, as mudas obtidas por estaquia apresentam produção precoce de frutos, (BASTOS, et ai, 2005). 10- SUPERFÍCIE DE CONTATO A pouca área de contato pode dificultar o movimento da água e dos nutrientes, embora a região da enxertia tenha apresentado boa cicatrização no início do crescimento. O êxito da enxertia está em fazer coincidir o câmbio do enxerto com o câmbio do porta- enxerto para que as células do parênquima possam entrelaçar-se e que a superfície de contato se mantenha limpa e livre de patógenos, (CAÑIZARES, et al, 2003).  Técnica da enxertia e habilidade do enxertador Uma técnica mal utilizada muitas vezes pode causar problemas na cicatrização do enxerto. O uso inadequado da técnica resulta em pequenas áreas de contato entre os câmbios de enxerto e do porta- enxerto, cortes desuniformes, amarração errada ou demorada, danos mecânicos na retirada da gema, desidratação dos ramos fornecedores e ferramentas pouco afiada ou contaminadas, etc. (CABEL, 2003).  Brotações no porta-enxerto Novos ramos podem surgir a partir do cavalo, produzindo ramos indesejáveis por ser genotipicamente diferentes do clone da copa;enfraquecem a copa por desviarem nutrientes da produção principal e podem até dominar esuperar a copa; devem ser vistoriados periodicamente e eliminados (ASSUMPÇÃO et al,2005). 11- DESVANTAGENS DA ENXERTIA A enxertia, segundo alguns autores, é o melhor método de propagação, porém, podem ocorrer alguns problemas, como:  Incompatibilidade entre o porta- enxerto e enxerto; esta limitação determina a variedade e as espécies que podem ser enxertadas num determinado porta- enxerto;  A união do enxerto pode ser extremamente frágil e sujeita a danos devido ao frio rigoroso ou a fortes ventos;  Muitos portas- enxertos iniciam a brotação de ramos vigorosos que devem ser eliminados frequentemente para que não suplantem o vigor do porta- enxerto;  Dificuldade no posicionamento dos tecidos: o câmbio é a porção de crescimento ativo do ramo e situa-se logo abaixo da casca. Estas camadas do câmbio, tanto no porta- enxerto devem posicionar-se de modo a ficarem absolutamente em correspondência uma com a outra;  A necessidade de isolar o ponto de enxertia com fitas isolantes e ceras para evitar a perda de água e a penetração de patógenos e favorecer a manutenção de elevada temperatura. 12- TÉCNICAS DE ENXERTIA As técnicas da enxertia podem ser:  Borbulhia ou enxerto de gema A borbulhia é o processo que consiste na justaposição de uma única gema sobre um porta- enxerto enraizado, ( SIMÃO, 1998). A época de enxertia para esse tipo de multiplicação, é de primavera- verão, quando os vegetais se encontram em plena atividade vegetativa. FIGURA 10- Esquema da borbulha em Janela. Fonte: JACOMINO, 2008 e) Em anel Para esse tipo de enxertia faz-se uma incisão circular quando o enxerto é no topo, ou duas incisões circulares e uma vertical quando é no meio da haste, de modo a retirar um anel. No garfo procede-se do mesmo modo, e a superfície deve ser idêntica à do cavalo, para que haja contato entre as camadas cambiais. A seguir amarra-se. FIGURA 11- Esquema da borbulha em anel. Fonte: JACOMINO, 2008. 13- FORÇAMENTO DO ENXERTO Para adiantar o desenvolvimento do enxerto, uma vez constatado seu pegamento, faz-se a torção da haste um pouco acima do local da enxertia e curva-se o ramo para o solo. A seiva, devido à curvatura, tende a reduzir sua velocidade e acumular-se na região do enxerto, comunicando-lhe grande vigor. Por esse meio consegue-se em algumas espécies adiantar o desenvolvimento de dois a três meses. Pode-se também forçar o desenvolvimento do enxerto com incisões ou anelamento praticados na região abaixo dele. 14- GARFAGEM A garfagem é o processo que consiste em soldar um pedaço de ramo destacado (garfo) sobre outro vegetal (cavalo), de maneira a permitir seu desenvolvimento. A garfagem difere da borbulhia, por possuir normalmente mais de uma gema, ( SIMÃO, 1998). A época normal para garfagem, para plantas de folhas caducas, se dá no período de repouso vegetativo (inverno), e nas folhas persistentes, dependendo da espécie, na primavera, no verão ou no outono. Os principais tipos de garfagem são os seguintes: meia-fenda cheia; meia- fenda esvaziada; fenda incrustada; fenda completa; dupla garfagem; inglês simples e inglês complicado. Em todos os tipos citados, o porta- enxerto tem a sua parte superior decapitada. O enxerto de garfagem é feito 20 cm, aproximadamente, acima do nível do solo ou abaixo dele, na raiz, na região do coleto. A região do ramo podada com a tesoura é a seguir alisada com o canivete. Para o sucesso da enxertia, é essencial que a região cambial do garfo seja colocada em contato íntimo com a do cavalo. a) Meia-fenda cheia Faz-se o cavalo numa fenda, no sentido do raio, até atingir a medula. A fenda estende-se por 2 a 3 cm, no sentido do comprimento do cavalo. O garfo é preparado na forma de bisel e introduzido na incisão. O bisel deve ter aproximadamente o mesmo comprimento da incisão lateral. b) Meia-fenda esvaziada A incisão do cavalo é semelhante ao anterior, dele diferindo por praticar duas incisões convergentes, de modo a retirar uma cunha de madeira, esvaziando a incisão. O garfo é preparado do mesmo modo que o anterior. É um tipo mais aconselhável para espécie de lenho duro. c) Fenda inscrustada Difere da anterior por não atingir a medula. É utilizada quando os garfos são de pequeno diâmetro. O cavalo e o garfo são preparados à semelhança da meia-fenda esvaziada. FIGURA 12- Esquema da garfagem em fenda incrustada. Fonte: JACOMINO, 2008 d) Fenda completa Podado o cavalo, alisado o corte, faz-se com o canivete uma fenda perpendicular, no sentido do diâmetro, até aprofundar-se 2 a 3 cm. A fenda completa pode ser cheia ou esvaziada. O garfo, que deve ter o mesmo diâmetro do cavalo, é preparado na forma de cunha e introduzido na fenda. FIGURA 16- Esquema da garfagem em ingles complicado. Fonte: JACOMINO, 2008 15- ENCOSTIA Também chamada de enxertia de aproximação, consiste na união lateral de duas plantas com sistemas radiculares independentes, de modo que o enxerto e o porta- enxerto sejam mantidos por seus sistemas radiculares até que a união esteja completamente formada. É método mais simples de enxertia, porém é muito pouco utilizado comercialmente, (TELLES, et ai, 2004). Os principais tipos de encostia podem ser resumidos em lateral e no topo. Tanto lateralmente e no topo. Tanto lateralmente como no topo, a encostia pode ser simples ou inglesa e inarching, (SIMÃO, 1998). a) Lateral simples e inglesa Pratica-se no cavalo e no ramo-enxerto um entalhe, retirando-se parte do alburno. Aproximam-se as duas partes, ajustando as superfícies. Fixam-se as partes com amarrilhos, no caso da lateral simples. Na lateral inglesa, procede-se da mesma maneira, porém, sobre o entalhe do cavalo e do cavaleiro, faz-se uma incisão oblíqua. Abre-se o entalhe, unindo-se as partes. A seguir, amarra-se. FIGURA 17- Esquema da encostia lateral. Fonte: JACOMINO, 2008 b) No topo Na encostia simples no topo, poda-se o cavalo a determinada altura e, com o canivete, faz-se um corte em bisel em ambos os lados. O ramo- enxerto sofre uma incisão oblíqua até o lenho. Encaixa-se sobre o bisel do cavalo e amarra-se. A inglesa é preparada do mesmo modo. Apenas recebe uma incisão a mais tanto no cavalo como no cavaleiro, para que haja maior fixação. FIGURA 18- Esquema da encostia inglesa e da utilização de prendedores de auxílio. Fonte: JACOMINO, 2008 c) Inarching Inarching ou subenxertia vem a ser um tipo de encostia para revigorar uma planta em decadência, devido à incompatibilidade entre cavalo e cavaleiro. O processo consiste em plantar, ao lado do tronco da árvore, uma muda que será ligada a ela. No tronco, faz-se uma incisão e, no ápice da muda, um bisel. Ajusta-se a região e fixa-se com um prego ou cravo de madeira. FIGURA 19- Esquema da encostia Inarching ou subenxertia. Fonte: SIMÃO, 1998. 16- SOBREENXERTIA É a operação que tem por finalidade o aproveitamento de plantas já formadas, com alteração da variedade copa. Seu emprego é indicado nos pomares de idade média e sadios. Fazendo-se a sobreenxertia, ganha-se tempo, pois o porta- enxerto se encontra perfeitamente estabelecido, e as produções se tornam mais precoces. Para proceder à sobreenxertia, poda-se a copa e deixam-se de quatro a cinco pernadas, sobre as quais se fará a enxertia da variedade. (SIMÃO,1998). 18- RFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ABREU, M.F.; NUNES, J.C.O.; SANTOS, M.; PEDROTTI, E.L. Estudos histológicos preliminares da microenxertia de plantas micropropagadas de macieira. Revista Brasileira de Fruticultura, Jaboticabal, v.25, n.1, p.195-196, 2003. 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